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RESUMO DE SEMIOLOGIA PELE, MUCOSA E FANEROS ➢ SEMIOTECNICA Condições básicas: iluminação adequada, desnudamento adequado, conhecimento prévio de procedimentos semiotéccnicos. SERÃO INVESTIGADOS: 1. Coloração 2. Continuidade ou integridade 3. Umidade 4. Textura 5. Espessura 6. Temperatura 7. Elasticidade 8. Mobilidade 9. Turgor 10. Sensibilidade 11. Lesões elementares 1. Coloração: é dada pelo sangue que circula na rede capilar cutânea e pode sofrer variações fisiológicas, aumentando ou diminuindo de intensidade tal como se observa ao se expor ao frio, permanecer ao sol ou após emoções. A avaliação consiste em: pressionar com a polpa do polegar de encontro ao esterno durante alguns segundos, com o objetivo de expulsar o sangue que flui naquela área. Retirar o dedo rapidamente e observar o local que esteve comprimido. Em condições normais a coloração volta em torno de 1 segundo em choque a volta é nitidamente mais lenta. Principais alterações da cor da pele: Palidez que pode ser generalizada ou localizada. Vermelhidão que pode ser generalizada ou localizada Cianose que pode ser generalizada ou localizada. A cianose deve ser pesquisada no rosto (ao redor dos olhos, ponta do nariz, lobos das orelhas), nas mãos e nos pés. Possui intensidade: leve, moderada e intensa. Há quatro tipos fundamentais de cianose: cianose central, cianose periférica, cianose mista e cianose por alteração da hemoglobina. Para diferenciar as cianoses: A localizada é sempre periférica. Cianose periférica diminui ou desaparece quando a área é aquecida. Cianose das unhas e calor nas mãos sugerem que a cianose é central. Icterícia Albinismo: pode ser oculocutâneo (afeta olhos pele e pelos) ou ocular (apenas os olhos) Bronzeamento da pele Fenômeno de raynaud: alteração cutânea que depende das pequenas artérias e arteríolas das extremidades e que resulta em modificações da coloração. Palidez inicial seguida por cianose de extremidade. O episódio costuma terminar com vermelhidão da área. É um fenômeno vasomotor que pode possuir muitas causas: lúpus, intoxicação medicamentosa. 2. Continuidade ou integridade: sua perda ocorre por erosão ou exulceração, na ulceração, na fissura 3. Umidade: a avaliação começa na inspeção, mas o mais adequado é a palpação com as polpas digitais e com a palma da mão. Por meio da sensação tátil avalia-se a umidade da pele. Umidade normal, pele seca, umidade aumentada ou pele sudorenta. 4. Textura: textura normal, pele lisa, pele áspera e pele enrugada. Avalia deslizando as polpas digitais sobre a superfície cutânea. 5. Espessura: faz um pinçamento de uma dobra cutânea usando-se o polegar e o indicador. (apenas epiderme e derme) deve realizar a manobra em várias regiões diferentes. (abdome, tórax, antebraço) pode encontrar : pele de espessura normal, pele atrófica e pele espessa. 6. Temperatura: usa a palpação com face dorsal das mãos ou dedos e compara-se o lado oposto. Pode-se encontrar temperatura normal, temperatura diminuída e temperatura aumentada. 7. Elasticidade elasticidade é a propriedade de se estender quando tracionado e mobilidade é a capacidade de se movimentar sobre os planos profundos subjacentes. Para avaliar elasticidade pinça a uma prega cutânea e faz tração depois solta a pele. Resultados: elasticidade normal, aumentada (pele igual borracha) ou diminuída 8. Mobilidade: Para avaliar mobilidade: pousa-se firmemente a palma da mão sobre a superfície que se quer examinar e movimenta-se a mão para todos os lados, fazendo elas deslizar sobre as estruturas subjacentes.. Mobilidade normal, mobilidade diminuída e mobilidade aumentada. 