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LÍNGUA PORTUGUESA
1. ORTOGRAFIA OFICIAL
1.1. EMPREGO DAS CONSOANTES
	EMPREGA-SE ‘S’ (EM)...
	EXEMPLOS
	Vocábulos iniciados por ‘i’, ‘o’ e ‘u’.
Sufixos ‘-oso’ e ‘-osa’.
Sufixos ‘-ês’ (adjetivos que indicam nacionalidade ou procedência).
Sufixos ‘-esa’ e ‘-isa’ (formam o feminino de substantivos concretos ou designam títulos).
Terminações ‘ase’, ‘esse’, ‘ise’ e ‘ose’.
Depois de ditongos.
Verbos ‘pôr’ e ‘querer’ (e nos respectivos derivados).
Prefixo ‘trans-‘.
Palavras derivadas de verbos que possuem ‘d’, ‘nd’, ‘rg’, ‘rt’, ‘pel’, ‘corr’ (no radical).
	Isento, Isabel, Osório, Oséias, usina, usura. Exceção: Ozônio.
Brilhoso, dengoso, saborosa, jeitosa, formosa.
Dinamarquês, japonês, chinês, inglês, português.
Marquesa, baronesa, duquesa, consulesa, poetisa.
Frase, crase, ênfase, análise, hidrólise. Exceções: gaze, deslize.
Lousa, aplauso, maisena.
Pus, pusera, puseram; quis, quisera, quiseram.
Transatlântico, transpor.
Colidir, colisão; pretender, pretensão; imergir, imersão.
	EMPREGA-SE ‘SS’ (EM)...
	EXEMPLOS
	Palavras derivadas de verbos que possuem ‘ced’, ‘gred’, ‘prim’, ‘met’ e ‘cut’ (no radical)
Vogal + sufixo ‘-tir’.
Prefixo finalizado por vogal + palavra iniciada por ‘s’.
	Ceder, cessão; agredir, agressão; prometer, promessa.
Admitir, admissão; demitir, demissão.
Pressentir, pressentimento.
DICA: Atenção à grafia dos parônimos ‘cessão’ (ato de ceder), ‘seção’ (setor, corte), ‘sessão’ (reunião).
	EMPREGA-SE ‘C’, ‘Ç’ (EM)...
	EXEMPLOS
	Palavras africanas, árabes ou indígenas.
Após ditongos.
Sufixos ‘-aça’, ‘-aço’, ‘-iça’, ‘-uço’, ‘-ança’, ‘-ença’, ‘-ção’.
Palavras derivadas do verbo ‘ter’.
Palavras derivadas do verbo ‘torcer’.
Palavras derivadas de outras que possuem o ‘t’ no radical.
	Açaí, açoite, araçá, babaçu, caçula, Iguaçu, Itaipuaçu.
Afeição, beiço, correição. Exceções: coice, foice.
Barcaça, balanço, carniça, crença, dentuço, esperança, petição.
Ater, atenção; abster, abstenção; reter, retenção.
Torcer, torção; contorcer, contorção; distorcer, distorção.
Optar, opção; cantar, canção; exceto, exceção; isento, isenção.
	EMPREGA-SE ‘Z’ (EM)...
	EXEMPLOS
	Palavras iniciadas pela sílaba ‘a’
Palavras derivadas de outras que contenham ‘z’ no radical.
Antes dos sufixos ‘-al’, ‘-ada’, e ‘-inho(a)’.
Sufixos ‘-ez’ e ‘-eza’ (formadores de subst. abst. deriv. adj.)
Sufixos ‘-izar’ e ‘-ização’.
Segmento final da palavra, se ‘/z/’ não estiver entre vogais.
Verbos finalizados em ‘-er’ e ‘-ir’.
	Azar, azarado, azia, azedo, azeite, azêmola. Exceções: asa, asado, Ásia, asilo, asinino.
Baliza, abalizado; revezar, revezamento; cruzar, cruzamento, paz, apaziguar, deslizar, deslize.
Bambu, bambuzal; botão, botãozinho; café, cafezal; pá, pazinha.
Límpido, limpidez; macio, maciez; tímido, timidez; belo, beleza; franco, franqueza.
Utilizar, utilização; dinamizar, dinamização; centralizar, centralização.
Audaz, sagaz, voraz, veloz, atroz, giz. Exceções: abatis, ananás, anis, atrás, lilás, revés, viés.
Fazer, dizer, trazer, cozer, produzir. Exceções: coser (costurar), transir (arrepiar).
OBS:
1) Em regra, grafam-se com ‘s’ os derivados de palavras cuja forma primitiva contenha ‘s’. lápis – lapisinho, lapiseira; mesa – mesinha, mesada; casa – casinha, casebre; japonês – japonesinho; parafuso – parafusinho.
2) Alguns verbos recebem apenas ‘-ar’ como sufixo. Frisar (de friso), pesquisar (de pesquisa), pisar (de piso), bisar (de bis), irisar (de íris), analisar (de análise), improvisar (de improviso), paralisar (de paralisação).
	EMPREGA-SE ‘G’ EM...
	EXEMPLOS
	Após ‘a’ inicial.
Após ‘r’, geralmente.
Finais ‘-ágio’, ‘-égio’, -‘ígio’, ‘-ógio’, ‘-úgio’.
Finais substantivos ‘-agem, ‘-ege’, ‘-igem’, ‘-oge’, ‘-ugem’.
Formas infinitivas de verbos terminados em ‘-er’ e ‘-ir’.
	Agente, ágil, agiota, agir, agouro.
Aspergir, convergir, divergir, sargento. Exceções: gorjeio, gorjeta; sarjeta.
Sufrágio, colégio, litígio, relógio, refúgio.
Garagem, herege, vertigem, paragoge, ferrugem. Exceções: pajem, lajem, lambujem.
Constranger, viger, fingir, fugir, infringir (transgredir), infligir (aplicar).
OBS: Grafam-se com ‘j’ os derivados de palavras que contenham ‘j’ no radical. Jeito, ajeitar; jesuíta, ajesuitar; juízo, ajuizar.
	EMPREGA-SE ‘J’ (EM)...
	EXEMPLOS
	Vocábulos derivados de palavras que contenham ‘j’ no radical.
Palavras ameríndias, árabes e latinas.
Terminação ‘-aje’.
Formas verbais terminadas em ‘-jar’.
	Jeito, ajeitar; majestade, majestoso; laranja, laranjeira; granja, granjeiro; lisonja, lisonjeado.
Pajé, jiboia, jirau, jenipapo, jerimum, canjica, cafajeste, manjericão, hoje, objeto.
Laje, traje, ultraje.
Arranjar, arranjei; bocejar, bocejei; despejar, despejei; viajar, viajei.
OBS:
1) Cuidado com os parônimos ‘viagem’ (substantivo) e ‘viajem’ (verbo viajar). Os caminhoneiros fizeram uma viagem cansativa. / Desejo que eles viajem hoje à noite.
2) Atenção especial à grafia das palavras: berinjela, enrijecer, injeção, interjeição, jejuar, jejum, lambujem, ojeriza, projétil, trejeito.
	EMPREGA-SE ‘X’ (EM)...
	EXEMPLOS
	Depois das sílabas iniciais ‘me’, ‘la’, ‘li’, ‘lu’, ‘gra’, ‘bru’, ‘en’.
	Mexerico, mexicano, mexer, mexa (verbo) (Exceção: mecha (substantivo)). Laxante; lixa, lixo; luxo, luxúria; graxa; bruxa, Bruxelas, bruxelês; enxada, enxuto, enxame, enxaqueca, enxoval, enxotar, enxugar (Exceções: enchova, encher, encharcar e derivados).
	Após ditongos.
Palavras de origem africana ou indígena.
	Ameixa, caixa, eixo, frouxo, seixo. Exceções: recauchutar, recauchutagem (de caucho).
Abacaxi, caxumba, capixaba, muxoxo, Xavante, Xingu.
OBS:
1) Quando ‘en’ for prefixo, prevalecerá a grafia da palavra primitiva. Enxadrista (de xadrez), engraxar, engraxate (de graxa).
2) Algumas palavras, ainda que, na pronúncia, contenham som de /z/, devem ser grafadas com ‘x’: exame, exausto, existir, êxodo, exótico, exumação, exacerbar, exotérmico, exorcismo, exuberante, exalar, exaltar, exarar, exaustão, exéquias, exílio, exímio, êxito, exonerar, inexorável.
3) Algumas palavras, ainda que, na pronúncia, contenham som de /s/, devem ser grafadas com ‘x’: expandir, expatriar, expletivo, expirar, expelir, expectativa, experiência, expiar (pagar a culpa), expoente, êxtase, extasiado, explanar, expor, explicar, extasiar, extensão, extenso, extensivo, externo (lado de fora), extratificar (extrair de algum lugar), extrovertido.
4) Cuidado com a grafia das palavras: esplêndido, estender, estendido, estouras, esterno (osso), estranho, estratificar (dispor em camadas ou estratos).
	EMPREGA-SE ‘CH’ (EM)...
	EXEMPLOS
	Cognatos das palavras com ‘ch’.
Segmentos iniciais ‘cham’ e ‘cho’.
Sufixos ‘-acho’, ‘-icho’ e ‘-ucho(a)’.
	Chamariz (de chamar), chinelada, chifrada, chaveiro, pichação (de piche).
Chamuscar, champanha, chaminé, chocalho, chocolate, chouparia. Exceção: xampu.
Riacho, esguicho, gaúcho, gaúcha.
DICAS:
1) Quando ‘en’ for prefixo, prevalecerá a grafia da palavra primitiva: encharcar (de charco), enchapelar, enchiqueirar, enchumbar, enchouriçar, enchumaçar, enchente (de encher).
2) Atenção à escrita das seguintes palavras: chave, chuchu, chicote, chifre, chimarrão, chimpanzé, cochilo, chulo, chumaço, chacina, chantagem, chibata, brocha (prego), bucho (estômago de animais), chá (arbusto), cheque (ordem de pagamento), tacha (prego), flecha, cartucho.
	EMPREGA-SE ‘H’ (EM)...
	EXEMPLOS
	Compostos ligados por hífen em que o segundo elemento começa com ‘h’.
	Anti-higiênico, pré-histórico, pseudo-homérico, super-homem, infra-hepático, sobre-humano, arqui-herança, proto-história, mini-hotel, ultra-humano.
Atenção: desarmonia, desumano, lobisomem.
	Verbo ‘haver’ (e suas flexões).
Substantivo próprio ‘Bahia’ (estado do Brasil).
	Havemos, haveis, haveria, houve, houvesse, houver.
Os derivados são grafados sem ‘h’: baiano, baianinha, baianada.
1.2. EMPREGO DAS VOGAIS
	EMPREGA-SE ‘E’ (EM)...
	EXEMPLOS
	Presente do indicativo: na 2ª e 3ª pessoas do singular e na 3ª pessoa do plural dos verbos terminados em ‘-ir’.
	Reunir – tu reúnes, ele reúne, eles reúnem.
Partir – tu partes, ele parte, eles partem.
	Presente do subjuntivo:em todas as pessoas dos verbos terminados em ‘-oar’ e ‘-uar’.
	Magoar – (que) eu magoe / tu magoes / ele magoe / nós magoemos / vós magoeis / eles magoem.
Pontuar – (que) eu pontue / tu pontues / ele pontue / nós pontuemos / vós pontueis / eles pontuem.
	Formas rizotônicas (sílaba tônica dentro do radical) dos seguintes verbos terminados em ‘-iar’: ‘mediar’, ‘ansiar’, ‘remediar’, ‘incendiar’ e ‘odiar’.
Os demais são regulares: ‘arriar’ (abaixar-se): arrio, arrias, arria, arriamos, arriais, arriam.
‘Arrear’ (pôr o arreio) termina em ‘-ear’: arreio, arreias, arreia, arreamos, arreais, arreiam.
	Mediar – eu medeio / tu medeias / ele medeia / eles medeiam.
Ansiar – eu anseio / tu anseias / ele anseia / eles anseiam.
Remediar – eu remedeio / tu remedeias / ele remedeia / eles remedeiam.
Incendiar – eu incendeio / tu incendeias / ele incendeia / eles incendeiam.
Odiar – eu odeio / tu odeias / ele odeia / eles odeiam.
OBS:
1) O verbo ‘intermediar’ segue o paradigma do verbo ‘mediar’.
2) As seguintes palavras devem ser grafadas com ‘e’: beneficência, cadeado, candeeiro, creolina, cumeeira, descortinar, descrição (descrever), descriminar (inocentar), desperdício, despensa (depósito), empecilho, empório, espontâneo, encarnação, paletó, peão (pessoa), periquito, prazerosamente, rédea, terebintina.
	EMPREGA-SE ‘I’ (EM)...
	EXEMPLOS
	Presente do indicativo: na 2ª e 3ª pessoas do singular dos verbos terminados em ‘-uir’, ‘-air’ e ‘-oer’.
	UIR – tu possuis, ele possui; tu contribuis, ele contribui; tu constróis, ele constrói.
AIR – tu extrais, ele extrai; tu retrais, ele retrai; tu distrais, ele distrai.
OER – tu róis, ele rói; tu móis, ele mói; tu remóis, ele remói.
	Formas rizotônicas (sílaba tônica dentro do radical) dos verbos terminados em ‘-ear’.
	Recear – eu receio, tu receias, ele receia, eles receiam.
Frear – eu freio, tu freias, ele freia, eles freiam.
Passear – eu passeio, tu passeias, ele passeia, eles passeiam.
Arrear – eu arreio, tu arreias, ele arreia, eles arreiam.
OBS:
1) As seguintes palavras devem ser grafadas com ‘i’: aborígine, açoriano, camoniano, calcário, casimira, cordial, corrimão, crânio, crioulo, digladiar, discernir, discrepância, discrição (discreto), discriminar (isolar), disenteria, dispensa (licença), displicência, erisipela, escárnio, pião (brinquedo), privilégio.
	EMPREGO DO ‘K’, ‘W’ E ‘Y’
	EXEMPLOS
	Nomes de pessoas originários de outras línguas e derivados.
Nomes de lugares originários de outras línguas (e derivados).
	Franklin, frankliniano; Kafka, kafkaniano; Darwin, darwinismo; Wagner, wagneriano.
Kwanza, Kuwait, kuwaitiano; Malawi, malawuiano.
	Siglas, símbolos e palavras adotadas como unidades de medida de curso internacional.
	TWA, KLM, kw (quilowatt), watt, yd (jarda, do inglês yard), km (quilômetro), kg (quilograma), W (oeste, de west), SW (sudoeste, de southwest), K (potássio), W (tungstênio).
OBS:
1) ‘K’ é sempre consoante, sendo pronunciado com som de ‘c’ antes das vogais ‘a’, ‘o’ e ‘u’ e no grupo ‘qu’ que antecede as vogais ‘e’ e ‘i’.
2) ‘W’ será (a) vogal ou semivogal, nas palavras de origem inglesa. Em geral, é pronunciado U: William, Wilson, show; (b) consoante, nas palavras de origem alemã. Geralmente, é pronunciado como ‘v’: Wagner, wagneriano.
3) ‘Y’ é vogal (ou semivogal), sendo geralmente pronunciado como ‘i’: Taylor, taylorista.
