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UNIDADE 04 TENSÕES E DEFORMAÇÕES UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS E CONSTRUÇÃO CIVIL ECC 1015 – Mecânica e Resistência dos Materiais Arquitetura e Urbanismo – Mecânica e Resistência dos Materiais – Professora Marina Munaretto Copetti UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA Cachoeira do Sul – RS Arquitetura e Urbanismo INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS TENSÕES E DEFORMAÇÕES Os esforços revelam-se pelas deformações que provocam. Se um corpo suporta cargas ocorre um fenômeno mecânico que é a difusão dos esforços pelas diversas partes que constituem um corpo. A capacidade portante da estrutura é limitada: pode ocorrer um colapso estrutural se o carregamento for excessivo. Se um corpo suporta cargas ocorre um fenômeno geométrico, uma mudança da forma original, isto é, a deformação. Arquitetura e Urbanismo – Instalações Hidrossanitárias– Professora Marina Munaretto CopettiArquitetura e Urbanismo – Mecânica e Resistência dos Materiais – Professora Marina Munaretto Copetti INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS TENSÕES E DEFORMAÇÕES Um corpo em equilíbrio, sujeito a cargas externas ativas e reativas, possui em seu interior esforços. Estes esforços internos ou solicitações internas são devidos ao deslocamento das partículas que compõem o corpo, até que seja atingido o equilíbrio. ESTRUTURA CARGAS EXTERNAS ATIVAS CARGAS EXTERNAS REATIVAS SOLICITAÇÕES TENSÕES DEFORMAÇÕES CAPACIDADE LIMITE DA RESISTÊNCIA DO MATERIAL PROJETO VERIFICAÇÃO Arquitetura e Urbanismo – Mecânica e Resistência dos Materiais – Professora Marina Munaretto Copetti Valores de forças por si só não levam a concluir se um corpo/estrutura consegue suportar uma carga com segurança. Quando tomamos a força por unidade de área, temos a tensão (intensidade das forças distribuídas em uma certa seção). TENSÃO TENSÃO NORMAL 𝛔 TENSÃO DE CISALHAMENTO 𝛕 Arquitetura e Urbanismo – Mecânica e Resistência dos Materiais – Professora Marina Munaretto Copetti TENSÃO NORMAL TENSÃO DE TRAÇÃO TENSÃO DE COMPRESSÃO 𝛔 = 𝐏 𝐀 Onde: σ – tensão normal (N/m² ou Pa – SI) P – força normal (N) A – área da seção transversal da peças (m²) A intensidade da força, ou força por unidade de área, que age perpendicularmente à área, é definida como tensão normal (σ). A tensão normal provoca nas fibras: alongamento ou encurtamento UNIDADES MÉTRICAS DO SI: Utilizam-se um sinal positivo para indicar uma tensão de tração (barra tracionada) e um sinal negativo para indicar tensão de compressão (barra comprimida) 𝟏 𝑷𝒂 = 𝟏 𝑵/𝒎² 𝟏𝑴𝑷𝒂 = 𝟏 𝑵/𝒎𝒎² Arquitetura e Urbanismo – Mecânica e Resistência dos Materiais – Professora Marina Munaretto Copetti TENSÃO DE CISALHAMENTO A intensidade da força, ou força por unidade de área, que age paralelamente à área, é definida como tensão de cisalhamento (τ). A tensão de cisalhamento provoca corte ou cisalhamento na seção. 𝛕 = 𝐏 𝐀 Onde: τ – tensão de cisalhamento (N/m² ou Pa – SI) P – força cortante (N) A – área da seção transversal da peças (m²) P P Arquitetura e Urbanismo – Mecânica e Resistência dos Materiais – Professora Marina Munaretto Copetti DEFORMAÇÃO ESPECÍFICA NORMAL ▪ Sempre que uma força é aplicada a um corpo, esta tende a mudar a forma e o tamanho dele. ▪ Essas mudanças são denominadas deformações e podem ser altamente visíveis ou praticamente imperceptíveis. DEFORMAÇÃO: a alteração da forma que sofre um corpo submetido a solicitações, devido aos movimentos das partículas que o constituem. A P δ (deformação absoluta) Deformação específica L δ ε = Arquitetura e Urbanismo – Mecânica e Resistência dos Materiais – Professora Marina Munaretto Copetti DEFORMAÇÃO ESPECÍFICA NORMAL L A P = = L A P A P = == 2 2 LL A P == = 2 2 L A P = = L A P = = LL A P == = 2 2 Arquitetura e Urbanismo – Mecânica e Resistência dos Materiais – Professora Marina Munaretto Copetti O alongamento ou encurtamento de um elemento linear por unidade de comprimento é denominado deformação normal (ou específica longitudinal). Quando um elemento linear é submetido a tensões normais nas faces perpendiculares de Li, ele sofrerá uma deformação e seu comprimento passará a ser Lf. 