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Osteoporose: Prevenção e Tratamento

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REUMATOLOGIA Talita B. Valente 
ATM 2023A 
 1 
OSTEOPOROSE 
• É uma doença que acomete mais mulheres. 1 a cada 3 mulheres acima dos 50 anos terão uma fratura por 
osteoporose. 
• É uma desordem esquelética sistêmica caracterizada por diminuição da massa óssea. 
• Ocorre uma desorganização da microestrutura do tecido ósseo e consequente força musculoesquelética 
reduzida, que aumenta o risco de fratura. 
• Pós-menopausa pela diminuição dos níveis de estrogênio (declínio do efeito anabólico do estrogênio no osso), 
geralmente é clinicamente silenciosa até a ocorrência de fratura. 
 
PREVENÇÃO DE FRATURAS (FX) 
• A prevenção de fraturas e importante pois o tratamento em si é caro e tem muitos efeitos adversos. 
• Como fazer: 
o Avaliação pela DMO/DXA 
§ Quando os pacientes já tem próteses ou outros metais em coluna e fêmur, fazemos a DMO em 
antebraço. 
§ DMO é vital para diagnóstico e manejo da OP: 
• Predito de risco de Fx = forte correlação com resistência óssea. 
• Risco de Fx aumenta exponencialmente com a redução da DMO 
• Sempte medir coluna lombar e fêmur proximal. 
§ Recomenda-se o uso do T-score e dos padrões da OMS apenas para mulheres após a 
menopausa e para homens com idade igual ou superior a 50 anos. Em mulheres antes da 
menopausa e homens com menos de 50 anos recomenda-se a utilização do Z-score. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
o Cálculo do FRAX 
§ Estima a probabilidade em 10 anos de risco absoluto de Fx de quadril e em 10 anos de riso 
absoluto para Fx maiores osteoporóticas. 
§ Osteoporose secundária: Hipogonadismo, Imobilização prolongada, transplante de órgãos, 
DM tipo 1, Hipertireoidismo, D. Gastrointestinais, Hepatopatia crônica, DPOC. 
§ Após o cálculo da probabilidade de risco de fratura em dez anos, pode ser estabelecido o 
limiar para intervenção, baseado na análise de custo-efetividade do tratamento, utilização e 
distribuição de recursos e expectativa de vida em cada país. 
§ Ponte de corte para tratamento: Risco fratura maior por osteoporose > 20 e fratura de quadril 
> 3. 
o Avaliação do risco de queda 
 
Fumo: 
• Antecipa a menopausa em 0,8-1,7 anos. Há piora 
conforme carga tabágica e idade de início. 
• O risco reduz em 25% se cessar fumo antes da 
menopausa. 
• Fraturas pós-menopausa na bacia. 
• Homes fumantes tem maior risco de OP 
• Fumantes tem maior perda óssea e Fx vertebrais do que mulheres fumantes. 
T-score: 
a) normal: desvio-padrão de até –1,00; 
b) osteopenia: desvio-padrão compreendido entre –1,00 até –2,50; 
c) osteoporose: desvio-padrão menor ou igual a –2,50. 
 
Z-score 
a) "abaixo do estimado para a faixa etária": Z-score < –2,00; 
b) "dentro do estimado para a faixa etária": Z-score > –2,00. 
Fatores de risco clínico para fratura/FRAX: 
• Idade 
• Sexo feminino 
• IMC baixo ≤ 19 Kg/m² 
• Fratura prévia (quadril, punho e vértebra) 
• História familiar (pais) de Fx quadril 
• Tabagismo atual 
• Uso regular de Corticóide VO Ұ dose ≥ 3 meses 
• Artrite Reumatóide 
• Alcoolismo ≥ 3 doses/dia 
• Osteoporose secundária 
• DMO do colo do Fêmur baixa 
Prevenção de queda em idosos: (Reduz em 70% 
fraturas) 
• Fortalecimento de membros inferiores 
• Correção visual e distúrbios do equilíbrio 
• Retirar ou reduzir drogas psicoativas 
• Teste para tendência de quedas 
• Avaliar dificuldade para levantar-se da 
cadeira 
REUMATOLOGIA Talita B. Valente 
ATM 2023A 
 2 
Álcool: 
• Diagnosticar e trata alcoolismo. 
• Dose prejudicial ao osso (maior risco de queda): 
o Homens > 3 drinques/dia 
o Mulheres > 2 drinques/dia 
 