1.3. EMPREGO DAS INICIAIS MAIÚSCULAS
	EMPREGA-SE INICIAL MAIÚSCULA...
	EXEMPLOS
	No início de período ou citação direta.
	O relator apresentou seu parecer à comissão. Logo no início de seu discurso, criticou as altas taxas de juros. “Eles estão sufocando a economia”, disse.
	Nos substantivos próprios de pessoas, reais ou fictícios, em alcunhas ou pseudônimos.
	Fabiano, Rui Barbosa, Deus, Branca de Neve, Chiquinho da Mangueira, Afrodite.
OBS: São grafados com minúscula os adjetivos derivados de nomes próprios. marxista.
	Nomes próprios de lugar, ou de acidentes geográficos reais ou fictícios.
	Rio de Janeiro, Lisboa, Ceará, Brasília, Atlântida.
	Nomes que designam instituições de ensino, científicas, religiosas, políticas.
	Instituto de Educação, Instituto de Pensões e Aposentadorias da Previdência Social, Faculdade de Letras, Organização das Nações Unidas.
	Nomes de festividades ou comemorações cívicas.
	Natal, Páscoa, Todos os Santos, Sete de Setembro.
	Nos títulos de livros, jornais, revistas, produções artísticas, literárias ou científicas.
	Nova Gramática do Português Contemporâneo, O Globo, Folha de São Paulo.
	Nomes dos pontos cardeais, quando designam regiões.
	Norte, por norte europeu, Sul, por sul da África.
	Na palavra ‘país’ ou sinônimos quando aparecerem no lugar de nome próprio correspondente.
	O País depende da educação.
	Nos nomes que designam atos das autoridades da República, quando seguidos de numeral correspondente.
	Decreto nº 6.583/08, Lei nº 8.666/93.
	Nos nomes e expressões de tratamento (exceto em ‘você’).
	Vossa Excelência, Meritíssimo, Vossa Senhoria.
OBS: As abreviaturas também são grafadas com inicial maiúscula. V. Exa., V. Sa.
	Nas expressões que designam altos postos ou cargos.
	Presidente da República, Ministro de Estado.
OBS: Caso sejam empregados em sentido amplo, as expressões ficam com inicial minúscula. O Chile teve muitos presidentes. / Ele conversou com vários ministros.
	Nos nomes de épocas e eras históricas.
	Idade Média, Romantismo, Classicismo, Modernismo, Estado Novo.
	Nomes de impostos e taxas.
	Imposto sobre Operações Financeiras, Imposto de Renda.
1.4. EMPREGO DAS INICIAIS MINÚSCULAS
	EMPREGA-SE INICIAL MINÚSCULA...
	EXEMPLOS
	Nos vocábulos de uso corrente da língua.
Nos usos de...
Nos nomes de meses, dias da semana e das estações do ano.
Nos nomes dos pontos cardeais, quando designam direções ou limites geográficos.
Nos nomes de festas pagãs ou populares.
	casa, livro, amor.
...fulano, sicrano e beltrano.
maio, segunda-feira, primavera.
Viajei pelo Brasil de norte a sul.
carnaval.
1.4.1. CASOS FACULTATIVOS
	EMPREGA-SE FACULTATIVAMENTE A INICIAL MAIÚSCULA OU MINÚSCULA...
	EXEMPLOS
	Nos nomes que designam domínios do saber, cursos e disciplinas.
	História / história, Matemática / matemática, Português / português.
	Nas formas de tratamento e no nome próprio constituído pelo nome de um santo.
	Senhor Doutor (ou senhor doutor) Joaquim da Silva; Bacharel (ou bacharel) Mário Fernandes; Santa (ou santa) Filomena.
	Nos nomes de vias públicas.
	Moro na Avenida (ou avenida) Atlântica. / Caminhei na Estrada (ou estrada) do Tindiba.
	Em inícios de versos.
	“E agora, José? / A festa acabou...”, ou “e agora, José? a festa acabou...”
1.5. EMPREGO DE ALGUMAS EXPRESSÕES
	A (preposição/artigo) x HÁ (verbo)
	A (preposição) – indica relação de distância ou de tempo futuro. A espiã trabalha a dois quarteirões dos inimigos. (preposição = relação de distância) / Começarei a trabalhar daqui a uma semana. (preposição = ideia de futuro)
A (artigo) – determina nomes femininos. A prova será fácil.
HÁ (verbo) – indica tempo passado ou a existência de algo/alguém, devendo permanecer na 3ª pessoa do singular, pois é um verbo impessoal. Fiz a prova há dois dias. (= Fiz a prova faz dois dias.) / Há dois carros para o leilão. (= Existem dois carros para o leilão.)
	AO ENCONTRO DE x DE ENCONTRO A
	AO ENCONTRO DE – em direção a, em favor de. Fui ao encontro de minha namorada. (= Fui em direção à minha namorada.)
DE ENCONTRO A – ir contra, choque. Fui de encontro à opinião de sua esposa. (= Fui contra a opinião de sua esposa.)
	AFIM x A FIM
	AFIM – indica semelhança, parentesco. Nossa meta é afim: sua aprovação. (= Nossa meta é semelhante: sua aprovação.)
A FIM – indica finalidade, equivalendo à conjunção ‘para’. Estudo a fim de ser aprovado. (= Estudo para ser aprovado.)
	ACERCA DE x HÁ CERCA DE x CERCA DE
	ACERCA DE – significa a respeito de, sobre. Conversamos acerca do namoro. (= Conversamos a respeito do namoro.)
CERCA DE – transmite ideia de durante, aproximadamente. Jogamos cerca de três horas. (= Jogamos durante três horas.)
HÁ CERCA DE – significa ‘fazaproximadamente’, indicando tempo passado. Há cerca de cem pessoas na fila. (= Existem aproximadamente cem pessoas na fila.) / Chegou ao Brasil há cerca de 10 anos. (= Chegou ao Brasil faz aproximadamente 10 anos.)
	EM VEZ DE x AO INVÉS DE
	EM VEZ DE – indica ‘em lugar de’. Em vez de batata frita, comeu um Big Mac. (= No lugar de batata frita, comeu um Big Mac.)
AO INVÉS DE – indica ‘ao contrário de’. Ao invés de trabalhar, dormiu.
	MAL x MAU
	MAL (advérbio/substantivo) – oposto de ‘bem’. Ele fez o serviço mal. (= Ele fez o serviço bem.) / Ele tem um mal incurável. (= Ele tem um bem incurável.)
MAL (conjunção subordinativa temporal) – equivalente a ‘logo que’. Mal ele chegou, todos saíram. (= Logo que ele chegou, todos saíram.)
MAU (adjetivo) – contrário de ‘bom’. Ele é um aluno mau. (= Ele é um aluno bom.)
	ONDE x AONDE x DE ONDE
	ONDE – empregado com verbos que exprimem ‘estado’ ou ‘permanência’. A cidade onde estou é linda. / Onde você deixou os óculos?
AONDE – empregado com verbos que exprimem movimento. Aonde você quer chegar?
DE ONDE – empregado com verbos que exprimem origem, procedência. De onde você veio?
	OS PORQUÊS
	POR QUE (separado e sem acento) – é um advérbio interrogativo, usado em:
a) Interrogativa direta. Por que você faltou à aula ontem?
b) Interrogativa indireta. Gostaria de saber por que você faltou à aula ontem.
POR QUÊ (separado e com acento) – é um advérbio interrogativo usado quando, na frase, estiver próximo aos sinais de pontuação. Não fez a prova? Por quê? / O quantitativo de amigos, não sei por quê, foi aumentado.
PORQUE (junto e sem acento) – é uma conjunção usada em respostas. Dependendo do contexto em que estiver inserida, indicará uma:
a) Explicação (= pois). A moça chorou, porque os olhos estão vermelhos. (= A moça chorou, pois os olhos estão vermelhos.)
b) Causa (= já que). A moça chorou porque foi aprovada no concurso. (= A moça chorou, já que foi aprovada no concurso.)
c) Finalidade (= para que). Fiz-lhe sinal porque se calasse. (= Fiz-lhe sinal para que se calasse.)
PORQUÊ (junto e com acento) – é um substantivo usado sempre que vier precedido de determinante. Significa motivo, razão. Gostaria de entender o porquê de suas faltas. (= Gostaria de entender o motivo de suas faltas.) / Desejo saber os porquês de tanto estudo. (= Desejo saber as razões de tanto estudo.)
DICA:
1) O ‘por que’ (separado e sem acento) também pode ser empregado nos seguintes contextos:
a. Preposição + pronome interrogativo – equivalente a ‘por qual razão’. Não sei por que insisto; só sei que serei aprovado. (= Não sei por qual razão insisto; só sei que serei aprovado.)
b. Preposição + pronome relativo – equivalente a ‘pelo qual’ (e flexões). Passarei no concurso por que tanto luto. (= Passarei no concurso pelo qual tanto luto.)
c. Após as palavras denotativas ‘eis’ e ‘daí’. Eis por que seremos aprovados. / Daí por que dizemos que seremos aprovados.
2) CUIDADO: Se o ‘por que’ estiver substantivado, deve-se empregar ‘porquê’ (junto e com acento). Neste caso, será equivalente a ‘motivo’, ‘razão’. Eis o porquê de nossa aprovação. / Daí o porquê de seu sucesso: o estudo.
3) O ‘porque’ (junto e sem acento) deve ser usado em preguntas, se estiver após o verbo ‘ser’. Por que o rapaz está chorando? Será porque foi aprovado no concurso?
	SE NÃO x SENÃO
	SE NÃO – formado por ‘se’ (conjunção condicional) + ‘não’ (advérbio). Equivale a ‘caso não’. Se não estudarem, não passarão no concurso. (= Caso não estudem, não passarão no concurso.)
SENÃO – equivale a ‘caso contrário’, ‘exceto’. Estude bastante, senão você não terá sucesso. (= Estude bastante, caso contrário você não terá sucesso.) / Todos foram convidados para a festa, senão ela. (= Todos foram convidados para a festa, exceto ela.)
	TAMPOUCO x TÃO POUCO
	TAMPOUCO – é uma conjunção coordenativa aditiva. Equivale a ‘também não’, ‘nem’. Eles não trabalham tampouco estudam. (= Eles não trabalham nem estudam.)
TÃO POUCO – expressão equivalente a ‘muito pouco’. Ele dormiu tão pouco, que logo sentirá sono. (= Ele dormiu muito pouco, que logo sentirá sono.)
1.6. EMPREGO DO HÍFEN
	EMPREGA-SE O HÍFEN NOS PREFIXOS:
	Pseudo-, semi-, intra-, contra-, auto-, neo-, extra-, proto-, infra-, ultra-, supra- (“PSICANEPIUS).
Se os prefixos antecederem palavras iniciadas por ‘r’ e ‘s’, estas consoantes serão duplicadas.
Incluem-se na regra os prefixos terminados por vogal (exceto ‘co-’, ‘re-’, ‘des-’ e ‘in-’.
	Pseudo-homérico, intra-auricular, auto-ônibus.
Neorrepublicano, protorrevolução, pseudossábio, semisselvagem, ultrassecreto.
Coerança (co + herança), coerdeiro (co + herdeiro), coabitar (co + habitar), coordenar (co + ordenar), cooperar (co + operar), cosseno (co + seno), cossecante (co + secante), correlação (co + relação), reabilitar (re + habilitar), reeditar (re + editar), reeleição (re + eleição), desonra (des + honra), desumano (des + humano), inábil (in + hábil), inabitável (in + habitável).
	Ante-, anti-, sobre-, arqui- (“AASA”), antes do ‘h’ e vogais iguais.
Diante de ‘r’ e ‘s’, duplicam-se estas consoantes.
	Ante-histórico, anti-higiênico, sobre-humano, arqui-herança, anti-inflamatório, arqui-inimigo.
Arquirrival, antessala, antissemita, sobressaia, sobressalente, sobressaltar, sobressalto, anteontem, antiaéreo.
	Super-, hiper-, inter- (“SHI”), antes de ‘h’ e ‘r’.
	Super-requintado, hiper-humano, inter-resistente.
	Circum-, pan-, mal- (“CPM”). ‘Circum’ e ‘pan’ antes de ‘h’, ‘m’, ‘n’ e vogais; ‘mal’ antes de ‘h’, ‘l’ e vogais.
Significando ‘doença’, emprega-se o hífen: mal-caduco (epilepsia), mal-francês (sífilis).
	Circum-hospitalar, pan-hispânico, circum-escolar, pan-americano, circum-murado, pan-mágico, circum-navegação, pan-negritude, mal-humorado, mal-entendido, mal-limpo, mal-lavado.
	Pós-, pré-, pró- (“PPP”), quando tônicos.
	Pré-histórico, pré-eleitoral, pré-escolar, pós-meridiano, pós-moderno, pós-eleitoral, pós-guerra, pró-europeu, pró-ativa.
Mas (sem hífen): prever, predeterminar, preestabelecer, preencher, preeminente, preeminência, preexistir, prefácio, posfácio, pospor.
	Sob-, ab-, ad-, ob- (“SOBABADOB”) que antecedem ‘r’.
	Sob-roda, ab-rogar, ab-rupto, ad-renal, ob-reptício.
	No prefixo sub- que antecede ‘b’, ‘r’ e ‘h’.
	Sub-base, sub-reino, sub-humano.
	Sem-, sota-, soto-, vice- vizo-, ex- (“SSSVVE”), em qualquer caso.
	Sem-cerimônia, sota-piloto, soto-ministro, vice-diretor, vizo-rei, ex-presidente.
	Bem-, além-, recém-, aquém-, t*, o*, em qualquer caso.
	Bem-aventurado, bem-vindo, além-mar, recém-nascido, aquém-fronteiras.
Exceções: benfazejo (de benfazer), benfeito, benfeitor, benquerença (de benquerer).
	EMPREGA-SE O HÍFEN NOS SUFIXOS:
	-Açu, -guaçu, -mirim, quando o 1º elemento da palavra terminar em vogal acentuada graficamente ou quando a pronúncia exigir (eufonia).
	Araçá-guaçu, araçá-mirim, anajá-mirim, capim-açu.
	EMPREGA-SE O HÍFEN NAS FORMAS COMPOSTAS POR
	Grã-, grão-, quando formarem nomes de lugar, ou nas formas verbais e nos compostos ligados por artigo.
	Grã-Bretanha, Grão-Pará, Passa-Quatro, Trás-os-Montes, Baía de Todos-os-Santos.
Exceção: Guiné-Bissau permanece hifenizado por se tratar de forma consagrada pelo uso.
	Nas palavras compostas por justaposição que não contenham formas de ligação (de, da). Nesses casos, as palavras constituem unidade sintática e semântica.
	Arco-íris, amor-perfeito, ano-luz, decreto-lei, guarda-chuva, guarda-roupa, manda-tudo, para-brisa, para-choque, para-lama, para-raios, professor-adjunto, secretário-geral, tenente-coronel.
	Em adjetivos compostos que representam individualidade morfológica.
	Afro-brasileiro, anglo-americano, anglo-saxão, euro-asiático, franco-suíço, greco-romano, latino-americano, luso-brasileiro. Exceções: afrodescendente, anglomania, eurocêntrico.
	Em compostos que designam espécies zoológicas e botânicas.
