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Exercícios comentados Direito das Obrigações - Parte 4

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DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
EXERCÍCIOS COMENTADOS
QUESTÕES OBJETIVAS
Questão 1: 1,0 – um ponto
A solidariedade ativa no Novo Código Civil Brasileiro é aquela em que há pluralidade de credores, podendo referidos credores receberem o pagamento integral da obrigação.
Considerando esta assertiva marque a opção INCORRETA: 0,5 – meio ponto
a) Cada um dos credores solidários tem direito de exigir do devedor o cumprimento da prestação total.
b) Se os credores solidários não demandarem o devedor comum, este poderá pagar a qualquer um deles.
c) O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago.
d) Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um dos herdeiros só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível e não possa ser cindida.
e) O pagamento feito a um dos credores solidários, referente ao seu quinhão, extingue a dívida em sua totalidade.
Justifique objetivamente elencando o dispositivo legal referente à alternativa escolhida, quando houver: 0,5 – meio ponto. (1 linha)
E. Art. 269 CC.
Questão 2: 1,0 – um ponto
O direito das obrigações sabidamente exerce enorme influência na vida econômica da sociedade e compreende as relações jurídicas que constituem a autonomia privada na esfera patrimonial. Em relação a tão importante direito, assinale a alternativa correta: 0,5 – meio ponto
a) Nas obrigações de dar coisa incerta, se antes da escolha ocorrer a perda ou deterioração da coisa, sem culpa do devedor ou por força maior ou caso fortuito, poderá este exonerar-se da obrigação.
b) Nas obrigações alternativas, no caso de pluralidade de credores, não havendo acordo unânime entre eles quanto à escolha, decidirá aquele que tiver maior crédito ou, sendo iguais, o crédito mais antigo.
c) Nas obrigações divisíveis e indivisíveis, havendo dois ou mais devedores, e não sendo divisível a prestação, cada um será obrigado pela sua quota parte.
d) A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.
e) Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente, além das perdas e danos suportadas pelo credor.
Justifique objetivamente elencando o dispositivo legal referente à alternativa escolhida, quando houver: 0,5 – meio ponto. (1 linha)
D. Art. 266 CC
Questão 3: 1,0 – um ponto
Os casos de dívida de jogo e garantia real prestada por terceiro representam, respectivamente, obrigação: 0,5 – meio ponto
a) nula; de garantia pessoal.
b) anulável; com debitum sem obrigatio.
c) com schuld sem haftung; com haftung sem schuld.
d) com debitum e obrigatio; com schuld sem haftung.
e) ilícita; com debitum e obligatio.
Justifique objetivamente elencando o dispositivo legal referente à alternativa escolhida, quando houver: 0,5 – meio ponto. (1 linha)
C. SCHULD x HAFTUNG: CONCEPÇÃO UNITÁRIA (MONISTA ou CLÁSSICA): A obrigação forma um único vínculo entre credor e devedor. Esse vínculo é representado pelo débito. Obrigação forma apenas uma relação de crédito e débito entre credor e devedor. Nessa concepção, a responsabilidade civil não integra o conceito de obrigação, mas é vista como consequência do descumprimento da obrigação.  CONCEPÇÃO BINÁRIA (DUALISTA): A obrigação forma um duplo vínculo entre credor e devedor. A aqui a responsabilidade civil integra o conceito de obrigação civil.  Obrigação: débito + responsabilidade civil. 
. DÉBITO (DEBITUM (latim) ou SCHULD (alemão)): 
. RESPONSABILIDADE (OBLIGATIO (latim) ou HAFTUNG (alemão)):
Problemática 1: Existe schuld sem haftung (debitum sem obligatio)? 
Sim, nas obrigações naturais. Ex. Dívida prescrita e dívida de jogo – A prescrição atinge a responsabilidade civil
Problemática 2: Existe haftung sem schuld (obligatio sem debitum)? 
Sim. Ex. Fiador. O fiador só tem a responsabilidade civil, subsidiária (em regra), pela dívida alheia do afiançado.
Questão 4: 1,0 – um ponto
... não há a possibilidade de perecimento, e, portanto, subsiste a obrigação, cabendo, ao devedor, o direito de escolha, se outra coisa não for convencionada. Este seu direito, porém, não poderá ir ao ponto de preferir a coisa pior da espécie, assim como não terá o credor a faculdade de exigir o melhor, quando lhe for conferido o direito de escolha. (Clóvis Bevilaqua. Direito das Obrigações. p. 56. 9ª ed. Livraria Francisco Alves, 1957)
A conclusão a que acima se chegou pode ter como antecedente o seguinte texto: 0,5 (meio ponto)
a) Se o objeto a dar corresponde a obrigação alternativa,
b) Se o objeto a dar for incerto, isto é, apenas determinado pelo gênero,
c) Se se tratar de obrigação de dar coisa certa,
d) Se o objeto a dar for coisa divisível, 
e) Se o objeto a dar for bem corpóreo, fungível ou infungível
Justifique objetivamente elencando o dispositivo legal referente à alternativa escolhida, quando houver: 0,5 – meio ponto. (1 linha)
