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1 MIOLOGIA GERAL As células musculares possuem as propriedades de contratilidade e condutividade. Sua disposição sugere que sejam chamadas de fibras ao invés de células. O tecido muscular é classificado como: LISO - (involuntário, não estriado) ESQUELÉTICO - (voluntário, estriado) CARDÍACO - (involuntário, estriado) Músculo liso - ocorre como massas de células, de formato fusiforme, nas paredes dos órgãos ocos, vasos sanguíneos, em determinadas glândulas, no baço, no globo ocular e nos folículos pilosos. As contrações são fracas e rítmicas e a ação não está sob o controle de nossa vontade. Músculo cardíaco - possui estriações transversais e estão dispostas em massas de células irregulares. As contrações são involuntárias. Músculo esquelético - são feixes de fibras multinucleadas. Os núcleos estão dispostos perifericamente. Algumas fibras são escuras (vermelhas) e outras são claras (brancas). As contrações das fibras escuras são tônicas, mas com pouca força, as fibras claras contraem-se fasicamente (a amplitude aumentando até um pico e depois sendo seguida por relaxamento). A cor do músculo nos mamíferos depende das proporções dos dois tipos entrelaçados de fibras. Os músculos que sustentam o corpo tenderiam a possuir uma preponderância de fibras escuras. Cada fibra muscular está envolta por uma fina camada de tecido conjuntivo - o endomísio. Cada feixe de fibras forma um fascículo e está circundada por uma maior quantidade de tecido conjuntivo - o perimísio. O conjunto de fascículos está envolto por uma lâmina de tecido conjuntivo - o epimísio. 2 Os elementos do tecido conjuntivo do músculo são contínuos com o tecido conjuntivo pelo qual o músculo se insere no esqueleto ou em outros músculos. As membranas de tecido conjuntivo que separam os músculos uns dos outros e os firmam na posição são denominados de fáscia. TIPOS DE FÁSCIA: 1. Fáscia propriamente dita: a. Fáscia superficial - camada mais frouxamente agrupada próxima à pele. b. Fáscia profunda - é a camada definitiva que reveste os grupos de músculos e que envia septos intermusculares. Muitas vezes possui mais de uma camada dependendo da sua localização. 2. Fáscia muscular: a. Aponeurose de inserção - quando a fáscia fornece origem ou inserção aos músculos, é uma lâmina espessa de tecido conjuntivo. Ex. do grande dorsal, dos músculos abdominais. b. Tendão - massas consolidadas de tecido conjuntivo nas extremidades do músculo. Os tendões se inserem no periósteo, do qual se estendem pequenos processos para dentro de depressões em áreas ásperas do osso. O tendão normalmente é mais fino que o músculo. Sulcos são formados quando os tendões passam sobre superfícies ósseas. Ex. do bíceps braquial. 3. Ligamentos anulares (retináculos) - servem para unir os tendões ao membro. 4. Inscrições tendinosas - são intersecções de tecido conjuntivo geralmente em ziguezague que aparecem em alguns casos no corpo muscular. Ex. inscrições tendinosas do músculo reto abdominal. DISPOSIÇÃO DAS FIBRAS MUSCULARES 1. Paralela: os feixes musculares são perpendiculares, oblíquos ou horizontais em relação ao músculo como um todo. 2. Penada: quando as fibras inserem-se no tendão em ângulo. Poderão ser unipenada, bipenada ou multipenada. 3 3. Fusiforme: quando as fibras convergem sobre um tendão nas duas extremidades de um músculo. FORMA DOS MÚSCULOS 1. Músculos planos: apresentam largura e comprimento predominantes sobre a pouca espessura. Ex. grande dorsal. 2. Músculos curtos: apresentam dimensões pequenas e equivalentes. Ex. redondo menor, coracobraquial. 3. Músculos longos: apresentam o comprimento predominante sobre as outras dimensões. Ex. omotransverso, semitendíneo. 4. Músculos fusiformes: são uma variação dos longos por apresentarem aspecto de fuso. Ex. bíceps braquial, reto femoral. PARTES DE UM MÚSCULO 1. Cabeça: é o local de origem de um músculo, convencionado ao ponto mais fixo onde ele se insere. Conforme o número de cabeças dizemos: a. Duas cabeças – bíceps b. Três cabeças – tríceps c. Quatro cabeças - quadríceps 2. Ventre ou corpo: é a parte intermediária ou carnosa, se apresentar dois ventres - biventral ou digástrico (Ex. deltóide). 3. Cauda: é a inserção propriamente dita de um músculo e é convencionado ao ponto de fixação mais móvel. INERVAÇÃO E AÇÃO DOS MÚSCULOS Cada músculo esquelético é suprido por feixes de fibras nervosas que se separam, de modo variável fora e dentro das partes mais profundas do músculo. Os nervos podem se originar de um ou de vários segmentos da medula espinhal, dependendo da extensão do músculo. Na maioria dos músculos, próximo às junções com o tendão, há fusos neuromusculares. O fuso contém uma ou mais fibras, cada uma suprida de grandes 4 fibras nervosas sensoriais. O estiramento do músculo é registrado através do fuso, resultando em um aumento reflexo do tônus muscular. A força total exercida por uma contração muscular é a soma das forças exercidas por suas fibras individuais. Cada fibra pode se contrair até seu limite máximo podendo reduzir seu comprimento de um terço à metade. Quando o suprimento do nervo aferente a algum músculo for destruído, o músculo se atrofia e, a menos que o nervo se regenere sem grandes demoras, as fibras musculares são substituídas por tecido conjuntivo. Músculos ativos são ricamente supridos de vasos sanguíneos, músculos atrofiados têm uma aparência pálida. Grupos de músculos antagônicos são normalmente supridos por nervos diferentes, embora os nervos possam surgir dos mesmos segmentos da medula espinhal. Novas fibras de um músculo não são formadas após o nascimento. O crescimento é produzido pelo aumento no tamanho das fibras já existentes, as quais aumentam ainda mais com o exercício. O peso corporal pode aumentar pela deposição de gordura dentro e entre as fibras musculares. Quando partes de um músculo são destruídas, o reparo prossegue com a substituição por tecido conjuntivo. Músculos de fibras longas produzem uma gama relativamente grande de movimentos. Fibras penadas curtas reduzem o volume relativo do músculo e, embora permitindo apenas movimentos limitados, aumentam a força muscular. Um músculo poderá conter áreas de fibras dispostas de modo penado e áreas de longas fibras paralelas, dependendo da gama de movimentos produzidos pelas partes do músculo. Com a finalidade de produzir movimentos esqueléticos o músculo terá de cruzar pelo menos uma articulação. Determinados músculos por associação com a fáscia superficial e com firme ancoragem cutânea movem a pele. Outros músculos circundam aberturas naturais como esfíncteres. Podem estar dispostos como paredes de tubos ou cavidades para agirem como constritores. O ponto de fixação do músculo que permanece mais estacionária durante o movimento é denominado ORIGEM, a outra, mais móvel, é a INSERÇÃO. Nos 5 membros o ponto de fixação proximal é a origem e o ponto de fixação distal é a inserção. O tendão do músculo poderá ser tão longo que a origem e a inserção estão separadas por diversas articulações. Pode originar-se de uma fáscia larga e unir-se por um único tendão. A AÇÃO de um músculo é o movimento provocado ao se contrair. Músculos agonistas ou sinérgicos - quando dois músculos desempenham a mesma ação. Ex. flexores palmares entre si e extensores palmares entre si. Músculos antagonistas - quando dois músculos fazem movimentos contrários. Ex. bíceps braquial com tríceps braquial (cabeça longa). O músculo esquelético está em estado contínuo de contração reflexa que produz o equilíbrio e a prontidão para a ação. Cada movimento do corpo é realizado pelo envolvimento de muitos grupos de músculos. A suavidade e a extensão da ação são controladas sinergicamente. O músculo antagonista gradativamente relaxa à medida que o agonista se contrai. Os sinergistas deum movimento podem se tornar os antagonistas de outro. 