	Andorinha-do-mar, bem-me-quer, bem-te-vi, couve-flor, erva-doce, joão-de-barro, bico-de-papagaio, não-me-toques.
OBS: O novo acordo ortográfico aboliu o emprego do hífen em palavras compostas que perderam a noçãode composição. Mandachuva, paramédico, paraquedas, paraquedista, madressilva, girassol, pontapé.
1.7. ACENTUAÇÃO GRÁFICA
	ACENTO TÔNICO
	ACENTO GRÁFICO
	Determina a sílaba tônica de um vocábulo. Ruim, gratuito, amigo.
	Sinal empregado sobre a sílaba tônica da palavra, conforme regras de acentuação. Pode ser agudo ou circunflexo. Saúde, ínterim, história, lâmpada.
1.7.1. REGRAS GERAIS
1.7.1.1. PROPAROXÍTONAS
São palavras em que o acento tônico recai na antepenúltima sílaba. Todas as proparoxítonas são acentuadas graficamente. Lâmpada, pêssego, autógrafo, hábitat.
1.7.1.2. PAROXÍTONAS
São palavras em que o acento tônico recai na penúltima sílaba. Acentuam-se graficamente as paroxítonas terminadas em: “LINURXÃO UM UNS PS DITONGO”. Útil, hífen, éter, ônix, médium, álbuns, vírus, júri, órfã(s), bênção(s), elétron(s), próton(s), fórceps, Quéops, história, série, imóveis.
1.7.1.3. OXÍTONAS
São palavras em que o acento tônico recai na última sílaba. Acentuam-se graficamente as oxítonas terminadas em ‘a(s), e(s), o(s), em(ens)’. Maracujá, ananás, picolé(s), você, português, paletó(s), armazém, parabéns.
OBS: Também se acentuam as formas verbais terminadas em ‘a, ‘e’, ‘o’ tônicos, seguidas de ‘-lo(s)’ e ‘-la(s)’. jogá-las (jogar + as), fazê-la (fazer + a), compô-lo (compor + o).
1.7.1.4. MONOSSÍLABAS TÔNICAS
São palavras que apresentam acento tônico e que constituem uma única sílaba. São acentuadas graficamente as monossílabas tônicas terminadas em ‘a(s)’, ‘e(s)’, ‘o(s)’. Já, pás, pé(s), só(s).
OBS: Também se acentuam as formas verbais tônicas terminadas em ‘a’, ‘e’, ‘o’ tônicos, seguidas de ‘-lo(s)’ e ‘-la(s)’. dá-lo (dar + o), fê-lo (fez + o), pô-los (por + os). Porém, não se acentuam as formas verbais terminadas em ‘i’ seguidas de ‘-lo(s)’ ou ‘-la(s)’. Fi-lo (fiz + o), qui-lo (quis + o).
	TONICIDADE
	TERMINADAS EM...
	
	A(S)
	E(S)
	O(S)
	EM(ENS)
	OUTRAS
	
	Acentuada?
	Proparoxítonas
	Sim
	Sim
	Sim
	Sim
	Sim
	Paroxítonas
	Não
	Não
	Não
	Não
	Sim
	Oxítonas
	Sim
	Sim
	Sim
	Sim
	Não
	Monossílabas tônicas
	Sim
	Sim
	Sim
	Não
	Não
1.7.2. REGRAS ESPECÍFICAS
1.7.2.1. DITONGOS ABERTOS (ÉI, ÓI, ÉU)
Segundo a nova ortografia, devemos empregar o acento agudo nos ditongos abertos das (a) monossílabas tônicas (réis, céu, rói) e (b) oxítonas (heróis, chapéu(s), papéis).
DICA: O novo acordo ortográfico aboliu o emprego do acento agudo nos ditongos abertos ‘ei’ e ‘oi’ das palavras paroxítonas (geleia, epopeia, mocreia, jiboia, claraboia). Porém, o ditongo aberto ‘oi’, da palavra destróier, continua a ser acentuado, em virtude de o vocábulo ser paroxítono terminado em ‘-r’.
1.7.2.2. HIATOS
‘I’ e ‘U’ tônicos – emprega-se o acento agudo nas vogais ‘i’ e ‘u’ tônicas, desde que: (a) estejam sozinhas (ou seguidas de ‘-s’) na sílaba, e (b) não estejam antecedidas de vogal idêntica. Heroína (he-ro-í-na), saúde (sa-ú-de), balaústre (ba-la-ús-tre). Ambas as condições são essenciais para a acentuação.
OBS: O ‘i’ tônico, que antecede o grupo ‘nh’ ou que forma sílaba com as consoantes ‘l’, ‘m’, ‘n’, ‘r’, ‘z’, não recebe acento: bainha, moinho, Raul, Coimbra, caindo, cair, juiz.
DICA:
1) Não se emprega acento agudo nas palavras paroxítonas, quando as vogais ‘i’ e ‘u’ estiverem repetidas. Vadiice, sucuuba.
2) Se a repetição da vogal ‘i’ ocorre em palavra proparoxítona, o acento é empregado. Iídiche, seriíssimo, friíssimo.
Segundo o novo acordo ortográfico, foi abolido o emprego do acento agudo nas vogais ‘i’ e ‘u’ tônicas, antecedidas de ditongo, das palavras paroxítonas. Baiuca, bocaiuva, boiuna, feiura, Sauipe. Porém, se essas vogais forem antecedidas de ditongo nas palavras oxítonas, emprega-se o acento. Teiú, Piauí.
‘-Oo’ e ‘eem’ – o novo acordo ortográfico aboliu o emprego do acento circunflexo na 1ª vogal dos hiatos ‘-oo’ e ‘-eem’. Abençoo, voo, creem, deem, leem, veem.
O acento circunflexo foi abolido nas formas verbais finalizadas por ‘-eem’ (verbos ler, dar, ver e crer e respectivos derivados). Mnemônico: LEDA VÊ PARA CRER. Mas, no singular dessas formas verbais (e derivados), emprega-se o acento circunflexo. Ele crê / lê / vê / provê (presente do indicativo); (que) ele dê (presente do subjuntivo).
1.7.2.3. ACENTOS DIFERENCIAIS
São sinais gráficos que diferenciam:
a) A 3ª pessoa do singular e a 3ª pessoa do plural dos verbos ter e vir (e derivados). Regra mantida pelo novo acordo ortográfico. Ele tem / eles têm; ele vem / eles vêm; ele mantém / eles mantêm; ele detém / eles detêm; ele convém / eles convêm; ele intervém / eles intervêm.
b) Homônimos: regra segundo o novo acordo ortográfico. Para (verbo) ≠ para (preposição); pelo (substantivo) ≠ pelo (verbo) ≠ pelo (preposição); pela (substantivo) ≠ pela (verbo) ≠ pela (preposição). Nesses casos, a classe gramatical das palavras será determinada de acordo com o contexto.
O jogador corre e para rapidamente. (verbo) / Deram um prêmio para mim. (preposição)
Esse cachorro tem pelo marrom. (substantivo) / A moça disse: “- Pelo a perna”. (verbo) / O ladrão saiu pelo basculante. (preposição)
Fulano é um pela. (substantivo) / A senhora pela o buço. (verbo) / O ladrão fugiu pela janela. (preposição)
c) Formas verbais: regra mantida pelo novo acordo ortográfico.
Pode (presente) ≠ pôde (pretérito perfeito). Ele pode assumir o cargo. (presente do indicativo) / Ele pôde assumir o cargo. (pretérito perfeito)
Pôr (verbo) ≠ por (preposição). Era para eu pôr o livro sobre a estante. / O ladrão fugiu por ali.
1.8. TREMA
Antes do novo acordo ortográfico, empregava-se o trema no ‘u’ átono e pronunciado (semivogal) dos grupos ‘gue’, ‘gui’, ‘que’, ‘qui’. Após esse acordo, porém, foi abolido. Linguiça, frequente, cinquenta. É importante chamar a atenção para a permanência do trema em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros. Mülleriano (de Müller), hübneriano (de Hübner).
Também foi eliminado o acento agudo no ‘u’ tônico nos grupos ‘gue’, ‘gui’, ‘que’, ‘qui’. Argui, averigue, obloque.
2. CLASSES GRAMATICAIS
A Nomenclatura Gramatical Brasileira apresenta 10 classes gramaticais:
	VARIÁVEIS
	INVARIÁVEIS
	Substantivo
Adjetivo
Artigo
Numeral
Pronome
Verbo
	Conjunção
Interjeição
Preposição
Advérbio
Palavras denotativas *
Variáveis são aquelas categorias que variam em gênero (masculino/feminino) e número (singular/plural). Os verbos, em particular, também variam em tempo, modo, número, pessoa e voz. No caso dos pronomes, esses variam também em pessoa.
2.1. SUBSTANTIVO
	PRÓPRIO: designa, especificamente, o nome de um “ser” pertencente a uma espécie.
COMUM: designa, genericamente, o nome de “seres” de uma espécie.
CONCRETO: designa “seres” cuja existência independe de outros.
ABSTRATO: designa “seres” cuja existência depende de outros. São os que representam qualidades, ações, estados.
PRIMITIVO: aquele que origina a formação de outro vocábulo.
DERIVADO: aquele que é formado a partir de um vocábulo.
SIMPLES: apresenta apenas um radical.
COMPOSTO: apresenta pelo menos dois radicais.
COLETIVO: designa a totalidade de “seres” de uma espécie.
	Rio de Janeiro, Fabiano, Brasil.
Metrópole, homem, país.
Ar, Deus, gnomo.
Beleza, invenção, tristeza.
Jardim, terra, livro.
Jardineiro, terráqueo, livraria.
Capim, sol, pé.
Capim-limão, girassol, pontapé.
Manada (elefantes), corja (bandidos).
OBS:
1) Substantivos próprios podem, dependendo do contexto, tornar-se comuns. Judas foi quem traiu Jesus. Ele é um judas.
2) Esqueça a noção de que substantivo concreto constitui-se naquilo que é palpável.
3) No exemplo de substantivo abstrato, ‘beleza’ pressupõe existência de um ser que seja belo; ‘invenção’ depende da criação feita por algum ser.
2.1.1. FLEXÃO DE GÊNERO
Quanto ao gênero, o substantivo pode ser masculino ou feminino. Aluno, aluna, irmão, irmã.
	QUANTO À FORMA
	UNIFORMES: representam ambos os gêneros com apenas um radical.
a) Sobrecomuns: contêm uma só forma para representar ambos os gêneros. Somente o contexto determina o gênero deles. o cônjuge, a criança, a testemunha, o cadáver.
b) Comuns-de-dois: contêm uma só forma para representar ambos os gêneros. Porém, o determinantefaz a distinção do gênero. O dentista / a dentista; o estudante / a estudante.
EPICENOS: contêm uma só forma para ambos os gêneros. Porém, a distinção deles é feita pelo acréscimo do vocábulo ‘macho/fêmea’. A onça (macho/fêmea), o sabiá (macho/fêmea), a girafa (macho/fêmea).
BIFORMES: com apenas um radical, apresentam formas distintas para designar os gêneros. Freguês/freguesa; professor/professora; chorão/chorona; irmão/irmã.
OBS:
1) Existem pares de vocábulos semanticamente opostos. São os chamados heterônimos. Pai/mãe; genro/nora; cavalheiro/dama.
2) O gênero do artigo pode acarretar a mudança de sentido do substantivo. O caixa (funcionário) / a caixa (recipiente); o coma (sono mórbido) / a coma (cabeleireira); o coral (pólipo, canto em coro) / a coral (cobra venenosa).
2.1.2. FLEXÃO DE NÚMERO
REGRA GERAL: a formação de plural dos substantivos ocorre com o acréscimo do morfema ‘-s’. Ocorre com os substantivos finalizados por vogal, ditongo oral ou ditongo nasal ‘-ãe’. Planeta/planetas; chapéu/chapéus; mãe/mães.
REGRAS ESPECÍFICAS: substantivos finalizados por:
a) S:
· Acréscimo de ‘es’ nos monossílabos ou oxítonos. Ás/ases; ananás/ananases. Mas atenção: os substantivos ‘cais’ e ‘cós’ são invariáveis.
· Flexão no determinante, em caso de paroxítonos e proparoxítonos. O vírus/os vírus; o ônibus/os ônibus.
b) AL, EL, OL e UL: plural em IS. Pardal/pardais; pincel/pincéis; álcool/álcoois; azul/azuis.
c) IL:
· Se forem oxítonos, o plural será em S. fuzil/fuzis.
· Se forem paroxítonos, o plural será em EIS. Fácil/fáceis.
OBS: Os vocábulos a seguir apresentam dupla grafia, admitindo mais de uma possibilidade de plural. Oxítonos: projetil/projetis; reptil/reptis. Paroxítonos: projétil/projéteis; réptil/répteis.
d) M: plural em NS. Armazém/armazéns; álbum/álbuns.
e) N: plural em S ou ES. Hímen/himens (ou hímenes); líquen/liquens (ou líquenes).
f) R, Z: plural em ES. Hangar/hangares; arroz/arrozes; gravidez/gravidezes.
g) X: a flexão ocorrerá apenas no determinante (artigo, pronome, etc.). O ônix/os ônix; o clímax/os clímax.
OBS:
1) Alguns substantivos apresentam forma pluralizada: ‘bens’, costas’, ‘férias’, ‘haveres’, ‘óculos’. Não confundir esses vocábulos, por exemplo, com ‘bem’, ‘costa’, ‘féria’, ‘haver’, ‘óculo’, pois o sentido é diferente.
Bem: virtude, benefício / Bens: propriedades, riquezas
Costa: litoral / Costas: parte dorsal
Féria: quantia em dinheiro / Férias: período de descanso
Haver: verbo ‘haver’ / Haveres: bens (substantivo)
Óculo: luneta / Óculos: lentes em uma armação
2) Alguns substantivos são usados apenas no plural. Os afazeres; as alvíssaras; os arredores; as bodas; as calças; as cócegas; as condolências; as efemérides; as exéquias; as fezes; os pêsames; os parabéns; os picles; as reticências; os suspensórios; as têmporas; as vísceras; os víveres; etc.
3) Alguns substantivos, quando pluralizados, deslocam a sílaba tônica. Caráter/caracteres; espécimen/especímenes; júnior/juniores; sênior/seniores; lúcifer/lucíferes.
2.1.2.1. PLURAL DOS SUBSTANTIVOS TERMINADOS EM ‘-ÃO’
	Regra geral
	Plural em ‘-ões’
	ação/ações; balão/balões.
	Todos os paroxítonos
	Plural em ‘-ãos’
	Acórdão/acórdãos; órfão/órfãos.
	Alguns oxítonos e monossílabos
	Plural em ‘-ãos’
	Cidadão/cidadãos; cristão/cristãos.
	Alguns oxítonos e monossílabos
	Plural em ‘-ães’
	Alemão/alemães; pão/pães; escrivão/escrivães.
	Alguns oxítonos
	Admitem dois plurais
	Aldeão/aldeãos/aldeões; vulcão/vulcãos/vulcões; verão/verãos/verões; sultão/sultães/sultões
	Alguns oxítonos
	Admitem três plurais
	Alão/alãos/alães/alões; ancião/anciãos/anciães/anciões.