9. Turgor: avalia-se pinçando com o polegar e indicador. Turgor normal: quando prega se desfaz rápido. Turgor diminuído: quando a prega se desfaz lentamente 10. Sensibilidade: podem ser analisados os seguintes tipos: • Dolorosa: analgesia (Ausencia de dor) investiga tocando com agulha. Hiperestesia (sensação exagerada) comum no abdome agudo e neuropatias periféricas. • Sensibilidade tátil: fricção leve com mecha de algodão. Anestesia ou hipoestesia é ausência de sensibilidade tátil. • Sensibilidade térmica: pesquisa-se com dois tubos de ensaio 1quente e 1 frio. 11. Lesões elementares: são as modificações do tegumento cutâneo determinadas por processos inflamatórios, degenerativos, circulatórios, neoplásicos, transtornos do metabolismo ou por defeito de formação. São externas e muito acessíveis aos métodos de exame clínico. Elas classificam-se em: • Alterações de cor • Elevações edematosas • Formações liquidas • Coleções sólidas • Alterações da espessura • Perda e reparações teciduais • Manchaas ou mácula: area de coloração diferente da pele que a circunda, no mesmo plano do tegumento e sem alterações de superfície. O reconhecimneto é feito deslizando as polpas digitais dos dedos indicador, medio e anular sobre a area alterada e sua vizinhança. Podem ser: Manchas pigmentares: quando decorrem de alterações do pigmenteo melanico. Podem ser de tres tipos: 1. Hipocromicas que são resultado da ausencia de melanina ou diminiuição (ex: vitiligo, hanseníase e albinismo) 2. Hipercromicas que dependem do aumento de pigmento melanico (ex: pelagra, melasma, melanose senil) 3. Pigmentação externa: substancias aplicadas topicamente que produzem manchas do cinza ao preto. (ex: alcatróes, nitrato de prata, antralina) Manchas vasculares: decorrem de disturbios da microcirculação. Elas desparecem após compressão diferentemente das hemorrágicas que não desaparecem após compressão. Podem ser subdivididas em: 1. Telangiectasias: são dilatações dos vasos terminais, ou seja, arteriolas , venulas e capilares. As venocapilares são comuns nas pernas e coxas do sexo feminino e são chamadas de microvarizes. Podem ser vistas no tórax de pessoas idosas. As do tipo aranhas vasculares, seu formato lembra uma aranha. Localizam-se no tronco, e para desaparecer é só fazer puntipressão (com objeto pontiagudo) exatamente sobre seu ponto central. Essa manobra funciona por ocluir a arteriola central alimentadora. 2. Mancha eritematosa: decorre de vasodilatação, tem cor vermelho-viva e desaparece com digitopressão ou vitropressão. É uma das mais econtradas na prática. Podem ser simples ou acompnhadas de outras lesões como bolhas e pápulas. Costumam ser de varios tamanhos, e ora são esparsas ora se fundem. Surgem em: exantemáticas, como sarampo e rubéola; escarlatina, sífilis e moléstia reumática. Manchas hemorrágicas: não desaparecem pela compressão. Se tratam de sangue extravasado. São causadas por traumatismos, alterações capilares e discrasias sanguíneas (nas duas ultimas condições recebem a designição de púrpura). Podem ser de tres tipos de acordo com o tamanho: 1. Petequias: quando são puntiformes e com até 1cm de diametro 2. Víbices: quando tomam a forma linear. 3. Equimoses: quando são em placas maior que 1cm de diametro Espectro equimótico de Legrand du Saulle: A coloração das manchas hemorrágicas sofrem alterações de acordo com o tempo de evolução. Até 48h são vermelhas, de 48 a 96h são arroxeadas, 5º ao 6º dia ficam azuladas, do 6º ao 8º dia passam a ser amareladas, após o 9º dia a pele volta à coloração normal. Chama-se de hematoma se o extravasamento for suficiente para produzir elevação na pele. Costumam se associar equimose e hematomas. Deposição pigmentar: pode ser por deposição de hemossiderina, bilirrubina (icterícia), pigmento carotênico, corpos estranhos (tatuagem) e pigmentos metálicos (prata, bismuto). • Elevações edematosas: são causadas por edema na derme ou hipoderme. Se enquadra nesse quesito a lesão urticada (urticária), que corresponde a formações sólidas, uniformes, de forma variável,frequentemente eritematosas e quase sempre pruriginosas, resultando de um edema dérmico circunscrito. A afecção mais comum dessas é a urticária. • Formações sólidas: abrangem papulas, tubérculos, nódulos, nodosidade e goma e vegetações. 