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É uma doença causada por vírus.- É sistêmica e pode ser sintomática ou assintomática.- Possui 3 fases clínicas:- Fase Febril1) Primeira manifestação com duração de 2 a 7 dias e geralmente é alta (39 a 40 graus). - Tem início abrupto associada a cefaleia, adinamia (falta de forças/debilidade para iniciar uma determinada atividade), mialgias, artralgias e dores retroprbitárias. - Em 50% dos casos há exantema do tipo máculo-papular, com ou sem prurido. - Pode haver anorexia, náuseas, vômitos e diarreia.- Muitos pacientes se recuperam após essa fase, BEG e volta do apetite. - Fase Crítica2) Pode evoluir para a fase grave da doença.- Têm início com a defervescência da febre entre o terceiro e sétimo dia do início da febre. - Sinais de alarme• Geralmente resultante do aumento da permeabilidade vascular Dor abdominal intensa (referida ou à palpação) e contínua- Vômitos persistentes- Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico) - Hipotensão postural e lipotimia (perda brusca de consciência; síncope, desmaio) - Hepatomegalia (2cm abaixo do RCD)- Sangramento de mucosa- Letargia e/ou irritabilidade- Aumento progressivo do hematócrito- Dengue grave• Extravasamento plasmático levando ao choque ou acúmulo de líquidos com desconforto respiratório, sangramento grave ou sinais de disfunção orgânica como o coração, fígado, rins, pulmões e SNC. Derrame pleural e ascite. Quanto maior o hematócrito, mais grave é o extravasamento plasmático. Choque• Quando um volume crítico do plasma é perdido através do extravasamento (entre os dias 4 e 5), geralmente precedido por sinais de alarme. O período de extravasamento ocorre rapidamente (de 24 a 48h). Pode levar o paciente ao óbito rapidamente.- Grave comprometimento aos órgãos, como hepatites, encefalites, miocardites. - Alterações do ritmo cardíaco, inversão da onda T, elevação de enzimas cardíacas. - Elevação de enzimas hepáticas, convulsões e irritabilidade.- A insuficiência renal aguda é mais rara, porém é o que cursa no pior prognóstico. - Fase de Recuperação3) Reabsorção gradual do conteúdo extravasado com progressiva melhora clínica. - Débito urinário se normaliza ou aumenta, podendo ainda ocorrer bradicardia e mudanças no eletrocardiograma. - Pode haver infecções bacterianas, e rash cutâneo com ou sem prurido generalizado. - Aspectos clínicos na criança• Pode apresentar-se como uma síndrome febril clássica viral, até mesmo ser assintomática, e com sintomas inespecíficos: adinamia, sonolência, anorexia, vômitos, diarreia e fezes amolecidas. - Critérios epidemiológicos ajudam no diagnóstico.- Em menores de 2 anos: choro persistente, adinamia, irritabilidade. - Aspectos clínicos na gestante• Deve haver acompanhamento direto.- Riscos de sangramentos- Há risco aumentado de aborto e baixo peso ao nascer.- Diagnóstico diferencial Síndrome febril• Síndrome exantemática febril• Síndrome hemorrágica febril• Síndrome dolorosa abdominal• Síndrome do choque• Síndrome meníngea• Atendimento ao paciente com suspeita de dengue Anamnese• Data de início da febre- Presença de sinais e sintomas de alarme- Alterações gastrointestinais- Alterações no estado de consciência- Diurese- Se existem casos de dengue próximos ao paciente ou na região que mora/trabalha - Condições preexistentes- Exame físico geral• Registrar sinais vitais- Estado de consciência na escala de Glasgow- Estado hemodinâmico- Verificar se há derrames pleurais, taquipineia, etc.