1 ANGIOLOGIA Os sistemas vasculares sanguíneo e linfático estão reunidos sob um único título, angiologia. Em sentido estrito significa o estudo dos vasos, mas seu alcance é convencionalmente ampliado, incluindo o coração, o baço e diversos órgãos linfáticos, além das artérias, veias e outros vasos. O sistema cardiovascular é formado por componentes que bombeiam, transportam e distribuem os elementos requeridos pelas células e pelos tecidos do organismo. Pertencem aos órgãos do sistema cardiovascular o coração e os vasos. Nos vasos sangüíneos, circula o sangue. Os vasos linfáticos integram um sistema de drenagem que leva o líquido intersticial do corpo, em forma de linfa para o sangue. A função do sangue é o provimento dos tecidos com oxigênio e com todos os nutrientes necessários para o metabolismo corpóreo. Simultaneamente, são transportados produtos metabólicos para decomposição, síntese, reabsorção e eliminação de resíduos com a participação do fígado, dos rins e dos pulmões. O sangue circula nos vasos sangüíneos, que formam um sistema tubular fechado. Por meio da função de bombeamento do coração, esse sistema é mantido sempre em movimento. Em algumas dessas funções, o sangue não atua sozinho. Existe, também, a circulação linfática, que participa intensamente na atividade imunológica e no transporte de alguns nutrientes. Em organismos inferiores, as células absorvem nutrientes e oxigênio por difusão direta. Pelo mesmo processo também eliminam os produtos finais do seu metabolismo. Assim, nutrição, respiração e excreção são fenômenos realizados dentro dos limites de uma notável simplicidade. Mas, nos animais pluricelulares, a aquisição de um sistema de circulação eficiente, que pudesse “conduzir” substâncias pelo corpo, distribuindo algumas e retirando outras, tornou-se uma inegável conquista, contribuindo para o aperfeiçoamento e a evolução das espécies. Dessa maneira, surgiram os sistemas circulatórios. O primeiro dos grandes sistemas que começa a funcionar no embrião é o sistema cardiovascular. O coração e o sistema vascular primitivo aparecem na metade da terceira semana do desenvolvimento embrionário. O coração começa a funcionar no início da quarta semana. Este desenvolvimento precoce é necessário porque o embrião em crescimento rápido, não pode mais satisfazer a suas 2 necessidades nutricionais e de oxigênio apenas por difusão. Conseqüentemente ele precisa de um método eficiente para retirar oxigênio e nutrientes do sangue materno e para a remoção do dióxido de carbono e dos produtos de excreção. SISTEMA CARDIOVASCULAR O sistema cardiovascular consiste em: 1. Coração; 2. Artérias, que conduzem sangue do coração para os tecidos; 3. Capilares, tubos microscópicos nos tecidos, que permitem as trocas necessárias entre sangue e os tecidos; e 4. Veias, que conduzem o sangue de volta ao coração. CORAÇÃO O coração é um órgão central que, por contração rítmica, bombeia sangue continuamente através dos vasos sanguíneos. É constituído de quatro câmaras: átrios direito e esquerdo, ventrículos direito e esquerdo. Os dois átrios são separados por um septo interno, assim como os dois ventrículos, mas o átrio e o ventrículo de cada lado comunicam-se através de uma grande abertura. O coração é, portanto, constituído de duas bombas que ficam dispostas em série, mas combinada no interior de um único órgão. A bomba direita recebe sangue venoso do corpo e o lança no tronco pulmonar, que o leva aos pulmões para reoxigenação; a bomba esquerda recebe o sangue oxigenado (arterial) dos pulmões e o lança na aorta, que o distribui uma vez mais para o corpo. O tamanho e a anatomia do coração variam nas diferentes espécies. O coração é uma poderosa bomba situada no meio do espaço mediastínico do tórax e contida em um saco fibrosseroso, o pericárdico. A parede do coração é composta de três camadas de fora para dentro: o epicárdio, miocárdio e o endocárdio. O termo epicárdio é aplicado à camada serosa que está firmemente ligada ao músculo cardíaco, o miocárdio representa o músculo cardíaco e o endocárdio é o revestimento endotelial das cavidades do coração. O coração está ligado pela sua base aos grandes vasos e o restante inteiramente livre dentro do pericárdio. 3 Átrio Direito: Consiste em um seio venoso das cavas, no qual se abrem as veias e uma aurícula. No átrio direito existem os óstios da veia cava cranial, da veia cava caudal, do seio coronário e o óstio atrioventricular direito. Ventrículo Direito: Comunica-se com o átrio direito pelo óstio atrioventricular direito, onde encontramos a valva atrioventricular direita (tricúspide). Sua parte esquerda projeta-se para cima e forma o cone arterial, do qual se origina o tronco pulmonar. O óstio pulmonar está guarnecido pela valva pulmonar. Átrio esquerdo: As veias pulmonares abrem-se no interior do átrio. A aurícula é semelhante à do lado direito. Ventrículo esquerdo: O orifício atrioventricular esquerdo está protegido pela valva bicúspide ou mitral. A saída para a aorta, o orifício aórtico está protegido pela valva aórtica. 4 Após o nascimento não existe comunicação entre o lado direito e esquerdo do coração, não ocorrendo mistura de sangue. No feto há uma comunicação entre os átrios pelo forame oval até o nascimento. No átrio direito chega sangue venoso proveniente de todo o corpo através das veias cavas cranial e caudal. Este sangue venoso passa ao ventrículo direito, vai aos pulmões pelas artérias pulmonares, é oxigenado, voltando para o átrio esquerdo pelas veias pulmonares que transportam sangue arterial, passa para o ventrículo esquerdo e deste através da artéria aorta vai para todo o corpo. Pequena circulação: VD → artéria pulmonar → pulmões → veias pulmonares → AE Grande circulação: VE → artéria aorta → corpo → veias cavas → AD No interior do coração existem valvas que regulam a passagem de sangue. Entre o átrio e o ventrículo direito encontramos a valva atrioventricular direita ou tricúspide, entre o átrio e o ventrículo esquerdo a valva atrioventricular esquerda ou mitral. Na saída do ventrículo direito para o tronco pulmonar encontramos a valva pulmonar e na saída do ventrículo esquerdo para artéria aorta encontramos a valva pulmonar. O tamanho e a forma do coração variam de acordo com o grau de sua contração e relaxamento que são chamadas de sístole e diástole. 5 VASOS SANGÜÍNEOS As artérias, capilares e veias formam um sistema contínuo revestido por um endotélio de baixa fricção ininterrupto. Artérias Classificam-se com base na sua estrutura: 1. Artérias de grande calibre ou elásticas. 2. Artérias de médio calibre ou musculares. 3. Artérias de pequeno calibre ou arteríolas. Estrutura das artérias: 1. Túnica externa ou adventícia consiste principalmente de tecido conjuntivo fibroso. Na parte mais profunda existem algumas fibras elásticas e em algumas artérias existem também fibras musculares lisas longitudinais. 2. Túnica média consiste de fibras musculares lisas e elásticas em artérias de médio calibre; em vasos de pequeno calibre há principalmente tecido muscular liso e nas artérias de grande calibre, tecido elástico quase exclusivamente. 3. Túnica interna ou íntima consiste em uma camada de células endoteliais apoiadas sobre uma membrana elástica. A artéria a semelhança de uma árvore, tem um tronco e depois ramifica-se. A artéria geralmente se divide em ângulo agudo, dando ramos cada vez mais finos. Algumas vezes se ramifica em ângulo reto e em outros é recorrente, isto é, ruma numa direção oposta de onde se originou. Anastomose: é a intercomunicação de ramos de artérias adjacentes. Plexo vascular: conexões feitas por uma rede de numerosos ramos minúsculos. Rede vascular: uma extensa rede de vasos em formade amplas malhas. Artérias terminais: são aquelas que formam redes isoladas, não se anastomosam com as artérias adjacentes. Rede admirável: uma rede intercalada no curso de uma artéria. Vaso colateral: é aquele que segue um curso próximo e similar daquele do vaso principal. Artérias anatômicas terminais: as anastomoses são tão pobres que se elas forem obstruídas, o suprimento sanguíneo para a parte afetada é interrompido. 6 Para maior proteção as artérias são bem profundas, exceção feita à artéria femoral. Capilares Os capilares compreendem uma rede anastomótica de minúsculos tubos, cuja parede consiste em uma única camada de células endoteliais apoiadas numa membrana basal. A parede dos capilares permite a passagem de oxigênio e nutrientes. Veias As veias são de um modo geral, arranjadas do mesmo modo que as artérias, mas, são usualmente de maior calibre. Quando uma veia acompanha uma artéria ela é denominada veia satélite e é, geralmente homônima daquela. As veias se anastomosam bem mais frequentemente que as artérias formando numerosos ramos comunicantes. Plexos venosos ocorrem em muitos lugares. Seios venosos são veias envolvidas por densas membranas e percorrem geralmente sulcos ósseos; sua parede consiste somente em endotélio; exemplo destes são os seios da dura-máter do cérebro. Uma veia que ligue um destes seios com veias externas do crânio é denominada uma emissária.. Estrutura das veias: As paredes das veias são semelhantes, estruturalmente, às das artérias, porém muito mais finas, de modo que as veias colapsam mais ou menos completamente quando vazias, enquanto que as artérias não. A túnica média tem muito tecido fibroso e pouco tecido muscular liso. A túnica interna (íntima) é também menos elástica que as artérias. Em muitas veias esta camada forma valvas semilunares, cujas bordas livres estão orientadas na direção do coração. Geralmente elas formam duas cúspides embora, ocasionalmente, uma única ou até três cúspides podem estar presentes. Elas são muito numerosas nas veias da pele e das extremidades, enquanto que muitas veias das cavidades do corpo e das vísceras estão ausentes. Elas impedem o retorno do sangue dentro das veias dos membros e cabeça, quando a pressão está aumentada no tórax e abdome. As vênulas coletam sangue procedente dos leitos capilares. Elas juntam-se umas com as outras para formar veias que são mais numerosas que as artérias. Geralmente tem parede muito fina e sues diâmetros são, geralmente, maiores do que os das artérias correspondentes. A túnica média é relativamente pobre em 7 músculo liso e tecido elástico. Nas grandes veias