1. Papulas: elevações solidadas da pele, de até 1cm de diametro, superficiais, bem delimitadas, com bordas facilmente percebidas ao deslizar polpa digital sobre a lesão. Podem ser puntiformes ou lenticuladas, planas ou acuminadas, isoladas ou coalescentes, da cor da pele circundante ou rósea, castanha ou arroxeada. (ex: picadas de insetos, leishmaniose, cerruga, erupções medicamentosas, acne) 2. Tubérculos: são elevações sólidas maiores que 1cm de diametro, situadas na derme e circunscritas. Podem ser mole ou firmes. A pele circunjacente pode ter cor normal, eritematosa, acastanhada ou amareladam. Geralmente evoluem formando cicatriz. São observadas na sífilis, tuberculose, hanseníase, esporotricose, sarcoidose e tumores. 3. Nódulos, nodosidade e goma: são formações sólidas localizadas na hipoderme, são mais perceptíveis pela palpação que pela inspeção. Variam a classificação de acordo com o tamanho: nódulos tamanhos de ervilha, nodosidades mais volumosos. Gomas são nodosiadades que tendem ao amolecimento e ulceração com eliminação de substancia semissólida. Possuem limites imprecisos e a consistencia pode ser firme, elastica ou mole. Ora estão isoladas, ora agrupadas ou coalescentes. Podem ser dolorosas ou não. A pele circundante estará normal, eritematosa ou arroxeada. Ex de nodulos ou nodosidade: furunculo, eritema nodos, cistos, sífilis, bouba, cisticercose. As gomas aparecem na sifilis, na tuberculos e nas micoses profundas. 4. Vegetações: são lesoes sólidas, salientes, lobulares, filiformes ou em couve-flor, de consistencia mole e agrupadas em maior ou menor quantidade. Ex: verrugas, sífilis, bouba, blastomicose, condiloma acuminado, tuberculose, granuloma véreo, neoplasias e dermatites medicamentosas. Quando a camada córnea é mais espessa, apresenta consistencia endurecida e chama de verrucosidade. Ex: verrugas vulgares, cromomicose. • Coleções líquidas: incluem vesícula, bolha, pústula, abscesso e hematoma. Vesicula: é uma elevação circunscrita da pele que contem liquido em seu interior e até 1cm de diametro. As vezes para tirar a duvida entre vesicula (com liquido dentro) e pápula (formação sólida) punciona-se a lesão. Ex: varicela, herpes zóster, queimaduras, no eczema e nas tinhas (micoses superficiais). Bolha: é uma elevação da pele contendo liquido no interior com mais de 1cm de diametro. É encontrada na queimadura, no penfigo foliáceo, em algumas piodermites e em alergias medicamentosas. Podem ter conteudo claro, turvo amarelado (bolha purulenta) ou vermelho-escuro (bolha hemorrágica). Pustula: é uma vesicula de conteudo purulento. Surge na varicela, no herpes zóster, nas queimaduras, nas piodermites, na acne pustulosa. Abcessos: são coleções purulentas, mais ou menos proeminentes e circunscritas de proporções variavies, flutuantes de localização dermo-hipodérmica ou subcutânea. Quando acompanhados de sinais inflamatórios são chamados abcessos quentes. A ausencia de sinais flogísticos caracteriza os abcessos frios. Ex: furunculose, hidradenite, blastomicose, abscesso tuberculoso. Hematomas: são formações circunscritas, de tamanhos variados, decorrentes de derrame de sangue na pele ou tecidos subjacentes. • Alterações da espessura: abrangem queratose, espessamento ou infiltrações, liquenificação, esclerose, edema e atrofias. Queratose: é uma modificação circunscrita ou difusa da espessura da pele, que se torna mais consistente, dura e inelástica, em consequencia de espessamento da camada córnea. Ex: calos [queratose palmar (mãos) ou plantar (pés)]. Principais afecções são: queratose senil, queratodermia palmoplantar, ictiose. Espessamento ou infiltração: aumento da consistencia e da espessura da pele que se mantem depresível, menor evidencia dos sulcos da pele, limites imprecisos. Ex: hanseníase virchowiana Liquenificação: espessamento da pele com acentuação das estrias, resultando em um quadriculado em rede como se a pele estivesse sendo vista através de um lupa. A pele circundatne torna-se, em geral, de cor castanho-escura. Ex: eczemas liqueinificados ou em qualquer area sujeita a coçaduras constantes. Esclerose: aumento da consistencia da pele, que se torna mais firme, aderente aos planos profundos e dificil de ser pregueada entre os dedos. Ex: esclerodermia. Edema: consiste em acúmulo de liquido no espaço intersticial. A pele torna-se lisa e brilhantes. O edema deve ser analisado conforme o roteiro para exame das mucosas e dos faneros. SINAL DO CAÇIFO Atrofias: adelgaçamentos da pele, torna-se fina, lisa, translúcida e pregueada. Podem ser fisiologicas (atrofia senil), determinadas por agentes mecanicos ou físicos (estrias atroficas, radiodermite). As estrias são linhas de atrofia de cor acinzentada ou róseo-avermelhada. Aparecem em qualquer parte do corpo na qual a pele tenha sido mecanicamente forçada. São observadas no abdome de mulheres gravidas e em pessoas cuja parede abdominal esteve distendida. • Perdas e reparações teciduais: tem origem da eliminação ou destruição patologica e de reaparações dos tecidos cutaneos. Abrangem: escama, erosão ou exulceração, ulcera ou ulceração, fissura ou rágade, crosta, escara e cicatriz. Escamas: são laminas epidermicas secas que tendem a desprender-se da superfície cutanea. Podem apresentar aspectos de: farelos (furáceas), tiras (foliáceas ou laminares). Ex: caspa, pitiríase versicolor, psoríase e a queimadura da pele por raios solares. Erosao ou exulceração: é o simples desaparecimento da parte mais superficial da pele, atingindo apenas a epiderme. Pode ser traumática, quando recebe o nome de escoriação ou não traumática (que são secundárias a ruptura de vesiculas, bolhas e pustulas). Ao regenerar-se não deixam cicatrizes Ulcera ou ulceração: é a perda delimitada das estruturas que constituem a plee e que chega a atingir a derme. Difrentemente da escoriação a ulceração deixa cicatriz. Ex: ulcera cronica, lesoes malignas da pele, leishmaniose. Fissuras ou rágades: são perdas de substancia linear, superficial ou profunda, e não determinada pela interveniencia de qualquer instrumento cortante. Comprometem a epiderme e a derme e situam-se mais frequentemente no fundo de dobras cutaneas ou ao redoer de orificios naturais. Crosta: é uma formação proveniente do ressecamento de sercreção serosa, sanguinea, purulenta ou mista que recobre uma area cutanea previamente lesada. Algumas vezes é de remoção facil e em outras está firmemente aderida aos tecidos subjacentes. Encontram-se crosatas na fase final dos processos de cicatrização, impetigo, pênfigo foliáceo e nos eczemas. Escara: é uma porção de tecido cutaneo necrosado, resultante de pressão isolada ou combinada com fricção e/ou cisalhamento. A area mortificada torna-se insensivel, de cor escura e esta separada do tecido sadio por um sulco. O tamanho é muito variavel, desde o da cabeça de alfinete até placas enormes. Ocorre principalmente em idosos imobilizados. Cicatriz: é a reposição de tecido destruído pela proliferação de tecido fibroso circunjacente. Os tamanhos e as formas são os mais variados. Podem ser róseo-claras, avermelhadas, ou adquirir uma pigmentação mais escura do que a pele ao seu redor. Podem ser deprimidas ou exuberantes. As exuberantes são representadas pela cicatriz hipertrofica e pelo queloide. Resultam de traumatismos ou qualquer lesão cutanea que evolui para a cura. Queloide é uma formação fibrosa rica em colageno saliente, de concistencia firme, róseo-avermelhada, bordas nítidas, frequentemente com ramificaçõescurtas. Pode ser espontaneo ou, o que é mais frequente, secundario a qualquer agressão à pele. Fotossensibilidade e fotodermatoses O resultado da interação luz-pele são as chamadas reações de fotossensiblidade, cujas primeiras alterações são o eritema e a pigmentação imediata, embora não esteja ainda perfeitamente definida a resposta que seria considerada fisiológica ou "normal". O eritema ocorre 4 a 8h após a exposição solar e tem seu pico em 12 a 14h, desaparecendo gradativamente. Devido a ação das prostaglandinas, liberação de histamina e de substancias eritrogenicas. A capacidade de produzir o eritema guarda relação