2.1.2.2. SUBSTANTIVOS DIMINUTIVOS
REGRA GERAL: retirada do ‘-s’, que será deslocado para após o sufixo. Mães mãe + zinha + s = mãezinhas; papéis papei + zinho + s = papeizinhos; flores flore + zinha + s = florezinhas.
DICA: para formar o diminutivo plural em nomes que contenham ‘s’ no radical, acrescente-se apenas o sufixo no plural. Pires (sing.) – piresinho (diminutivo singular) – piresinhos (diminutivo plural).
2.1.2.3. PLURAL DOS NOMES COMPOSTOS
Pode ser feito de várias maneiras, conforme a classe gramatical a que pertençam os elementos.
	Todos os elementos variarão quando houver:
	Substantivo + substantivo
Substantivo + adjetivo (e vice-versa)
Numeral + substantivo
Verbo + verbo (reduplicação)
	Abelha-rainha/abelhas-rainhas; aluno-mestre/alunos-mestres.
Amor-perfeito/amores-perfeitos; má-língua/más-línguas.
Primeira-dama/primeiras-damas; meio-dia/meios-dias.
Pega-pega/pegas-pegas; corre-corre/corres-corres.
	Nenhum elemento variará quando houver:
	Verbo + pronome ou advérbio
Verbos antonímicos (sentidos opostos)
Frases substantivadas
	O bota-fora / os bota-fora; o fala-mansa / os fala-mansa.
O leva-e-traz / os leva-e-traz; o perde-ganha / os perde-ganha.
A Maria vai com as outras / As Maria vai com as outras.
	Somente o primeiro elemento variará quando:
	O segundo elemento limitar o primeiro, indicando finalidade ou semelhança
Houver preposição
Apenas o primeiro elemento do composto for variável
	Decreto-lei / decretos-lei; salário-família / salários-família; cavalo-vapor / cavalos-vapor; caneta-tinteiro / canetas-tinteiro.
Olho de sogra / olhos de sogra; pé de moleque / pés de moleque
João-ninguém / joões-ninguém.
	Somente o último elemento variará quando houver:
	Adjetivo + adjetivo
Sufixos ‘grão’ e ‘grã’ (significando grande) e ‘bel’
Verbo/advérbio ou interjeição/prefixo + subst./adj.
Compostos sem hífen
Onomatopeias
	Lítero-musical / lítero-musicais; luso-brasileira / luso-brasileiras.
Grão-mestre / grão-mestres; grã-cruz / grã-cruzes; bel-prazer / bel-prazeres.
Guarda-pó / guarda-pós; sempre-viva / sempre-vivas; ave-maria / ave-marias; vizo-rei / vizo-reis.
Planalto/planaltos; fidalgo/fidalgos; mandachuva/mandachuvas; paraqueda/paraquedas.
Tico-tico / tico-ticos; bem-te-vi / bem-te-vis; pingue-pongue / pingue-pongues.
OBS:
1) Exceção à regra do ‘adjetivo + adjetivo’: surdo-mudo / surdos-mudos.
2) Alguns compostos admitem mais de uma forma pluralizada. Fruta-pão/frutas-pão/frutas-pães; salvo-conduto/salvo-condutos/salvos-condutos.
2.2. ARTIGO
Classe gramatical variável que antecede o substantivo, indicando gênero e número.
	DEFINIDO
	INDEFINIDO
	Refere-se a um ser preciso, determinado. É representado por o(s), a(s). O jogo foi fantástico. Temos um jogo específico, do qual temos conhecimento.
	Refere-se a um ser de maneira imprecisa, vaga. É representado por um, uma, uns, umas. Um jogo foi fantástico. Temos um jogo qualquer, não especificado.
2.2.1. EMPREGO DO ARTIGO
	O artigo definido pode:
	Referir-se a uma espécie inteira
Assumir valor de pronomes demonstrativo e possessivo
Indicar intimidade ou familiaridade, antes de nomes próprios
	O limão é azedo. (=Todo limão é azedo.)
Partirei no momento para a Espanha. / Na semana passada, eu estava com os pés inchados.
Denise sempre estuda comigo. (sem intimidade) / A Denise sempre estuda comigo. (intimidade)
IMPORTANTE:
1) O emprego do artigo definido será facultativo antes de pronomes possessivos adjetivos. Sua irmã é bonita. A sua irmã é bonita.
2) A anteposição do artigo substantiva a palavra. O amar da cor à vida. (verbo passa a subst.) / Ela me disse um não. (adv. passa a subst.)
2.2.2. OMISSÃO DO ARTIGO
	Devemos omitir o artigo:
	Antes de nomes ou expressões de sentido generalizado
Antes do vocábulo ‘casa’, quando houver referência ao próprio lar
Antes do vocábulo ‘terra’, significando terra firme
Antes ou depois do pronome relativo ‘cujo’ (e flexões)
Antes de pronomes de tratamento iniciados por ‘Vossa’ ou ‘Sua’
	Tempo é dinheiro.
Aos finais de semana, estudamos juntos em casa. (e não na casa)
Os marinheiros ficaram em terra. (e não na terra)
Esta é a aluna a cuja mãe me referi. (a = preposição, exigida pelo verbo ‘referir-se’)
Dirigi-me a Vossa Excelência. / Escrevi uma carta a Sua Excelência. (a = preposição)
DICA:
1) Se os vocábulos ‘casa’ e ‘terra’ estiverem especificados, será admitido o emprego do artigo. Aos finais de semana, estudamos juntos na casa da Denise. / Os marinheirosficaram na terra prometida.
2) As formas ‘dona’, ‘senhora’, ‘senhorita’ e ‘madame’ admitem anteposição de artigo. A senhorita/senhora/dona/madame é muito bonita.
3) Quando o artigo estiver precedido da palavra ‘todo’ (e flexões), designa totalidade; sem o artigo, significa ‘qualquer’, ‘cada’. Todos os alunos serão aprovados no concurso. (totalidade de alunos) / Todo dia estudamos para o concurso. (qualquer dia)
2.3. ADJETIVO
Classe de palavras que atribui qualidade ou estado a um substantivo.
	RESTRITIVOS
	EXPLICATIVOS
	Atribuem características eventuais. Fogo baixo, homem sujo.
	Atribuem características inerentes, próprias. Fogo quente, homem mortal.
2.3.1. FLEXÃO DE GÊNERO
a) UNIFORMES: contêm uma só forma. Aluno inteligente / aluna inteligente.
b) BIFORMES: flexionam-se em gênero. Aluno esperto / aluna esperta; rapaz cristão / moça cristã;
OBS:
1) Nos adjetivos biformes, a regra é trocar a terminação ‘-o’ por ‘-a’: esperto/esperta; bonito/bonita. Entretanto, alguns adjetivos não seguem a regra acima: trabalhador/trabalhadeira (nesse caso, não é trabalhadora, pois esse vocábulo é classificado como substantivo).
2) Alguns adjetivos não variam em gênero. São os terminados em ‘-u’, ‘-ês’ e ‘-or’. O cidadão / a cidadão zulu; o homem / a mulher cortês; o bilhete / a carta anterior.
3) Adjetivos terminados em ‘-eu’: troca-se a terminação por ‘-eia’. Europeu/europeia; plebeu/plebeia; pigmeu/pigmeia; ateu/ateia. Entretanto, temos algumas exceções: judeu/judia; sandeu/sandia.
4) Em adjetivos terminados em ‘-ão’, troca-se a terminação por ‘-oa’ ‘-ã’ ou ‘-ona’. Beirão/beiroa; cristão/cristã; amigão/amigona.
2.3.2. FLEXÃO DE NÚMERO
Os adjetivos simples seguem as mesmas regras apresentadas para substantivos. Bonito/bonitos; bela/belas; esperto/espertos.
2.3.2.1. FLEXÃO DOS ADJETIVOS COMPOSTOS
REGRA GERAL: flexiona-se somente o último termo. Reunião lítero-musical / reuniões lítero-musicais. Exceções: surdo-mudo / surdos-mudos; surda-muda / surdas-mudas.
DICA: Quando o adjetivo composto estiver substantivado, ambos os elementos variarão. O verde-claro / os verdes-claros; o cinza-escuro / os cinzas-escuros.
OBS:
1) Os adjetivos compostos azul-marinho, azul-celeste e ultravioleta são invariáveis.
2) Quando os compostos indicadores de cor receberem auxílio de um substantivo, nenhum elemento será flexionado. Cinto rosa-claro / cintos rosa-claro; camisa verde-oliva / camisas verde-oliva.
3) Quando o substantivo for empregado em função adjetiva, ou seja, quando estiver acompanhando o substantivo, permanecerá invariável. Gravatas laranja; camisas maçã.
2.3.3. GRAUS DO ADJETIVO
a) NORMAL: é a mera característica atribuída ao substantivo. João é alto.
b) COMPARATIVO: compara dois seres ou objetos. Triparte-se em comparativo de superioridade, igualdade e inferioridade. Eu sou mais alto do que ele (comparativo de superioridade). Eu sou tão alto quanto ele (comparativo de igualdade). Eu sou menos alto do que ele (comparativo de inferioridade).
DICA: Podemos comparar características de um mesmo ser. Ele é mais alto do que baixo (superioridade). Ele é tão alto quanto magro (igualdade). Ele é menor baixo do que alto (inferioridade).
c) SUPERLATIVO: denota característica do adjetivo em elevado grau, mas sem estabelecer relações com outro ser. Divide-se em relativo e absoluto.
a. RELATIVO: intensifica a característica do ser em relação à totalidade de seres semelhantes. Subdivide-se em superioridade e inferioridade. Eu sou o mais alto de todos (superlativo relativo de superioridade). Eu sou o menos alto de todos (superlativo relativo de inferioridade).
b. ABSOLUTO: subdivide-se em sintético (intensifica o adjetivo por meio de sufixos) e analítico (o adjetivo é modificado por um advérbio de intensidade). Sou altíssimo (superlativo absoluto sintético). Sou muito alto (superlativo absoluto analítico).
SUPERLATIVOS ABSOLUTOS SINTÉTICOS ERUDITOS. No grau superlativo absoluto sintético, os adjetivos são denominados eruditos.
	ADJETIVO
	SUPERLATIVO ABSOLUTO SINTÉTICO
	ADJETIVO
	SUPERLATIVO ABSOLUTO SINTÉTICO
	Acre
Amargo
Antigo
Célebre
Cruel
Difícil
Doce
Fácil
Fiel
Frio
Humilde
	Acérrimo
Amaríssimo
Antiquíssimo
Celebérrimo
Crudelíssimo
Dificílimo
Dulcíssimo
Facílimo
Fidelíssimo
Frigidíssimo
Humílimo
	Livre
Magro
Manso
Mau
Pequeno
Pobre
Sábio
Sério
Simples
Terrível
	Libérrimo
Macérrimo
Mansuetíssimo
Péssimo
Mínimo
Paupérrimo
Sapientíssimo
Seriíssimo
Simplicíssimo
Terribilíssimo
LOCUÇÃO ADJETIVA. Expressão formada por uma preposição e um substantivo. Equivale a um adjetivo.
Água de chuva = água pluvial
Água de rio = água fluvial
Suco de estômago = suco gástrico / estomacal
Era de gelo = era glacial
Período de guerra = período bélico
Amor de irmão = amor fraternal
Festas de verão = festas estivais
Cordão de umbigo = cordão umbilical
Atitude de paixão = atitude passional
Jogada de mestre = jogada magistral
Gesto de criança = gesto infantil / pueril
Doença de fígado = doença hepática
2.4. NUMERAL
Classe de palavras que exprime quantidade, ordem, multiplicação ou divisão. Classifica-se em:
a) CARDINAL: designa quantidade. Zero, um, dois, três, quatro...
b) ORDINAL: designa ordem. Primeiro, segundo, terceiro, quarto...
c) MULTIPLICATIVO: designa multiplicação. Dobro, triplo, quádruplo, quíntuplo...
d) FRACIONÁRIO: indica divisão. Um terço, metade, meio, um quinto.
	NUMERAIS
	MULTIPLICATIVOS
	FRACIONÁRIOS
	Duplo, dobro ou dúplice
Triplo ou tríplice
Quádruplo
Quíntuplo
Sêxtuplo
Séptuplo
Óctuplo
Nônuplo
Décuplo
Undécuplo
Duodécuplo
Cêntuplo
	Meio ou metade
Terço
Quarto
Quinto
Sexto
Sétimo
Oitavo
Nono
Décimo
Undécimo ou onze avos
Duodécimo ou doze avos
Centésimo
OBS:
1) AMBOS. Devemos classificar esse vocábulo como numeral cardinal, uma vez que substitui outro numeral (dois). Ambos os alunos foram à festa. (=os dois alunos foram à festa). Lembre-se: sempre que o numeral ambos estiver antes de um substantivo, devemos empregá-lo com artigo.
2) Os vocábulos último, penúltimo e antepenúltimo, por indicarem ordem, são classificados como numerais ordinais. Ele foi o último a chegar. José foi o antepenúltimo na corrida de São Silvestre.
3) CUIDADO: A beata comprou um terço. (um = numeral cardinal; terço = substantivo) / Um terço dos alunos foi aprovado. (um terço = numeral fracionário).
2.4.1. EMPREGO DO NUMERAL
a) Na designação de séculos, reis, papas, príncipes, imperadores, capítulos de obras, festas, feiras, utilizam-se algarismos romanos, devendo: (1) usar ordinal até o 10º: capítulo II = capítulo segundo; século VII = século sétimo; (b) usar o cardinal para os demais (desde que o numeral esteja proposta ao substantivo): capítulo XII = capítulo doze; século XVII = século dezessete.
b) Na numeração de artigos de leis, decretos, portarias e outros textos oficiais, devemos: (a) usar ordinal até nove: artigo 3º; artigo 7º; (b) usar o cardinal de dez em diante: artigo 10; artigo 20, artigo 46.
c) No primeiro dia do mês, devemos: (1) usar o numeral ordinal: Hoje é dia primeiro; (2) nos demais, devemos empregar o numeral cardinal: Hoje é dia dez.
2.5. INTERJEIÇÃO
Classe de palavras que exprime sentimentos ou emoções.
Oba! Fui convocado para tomar posse! (alegria)
Você vai conseguir. Coragem! (animação)
Psiu! Você está falando muito alto. (silêncio)
Mantenha distância! Líquido inflamável. (advertência)
Ai! Cortei o dedo. (dor)
Cruzes! (medo)
Olá, pessoal! (saudação)
2.6. ADVÉRBIO
Classe de palavras invariável que exprime circunstância. Modifica adjetivos, verbos e advérbios, podendo, também modificar uma oração. Ela é muito bonita. Estudarei hoje. Você escreve muito bem. Provavelmente você passará no concurso.
2.6.1. CLASSIFICAÇÃO DO ADVÉRBIO
	TEMPO
	Amanhã, agora, anteontem, ontem, hoje, breve, antes, depois, jamais, nunca, outrora, sempre, etc.
	Anteontem fizemos a prova.
	LUGAR
	Aqui, ali, cá, lá, acolá, atrás, dentro, embaixo, longe, perto, etc.
	Fique aqui, pois voltarei rapidamente.
	MODO
	Bem, mal, depressa, assim, alerta, felizmente, etc.
	Sentiu-se bem após ver o gabarito da prova.
	INTENSIDADE
	Bastante, demais,mais, menos, muito, pouco, quão, assaz, etc.
