AVALIACAO_PSICOPEDAGOGICA_INSTITUCIONAL_5

Prévia do material em texto

AVALIAÇÃO 
PSICOPEDAGÓGICA 
INSTITUCIONAL 
AULA 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Genoveva Ribas Claro 
 
 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Bem-vindos à nossa aula sobre a Avaliação Institucional. Continuando a 
prática psicopedagógica, após a análise dos resultados, o psicopedagogo vai 
realizar uma hipótese diagnóstica que deve ser entregue para a instituição de 
forma escrita, com uma linguagem adequada, clara e especificando os perfis 
institucionais referentes ao sintoma apresentado. Esse documento é 
denominado informe psicopedagógico. 
Para a entrega do Informe Psicopedagógico, é preciso uma entrevista 
verbal para esclarecer todos os aspectos da avaliação e seus resultados, 
elucidando todas as dúvidas para o responsável e/ou para a equipe responsável 
pela Instituição. Essa entrevista é denominada Entrevista Devolutiva. 
Nesta aula vamos para uma nova fase da Avaliação Psicopedagógica: a 
entrega de resultados e a elaboração de um projeto de intervenção. 
TEMA 1 – ENTREVISTA DEVOLUTIVA 
A entrevista devolutiva é um dos momentos mais importantes da 
avaliação psicopedagógica, pois é a ocasião em que se apresenta o informe 
psicopedagógico, relatando e explicando tudo o que foi realizado na Avaliação 
Psicopedagógica. 
A devolutiva é realizada para quem expôs a queixa. Trata-se de uma 
entrevista na qual se discute os resultados do diagnóstico, e são feitas as 
orientações necessárias. Para isso é preciso organizar o Informativo 
Psicopedagógico com as informações necessárias, por escrito, mostrando de 
forma resumida os aspectos positivos da instituição e seus pontos frágeis, de tal 
forma que provoque a compreensão da problemática e o interesse em solucionar 
ou minimizar as falhas existentes. 
 É fundamental que o informativo possua uma introdução explicativa sobre 
a forma como se analisa um sintoma institucional e as necessidades de se fazer 
relações entre as várias instâncias, para garantir o conhecimento do quadro 
como um todo, e não para culpar quem quer que seja. 
 A devolutiva sempre gera ansiedade para quem vai receber o resultado, 
por isso o psicopedagogo deve proporcionar um ambiente acolhedor e não 
ameaçador, apontando primeiramente os pontos positivos da instituição, e só 
depois apresentar as possíveis soluções para os problemas encontrados. 
 
 
3 
 É preciso perceber se a instituição apresenta uma condição importante de 
abertura para a mudança, pois a resistência à mudança pode comprometer a 
criação e a execução de projetos que possam ajudar no desenvolvimento da 
instituição, o que indica um prognóstico desfavorável. 
 A devolutiva, portanto, é o momento em que se apresenta o informativo, 
são apresentados os resultados do diagnóstico e o responsável pela instituição 
é chamado para uma conversa, de modo que sejam feitas as indicações 
necessárias que podem, inclusive, contar com a participação de profissionais de 
outras áreas do conhecimento. 
TEMA 2 – PROJETO DE INTERVENÇÃO PARA A INSTITUIÇÃO 
Ao passar a devolutiva, é necessário apresentar um projeto de 
intervenção para apontar uma solução aos problemas apresentados. Nesse 
caso, a proposta de intervenção é um documento com um conjunto de 
estratégias, por meio do qual facilita-se o aparecimento e a estabilização de 
condutas de aprendizagem. Essa operação acontece entre as pessoas que vão 
interagir ou em grupos. 
Trata-se do resultado da avaliação diagnóstica, e aponta as áreas a serem 
trabalhadas, de acordo com as defasagens e os obstáculos encontrados na 
Avaliação Psicopedagógica. A devolutiva tem como objetivo proporcionar o 
desenvolvimento do processo de aprendizagem na instituição e meios para que 
a instituição supere as dificuldades encontradas no diagnóstico. 
Para realizar a intervenção psicopedagógica, é preciso um profissional 
especializado capacitado a atender as diversas demandas da instituição. Não 
existe uma única forma de intervir sob o ponto de vista psicopedagógico, por isso 
é importante que o psicopedagogo seja coerente tanto com a posição teórica 
como com a prática desenvolvida nos cursos de Psicopedagogia. 
Ele tem como objetivo conseguir uma aprendizagem que seja realização 
para o sujeito ou para o grupo, possibilitar uma aprendizagem independente por 
parte do sujeito, valorizando a autoestima e a autonomia, indicando os meios 
para que o grupo supere as dificuldades encontradas. 
A intervenção institucional pode ser realizada com trabalhos em grupos, 
dinâmicas de grupos, jogos psicodramáticos, jogos estruturados, atividades 
lúdicas, vivências, entre outros. Na intervenção institucional, podem existir várias 
abordagens: 
 