com a pigmentação melanica da pele e com a dose de radiação. Havendo dois tipos: Pigmentação intrinseca: geneticamente determinada, imutavel, que da cor a pele. Pigmentação facultativa: decorrente da ação dos raios solares ou ultravioleta artificialmente produzidos e dos hormonios, conhecida pelo nome de bronzeamento. Possuem duas categorias: Bronzeamento imediato: decorrente da melanização. Oxidação da melanina previamente existente. Bronzeamento tardio: inicia-se 2 a 3 dias após a irradiação e é decorrente da melanogenese, perdurando semanas a meses. Alem do eritema e da pigmentação a pele reage às radiações tornando-se mais espessa. Nos dois primeiros dias à custa de edema inter e intracelular; mas, a partir do terceiro dia, há hiperplasia das camadas da epiderme, exceto a basal. A cada esposição ocorre maior espessamento, e o retorno a normalidade pode demorar alguns meses. Classificação da fotossensiblidade e dermatoses fotoinduzidas: • Formas agudas: 1. Queimadura solar; 2. Fototoxicidade: farmacogenica; induzidad por vegetais (fitofotodermatite) 3. Fotoalergia: farmacogenica; urticaria solar 4. Idiopatica ou de causa desconhecida: erupção polimorfa à luz; prurigo actíneo • Formas cronicas: 1. Dermato- heliose ("fotoenvelhecimento") 2. Dermatite actínica crônica 3. Lentigo solar 4. Queratose solar 5. Cancer de pele: carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular, melanona • Formas agudas e/ou cronicas: 1. Porfiria cutanea tardia 2. Protoporfiria eritropoética 3. Xeroderma pigmentoso 4. Pelagras FORMAS AGUDAS: 1. Queimadura solar: é uma resposta inflamatoria aguda e transitória da pele, que se desenvolve após exposição à radiação ultravioleta. Não atinge estruturas profundas (3 grau). Na de 1 grau há apenas eritema e dema com desconforto relativo. Algumas pessoas podem ter cefaleia e mal-estar, mesmo depois de exposições curtas. O prurido também pode ser intenso. Na de 2 grau, o edema é tão intenso que forma bolhas, que ao se romper eliminam grande quantidade de eletrólitos e proteinas. Uma queimadura solar "exagerada" pode ocorrer em pessoas que usam medicamentos fototóxicos: sulfonamidas (furosemidas), tetraciclinas, fenotiazinas, ácido nalidíxico, amiodarona, naproxeno. Dependendo da extensão e intensidade ocorrem sintomas gerais: febre, náuseas, calafrios, taquicardia, delirium, prostração, podendo evoluir para choque. Com o tempo as queimaduras repetidas causam dermato-heliose ou "fotoenvelhecimento". 2. Fototoxicidade: é uma hipersensibilidade cutanea À radiação não ionizante, sem participação imunolóficas. É provavel que haja fator genetico que faz com que a substancia quimica altere sua reatividade, pois é produzido por alterações moleculares induzidas por substancias quimicas em conjunto com fótons. Apresenta prurido, sensação de queimadura e eritema imediato; em torno de 2 a 6h, o eritema já é bastante acentuado e acompanha- se de edema; 12 a 14h após podem surgir vesiculas e bolhas e nos proximos dias há regressão dessas lesões com tendencia a instalação de hiperpigmentação residual persistente. As lesões estão restritas às áreas irradiadas. Essas são as fototoxicidades imediatas. As fototoxicidades retardadas ocorrem 6 a 12h após exposição aos raios solares está relacionada geralmente com as substancias furocumarinas, existentens em determinadas plantas. Se apresenta em forma de gota ou linear. Fototoxicidade fitofotomelanose é a que pode surgir em indivíduos que expremem frutas citricas e se expoem ao sol; lesões erráticas de morfologia bizarra, puntiformes ou compreendendo areas maiores. 3. Fotoalergia: quando a radiação luminosa desencadeia o processo. A reatividade da pele de carator imunoalergico, é relacionada a antigenos formados pela interação da luz com substancias quimicas ou proteinas teciduais. Algumas substancias podem agir como fototóxicas e/ou fotoalérgicas. Qualquer substancia fototóxica pode tornar-se fotoalérgica, mas não o inverso. Ocorre um quadro de exzema, com eritema, edema, vesiculação e mesmo exsudação. Logo, um fotoeczema de contato. Se manifesta 14 a 48h após exposição solar. Os agentes quimicos produtores de fotoalergia podem atuar por via topica ou por via sistemcia. Bastamm quantidades minimas de substancias quimicas desencadeantes. 