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Delta caveira - DIREITO PENAL

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💣 Atualizado até os informativos: 1002 (STF); 677 (STJ) 
SUMÁRIO 
 
1. INVESTIGAÇÃO CRIMINAL CONDUZIDA PELO DELEGADO DE POLÍCIA – LEI 12.830/2013 ................................................. 3 
2. LEI DE ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS – LEI 12.850/2013 ................................................................................................................... 5 
3. LEI DE DROGAS – LEI 11.343/2006 ............................................................................................................................................................ 30 
4. LEI DE CRIMES HEDIONDOS – LEI 8.072/1990 ..................................................................................................................................... 65 
5. LEI DE PRISÃO TEMPORÁRIA – LEI 7.960/1989 .................................................................................................................................... 74 
6. LEI DE TORTURA – LEI 9.455/1997 ............................................................................................................................................................ 78 
7. LEI DE LAVAGEM DE DINHEIRO – LEI 9.613/1998 ............................................................................................................................... 84 
8. LEI DE INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS – LEI 9.296/1996 ............................................................................................................. 102 
9. LEI MARIA DA PENHA – LEI 11.340/2006 ............................................................................................................................................. 114 
10. ESTATUTO DO DESARMAMENTO – LEI 10.826/2003 .................................................................................................................... 133 
11. ABUSO DE AUTORIDADE – LEI 13.869/2019 ..................................................................................................................................... 153 
12. CRIMES AMBIENTAIS – LEI 9.605/1998 ............................................................................................................................................... 161 
13. CRIMES DE PRECONCEITO – LEI 7.716/1989 .................................................................................................................................... 188 
14. CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA – LEI 8.137/1990 ....................................................................................................... 194 
15. CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL – LEI 7.492/1986 ........................................................................... 209 
16. LEI ANTITERRORISMO – LEI 13.260/2016 .......................................................................................................................................... 219 
17. JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS – LEI 9.099/1995 ........................................................................................................................ 223 
18. CRIMES DE TRÂNSITO – LEI 9.503/1997 ............................................................................................................................................. 241 
19. CRIMES DO ECA – LEI 8.069/1990 ......................................................................................................................................................... 252 
20. CRIMES CONTRA O CONSUMIDOR – LEI 8.078/1990 .................................................................................................................. 277 
21. CRIMES DO ESTATUTO DO IDOSO – LEI 10.741/2003 ................................................................................................................. 281 
22. CRIMES LICITATÓRIOS – LEI 8.666/1993 ............................................................................................................................................ 285 
23. CRIMES FALIMENTARES – LEI 11.101/2005 ....................................................................................................................................... 291 
24. LEI DE PROTEÇÃO À VÍTIMAS E À TESTEMUNHAS – LEI 9.807/1999...................................................................................... 297 
25. CONTRAVENÇÕES PENAIS – DECRETO-LEI 3.688/1941 .............................................................................................................. 303 
26. LEI DE IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL – LEI 12.037/2009 ................................................................................................................... 314 
27. CRIMES CONTRA A ECONOMIA POPULAR – LEI 1.521/1951 .................................................................................................... 318 
28. CRIMES DE RESPONSABILIDADE DE PREFEITOS E VEREADORES – DECRETO-LEI 201/1967 ........................................ 322 
29. CRIMES ELEITORAIS – LEI 4.737/1965 ................................................................................................................................................. 330 
30. ESTATUTO DO TORCEDOR – LEI 10.671/2003 ................................................................................................................................. 342 
31. LEI DE GENOCÍDIO – LEI 2.889/1956 ................................................................................................................................................... 344 
32. ATRIBUIÇÕES DA POLÍCIA FEDERAL – LEI 10.446/2002 ............................................................................................................... 346 
33. LEI DE EXECUÇÃO PENAL – LEI 7.210/1984 ...................................................................................................................................... 348 
 
 
3 
 
1. INVESTIGAÇÃO CRIMINAL CONDUZIDA PELO DELEGADO DE 
POLÍCIA – LEI 12.830/2013 
 
Art. 1o Esta Lei dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo DELEGADO DE POLÍCIA. 
 
 
Art. 2o As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais exercidas pelo delegado de polícia são 
de natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado. 
 
§ 1o Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a condução da investigação criminal por 
meio de inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei, que tem como objetivo a apuração das 
circunstâncias, da materialidade e da autoria das infrações penais. 
 
§ 2o Durante a investigação criminal, cabe ao delegado de polícia a requisição de perícia, informações, 
documentos e dados que interessem à apuração dos fatos. 
 
§ 4o O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso SOMENTE poderá ser avocado ou 
redistribuído por SUPERIOR HIERÁRQUICO, mediante despacho fundamentado, por motivo de interesse público 
ou nas hipóteses de inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da corporação que prejudique a 
eficácia da investigação. 
 
FORMAS DE RETIRAR A INVESTIGAÇÃO CRIMINAL DAS MÃOS DO DELEGADO DE POLÍCIA 
Formas 
a) Avocação: quando a autoridade superior requisita os autos para sua própria condução; 
 
b) Redistribuição: quando a autoridade superior retira a investigação criminal de um 
delegado de polícia e passa para outro. 
Motivos 
- Interesse público; ou 
 
- Hipóteses de inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da corporação 
que prejudique a eficácia da investigação. 
 
§ 5o A REMOÇÃO do delegado de polícia dar-se-á SOMENTE por ato fundamentado. 
 
§ 6o O INDICIAMENTO, PRIVATIVO do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise 
técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias. 
 
INDICIAMENTO 
Conceito 
É o ato privativo do Delegado de Polícia, consistente em atribuir a provável autoria ou a 
participação de uma infração penal à alguém, ou seja, é apontar como provável autor ou 
partícipe de um delito.Com o indiciamento, passa-se de um juízo de possibilidade para 
probabilidade de autoria. 
Momento 
Pode ocorrer já no auto de prisão em flagrante ou até mesmo no relatório final da autoridade 
de polícia judiciária, mas deve ser durante o inquérito. 
Não pode ocorrer o indiciamento quando o processo já está em andamento. 
Legitimidade 
É ato privativo do Delegado de Polícia. 
Não pode o Juiz ou Promotor obrigar o delegado a indiciar alguém. 
Espécies 
Direto: Ocorre quando o indiciado está presente; 
Indireto: Ocorre quando o indiciado está ausente (foragido). 
4 
 
Desindiciamento 
Nada impede que a autoridade policial, ao entender, no transcurso das investigações, que a 
pessoa indiciada não está vinculada ao fato, promova o desindiciamento, seja na evolução do 
inquérito, ou no relatório de encerramento do procedimento. De qualquer sorte, tudo deve 
ser descrito no relatório, de forma a permitir a pronta análise pelo titular da ação penal. 
#SELIGANOCONCEITO: 
Desindiciamento Coacto: É o desindiciamento determinado judicialmente em habeas corpus 
impetrado contra indiciamento manifestamente ilegal. 
Não podem ser 
indiciados 
1) Magistrados (art. 33, p. único, LC nº 35/79); 
 
2) Membros do MP (art. 18, p. único, LC nº 75/93; art. 41, p. único, Lei n° 8.625/93) 
 
#INFO 
JURISPRUDÊNCIA SOBRE INDICIAMENTO 
- Indiciamento é atribuição exclusiva da autoridade policial, não podendo ser determinado por magistrado. 
O magistrado não pode requisitar o indiciamento em investigação criminal. Isso porque o indiciamento constitui 
atribuição exclusiva da autoridade policial. 
É por meio do indiciamento que a autoridade policial aponta determinada pessoa como a autora do ilícito em 
apuração. Por se tratar de medida ínsita à fase investigatória, por meio da qual o delegado de polícia externa o 
seu convencimento sobre a autoria dos fatos apurados, não se admite que seja requerida ou determinada pelo 
magistrado, já que tal procedimento obrigaria o presidente do inquérito à conclusão de que determinado indivíduo 
seria o responsável pela prática criminosa, em nítida violação ao sistema acusatório adotado pelo ordenamento 
jurídico pátrio. 
Nesse mesmo sentido é a inteligência do art. 2º, § 6º, da Lei 12.830/2013, que afirma que o indiciamento é ato 
inserto na esfera de atribuições da polícia judiciária. 
STJ. 5ª Turma. RHC 47.984-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 4/11/2014 (Info 552). 
TF. 2ª Turma. HC 115015/SP. Rel. Min Teari Zavascki, julgado em 27/8/2013 (lnfo 717). 
 
- Indiciamento envolvendo autoridades com foro por prerrogativa de função. 
Em regra, a autoridade com foro por prerrogativa de função pode ser indiciada. 
Existem duas exceções previstas em lei de autoridades que não podem ser indiciadas: a) Magistrados (art. 33, 
parágrafo único, da LC 35/79); b) Membros do Ministério Público (art. 18, parágrafo único, da LC 75/73 e art. 40, 
parágrafo único, da Lei nº 8.625/93). 
Excetuadas as hipóteses legais, é plenamente possível o indiciamento de autoridades com foro por prerrogativa 
de função. No entanto, para isso, é indispensável que a autoridade policial obtenha uma autorização do Tribunal 
competente para julgar esta autoridade. 
Ex,: em um inquérito criminal que tramita no STJ para apurar crime praticado por Governador de Estado, o 
Delegado de Polícia constata que já existem elementos suficientes para realizar o indiciamento do investigado. 
Diante disso, a autoridade policial deverá requerer ao Ministro Relator do inquérito no STJ autorização para realizar 
o indiciamento do referido Governador. 
Chama-se atenção para o fato de que não é o Ministro Relator quem irá fazer o indiciamento. Este ato é privativo 
da autoridade policial. O Ministro Relator irá apenas autorizar que o Delegado realize o indiciamento. 
STF. Decisão monocrática. HC 133835 MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 18/04/2016 (Info 825). 
 