 
4 
1. Grupo Operativo: trabalha com a operatividade, que é a capacidade de 
agir por si, sem esperar que aquele que coordena dê os passos e as 
soluções prontas para a realização de uma tarefa, mas que coordene as 
ações dos indivíduos, visando o desenvolvimento da autonomia. Na 
abordagem do Grupo Operativo, o trabalho é feito em grupo e, no grupo, 
cada indivíduo conhece e desempenha seu papel específico, de acordo 
com as leis da complementaridade. 
2. Teoria Sistêmica: é voltada para entender os grupos humanos, como 
eles se agrupam e suas interações. Nas Instituições, como grupo 
secundário, devemos observar como os indivíduos se agrupam e quais 
tipos de relações vinculares são estabelecidas entre eles. O 
Psicopedagogo Institucional deve diagnosticar e atuar na estagnação da 
instituição, por meio de uma postura reflexiva e pesquisadora dos eventos 
em andamento, aliando seus conhecimentos teóricos com sua formação 
nessa área. 
3. Epistemologia Convergente: é centrada no ser humano como um ser 
existencial, tendo como referência o social, o cognitivo e o afetivo 
emocional (pensar, agir e sentir). 
4. Psicodrama: o Psicodrama trabalha com definição de papéis. Só é 
possível de ser executada pelas pessoas que fizeram uma especialização 
em Psicodrama. 
TEMA 3 – MODELO DE UM INFORME PSICOPEDAGÓGICO 
Modelo de Informe Psicopedagógico Institucional elaborado e organizado 
com informações que são apenas como exemplo. Cada informe pode e deve ser 
organizado conforme a realidade. 
Modelo de Informe Psicopedagógico Institucional. Elaborado e 
organizado com informações que são apenas como exemplo. Cada informe pode 
e deve ser organizado conforme a realidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
__________________________________________________________ 
 
 ........................................., ......... de ............................... de ........... 
 
À 
INSTITUIÇÃO ................................... 
A/C Sr(a) Diretor(a) ....................................... 
 
INFORME PSICOPEDAGÓGICO INSTITUCIONAL 
 
A equipe composta por .................. e .................. do curso de 
Especialização em Psicopedagogia ................, realizou seu estágio nesta 
instituição escolar entre os dias ....... a ......... . 
A principal queixa apresentada foi 
............................................................................................................................... 
Para a realização do diagnóstico institucional foram utilizados os seguintes 
instrumentos de pesquisa: 
 EOCMEA (Entrevista Operativa Centrada no Modelo Ensino 
Aprendizagem; 
 Observações em sala de aula com a professora regente; 
 Entrevista com o gestor; 
 Entrevista com a coordenação; 
 Entrevista com os funcionários; 
 Observação; 
 Dinâmica de grupo 
 Levantamento estatístico do rendimento 
 Análise documental 
 Histórico da instituição. 
Por meio desses instrumentos de pesquisa, foi possível levantar as 
seguintes hipóteses diagnósticas: 
A) Vínculo com a aprendizagem: 
B) Competência e Desempenho: 
C) Dinâmica do grupo: 
 
 
6 
Durante as atividades, pode-se perceber que 
..............................................................................................................................................................................................................................................................
.............................................................................................................................. 
 
D) Indicações/Encaminhamento: a partir desse diagnóstico, a equipe de estágio 
propõe algumas sugestões de trabalho. 
....................................................................................................................
...............................................................................................................................
............................................................................................................................... 
O projeto deste trabalho será detalhado em anexo. 
 