- Pesquisar presença de dor abdominal, ascite, hepatomegalia- Investigar presença de exantema, petéquias (manchas avermelhadas de tamanho pequeno) ou sinal de Herman (mar vermelho com ilhas brancas). - Buscar manifestações hemorrágicas espontâneas ou provocadas. - Classificação de risco Grupo A• Caso suspeito de denguea) Ausência de sinais de alarmeb) Sem comorbidades, grupo de risco ou condições clínicas especiais c) Exames laboratoriais complementares a critério médico- Prescrever paracetamol e/ou dipirona- Não utilizar salicilatos ou anti-inflamatórios não esteroides- Orientar repouso e prescrever dieta e hidratação oral- Grupo B• Caso suspeito de denguea) Não há sinais de alarmeb) Com sangramento espontâneo de pele ou induzidoc) Condições clínicas especiais d) Exames complementares: hemograma completo, avaliar hemoconcentração, outros exames de acordo com as condições clínicas. - Acompanhamento e observação do paciente até chegada dos resultados. - Hidratação oral- Paracetamol e/ou dipirona- Seguir consulta conforme reavaliação clínica e resultados laboratoriais. - Paciente com hematócritos normais: tratamento em regime ambulatorial com reavaliação clínica diária. Retorno até 48h ou imediato caso haja sinais de alarme para o serviço de urgência. 1) Caso haja sinais de alarme: seguir conduta do grupo C.2) Grupo C• Caso suspeito de denguea) Presença de algum sinal de alarmeb) Iniciar a reposição volêmica imediatamente.- Reposição de 10ml/kg de soro fisiológico na primeira hora.- Permanecer em observação por 48h até estabilização- Exames complementares obrigatórios: hemograma completo, dosagem de albumina sérica e transaminases. - Radiografia de tórax, ultrassonografia de abdome.- Outros exames dependentes da clínica do paciente: glicemia, ureia, creatinina, eletrólitos, gasometria, eletrocardiograma. - Sinais vitais, avaliar diurese, manter hidratação- Fase de manutenção.- Necessitam de avaliação contínua pela equipe de enfermagem, qualquer sinal de choque ou agravamento, reavaliação médica deve ser imediata. - Paracetalmol e/ou dipirona.- Se não houver melhora: condutas do grupo D.- Exames para confirmação de dengue não obrigatórios.- Grupo D• Caso suspeito de denguea) Presença de sinais de choque, sangramento grave ou disfunção grave de órgãos. b) Sinais de choque Taquicardia1. Extremidades distais frias2. Pulso fraco e filiforme3. Enchimento capilar lento (>2segundos)4. Pressão arterial convergente 5. Taquipneia6. Oligúria7. Hipotensão arterial (fase tardia do choque)8. Cianose (fase tardia do choque.9. Reposição volêmica - Iniciar fase de expansão rápida parenteral, com solução salina.- Reavaliação clínica a cada 15-30 minutos, e de hematócrito a cada 2h. Monitoramento constante. - Repetir fase de expansão até 3x, caso haja melhora, prosseguir com a conduta do grupo C. Permanecer em acompanhamento e internação mesmo após estabilização. - Realizar exames complementares obrigatórios: hemograma completo, dosagem de albumina sérica e transaminases. - Raio X de tórax, ultrassonografia de abdome, outros exames conforme quadro do paciente. - Exames para confirmação de dengue são obrigatórios.- Acompanhamento na UTI- No caso de resposta inadequada, ou seja, persistência do choque, avaliar: hematócrito em ascensão após reposição volêmica, se estiver em queda, se houver hemorragia, transfundir sangue, se houver coagulopatias, avaliar necessidade de vitamina K endovenosa e crioprecipitado. Transfusão de plaquetas em alguns casos. - Se o hematócrito estiver em queda com resolução do choque, ausência de sangramentos, mas com surgimento de gravidades: avaliar sinais de desconforto respiratório, se há hiperidratação, que deve ser parada caso haja término do extravasamento plasmático, normalização da PA, etc. - Dengue terça-feira, 15 de setembro de 2020 12:37
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