 
Art. 3o O cargo de delegado de polícia é PRIVATIVO de bacharel em Direito, devendo-lhe ser dispensado o 
mesmo tratamento protocolar que recebem os magistrados, os membros da Defensoria Pública e do Ministério 
Público e os advogados. 
 
 
 
 
 
 
5 
 
2. LEI DE ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS – LEI 12.850/2013 
 
CAPÍTULO I 
DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA 
Art. 1o Esta Lei DEFINE organização criminosa e DISPÕE sobre a investigação criminal, os meios de obtenção 
da prova, infrações penais correlatas e o procedimento criminal a ser aplicado. 
 
§ 1o Considera-se ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente 
ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou 
indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas 
sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional. 
Obs.: É possível a formação de organização criminosa com o intuito de praticar infração cuja pena máxima 
cominada seja inferior a quatro anos. No caso de infrações penais de caráter transnacional, ou seja, aquelas 
que ultrapassam as fronteiras nacionais, a configuração do delito de organização criminosa independe da 
quantidade de pena aplicável. 
 
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA – ELEMENTOS 
PESSOAL 4 ou mais pessoas. 
ESTRUTURAL 
Estrutura ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que 
informalmente. 
TELEOLÓGICO OU 
FINALÍSTICO 
Objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, 
mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam 
superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional. 
 
#NÃOCONFUNDA: 
ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA 
(art. 288, CP) 
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA 
(art. 1°, § 1º c/c Art. 2º, Lei 12.850/13) 
Associação de 3 ou mais pessoas Associação de 4 ou mais pessoas 
Estabilidade e permanência Estabilidade e permanência 
Dispensa estrutura ordenada e divisão de tarefas 
Pressupõe estrutura ordenada e divisão de tarefas, ainda 
que informalmente 
Destina-se à prática de crimes, 
independentemente da pena cominada 
Destina-se à prática de infrações penais (crime ou 
contravenção), cuja pena máxima é superior a 4 anos 
ou que tenha caráter transnacional 
Exige o especial de fim de agir de cometer crimes 
Exige o especial fim de agir de obter, direta ou 
indiretamente, vantagem de qualquer natureza 
Pena  Reclusão, de 1 a 3 anos Pena  Reclusão, de 3 a 8 anos 
Admite sursis processual Não admite sursis processual 
 
§ 2o Esta Lei SE APLICA também: 
I - às infrações penais previstas em tratado ou convenção internacional quando, iniciada a execução no País, o 
resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; 
II - às organizações terroristas, entendidas como aquelas voltadas para a prática dos atos de terrorismo 
legalmente definidos. 
 
 
Art. 2o PROMOVER, CONSTITUIR, FINANCIAR ou INTEGRAR, pessoalmente ou por interposta pessoa, 
organização criminosa: 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem prejuízo das penas correspondentes às demais 
infrações penais praticadas. (CONCURSO MATERIAL) 
 
 
 
6 
 
CRIME ORGANIZADO POR NATUREZA CRIME ORGANIZADO POR EXTENSÃO 
Refere-se ao crime de organização criminosa, pelo tipo 
penal do art. 2°, caput, da Lei n° 12.850/13. 
Refere-se às infrações penais praticadas pela 
organização criminosa. 
Ex.: Organização criminosa especializada em crimes de peculato, os agentes deverão ser denunciados pelo crime 
de organização criminosa (Lei n° 12.850/13, art. 2°, caput) - crime organizado por natureza - em concurso 
material com os delitos de peculato (CP, art. 312) - crime organizado por extensão. 
 
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem IMPEDE ou, de qualquer forma, EMBARAÇA a investigação de infração 
penal que envolva organização criminosa. 
 
#INFO 
- Crime de embaraçar investigação previsto na Lei do Crime Organizado não é restrito à fase do inquérito. 
Quando o art.2º, § 1º fala em “investigação”, ele está se limitando à fase pré-processual ou abrange também a 
ação penal? Se o agente embaraça o processo penal, ele também comete este delito? 
SIM. A tese de que a investigação criminal descrita no art. 2º, § 1º, da Lei nº 12.850/2013 limita-se à fase do 
inquérito não foi aceita pelo STJ. Isso porque as investigações se prolongam durante toda a persecução criminal, 
que abarca tanto o inquérito policial quanto a ação penal deflagrada pelo recebimento da denúncia. 
Assim, como o legislador não inseriu uma expressão estrita como “inquérito policial”, compreende-se ter conferido 
à investigação de infração penal o sentido de “persecução penal”, até porque carece de razoabilidade punir mais 
severamente a obstrução das investigações do inquérito do que a obstrução da ação penal. 
Ademais, sabe-se que muitas diligências realizadas no âmbito policial possuem o contraditório diferido, de tal 
sorte que não é possível tratar inquérito e ação penal como dois momentos absolutamente independentes da 
persecução penal. 
O tipo penal previsto pelo art. 2º, § 1º, da Lei nº 12.850/2013 define conduta delituosa que abrange o inquérito 
policial e a ação penal. 
STJ. 5ª Turma. HC 487.962-SC, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 28/05/2019 (Info 650). 
 
§ 2o As penas AUMENTAM-SE até a metade se na atuação da organização criminosa houver emprego de arma de 
fogo. 
 
§ 3o A pena é AGRAVADA para quem exerce o comando, individual ou coletivo, da organização criminosa, 
AINDA QUE não pratique pessoalmente atos de execução. 
 
§ 4o A pena é AUMENTADA de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços): 
I - se há participação de criança ou adolescente; 
II - se há concurso de funcionário público, valendo-se a organização criminosa dessa condição para a prática de 
infração penal; 
III - se o produto ou proveito da infração penal destinar-se, no todo ou em parte, ao exterior; 
IV - se a organização criminosa mantém conexão com outras organizações criminosas independentes; 
V - se as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade da organização. 
 
Forma Equiparada - Aquele que IMPEDE ou EMBARAÇA a investigação (abrange a ação penal). 
Agravante 
- Quem exerce o comando da ORCRIM, individual ou coletivo, ainda que não pratique 
pessoalmente atos de execução. 
Causas de 
Aumento 
Até a 1/2 - Emprego de arma de fogo. 
De 1/6 a 2/3 
- Participação de criança ou adolescente; 
- Concurso de funcionário público, valendo-se do cargo; 
- Produto ou proveito destina-se ao exterior; 
- Organização mantém conexão com outros organizações independentes; 
- Transnacionalidade da organização. 
 
§ 5o Se houver indícios suficientes de que o funcionário público integra organização criminosa, poderá o juiz 
determinar seu AFASTAMENTO CAUTELAR do cargo, emprego ou função, SEM PREJUÍZO da remuneração, 
quando a medida se fizer necessária à investigação ou instrução processual. 
7 
 
§ 6o A condenação com trânsito em julgado acarretará ao funcionário público a perda do cargo, função, 
emprego ou mandato eletivo e a interdição para o exercício de função ou cargo público pelo prazo de 8 (oito) 
anos SUBSEQUENTES ao cumprimento da pena. (EFEITOS DA CONDENAÇÃO) 
 
EFEITOS DA CONDENAÇÃO 
(AUTOMÁTICOS) 
- perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo; 
 
- interdição para o exercício de função ou cargo público pelo prazo de 8 
anos subsequentes ao cumprimento da pena. 
 
#NÃOCONFUNDA: 
LEI DE TORTURA 
(art. 1º, § 5º, Lei nº 9.455/97) 
LEI DE ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS 
(art. 2º, § 6º, Lei nº 12.850/13) 
Interdição pelo dobro do prazo da pena aplicada 
Interdição pelo prazo de 8 anos subsequentes ao 
cumprimento da pena 
Ex.: condenado a 4 anos. Interdição por 8 anos 
4 (pena aplicada) + 4 (dobro do prazo) = 8 anos 
Ex.: condenado a 4 anos. Interdição por + 8 anos após 
o cumprimento dos 4 
4 (pena aplicada) + 8 (subsequentes ao cumprimento 
da pena aplicada) = 12 anos 
 
§ 7o Se houver indícios de participação de policial nos crimes de que trata esta Lei, a Corregedoria de Polícia 
instaurará inquérito policial e comunicará ao Ministério Público, que designará membro para acompanhar o feito 
até a sua conclusão. 
 
#PACOTEANTICRIME (Lei nº 13.964/2019) 
§ 8º As lideranças de organizações criminosas armadas ou que tenham armas à disposição deverão iniciar o 
cumprimento da pena em ESTABELECIMENTOS PENAIS DE SEGURANÇA MÁXIMA. 
 
§ 9º O condenado expressamente em sentença por integrar organização criminosa ou por crime praticado por 
meio de organização criminosa não poderá PROGREDIR DE REGIME DE CUMPRIMENTO DE PENA ou OBTER 
LIVRAMENTO CONDICIONAL OU OUTROS BENEFÍCIOS PRISIONAIS se houver elementos probatórios que 
indiquem a manutenção do vínculo associativo. 
 
CAPÍTULO II 
DA INVESTIGAÇÃO E DOS MEIOS DE OBTENÇÃO DA PROVA 
Art. 3o Em qualquer fase da persecução penal, SERÃO PERMITIDOS, sem prejuízo de outros já previstos em lei, 
os seguintes MEIOS DE OBTENÇÃO DA PROVA: 
I - colaboração premiada; 
II - captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos; 
III - ação controlada; 
IV - acesso a registros de ligações telefônicas e telemáticas, a dados cadastrais constantes de bancos de dados 
públicos ou privados e a informações eleitorais ou comerciais; 
V - interceptação de comunicações telefônicas e telemáticas, nos termos da legislação específica; 
VI - afastamento dos sigilos financeiro, bancário e fiscal, nos termos da legislação específica; 
VII - infiltração, por policiais, em atividade de investigação, na forma do art. 11; 
VIII - cooperação entre instituições e órgãos federais, distritais, estaduais e municipais na busca de provas e 
informações de interesse da investigação ou da instrução criminal. 
 