E) Prognóstico: 
....................................................................................................................
............................................................................................................................... 
Segue anexo um projeto com detalhamento dos procedimentos sugeridos, 
que poderá ser executado pela própria instituição, diante da impossibilidade de 
continuidade pela equipe responsável por esta avaliação psicopedagógica, que, 
por sua vez, coloca-se à disposição para quaisquer esclarecimentos. 
 Atenciosamente 
________________ ________________ ________________ 
_________________________________________________________ 
 
O resultado deve ser entregue para o responsável da instituição – o 
mesmo que recebeu o psicopedagogo na ocasião da formulação da queixa. 
TEMA 4 – MODELO DE PROJETO DE INTERVENÇÃO 
1. CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA, QUEIXA OU SINTOMA 
2. JUSTIFICATIVA PARA A EXECUÇÃO DO PROJETO NA ESCOLA 
Conforme resultado contido no Informe Psicopedagógico, faz-se 
necessário pensar uma forma de sanar as dificuldades apontadas pela Avaliação 
Institucional. 
 Para tanto, propõe-se desenvolver um projeto com dinâmicas de grupo, 
em que todos poderão refletir suas ações e as formas de relacionamentos que 
 
 
7 
estão predominando o meio de convívio, de maneira a contribuir com o bom 
andamento da instituição, e assim favorecer o processo pedagógico que é o 
objetivo principal da escola – o ensino-aprendizagem. 
3. OBJETIVOS 
3.1 OBJETIVO GERAL (exemplo) 
Propor aos docentes e funcionários de serviços gerais, momentos de 
reflexão sobre a prática de convivência nos grupos de trabalho, mostrando aos 
mesmos que a escola deve ser um ambiente de construção de relações 
equilibradas e harmoniosas, para oportunizar aos educandos um 
desenvolvimento seguro, de confiança e afeto. 
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS (exemplo) 
 Reconhecer e valorizar a pessoa do outro; 
 Despertar no grupo o desejo de ajuda mútua; 
 Compreender as relações sociais como processo de interdependência; 
 Compartilhar sentimentos positivos; 
 Desenvolver afetividade com os demais colegas do grupo; 
 Refletir sobre o sentido da vida; 
 Identificar-se com o grupo; 
 Perceber as próprias dificuldades em grupo; 
 Melhorar a compreensão sobre as diversas fases do desenvolvimento 
humano. 
4. METODOLOGIA 
Como o projeto vai ser implementado na instituição. 
 4.1 ELABORAÇÃO DAS ATIVIDADES (exemplo) 
Os trabalhos propostos serão realizados através de dinâmicas de grupos. 
As dinâmicas envolverão todas as pessoas que trabalham nesta escola: os 
docentes e funcionários em geral. 
É necessário que todos estejam comprometidos com a mudança, para 
que se possa chegar aos objetivos traçados. 
 5. RECURSOS (exemplo) 
 Humanos 
 Música 
 
 
8 
 Canetas 
 Papel sulfite 
 Lápis 
 Local 
 6. CRONOGRAMA (exemplo) 
Este projeto poderá ser desenvolvido em um período de seis meses, 
sendo um encontro por mês. Fica a critério da escola a escolha pelos dias a 
serem trabalhados, respeitando e favorecendo a rotina da instituição. 
TEMA 5 – O RESPEITO À ÉTICA NA PRÁTICA DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL 
Toda profissão, principalmente aquelas que trabalham com pessoas, 
precisa envolver ética e responsabilidade em relação ao sujeito que está 
atendendo. Para isso, devemos prestar atenção em alguns pontos importantes 
no caso da avaliação psicopedagógica. 
Lembre-se que você não é o foco de atenção, use sempre roupas 
discretas e tenha um comportamento adequado, evite roupas decotadas, curtas 
e justas, mantenha um contato formal com os alunos, sem muitas aproximações 
afetivas, que podem ser mal interpretadas pelos próprios alunos ou familiares. 
No Capítulo IV sobre as responsabilidades do psicopedagogo em seu 
código de ética, tem-se que é preciso “manter o respeito e a dignidade na relação 
profissional para a harmonia da classe e a manutenção do conceito público”. 
No Capítulo I do código de ética do psicopedagogo, em seu parágrafo 1º 
sobre sua intervenção, tem-se que “a intervenção psicopedagógica é sempre da 
ordem do conhecimento, relacionada com a aprendizagem, considerando o 
caráter indissociável entre os processos de aprendizagem e as suas 
dificuldades”. Assim, quando a dificuldade está relacionada a outros âmbitos, o 
psicopedagogo deve ter a humildade de solicitar apoio aos demais profissionais, 
pois a psicopedagogia tem contribuição de outras áreas do conhecimento – 
como a Didática, Linguística, Psicanálise, Psicologia, entre outras –, além de 
reconhecer os casos pertencentes às demais áreas do conhecimento, 
encaminhando-os a profissionais habilitados e qualificados para o atendimento, 
trabalhando de forma transdisciplinar. 
No Artigo 7º do código de Ética, “o psicopedagogo está obrigado a 
respeitar o sigilo profissional, protegendo a confidencialidade dos dados 
 