4. Idiopática ou de causa desconhecida: erupção polimorfa à luz é uma afeccção relacionada à luz solar e que acomete mais frequentemente mulheres jovens. Manifesta-se preferencialmente no verão. As manifestações surgem 1 a 3 dias após exposição. O prurido pode ser o primeiro sintoma e é constante; depois surge erupção eritematopapulosa de tamanho variavel as vezes vesiculas, e mais tarde liquenificação. O prurigo actínico (prurigo de Hutchinsons ou estival ou de verão), é uma forma de erupção polimora à luz. Ocorrem papulas e lesoes papulovesiculosas, róseas ou eritematosas, duras, com superficie achatada. Localiza-se no dorso das mãos antebraços e pernas, em muitos casos as lesões surgem em áreas não expostas como nádegas. Na face podem aparecer (mais frequente na primeira decada de vida) escoriações e papulas ligeiramente amareladas. FORMAS CRONICAS: 1. Dermato-heliose ("fotoenvelhecimento"): é um conjunto de alterações cutâneas resultante da ação cronica de radiações não ionizantes de efeitos cumulativos em função de decadas de exposição. O aparecimento é mais frequente quanto mais clara for a pele. O quadro mais comum é o da elastose solar [pele espessada, atrófica, corácea (parece couro), amarelada, apergaminhada, com a superficie sulcada)]. A elastose pode estar acompanhada de cistos e comedoes gigantes nas regioes periorbitarias (elastose cistica) ou solitaria na nuca (cutis romboidal da nuca). Outras observações podem estar isoladamente ou combinadas em um mesmo individuio, compondo a senescencia cutânea. 2. Dermatite actínica cronica: É uma condição observada em idosos. São lesoes eritematosas e infiltradas, estritamente limitadas às superficies expostas à luz, mas que poupam as dobras da pele protegidas da luz. O prurido é persistente e pode leva à liquinificação. 3. Lentigo solar: é uma macula escura, irregularmente pigmentada, como gota de tinta. Pode ocorrer na região superior do dorso. É uma lesão benigna. 4. Queratose solar (queratose senil ou actínica): apresenta lesões queratósicas, rugosas, com escamas amarelas ou acastanhadas, finas, aderentes, secas, podendo apresentar discreto eritema. Ocorre no dorso das mãos, face, antebraços, pescoço e colo, orelha externa, couro cabeludo, em individuos calvos. Logo, nas areas expostas. É considerada lesão pré-canserigena. 5. Cancer de pele: • Carcinoma basocelular: neoplasia maligna cutanea mais frequente. É agressiva apenas localmente. Ocorre após os 40 geralmente, em pessoas de pele clara, em areas fotoexpostas cronicamente. Importante interação entre dose cumulativa de radiação solar e predisposição individual para surgir. Pode ter diversos aspectos: pápula ou nódulo liso, translucido, brilhante, com telangiectaias na superficie. Os nodulos podem ulcerar, dando origem as formas nódulo-ulcerativas. Há a variedadesuperficial ou pagetoide, cuja lesão é uma placa pouco infiltrada, eritematosa, descamativa e crostosa, por vezes com bordas finas, levemente elevadas, sendo comum no tronco de homens. O carcinoma basocelular vegetante é uma lesão verrucosa, por vezes ulcerada. • Caracinoma espinocelular: ocupa o segundo lugar em frequencia entre as neoplasias malignas de pele. É mais agressivo que o basocelular. Alta capacidade d emetastatizar. Ocorre na pele de pessoas claras, cronicamente expostas à luz solar. Necessita de predisposição individual associasa a ação da luz solar. É caracteristica a lesão hiperqueratosica, em placa ou nodular, crescente, com escamas aderentes, eritema variável e, algumas vezes acastanhadas. Existem as variedades vegetante e verrucosa, esta ultima vinduclada à infecção pelo HPV (papilomavírus humano). • Melanoma: é considerada a mais grave neoplasia maligna da pele. Oembora varios fatores etiologicos sejam relacionados com o melanom, a radiação ultravioleta, em longas exposições, seria o fator mais importante no seu desencadeamento. FORMAS AGUDAS E/OU CRONICAS 1. Porfiria cutanea tardia: são lesoes vesiculares, erosões e fragilidade cutanea, simetricamente distribuidas no dorso das mãos. Geralmente é acompanhada de hipertricose ao longo da região fontal e nas orelhas. 