	Quão feliz fiquei ao saber o resultado do concurso.
	DÚVIDA
	Porventura, possivelmente, provavelmente, quiçá, talvez, etc.
	Possivelmente vocês passarão no concurso.
	AFIRMAÇÃO
	Certamente, decididamente, efetivamente, realmente, sim, etc.
	Realmente vocês se divertirão muito com o enredo do filme.
	NEGAÇÃO
	Não, absolutamente, etc.
	Não durma tarde!
OBS:
1) Os advérbios nunca e jamais indicam tempo, e não negação.
2) Em geral, advérbios terminados em ‘-mente’ são obtidos a partir do adjetivo feminino (‘educada’ + ‘mente’). Por essa razão, o ‘-a’, de ‘educadamente’ deve ser classificado como desinência de gênero feminino. Porém, nem todos os advérbios terminados em ‘-mente’ são oriundos de adjetivos biformes (‘feliz’ + ‘mente’; ‘cortês’ + ‘mente’).
3) Não se pode dizer que todos os advérbios terminados em ‘-mente’ apresentam a circunstância de modo. Choveu torrencialmente. O advérbio ‘torrencialmente’ intensifica a forma verbal ‘choveu’. Logo, é um advérbio de intensidade.
4) Quando advérbios terminados em ‘-mente’ estiverem em sequência, pode-se empregar o sufixo apenas no último. Os policiais agiram calma e sabiamente.
2.6.2. GRAUS DO ADVÉRBIO
	COMPARATIVO
	De superioridade: Ela fala mais sabiamente do que você.
De igualdade: Ela fala tão sabiamente quanto você.
De inferioridade: Ela fala menos sabiamente do que você.
	SUPERLATIVO
	Absoluto sintético: Saí cedíssimo em direção ao museu.
Absoluto analítico: Saí muito cedo em direção ao museu.
OBS:
1) Na linguagem coloquial, o advérbio pode receber sufixo diminutivo ‘-inho’. Nesses casos, porém, o sufixo possui valor superlativo. Ele fez exercícios cedinho. (=muito cedo) / Ela dorme pertinho de você. (=muito perto).
2) A repetição do advérbio assume valor superlativo. Devo estudar cedo, cedo. (=muito cedo) / Seus olhos eram azuis, azuis. (=muito azuis)
3) Alguns adjetivos possuem valor adverbial. O aluno falou alto. (de maneira alta) / O rapaz está investindo pesado nos estudos. (de maneira pesada)
2.6.3. LOCUÇÃO ADVERBIAL
É o conjunto de duas ou mais palavras que tem o mesmo valor de um advérbio. Normalmente sua estrutura é composta de uma preposição e um substantivo. Atrasado para a prova, o candidato saiu às pressas. O carro virou à direita. Sempre vou a pé.
2.7. PALAVRAS E LOCUÇÕES DENOTATIVAS
Não se enquadram nas classes de palavras.
	EXPRESSA
	PALAVRAS / LOCUÇÕES DENOTATIVAS
	EXEMPLO
	Adição
Afastamento
Afetividade
Aproximação
Concessão
Designação
Exclusão
Explicação
Inclusão
Negação
Realce
Restrição
Retificação
Situação
	Ademais, além disso, ainda, ainda por cima, além de tudo...
Embora...
Ainda bem que, felizmente, infelizmente...
Quase, praticamente, cerca de, aproximadamente...
Mesmo, assim mesmo, ainda assim...
Eis...
Apenas, exceto, sequer, só, somente...
A saber, isto é, por exemplo...
Até, até mesmo, inclusive, mesmo, também...
Não, tampouco, absolutamente, pois sim...
É que, é quem, sobretudo, mesmo...
Em termos, em parte, relativamente...
Aliás, isto é, ou melhor, ou antes, digo...
Afinal, então, agora, em suma...
	Ajudou-me financeiramente. Além disso, casou-se comigo.
Vou-me embora para Pasárgada.
Lamentavelmente, perdemos o jogo.
Havia cerca de vinte pessoas.
Mesmo com muito sono, permaneceu ao volante.
Eis o concurso por que tanto estudo.
Só você passou no concurso.
Amanhã, isto é, sábado, será meu dia.
Romário fez uma ótima jogada. Até a torcida adversária aplaudiu.
Você me empresta seu carro? Pois sim.
Eu é que passei no concurso. Você é quem foi aprovado.
Você, pessoalmente, é muito linda.
Acertei todas as questões, isto é, passei no concurso.
Afinal, você passou no concurso?
OBS: As palavras de realce podem ser retiradas do período sem prejuízo para a estrutura sintática. Eu é que passei no concurso. / Eu passei no concurso.
2.8. PREPOSIÇÃO
Classe gramatical invariável que liga termos. Confiamos em seu sucesso. Preciso de dinheiro.
2.8.1. CLASSIFICAÇÃO DA PREPOSIÇÃO
	ESSENCIAL
	ACIDENTAL
	Desempenha a função típica de preposição desde sua origem. A, ante, após, com, até, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás.
As preposições essenciais exigem o emprego das formas pronominais ‘mim’ e ‘ti’.
O trabalho foi feito por mim. (na frase, indica o valor de agente)
Venceremos por ti. (na frase, indica o valor de paciente)
	Palavra que pertence a uma outra classe gramatical, mas que é usada como preposição. Afora, como, conforme, consoante, fora, exceto, salvo, malgrado, durante, mediante, segundo, menos, que, senão.
Temos que passar no concurso. (conjunção empregada como preposição)
Muitos sorriram, exceto ele. (advérbio empregado como preposição)
As preposições acidentais exigem o emprego dos pronomes retos ‘eu’ e ‘tu’.
Muitos sorriram, exceto eu. / Todos foram à praia, senão tu.
OBS:
1) A preposição pode unir-se a outros elementos.
A moça foi ao teatro. (a = preposição + o = artigo definido)
O carro estacionado é deste rapaz. (de = preposição + este = pronome demonstrativo)
Você está numa enrascada. (em = preposição + uma = artigo indefinido)
Após as provas, iremos à praia. (a = preposição + a = artigo)
Iremos àquela praia maravilhosa após as provas. (a = preposição + aquela = pronome demonstrativo)
2) Com nomes próprios, não há união. Ele é colunista de O Globo.
2.8.2. VALOR SEMÂNTICO DA PREPOSIÇÃO
As preposições meramente exigidas pelo termo regente (verbo ou nome) são chamadas relacionais. Preciso de dinheiro (o verbo ‘precisar’ rege preposição ‘de’). Aquele rapaz caminha igual a você (adjetivo ‘igual’ rege preposição ‘a’).
Já as preposições não exigidas pelo termo regente são chamadas de nocionais. Alguns exemplos:
· A: O filho puxou ao avô. (conformidade) / Fomos a Copacabana. (destino) / Escrevam a lápis. (instrumento).
· ANTE: Ficou conversando ante o portão de casa. (preposição) / Ante o sucesso na profissão, ficou satisfeito. (causa)
· ATÉ: Dirigimo-nos até a praia do Leme. (espaço) / Conversaram sobre futebol até 5h da tarde. (tempo)
· COM: O mendigo morreu com a fome. (causa) / Brindarei a aprovação com a namorada. (companhia)
· DE: Vim de Belém. (origem) / Falei muito de futebol. (assunto) / A moça dirigia-se à faculdade de anel no dedo. (companhia)
· EM: Cursou a grade curricular e graduou-se em Letras. (especialidade) / Ficamos em seu apartamento. (lugar)
· PARA: O vizinho veio para ajudá-la a consertar o encanamento. (finalidade) / Comprou passagem e viajou para a Europa. (destino)
· POR: Vendia legumes por dois reais. (preço) / Atualmente, as pessoas comunicam-se muito por celular. (meio)
DICA: Locução prepositiva. Grupo de palavras em que a última é uma preposição, podendo ser substituída por outra com mesmo valor e mesmo emprego. A despeito de, a favor de, a fim de, além de, a propósito de, a respeito de, até a, atrás de, com a finalidade de, com o fito de, com vistas em, devido a, de acordo com, em detrimento de, em frente a, em função de, em que pese a, em razão de, em relação a, em torno de, em vez de, em via de, em virtude de, fora de, graças a, longe de, no sentido de, para com, perto de, por causa de, por dentro de, por meio de, por motivo de, por volta de, tocante a. Cada uma dessas locuções é expressão fixa, com significado não variável.
3. VERBOS E PRONOMES
3.1. VERBOS
3.1.1. ESTRUTURA VERBAL
Em regra, verbo é formado por 3 elementos: radical, vogal temática e desinências.
O radical é o elemento que apresenta o significado da palavra, sendo obtido a partir do infinitivo (suprimindo as terminações -ar, -er, -ir). Ex.: cantar cant- (radical); vender vend- (radical); partir part- (radical).
Já a vogal temática é o que prepara o radical para receber as desinências, sendo o elemento identificador da conjugação. Ex.: cantar -a- (1ª conjugação); vender -e- (2ª conjugação); partir -i- (3ª conjugação).
CURIOSIDADE: O verbo ‘pôr’ e seus derivados (compor, decompor, supor) pertence à 2ª conjugação. A vogal temática é -e-, oriunda da forma latina ponere. Em algumas pessoas verbais essa vogal apareceao longo da conjugação (ex.: eu ponho, tu pões, ele põe, nós pomos, vós pondes, eles põem)
O tema é a união entre radical e vogal temática. Ex.: fala (tema) fal- (radical) + -a (vogal temática).
A partir das desinências percebemos as flexões verbais, podendo subdividir-se em:
	MODO-TEMPORAIS
	Indicam o modo (indicativo, subjuntivo e imperativo) e o tempo verbal (presente, passado e futuro).
	NÚMERO-PESSOAIS
	Indicam o número (singular e plural) e a pessoa do discurso (1ª, 2ª e 3ª).
Ex. 1: Cantavas.
Cant-: é o radical, apresentando o significado da palavra;
-a-: é a vogal temática, pertencente à 1ª conjugação;
-va-: desinência modo-temporal, indicando o verbo no pretérito imperfeito do indicativo;
-s: desinência número-pessoal, indicando o verbo na 2ª pessoa do singular.
Ex. 2: Venderemos.
Vend-: radical;
-e-: vogal temática de 2ª conjugação;
-re-: desinência modo-temporal, futuro do presente do indicativo;
-mos: desinência número-pessoal, 1ª pessoa do plural.
Ex. 3: Partiras.
Part-: radical;
-i-: vogal temática de 3ª conjugação;
-ra-: desinência modo-temporal, pretérito mais-que-perfeito do indicativo;
-s: desinência número-pessoal. 2ª pessoa do singular.
	DESINÊNCIAS MODO-TEMPORAIS
	Modo
	Tempo
	1ª Conjugação
	Exemplo
	2ª e 3ª Conjugações
	Exemplo
	Indicativo
	Presente
	-
	Falo
	-
	Vendo, parto
	
	Pretérito perfeito
	-
	Falei
	-
	Vendi, parti
	
	Pretérito imperfeito
	-va (-ve)
	Falava, faláveis
	-ia (-ie)
	Vendia, vendíeis, partia, partíeis
	
	Pretérito mais-que-perfeito
	-ra (-re) átono
	Falara, faláreis
	-ra (-re) átono
	Vendera, vendêreis, partira, partíreis
	
	Futuro do presente
	-ra (-re) tônico
	Falará, falareis
	-ra (-re) tônico
	Venderá, vendereis, partirá, partireis
	
	Futuro do pretérito
	-ria (-rie)
	Falaria, falaríeis
	-ria (-rie)
	Venderia, venderíeis, partiria, partiríeis
	Subjuntivo
	Presente
	-e
	Fale, faleis
	-a
	Venda, parta
	
	Pretérito imperfeito
	-sse
	Falasse, falasses
	-sse
	Vendesse, partisse
	
	Futuro
	-r
	Falar, falares
	-r
	Vender, partir
	Imperativo
	Afirmativo
	-e
	Fale, falemos
	-a
	Vendam, partam
	
	Negativo
	-e
	Não fale, não falemos
	-a
	Não vendam, não partam
	Infinitivo
	Pessoal
	-r
	Falar, falares
	-r
	Vendermos, partirmos
	DESINÊNCIAS NÚMERO-PESSOAIS
	1ª pessoa do singular
-o (no presente do indicativo): falo, vendo, parto.
-i (no pretérito imperfeito e no futuro do presente do indicativo): falei, vendi, parti, falarei.
Ø (nos demais tempos e modos): falava, falaria, falara, falasse.
	2ª pessoa do singular
-s (em todos os tempos, exceto no imperativo afirmativo): falas, vendes, partes, falarás.
-ste: (no pretérito perfeito do indicativo): falaste, vendeste, partiste.
Ø (no imperativo afirmativo): fala (tu), vende (tu), parte (tu).
	3ª pessoa do singular
-u (pretérito perfeito do indicativo): falou, vendeu, partiu.
Ø (nos demais tempos e modos): falava, falaria, falara, falasse.
	1ª pessoa do plural
-mos: falamos, vendemos, partimos.
	2ª pessoa do plural
-stes (no pretérito perfeito do indicativo): falastes, vendestes, partistes.
-des (no futuro do subjuntivo e no infinitivo pessoal): falardes, venderdes, partirdes.
-i (no imperativo afirmativo): falai (vós), vendei (vós), parti (vós).
-is (nos demais tempos e modos): falais, vendeis, partis.
-des (no presente do indicativo dos verbos irregulares ter, vir, pôr, ver, rir, ir): vindes, ides.
	3ª pessoa do plural
-ram (pretérito perfeito do indicativo): cantaram, venderam, partiram.
-o (no futuro do presente do indicativo): cantarão, venderão, partirão.
-em (no futuro do subjuntivo e no infinitivo pessoal): cantarem, venderem, partirem.
-m (nos demais tempos e modos): cantam, vendem, partem; cantavam, vendiam, partiam.
3.1.2. MODOS E TEMPOS VERBAIS
O modo verbal apresenta relação entre o falante e o fato expresso pela ação verbal: indicativo, subjuntivo e imperativo.
	INDICATIVO
	SUBJUNTIVO
	IMPERATIVO
	Transmite a ideia de fatos certos, reais.
Nós estudamos para o concurso.
	Transmite a ideia de fatos duvidosos, possíveis.
É provável que estudemos para o concurso.
	Transmite ideia de ordem, pedido, desejo.
Estudem para o concurso.
3.1.3. EMPREGO DOS TEMPOS VERBAIS
3.1.3.1. INDICATIVO
PRESENTE:
a) Denota um fato atual, que acontece no momento em que se fala. Presente atual. Enquanto falo, vc escuta.
b) Denota verdades permanentes. Presente universal. O homem é mortal.
c) Denota uma ação habitual, frequente. Presente frequentativo. Estudamos muito.
d) Proporciona vivacidade a fatos ocorridos no passado. Presente histórico. 1994: Romário dribla a pobreza, o preconceito e torna-se rei da Copa.
e) Denota ação futura, contudo próxima. Amanhã vou ao jogo do Vasco.
PRETÉRITO PERFEITO: apresenta a ação totalmente concluída. Estudei para passar nesta prova.