 
9 
obtidos”. Assim, não divulgue nomes, fotos em redes sociais, ou exponha a 
instituição e seus envolvidos, além de que o resultado deve ser entregue 
exclusivamente para o responsável pela instituição. 
A avaliação psicopedagógica é o primeiro momento de intervenção e deve 
ser um espaço dado para se estabelecer relações interpessoais de 
apresentações de explicações de seu papel junto à equipe responsável pela 
instituição, de observar sem dar entender que está policiando. 
 É o momento de simpatia, acolhimento, de conquista do seu espaço como 
psicopedagogo. Conhecimento do espaço físico, dos diversos departamentos do 
cotidiano escolar. 
Procure não ficar anotando tudo neste momento em frente às pessoas, 
faça anotações posteriores; não cause constrangimentos. É preciso chegar nos 
horários estabelecidos, não dê sugestões, não critique, não emita pareceres – 
lembre-se: você ainda não avaliou nada, só está colhendo informações. 
NA PRÁTICA 
A Escola Estadual, que atende crianças da zona rural, possui uma 
clientela quase na sua totalidade composta por alunos provenientes de famílias 
de baixa renda, muitas delas em situações de vulnerabilidade social. A queixa é 
a indisciplina dos alunos, a falta de motivação e de interesse pelas aulas. Para 
a avaliação, foram utilizados os seguintes instrumentos de pesquisa: Entrevistas, 
Observações, Análise do espaço físico da instituição, Análise do Projeto Político 
Pedagógico, Levantamento do perfil dos alunos, aplicação de questionário ao 
corpo docente da escola, realização de dinâmica de grupo. 
Foi possível constatar que falta uma participação efetiva dos pais no 
processo de aprendizagem, o que facilitaria a prática pedagógica dos 
professores. De acordo com o Estudo de Caso, elabore um projeto de 
intervenção que pode auxiliar na solução do problema apontado anteriormente. 
FINALIZANDO 
Nesta aula tivemos a oportunidade de compreender os procedimentos do 
Diagnóstico Institucional, apontados na: 
 Entrevista devolutiva para explicar o informe psicopedagógico. 
 
 
10 
 Apresentação de um Modelo de Projeto de Intervenção Psicopedagógico 
e de um Modelo de Informe Psicopedagógico.E finalizamos analisando como realizar de forma ética a prática de 
Avaliação Institucional. 
 
 
 
 
11 
REFERÊNCIAS 
ABPP – Associação Brasileira de Psicopedagogia. Código de ética do 
Psicopedagogo. 2011. Disponível em: 
<http://www.abpp.com.br/documentos_referencias_codigo_etica.html>. Acesso 
em: 22 ago. 2019. 
BARBOSA, L. M. S. Avaliação psicopedagógica – A leitura e a compreensão de 
textos como instrumentos de aprender. Rev. psicopedag., São Paulo, v. 34, n. 
104, p. 196-215, 2017. 
CLARO, G. R. Fundamentos da psicopedagogia. Curitiba: InterSaberes, 2018. 
GRASSI. T. M. Psicopedgogia: um olhar, uma escuta. Curitiba: InterSaberes, 
2013. 
OLIVEIRA, M. A. C. Psicopedagogia: a instituição em foco. Curitiba: 
InterSaberes, 2014.