a túnica externa (adventícia) é espessa e contém algumas fibras elásticas e musculares lisas. As veias profundas geralmente acompanham as artérias; as veias superficiais, frequentemente, são independentes delas. A maior parte do sangue do corpo retorna ao coração por meio das veias cavas. Contudo vários caminhos alternativos são possíveis, tais como o sistema ázigos, o sistema vertebral e o sistema porta. Sistema porta é a veia porta e suas tributárias que trazem sangue do estômago, intestino, pâncreas e baço para o fígado, onde se ramifica até capilares para depois ser conduzido ao coração. Corpo cavernoso é uma estrutura erétil que consiste essencialmente de espaços sanguíneos intercomunicantes delimitados por tecido fibroelástico e músculo liso. Os espaços são revestidos de endotélio e contêm sangue. Alguns são comparáveis a capilares bastante alargados, pois minúsculas artérias abrem-se neles e eles são drenados pelas veias; outros estão intercalados no percurso de veias. A distensão das cavernas com sangue produz ampliação e endurecimento do corpo cavernoso, fato que é denominado ereção. O tecido erétil é bem mais conhecido em conexão com o sistema genital; constitui grande parte da estrutura do pênis e do equivalente feminino. Como outros tecidos, as paredes dos vasos sanguíneos requerem nutrição. A difusão da luz é suficiente para suprir as necessidades dos vasos menores, mas requer suplementação por circulação intramural naqueles de maior tamanho. As artérias que suprem de sangue a parede dos vasos são vaso vasorum. Nervos vasomotores são fibras nervosas que inervam os vasos. Anastomose arteriovenosa: existem conexões diretas entre pequenas artérias e veias em muitas partes do corpo, onde são utilizadas, por exemplo, para a regulação da temperatura. SISTEMA LINFÁTICO Além dos vasos sanguíneos, o corpo tem um sistema de delgados canais, revestidos por endotélio, que recolhem o líquido tecidual e o devolvem ao sangue, o líquido assim colhido e transportado recebe o nome de linfa e, ao contrário do sangue, circula em apenas uma direção - dos órgãos para o coração. 8 Vasos linfáticos Têm início como terminações cegas, semelhantes a dedos de luvas, como capilares de paredes finas, no interior do tecido conjuntivo. Estes capilares formam uma rede de capilar tridimensional, a qual flui para os vasos coletores linfáticos mais calibrosos, ductos linfáticos e troncos. O conteúdo deságua finalmente na veia cava cranial. O capilar linfático é semelhante ao capilar sangüíneo exceto por não possuir membrana basal, com isto absorve macromoléculas e exudatos inflamatórios mais rapidamente que os capilares sanguíneos. Todos os linfáticos possuem válvulas, exceto os capilares. As válvulas são pregas da camada íntima, nos vasos mais calibrosos tem tecido muscular que auxilia no transporte da linfa. Nas porções entre válvulas os vasos linfáticos apresentam um aspecto nodoso. Como nas veias a linfa circula nos vasos linfáticos graças à ação de forças externas (principalmente contração muscular) sobre as paredes dos vasos. Estas forças que agem intermitentemente, associadas a grande quantidade de válvulas, impulsionam a linfa. Pequenos vasos linfáticos apresentam uma fina camada de tecido conjuntivo e endotélio, vasos linfáticos um pouco maiores apresentam endotélio e podem conter fibras musculares lisas sustentadas por tecido conjuntivo, o qual contém fibras elásticas. Em ductos e troncos maiores se observa três camadas, íntima de endotélio, média de músculo liso e adventícia de tecido conjuntivo com algumas fibras musculares. Linfonodos ou gânglios linfáticos: são órgãos encapsulados constituídos de tecido linfóide e que aparecem espalhados pelo corpo, sempre no trajeto de vasos linfáticos. Linfocentro: é um linfonodo ou grupo de linfonodos que ocorrem constantemente na mesma região do corpo e recebe aferentes de regiões semelhantes em todas as espécies. Atlas de Anatomia Topográfica Membros Torácico e Pélvico Canino Prof. Dr. Rui Campos 2009 1. M. supraespinhal 2. M. infraespinhal 3. Restos da inserção do m. trapézio cervical 4. Restos da inserção do m. trapézio torácico 5. Restos da inserção do músculo omotransverso 6. M. braquiocefálico 7. M. grande dorsal 8. Restos do m. cutâneo torácico 9. M. deltóide 10. M. redondo maior 11. M. tríceps braquial – cabeça longa 12. M. tríceps braquial – cabeça lateral 13. M. braquial 14. V. cefálica Legenda do Atlas de Anatomia Topográfica dos Membros Pranchas 01, 02 e 03 1. Músculo (M.) peitoral superficial 2. M. peitoral profundo 3. M. braquiocefálico 4. M. grande dorsal 5. M. esternocefálico 6. M. tríceps braquial 7. M. bíceps braquial 8. Veia (V.) jugular externa 9. M. trapézio cervical 10. M. trapézio torácico 11. M. omotransverso 12. M. deltóide 13. M. rombóide cervical 14. M. rombóide torácico 15. M. serrato ventral cervical 16. M. serrato ventral torácico 17. M. supraespinhal 18. Nervo (N.) torácico longo Pranchas 04 e 06 14. V. cefálica 15. Superfície serrata cranial da escápula 16. Superfície serratacaudal da escápula 17. M. subescapular 18. Nervo (N.) subescapular 19. N. tóracodorsal 20. V. axilar 21. V. braquial 22. Linfocentro axilar 23. M. tríceps braquial – cabeça medial 24. N. supraescapular 25. N. axilar 26. V. subescapular 27. M. córacobraquial Pranchas 05 1. M. supraespinhal 2. M. infraespinhal 3. Acrômio 4. Espinha da escápula 5. Tuberosidade da espinha da escápula 6. M. redondo menor 7. M. redondo maior 8. M. tríceps braquial – cabeça longa 9. M. tríceps braquial – cabeça acessória 10.Úmero Pranchas 08, 10 e 12 1. M. tríceps braquial – cabeça lateral 2. M. tríceps braquial – cabeça longa 3. M. braquial 4. M. braquiocefálico 5. M. deltóide 6. M. grande dorsal 7. Veia cefálica 8. V. axilobraquial 9. V. antebraquial cranial superficial 10. M. tríceps braquial – cabeça acessória 11. M. anconeo 12. Nervo radial 13. Ramo superficial do n. radial 14. Ramo profundo do n. radial 15. Loja craniolateral do antebraço 16. M. bíceps braquial 17. M. tríceps braquial – cabeça medial 18. M. córacobraquial 19. M. tensor da fáscia antebraquial 20. M. peitoral superficial 21. M. e N. subescapular Pranchas 07, 09 e 11 1. M. subescapular 2. M. redondo maior 3. M. córacobraquial 4. M. supraespinhal 5. Superfície serrata cranial da escápula 6. Superfície serrata caudal da escápula 7. M. tríceps braquial – cabeça longa 8. M. bíceps braquial – tendão 9. M. tríceps braquial – cabeça acessória 10.M. braquial 11.M. ancôneo 12.Úmero 13.M. redondo menor 14.M. infraespinhal 15.Loja craniolateral do antebraço 16.M. tríceps braquial – cabeça medial 21. M. e N. subescapular 22. M. redondo maior 23. Plexo braquial 24. Linfocentro axilar 25. V. axilar 26. V. subescapular 27. V. braquial 28. V. mediana-ulnar 29. Artéria (A.) axilar 30. A. braquial 31. A. braquial profunda 32. A. colateral ulnar 33. A. braquial superficial 34. N. axilar 35. N. A. e V. tóracodorsal 36. N. músculo cutâneo 37. N. mediano 38. N. ulnar 39. Ramo volar do n. ulnar 40. M. pronador redondo Pranchas 13, 14 e 15 1. M. extensor radial do carpo (extensor carporradial) 2. M. extensor comum dos dedos (extensor digital comum) 3. M. extensor lateral dos dedos (extensor digital lateral) 4. M. extensor ulnar do carpo (extensor carpoulnar) 5. Retináculo dos extensores 6. M. flexor ulnar do carpo (flexor carpoulnar) 7. M. abdutor longo do Iº dedo 8. Veia cefálica acessória 9. V. cefálica, n. radial superficial, ramo medial e lateral e a. antebraquial cranial superficial e seu ramo medial. 10. M. pronador redondo 11. M. flexor radial do carpo (flexor carporradial) 12. M. flexor superficial dos dedos (flexor digital superficial) 13. M. flexor profundo dos dedos (flexor digital profundo) 14. A. braquial 15. N. mediano 16. N. ulnar 17. A. e n. mediano 18. A., v. e n. ulnar 19. V. cefálica Pranchas 16 e 17 1. M. glúteo superficial 2. M. glúteo médio 3. M. glúteo profundo 4. A., n. e v. glútea cranial 5. Crista do ílio 6. M. sartório cranial 7. M. tensor da fáscia lata 8. M. bíceps femoral 9. Ligamento sacrociático (sacrotuberal) 10. M. gemelo 11. M. piramidal (piriforme) Prancha 18 1. A. ilíaca externa 2. A. ilíaca interna 3. A. sacral mediana 4. A. femoral profunda (profunda da coxa) 5. A. epigástrica caudal 6. A. pudenda externa 7. A. femoral 8. V. ilíaca comum 9. V. ilíaca interna 10. V. ilíaca externa 11. V. femoral profunda (profunda da coxa) 12. V. femoral 13. N. obturador 14. M. obturador interno 15. Reto 16. Sacro 17. Parede abdominal – lig. Inguinal 18. Sínfise pélvica 19. M. grácil (reto interno) 20. M. adutor Pranchas19, 20, 21 e 22 1. M. sartório cranial 2. M. sartório caudal 3. M. pectíneo 4. M. adutor 5. M. grácil (reto interno) 6. M. semitendíneo (semitendinoso) 7. M. quadríceps femoral 8. M. gastrocnêmio (gêmeos) 9. M. flexor superficial dos dedos (flexor digital superficial) 20. M. adutor 21. M. pectíneo 22. M. sartório caudal 23. M. sartório cranial 24. N. glúteo cranial (flexor digital superficial) 10. Patela 11. Sínfise pélvica 12. N. obturador 13. A. ilíaca externa 14. A. femoral profunda 15. A. femoral 16. A. e v. caudal