§ 1o Havendo necessidade justificada de manter sigilo sobre a capacidade investigatória, poderá ser DISPENSADA 
LICITAÇÃO para contratação de serviços técnicos especializados, aquisição ou locação de equipamentos 
destinados à polícia judiciária para o rastreamento e obtenção de provas previstas nos incisos II (captação 
ambiental) e V (interceptação telefônica). 
 
8 
 
§ 2o No caso do § 1o, fica DISPENSADA A PUBLICAÇÃO de que trata o parágrafo único do art. 61 da Lei nº 8.666, 
de 21 de junho de 1993, devendo ser comunicado o órgão de controle interno da realização da contratação. 
Lei nº 8.666/93 (...) Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus representantes, a 
finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número do processo da licitação, da dispensa ou da 
inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais. 
Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, 
que é condição indispensável para sua eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês 
seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, 
ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei. 
 
#PACOTEANTICRIME (Lei nº 13.964/2019) 
Art. 3º-A. O acordo de colaboração premiada é NEGÓCIO JURÍDICO PROCESSUAL e MEIO DE OBTENÇÃO DE 
PROVA, que pressupõe utilidade e interesse públicos. 
 
 
Art. 3º-B. O recebimento da proposta para formalização de acordo de colaboração demarca o início das 
negociações e constitui também marco de confidencialidade, configurando violação de sigilo e quebra da 
confiança e da boa-fé a divulgação de tais tratativas iniciais ou de documento que as formalize, até o 
levantamento de sigilo por decisão judicial. 
 
§ 1º A proposta de acordo de colaboração premiada poderá ser sumariamente indeferida, com a devida 
justificativa, cientificando-se o interessado. 
 
§ 2º Caso não haja indeferimento sumário, as partes deverão firmar Termo de Confidencialidade para 
prosseguimento das tratativas, o que vinculará os órgãos envolvidosna negociação e impedirá o 
indeferimento posterior sem justa causa. 
 
§ 3º O recebimento de proposta de colaboração para análise ou o Termo de Confidencialidade NÃO IMPLICA, 
por si só, a suspensão da investigação, ressalvado acordo em contrário quanto à propositura de medidas 
processuais penais cautelares e assecuratórias, bem como medidas processuais cíveis admitidas pela 
legislação processual civil em vigor. 
 
§ 4º O acordo de colaboração premiada poderá ser precedido de instrução, quando houver necessidade de 
identificação ou complementação de seu objeto, dos fatos narrados, sua definição jurídica, relevância, 
utilidade e interesse público. 
 
§ 5º Os termos de recebimento de proposta de colaboração e de confidencialidade serão elaborados pelo 
celebrante e assinados por ele, pelo colaborador e pelo advogado ou defensor público com poderes 
específicos. 
 
§ 6º Na hipótese de não ser celebrado o acordo por iniciativa do celebrante, esse NÃO PODERÁ se valer de 
nenhuma das informações ou provas apresentadas pelo colaborador, de boa-fé, para qualquer outra 
finalidade. 
 
 
Art. 3º-C. A proposta de colaboração premiada deve estar instruída com procuração do interessado com 
poderes específicos para iniciar o procedimento de colaboração e suas tratativas, ou firmada pessoalmente pela 
parte que pretende a colaboração e seu advogado ou defensor público. 
 
§ 1º Nenhuma tratativa sobre colaboração premiada deve ser realizada sem a presença de advogado 
constituído ou defensor público. 
 
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/L8666cons.htm#art61
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/L8666cons.htm#art61
9 
 
§ 2º Em caso de eventual conflito de interesses, ou de colaborador hipossuficiente, o celebrante deverá solicitar 
a presença de outro advogado ou a participação de defensor público. 
 
§ 3º No acordo de colaboração premiada, o colaborador deve narrar todos os fatos ilícitos para os quais 
concorreu e que tenham relação direta com os fatos investigados. 
 
§ 4º Incumbe à defesa instruir a proposta de colaboração e os anexos com os fatos adequadamente descritos, 
com todas as suas circunstâncias, indicando as provas e os elementos de corroboração. 
 
Seção I 
Da Colaboração Premiada 
Art. 4o O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder o perdão judicial, REDUZIR em até 2/3 (dois terços) a 
pena privativa de liberdade OU substituí-la por restritiva de direitos daquele que tenha colaborado efetiva e 
VOLUNTARIAMENTE com a investigação e com o processo criminal, desde que dessa colaboração advenha um ou 
mais dos seguintes resultados: 
I - a identificação dos demais coautores e partícipes da organização criminosa e das infrações penais por eles 
praticadas; 
II - a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da organização criminosa; 
III - a prevenção de infrações penais decorrentes das atividades da organização criminosa; 
IV - a recuperação total ou parcial do produto ou do proveito das infrações penais praticadas pela organização 
criminosa; 
V - a localização de eventual vítima com a sua integridade física preservada. 
 
COLABORAÇÃO PREMIADA NA LEI DE ORCRIM 
Requisitos 
(um ou mais) 
- Identificação dos demais coautores e partícipes da organização criminosa e das 
infrações penais por eles praticadas; 
 
- Revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da organização 
criminosa; 
 
- Prevenção de infrações penais decorrentes das atividades da organização 
criminosa; 
 
- Recuperação total ou parcial do produto ou do proveito das infrações penais 
praticadas pela organização criminosa; 
 
- Localização de eventual vítima com a sua integridade física preservada. 
Colaboração - Voluntária 
Benefícios 
- Redução da pena em até 2/3; 
 
- Substituição da PPL p/ PRD; 
 
- Perdão Judicial. 
 
§ 1o Em QUALQUER CASO, a concessão do benefício levará em conta a personalidade do colaborador, a natureza, 
as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do fato criminoso e a eficácia da colaboração. 
 
A CONCESSÃO DA 
COLABORAÇÃO PREMIADA 
LEVARÁ EM CONTA: 
- personalidade do colaborador 
 
- natureza, circunstâncias, gravidade e repercussão social do fato criminoso e 
 
- eficácia da colaboração 
 
10 
 
§ 2o Considerando a relevância da colaboração prestada, o MINISTÉRIO PÚBLICO, a qualquer tempo, e o DELEGADO 
DE POLÍCIA, nos autos do inquérito policial, com a manifestação do Ministério Público, poderão requerer ou 
representar ao juiz pela concessão de PERDÃO JUDICIAL ao colaborador, ainda que esse benefício não tenha 
sido previsto na proposta inicial, aplicando-se, no que couber, o art. 28 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro 
de 1941 (Código de Processo Penal). 
 
§ 3o O prazo para oferecimento de denúncia ou o processo, relativos ao colaborador, poderá ser SUSPENSO por 
até 6 (seis) meses, PRORROGÁVEIS por igual período, até que sejam cumpridas as medidas de colaboração, 
SUSPENDENDO-SE o respectivo prazo prescricional. 
 
#PACOTEANTICRIME (Lei nº 13.964/2019) 
§ 4º Nas mesmas hipóteses do caput deste artigo, o MINISTÉRIO PÚBLICO poderá DEIXAR DE OFERECER 
DENÚNCIA se a proposta de acordo de colaboração referir-se a infração de cuja existência não tenha prévio 
conhecimento e o colaborador: (ACORDO DE IMUNIDADE OU CLÁUSULA DE NÃO DENÚNCIA) 
I - não for o líder da organização criminosa; 
II - for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos termos deste artigo. 
 
§ 4º-A. Considera-se existente o conhecimento prévio da infração quando o Ministério Público ou a autoridade 
policial competente tenha instaurado inquérito ou procedimento investigatório para apuração dos fatos 
apresentados pelo colaborador. 
 
COLABORAÇÃO PREMIADA – AUMENTO DAS HIPÓTESES DE NÃO OFERECIMENTO DA DENÚNCA 
ANTES DA LEI Nº 13.964/19 DEPOIS DA LEI Nº 13.964/19 
§ 4o Nas mesmas hipóteses do caput, o Ministério 
Público poderá deixar de oferecer denúncia se o 
colaborador: 
I - não for o líder da organização criminosa; 
II - for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos 
termos deste artigo. 
§ 4º Nas mesmas hipóteses do caput deste artigo, o 
Ministério Público poderá deixar de oferecer denúncia 
se a proposta de acordo de colaboração referir-se a 
infração de cuja existência não tenha prévio 
conhecimento e o colaborador: 
I - não for o líder da organização criminosa; 
II - for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos 
termos deste artigo. 
 
EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA 
OBRIGATORIEDADE DA 
AÇÃO PENAL PÚBLICA 
INCONDICIONADA: 
- Transação Penal (art. 76, da Lei nº 9.099/95) - chamado de princípio da 
discricionariedade regrada ou princípio da obrigatoriedade mitigada; 
 
- Colaboração Premiada na Lei de ORCRIM (art. 4º, § 4º, da Lei 12.850/13) - 
chamado de acordo de imunidade ou cláusula de não denúncia; 
 
- Acordo de Leniência (arts. 86 e 87, da Lei nº 12.529/11) - chamado de acordo 
de brandura ou doçura; 
 
- Termo de Ajustamento de Conduta - TAC; 
 
- Parcelamento do Débito Tributário (art. 83, § 2º, da Lei nº 9.430/96); 
 
- Acordo de Não Persecução Penal (art. 28-A, CP). #PAC 
 
§ 5o Se a colaboração for POSTERIOR à sentença, a pena poderá ser REDUZIDA até a metade ou será admitida 
a progressão de regime AINDA QUE ausentes os requisitos objetivos. 
 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art28
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art28
11 
 
POSSÍVEIS BENEFÍCIOS: 
 Colaboração Antes da Sentença: 
- Redução da pena em até 2/3; 
 - Substituição da PPL p/ PRD; 
 - Perdão Judicial. 
 Colaboração Depois da Sentença: 
- Redução da pena até a metade; 
 - Progressão de regime, ainda que ausentes os requisitos objetivos. 
 Colaborador não é o líder e o primeiro a colaborar efetivamante e 
tratar-se de infração de cuja existência não tenha prévio 
conhecimento: 
- MP pode deixar de oferecer denúncia. 
 
