Buscar

A segunda teoria do trauma de Freud

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

A segunda teoria do trauma de Freud
Após o abandono da teoria da sedução, por 25 anos Freud foca em investigar a realidade psíquica e a fantasia - Mundo interno do sujeito.
Em 1920 Freud faz uma virada na teoria, se detendo em diferentes questões, muito relacionado a questão do trauma, por conta da guerra.
As neuroses de guerra (kriegsneurosen)
· quadro apresentados por soldados que estiveram no front
· Sintomas que pareciam neurológicos tinham outra origem
· Dispersão de sintomas psiconeurológicos e psicológicos
· Uma experiência chama a atenção de Freud: a revivescência/repetição do acontecimento traumático
O sonho traumático
· fenômeno de repetição
· Conteúdo manifesto do sonho: o que a gente se recorda quando a gente acorda (sem detalhes claros, parece estranho) - geralmente não há sentido. Ligado a consciência. Material distorcido pelo recalcamento.
· Conteúdo latente: produziu o sonho, mas foi esquecido ou distorcido, sentido real do sonho, oculto. Inconsciente. Realização alucinatória de um desejo recalcado (inconsciente, inadmissível a consciência)
· Por trás do conteúdo manifesto há o conteúdo latente. O sonho representa um desejo inconsciente.
· A interpretação funciona ao pegar o conteúdo manifesto sem sentido para chegar no sentido oculto do sonho.
O sintoma
· Conteúdo manifesto: é o que parece ser, consciente, material distorcido por ação do recalcamento, desprazer e sofrimento para a consciência.
· Conteúdo latente: não é o que parece ser (o sintoma tem um significado oculto, que explica a razão de ser daquele sintoma), inconsciente, satisfação de um desejo recalcado, prazer inconsciente.
· O sintoma representa uma experiência de satisfação inconsciente.
O sonho traumático
· O sonho traumático repete o acontecimento que provocou o trauma, sem distorção da lembrança (o recalcamento não ta produzindo a devida distorção)
· Tanto o acontecimento original quanto a repetição produzem intensa angústia e desprazer. Não há prazer envolvido, mesmo que supostamente inconsciente.
· O sonho traumático apresenta algo que nunca apresentou prazer, não representa um desejo recalcado.
· É uma representação pura do trauma, sem sentido oculto
· torna-se paradigmático de fenômenos clínicos denominados de "compulsão a repetição" (é levado a repetir aquilo contra a vontade consciente do sujeito)
· Não pode ser explicado pela teoria psicanalítica até então desenvolvida
O modelo de trauma
Perspectiva econômica
· O modelo de trauma de 1920 fundamenta-se na perspectiva econômica (referente a quantidade e a intensidade)
· Um modelo abstrato que pensa na energia a questão do trauma
· O trauma deixa de estar ligado a determinados tipos de evento, e passa a ser definido em termos quantitativo: o trauma é algo da ordem do excesso
·  Dinâmica de relação do sujeito e do evento (ex: criança vendo filme de terror, separações)
·  Excesso remete-se a uma quantidade que ultrapassa, que transborda um limite, o limite do psiquismo de lidar com certa quantidade de energia
Trauma e terror
· neurose de guerra: passar por uma experiência afetiva de terror (essencial para desencadear o trauma)
· terror - Schreck (ausência total de antecipação ou preparação prévias. Relacionado ao elemento surpresa e ao tempo atual, angústia - Angst (Estado de apreensão e preparação ante um perigo desconhecido, que pode ou não ocorrer no futuro) e medo -Furcht (A angústia é ligada a um objeto ou situação - o perigo se torna conhecido-, de modo que ele passa a ser ativamente evitado)
· A angústia protege conta o terror, e o medo evita a angústia
· O sonho traumático tenta transformar o terror em angústia, e o medo de dormir tenta evitar entrar em contato com a angústia.
Sistema
· O eu teria uma defesa externa, um escudo de proteção contra estímulos, que reduz e filtra a quantidade de energia que entra no sistema -> a energia é filtrada e apenas uma fração entra no eu. O trauma é quando a quantidade rompe o escudo, e invade o sistema. Contra ela é oposta uma corrente de energia do próprio sistema.
· A angústia seria, em termos econômicos, uma reserva de energia, para se contrapor a uma possível força traumática.
· O terror não tem essa energia mobilizada contra a força traumática. O estímulo exógeno invade e ocupa o sistema. Distúrbio econômico.
As vicissitudes do trauma 1: O além do princípio do prazer
· Quando tem um acumulo de excitação é necessário tirar isso, por descargas motoras, ou sintomas. 
· Diante do excesso de energia, o princípio do prazer tem sua vigência suspensa, funcionando com base em um princípio mais primitivo: o além do princípio do prazer
· Propõe dois tipos de energia: ligada (ou parada) e livre.
· Energia ligada: quantidade reduzida; Movimento organizado (organização psíquica); Liga-se a representações psíquicas e liga as representações entre si; Sob o domínio do principio do prazer; Elaboração e sentido; Sintomas de neuróticos;
· Energia livre: Quantidade excessiva; Movimento caótico; Desligada das cadeias de representações psíquicas; Fora do domínio do princípio do prazer; Repetição e ausência de sentido (não tem sentido oculto); Compulsão a repetição;
· O além do princípio do prazer: consiste em transformar a energia livre em energia ligada, mesmo que isso implique em aumentar: a tensão, o desprazer, o sofrimento e a angústia; A compulsão a repetição é o processo a serviço do além do princípio do prazer, busca transformar: terror em angústia e passividade em atividade.
As vicissitudes do trauma 2: O desamparo
· O estado de desamparo refere-se a uma situação de distúrbio econômico (excesso), refere-se a situação originária da criança, e implica: na ausência de recursos egóicos para lidar com os estímulos, exógenos e endógenos, e na necessidade e dependência do outro para regular esses estímulos.
· Trauma e desamparo: enquanto a invasão de um excesso de energia que não pode ser regulado por si próprio, lança o sujeito o estado de desamparo;
· O trauma evidencia que o desamparo pode retornar em qualquer momento de nossas vidas.
·  o sujeito que se encontra desamparado após sofrer uma experiência traumática: depara-se com o fracasso de todos os seus recursos egóicos para lidar com o excesso; Sofre um estado de impotência e de passividade radicais Entra em uma situação de total abertura ante a alteridade.
As vicissitudes do trauma 3: o irrepresentável
· Perspectiva que visa integrar a dimensão econômica com a dimensão da linguagem, baseado na teoria de Lacan ("o inconsciente é estruturado como linguagem);
· O real é aquilo que não se inscreve e que é externo à ordem da linguagem e inconsciente.
· O trauma, enquanto excesso, não pode ser representado psiquicamente: o trauma instaura algo que está fora da linguagem e da cadeia significante, que é impensável e incomunicável;
· O irrepresentável do trauma: retorna como repetição; presentifica-se em fenômenos clínicos como alucinações, passagens ao ato, desordens psicossomáticas; Instaura-se como um furo na estrutura simbólica: não tem sentido;
· O traumático impõe limites à clínica psicanalítica tradicional, sobretudo baseada na interpretação, uma vez que não tem sentido e resiste à dimensão simbólica;
·

Outros materiais