PRETÉRITO IMPERFEITO:
a) Indica uma ação que, no passado, ocorria com habitualidade. Imperfeito frequentativo. Acordava, tomava banho e ia estudar.
b) Indica uma ação passada, mas não concluída em relação à outra. Quando o professor entrou, o aluno fazia a prova.
c) Substitui o presente, com o matiz semântico de cortesia, atenuando um pedido. Eu queria saber se você estudou para a prova.
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO: indica uma ação passada anterior à outra, também passada. A sessão de cinema já começara quando entramos.
DICA: Pretérito mais-que-perfeito pode substituir o futuro do pretérito ou o pretérito imperfeito do subjuntivo. Quem me dera ficar em 1º lugar! Não fora o fiscal de sala, teríamos passado na prova.
FUTURO DO PRESENTE: indica uma ação que ainda será realizada. Neste concurso, seremos aprovados.
DICA: Futuro do presente pode indicar uma verdade universal, surgindo com valor semântico de imperativo. Não matarás!
FUTURO DO PRETÉRITO:
a) Indica um futuro dependente de alguma condição. Passaria no concurso, se tivesse estudado.
b) Indica um fato (futuro) posterior em relação a outro passado. Elas disseram que estudariam para o concurso.
c) Expressa polidez. Você poderia abrir a janela?
3.1.3.2. SUBJUNTIVO
PRESENTE: indica um fato duvidoso ou provável. Para facilitar a conjugação, inserir o advérbio ‘talvez’. (Talvez) Tenha sucesso no concurso.
PRETÉRITO IMPERFEITO: indica uma concessão, por meio de um fato hipotético. Para facilitar, inserir a conjunção ‘se’. Se você estudasse mais, ficaria em 1º lugar no concurso. Era provável que a ocasião aparecesse.
FUTURO: indica uma ação eventual. para facilitar, inserir a conjunção ‘quando’. Quando eu passar no concurso, ficarei tranquilo.
3.1.3.3. IMPERATIVO
Exprime ordem, pedido, desejo. O imperativo subdivide-se em (1) afirmativo (Estudem!) e (2) negativo (Não estudem a poucos instantes da prova!). O modo imperativo é formado a partir de presentes do indicativo e do subjuntivo.
	PRESENTE DO INDICATIVO
	IMPERATIVO AFIRMATIVO
	PRESENTE DO SUBJUNTIVO
	IMPERATIVO NEGATIVO
	Eu falo
Tu falas
Ele fala
Nós falamos
Vós falais
Eles falam
	-
Fala tu
Fala você
Falemos nós
Falai vós
Falem vocês
	Eu fale
Tu fales
Ele fale
Nós falemos
Vós faleis
Eles falem
	-
Não fales tu
Não fale você
Não falemos nós
Não faleis vós
Não falem vocês
Existem ainda as formais nominais (assim denominadas por terem surgido devido ao comportamento como nomes: substantivo, adjetivo e advérbio). São elas:
3.1.3.4. INFINITIVO
É a forma como se designam os verbos, ou seja, é o próprio ‘nome’ do verbo, terminando em –r (falar, vender, partir). O infinitivo comporta-se como nome em exemplos como Recordar é viver (=A recordação é vida) e Sorrir é alegria (=Sorriso é alegria). O infinitivo pode ser:
a) Impessoal: é a forma como se designam os verbos. Não se flexionam por não se referirem uma pessoa. Estudar é necessário para a prova.
b) Pessoal: é a forma que se refere a uma pessoa gramatical, podendo flexionar-se. Estamos satisfeitos por termos conseguido a aprovação.
FLEXÃO DO INFINITIVO: há casos em que o infinitivo pode ou não flexionar-se.
a) Casos obrigatórios
· Quando houver sujeito claramente expresso. A próxima prova será o momento de vocês decidirem suas aprovações.
· Quando referir-se a um sujeito desinencial,a partir da terminação verbal. Este é o momento de passarmos no concurso.
b) Casos facultativos
· Quando o sujeito do infinitivo já estiver expresso na oração anterior. Os alunos se encontraram para estudar/estudarem o melhor método de estudos.
· Quando houver verbos causativos ou sensitivos, seguidos de substantivo com infinitivo. Mandei os meninos estudar/estudarem.
DICA: Quando o substantivo for representado pelo pronome pessoal oblíquo átono ‘o(s)’, ‘a(s)’, considera-se erro a flexão no infinitivo. Mandei-os estudarem (errado). Mandei-os estudar (correto).
3.1.3.5. GERÚNDIO
Indica um processo prolongado ou incompleto. Aparece em locuções verbais e em orações reduzidas. Estamos estudando. (locução verbal equivale a ‘estudamos’). Estudando, passaremos no concurso. (oração subordinada adverbial condicional reduzida de gerúndio equivale a ‘se estudarmos, passaremos no concurso’).
DICA: O gerúndio equivale a um advérbio (O homem caminhava cantando. Trata-se do modo como caminhava). Pode, ainda, ter valor adjetivo (Crianças sorrindo. Equivale a ‘crianças sorridentes).
3.1.3.6. PARTICÍPIO
Pode ser empregado em tempos compostos, na voz passiva, em orações reduzidas e sob a forma de adjetivos. Ele tem passado em muitos concursos. (pretérito perfeito composto do indicativo). Até a prova, terei estudado muito. (futuro do presente composto do indicativo). O aluno foi aprovado pela banca examinadora. (locução verbal de voz passiva). Aprovado o aluno, tomou posse do cargo. (oração subordinada adverbial temporal reduzida de particípio).
DICA: O particípio pode referir-se a fatos presentes, passados ou futuros.
Terminada a prova, vamos para casa.
Terminada a prova, fomos para casa.
Terminada a prova, iremos para casa.
CURIOSIDADE: No gerúndio e no particípio, o verbo vir apresenta a mesma forma (vindo). Para fazer a diferenciação, substitua o verbo vir pelo ir. Se aparecer “-ido”, a forma verbal estará no particípio; se aparecer “-indo”, o verbo estará no gerúndio.
Assim que o professor chegou, a diretora já tinha vindo. Aqui cabe apenas a substituição por ido. Logo, vindo está no particípio.
A diretoria já está vindo. A substituição ocorre apenas por indo. Logo, vindo está no gerúndio.
3.1.4. CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS
Regulares
Irregulares
Anômalos
Defectivos
Abundantes
3.1.4.1. REGULARES
Mantém o modelo do radical e das desinências no decorrer da conjugação.
FALAR: eu falo, tu falas, ele fala, nós falamos, vós falais, eles falam.
CORRER: eu corro, tu corres, ele corre, nós corremos, vós correis, eles correm.
PARTIR: eu parto, tu partes, ele parte, nós partimos, vós partis, eles partem.
DICA: Para saber se um verbo é regular, conjugue-o no presente do indicativo e no pretérito perfeito do indicativo. Se nessas conjugações a forma verbal mantiver o modelo, será regular. Eu como, tu comes, ele come, nós comemos, vós comeis, eles comem. (presente do indicativo). Eu comi, tu comeste, ele comeu, nós comemos, vós comestes, eles comeram. (pretérito perfeito do indicativo).
Em regra, as formas verbais terminadas em “-iar” são regulares (arriar: eu arrio, tua arrias, ele arria, nós arriamos, vós arriais, eles arriam). entretanto, algumas formas são irregulares: mediar (também o derivado intermediar), ansiar, remediar, incendiar, odiar. Nestes casos, os verbos receberão a vogal “e” nas formas rizotônicas (rizotônica é a forma cuja sílaba tônica recai no radical do verbo). As formas rizotônicas ocorrem na 1ª, 2ª e 3ª pessoas do singular e na 3ª pessoa do plural: eu medeio, tu medeias, ele medeia, eles medeiam.
Existe, ainda, a possibilidade de a sílaba tônica recair fora do radical do verbo. São as formas arrizotônicas, aquelas cuja sílaba tônica recai fora do radical. Ocorrem na 1ª e 2ª pessoas do plural. Assim, é errado fazer a flexão nós medeiamos, vós medeiais. Por serem arrizotônicas, o correto é nós mediamos, vós mediais.
3.1.4.2. IRREGULARES
Apresentam variação no modelo do radical e/ou das desinências.
FAZER: eu faço, tu fazes, ele faz, nós fazemos, vós fazeis, eles fazem.
OUVIR: eu ouço, tu ouves, ele ouve, nós ouvimos, vós ouvis, eles ouvem.
DICA: Para saber se um verbo é irregular, conjugue-o no presente do indicativo e no pretérito perfeito do indicativo. Se nessas conjugações a forma verbal apresentar variações no modelo, será irregular. Eu caibo, tu cabes, ele cabe, nós cabemos, vós cabeis, eles cabem. (presente do indicativo). Eu coube, tu coubeste, ele coube, nós coubemos, vós coubestes, eles couberam.
Os verbos terminados em “-ear” são irregulares. Assim, receberão a vogal “i” nas formas rizotônicas (eu, tu, ele, eles), mas não nas arrizotônicas (nós, vós). Arrear: eu arreio, tu arreias, ele arreia, nós arreamos, vós arreais, eles arreiam. Atenção: os verbos arriar e arrear são diferentes!
Não entram no rol dos verbos irregulares aqueles que, para conservar a pronúncia, têm de sofrer variação de grafia. Ou seja, não há alteração de fonética, não sendo verbos irregulares. Carrega – carregue – carregues; ficar – fico – fiquei – fique.
3.1.4.3. ANÔMALOS
São apenas 2: ser e ir.
SER: eu fui, tu foste, ele foi, nós fomos, vós fostes, eles foram. (pretérito perfeito do indicativo). Eu era, tu eras, ele era, nós éramos, vós éreis, eles eram. (pretérito imperfeito do indicativo).
IR: eu fui, tu foste, ele foi, nós fomos, vós fostes, eles foram. (pretérito perfeito do indicativo). Eu ia, tu ias, ele ia, nós íamos, vós íeis, eles iam. (pretérito imperfeito do indicativo).
Esses 2 verbos apresentam a mesma conjugação no pretérito perfeito do indicativo. Assim, somente poderemos identificar o verbo que está sendo empregado ao visualizar o contexto. Semelhante forma ocorre no pretérito mais que perfeito do indicativo, pretérito imperfeito do subjuntivo e futuro do subjuntivo.
3.1.4.4. DEFECTIVOS
Em sua conjugação não apresentam todas as formas (tempos, modos e pessoas). É na 3ª conjugação que se encontra a maioria dos verbos defectivos. O “defeito verbal” sempre se refere ao tempo presente (presente do indicativo, do subjuntivo ou do imperativo, sendo os 2 últimos derivados do primeiro). O “defeito verbal” deve-se:
a) À ausência da 1ª pessoa do singular no presente do indicativo. Como consequência, o verbo não é conjugado no presente do subjuntivo e no imperativo negativo. Neste último caso, só apresentam a 2ª pessoa do singular e 2ª pessoa do plural. Exemplos: abolir, banir, colorir, delinquir, demolir, exaurir, feder, fremer (ou fremir), explodir, haurir, viger.
b) À conjugação apenas na 1ª e na 2ª pessoas do plural no presente do indicativo. Como consequência, os verbos não apresentam o presente do subjuntivo, e consequentemente o imperativo negativo (este só terá a 2ª pessoa do plural). Exemplos: precaver (nós precavemos, vós precaveis, precavei vós), reaver (nós reavemos, vós reaveis, reavei vós).
OBS: Nos demais tempos e modos, os verbos são conjugados normalmente.
	REAVER
	PRETÉRITO PERFEITO DO INDICATIVO
Eu reouve
Tu reouveste
Ele reouve
Nós reouvemos
Vós reouvestes
Eles reouveram
	FUTURO DO SUBJUNTIVO
(quando) eu reouver
(quando) tu reouveres
(quando) ele reouver
(quando) nós reouvermos
(quando) vós reouverdes
(quando) eles reouverem
3.1.4.5. ABUNDANTES
São os que apresentam mais de uma forma de igual valor e função. Exemplo: nós havemos (ou hemos), vós haveis (ou heis) – presente do indicativo. Faz (ou faze) tu – imperativo afirmativo. Normalmente, a abundância de forma ocorre no particípio (regular ou irregular)
	INFINITIVO IMPESSOAL
	PARTICÍPIO REGULAR
	PARTICÍPIO IRREGULAR
	Aceitar
Acender
Assentar
Benzer
Desenvolver
Eleger
Emergir
Entregar
Enxugar
Expressar
Exprimir
Extinguir
Expulsar
Frigir
Ganhar
Gastar
Imergir
Imprimir
Inserir
Isentar
Matar
Omitir
Pagar
Pegar
Prender
Revolver
Salvar
Soltar
Submergir
Suspender
Tingir
	Aceitado
Acendido
Assentado
Benzido
Desenvolvido
Elegido
Emergido
Entregado
Enxugado
Expressado
Exprimido
Extinguido
Expulsado
Frigido
Ganhado
Gastado
Imergido
Imprimido
Inserido
Isentado
Matado
Omitido
Pagado
Pegado
Prendido
Revolvido
Salvado
Soltado
Submergido
SuspendidoTingido
	Aceito
Aceso
Assento
Bento
Desenvolto
Eleito
Emerso
Entregue
Enxuto
Expresso
Expresso
Extinto
Expulso
Frito
Ganho
Gasto
Imerso
Impresso
Inserto
Isento
Morto
Omisso
Pago
Pego
Preso
Revolto
Salvo
Solto
Submerso
Suspenso
Tinto
Em geral, emprega-se o particípio regular, que fica invariável, com os verbos auxiliares ter e haver, formando os tempos compostos. Exemplo: Eles têm aceitado os documentos (têm aceitado = pretérito perfeito composto do indicativo).
Na voz passiva, emprega-se, em geral, o particípio irregular, flexionando em gênero e número, com os verbos auxiliares ser, estar e ficar, formando a locução verbal de voz passiva. Exemplo: Os documentos têm sido aceitos por eles (têm sido aceitos = locução verbal de voz passiva).
3.1.5. ASPECTOS QUE PODEM GERAR DÚVIDAS
3.1.5.1. ACENTO DIFERENCIAL DE NÚMERO
	TER
	CONTER
	RETER
	ENTRETER-SE
	VIR
	CONVIR
	PROVIR
	INTERVIR
	Ele tem
Eles têm
	Ele contém
Eles contêm
	Ele retém
Eles retêm
	Ele se entretém
Eles se entretêm
	Ele vem
Eles vêm
	Ele convém
Eles convêm
	Ele provém
Eles provêm
	Ele intervém
Eles intervêm
3.1.5.2. VERBO PRIMITIVO E FLEXÃO DE SEUS DERIVADOS
a) TER: eu tive, ele teve, eles tiveram, quando eu tiver, se ele tivesse...
	Abster-se: eu me abstive, ele se absteve, eles se abstiveram, quando eu me abstiver, se ele se abstivesse...
Conter: eu contive, ele conteve, eles contiveram, quando eu contiver, se ele contivesse...
Deter: eu detive, ele deteve, eles detiveram, quando eu detiver, se ele detivesse...
Entreter-se: eu me entretive, ele entreteve, eles se entretiveram, quando eu me entretiver, se ele se entretivesse...
Manter: eu mantive, ele manteve, eles mantiveram, quando eu mantiver, se ele mantivesse...
Obter: eu obtive, ele obteve, eles obtiveram, quando eu obtiver, se ele obtivesse...