§ 6o O juiz NÃO PARTICIPARÁdas negociações realizadas entre as partes para a formalização do acordo de 
colaboração, que ocorrerá entre o delegado de polícia, o investigado e o defensor, com a manifestação do 
Ministério Público, ou, conforme o caso, entre o Ministério Público e o investigado ou acusado e seu defensor. 
 
#INFO 
- Possibilidade de acordo de colaboração premiada ser celebrado por Delegado de Polícia. #IMPORTANTE 
O delegado de polícia pode formalizar acordos de colaboração premiada, na fase de inquérito policial, respeitadas 
as prerrogativas do Ministério Público, o qual deverá se manifestar, sem caráter vinculante, previamente à decisão 
judicial. Os §§ 2º e 6º do art. 4º da Lei nº 12.850/2013, que preveem essa possibilidade, são constitucionais e não 
ofendem a titularidade da ação penal pública conferida ao Ministério Público pela Constituição (art. 129, I). 
STF. Plenário. ADI 5508/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 20/06/18 (Info 907). 
 
#PACOTEANTICRIME (Lei nº 13.964/2019) 
§ 7º Realizado o acordo na forma do § 6º deste artigo, serão remetidos ao juiz, para análise, o respectivo termo, 
as declarações do colaborador e cópia da investigação, DEVENDO o juiz ouvir sigilosamente o colaborador, 
acompanhado de seu defensor, oportunidade em que analisará os seguintes aspectos na homologação: 
I - regularidade e legalidade; 
II - adequação dos benefícios pactuados àqueles previstos no caput e nos §§ 4º e 5º deste artigo, sendo nulas 
as cláusulas que violem o critério de definição do regime inicial de cumprimento de pena do art. 33 do Decreto-
Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), as regras de cada um dos regimes previstos no Código 
Penal e na Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução Penal) e os requisitos de progressão de regime 
não abrangidos pelo § 5º deste artigo; 
III - adequação dos resultados da colaboração aos resultados mínimos exigidos nos incisos I, II, III, IV e V 
do caput deste artigo; 
IV - voluntariedade da manifestação de vontade, especialmente nos casos em que o colaborador está ou esteve 
sob efeito de medidas cautelares. 
 
COLABORAÇÃO PREMIADA 
ANTES DA LEI Nº 13.964/19 DEPOIS DA LEI Nº 13.964/19 
§ 7o Realizado o acordo na forma do § 6o, o respectivo 
termo, acompanhado das declarações do colaborador e 
de cópia da investigação, será remetido ao juiz para 
homologação, o qual deverá verificar sua regularidade, 
legalidade e voluntariedade, podendo para este fim, 
sigilosamente, ouvir o colaborador, na presença de seu 
defensor. 
 
§ 7º Realizado o acordo na forma do § 6º deste artigo, 
serão remetidos ao juiz, para análise, o respectivo 
termo, as declarações do colaborador e cópia da 
investigação, devendo o juiz ouvir sigilosamente o 
colaborador, acompanhado de seu defensor, 
oportunidade em que analisará os seguintes 
aspectos na homologação: 
I - regularidade e legalidade; 
II - adequação dos benefícios pactuados àqueles 
previstos no caput e nos §§ 4º e 5º deste artigo, sendo 
nulas as cláusulas que violem o critério de definição do 
regime inicial de cumprimento de pena do art. 33 do 
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art33
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art33
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7210.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art33
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art33
12 
 
(Código Penal), as regras de cada um dos regimes 
previstos no Código Penal e na Lei nº 7.210, de 11 de 
julho de 1984 (Lei de Execução Penal) e os requisitos de 
progressão de regime não abrangidos pelo § 5º deste 
artigo; 
III - adequação dos resultados da colaboração aos 
resultados mínimos exigidos nos incisos I, II, III, IV e V 
do caput deste artigo; 
IV - voluntariedade da manifestação de vontade, 
especialmente nos casos em que o colaborador está ou 
esteve sob efeito de medidas cautelares. 
 
#PACOTEANTICRIME (Lei nº 13.964/2019) 
§ 7º-A O juiz ou o tribunal deve proceder à análise fundamentada do mérito da denúncia, do perdão judicial 
e das primeiras etapas de aplicação da pena, nos termos do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 
(Código Penal) e do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), antes de conceder 
os benefícios pactuados, EXCETO quando o acordo prever o não oferecimento da denúncia na forma dos §§ 
4º e 4º-A deste artigo ou já tiver sido proferida sentença. 
 
§ 7º-B. São NULAS de pleno direito as previsões de renúncia ao direito de impugnar a decisão homologatória. 
 
§ 8º O juiz poderá recusar a homologação da proposta que NÃO ATENDER aos requisitos legais, devolvendo-
a às partes para as adequações necessárias. 
 
COLABORAÇÃO PREMIADA 
ANTES DA LEI Nº 13.964/19 DEPOIS DA LEI Nº 13.964/19 
§ 8o O juiz poderá recusar homologação à proposta que 
não atender aos requisitos legais, ou adequá-la ao caso 
concreto. 
§ 8º O juiz poderá recusar a homologação da proposta 
que não atender aos requisitos legais, devolvendo-a às 
partes para as adequações necessárias. 
O juiz adequava As partes que adequam 
 
§ 9o Depois de homologado o acordo, o colaborador PODERÁ, sempre acompanhado pelo seu defensor, ser 
OUVIDO pelo membro do Ministério Público ou pelo delegado de polícia responsável pelas investigações. 
 
§ 10. As partes podem RETRATAR-SE da proposta, caso em que as provas autoincriminatórias produzidas pelo 
colaborador não poderão ser utilizadas EXCLUSIVAMENTE em seu desfavor. 
 
#PACOTEANTICRIME (Lei nº 13.964/2019) 
§ 10-A Em todas as fases do processo, deve-se garantir ao réu delatado a oportunidade de manifestar-se após 
o decurso do prazo concedido ao réu que o delatou. 
 
§ 11. A sentença apreciará os termos do acordo homologado e sua eficácia. 
 
#INFO 
- Diversos aspectos relacionados com a homologação do acordo. 
- Natureza jurídica do acordo de colaboração premiada 
A colaboração premiada é um negócio jurídico processual entre o Ministério Público e o colaborador, sendo 
vedada a participação do magistrado na celebração do ajuste entre as partes. 
- Papel do Poder Judiciário no acordo de colaboração premiada 
A colaboração é um meio de obtenção de prova cuja iniciativa não se submete à reserva de jurisdição (não exige 
autorização judicial), diferentemente do que ocorre nas interceptações telefônicas ou na quebra de sigilo bancário 
ou fiscal. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art33
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7210.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7210.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm
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Nesse sentido, as tratativas e a celebração da avença são mantidas exclusivamente entre o Ministério Público e o 
pretenso colaborador. 
O Poder Judiciário é convocado ao final dos atos negociais apenas para aferir os requisitos legais de existência e 
validade, com a indispensável homologação. 
- Natureza da decisão que homologa o acordo de colaboração premiada 
A decisão do magistrado que homologa o acordo de colaboração premiada não julga o mérito da pretensão 
acusatória, mas apenas resolve uma questão incidente. Por isso, esta decisão tem natureza meramente 
homologatória, limitando-se ao pronunciamento sobre a regularidade, legalidade e voluntariedade do acordo (art. 
4º, § 7º, da Lei nº 12.850/2013). 
O juiz, ao homologar o acordo de colaboração, não emite juízo de valor a respeito das declarações eventualmente 
prestadas pelo colaborador à autoridade policial ou ao Ministério Público, nem confere o signo da idoneidade a 
seus depoimentos posteriores. 
A análise se as declarações do colaborador são verdadeiras ou se elas se confirmaram com as provas produzidas 
será feita apenas nomomento do julgamento do processo, ou seja, na sentença (ou acórdão), conforme previsto 
no § 11 do art. 4º da Lei. 
- Na decisão homologatória, magistrado examina se as cláusulas contratuais ofendem manifestamente o 
ordenamento jurídico 
No ato de homologação da colaboração premiada, não cabe ao magistrado, de forma antecipada e extemporânea, 
tecer juízo de valor sobre o conteúdo das cláusulas avençadas, exceto nos casos de flagrante ofensa ao 
ordenamento jurídico vigente. 
Ex.: o Relator poderá excluir ao acordo a cláusula que limite o acesso à justiça, por violar o art. 5º, XXXV, da CF/88. 
Neste momento, o Relator não realiza qualquer controle de mérito, limitando-se aos aspectos formais e legais do 
acordo. 
- Em caso colaboração premiada envolvendo investigados ou réus com foro no Tribunal, qual é o papel do 
Relator? 
É atribuição do Relator homologar, monocraticamente, o acordo de colaboração premiada, analisando apenas a 
sua regularidade, legalidade e voluntariedade, nos termos do art. 4º, § 7º da Lei nº 12.850/2013: 
§ 7º Realizado o acordo na forma do § 6º, o respectivo termo, acompanhado das declarações do colaborador e de 
cópia da investigação, será remetido ao juiz para homologação, o qual deverá verificar sua regularidade, legalidade 
e voluntariedade, podendo para este fim, sigilosamente, ouvir o colaborador, na presença de seu defensor. 
Não há qualquer óbice à homologação do respectivo acordo mediante decisão monocrática. 
O art. 21, I e II, do RISTF confere ao Ministro Relator no STF poderes instrutórios para ordenar, de forma singular, 
a realização de quaisquer meios de obtenção de provas. 
- Em caso colaboração premiada envolvendo investigados ou réus com foro no Tribunal, qual é o papel do 
órgão colegiado? 
Compete ao órgão colegiado, em decisão final de mérito, avaliar o cumprimento dos termos do acordo 
homologado e a sua eficácia, conforme previsto no art. 4º, § 11 da Lei nº 12.850/2013: 
§ 11. A sentença apreciará os termos do acordo homologado e sua eficácia. 
Assim, é possível que o órgão julgador, no momento da sentença ou acórdão, ou seja, após a conclusão da 
instrução probatória, avalie se os termos da colaboração foram cumpridos e se os resultados concretos foram 
atingidos, o que definirá a sua eficácia. 
- Acordo de colaboração homologado pelo Relator deve, em regra, produzir seus efeitos, salvo se presente 
hipótese de anulabilidade 
O acordo de colaboração devidamente homologado individualmente pelo relator deve, em regra, produzir seus 
efeitos diante do cumprimento dos deveres assumidos pelo colaborador. 
Vale ressaltar, no entanto, que o órgão colegiado detém a possibilidade de analisar fatos supervenientes ou de 
conhecimento posterior que firam a legalidade do acordo, nos termos do § 4º do art. 966 do CPC/2015: 
§ 4º Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros participantes do processo e 
homologados pelo juízo, bem como os atos homologatórios praticados no curso da execução, estão sujeitos à 
anulação, nos termos da lei. 
- Direitos do colaborador somente serão assegurados se ele cumprir seus deveres 
O direito subjetivo do colaborador nasce e se perfectibiliza na exata medida em que ele cumpre seus deveres. 
Assim, o cumprimento dos deveres pelo colaborador é condição sine qua non para que ele possa gozar dos direitos 
decorrentes do acordo. 
14 
 