proximal da coxa (do fêmur) 17. N. safeno 18. A. safena 19. V. safena medial 20. V. ilíaca externa 21. V. femoral profunda 22. V. femoral 23. M. semimembranáceo (semimembranoso) 24. M. quadríceps femoral – vasto medial 25. M. quadríceps femoral – reto femoral 26. M. tensor da fáscia lata 27. A. V. e N. articular do joelho 28. A. e N. safenos e V. safena medial 29. Quadríceps femoral – vasto lateral 30. Quadríceps femoral – vasto intermédio 31. Nervo femoral )ramos para o quadríceps fem.) Pranchas 23 e 24 1. M. bíceps femoral 2. M. tensor da fáscia lata 3. M. sartório cranial 4. M. semitendíneo 5. M. glúteo superficial 6. M. glúteo médio 7. M. glúteo profundo 8. V. safena lateral 9. M. quadríceps femoral – vasto lateral 10. M. abdutor crural caudal 11. M. adutor 12. M. semimembranoso 13. N. ciático 14. N. fibular comum 15. N. tibial 16. V. poplítea 17. A. poplítea 18. A. glútea caudal 19. Ramo do n. ciático para 1, 4 e 12 20. A. caudal distal da coxa 21. Linfonodo poplíteo 22. M. gastrocnêmio Pranchas 25 e 26 1. M. tibial cranial 2. M. extensor longo dos dedos 3. M. fibular longo 4. M. extensor lateral dos dedos 5. M. fibular curto 6. M. extensor curto dos dedos 7. M. flexor profundo dos dedos 8. M. bíceps femoral 9. Tendão calcâneo (de aquiles) 10. V. safena lateral 11. Maléolo lateral 12. Calcâneo (tuberosidade) 13. Arco venoso dorsal 14. N. fibular comum – ramo superficial 15. N. fibular comum – ramo profundo Pranchas 27 e 28 1. Tendões do m. grácil 2. M. gastrocnêmio 22. M. gastrocnêmio 23. Patela 2. M. gastrocnêmio 3. M. flexor superficial dos dedos 4. M. flexor profundo dos dedos 5. Tendão calcâneo 6. Tíbia 7. M. tibial cranial 8. V. safena medial 9. A. safena – ramo caudal 10. A. safena – ramo cranial 11. N. fibular – ramo profundo (*) 12. N. fibular – ramo superficial (*) 13. Calcâneo 14. Maléolo medial 15. N. tibial 16. A. tibial cranial 17. M. extensor longo dos dedos 18. M. extensor curto dos dedos 19. A. dorsal do pé (*) 20. A. arqueada (*) 21. A. metatársica dorsal (*) 22. N. plantar lateral (*) 23. N. plantar medial (*) 24. A. metatársicas plantares (*) Referências Bibliográficas Barone, R., 1996. Anatomie Comparée des Mamifères Domestiques. Vol. V – Angiologie. ed. Vigot Frères, Paris. Evans & de Lahunta, 1994. Guia para a dissecção do cão de Miller. 3 ed. ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro. Evans, H. E., 1993. Miller’s Anatomy of the dog. 3 ed. ed. W. B. Saunders Company, Philadelphia. Getty, R., 1986. Anatomia dos animais domésticos. SISSON/GROSSMAN. 5 ed. ed. Interamericana, Rio de Janeiro. Prancha 01 2 2 2 4 4 Membro torácico musculatura extrínsica Região peitoral - Vista ventral 1 1 2 1 3 3 4 5 5 6 7 6 8 8 8 R u i C am po s 1 1 0 4 4 2 Prancha 02 Membro torácico direito R u i C am po s 9 9 1 04 3 1 1 12 1 2 6 6 3 Musculatura extrínsica superficial – Vista lateral Prancha 03 1 0 4 1 0 1 4 1 4 1 6 1 6 1 8 Membro torácico direito R u i C am po s Musculatura extrínsica profunda – Vista lateral 9 9 1 1 3 3 1 3 1 5 1 5 1 7 1 3 Prancha 04 1 6 6 9 9 9 11 12 1213 14 14 11 Musculatura intrínsica do membro torácico Ombro e braço direitos – vista lateral 1 2 3 3 4 5 8 7 9 10 11 R u i C am po s Prancha 05 R u i C am po s 1 2 2 3 6 6 78 8 89 10 Ombro direito – musculatura intrínsica – vista lateral Retirado o músculo deltóide 1 1 2 4 5 6 7 Prancha 06 10 1 7 7 11 17 18 1819 20 21 22 23 21 25 24 26 27 Ombro direito – vista medial 10 1 15 16 17 17 R u i C am po s Prancha 07 R u i C am po s 1 1 2 2 2 3 3 4 4 7 8 Ombro direito – musculatura intrínsica – vista medial 1 1 2 5 6 Prancha 08 1 2 3 4 7 7 7 8 9 R u i C am po s 1 Braço direito – vista lateral 1 2 2 4 5 5 5 6 R u i C am po s 2 Prancha 09 R u i C am po s 7 7 9 1011 1115 15 Braço direito – vista lateral Retirados o m. deltóide e cabeça lateral do tríceps braquial 7 7 7 9 10 12 13 14 Prancha 10 2 1 11 3 9 7 12 13 14 15 R u i C am po s Braço direito – vista lateral 2 2 2 1 6 107 Prancha 11 R u i C am po s 7 16 8 8 12 Braço direito – vista medial 7 7 7 16 2 2 3 8 8 12 Prancha 12 16 17 17 19 19 2 20 27 30 31 32 33 37 37 38 38 39 40 28 R u i C am po s Braço direito – vista medial 12 34 35 16 18 2 20 21 22 6 24 25 26 27 27 29 30 36 38 23 Prancha 13 R u i C am po s 2 2 3 3 34 5 9 Loja craniolateral Antebraço e mão direitos – vista lateral e dorsal R u i C am po s 1 1 2 2 2 3 3 4 4 4 5 6 6 6 6 7 7 99 8 8 R u i C am po s Prancha 14 Loja caudomedial 11 12 12 12 12 13 6 6 17 19 19 19 R u i C am po s Antebraço e mão direitos – vista medial 10 10 10 10 11 11 11 12 12 12 13 6 14 15 15 16 16 18 9 R u i C am po s R u i C am po s Prancha 15 Loja caudomedial 12 11 13 6 12 17 9 19 19 R u i C am po s Antebraço e mão direitos – vista medial e palmar 12 12 12 10 10 11 13 6 15 16 17 9 19 19 Prancha 16 R u i C am po s 1 1 2 2 3 4 5 6 7 7 7 8 8 Região glútea direita – vista lateral R u i C am po s 1 1 2 2 3 4 5 6 7 7 8 9 9 10 Prancha 17 R u i C am po s 2 3 3 4 5 6 7 7 Região glútea direita – vista lateral 22 3 4 4 5 11 11 Prancha 18 R u i C am po s 1 2 4 56 7 8 9 10 11 12 13 13 14 17 1718 18 19 19 20 21 22 23 Cavidade pélvica direita – vista medial 3 2 3 9 13 15 16 16 18 24 Prancha 19 5 5 5 5 2 2 1 7 8 9 10 18 19 23 6 Coxa direita – vista medial R u i C am po s 20 13 14 15 22 12 1711 5 4 4 3 2 1 1 17 16 21 Prancha 20 R u i C am po s 1 2 5 5 6 8 9 10 17 19 19 23 23 24 2628 5 Coxa direita – vista medial 3 4 4 5 5 6 11 12 15 16 17 18 19 20 23 23 24 25 25 26 27 22 Prancha 21 R u i C am po s 1 6 6 6 8 10 18 23 23 23 23 24 25 Coxa direita – vista medial 1 2 34 45 5 11 12 1314 15 16 17 19 22 24 25 25 26 29 29 Prancha 22 24 25 25 26 29 30 1 23 Coxa direita – vista crâniomedial R u i C am po s 24 25 26 29 30 31 1 2 3 15 22 Prancha 23 R u i C am po s 1 1 2 3 1 4 8 Coxa direita – vista lateral 1 2 2 2 3 4 5 5 6 6 7 Prancha 24 R u i C am po s 1 3 12 4 16 8 9 9 10 12 13 14 15 17 20 21 22 23 1 Coxa direita – vista lateral 2 4 1 5 9 9 10 10 11 13 18 19 R u i C am po s Prancha 25 2 3 3 3 4 4 5 5 7 910 11 12 13 6 R u i C am po s Perna direita – vista lateral 1 1 2 3 4 5 7 7 8 8 10 10 14 14 15 R u i C am po s Prancha 26 3 4 4 11 12 2 R u i C am po s Perna e pé direitos – vista lateral 1 2 3 4 4 3 3 5 5 2 7 8 9 9 10 10 11 12 6 R u i C am po s Prancha 27 4 5 6 7 8 13 14 Perna direita – vista medial 1 1 1 1 2 2 3 4 7 8 9 10 15 R u i C am po s Prancha 28 45 6 7 7 8 13 14 17 17 3 16 Perna e pé direitos – vista medial 1 1 1 2 2 3 4 5 6 7 7 13 14 16 1718 3 15 15 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ANATOMIA ANIMAL ESTUDO TOPOGRÁFICO DIRIGIDO DISSECÇÃO EM CÃES Prof. Dr. RUI CAMPOS 2013 2 Membro torácico A.Músculos extrínsecos - são músculos que tem a função de fixar o membro ao tronco. 1. Peitoral superficial Origem- esterno, nas três primeiras esternébras. Inserção- em toda a extensão da face lateral do úmero. Ação- Adução do membro. *** Adução- é o movimento de aproximação do membro da linha mediana. *** Abdução- é o movimento oposto, ou seja, o afastamento do membro da linha mediana. 2. Peitoral profundo Origem- esterno, em todas as esternébras, com exceção da primeira. Inserção- úmero, nas tuberosidades medial e lateral. Ação- Adução do membro. Ainda leva o tronco cranialmente ou o membro caudalmente na locomoção. 3. Braquiocefálico Or. processo mastóide do temporal e crista nucal. In. tuberosidade e crista deltóide do úmero. Ac. dirige o pescoço e a cabeça ventral e/ou lateralmente, ou o ombro cranialmente. *** O músculo braquiocefálico é uma das partes do músculo esternocleido- mastóide. Que com a atrofia da clavícula,dividiu-se neste e no esternocefálico. No m. braquicefálico encontra-se na altura do ombro, uma intersecção tendínea transversal, a clavícula vestigial e um ligamento que se estende até a escápula. Pode ser dividido em cleidobraquial, cleidocervical e cleidomastóideo. 3 2 – M. peitoral profundo. 3 – M. braquiocefálico. 4 – M. grande dorsal. 5a – M. trapézio cervical. 5b – M. trapézio torácico. 6 – M. omotransverso. 9 – M. deltóide. 10 – M. supra-espinhal. 19a – cabeça longa e 19b – cabeça lateral do tríceps braquial 4 4. Grande dorsal Or. Fáscia toracolombar e nas três últimas costelas. In. Úmero, tuberosidade redonda maior. Ac. flexiona o ombro ou lança o tronco cranialmente na marcha. *** O músculo cutâneo torácico está sobre o grande dorsal e insere-se ao mesmo, próximo a sua inserção 5. Trapézios 5.ª Trapézio cervical Or. ligamento funicular (rafe mediana do pescoço), da terceira vértebra cervical até a segunda vértebra torácica. In. espinha da escápula, acima do acrômio. Ac. leva a escápula cranialmente. 5.b.Trapézio torácico Or. ligamento supra-espinhal, da terceira até a nona vértebras torácicas. In. tuberosidade da espinha da escápula. Ac. leva a escápula caudalmente. Ação conjunta- 5a + 5b - elevar e abduzir o membro torácico. 6. Omotransverso Or. no acrômio da espinha da escápula In. asa do Atlas, caudalmente. Ac. menear da cabeça (movimento de negação) 7. Rombóides 7.ª Rombóide cervical Or. crista nucal e rafe mediana do pescoço, da segunda vértebra cervical até a segunda vértebra torácica. In. face medial da cartilagem da escápula, parte cranial. Ac. leva a escápula cranialmente. 