𝛆 = 𝐋𝐟 − 𝐋𝐢 𝐋𝐢 = ∆𝐋 𝐋 Onde: 𝛆 – deformação normal (m/m – SI) adimensional Lf – comprimento final (m) Li – comprimento inicial (m) σ σ 𝐋𝐟 𝐋𝐢𝐋𝐟 − 𝐋𝐢/𝟐 𝐋𝐟 − 𝐋𝐢/𝟐 𝐀𝐋𝐎𝐍𝐆𝐀𝐌𝐄𝐍𝐓𝐎 σ 𝐋𝐢 𝐋𝐟𝐋𝐢 − 𝐋𝐟/𝟐 𝐋𝐢 − 𝐋𝐟/𝟐 ENCURTA𝐌𝐄𝐍𝐓𝐎 σ DEFORMAÇÃO ESPECÍFICA NORMAL Arquitetura e Urbanismo – Mecânica e Resistência dos Materiais – Professora Marina Munaretto Copetti DEFORMAÇÃO ELÁSTICA ▪ Aplicando sucessivas cargas e cada vez maiores em uma mola presa em uma superfície fixa, a mola se distende sob a ação destas cargas. ▪ Se a aplicação das cargas for interrompida durante esta fase, a mola voltará a ter sua forma e seu comprimento inicial. ▪ Este comportamento caracteriza uma deformação elástica, cujas propriedades são: deformações reversíveis e proporcionalidade entre carga e deformação. Arquitetura e Urbanismo – Mecânica e Resistência dos Materiais – Professora Marina Munaretto Copetti DEFORMAÇÃO PLÁSTICA ▪ Se aumentar uma carga sobre uma mola, depois de um limite terminaria a proporcionalidade entre carga e deformação e apesar da tendência do corpo em assumir sua forma original, sempre restariam as chamadas Deformações Residuais. ▪ Considera-se então terminado o regime elástico e o corpo passa a atuar em regime plástico. ▪ Note-se então que no regime plástico termina a proporcionalidade e a reversibilidade das deformações. ▪ Aumentada ainda mais a carga, o próximo limite seria a Ruptura. Arquitetura e Urbanismo – Mecânica e Resistência dos Materiais – Professora Marina Munaretto Copetti TENSÃO-DEFORMAÇÃO A análise das deformações nos auxilia na determinação das tensões. Para determinar a real distribuição de tensões, é necessário visualizar as deformações que nela ocorrem. Para uma determinada tensão, o corpo sofre uma deformação. Assim, podemos traçar um diagrama de tensão-deformação, onde se pode determiná-lo a partir do ensaio de tração ou compressão. O diagrama varia de material para material. MATERIAL DÚCTIL: têm capacidade de suportar grandes deformações, MATERIAL FRÁGIL: NÃO têm capacidade de suportar grandes deformações TENSÃO-DEFORMAÇÃO Diagramas tensão-deformação: RUPTURA DÚCTIL RUPTURA FRÁGIL Arquitetura e Urbanismo – Mecânica e Resistência dos Materiais – Professora Marina Munaretto Copetti TENSÃO-DEFORMAÇÃO Diagramas tensão-deformação: σ𝐿𝑃: 𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑝𝑜𝑟𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 σ𝐴: 𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑎𝑑𝑚𝑖𝑠𝑠í𝑣𝑒𝑙 𝑜𝑢 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑒𝑙𝑎𝑠𝑡𝑖𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 σ𝐸: 𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 σ𝑈: 𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑜𝑢 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 ú𝑙𝑡𝑖𝑚𝑎 σ𝑅: 𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑑𝑒 𝑟𝑢𝑝𝑡𝑢𝑟𝑎 TENSÃO-DEFORMAÇÃO Regime elástico: no corpo de prova seu comprimento aumenta sempre proporcional ao carregamento. As tensões são diretamente proporcionais às deformações, comportamento linear portanto diagrama linear. Regime de escoamento: quando é atingido um valor crítico de tensão e, o corpo de prova sofre uma longa deformação, com um pouco aumento da carga aplicada. Comportamento não linear. Estricção: quando o carregamento atinge um certo valor máximo, o diâmetro do corpo de prova começa a diminuir, devido a perda da resistência local. Após ter começado a estricção, um carregamento mais baixo é suficiente para manter o corpo de prova se deformando, até que sua ruptura se dê. Arquitetura e Urbanismo – Mecânica e Resistência dos Materiais – Professora Marina Munaretto Copetti TENSÃO-DEFORMAÇÃO Tensão de escoamento σe: tensão crítica correspondente ao início de escoamento; Tensão última σU: tensão correspondente a máxima carga aplicada. Tensão de ruptura σR: tensão correspondente ao ponto de ruptura. Arquitetura e Urbanismo– Mecânica e Resistência dos Materiais – Professora Marina Munaretto Copetti ENSAIO DE TRAÇÃO Aço ASTM A36 https://www.youtube.com/watch?v=W5A8gU37wGg Polímero ASTM