Por isso diz-se que o acordo homologado como regular, voluntário e legal gera vinculação condicionada ao 
cumprimento dos deveres assumidos pela colaboração, salvo ilegalidade superveniente apta a justificar nulidade 
ou anulação do negócio jurídico. 
STF. Plenário. Pet 7074/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 21, 22, 28 e 29/6/2017 (Info 870). 
 
§ 12. AINDA QUE beneficiado por perdão judicial ou não denunciado, o colaborador PODERÁ ser ouvido em 
juízo a requerimento das partes ou por iniciativa da autoridade judicial. 
 
#PACOTEANTICRIME (Lei nº 13.964/2019) 
§ 13. O registro das tratativas e dos atos de colaboração DEVERÁ ser feito pelos meios ou recursos de 
gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, destinados a obter maior 
fidelidade das informações, garantindo-se a disponibilização de cópia do material ao colaborador. 
 
COLABORAÇÃO PREMIADA 
ANTES DA LEI Nº 13.964/19 DEPOIS DA LEI Nº 13.964/19 
§ 13. Sempre que possível, o registro dos atos de 
colaboração será feito pelos meios ou recursos de 
gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica 
similar, inclusive audiovisual, destinados a obter maior 
fidelidade das informações. 
 
§ 13. O registro das tratativas e dos atos de 
colaboração deverá ser feito pelos meios ou recursos 
de gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica 
similar, inclusive audiovisual, destinados a obter maior 
fidelidade das informações, garantindo-se a 
disponibilização de cópia do material ao 
colaborador. 
 
#INFO 
- Forma de registro das declarações do colaborador premiado. 
Não existe obrigatoriedade legal absoluta de que as declarações do colaborador premiado sejam registradas em 
meio audiovisual. O § 13 do art. 4º da Lei 12.850/13 prevê que "sempre que possível, o registro dos atos de 
colaboração será feito pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, 
inclusive audiovisual, destinados a obter maior fidelidade das informações". Desse modo, existe sim uma 
recomendação da Lei no sentido de que as declarações sejam registradas em meio audiovisual, mas isso não é 
uma obrigação legal absoluta a ponto de gerar nulidade pelo simples fato de o registro não ter sido feito dessa 
forma. 
STF. Plenário. Inq 4146/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, j. 22/6/16 (Info 831). 
 
Obs.: Julgado anterior ao pacote anticrime. Tudo indica que esse julgado está superado. #CUIDADO 
 
§ 14. Nos depoimentos que prestar, o colaborador RENUNCIARÁ, na presença de seu defensor, ao direito ao 
silêncio e estará sujeito ao compromisso legal de dizer a verdade. 
 
§ 15. Em TODOS OS ATOS de negociação, confirmação e execução da colaboração, o colaborador DEVERÁ estar 
assistido por defensor. 
 
#PACOTEANTICRIME (Lei nº 13.964/2019) 
§ 16. Nenhuma das seguintes medidas será decretada ou proferida com fundamento APENAS nas declarações 
do colaborador: 
I - medidas cautelares reais ou pessoais; 
II - recebimento de denúncia ou queixa-crime; 
III - sentença condenatória. 
 
COLABORAÇÃO PREMIADA 
ANTES DA LEI Nº 13.964/19 DEPOIS DA LEI Nº 13.964/19 
§ 16. Nenhuma sentença condenatória será proferida 
com fundamento apenas nas declarações de agente 
colaborador. 
§ 16. Nenhuma das seguintes medidas será decretada 
ou proferida com fundamento apenas nas declarações 
do colaborador: 
15 
 
 I - medidas cautelares reais ou pessoais; 
II - recebimento de denúncia ou queixa-crime; 
III - sentença condenatória. 
 
#PACOTEANTICRIME (Lei nº 13.964/2019) 
§ 17. O acordo homologado poderá ser RESCINDIDO em caso de omissão dolosa sobre os fatos objeto da 
colaboração. 
 
§ 18. O acordo de colaboração premiada pressupõe que o colaborador cesse o envolvimento em conduta ilícita 
relacionada ao objeto da colaboração, sob pena de RESCISÃO. 
 
 
Art. 5o São DIREITOS do colaborador: 
I - usufruir das medidas de proteção previstas na legislação específica; 
II - ter nome, qualificação, imagem e demais informações pessoais preservados; 
III - ser conduzido, em juízo, separadamente dos demais coautores e partícipes; 
IV - participar das audiências sem contato visual com os outros acusados; 
V - não ter sua identidade revelada pelos meios de comunicação, nem ser fotografado ou filmado, sem sua prévia 
autorização por escrito; 
#PACOTEANTICRIME (Lei nº 13.964/2019) 
VI - cumprir pena ou prisão cautelar em estabelecimento penal diverso dos demais corréus ou condenados. 
 
COLABORAÇÃO PREMIADA 
ANTES DA LEI Nº 13.964/19 DEPOIS DA LEI Nº 13.964/19Art. 5º (...) 
VI - cumprir pena em estabelecimento penal diverso dos 
demais corréus ou condenados. 
Art. 5º (...) 
VI - cumprir pena ou prisão cautelar em 
estabelecimento penal diverso dos demais corréus ou 
condenados. 
 
 
Art. 6o O termo de acordo da colaboração premiada DEVERÁ ser feito por escrito e conter: 
I - o relato da colaboração e seus possíveis resultados; 
II - as condições da proposta do Ministério Público ou do delegado de polícia; 
III - a declaração de aceitação do colaborador e de seu defensor; 
IV - as assinaturas do representante do Ministério Público ou do delegado de polícia, do colaborador e de seu 
defensor; 
V - a especificação das medidas de proteção ao colaborador e à sua família, quando necessário. 
 
 
Art. 7o O pedido de homologação do acordo será sigilosamente distribuído, contendo apenas informações que 
não possam identificar o colaborador e o seu objeto. 
 
§ 1o As informações pormenorizadas da colaboração serão dirigidas diretamente ao juiz a que recair a 
distribuição, que decidirá no prazo de 48 (quarenta e oito) horas. 
 
Prazo p/ juiz decidir sobre a COLABORAÇÃO Prazo p/ juiz decidir sobre a INFILTRAÇÃO 
48h 24h 
 
§ 2o O acesso aos autos será RESTRITO ao juiz, ao Ministério Público e ao delegado de polícia, como forma de 
garantir o êxito das investigações, assegurando-se ao defensor, no interesse do representado, amplo acesso aos 
elementos de prova que digam respeito ao exercício do direito de defesa, DEVIDAMENTE PRECEDIDO DE 
AUTORIZAÇÃO JUDICIAL, RESSALVADOS os referentes às diligências em andamento. 
 
16 
 
#INFO 
- O delatado tem o direito de acesso aos termos de colaboração premiada que mencionem seu nome, desde 
que já tenham sido juntados aos autos e não prejudiquem diligências em andamento. 
O delatado possui o direito de ter acesso às declarações prestadas pelos colaboradores que o incriminem, desde 
que já documentadas e que não se refiram à diligência em andamento que possa ser prejudicada. 
STF. 2ª Turma. Rcl 30742 AgR/SP, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 4/2/2020 (Info 965). 
 
- Negativa de que o réu tenha acesso a termos de declaração prestados por colaborador premiado e que 
não digam respeito aos fatos imputados ao acusado. 
Não viola o entendimento da SV 14-STF a decisão do juiz que nega a réu denunciado com base em um acordo de 
colaboração premiada o acesso a outros termos de declarações que não digam respeito aos fatos pelos quais ele 
está sendo acusado, especialmente se tais declarações ainda estão sendo investigadas, situação na qual existe 
previsão de sigilo, nos termos do art. 7º da Lei nº 12.850/2013. 
STF. 2ª Turma. Rcl 22009 AgR/PR, rel. Min. Teori Zavascki, j. 16/2/16 (Info 814). 
 
#PACOTEANTICRIME (Lei nº 13.964/2019) 
§ 3º O acordo de colaboração premiada e os depoimentos do colaborador serão mantidos em sigilo até o 
RECEBIMENTO da denúncia ou da queixa-crime, sendo VEDADO ao magistrado decidir por sua publicidade 
em qualquer hipótese. 
 
COLABORAÇÃO PREMIADA 
ANTES DA LEI Nº 13.964/19 DEPOIS DA LEI Nº 13.964/19 
§ 3o O acordo de colaboração premiada deixa de ser 
sigiloso assim que recebida a denúncia, observado o 
disposto no art. 5o. 
§ 3º O acordo de colaboração premiada e os 
depoimentos do colaborador serão mantidos em 
sigilo até o recebimento da denúncia ou da queixa-
crime, sendo vedado ao magistrado decidir por sua 
publicidade em qualquer hipótese. 
 