2. Protoporfiria eritropoética: faz parte de um grupo de deonças com alterações do metabolismo das porfirinas e seus precursores, cujo quadro cutaneo é desencadeado e agravado pela luz solar. O quadro clinico é representado por eritema, vesiculas e bolhas tensas com escoriações e cicatrizes varioliformes nas areas expostas. 3. Xerodema pigmentoso: é uma lesão que a sensibilidade extrema aos raios ultravioleta é resultante de um defeio hereditário recessivo de enzimas envolvidas no reapro do DNA. Na maioria dos pacientes surge entre 1 e 4 anos de idade, ocorrendo inicialmente formação de eritema e edema à minima exposição à luz solar. 4. Pelagra: está relacionada com a deficiencia proteica, lipidica, de acido nicotinico e de oligoelementos. A luz solar é o fator desencadeante das lesões cutaneas nas areas expostas. Em geral, ocorre uma erupção eritematoescamosa, em cuja periferia surge tonalidade acastanhada. A erupção geralmente acomete a área em torno da base do pescoço, na região do decote, recebendo a denominação de "colar de Casal". As areas extensoras dos antebraços, pernas e dorso dos pés podem também ser afetadas. MUCOSAS Facilmente examinadas a olho nu e sem auxílio de qualquer aparelho são: conjuntivas oculares, labiobucal, lingual e gengival. O metodo de exame é a inspeção, coadjuvado por manobras singelas que exponhasm as mucosas à visão do examinador. Nas bucais: abra a boca e ponha lingua para fora. Deve-se analizar: 1. Coloração: o normal é róseo avermelhada (normocoradas). Decoramento das mucosas: dminuição ou perda da cor róseo-avermelhada. (palidez das mucosas) avalia-se em 1 a 4 cruzes. Indica existencia de anemias. Mucosas hipercoradas: acentuação da coloração normal (pode ficar vermlho-arroxada). Traduzem aumento das hemácias naquela area. Ocorre nas inflamações (conjuntivite, gengivites) e nas poliglobuilinas (observada nas seguintes condições: secundarias a algumas doenças respiratórias, compensadora das grandes altitudes ou policitemia vera de causa desconhecida. Cianose: coloração azulada das mucosas. Mesmo significado de cianose cutanea. Ictericia: amarelas ou amarelo-esverdeadas. Resultam do aumento do pigmneto bilirrubínico no sangue. Mais indicadas para detecção: mucosa conjuntival e freio da lingua. Nas pessoas de pele pigmentada a esclerotica costuam ser amaraledas por deposição de gordura. Leucoplasia: areas esbranquiçadas, às vezes salientes, nas mucosas, por espessamento do epitélio (queratose, paraqueratose, hiperplasia, neoplasia), diminuição da vascularização e/ou fibroesclerose da lamina propria. 2. Umidade: normalmente são umidas, especialmente a lingual e a bucal. Logo, bom estado de hidratação. Umidade normal: mucosas apresentam discreto bilho indicativo de tecidos hidratados. Mucosas secas: perdem o brilho, os labios e a lingua ficam pardacentos, adiquirem aspecto ressequido. Na maioria das vezes indica desdiratação. 3. Existencia de lesões: segue inspeção encontrando e classificando achados conforme descrito em exame de cabeça e pescoço. FANEROS Cabelo: deve ser analisado quanto as sequintes caracteriscas: 1. Tipo de implantação: varia de acordo com o sexo. Na mulher implantação mais baixa e formam linha de implantação. Nos homens é mais alta e existem entradas laterais. 2. Distribuição: é uniforme e, quando aparecem areas desprovidas de pelos, saõ denominadas alopecia, cujas causas são multiplas. Calvície é um alteração comum, pode ser parcial ou totoal. 3. Quantidade: a quantidade varia de um individuo para outro, e, com o avanaçar da idade, vão se tornando escassos. Queda de cabelo é um dado de interesse semiológico. 