RAIO X DA COLUNA VERTEBRAL: 
Indicação: 
• Realizar em todos os indivíduos > 70 anos. 
• 65-70 anos - DMO / T-escore < -1,0 coluna 
ou Fe proximal. 
• Fx p/ mínimo trauma 
• Perda de altura > 4 cm (≠ atual e aos 20 anos) 
• Perda de altura > 2 cm (≠ medições recentes) 
• Uso prolongado de GC 
• Causas secundárias – OP 
• Se DXA não disponível 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Primeira fratura da osteoporose = Fratura de Colles 
o Com força muscular e coordenação adequada, os vetores da marcha resultarão numa queda p/ frente, 
permitindo a extensão dos braços para frear a queda. 
o 1/3 distal do rádio 
• Fratura de quadril 
o Com a perda da força muscular e da coordenação, os vetores da marcha resultarão numa queda para 
trás, sobre o quadril, sem a proteção dos braços. 
o Fatores de risco: sarcopenia, deficiência de vitamina D, distúrbios do equilíbrio, alterações visuais, 
sedativos, síndrome de fragilidades. 
o Mortlidade de 34% em 6 meses e 20% em 1 ano. 
 
TRATAMENTO 
 
Dieta adequada de cálcio 
• 1200 mg/dia > 51 anos. 
• Se dieta insuficiente utilizar suplementos dietéticos. 
 
Ingestão de vitamina D 
• 800-1000 UI/dia adultos > 50 anos 
• Muitos pacientes com OP precisam de doses maiores. 
o População geral 19-70 anos: 600 UI 
o População de risco 19-70 anos: 1500-2000 UI 
• Suplementos >50 anos 
• Importância: 90% de absorção do Cálcio, saúde óssea, força muscular, equilíbrio, reduz 22% risco de queda. 
 
Programa de exercícios de suporte de peso e caminhadas regulares 
• 5x semana 
 
Medicamentoso: 
1. Bisfosfonatos: Alendronato, Risedronato, Ibandronato e Zoledronato 
o São análogos sintéticos do pirofosfato, potentes inibidores da reabsorção óssea mediada por 
osteoclastos. Ao se fixarem na área da borda em escova destas células, inibem a ação de 
desmineralização óssea enzimática. 
o Vo: alendronato, risedronato, ibandronato 
Outros fatores de risco: 
Saúde no período da puberdade 
Baixa ingestão de cálcio 
Baixa ingestão de vitamina D 
Alta ingestão de cafeína (tira Ca dos óssos) 
 