#INFO 
- O § 3º do art. 7º da Lei nº 12.850/2013 prevê um limite máximo de duração do sigilo, sendo possível que 
ele seja retirado antes do recebimento da denúncia. 
O sigilo sobre o conteúdo de colaboração premiada deve perdurar, no máximo, até o recebimento da denúncia 
(art. 7º, § 3º da Lei 12.850/13). Esse dispositivo não traz uma regra de observância absoluta, mas sim um termo 
final máximo. Para que o sigilo seja mantido até o recebimento da denúncia, deve-se demonstrar a existência de 
uma necessidade concreta. Não havendo essa necessidade, deve-se garantir a publicidade do acordo. 
STF. 1ª Turma. Inq 4435 AgR/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 12/9/17 (Info 877). 
 
Obs.: Julgado anterior ao pacote anticrime. Tudo indica que esse julgado está superado. #CUIDADO 
 
 
JURISPRUDÊNCIA SOBRE COLABORAÇÃO PREMIADA (OUTROS JULGADOS) 
- A colaboração premiada, como meio de obtenção de prova, não constitui critério de determinação, de 
modificação ou de concentração da competência. 
Os elementos de informação trazidos pelo colaborador a respeito de crimes que não sejam conexos ao objeto da 
investigação primária devem receber o mesmo tratamento conferido à descoberta fortuita ou ao encontro fortuito 
de provas em outros meios de obtenção de prova, como a busca e apreensão e a interceptação telefônica. 
A colaboração premiada, como meio de obtenção de prova, não constitui critério de determinação, de modificação 
ou de concentração da competência. Assim, ainda que o agente colaborador aponte a existência de outros crimes 
e que o juízo perante o qual foram prestados seus depoimentos ou apresentadas as provas que corroborem suas 
declarações ordene a realização de diligências (interceptação telefônica, busca e apreensão etc.) para sua apuração, 
esses fatos, por si sós, não firmam sua prevenção. 
STF. 2ª Turma. HC 181978 AgR/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 10/11/2020 (Info 999). 
 
17 
 
- Terceiros que tenham sido mencionados pelos colaboradores podem obter acesso integral aos termos dos 
colaboradores desde que estejam presentes os requisitos positivo e negativo. 
A SV 14 prevê: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, 
já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, 
digam respeito ao exercício do direito de defesa. 
Terceiros que tenham sido mencionados pelos colaboradores podem obter acesso integral aos termos dos 
colaboradores para viabilizar, de forma plena e adequada, sua defesa, invocando a SV 14? 
SIM, desde que estejam presentes os requisitos positivo e negativo. 
a) Requisito positivo: o acesso deve abranger somente documentos em que o requerente é de fato mencionado 
como tendo praticado crime (o ato de colaboração deve apontar a responsabilidade criminal do requerente); e 
b) Requisito negativo: o ato de colaboração não se deve referir a diligência em andamento (devem ser excluídos 
os atos investigativos e diligências que ainda se encontram em andamento e não foram consubstanciados e 
relatados no inquérito ou na ação penal em tramitação). 
STF. 2ª Turma. Pet 7494 AgR/DF, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgado em 
19/5/2020 (Info 978). 
 
- O delatado tem o direito de acesso aos termos de colaboração premiada que mencionem seu nome, desde 
que já tenham sido juntados aos autos e não prejudiquem diligências em andamento. 
O delatado possui o direito de ter acesso às declarações prestadas pelos colaboradores que o incriminem, desde 
que já documentadas e que não se refiram à diligência em andamento que possa ser prejudicada. 
STF. 2ª Turma. Rcl 30742 AgR/SP, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 4/2/2020 (Info 965). 
 
- Negativa de que o réu tenha acesso a termos de declaração prestados por colaborador premiado e que 
não digam respeito aos fatos imputados ao acusado. 
Não viola o entendimento da SV 14-STF a decisão do juiz que nega a réu denunciado com base em um acordo de 
colaboração premiada o acesso a outros termos de declarações que não digam respeito aos fatos pelos quais ele 
está sendo acusado, especialmente se tais declarações ainda estão sendo investigadas, situação na qual existe 
previsão de sigilo, nos termos do art. 7º da Lei nº 12.850/2013. 
STF. 2ª Turma. Rcl 22009 AgR/PR, rel. Min. Teori Zavascki, j. 16/2/16 (Info 814). 
 
- O advogado do réu delatado deverá, obrigatoriamente, estar presente no interrogatório docorréu delator. 
O advogado de um réu deverá, obrigatoriamente, estar presente no interrogatório do corréu que com ele responde 
o mesmo processo criminal? 
REGRA: Não. A presença da defesa técnica é imprescindível durante o interrogatório do réu por ela representado, 
não quanto aos demais. Assim, é obrigatória a presença do advogado no interrogatório do seu cliente. No 
interrogatório dos demais réus, essa presença é, em regra, facultativa. 
EXCEÇÃO: Se o interrogatório é de um corréu delator, a presença do advogado dos réus delatados é indispensável. 
Neste caso, deve-se exigir a presença dos advogados dos réus delatados, pois, na colaboração premiada, o delator 
adere à acusação em troca de um benefício acordado entre as partes e homologado pelo julgador natural. 
Normalmente, o delator presta contribuições à persecução penal incriminando eventuais corréus, razão pela qual 
seus advogados devem acompanhar o ato. 
Se o advogado do corréu não comparece ao interrogatório do réu delator, haverá nulidade? 
Depende: 
• Se o corréu foi delatado no interrogatório e seu advogado não compareceu: sim, haverá nulidade. 
• Se o corréu não foi delatado no interrogatório: não. Isso porque não houve prejuízo. 
STF. 2ª Turma. AO 2093/RN, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 3/9/2019 (Info 955). 
 
- Em ação penal envolvendo réus colaborares e não colaboradores, o réu delatado tem o direito de 
apresentar suas alegações finais somente após o réu que firmou acordo de colaboração premiada. 
O réu delatado tem o direito de apresentar suas alegações finais somente após o réu delator. 
Os réus colaboradores não podem se manifestar por último (ou no mesmo prazo dos réus delatados) porque as 
informações trazidas por eles possuem uma carga acusatória. 
O direito fundamental ao contraditório e à ampla defesa deve permear todo o processo legal, garantindo-se 
sempre a possibilidade de a defesa se manifestar depois do agente acusador. Vale ressaltar que pouco importa a 
18 
 
qualificação jurídica do agente acusador: Ministério Público ou corréu colaborador. Se é um “agente acusador”, a 
defesa deve falar depois dele. 
Ao se permitir que os réus colaboradores falem por último (ou simultaneamente com os réus delatados), há uma 
inversão processual que ocasiona sério prejuízo ao delatado, tendo em vista que ele não terá oportunidade de 
repelir os argumentos eventualmente incriminatórios trazidos pelo réu delator ou para reforçar os favoráveis à sua 
defesa. 
Permitir o oferecimento de memoriais escritos de réus colaboradores, de forma simultânea ou depois da defesa – 
sobretudo no caso de utilização desse meio de prova para prolação da condenação –, compromete o pleno 
exercício do contraditório, que pressupõe o direito de a defesa falar por último, a fim de poder reagir às 
manifestações acusatórias. 
STF. 2ª Turma. HC 157627 AgR/PR, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Ricardo Lewandowski, 
julgado em 27/8/2019 (Info 949). 
 
- Cabe habeas corpus para questionar a decisão do magistrado que não permite que os réus delatados 
apresentem alegações finais somente após os réus colaboradores. 
Cabe habeas corpus mesmo nas hipóteses que não envolvem risco imediato de prisão, como na análise da licitude 
de determinada prova ou no pedido para que a defesa apresente por último as alegações finais, se houver a 
possibilidade de condenação do paciente. Isso porque neste caso a discussão envolve liberdade de ir e vir. 
STF. 2ª Turma. HC 157627 AgR/PR, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Ricardo Lewandowski, 
julgado em 27/8/2019 (Info 949). 
 
- Poder Judiciário não pode obrigar o Ministério Público a celebrar o acordo de colaboração premiada. 
Não existe direito líquido e certo a compelir o Ministério Público à celebração do acordo de delação premiada, 
diante das características desse tipo de acordo e considerando a necessidade de distanciamento que o Estado-juiz 
deve manter durante o cenário investigado e a fase de negociação entre as partes do cenário investigativo. 
O acordo de colaboração premiada, além de meio de obtenção de prova, constitui-se em um negócio jurídico 
processual personalíssimo, cuja conveniência e oportunidade estão submetidos à discricionariedade regrada do 
Ministério Público e não se submetem ao escrutínio do Estado-juiz. Em outras palavras, trata-se de ato voluntário, 
insuscetível de imposição judicial. 
Vale ressaltar, no entanto, que o ato do membro do Ministério Público que se nega à realização do acordo deve 
ser devidamente motivado. Essa recusa pode ser objeto de controle por órgão superior no âmbito do Ministério 
Público (Procurador-Geral de Justiça ou Comissão de Coordenação e Revisão), por aplicação analógica do art. 28 
do CPP (art. 62, IV, da LC 75/93). 
Mesmo sem ter assinado o acordo, o acusado pode colaborar fornecendo as informações e provas que possuir. 
Ao final, na sentença, o juiz irá analisar esse comportamento processual e poderá conceder benefício ao acusado 
mesmo sem que tenha havido a prévia celebração e homologação do acordo de colaboração premiada. Dito de 
outro modo, o acusado pode receber a sanção premial mesmo sem a celebração do acordo caso o magistrado 
entenda que sua colaboração foi eficaz. 
STF. 2ª Turma. MS 35693 AgR/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 28/5/2019 (Info 942). 
 