B. Art. 246.
QUESTÕES DISCURSIVAS
Questão 1: 3,00 – três pontos (10 linhas)
Joana, Antônio e Maria obrigaram-se a entregar a Júlio um carro modelo Camaro amarelo 406 Cv, ano 2017,placa XYZ1234, avaliado em R$ 300 mil. Cláusula especial estabeleceu que as devedores poderiam, em lugar do carro, entregar um colar de diamantes e esmeraldas que pertencera à rainha britânica Elizabeth II e que a avó de Maria havia arrematado num Leilão em Londres, mas falecida recentemente, deixou de herança para sua neta. Enfurecido com eliminação de seu time do campeonato brasileiro, Antônio, embriagado, dirigia de maneira imprudente o referido Camaro, quando bateu num poste na Av. Visconde de Pirajá, em Ipanema, gerando a perda total do automóvel. Pergunta-se:
A) Júlio pode exigir a entrega do colar? Justifique.(1,5)
B) Que direitos possui Júlio em face de cada devedor? (1,5)
GABARITO
Item A
A obrigação assumida por Joana, Antônio e Maria é uma obrigação com faculdade alternativa (ou facultativa).(0,5) Trata-se de obrigação simples em que consta do título originário cláusula especial que permite aos devedores se exonerarem realizando prestação diversa. Sendo, entretanto, uma obrigação simples, apenas a prestação principal pode ser exigida uma vez que a entrega da prestação alternativa é uma faculdade dos devedores. (1,0). Dessa maneira, a obrigação de entregar o colar (prestação facultativa) não pode ser exigida.
Item B
No caso em questão, Joana, Antônio e Maria assumiram a obrigação de entregar um Camaro, coisa certa, avaliado em R$300 mil. Essa obrigação pode ser classificada como indivisível, uma vez que há pluralidade subjetiva passiva e a referida prestação é insuscetível de fracionamento em razão de sua natureza (art.258,CC). (0,5)
Porém, a referida obrigação impossibilitou-se por culpa de Antônio; dessa maneira, deve converter-se em perdas e danos, perdendo consequentemente a qualidade de indivisível (art.263,caput,CC). (0,5)
Com a impossibilidade de entrega do Camaro, surge para os devedores a obrigação de pagar o equivalente, R$ 300 mil e perdas e danos. Sendo essa obrigação divisível, presume-se dividida entre os devedores (art.257,CC). Assim, cada um dos devedores estará obrigado ao pagamento de R$100 mil, cabendo apenas a Antônio, que teve culpa na impossibilidade da prestação, a obrigação de pagar perdas e danos.
(art.263, parágrafo 2,CC). (0,5)
Questão 2: 3,00 – três pontos (10 linhas)
João faleceu e deixou como únicos herdeiros seus cinco filhos. O patrimônio deixado por João foi equivalente a R$ 1 milhão, tendo cada filho herdado a quota parte de 20% desse valor, ou seja, R$ 200 mil. Depois de ter sido feito o inventário e a partilha dos bens, apareceu Mário com uma nota promissória assinada por João na qual este se comprometia a pagar R$ 500 mil. Em outras palavras, Mário possui um título executivo assinado por João.  
a) Mesmo sendo a dívida divisível (ex: em dinheiro), o credor poderá ajuizar a ação contra um só herdeiro cobrando o débitotodo? Mário poderá propor a execução contra apenas alguns dos filhos cobrando a dívida toda? (1,0)
b) Caso a dívida fosse indivisível a resposta seria diferente? Fundamente. (1,0)
c) E em sendo a dívida solidária? Fundamente. (1,0)
GABARITO
ITEM A
NÃO. A solidariedade não se presume, deriva da lei ou da vontade das partes.
Em execução de dívida divisível do autor da herança ajuizada após a partilha, cada herdeiro beneficiado pela sucessão responde na proporção da parte que lhes coube na herança.
STJ. 4ª Turma. REsp 1.367.942-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 21/5/2015 (Info 563).
Após a partilha, não há que se falar em solidariedade entre os herdeiros de dívidas divisíveis, motivo pelo qual caberá ao credor executar os herdeiros pro rata, observando a proporção da parte que lhes coube (quinhão) no tocante ao acervo partilhado.
Assim, em nosso exemplo, Mário teria que ingressar com a execução contra os cinco herdeiros e cada um responderia por 20% da dívida (proporcional à parte que coube a cada um). Logo, como a dívida total é R$ 500 mil, cada herdeiro somente poderia ser condenado a pagar, no máximo, R$ 100 mil.
Obs.: Assim que a pessoa morre, surge a herança, que é transmitida aos herdeiros (art. 1.784 do CC). A herança é formada pelo acervo patrimonial e pelas dívidas (obrigações) deixadas pelo falecido. Os credores do autor da herança têm a faculdade de, antes da partilha dos bens transmitidos, habilitar seus créditos no juízo do inventário ou, então, de ajuizarem ações de cobrança contra o espólio. A habilitação de crédito pode ensejar o pagamento da dívida no próprio processo de inventário ou, se surgir discordância entre os sucessores, o juiz poderá determinar a reserva de bens para garantir o eventual pagamento da obrigação (art. 1.997, § 1º) e o credor terá que ajuizar ação própria autônoma contra o espólio.
Os herdeiros irão responder pela dívida, mas esta responsabilidade é intra vires hereditatis, ou seja, é proporcional à parte que lhe coube. Há, portanto, uma responsabilidade patrimonial limitada. 
ITEM B
Sim, no caso das dívidas indivisíveis por impossibilidade do pagamento ser feito de forma separada apenas um dos devedores pode ser compelido a pagar e terá direito de regresso em relação aos demais.
ITEM C
Sim, no caso das dívidas solidárias perante o credor qualquer um dos devedores deve a integralidade da dívida, mas tem direito de regresso em relação aos demais. A diferença para a obrigação indivisível é que na obrigação indivisível o devedor não deve pagar a integralidade porque deve, apenas porque há impossibilidade de divisão, enquanto nas solidárias ele paga porque deve, pelo menos em relação ao credor, a integralidade.
Boa prova!

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