D638 (HDPE) www.youtube.com/watch?v=I28m4FZzqro COMPORTAMENTO DÚCTIL https://www.youtube.com/watch?v=W5A8gU37wGg http://www.youtube.com/watch?v=I28m4FZzqro ENSAIO DE TRAÇÃO COMPORTAMENTO FRÁGIL Fibra de carbono www.youtube.com/watch?v=aH9vcV7jzG0 Concreto (ensaio indireto de tração) www.youtube.com/watch?v=6lkZIrLp_mE Arquitetura e Urbanismo – Mecânica e Resistência dos Materiais – Professora Marina Munaretto Copetti https://www.youtube.com/watch?v=aH9vcV7jzG0 https://www.youtube.com/watch?v=6lkZIrLp_mE Materiais frágeis, quando tracionados, rompem a θ = 0° após pequena deformação • Vidro, concreto, ferro fundido, fibra de carbono, ... Materiais dúcteis, quando tracionados, rompem a θ = 45°) após elevada deformação • Aço carbono e ligas, alumínio, cobre, polímeros, ... Arquitetura e Urbanismo – Mecânica e Resistência dos Materiais – Professora Marina Munaretto Copetti EXERCÍCIOS ATIVIDADE Nº5 1) Determine as tensões normais nos planos A-A, B- B,C-C e D-D, sabendo que a barra tem uma seção transversal de 130 mm². F1 = 600 N F2 = 600 N F3 = 5000 N. A A B B C C F1 F2 F3 D D Arquitetura e Urbanismo – Mecânica e Resistência dos Materiais – Professora Marina Munaretto Copetti LEI DE HOOKE Até determinado ponto a relação entre a tensão e a deformação pode ser considerada linear para todos os materiais. Assim, em 1678 o cientista inglês Robert Hooke, após realizar uma série de experimentos, constatou que uma série de materiais quando submetidos à ação de carga normal, sofre variação na sua dimensão linear inicial, bem como na área da seção transversal inicial. Ao fenômeno da variação linear, Hooke denominou alongamento. As tensões desenvolvidas e suas deformações específicas consequentes são proporcionais enquanto não se ultrapassa o limite elástico do material. 𝑬 = 𝛔 𝛆 Onde: 𝑬 – módulo de elasticidade do material (Pa) 𝛆 – deformação específica (m/m - adimensional) 𝛔 – tensão normal (Pa) ou 𝛔 = 𝑬𝛆 Arquitetura e Urbanismo – Mecânica e Resistência dos Materiais – Professora Marina Munaretto Copetti COEFICIENTE DE POISSON Nos materiais, o alongamento (deformação) produzido por uma força F na direção dessa força é acompanhado por uma contração nas demais direções transversais. alLongitudin lTransversa −= Valores típicos 0,25 < ν < 0,4 O coeficiente de Poisson, bem como o módulo de elasticidade E , são valores constantes e característicos de cada material. Arquitetura e Urbanismo – Mecânica e Resistência dos Materiais – Professora Marina Munaretto Copetti COEFICIENTE DE SEGURANÇA A tensão a que um componente mecânico/estrutura é submetido deve ser menor que a tensão limite do material. O coeficiente de segurança é a razão entre essas tensões. admissível Tensão limite Tensão (FS) segurança deFator = Arquitetura e Urbanismo – Mecânica e Resistência dos Materiais – Professora Marina Munaretto Copetti COEFICIENTE DE SEGURANÇA Fator de segurança baixo: há risco de ruptura devido a fatores não consideradas no projeto. • Fadiga • Impacto • Mudanças no tipo de carregamento • Alterações físico-químicas (fluência, corrosão,...) Fator de segurança alto: elevado custo de fabricação, montagem e/ou operação. Arquitetura e Urbanismo – Mecânica e Resistência dos Materiais – Professora Marina Munaretto Copetti EXERCÍCIOS 2) Sabendo que a tensão de escoamento para as barras soldadas em B é 225 Mpa, determine d1 e d2 para um CS = 1,5. EXERCÍCIOS 3) Uma haste tubular fabricada em alumínio não deve estender mais de 2 mm quando submetida a uma força de tração de 10 kN. Sabendo-se que E = 72 GPa e 𝜎𝐸 = 200 Mpa, determine: (a) o diâmetro externo da barra sendo que o diâmetro interno não deve ser menor que 20 mm e (b) o máximo comprimento possível do tubo. EXERCÍCIOS 4) Sabendo-se que a tensão de escoamento para o material da barra BC (Ø 4 mm) é 380 MPa, e que seu comprimento não deve aumentar mais que 6 mm, determine a máxima carga P aplicável. Utilize E = 200 GPa e FS = 2. EXERCÍCIOS 5) Para a treliça fabricada em aço (E = 200 GPa) abaixo, calcule a tensão e a deformação nos membros AB e AD. Perfil quadrado cheio de 20 mm
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