- Não há óbice ao compartilhamento de delação premiada, desde que haja delimitação dos fatos. 
É possível o compartilhamento, para outros órgãos e autoridades públicas, das provas obtidas no acordo de 
colaboração premiada, desde que sejam respeitados os limites estabelecidos no acordo em relação ao 
colaborador. 
Assim, por exemplo, se um indivíduo celebra acordo de colaboração premiada com o MP aceitando fornecer 
provas contra si, estas provas somente poderão ser utilizadas para as sanções que foram ajustadas no acordo. 
STF. 2ª Turma. PET 7065/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 30/10/2018 (Info 922). 
Ainda que remetido a outros órgãos do Poder Judiciário para apuração dos fatos delatados, o juízo que 
homologou o acordo de colaboração premiada continua sendo competente para analisar os pedidos de 
compartilhamento dos termos de depoimentos prestados no âmbito da colaboração. 
STF. 2ª Turma. PET 7065/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 30/10/2018 (Info 922). 
 
 
19 
 
- Competência para homologação do acordo de colaboração premiada se o delatado tiver foro por 
prerrogativa de função. 
Se a delação do colaborador mencionar fatos criminosos que teriam sido praticados por autoridade (ex.: 
Governador) e que teriam que ser julgados por foro privativo (ex.: STJ), este acordo de colaboração deverá, 
obrigatoriamente, ser celebrado pelo Ministério Público respectivo (PGR), com homologação pelo Tribunal 
competente (STJ). 
Assim, se os fatos delatados tiverem que ser julgados originariamente por um Tribunal (foro por prerrogativa de 
função), o próprio acordo de colaboração premiada deverá ser homologado por este respectivo Tribunal, mesmo 
que o delator não tenha foro privilegiado. 
A delação de autoridade com prerrogativa de foro atrai a competência do respectivo Tribunal para a respectiva 
homologação e, em consequência, do órgão do Ministério Público que atua perante a Corte. 
Se o delator ou se o delatado tiverem foro por prerrogativa de função, a homologação da colaboração premiada 
será de competência do respectivo Tribunal. 
STF. 2ª Turma. HC 151605/PR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 20/3/2018 (Info 895). 
 
- Análise da legitimidade do delatado para impugnar o acordo de colaboração premiada. 
Em regra, o delatado não tem legitimidade para impugnar o acordo de colaboração premiada. Assim, em regra, a 
pessoa que foi delatada não poderá impetrar um habeas corpus alegando que esse acordo possui algum vício. 
Isso porque se trata de negócio jurídico personalíssimo. 
Esse entendimento, contudo, não se aplica em caso de homologaçãosem respeito à prerrogativa de foro. 
Desse modo, é possível que o delatado questione o acordo se a impugnação estiver relacionada com as regras 
constitucionais de prerrogativa de foro. Em outras palavras, se o delatado for uma autoridade com foro por 
prerrogativa de função e, apesar disso, o acordo tiver sido homologado em 1ª instância, será permitido que ele 
impugne essa homologação alegando usurpação de competência. 
Regra: delatado não tem legitimidade para impugnar acordo de colaboração premiada; 
Exceção: nas hipóteses em que tenha havido homologação da colaboração premiada sem respeito à prerrogativa 
de foro. 
STF. 2ª Turma. HC 151605/PR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 20/3/2018 (Info 895). 
 
- Descumprimento de colaboração premiada não justifica, por si só, prisão preventiva. 
Não se pode decretar a prisão preventiva do acusado pelo simples fato de ele ter descumprido acordo de 
colaboração premiada. 
Não há, sob o ponto de vista jurídico, relação direta entre a prisão preventiva e o acordo de colaboração premiada. 
Tampouco há previsão de que, em decorrência do descumprimento do acordo, seja restabelecida prisão preventiva 
anteriormente revogada. 
Por essa razão, o descumprimento do que foi acordado não justifica a decretação de nova custódia cautelar. 
É necessário verificar, no caso concreto, a presença dos requisitos da prisão preventiva, não podendo o decreto 
prisional ter como fundamento apenas a quebra do acordo. 
STF. 1ª Turmá. HC 138207/PR, Rel. Min. Edson Fáchin, julgádo em 25/4/2017 (Info 862). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
COLABORAÇÃO PREMIADA 
PREVISÃO LEGAL COLABORAÇÃO REQUISITOS BENEFÍCIOS 
Assoc. Crim. p/ Hediondos e 
TTT 
(Lei 8.072/90 - art. 8°, p. ú.) 
Voluntária 
Desmantelamento da 
associação criminosa 
Redução da pena 
(1/3 a 2/3) 
 Extorsão Mediante Sequestro 
(CP - art. 159, § 4°) 
Voluntária Libertação do sequestrado 
Redução da pena 
(1/3 a 2/3) 
Crimes contra o SFN 
(Lei 7.492/86 - art. 25, § 2°) 
Espontânea 
Revelação de toda trama 
delituosa 
Redução da pena 
(1/3 a 2/3) 
Crimes contra a ordem 
Tributária 
(Lei 8.137/90 - art. 16, p. ú.) 
Espontânea 
Revelação de toda trama 
delituosa 
Redução da pena 
(1/3 a 2/3) 
Crimes contra a ordem 
Econômica e demais crimes 
diretamente relacionados com 
a prática de Cartel 
(Lei 12.529/11 - arts. 86 e 87, p. 
ú.) 
Voluntária 
- Identificação dos demais 
envolvidos na infração; e 
- Obtenção de informações e 
documentos que comprovem 
a infração noticiada ou sob 
investigação. 
Acordo de Leniência, 
Brandura ou Doçura 
*Suspensão do prazo 
prescricional e 
*Impede o oferecimento 
da denúncia em relação 
ao agente beneficiário 
 
**cumprido o acordo, 
extingue a punibilidade) 
Lavagem de Dinheiro 
(Lei 9.613/98 - art. 1°, § 5°) 
Espontânea 
- Apuração das infrações 
penais; 
- Identificação dos autores, 
coautores e partícipes; e 
- Localização dos bens, 
direitos ou valores objeto do 
crime. 
*Redução da pena 
(1/3 a 2/3) 
*Pena ser cumprida em 
regime aberto ou 
semiaberto 
*Perdão judicial 
*Substituição por 
restritiva de direitos 
Proteção de Vítimas e 
Testemunhas 
(Lei 9.807/99 - arts. 13 e 14) 
 
Voluntária 
- Identificação dos demais 
coautores ou partícipes da 
ação criminosa; 
- Localização da vítima com a 
sua integridade física 
preservada; e 
- Recuperação total ou 
parcial do produto do crime. 
*Perdão judicial 
(primário e requisitos 
subjetivos do p. ú. do 
art. 13); 
*Redução da pena 
(1/3 a 2/3) 
(primário ou reincidente 
e sem requisitos 
subjetivos do p. ú. do 
art. 13) 
Lei de Drogas 
(Lei 11.343/06 - art. 41) 
Voluntária 
- Identificação dos demais 
coautores ou partícipes; e 
- Recuperação total ou 
parcial do produto do crime. 
Redução da pena 
(1/3 a 2/3) 
Organizações Criminosas 
(Lei 12.850/13 - art. 4°, caput e § 
5°) 
Voluntária 
- Identificação dos demais 
coautores e partícipes da OC 
e das infrações penais por 
eles praticadas; 
- Revelação da estrutura 
hierárquica e divisão de 
tarefas da OC; 
Colaboração Antes da 
Sentença: 
*Redução da Pena 
(até 2/3) 
*Perdão Judicial 
*Substituição por 
restritiva de direitos 
21 
 
- Prevenção de infrações 
penais decorrentes das 
atividades da OC; 
- Recuperação total ou 
parcial do produto ou do 
proveito das infrações penais 
praticadas pela OC; 
- Localização de eventual 
vítima com integridade física 
preservada. 
Colaboração Depois da 
Sentença: 
*Redução da pena 
(até a metade) 
*Progressão de regime, 
ainda que ausentes os 
requisitos objetivos 
 
Seção II 
Da Ação Controlada 
Obs.: Também conhecido como flagrante prorrogado, retardado, postergado, protelado, estratégico ou 
diferido. 
 
Art. 8o Consiste a AÇÃO CONTROLADA em retardar a intervenção POLICIAL ou ADMINISTRATIVA relativa à 
ação praticada por organização criminosa ou a ela vinculada, desde que mantida sob observação e 
acompanhamento para que a medida legal se concretize no momento mais eficaz à formação de provas e 
obtenção de informações. 
 
§ 1o O retardamento da intervenção policial ou administrativa será PREVIAMENTE COMUNICADO ao juiz 
competente que, se for o caso, ESTABELECERÁ os seus limites e COMUNICARÁ ao Ministério Público. 
 
AÇÃO CONTROLADA – NECESSIDADE DE AUTORIZAÇÃO JUDICIAL 
Lei de Organizações Criminosas NÃO - apenas prévia comunicação (art. 8º, § 1º) 
Lei de Drogas SIM (art. 52, II) 
Lei de Lavagem de Dinheiro SIM (art. 4º-B) 
 
#INFO 
- Ação controlada do art. 8º, § 1º da Lei nº 12.850/2013 exige apenas comunicação prévia (e não autorização 
judicial). 
A ação controlada prevista no § 1º do art. 8º da Lei nº 12.850/2013 independe de autorização, bastando sua 
comunicação prévia à autoridade judicial. 
STJ. 6ª Turma. HC 512.290-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 18/08/2020 (Info 677). 
 
§ 2o A comunicação será sigilosamente distribuída de forma a não conter informações que possam indicar a 
operação a ser efetuada. 
 
§ 3o Até o encerramento da diligência, o acesso aos autos será RESTRITO ao juiz, ao Ministério Público e ao 
delegado de polícia, como forma de garantir o êxito das investigações. 
 
§ 4o Ao término da diligência, elaborar-se-á auto circunstanciado acerca da ação controlada. 
 
 
Art. 9o Se a ação controlada envolver transposição de fronteiras, o retardamento da intervenção policial ou 
administrativa SOMENTE poderá ocorrer com a cooperação das autoridades dos países que figurem como 
provável itinerário ou destino do investigado, de modo a reduzir os riscos de fuga e extravio do produto, objeto, 
instrumento ou proveito do crime. 
 