Reter: eu retive, ele reteve, eles retiveram, quando eu retiver, se ele retivesse...
b) VIR: eu vim, ele veio, eles vieram, quando eu vier, se ele viesse...
	Advir: eu advim, ele adveio, eles advieram, quando eu advier, se ele adviesse...
Convir: eu convim, ele conveio, eles convieram, quando eu convier, se ele conviesse...
Desavir-se: eu me desavim, ele se desaveio, eles de desavieram, quando eu me desavier, se ele se desaviesse...
Intervir: eu intervim, ele interveio, eles intervieram, quando eu intervier, se ele interviesse...
Provir: eu provim, ele proveio, eles provieram, quando eu provier, se ele proviesse...
Sobrevir: eu sobrevim, ele sobreveio, eles sobrevieram, quando eu sobrevier, se ele sobreviesse...
c) VER: eu vi, ele viu, eles viram, quando eu vir, se ele visse...
	Antever: eu antevi, ele anteviu, eles anteviram, quando eu antevir, se ele antevisse...
Entrever: eu entrevi, ele entreviu, eles entreviram, quando eu entrevir, se ele entrevisse...
Prever: eu previ, ele previu, eles previram, quando eu previr, se ele previsse...
Rever: eu revi, ele reviu, eles reviram, quando eu revir, se ele revisse...
	FUTURO DO SUBJUNTIVO
(utilizar a conjunção “quando” para facilitar a conjugação)
	
	VER
	VIR
	(Quando) eu
(Quando) tu
(Quando) ele
(Quando) nós
(Quando) vós
(Quando) eles
	Vir
Vires
Vir
Virmos
Virdes
Virem
	Vier
Vieres
Vier
Viermos
Vierdes
Vierem
3.1.5.3. VERBOS TERMINADOS EM –UIR, -AIR, -OER
	Os verbos terminados em -uir, -air e -oer têm, na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo, a desinência “i”.
-uir: ele constitui (de constituir) / atribui (de atribuir) / conclui (de concluir)
-air: ele extrai (de extrair) / retrai (de retrair) / distrai (de distrair)
-oer: ele rói (de roer) / mói (de moer) / remói (de remoer)
3.1.5.4. FALSOS DERIVADOS
a) Os verbos querer e requerer apresentam muitas diferenças em suas conjugações.
	PRESENTE DO INDICATIVO
	PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO
	PRETÉRITO PERF. INDICATIVO
	PRETÉRITO IMPERF. SUBJ.
	Querer
	Requerer
	Querer
	Requerer
	Querer
	Requerer
	Querer
	Requerer
	Quero
Queres
Querem
Queremos
Quereis
Querem
	Requeiro
Requeres
Requer
Requeremos
Requereis
Requerem
	Quisera
Quiseras
Quisera
Quiséramos
Quiséreis
Quiseram
	Requerera
Requereras
Requerera
Requerêramos
Requerêreis
Requereram
	Quis
Quisestes
Quis
Quisemos
Quisestes
Quiseram
	Requeri
Requereste
Requereu
Requeremos
Requerestes
Requereram
	Quisesse
Quisesses
Quisesse
Quiséssemos
Quisésseis
Quisessem
	Requeresse
Requeresses
Requeresse
Requerêssemos
Requerêsseis
Requeressem
b) Os verbos ver e prover também apresentam muitas diferenças em suas conjugações.
	PRESENTE DO INDICATIVO
	PRESENTE DO SUBJUNTIVO
	PRETÉRITO PERF. INDICATIVO
	PRETÉRITO IMPERF. SUBJ.
	Ver
	Prover
	Ver
	Prover
	Ver
	Prover
	Ver
	Prover
	Vejo
Vês
Vê
Vemos
Vedes
Veem
	Provejo
Provês
Provê
Provemos
Provedes
Proveem
	Veja
Vejas
Veja
Vejamos
Vejais
Vejam
	Proveja
Provejas
Proveja
Provejamos
Provejais
Provejam
	Vi
Viste
Viu
Vimos
Vistes
Viram
	Provi
Proveste
Proveu
Provemos
Provestes
Proveram
	Visse
Visses
Visse
Víssemos
Vísseis
Vissem
	Provesse
Provesses
Provesse
Provêssemos
Provêsseis
Provessem
3.1.6. LOCUÇÃO VERBAL
É o conjunto de 2 ou mais verbos que foram uma unidade. A estrutura da perífrase (ou locução) verbal é formada por um verbo principal (sempre o último, o qual termina a transitividade) e por verbo(s) auxiliar(es), em que poderá ocorrer ou não flexão.
O candidato só poderá sair 60 minutos após o início da prova.
Temos estudado com dedicação para a prova.
Infelizmente, costuma haver confrontos entre torcidas nos clássicos de futebol.
3.1.7. VOZES VERBAIS
3.1.7.1. ATIVA
Ocorre quando a ação verbal for praticada pelo sujeito do verbo. Ex.: O veterinário vacinou o cachorro. Nesse exemplo, o sujeito ‘o veterinário’ praticou a ação de ‘vacinar’ o cachorro.
3.1.7.2. PASSIVA
Ocorre quando a ação verbal for sofrida pelo sujeito do verbo. Ex.: O cachorro foi vacinado pelo veterinário. / Vacinou-se o cachorro. A voz passiva subdivide-se em:
a) Analítica: formada pela estrutura ‘verbo(s) auxiliar(es) + verbo principal no particípio’ = locução verbal de voz passiva. Ex.: O cachorro foi vacinado pelo veterinário. (foi vacinado = locução verbal de voz passiva).
b) Sintética (ou pronominal): sempre ocorrerá com a estrutura formada por um VTD seguido da partícula ‘se’, denominada pronome apassivador. ‘VTD + se (pronome apassivador). Ex.: Vacinou-se o cachorro. (‘vacinou’ = VTD; ‘se’ = pronome apassivador). Vacinaram-se os cachorros. Com o acréscimo da partícula apassivadora ‘se’, o termo que antes desempenhava a função de OD passará a desempenhar a função de sujeito. Sendo assim, a concordância do verbo com este elemento é obrigatória. Ex.: Vacinaram o cachorro. (‘o cachorro’ = OD). Vacinaram-se os cachorros. (‘os cachorros’ = sujeito).
A TRANSPOSIÇÃO DE VOZ VERBAL
· Da ativa para passiva: (1º) o OD da ativa torna-se o sujeito da passiva; (2º) o tempo verbal da voz ativa permanece inalterado na voz passiva; (3º) o sujeito da ativa torna-se agente da passiva.
DICAS:
1) A voz ativa sempre terá um verbo a menos do que a voz passiva analítica.
2) A transposição da voz verbal somente será possível quando o verbo da ativa for VTD ou VTDI.
ATENÇÃO:
1) Se houver OD preposicionado na voz ativa não haverá transposição de voz verbal, e a partícula ‘se’ é classificada como índice de indeterminação do sujeito (IIS). Ex.: Louva-se a Deus. Temos um VTD e um OD preposicionado. Assim, a partícula ‘se’ será IIS.
2) Nesse mesmo sentido, é vedada a transposição de voz verbal com verbos VTI, VI e VL. Nesses casos, a partícula ‘se’ também deverá ser classificada como IIS. Ex.: Precisa-se de empregados. Temos um VTI e um OI, portanto ‘se’ é IIS. Morre-se de tédio nos Alpes. Temos um VI, um adjunto adverbial de causa (‘de tédio’) e um adjunto adverbial de lugar (‘nos Alpes’). Assim, ‘se’ é IIS. Em ambos os exemplos, o sujeito é indeterminado.
· Da voz passiva para a ativa: (1º) o agente da passiva torna-se sujeito da ativa; (2º) o tempo verbal da voz passiva permanece inalterado na voz ativa; (3º) o sujeito da passiva torna-se OD da ativa.
DICA: A voz passiva analítica sempre terá um verbo a mais do que a voz ativa.
ATENÇÃO: Na transposição da passiva sintéticapara a ativa, o verbo é flexionado na 3ª pessoa do plural, sendo sujeito indeterminado. Ex.: Vacinou-se o cachorro. (voz passiva) / Vacinaram o cachorro. (voz ativa). O sujeito é indeterminado.
3.1.7.3. REFLEXIVA
Ocorre quando a ação verbal é, ao mesmo tempo, praticada e sofrida pelo sujeito do verbo. Roberto feriu-se com a faca. Na voz reflexiva, a forma verbal vem acompanhada do pronome reflexivo, o qual será objeto do verbo, representando a mesma pessoa do sujeito. É o que ocorre com o exemplo citado.
DICA: Quando, na voz reflexiva, o verbo estiver no plural, haverá ideia de reciprocidade. Os professores se entreolharam.
3.2. PRONOMES
Pronome é a classe de palavras que representa (pronome substantivo) ou acompanha (pronome adjetivo) um substantivo, determinando-lhe a extensão do significado. Essa porta está trancada. (pronome adjetivo). Aquela porta, João tentou abri-la, mas não conseguiu. (pronome substantivo).
3.2.1. CLASSIFICAÇÃO
Pessoais
De tratamento
Possessivos
Demonstrativos
Indefinidos
Interrogativos
Relativos
3.2.1.1. PRONOMES PESSOAIS
Designam as 3 pessoas do discurso, podendo ser retos ou oblíquos.
· Retos: são as pessoas gramaticais, que funcionam geralmente como sujeito da oração.
	1ª: eu (singular) / nós (plural)
2ª: tu (singular) / vós (plural)
3ª: ele (singular) / eles (plural)
Ontem eu estudei muito. Tu serás aprovado no concurso. Nós seremos aprovados na prova. Nos 3 casos, os pronomes funcionam como sujeito.
DICA: Os pronomes ‘eu’ e ‘tu’ sempre exercerão a função de sujeito. Ex.: Eu fui ao curso ontem. Tu serás aprovado no concurso. Dependendo do contexto, os pronomes ‘ele/ela’, ‘nós’, ‘vós’, ‘eles/elas’ podem exercer outras funções sintáticas. Ex.: Eles terminaram a prova há pouco (sujeito). É necessário entregar a prova a eles (OI).
· Oblíquos: são os pronomes que sempre desempenham o papel de complemento. Ex.: Não o conheço (OD, complemento do verbo ‘conhecer’). Não deram o devido valor a ti (OI, complemento do verbo ‘dar’). Por sua vez, os pronomes oblíquos subdividem-se em:
	ÁTONOS
	TÔNICOS
	Não possuem acento tônico e não são antecedidos por preposição.
Me, te, se, o(s), a(s), lhe(s), nos, vos.
Entregue-me o documento.
Ao guarda, os cidadãos devem obedecer-lhe.
	Possuem acento tônico e sempre são precedidos por preposição. Sempre funcionam como complemento.
Mim, comigo, ti, contigo, ele, ela, si, consigo, nós, conosco, vós, convosco, eles, elas.
Entregue o documento a mim.
Ao guarda, os cidadãos devem obedecer a ele.
Quanto às formas pronominais ‘comigo’, ‘contigo’, ‘consigo’, ‘conosco’ e ‘convosco’, em regra apresentam-se aglutinados à preposição ‘com’.
Ela foi ao teatro comigo.
Quê! Ela foi ao teatro contigo?
Gilberto trouxe consigo os 3 irmãos.
Suzana irá conosco ao teatro.
DICA: Se as formas pronominais tônicas ‘conosco’ e ‘convosco’ forem ampliadas pelos determinativos ‘outros’, ‘todos’, ‘mesmos’, ‘próprios’ e numerais, a construção adequada será ‘com nós’, ‘com vós’.
Estás contente com nós todos.
Isto aconteceu com vós próprios.
Ele disse que sairia com nós dois.
As formas pronominais ‘si’ e ‘consigo’ são exclusivamente reflexivas, só podendo ser usadas em relação ao próprio sujeito da oração.
Ela é muito egoísta: só pensa em si.
O advogado nada trouxe consigo.
3.2.2. EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS
Eu e Tu X Mim e Ti
Normalmente, os pronomes eu e tu não podem ser antecedidos de preposição. Pela regra geral, empregam-se os pronomes oblíquos mim e ti.
Para eu, estudar isso é fácil. (errado) / Para mim, estudar isso é fácil. (certo). Na ordem direta, teríamos Estudar isso é fácil para mim.
É impossível para eu ir à sua festa. (errado) / É impossível para mim ir à sua festa. (certo). Na ordem direta, teríamos Ir à sua festa é impossível para mim.
Quando os pronomes eu e tu forem sujeitos, será admitido seu emprego, mesmo após preposições.
Deram o doce para eu comer. (‘eu’ é sujeito do verbo ‘comer’)
Entre eu pedir e você entender há uma grande diferença. (‘eu’ = sujeito de ‘pedir’)
Chegou uma ordem para tu viajares. (‘tu’ = sujeito de ‘viajar’)
Trouxe um livro para tu leres. (‘tu’ = sujeito de ‘ler’)
Porém, se a preposição ‘até’ indicar direção, empregamos as formas oblíquas ‘mim’ e ‘ti’. A moça veio até mim / ti.
CUIDADO: Se o vocábulo ‘até’ denotar inclusão (palavra denotativa), empregamos as formas ‘eu’ e/ou ‘tu’. Todos passarão no concurso, até eu / tu. (‘até’ = inclusive)
Os pronomes do caso reto não funcionam como objeto. Nesse caso, empregam-se – normalmente – os pronomes do caso oblíquo.
Vou pôr ele a par do assunto. (errado) / Vou pô-lo a par do assunto. (certo)
Não vi ela. (errado) / Não a vi. (certo)
DICA: Precedido de ‘todo’ e ‘só’, o pronome ‘ele’ (ou variações) pode ocorrer como complemento. Recomendei só ele. Convocaram todas elas.
Quando o pronome ‘ele’ (e variações) exercer a função de sujeito, não há combinação com a preposição ‘de’. É hora da onça beber água. (errado) / É hora de a onça beber água. (certo)
As formas pronominais ‘o’, ‘a’, ‘os’, ‘as’ são empregadas também para representar um substantivo que funciona como complemento direto (OD) do verbo. Vi a diretora. (=Vi-a.) / Não escrevi os memorandos. (=Não os escrevi.)
A forma ‘lhe(s)’ representa substantivos regidos das preposições ‘a’ ou ‘para’. Emprestei o livro ao aluno. (=Emprestei-lhe o livro.) / Emprestei o livro para o aluno. (=Emprestei-lhe o livro.)