7.b. Rombóide torácico Or. ligamento dorsoescapular (processo espinhoso), da terceira até a sétima vértebras torácicas. In. face medial da cartilagem da escápula, parte caudal. Ac. eleva a escápula. 5 Ação conjunta- 7a + 7b – levam a escápula dorsal e cranialmente, ou com os membros fixos, elevam o pescoço. 8. Serratos ventrais 8.ª Serrato ventral cervical (Serrátil ventral cervical) Or. processo transverso das cinco últimas vértebras cervicais. In. superfície serrata cranial da escápula. Ac. leva a escápula cranialmente. 8.b. Serrato ventral torácico Or. face lateral das oito primeiras costelas. In. superfície serrata caudal da escápula. Ac. leva a escápula ventralmente. *** Os rombóides e serratos agem antagonicamente fixando elasticamente a escápula ao tórax. AXILA É um espaço em forma de fenda preenchida por tecido adiposo que contém vasos e nervos que transitam entre o tronco e o membro torácico. Os limites axilares são: lateral: m. subescapular e escápula; medial: parede torácica; dorsal: junção dos serratos com a escápula; ventral: os músculos peitorais; cranial: comunica-se com o pescoço; caudal: músculos grande dorsal e cutâneo torácico. Conteúdo axilar: 1. A artéria axilar é a continuação da artéria subclávia quando de sua emergência da caixa torácica, cranialmente a primeira costela. Após a axila ela desce pela face medial do braço como artéria braquial, depois de lançar a artéria subescapular. 2. Veia axilar drena o membro torácico e forma-se a partir da veia braquial que recebe a veia cefálica. Ao penetrar 6 no tórax a veia axilar anastomosa-se com a veia jugular externa para formar a veia braquiocefálica. 3. Os vasos linfáticos do membro torácico drenam para o linfonodo axilarque é composto de um linfonodo axilar próprio situado médio-distalmente ao músculo redondo maior. Geralmente ocorre um linfonodo axilar acessório preso ao bordo ventral do músculo grande dorsal e dorsalmente ao m. peitoral profundo. 4. O plexo braquial é uma trama de nervos sensitivos- motores que ao se anastomozarem, trocam fibras nervosas, com a função de originar novos nervos compostos por fibras provenientes de várias raízes nervosas da medula espinhal. Este é um mecanismo compensatório de defesa para paralisias totais quando da ruptura de uma raiz nervosa. Pense e Explique ???? Este plexo é originário dos ramos ventrais dos nervos espinhais de C5, C6, C7, C8, T1 e T2, sendo que C5 e T2 são inconstantes. *** Como explicar o oitavo nervo cervical ou C8 se temos apenas sete vértebras cervicais. ???? Os principais nervos originados do plexo braquial são: 4.1. Nervo braquiocefálico para o músculo homônimo. 4.2. N. supraescapular: para os músculos supraespinhoso e infraespinhoso. 4.3. N. axilar: para os músculos, deltóide, redondo menor, redondo maior e subescapular; emite um ramo cutâneo lateral para a pele do braço. 4.4. N. subescapular, para o m. subescapular, sendo composto de três ou quatro ramos. 4.5. N. radial, é o maior do plexo e desce para o braço mergulhando distal ao n. axilar, aparecendo na face lateral, abaixo da cabeça lateral do tríceps. 4.6. N. mediano, acompanha a artéria braquial na face medial do braço. 4.7. N. ulnar, tem origem em um tronco comum com o n. mediano e desce o braço em direção ao cotovelo. 7 4.1- nervo braquiocefálico, .2- n. supraescapular, .3- n. axilar, .4- n. subescapular, .5- n. radial, .6- n. mediano, .7- n. ulnar, .8- n. musculocutâneo, .9- n. peitoral superficial, .10- n. peitoral profundo, .11- n. tóraco-dorsal, .12- n. torácico longo. 8 4.8. N. musculocutâneo, inerva os músculos bíceps braquial, braquial e córacobraquial; desce a face medial do braço anastomosa-se com o mediano cranialmente a articulação do cotovelo e inerva a pele do antebraço com seu ramo cutâneo lateral do antebraço. 4.9. N. peitoral superficial, para o músculo homônimo. 4.10. N. peitoral profundo, para o próprio músculo. 4.11. N. tóraco-dorsal, para o músculo grande dorsal. 4.12. N. torácico longo, para o músculo serrato ventral. B. Músculos intrínsecos do membro torácico. São músculos que fixam ou ligam partes do próprio membro. Músculos do ombro 9. Deltóide É composto por dois ventres fusionados, um plano e outro fusiforme. Or. Bordo proximal da fossa infraespinhal, espinha da escápula e acrômio. In. Tuberosidade deltóide do úmero. Ac. Flexão do ombro e abdução do braço. 10. Supra-espinhal (Supra-espinhoso) Or. Fossa supra-espinhal da escápula, terço proximal. In. Tuberosidade lateral do úmero. Ac. Estende a articulação do ombro. *** o músculo supra-espinhal contorna o bordo cranial da escápula e funde-se na face medial com o músculo subescapular. 11. Infra-espinhal (Infra-espinhoso) Or. Fossa infra-espinhal, terço proximal. In. Distal a tuberosidade lateral do úmero. Ac. Abdução do braço. 9 12. Redondo menor Or. Por uma aponeurose em forma de fita na fossa infra-espinhal, terço proximal. In. Tuberosidade redonda menor do úmero. Ac. Flexiona o ombro. 13. Subescapular Or. Fossa subescapular, distalmente as superfícies serratas. In. Tuberosidade medial do úmero. Ac. Adução do braço. 14. Redondo maior Or. Ângulo caudal da escápula. In. Tuberosidade redonda maior do úmero, juntamente com o m. grande dorsal. Ac. Flexiona o ombro. 15. Córacobraquial Or. Processo coracóide da escápula. In. Tuberosidade redonda maior do úmero, proximalmente. Ac. Aduz o braço e estende o ombro. Face medial do braço Existe um sulco muscular formado pelo m. bíceps braquial e a cabeça medial do músculo tríceps braquial onde percorrem estruturas vásculo-nervosas, identificáveis de cranial para caudal: Nervo musculocutâneo Artéria braquial Nervo mediano e ulnar com seu ramo cutâneo volar Veia braquial. Próximo ao cotovelo, cranialmente, a veia mediana-ulnar ao desembocar na veia braquial, recebe a anastomose da veia cefálica (aquela da injeção endovenosa).O nervo mediano anastomosa-se com o n. musculocutâneo. A artéria braquial mergulha no antebraço juntamente com o n. mediano. O nervo ulnar dirige-se caudalmente lança o ramo volar e contorna o cotovelo medialmente (choque), penetrando no antebraço. 10 Músculos: 4. grande dorsal, 10. supraespinhal, 13. subescapular, 14. redondo maior, 15. coracobraquial, 16. bíceps braquial, 19a. tríceps braquial, cabeça longa. 11 O nervo radial percorre profundamente o terço proximal da face medial do braço, mergulhando entre a cabeça acessória do tríceps e o m. braquial passando pelo sulco músculo espiral do úmero, indo emergir na face lateral do braço, embaixo da cabeça lateral do tríceps. Projeta-se cranialmente, com seus ramos, profundo e superficiais, onde o primeiro mergulha no antebraço e os segundos incorporam os lados da veia cefálica, descendo o antebraço superficialmente com esta e as artérias antebraquiais superficiais craniais medial e lateral. Obs. É importante salientar que fraturas de úmero freqüentemente seccionam o nervo radial na altura do sulco músculo espiral. Músculos do braço 16. Bíceps braquial Or. Tuberosidade supraglenóide (da escápula), por um tendão que desliza no sulco bicipital ou intertuberal. O cão apresenta apenas uma cabeça (tendão) de origem. In. Tuberosidades, radial e ulnar. Ac. Estende a articulação do ombro e flete o cotovelo. 17. Braquial Or. Face caudal do úmero, terço proximal; seu ventre ocupa o sulco músculo- espiral. In. Tuberosidade radial. Ac. Flexiona a articulação do cotovelo. 18. Tensor da fáscia antebraquial Or. Tendão de inserção do m. grande dorsal. In. Fáscia antebraquial profunda e olécrano. Ac. Tensionar a fáscia do antebraço. 19. Tríceps braquial É um músculo com três cabeças nos animais, porém nos cães apresenta uma cabeça acessória. 19.a. Cabeça longa Or. Bordo caudal da escápula. In. Olécrano, por um forte tendão. Ac. Flexor do ombro e extensor do cotovelo. 19.b. Cabeça lateral 12 Or. Crista deltóide. In. Tendão da cabeça longa e olécrano. Ac. Estende o cotovelo 19.c. Cabeça medial Or. Distal a tuberosidade redonda maior do úmero. In. Tendão da cabeça longa e olécrano. Ac. Estende o cotovelo. 19.d. Cabeça acessória Or. Face caudal do colo do úmero. In. Tendão da cabeça longa e olécrano. Ac. Estende o cotovelo. 20. Ancôneo Or. Epicôndilo e crista epicondílea lateral do úmero. In. Face lateral da extremidade proximal da ulna. Ac. Estender a articulação do cotovelo. Músculos do antebraço A fáscia antebraquial superficial e profunda, envolve o antebraço como um manguito, fixando-se distalmente no punho nos retináculos dos tendões musculares e em toda extensão do rádio e ulna, envolvendo os ventres e subdividindo o antebraço em duas lojas, uma craniolateral e outra caudomedial.Esta última tem a fáscia quase sem subdivisões, enquanto a loja craniolateral tem a fáscia subdividida, penetrando em torno de cada músculo. Os músculos do antebraço são fusiformes e apresentam tendões que se fixam aos ossos do carpo e metacarpo ou podem atingir as falanges até a distal. Esses tendões são contidos junto ao punho por um mecanismo em forma de pulseira que os abraçam nas duas lojas, sendo chamados retináculos dos extensores e dos flexores. A musculatura do antebraço tem sua ação incutida ao próprio nome do músculo, exceção feita no cão ao músculoextensor ulnar do carpo que faz a flexão do mesmo. Os músculos do grupo craniolateral têm suas origens no úmero, no epicôndilo lateral e proximidades; assim como os do grupo caudomedial originam- se do epicôndilo medial. 