 
 
22 
 
Seção III 
Da Infiltração de Agentes 
 
INFILTRAÇÃO DE AGENTES 
Lei de Drogas 
(art. 53, I) 
Lei de Organizações 
Criminosas 
(arts. 10 a 14) 
ECA 
(arts. 190-A a 190-E) 
Lei de Lavagem de 
Dinheiro 
(art. 1º, § 6º) 
#PAC 
• Crimes: Tráfico de 
drogas 
• Crimes: Organizações 
criminosas 
• Crimes: ECA: arts. 240, 
241, 241-A, 241-B, 241-C e 
241-D; CP: arts. 154-A, 217-
A, 218, 218-A e 218-B 
• Crimes: Lavagem de 
dinheiro 
• Não prevê prazo 
máximo 
• Prazo: 6 meses 
(podendo ser sucessivamente 
prorrogada) 
• Prazo: 90 dias 
(sendo permitidas 
renovações, mas o prazo 
total da infiltração não 
poderá exceder 720 dias) 
• Não prevê prazo 
máximo 
• Não disciplina 
procedimento a ser 
adotado 
• Só poderá ser adotada se a 
prova não puder ser 
produzida por outros meios 
disponíveis (ultima ratio) 
• Só poderá ser adotada se a 
prova não puder ser 
produzida por outros meios 
disponíveis (ultima ratio) 
• Não disciplina 
procedimento a ser 
adotado 
– 
É cabível a infração policial 
virtual 
(incluído pelo #PAC) 
• A infiltração de agentes 
ocorre apenas na internet 
– 
 
Art. 10. A INFILTRAÇÃO DE AGENTES DE POLÍCIA em tarefas de investigação, representada pelo DELEGADO DEPOLÍCIA ou requerida pelo MINISTÉRIO PÚBLICO, após manifestação técnica do delegado de polícia quando 
solicitada no curso de inquérito policial, será precedida de circunstanciada, motivada e sigilosa AUTORIZAÇÃO 
JUDICIAL, que estabelecerá seus limites. 
 
§ 1o Na hipótese de representação do delegado de polícia, o juiz competente, antes de decidir, OUVIRÁ o 
Ministério Público. 
 
§ 2o Será admitida a infiltração se houver indícios de infração penal de que trata o art. 1o e se a prova NÃO 
PUDER SER produzida por outros meios disponíveis. (ULTIMA RATIO) 
 
§ 3o A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 (seis) meses, sem prejuízo de eventuais renovações, desde 
que comprovada sua necessidade. 
 
AGENTE INFILTRADO – CLASSIFICAÇÃO 
QUANTO À 
DURAÇÃO 
Light Cover 
Espécie de infiltração mais branda, que não demora mais de 6 (seis) 
meses, esta modalidade não demanda inserção contínua e permanente, 
nem tampouco mudança de identidade ou perda de contato significativo 
com a família, sendo que, a depender do caso concreto, pode se resumir a 
um único encontro para o recolhimento de elementos de informação acerca 
das atividades ilícitas desenvolvidas pela organização criminosa. 
Deep Cover 
Espécie de infiltrações mais longa, que se prolongam por mais de 6 (seis) 
meses, necessitando de uma imersão mais profunda e complexa no seio 
da organização criminosa. Por exigir um detalhamento mais abrangente, 
esta espécie de infiltração geralmente é feita com a mudança de identidade 
por parte do policial infiltrado, assim como perda significativa do contato 
com sua entidade familiar. 
23 
 
QUANTO À 
MANEIRA 
Preventiva 
O agente apenas se infiltra para acompanhar o que acontece, sem adotar 
nenhuma postura ativa, com a finalidade precípua de intervir no momento 
da ação policial global que for intentada para o desmantelamento da 
organização. 
Repressiva 
O agente atua efetivamente na organização, cometendo condutas ilícitas 
inerentes à organização de que momentaneamente faz parte. 
 
§ 4o Findo o prazo previsto no § 3º, o relatório circunstanciado será apresentado ao juiz competente, que 
IMEDIATAMENTE cientificará o Ministério Público. 
 
§ 5o No curso do inquérito policial, o delegado de polícia poderá determinar aos seus agentes, e o Ministério 
Público poderá requisitar, a qualquer tempo, relatório da atividade de infiltração. 
 
 
#PACOTEANTICRIME (Lei nº 13.964/2019) 
Art. 10-A. Será admitida a ação de AGENTES DE POLÍCIA INFILTRADOS VIRTUAIS, obedecidos os requisitos 
do caput do art. 10, na internet, com o fim de investigar os crimes previstos nesta Lei e a eles conexos, praticados 
por organizações criminosas, desde que demonstrada sua necessidade e indicados o alcance das tarefas dos 
policiais, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas e, QUANDO POSSÍVEL, os dados de conexão ou 
cadastrais que permitam a identificação dessas pessoas. 
 
§ 1º Para efeitos do disposto nesta Lei, CONSIDERAM-SE: 
I - dados de conexão: informações referentes a hora, data, início, término, duração, endereço de Protocolo de 
Internet (IP) utilizado e terminal de origem da conexão; 
II - dados cadastrais: informações referentes a nome e endereço de assinante ou de usuário registrado ou 
autenticado para a conexão a quem endereço de IP, identificação de usuário ou código de acesso tenha sido 
atribuído no momento da conexão. 
 
§ 2º Na hipótese de representação do delegado de polícia, o juiz competente, antes de decidir, OUVIRÁ o 
Ministério Público. 
 
§ 3º Será admitida a infiltração se houver indícios de infração penal de que trata o art. 1º desta Lei e se as 
provas NÃO PUDEREM SER produzidas por outros meios disponíveis. (ULTIMA RATIO) 
 
§ 4º A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 (seis) meses, sem prejuízo de eventuais renovações, 
mediante ordem judicial fundamentada e desde que o total não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja 
comprovada sua necessidade. 
 
§ 5º Findo o prazo previsto no § 4º deste artigo, o relatório circunstanciado, juntamente com todos os atos 
eletrônicos praticados durante a operação, deverão ser registrados, gravados, armazenados e apresentados 
ao juiz competente, que IMEDIATAMENTE cientificará o Ministério Público. 
 
§ 6º No curso do inquérito policial, o delegado de polícia poderá determinar aos seus agentes, e o Ministério 
Público e o juiz competente poderão requisitar, a qualquer tempo, relatório da atividade de infiltração. 
 
§ 7º É NULA a prova obtida sem a observância do disposto neste artigo. 
 
 
Art. 10-B. As informações da operação de infiltração serão encaminhadas diretamente ao juiz responsável 
pela autorização da medida, que zelará por seu sigilo. 
Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o acesso aos autos será RESERVADO ao juiz, ao Ministério 
Público e ao delegado de polícia responsável pela operação, com o objetivo de garantir o sigilo das 
investigações. 
 
24 
 
Art. 10-C. NÃO COMETE CRIME o policial que oculta a sua identidade para, por meio da internet, colher indícios 
de autoria e materialidade dos crimes previstos no art. 1º desta Lei. 
Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar de observar a estrita finalidade da investigação 
responderá pelos excessos praticados. 
 
 
Art. 10-D. Concluída a investigação, todos os atos eletrônicos praticados durante a operação deverão ser 
registrados, gravados, armazenados e encaminhados ao juiz e ao Ministério Público, juntamente com 
relatório circunstanciado. 
Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados no caput deste artigo serão reunidos em AUTOS 
APARTADOS e apensados ao processo criminal juntamente com o inquérito policial, assegurando-se a 
preservação da identidade do agente policial infiltrado e a intimidade dos envolvidos. 
 
 
INFILTRAÇÃO POLICIAL VIRTUAL 
ECA 
(Lei nº 8.069/90) 
ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS 
(Lei nº 12/850/13) 
Crimes 
ECA: arts. 240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e 
241-D; e 
CP: arts. 154-A, 217-A, 218, 218-A e 218-B 
Crimes de organização criminosas; e 
Crimes conexos 
Autorização Judicial Necessária 
Legitimados 
Delegado de Polícia 
Ministério Público 
Requisitos do 
Pedido 
a) Necessidade da medida; 
b) Alcances das tarefas dos policiais; 
c) Nome ou apelido das pessoas investigadas; e 
d) Quando possível, dados de conexão ou cadastrais que permitem a identificação 
dessas pessoas. 
Prova Subsidiária 
Ultima ratio 
Não será admitida se for possível a obtenção da prova por outro meio 
Prazo 
90 dias 
(Prorrogáveis até o limite de 720 dias) 
6 meses 
(Prorrogáveis até o limite de 720 dias) 
Excludente de 
Responsabilidade 
Penal 
Não comete crime o agente policial infiltrado. 
Obs.: se deixar de observar a estrita finalidade da investigação responderá pelos 
excessos praticados. 
 
 
Art. 11. O requerimento do Ministério Público ou a representação do delegado de polícia para a infiltração de 
agentes conterão a demonstração da necessidade da medida, o alcance das tarefas dos agentes e, QUANDO 
POSSÍVEL, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas e o local da infiltração. 
#PACOTEANTICRIME (Lei nº 13.964/2019) 
Parágrafo único. Os órgãos de registro e cadastro público poderão incluir nos bancos de dados próprios, 
mediante procedimento sigiloso e requisição da autoridade judicial, as informações necessárias à efetividade 
da identidade fictícia criada, nos casos de infiltração de agentes na internet. 
 
 
 
 
 
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Art. 12. O pedido de infiltração será sigilosamente distribuído, de forma a não conter informações que possam 
indicar a operação a ser efetivada ou identificar o agente que será infiltrado. 
 
§ 1o As informações quanto à necessidade da operação de infiltração serão dirigidas diretamente ao juiz 
competente, que decidirá no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, após manifestação do Ministério Público na 
hipótese de representação do delegado de polícia,

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