4. Coloração: varia com a etnia em função de caracteristicas geneticamente transmitidas. Podem sofrer modificações artificiais ou por enfermidades. Meninos com desnutrição proteica grave os cabelos tornam-se ruivos. 5. Outras características (brilho, espessura, consistencia): podem perder brilho e ficar quebradiços e secos. essas alterações ocorrem no mixedema, nos estados carenciais e em várias outras afecções. Pelos: estão contidos nos foliculos pilossebáceos, que resultam de invaginações da epiderme. Sofrem alterações após a puberdade: No homem aparece barba, pelos nos troncos e os pelos pubianos tomam a forma de losango. Na mulher não aparece barba, nem pelos no tronco; os pelos pubianos se implantam na forma de triangulo de vertice voltado para baixo. Podem haver alterações de distribuição e de quantidade associadas e seguem aos mesmos mecanismos. O principal achado clinico é o hirsutismo e a hipertricose: Hipertricose: aumento exagerado de pelos terminais, sexuais e bissexuais ou não sexuais, em relação ao individuo. Pode ser congenita ou adquirida, difusa ou localizada. Hirsutimso: é o aumento exagerado de pelos sexuais masculinos, na mulher. Pode ser constitucional, idiopático e androgenico. No hisutismo provocado por nivesi elevados de testosterona, observam-se implantação tipo masculina e calvície temporal. Virilização é o hirsutimso associado ao aumento do clitoris e ao aprofundamento do da voz. Pelos finos e em pequena quantidade podem ocorrem em mulheres saudáveis no lábio superior, area intermamária e periareolar, linha média abdominal e nos membros superiores e inferiores. Quedas de pelos (especialmente axilares e pubianos) precisam ser confirmados se informados na anamnese. Condições mais frequentes são: desnutrição, hepatopatias cronicas, mixedema, colagenoses, quimioterapia e certas dermatoses. UNHAS Formadas de celulas queratinizadas que se originam na matriz, são constituidas de epiderme com as suas diveras camdadas, exceto a granular. As seguintes características devem ser analisadas: 1. Forma ou configuração: penas uma curvatura lateral nitida normalmente.. 2. Tipo de implantação: costuma formar um angulo menor que 160º. Pode apresentar ângulo de 180º no hipocratismo digital. 3. Espessura: normalmente tem espessura firme. Pode apresentar espessura aumentada ou diminuida. 4. Superfície: normal é lisa e brilhante. Pode apresentar irregular, sem brilho 5. Consistencia: costuma ter consistencia firme. Pode apresentar diminuida. 6. Brilho: normalmente são brilhantes. Podem apresentar sem brilho. 7. Coloração: o normal é róseo-avermelhada. Podem apresentar-se pálidas ou adquirir tonalidade cianótica. A ocorrencia de manchas brancas (leuconíquias) é comum em pessoas saudáveis.As unhas podem apresentar-se parcialmente descoladas do leito, denotando onicólise. São as unhas de PLUMMER, observadas no hipertiroidismo. Unhas distroficas são espessadas, rugosas e de forma irregular. Frequentes em pessoas que trabalham descalças, sujeitas a repetidos traumatismos, em portadores de isquimia cronica dos membros inferiores ou de onicomicose. Alterações da forma podem ser notadas em estados carenciasis, onicomicoses, nefropatias cronicas, hepatopatias cronicas, psoríase, e em epessoas que lidam com substancias cáusticas (pedreiros, lavadeiras). Coiloníquia ou unha em colher é um estado distrofico no qual a placa ungueal torna-se fina e desenvolve-se uma depressão. Tais alterações ocorrem na anemia ferropriva grave e são provocadas por irritantes locais. observar tambem as regiões que rodeiam as unhas, pois processos inflamatórios de origem micótica aí se assentam com frequencia. São as paroníquias, muito comuns nas pessoas que tem as mãos em constante contato com água (lavadeira, cozinheira). Por fim, deve-se observar se há sinais indicaticos do hábito de roer unhas (onicofagia), qu eé indicativo de ansiedade. os tipos especiais de alterações das unhas são apresentados no Quadro 11.1
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