13 Músculos da loja craniolateral Siga a seqüência lateral, de cranial para caudal. 21. Extensor radial do carpo. 22. Extensor comum dos dedos. 23. Extensor lateral dos dedos. 24. Extensor ulnar do carpo. Músculos da loja caudomedial. Siga a seqüência medial, de cranial para caudal. 25. Pronador redondo. 26. Flexor radial do carpo. 27. Flexor superficial dos dedos. 28. Flexor profundo dos dedos. 29. Flexor ulnar do carpo. Inervação do antebraço e mão. Os músculos da loja craniolateral são inervados pelos ramos superficiais e profundo do n. radial; sendo que os primeiros inervam a pele do dorso da mão. A musculatura da loja caudomedial é inervada cranialmente pelo n. mediano e caudalmente pelo n. ulnar; assim como também a pele da palma da mão. Irrigação do antebraço e mão. A artéria braquial, na face medial do braço, próximo ao cotovelo, emite caudalmente para a musculatura da região a artéria colateral ulnar; logo a seguir, origina a artéria braquial superficial que se continua como artéria antebraquial superficial, e ao dirigir-se cranialmente no antebraço, divide-se em ramo homônimo medial e lateral, os quais acompanham as laterais da veia cefálica até o punho. 14 15 A artéria braquial ao aprofundar-se no antebraço continua-se como artéria mediana, seu principal tronco, após originar a artéria interóssea comum. A curta artéria interóssea comum divide-se em artéria interóssea caudal e artéria ulnar, as quais chegam ao carpo. A artéria mediana, após um curto trajeto emite um ramo, a artéria radial, sendo que ambas alcançam o punho. Na face dorsal do carpo chegam ramos terminais das artérias antebraquiais superficiais craniais medial e lateral, ulnar, interóssea caudal e radial, os quais anastomosam-se em uma rede dorsal do carpo, de onde se originam as artérias metacárpicas e destas as artérias digitais dorsais. Na face palmar do carpo os ramos terminais das artérias interóssea caudal e mediana formam o arco palmar superficial, enquanto os ramos das artérias interóssea caudal e radial anastomosam-se em um arco palmar profundo. Na altura do carpo a artéria ulnar divide-se e seus ramos cooperam tanto com o arco palmar profundo como superficial. O arco palmar profundo e superficial emite as artérias metacárpicas palmares e digitais palmares comuns, e destas as artérias digitais palmares próprias. Drenagem da mão e antebraço As veias digitais palmares próprias desembocam nas veias digitais palmares comuns, que drenam no arco venoso palmar distal, o qual juntamente com o arco palmar proximal formam a veia cefálica. Esta ascende medialmente pelo antebraço atingindo a face cranial, em seu terço médio, recebendo a veia cefálica acessória proveniente das veias digitais dorsais próprias. A veia cefálica percorre a face cranial do antebraço até a articulação do cotovelo, onde apresenta uma anastomose com a veia mediana; daí dirige-se pela face lateral do braço até desembocar na veia jugular externa. Neste último percurso anastomosa-se através da veia omobraquial com a veia jugular externa, e ainda caudalmente a articulação do ombro com a veia braquial. Do arco palmar proximal, surgem lateralmente as veias mediana, interóssea caudal e ulnar, as quais percorrem o antebraço profundamente juntamente com a veia radial. Antes de atingir o cotovelo à veia radial desemboca na veia mediana; as veias ulnar e interóssea caudal deságuam na interóssea comum, que por sua vez drena na veia mediana. 16 17 A veia mediana anastomosa-se com a veia cefálica e torna-se superficial na face medial do braço como veia braquial, a qual ascende até a axila recebendo tributárias da região. Sua continuação natural, a veia axilar penetra na cavidade torácica, juntando-se a veia jugular externa e formando a veia braquiocefálica. *** afastando-se na face caudal do antebraço os músculos flexor ulnar do carpo e extensor ulnar do carpo, encontramos: Nervo, artéria e veia ulnares. *** abrindo-se na face craniomedial, entre os músculos pronador redondo e flexor radial do carpo, achamos: Artéria, veia e nervo mediano; Proximalmente: ramos antebraquiais profundos; Terço médio: artéria radial. 18 19 Membro pélvico Músculos da região glútea 30. Glúteo superficial. Or. Ligamento sacrotuberal (sacrociático) e fáscia glútea. In. Terceiro trocânter. Ac. Abdutor do membro e extensor da articulação do quadril (cadeiras). 31. Glúteo médio. Or. Crista e superfície glútea do íleo. In. Trocânter maior do fêmur. Ac. Extensor e abdutor da articulação do quadril. 32. Glúteo profundo. Or. Espinha isquiática e corpo do íleo. In. Trocânter maior, craniodistalmente. Ac. Extensor e abdutor da articulação do quadril. 33. Piramidal ou piriforme. Or.bordo lateral do sacro e ligamento sacrotuberal (sacrociático). In. No tendão de inserção do glúteo médio. Ac. Extensor do quadril e abdutor do membro. *** Na preparação dos glúteos devemos observar caudomedialmente o ligamento sacrotuberal em forma de um grosso cordão brilhante, juntamente com vasos e nervos glúteos. 20 21 22 Inervação e vascularização Membro pélvico 1. Irrigação do membro. A artéria aorta divide-se no teto da cavidade pélvica em seus cinco ramos terminais: Uma artéria mediana sacral (coccígea) Duas artérias ilíacas internas Duas artérias ilíacas externas. A artéria mediana sacral dirige-se para a cauda. A artéria ilíaca interna divide-se em artéria pudenda interna, que irriga o urogenital pélvico e nas artérias glúteas que irão nutrir e musculatura da região glútea e adjacências. A artéria ilíaca externa, seu ramo terminal mais calibroso, desce pelas laterais internas da cavidade pélvica e aflora na face medial da coxa, através do anel femoral, do trígono femoral como artéria femoral. Antes de deixar a cavidade, emite a artéria femoral profunda, a qual lança caudalmente, ramos para a musculatura coxofemoral, além se um tronco pudendo-epigástrico. Este ao atravessar o canal inguinal origina a artéria pudenda externa para a genitália externa, e as artérias epigástricas caudais, superficial e profunda para a parede abdominal ventral. A artéria femoral desce o sulco muscular da face medial da coxa e no terço distal mergulha na musculatura, lançando porém um ramo superficial a artéria safena. A artéria femoral ao aprofundar-se passa caudalmente a articulação do joelho recebendo o nome de artéria poplítea, a qual ao alcançar a face craniolateral da perna, após cruzar o espaço interósseo entre a tíbia e a fíbula, divide-se em artérias tibial cranial e caudal, que descem até alcançarem o pé. A artéria safena desce pela face caudal e atingindo a perna divide-se em ramo cranial e caudal, indo até o pé. 23 2. Drenagem do membro. A drenagem do membro a partir da veia poplítea, tem percurso idêntico e a mesma denominação que as artérias, porém com fluxo oposto, ou24 seja : a veia poplítea após a articulação do joelho emerge como veia femoral no sulco muscular da face medial da coxa, recebendo como tributária a veia safena medial, sobe a face medial da coxa adentrando a cavidade pélvica recebendo as tributárias correspondentes e o nome de veia ilíaca externa, que se junta à ilíaca interna, mediana sacral e as homólogas contralaterais na formação da veia cava caudal. 25 3. Inervação do membro. È feita através de nervos originados do plexo nervoso lombossacral. O plexo lombossacral é uma trama de nervos sensitivos-motores, originados a partir dos ramos ventrais dos nervos espinhais lombares e dos dois primeiros sacrais, provenientes da medula espinhal. Os principais nervos originados do plexo lombossacral são: N. ílio-hipogástrico cranial. N. ílio-hipogástrico caudal. 3.1 e 3.2. inervam o músculo transverso abdominal. N. ílio-inguinal. N. genitofemoral. 3.3 e 3.4. inervam a genitália externa do macho e da fêmea. N. cutâneo lateral do fêmur (da coxa). Inerva a pele e fáscia da face cranial da coxa e lateral do joelho. N. femoral. Emerge no trígono femoral com seu ramo safeno, porém antes inerva o músculo quadríceps femoral. O n. safeno desce a face medial da coxa incorpora-se a artéria safena indo até o pé. N. obturador. Perfura o forame obturado indo inervar os músculos pectíneo, adutor e reto interno (grácil). N. ciático. Desce pelo forame isquiático maior inervando os músculos: Bíceps femoral, Semimembranoso (Semimembranáceo). 