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Exercícios comentados Direito das Obrigações - Parte 6

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DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
EXERCÍCIOS COMENTADOS
QUESTÕES OBJETIVAS
Questão 1: 1,0 – um ponto
Sobre as obrigações assumidas solidariamente em razão de contrato, é INCORRETO afirmar: 0,5 (meio ponto)
a) A propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores importará renúncia da solidariedade.
b) O devedor demandado individualmente pela obrigação pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos.
c) Os devedores solidários respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um.
d) Tendo ocorrido pagamento parcial da obrigação, todos os demais devedores persistem obrigados solidariamente pelo que restar inadimplido da obrigação.
Justifique objetivamente elencando o dispositivo legal referente à alternativa escolhida, quando houver: 0,5 – meio ponto. (1 linha)
a) INCORRETA. Art. 275. Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores.
b) CORRETA. Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor.
c) CORRETA. Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida.
d) CORRETA. Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.
Questão 2: 1,0 – um ponto
Caio solicitou um empréstimo de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) a Tício e Mélvio. Foi previsto no título da dívida a solidariedade ativa. O vencimento da obrigação foi fixado para a data de 01.08.2017. No dia 30.07.2017, faleceu Tício, que deixou dois herdeiros sucessíveis, seus filhos Aquiles e Justiniano.
Assinale a alternativa correta: 0,5 – meio ponto
a) O falecimento de um dos credores não faz cessar a solidariedade, podendo Mélvio demandar Caio pela totalidade da dívida, mas Aquiles e Justiniano apenas o podem fazer pelo valor correspondente aos seus quinhões hereditários.
b) A morte de qualquer dos credores extingue a solidariedade ativa; dessa forma, Mélvio somente poderia demandar de Caio metade do valor da dívida.
c) A morte de um dos credores não extingue a solidariedade; dessa forma, Mélvio, Aquiles e Justiniano poderiam, juntos ou cada um deles isoladamente, demandar Caio pelo valor total da dívida.
d) A morte de um dos credores não extingue a solidariedade, mas Aquiles e Justiniano ou Mélvio, juntos ou isoladamente, podem demandar Caio somente pela metade do valor da dívida.
e) A morte de um dos credores extingue a solidariedade e transforma a obrigação em indivisível, somente podendo a dívida ser demandada de Caio na integralidade por Mélvio, Aquiles e Justiniano reunidos.
Justifique objetivamente elencando o dispositivo legal referente à alternativa escolhida, quando houver: 0,5 – meio ponto. (1 linha)
CC, Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível.
Questão 3: 1,0 – um ponto
No que concerne às obrigações de dar, nos termos estabelecidos pelo Código Civil: 0,5 (meio ponto)
a) na obrigação de dar coisa certa, se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, com direito à indenização.
b) na obrigação de dar coisa certa, até a tradição da coisa, os frutos percebidos e pendentes pertencem ao devedor.
c) na obrigação da dar coisa incerta, antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, salvo se ocorrer caso fortuito ou força maior.
d) na obrigação de dar coisa certa, até a tradição, a coisa pertence ao devedor, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço.
e) se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, o credor não sofrerá a perda e poderá postular indenização.
Justifique objetivamente elencando o dispositivo legal referente à alternativa escolhida, quando houver: 0,5 – meio ponto. (1 linha)
A) Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu.
B) Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação.
Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes.
C) Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito.
D) Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação.
Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes.
E) Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda.
Questão 4: 1,0 – um ponto
Considere as seguintes afirmativas sobre o tema das obrigações no âmbito do Código Civil. Assinale a alternativa INCORRETA. 0,5 (meio ponto)
a) Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda.
b) Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível.
c) Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato que se obrigou a não praticar.
d) Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao credor, se outra coisa não se estipulou.
e) A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica ou pela razão determinante do negócio jurídico.
Justifique objetivamente elencando o dispositivo legal referente à alternativa escolhida, quando houver: 0,5 – meio ponto. (1 linha)
a) CERTO Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda.
b) CERTO Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exeqüível.
c) CERTO Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar.
d) FALSO Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou.
e) CERTO Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico.
QUESTÕES DISCURSIVAS
Questão 1: 3,00 – três pontos (10 linhas)
Joana, Antônio e Maria obrigaram-se a entregar a Júlio um carro modelo Camaro amarelo 406 Cv, ano 2017,placa XYZ1234, avaliado em R$ 300 mil. Cláusula especial estabeleceu que as devedores poderiam, em lugar do carro, entregar um colar de diamantes e esmeraldas que pertencera à rainha britânica Elizabeth II e que a avó de Maria havia arrematado num Leilão em Londres, mas falecida recentemente, deixou de herança para sua neta. Enfurecido com eliminação de seu time do campeonato brasileiro, Antônio, embriagado, dirigia de maneira imprudente o referido Camaro, quando bateu num poste na Av.Visconde de Pirajá, em Ipanema, gerando a perda total do automóvel. Pergunta-se:
A) Júlio pode exigir a entrega do colar? Justifique.(1,5)
B) Que direitos possui Júlio em face de cada devedor? (1,5)
Gabarito:
Item A
A obrigação assumida por Joana, Antônio e Maria é uma obrigação com faculdade alternativa (ou facultativa).(0,5) Trata-se de obrigação simples em que consta do título originário cláusula especial que permite aos devedores se exonerarem realizando prestação diversa. Sendo, entretanto, uma obrigação simples, apenas a prestação principal pode ser exigida uma vez que a entrega da prestação alternativa é uma faculdade dos devedores. (1,0). Dessa maneira, a obrigação de entregar o colar (prestação facultativa) não pode ser exigida.