REUMATOLOGIA Talita B. Valente 
ATM 2023A 
 3 
o EV: ácido zoledronico (Aclasta)e pamidronato 
o Os bisfosfonatos ligam-se aos cristais de hidroxiapatita, tendo, portanto, uma afinidade muito alta pelo 
osso. Os bisfosfonatos são liberados da matriz óssea mediante exposição a ácido e enzimas secretados 
por um osteoclasto ativo. 
o Entre todos os bisfosfonatos, o ácido zoledrônico tem a maior afinidade de ligação à matriz mineral 
óssea, seguido por: pamidronato > alendronato > ibandronato > risedronato > etidronato > clodronato. 
o Precisam estar com os valores de Vit D e Ca adequados (fazendo suplementação) 
o Não pode ser usado com pacientes com úlcera, gastrite 
o O medicamento não funciona com o uso de Puran T4, Omeprazol, Ranitidina 
o Alendronato – jejum, meia hora antes do café, não tomar deitado 
o Após o início da terapia oral com bisfosfonatos, a supressão da reabsorção óssea ocorre dentro de 
cerca de três meses, a despeito da frequência de dosagem, sendo mais rápida após administração 
endovenosa. 
o Em mulheres com osteoporose, o ácido zoledrônico, o alendronato e o risedronato também reduzem 
as fraturas não vertebrais em 25%-40%, inclusive a fratura de quadril em 40%-60% 
o Eventos adversos importantes associados a terapia: 
§ Por via oral, os bisfosfonatos podem causar irritação no esôfago 
§ Não é recomendado para pacientes com clearance de creatinina inferior a 30-35 mL/min.46 
§ Osteonecrose de mandíbula (ONM) 
§ Algumas importantes medidas para a prevenção da ONM relacionada ao uso de bisfosfonatos 
incluem: exame clínico dentário de rotina antes de iniciar a terapia com bisfosfonatos e 
adiamento da terapia com bisfosfonatos até o fim do tratamento dentário. 
§ Fraturas atípicas: Há preocupação a respeito da possibilidade de supressão excessiva 
do turnover ósseo durante o uso prolongado de alendronato. Pacientes em tratamento 
prolongado com alendronato sofreram fraturas não espinhais raras,com turnover ósseo 
gravemente suprimido e fraturas de estresse femoral 
§ Fibrilaçãoatrial: Atualmente, a FDA recomenda que os médicos não alterem seus padrões de 
prescrição de bisfosfonatos enquanto continua a monitorar relatos de fibrilação atrial pós-
comercialização em tais pacientes. 
2. Teriparatida - paratormônio 1-34 
o Chamado também de PTH 1-34 (nome comercial: Fortéo 750mcg/injecção) 
o PTH produz efeito anabólico no esqueleto quando administrado intermitentemente em baixas doses. 
o Aumenta BMD e reduz fratura vertebral e não-vertebral. 
o Usar por até no máximo 2 anos. 
3. Denosumabe – inibidor do RANK ligante 
o Denosumabe é um anticorpo monoclonal totalmente humano, que foi desenvolvido usando-se 
tecnologia de camundongo transgênico. 
o Nome comercial: Prolia 60 mg: 6 em 6 meses 
o Denosumabe liga-se com grande afinidade ao ligando RANK, o que impede a interação desse ligando 
com seu receptor, RANK, presente na superfície dos osteoclastos e seus precursores. Assim, o 
denosumabe inibe a atividade osteoclástica, reduzindo a reabsorção no osso trabecular e cortical. 
o Denosumabe é um anticorpo monoclonal totalmente humano indicado para: 
§ Mulheres após a menopausa com osteoporose: 
§ Tratamento de perda óssea por terapia de supressão hormonal em pacientes com Ca de 
próstata ou mama 
§ Osteoporose em homens 
§ Pode ser usado em pacientes com disfunção renal (não há metabolismo renal) e em 
metástases ósseas 
4. Ranelato de Estrôncio 
o O ranelato de estrôncio, agente oral ativo desenvolvido para o tratamento de osteoporose, consiste 
em dois átomos de estrôncio e uma molécula de ácido ranélico, a parte orgânica. 
o O ranelato de estrôncio atua estimulando a formação e reduzindo a reabsorção óssea. 
5. Calcitonina 
o Outro agente antirreabsortivo aprovado para o tratamento de osteoporose é a calcitonina, que atua 
como a forma endógena do hormônio no receptor de calcitonina nos osteoclastos para diminuir 
sua atividade. 
o De todas as calcitoninas recombinantes ou sintéticas usadas para fins médicos, a preparação de 
calcitonina de salmão (CTS) é a mais utilizada. 
o A CTS na forma de spray nasal é a formulação de calcitonina mais comumente usada, devido à 
conveniência de sua administração. Pouco tolerada. 
o Não se demonstrou qualquer efeito consistente em fraturas não vertebrais ou do quadril. 
REUMATOLOGIA Talita B. Valente 
ATM 2023A 
 4 
6. Terapia Hormonal – estrogênica 
o O tratamento de mulheres osteoporóticas com reposição de estrogênio para a prevenção de fraturas 
é controverso. 
o A terapia de reposição de estrogênio possui efeitos colaterais de longo prazo, como eventos 
vasculares e câncer de mama, que limitam seu uso 
o A tibolona é um hormônio esteroide sintético com propriedades estrogênicas, e exerce seus efeitos 
através da ligação com o receptor de estrogênio. No tratamento com tibolona por dois anos de 
mulheres após a menopausa, o efeito sobre a DMO foi comparável àquele da terapia de reposição de 
estrogênio. 
7. SERM – Raloxifeno 
o Alterações conformacionais dos receptores de estrogênio são bloqueadas por SERMs, como o 
raloxifeno. 
o Resultados de um estudo clínico randomizado de três anos mostraram que a incidência de fraturas 
vertebrais em mulheres menopausadas tratadas com raloxifeno foi reduzida para 30%. 
o Também houve um significativo decréscimo em novos casos de câncer de mama, assim como na 
incidência de eventos cardiovasculares em mulheres com risco cardiovascular aumentado.

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