26 Semitendíneo (Semitendinoso). Após lançar estes ramos colaterais, divide-se num ramo tibial e num ramo fibular comum, o qual divide-se em nervos fibular superficial e profundo. O ramo tibial de 3.8 inerva os músculos: Gatrocnêmeo (gêmeos), Flexor superficial dos dedos, Poplíteo e Flexor profundo dos dedos. O ramo fibular superficial de 3.8 inerva: Extensor lateral dos dedos, Fibular longo e Fibular curto. O ramo fibular profundo de 3.8 inerva: Tibial cranial, Extensor longo dos dedos e Extensor curto dos dedos. N. glúteo cranial. Inerva os músculos glúteos médio e profundo, tensor da fáscia lata e piramidal. N. glúteo caudal. Inerva o músculo glúteo superficial. N. pudendo. Inerva o períneo, o pênis, o clitóris, o reto, o saco escrotal e o esfíncter anal externo. N. cutâneo caudal do fêmur (da coxa). Inerva a pele adjacente ao ânus, e a pele da face caudal da coxa. N. hemorroidal caudal. Inerva a bexiga e o reto. 27 28 Músculos da coxa. 34. Tensor da fáscia lata. Or. Tuberosidade coxal. In. Fáscia lata e por meio desta a patela e crista da tíbia. Ac. Tensor da fáscia lata, flexor do quadril e extensor do joelho. 35. Bíceps femoral. Or. Tuberosidade isquiática e ligamento sacrotuberal (sacrociático). In. Fêmur, na face caudal do terceiro trocânter, patela, crista da tíbia e tuberosidade calcânea. Ac. Abdutor do membro, extensor do quadril, flexor do joelho e extensor do tarso. 36. Semitendíneo (Semitendinoso). Or. Tuberosidade isquiática. In. Crista tibial e tuberosidade calcânea. Ac. Extensor do quadril, flexor do joelho e extensor do tarso. 37. Semimembranáceo (Semimembranoso). Or. Tuberosidade isquiática. In. Epicôndilo medial do fêmur e côndilo medial da tíbia. Ac. Extensor das cadeiras (quadril). 38. Sartório. No cão é dividido em dois músculos. 38.ª Sartório cranial. Or. Tuberosidade coxal. In. Patela, no tendão do quadríceps. Ac. Flexão do quadril, extensão do joelho e adução do membro. 38.b. Sartório caudal. Or. Borda lateral do ílio. In. Bordo cranial da tíbia. Ac. Flexor do quadril e flexor do joelho. 39. Reto interno (grácil). Or. Em toda a extensão da sínfise pélvica, através do tendão sinfisial. 29 In. Crista tibial e tuberosidade calcânea. Ac. Adução do membro, extensão do quadril, flexão do joelho e extensão do tarso. Face lateral da coxa. Ao cortarmos e rebatermos o músculo bíceps femoral, devemos separa-lo do músculo abdutor crural caudal, neste local temos que observar: - N. ciático com seus ramos tibial e fibular comum. - O nervo fibular comum é mais lateral e divide-se em fibular superficial e fibular profundo. - Artéria poplítea. - Veia poplítea. - Linfonodo poplíteo; os três últimos na parte caudal da articulação do joelho. Face medial da coxa. Na base de inserção do membro, em sua face medial, com a parede abdominal, encontramos um espaço triangular onde emerge vasos e nervo; o trígono (triangulo) femoral é delimitado cranialmente pelo m. sartório caudal, caudalmente pelo m. pectíneo e proximalmente pelo ligamento inguinal. O ligamento inguinal é um cordão tendíneo que liga a tuberosidade coxal ao tendão pré-púbico e é uma dependência da aponeurose do músculo oblíquo abdominal externo. Emergem pelo trígono femoral: Nervo safeno Artéria femoral Veia femoral. Os vasos femorais e o nervo safeno saem em uma dependência cranial do trígono chamada lacuna vascular, os quais são envolvidos por uma fáscia que forma um canal femoral, cuja entrada é o anel (ânulo) femoral. O nervo femoral e o músculo ileopsoas atravessam a lacuna muscular que é o espaço mais caudal do trígono femoral. O nervo safeno, as artéria e veia femorais descem a face medial da coxa em um sulco muscular. 30 40. Pectíneo. Or. Tendão pré-púbico. In. Fêmur, face caudal o terço distal. Ac. Aduz a coxa e rota (gira) o membro lateralmente. 41. Adutor. Or. Em toda a extensão da sínfise pélvica e face ventral do púbis e ísquio. In. Face caudal do fêmur (area áspera). Ac. Adutor do membro e extensor do quadril. 42. Quadríceps femoral. É um músculo composto de quatro ventres. 42.ª Reto femoral. É fusiforme, sendo a única cabeça originada no osso coxal. Or. Ílio, cranial ao acetábulo. In. Patela, e desta por um forte tendão a tuberosidade da tíbia. Ac. Flete a articulação do quadril (cadeiras), estende o joelho. 42.b. Vasto lateral. Or. Face lateral do fêmur, extremidade proximal. In. Tendão do reto femoral e patela. 42.c. Vasto medial. Or. Face medial do fêmur, extremidade proximal. In. Tendão do reto femoral e patela. 42.d. Vasto intermédio (médio). Or. Face cranial do fêmur, extremidade proximal. In. Patela e cápsula da articulação femoro-tibio-patelar. Ação de 42 b, c, d. extensão do joelho. 43. Abdutor crural caudal. Or. Ligamento sacrotuberal (sacrociático). In. Caudalmente na face medial da extremidade distal do bíceps femoral, na fáscia crural. Ac. Abduzir o membro. 31 32 33 Músculos da perna. Estão organizados em dois grupos, o craniolateral e o caudal. São em sua maioria músculos fusiforme com longos tendões. Suas origens localizam-se na extremidade distal do fêmur ou nas extremidades proximais da tíbia e fíbula e suas inserções chegam ao tarso e as falanges dos dedos. Alguns incutem ao próprio nome a ação específica. Músculos do grupo craniolateral. Siga a seqüência lateral de cranial para caudal. 44. Tibial cranial. 45. Extensor longo dos dedos. 46. Fibular longo. 47. Extensor lateral dos dedos. 48. Fibular curto.49. Extensor curto dos dedos. Situado no dorso do tarso. *** Todos os músculos deste grupo são flexores do tarso e os digitais estendem os dígitos (dedos). *** Os tendões destes músculos são contidos por dois retináculos dos extensores. O retináculo extensor proximal situa-se cranialmente a extremidade distal da tíbia. O retináculo extensor distal contém os tendões no dorso do tarso. Músculos do grupo caudal. 50. Gastrocnêmio (gêmeo). 51. Flexor superficial dos dedos. 52. Flexor profundo dos dedos. 53. Poplíteo. 34 35 36 O músculo gatrocnêmio corresponde à barriga (batata) da perna e contém no interior de seus dois ventres o corpo do músculo flexor superficial dos dedos. Os músculos poplíteo e flexor profundo dos dedos aderem-se a face caudal da tíbia e fíbula. Tendão calcâneo (de Aquiles). É o tendão formado no cão pela fusão dos tendões dos músculos flexor superficial dos dedos e gatrocnêmio, mais os tendões do m. bíceps femoral, semitendíneo e grácil (reto interno), os quais fixam-se a tuberosidade calcânea do tarso fibular. Inervação da perna e do pé. Pouco antes de alcançar a face caudal do joelho o nervo ciático divide-se em n. tibial e n. fibular comum, os quais irão inervar a perna e o pé. O nervo tibial chega a perna na região poplítea, penetrando entre os dois ventres do m. gatrocnêmio, inervando-o assim como a todos os outros músculos do grupo caudal; desce ao pé contornando medialmente a tuberosidade calcânea, onde se divide em ramo plantar medial e lateral, inervando os músculos da planta do pé até os dedos. O nervo fibular comum desce a face craniolateral da perna inervando todos os músculos desse grupo, com seus ramos. Ao descer pela face lateral do m. gatrocnêmio, divide-se em ramo superficial e profundo. O ramo superficial do nervo fibular desce a perna juntamente com o m. fibular longo, ao atingir o dorso do tarso, ramifica-se nos dedos do pé. O ramo profundo do nervo fibular percorre a perna entre os músculos extensor lateral dos dedos e fibular longo, juntamente com os vasos tibiais craniais. Ao alcançar o tarso dorsalmente, divide-se em ramo lateral e medial, os quais anastomosam-se aos ramos terminais do nervo fibular superficial, fazendo a inervação do dorso do pé e dedos. Irrigação da perna e do pé. No terço distal da face medial da coxa a artéria femoral emite a artéria safena, que desce para a perna juntamente com o n. safeno e a veia safena medial. No terço médio da perna a artéria safena divide-se em ramos cranial e caudal. 37 O ramo cranial da artéria safena atinge a face cranial da extremidade distal da tíbia passando pelo dorso do tarso, dividindo-se em artérias digitais comuns dorsais, as quais anastomosam-se com os ramos metatársicos dorsais da artéria tibial cranial, formando as artérias digitais dorsais. O ramo caudal da artéria safena alcança o pé, contornando medialmente a tuberosidade calcânea, ramificando-se nas artérias digitais comuns plantares, as quais se anastomosam com os ramos metatársicos plantares, formando as artérias digitais plantares. Os ramos metatársicos plantares são provenientes de um ramo metatársico dorsal perfurante e formam um arco plantar profundo. A artéria femoral na fossa poplítea, passa a chamar-se artéria poplítea, a qual lança um ramo, a artéria caudal distal do fêmur para a musculatura caudal do joelho. A artéria poplítea chega a perna dividindo-se em artéria tibial cranial e caudal. A artéria tibial caudal distribui-se no músculo flexor profundo dos dedos. A artéria tibial cranial perfura a membrana do espaço interósseo da perna e atinge a face craniolateral da tíbia. Desce sob o m. tibial cranial junto com o n. fibular profundo, alcançando o tarso como artéria dorsal do pé. Essa origina as artérias metatársicas dorsais que se anastomosam com as artérias digitais comuns dorsais, que são ramos do ramo cranial da artéria safena. Um ramo superficial da artéria tibial cranial junta-se ao ramo cranial da artéria safena formando o arco dorsal superficial. A artéria tibial cranial lança um ramo perfurante entre o segundo e terceiro ossos metatársicos e ao atingir a face plantar ramifica-se nas artérias metatársicas plantares. Drenagem do pé e perna As veias digitais plantares formam com as veias metatársicas plantares um arco venoso plantar. As veias digitais dorsais formam com as veias metatársicas dorsais um arco venoso dorsal. 