Item B
No caso em questão, Joana, Antônio e Maria assumiram a obrigação de entregar um Camaro, coisa certa, avaliado em R$300 mil. Essa obrigação pode ser classificada como indivisível, uma vez que há pluralidade subjetiva passiva e a referida prestação é insuscetível de fracionamento em razão de sua natureza (art.258,CC). (0,5) Porém, a referida obrigação impossibilitou-se por culpa de Antônio; dessa maneira, deve converter-se em perdas e danos, perdendo consequentemente a qualidade de indivisível (art.263,caput,CC). (0,5) Com a impossibilidade de entrega do Camaro, surge para os devedores a obrigação de pagar o equivalente, R$ 300 mil e perdas e danos. Sendo essa obrigação divisível, presume-se dividida entre os devedores (art.257,CC). Assim, cada um dos devedores estará obrigado ao pagamento de R$100 mil, cabendo apenas a Antônio, que teve culpa na impossibilidade da prestação, a obrigação de pagar perdas e danos. (art.263, parágrafo 2,CC). (0,5)
Questão 2: 3,00 – três pontos (10 linhas)
Conforme disposição expressa da legislação ambiental, eventuais danos causados à fauna e à flora devem ser reparados pelo proprietário do imóvel em que a agressão ocorreu. Além disso, essa obrigação, que pode ser uma multa administrativa, ou uma obrigação de fazer consistente no reflorestamento de uma área, impõe-se ao proprietário do bem, embora o dano tenha sido causado por um titular anterior. Defina qual a natureza dessa obrigação. Justifique.
Gabarito:
A obrigação imposta pela legislação ambiental tem natureza propter rem. (1,0)
Essas obrigações constituem situações jurídicas subjetivas híbridas, uma vez que reúnem características de direitos reais e de direitos pessoais, porém, prevalece o elemento obrigacional. As obrigações propter rem são, objetivamente, obrigações que se impõem àqueles que gozam da titularidade de um direito real; ou seja, são débitos que se vinculam à coisa. (1,0)
As dívidas propter rem pretéritas, ou seja, aquelas vencidas em época que o atual titular da coisa não o era, acompanham o bem em suas modificações subjetivas. Desse modo, o atual proprietário do bem deverá responder por débitos vencidos anteriormente à aquisição da coisa. (1,0)
OBS.: Existem figuras híbridas, mistas ou simbióticas que, por confluirem elementos de direitos reais e elementos de direitos pessoais a um só tempo, habitam uma zona intermediária. Os principais moradores desta zona de confluência são as obrigações propter rem, de ônus real e de eficácia real. São as obrigações próprias da coisa (propter rem), ou na coisa (in rem), ou da coisa (ob rem), também denominadas de obrigações ambulatoriais, reais ou mistas. São obrigações impostas ao titular do direito real simplesmente por esta sua condição. Exemplifica-se: tenho que respeitar a convenção condominial enquanto condômino. Tais obrigações aderem à coisa (e não à pessoa), transmitindo-se automaticamente ao seu novo titular, desde que haja transferência proprietária (transmissão automática). Além das já citadas taxas condôminiais, são exemplos o IPTU, ITR, a obrigação de recuperar área ambiental degradada e o IPVA (Informativo 291, STJ e REsp. 659.584-SP). Obrigação de ônus real é aquela que limita o uso e o gozo da propriedade, consistindo em um gravame. É um direito sobre coisa alheia, oponível erga omnes. Verifica-se esta casuística na renda constituída sobre imóvel, na qual há um direito temporário que grava determinado bem, obrigando o seu proprietário a pagar prestações periódicas (art. 803 do CC). Exemplifica-se: João doa uma fazenda para Maria, obrigando esta (Maria) a destinar 50°/o (cinquenta por cento) da safra colhida, todo ano, para Caio. A obrigação de eficácia real é aquela que, sem perder o ser caráter de direito pessoal, ou direito a uma prestação, ganha oponibilidade contra terceiros, que adquiram direitos sobre determinado bem, tendo em vista o seu registro. É o que tecnicamente chama-se de oponibilidade erga omnes. São obrigações que se transmitem. Exemplifica-se com o direito de preferência, em um contrato de locação devidamente registrado, conforme previsto no art. 33 da Lei do Inquilinato (Lei 8.245/91). Outro exemplo é o registro do contrato de locação com cláusula de vigência, com o escopo de proporcionar sua continuidade, mesmo na hipótese de alienação do imóvel (art. 8º da Lei 8.245/91). São obrigações que atingem até mesmo o terceiro adquirente, ante ao seu registro.

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