38 Os arcos venosos plantar e dorsal anastomosam-se e originam ramos que tributam na formação das veias safena medial e lateral. A veia safena lateral origina-se da fusão dos ramos lateral cranial e caudal dos arcos venosos dorsal e plantar, os quais se anastomosam no terço médio da face lateral da perna. A veia safena lateral proximalmente ao joelho anastomosa-se com a veia poplítea que é a continuação da veia tibial cranial originada do arco dorsal, formando a veia femoral. A veia femoral no terço distal da face medial da coxa recebe a veia safena medial. Essa é formada a partir dos arcos venosos dorsal e plantar através dos ramos mediais cranial e caudal, os quais se anastomosam na face medial da perna, pouco abaixo do joelho, onde recebe também a veia fibular. Cabeça e tronco Músculos ventrais do pescoço e da cabeça 54. Esternocefálico. Or. Bordo cranial do manúbrio do esterno. In. Processo mastóide do temporal. Ac. Flexiona o pescoço. 55.Esterno-hióideo. Or. Bordo cranial da primeira cartilagem costal e da primeira esternébra. In. Corpo do osso hióide (basióide). Ac. Retração do hióide, laringe e língua na deglutição. 56. Esternotireoideo. Or. Bordo cranial do esterno e primeira cartilagem costal. In. Cartilagem tireóide da laringe. Ac. Retração da laringe na deglutição. 57. Tiro-hioideo. Or. Cartilagem tireóide da laringe. In. Processo tireóide do basióide (tiro-hióide). Ac. Aproxima a laringe do aparelho hióideo. 39 *** Quando 56 e 57 são considerados um único músculo com uma inserção intermediária devemos escrever: Esterno-tireo-hioideo. 58. Cricotireoideo. É um pequeno músculo intrínseco da laringe que aparece ventralmente com uma forma de gota. Liga as cartilagens cricóide à tireóide. 40 59. Milo-hioideo. Or. Linha milo-hioidéia, face medial do ramo horizontal da mandíbula. In. Em uma rafe fibrosa central que se estende desde a sínfise mentoniana até o corpo do hióide. Ac. Assoalho de sustentação da cavidade bucal. 41 60.Digástrico (Occipitomandibular). Or. Processo jugular (paramastóide) do occipital. In. Bordo ventral da mandíbula. Ac. Abrir a boca. 61. Platisma (cutâneo da face). Or. Comissura labial. In. Pele do dorso do pescoço. 42 62. Bucinador. Or. face lateral do osso maxilar (maxila), dorsal aos dentes molares e porção molar da mandíbula. In. Ângulo da boca (comissura labial). Ac. Retrae o canto da boca no bocejo, faz pressão dos alimentos contra os dentes, porém sua principal função nos animais é lançar os alimentos do vestíbulo bucal de volta para a cavidade bucal. 63. Masseter. Or. Arco zigomático e crista facial. In. Fossa massetérica, mandíbula. Ac. Fechar a boca (mastigação). 64.Temporal. Or. fossa temporal. In. Processo coronóide da mandíbula. Ac. Fechara boca e fixar a mandíbula ao crânio. 65. Zigomático. Or. Cartilagem escutiforme (escutular) da orelha. In. Músculo orbicular na comissura labial. Ac. Retrae caudalmente o ângulo da boca. 66. Elevador nasolabial. Or. Na linha mediana frontal, entre as órbitas. In. No nariz e lábio superior. Ac. Elevar o nariz e lábio superior. 67. Orbicular dos olhos. Circunda as pálpebras e fecha o olho. 68. Orbicular dos lábios. Circunda os lábios e fecha a boca. 69. Frontal. Ocupa a parte dorsal dos olhos correspondente a testa. 43 70. Escutulares. Uma série grande de músculos que fixam a orelha. Músculos respiratórios. 71. Escaleno. O cão apresenta apenas as porções dorsal e média, pois o escaleno ventral está ausente. 71.ª Escaleno dorsal. É formado de uma parte maior e uma menor. Or. Processo transverso das quatro últimas vértebras cervicais. In. Parte menor – terceira e quarta costelas. Parte maior – da sexta a oitava costelas. 71.b. Escaleno médio. Or. Processo transverso da quinta vértebra cervical. In. No tubérculo do escaleno, bordo cranial da primeira costela. Ação de 71.a e 71.b – Levar as costelas cranialmente na inspiração. 72. Reto torácico. Or. Na primeira costela, junto à inserção do escaleno médio. In. Por uma aponeurose , junto à aponeurose do m. reto abdominal, na extremidade distal da terceira ou quarta costelas. Ac. Leva as costelas cranialmente na inspiração. 73. Intercostais externos. Ocupam o espaço intercostal, não atingindo o espaço intercostocondral. Or. Bordo caudal da costela. In. Bordo cranial da costela seguinte. Ac. Dirigem as costelas crânio-lateralmente na inspiração, aumentando o diâmetro transverso do tórax. 74. Intercostais internos. Ocupam tanto o espaço intercostal como o intercostocondral. Or. Bordo cranial da costela e cartilagem costal. 44 In. Bordo caudal da costela e cartilagem costal precedente. Ac. Levam as costelas caudalmente na expiração, porém sua principal função é manter o tônus da caixa torácica, não permitindo que ela se expanda ou comprima demasiadamente. 75. Serrato dorsal cranial. Or. Por uma aponeurose na fáscia toracolombar. In. Bordo lateral da segunda a d´cima costelas. Ac. Leva as costelas cranialmente na inspiração. 76. Serrato dorsal caudal. Or. Por uma aponeurose na fáscia toracolombar. In. Por três pequenos ventres no bordo lateral da décima primeira a décima terceira costelas. Ac. Dirigem as costelas caudalmente na expiração. 45 77. Retrator das costelas. Or. Fáscia toracolombar, no processo transverso das três primeiras vértebras lombares. In. Bordo caudal da última costela. Ac. Leva as costelas caudalmente na expiração. 78. Transverso torácico. É encontrado internamente na caixa torácica. Or. Ligamento esternal. In. Internamente nas cartilagens costais. Ac. Levam as costelas caudalmente na expiração. 79. Elevadores das costelas. É uma série de pequenos músculos situados nas extremidades dorsais dos espaços intercostais. Or. Processo transverso das doze primeiras vértebras torácicas. In. Bordo cranial da costela caudal seguinte. Ac. Levam as costelas cranialmente na inspiração. 80. Diafragma. É um músculo em forma de cúpula que divide as cavidades torácica e abdominal. Or. Em sua porção aponeurótica tendínea central. In. Nas incisuras (arcos) costocondrais; na face interna da cartilagem xifóide do esterno; o pilar direito fixa-se na terceira e quarta vértebras lombares; o pilar esquerdo insere-se na primeira e segunda vértebras lombares. Ac. É o principal músculo inspiratório, aumentando o diâmetro longitudinal da caixa torácica. *** Entre os pilares do diafragma temos mais à esquerda, um ânulo fibroso, que forma o hiato aórtico onde passa a artéria aorta, a veia ázigos e o ducto torácico. Mais à direita, tem o hiato esofágico, para a passagem do esôfago e troncos vagais dorsal e ventral, na parte carnosa do pilar direito. A veia cava caudal perfura o diafragma no centro tendíneo, ligeiramente à direita da linha mediana, no forame da veia cava caudal. O diafragma é inervado pelos nervos frênicos que se originam dos ramos ventrais dos nervos espinhais C5, C6 e C7. 46 Músculos profundos do pescoço e da goteira vertebral. 81. Esplênio. 82. Músculo longo. - da cabeça. - cervical. - do tórax. - lombar. 83. Semi-espinal da cabeça e do pescoço. 47 83.ª Digástrico do pescoço. 83.b. Complexo. 84. Espinhal. 85. Ileocostal. - torácico. - Lombar. 86. Multífidos. - cervical - torácico. - Lombar. Músculos da parede abdominal. 87. Reto abdominal. Or. Por uma aponeurose as cartilagens costais esternais (da quarta a nona). In. Tendão pré-púbico entre as eminências ileopúbicas. Ac. Flexiona o tronco ventralmente. *** O músculo reto abdominal está contido no interior das bainhas do reto, que se fundem na linha mediana ventral, formando a linha alba ou alva, onde encontramos a cicatriz umbilical. Suas fibras são longitudinais e estão contidas por cinco a seis intersecções tendineas transversais. 88. Oblíquo abdominal externo. Or. Face lateral da terceira a décima-segunda costelas e fáscia toracolombar. In. Por aponeurose a linha alba, tendão pré-púbico e tuberosidade coxal. Ac. Flexiona o tronco lateralmente. 89. Oblíquo abdominal interno. Or. Fáscia toracolombar e tuberosidade coxal. In. Incisura (arco) costocondral e linha alba por aponeurose. Ac. Flexiona o tronco lateralmente. 48 90. Transverso abdominal. Or. Face medial da incisura (arco) costocondral, cartilagem xifóide e fáscia toracolombar. In. Linha alba por aponeurose. Ac. Comprime o ventre. Ação de 87, 88, 89 e 90. A contração geral desses músculos provoca a flexão do tronco, o arqueamento do lombo, comprime as vísceras abdominais na defecação, micção e parto, além de proporcionar a expiração. 49 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. EVANS & de LAHUNTA. Guia para a dissecção do cão de MILLER. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1994. 2. EVANS, H. E. Miller’s Anatomy of the dog. 3 ed. Philadelphia: W. B. Saunders Company, 1993. 3. GETTY, R. Anatomia dos animais domésticos. SISSON / GROSSMAN. 5 ed. Rio de janeiro: Interamericana, 1986. v.2.
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