3.2.3. VERBOS, PRONOMES E CORRELAÇÕES
DICAS:
1) Se o verbo foi finalizado em ‘-m’, ‘ão’ ou ‘õe’, transforme os pronomes ‘o(s)’, ‘a(s)’ em ‘no(s)’, ‘na(s)’, respectivamente. Quando encontrarem o material, tragam-no até mim. (tragam + o = tragam-no) / Sempre que meus pais têm roupas velhas, dão-nas as pobres. (dão + as = dão-nas)
2) Se a forma verbal terminar em ‘r’, ‘s’ ou ‘z’, retire essas terminações, mudando os pronomes ‘o(s)’, ‘a(s)’ para ‘-lo(s)’, ‘-la(s)’, respectivamente. Quando encontrarem as apostilas, deverão trazê-las até mim. (trazer + as = trazê-las) / As garotas ingênuas, o conquistador sedu-las com facilidade. (seduz + as = sedu-las) / Os estudantes temiam o novo diretor e resolveram desafiá-lo. (desafiar + o = desafiá-lo)
3) Se a forma verbal terminar em ‘-mos’, seguido de ‘nos’ ou de ‘vos’, retire a terminação ‘-s’. Encontramo-nos ontem à noite. (encontramos + nos = encontramo-nos) / Recolhemo-nos cedo todos os dias. (recolhemos + nos = recolhemo-nos)
4) Se o verbo foi VTI terminado em ‘-s’, seguido de ‘lhe(s)’, mantenha a terminação ‘-s’. Obedecemos-lhe cegamente. (obedecemos + lhe = obedecemos-lhe) / Tu obedeces-lhe? (obedeces + lhe = obedeces-lhe)
3.2.4. PRONOMES DE TRATAMENTO
São pronomes empregados no trato com as pessoas, familiar ou respeitosamente. Representam a 2ª pessoa do discurso (com quem se fala), porém toda a concordância é feita na 3ª pessoa (singular ou plural). Vossa Excelência saiu com seus assessores. / Vossa Majestade e seus súditos venceram a guerra.
	TRATAMENTO
	ABREVIATURA
	PARA
	Vossa Excelência
Vossa Magnificência
Vossa Alteza
Vossa Majestade
Vossa Reverendíssima
Vossa Eminência
Vossa Santidade
Vossa Senhoria
	V. Exa.
V. Maga.
V. A.
V. M.
V. Revma.
V. Ema.
V. S.
V. Sa.
	Altas autoridades e oficiais-generais
Reitores de universidades
Príncipes e duques
Reis e imperadores
Monsenhores, cônegos, superiores religiosos e sacerdotes
Cardeais
Papa
Demais autoridades e particulares
3.2.4.1. UNIFORMIDADE DE TRATAMENTO
O pronome ‘você’ é de tratamento informal e designa a 2ª pessoa do discurso, ainda que o verbo com ele concorde na 3ª pessoa. A falta de correlação entre os respectivos pronomes possessivos e verbos é considerada desvio a falta de correlação.
Você sabe de vossas condições. (errado) / Você sabe de suas condições. (certo)
Vem para a Caixa você também. (errado) / Venha para a Caixa você também. (certo)
3.2.5. PRONOMES POSSESSIVOS
Indicam posse, em relação às 3 pessoas do discurso. 1ª pessoa: meu(s), minha(s), nosso(s), nossa(s); 2ª pessoa: teu(s), tua(s), vosso(s), vossa(s); 3ª pessoa: seu(s), sua(s).
Aqueles óculos são meus. / Os livros são seus?
3.2.5.1. EMPREGO DOS PRONOMESPOSSESSIVOS
O emprego dos pronomes em 3ª pessoa pode gerar ambiguidade na frase. José, Pedro levou o seu chapéu. (frase ambígua) / João ficou com Maria em sua casa. (frase ambígua). Para evitar esse tipo de linguagem, há 2 alternativas:
a) Acrescentar termos reforçativos dele(s), dela(s). José, Pedro levou o seu chapéu dele. (o chapéu é de Pedro) / João ficou com Maria em sua casa dela. (a casa pertence a Maria)
b) Trocar o pronome possessivo por dele(s), dela(s). José, Pedro levou o chapéu dele. / João ficou com Maria na casa dela.
3.2.6. PRONOMES DEMONSTRATIVOS
Situam os seres no tempo e no espaço em relação às pessoas do discurso. Isto, isso, aquilo, este(s), esses(s), aquele(s), esta(s), essa(s), aquela(s).
Esta caneta é do curso. (a caneta está próxima ao falante – quem fala)
Essa caneta é sua. (a caneta está próxima ao ouvinte – com quem se fala)
Aquela caneta é da Samara. (a caneta está distante do falante e do ouvinte – de quem se fala)
3.2.6.1. EMPREGO DOS PRONOMES DEMONSTRATIVOS
Emprega-se:
a) Esse, essa, isso (referência anafórica) para situar o que já foi expresso. Azul e verde, essas são as cores de que mais gosto.
b) Este, esta, isto (referência catafórica) para situar o que ainda será expresso. As cores de que mais gosto são estas: azul e verde.
	PROCESSOS DE COESÃO
	ANAFÓRICO
	CATAFÓRICO
	EXOFÓRICO (DÊITICO)
	Marcado pelo emprego do pronome demonstrativo, com o intuito de lembrar o ouvinte o que já foi mencionado.
Azul e verde: essas são as cores de que mais gosto.
	Marcado pelo emprego do pronome demonstrativo, com a intenção de introduzir algo que ainda será mencionado.
As cores de que mais gosto são estas: azul e verde.
	Capacidade de indicar um ser ou objeto sem nomeá-lo. Emprega-se o pronome aquele (e variações).
Aquela época foi fantástica.
c) Este, esta, isto em referência a um termo imediatamente anterior. O fumo é prejudicial à saúde, e esta deve ser preservada.
d) Este(s), esta(s) e isto, em relação ao que foi mencionado por último, e aquele(s), aquela(s), aquilo, em relação ao que foi nomeado em 1º lugar, diferenciando os elementos anteriormente citados na superfície textual. José de Alencar e Machado de Assis são importantes escritores brasileiros; este escreveu Dom Casmurro; aquele, Iracema.
OBSERVAÇÕES:
1) Os pronomes demonstrativos podem, ainda, indicar marcação temporal:
Este ano pretendo mudar para Fortaleza. (tempo presente em relação ao falante: este, esta e isto)
Esses anos passados foram nulos em termos de concursos públicos. (tempo passado ou futuro próximos em relação ao falante: esse, essa e isso)
Naquela época eu praticava esporte. (tempos muito distantes em relação ao falante: aquele(s), aquela(s) e aquilo)
2) Os pronomes oblíquos o, a, os, as equivalerão a aquele(s), aquela(s), aquilo quando estiverem apostos ao pronome relativo que e/ou à preposição de. Não concordo com o que falou (=aquilo) / Sua camisa é igual à da vitrine. (a = preposição + a = pronome demonstrativo aquela)
3) Os pronomes oblíquos o, a, os, as também podem aparecer sozinhos. Neste caso, equivalerão a isto, isso e aquilo. O aluno me pediu para ir ao banheiro, e o fiz. (=aquilo)
3.2.7. PRONOMES RELATIVOS
Referem-se a um tempo anterior, chamado antecedente, estabelecendo uma relação de subordinação entre as orações (iniciam as orações subordinadas adjetivas). Os pronomes relativos são:
	PRONOME
	EXEMPLOS
	QUE – empregado com o intuito de substituir um substantivo (pessoa ou coisa), evitando sua repetição na frase.
OBS: Pode sempre ser substituído por o qual (e flexões).
	Roubaram a peça que era rara no Brasil.
Roubaram a peça a qual era rara no Brasil.
	QUAL (e variações) – refere-se a coisas ou pessoas, sendo sempre antecedido de artigo, que concorda em gênero e número com o elemento antecedente.
	Os assuntos sobre os quais conversamos estão resolvidos.
Meu irmão comprou a lancha sobre a qual eu falei a você.
	QUEM – refere-se a pessoas (ou coisas personificadas) e geralmente aparece precedido de preposição, inclusive quando funcionar como OD. Nesse último caso, passará à condição de OD preposicionado.
OBS: Quando o pronome quem exercer a função de sujeito, não virá precedido de preposição. Isso só ocorrerá quando o pronome quem puder ser substituído por pronome demonstrativo (o(s), a(s), aquele(s), aquela(s)), acrescido do pronome relativo que. Nesses casos, o pronome quem será denominado pronome relativo indefinido.
	As pessoas de quem falamos ontem não vieram.
A garota, a quem conheci há duas semanas, está em minha sala.
Foi ele quem me disse a verdade. (= Foi ele o que me disse a verdade.)
Quem com ferro fere com ferro será ferido. (= Aquele que com ferro fere com ferro será ferido.)
	ONDE – este pronome tem o mesmo valor de em que ou no qual (e flexões). Se a preposição em for substituída pela preposição a ou pela preposição de, substituiremos, respectivamente, por aonde e de onde (ou donde).
	Eu conheço a cidade em que sua sobrinha mora.
Eu conheço a cidade na qual sua sobrinha mora.
Eu conheço a cidade onde sua sobrinha mora.
Eu conheço a cidade aonde sua sobrinha foi.
Eu conheço a cidade de onde / donde sua sobrinha veio.
	QUANTO – sempre antecedido de tanto, tudo, todos (e variações), concordando com esses elementos.
	Fale tudo quanto quiser falar.
Traga todos quantos quiser trazer.
Beba todas quantas quiser beber.
	COMO – antecede as palavras maneira, modo e forma.
	Este é o modo como se deve estudar para concurso.
Aquela é a forma como se praticam os exercícios.
	CUJO – tal como os pronomes relativos, refere-se a um antecedente, mas concorda (em gênero e número) com o consequente. Esse pronome indica valor de posse (algo de alguém) e não aceita artigo antepostos ou posposto.
	Antipatizei com o rapaz cuja namorada você conhece.
A árvore cujos frutos são venenosos foi derrubada.
DICA: Quando um elemento da oração (nome ou verbo) reger preposição, esta atenderá os pronomes relativos. Isso ocorrerá, claro, em orações adjetivas.
As condições básicas de saúde, de que a população se mostra carente, deveriam ser oferecidas pelo governo.
Eu conheço a cidade em que sua sobrinha mora.
Eu conheço a cidade aonde sua sobrinha foi.
O artista de cuja obra eu falara morreu ontem.
As pessoas em cujas palavras acreditei estão presas.
3.2.8. COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Há 3 casos para a colocação do pronome átono na oração: próclise, mesóclise e ênclise.
	COLOCAÇÃO PRONOMINAL
	PRÓCLISE: pronome antes do verbo. Ocorre:
a) Com palavras em sentido negativo. Ninguém me emprestou a matéria.
b) Com advérbios sem pausa. Ontem se fez de morto.
c) Com pronomes indefinidos. Tudo me alegrava.
d) Com pronomes interrogativos. Quem lhe disse isso?
e) Com pronomes demonstrativos isto, isso e aquilo. Isso se faz assim.
f) Com conjunções subordinativas e pronomes relativos. Quando me viu, o menino sorriu. / a aula que me recomendou é ótima.
g) Quando houver preposição em + gerúndio. Em se tratando do concurso, estudarei muito.
h) Em orações exclamativas e optativas. Que Deus o proteja! / Vou me vingar!
OBS: se houver pausa após os advérbios, a colocação deverá ser enclítica (após o verbo). Ontem, fez-se de morto.
	MESÓCLISE: pronome no meio do verbo. Ocorre com verbo no:
a) Futuro do presente. Entregar-lhe-ei o documento.
b) Futuro do pretérito. Entregar-lhe-ia o documento.
OBS 1: se ocorrer qualquer dos casos de próclise, ainda que o verbo esteja no futuro do presente ou no futuro do pretérito, a colocação deverá ser proclítica. Nunca te entregarei o documento. / Nunca te entregaria o documento.
OBS 2: com o numeral ambos, ainda que o verbo esteja no futuro do presente ou no futuro do pretérito, a colocação deverá ser proclítica. Ambos se mudarão na semana que vem. / Ambos se mudariam na semana que vem.
	ÊNCLISE: pronome após o verbo. A ênclise é a regra geral de colocação pronominal. Sendo assim, o pronome deverá ficar posposto ao verbo quando não ocorrer qualquer dos casos de próclise ou mesóclise. Deu-me boas dicas. / Traga-me o café.
OBS 1: o particípio não admite ênclise. Fornecido-me omaterial, comecei a estudar. (errado) / Fornecido a mim o material, comecei a estudar. (correto)
OBS 2: não devemos usar a colocação pronominal enclítica quando houver forma verbal no futuro do presente ou no futuro do pretérito. Nestes casos, a colocação deve ser mesoclítica. Entregarei-te o documento. (errado) / Entregar-te-ei o documento. (correto)
OBS 3: nas formas infinitivas antecedidas pela preposição a, a colocação deverá ser enclítica se o pronome oblíquo for o ou a. professor, estamos a admirá-lo. / Se soubermos que haverá muito mais faxina, não continuaremos a fazê-la.
OBS 4: se a forma verbal infinitiva for antecedida pela preposição a e o pronome oblíquo for lhe, admite-se tanto a próclise quanto a ênclise. Continuou a lhe fazer carinho. / Continuou a fazer-lhe carinho.
OBS 5: quando houver duas palavras que exigem a próclise, é permitido intercalar o pronome oblíquo átono entre elas. A esse caso dá-se o nome de apossínclise. Se me não falha a memória, já vi aquela moça em algum lugar.
3.2.8.1. COLOCAÇÃO EM LOCUÇÕES VERBAIS (formas possíveis e corretas)
	AUXILIAR + INFINITIVO
	AUXILIAR + GERÚNDIO
	AUXILIAR + PARTICÍPIO
	Próclise ao verbo auxiliar: Jamais lhe pretendo ensinar isso.
Ênclise ao verbo auxiliar: Eu pretendo-lhe ensinar isso.
Ênclise ao verbo principal: Eu pretendo ensinar-lhe isso. / Jamais devo ensinar-lhe isso.
	Próclise ao verbo auxiliar: Não lhe começo ensinando.
Ênclise ao verbo auxiliar: Começo-lhe ensinando.
Ênclise ao verbo principal: Começo ensinando-lhe. / Não começo ensinando-lhe.
	Próclise ao verbo auxiliar: Eu lhe tinha ensinado a matéria.
Ênclise ao verbo auxiliar: Eu tinha-lhe ensinado a matéria.
Próclise ao verbo auxiliar: Não lhe tinha ensinado a matéria.
DICA: na estrutura ‘verbo auxiliar + particípio’ não se admite a colocação do pronome oblíquo após o verbo principal. Tinha ensinado-lhe a matéria. (errado) / Não tinha ensinado-lhe a matéria. (errado).
4. SINTAXE DA ORAÇÃO
	CLASSIFICAÇÃO
	CONCEITO
	EXEMPLOS
	Frase nominal
	Não apresenta verbo. Assim, não serve para análise sintática.
	Silêncio!
Que atitude bonita, meu filho!
	Frase verbal
	Apresenta verbo, podendo ou não ter sentido completo. A frase pode ser:
1) Declarativa: expressa um fato.
2) Interrogativa: expressa uma pergunta ou dúvida.
3) Imperativa: expressa ordem, pedido.
4) Exclamativa: expressa admiração.
5) Optativa: expressa desejo.
6) Imprecativa: expressa praga, maldição
	Desejo que você seja aprovado. / Chorou copiosamente.
1) Você será aprovado no concurso.
2) Que horas são?
3) Estude!
4) Quão bonita é sua filha!
5) Passemos no concurso!
6) Maldito seja o árbitro daquela partida!
	Período
	Expressão verbal de sentido completo, iniciado por letra maiúscula e encerrado por ponto final.
	Desejo que você seja aprovado.
4.1. TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO
Os termos essenciais da oração são sujeito e predicado.
4.1.1. SUJEITO
Sujeito é o termo sobre o qual se faz uma declaração. Exemplo: O aluno estuda 6h por dia. Para localizar o sujeito da oração, basta fazer uma pergunta ao verbo: ‘Quem estuda 6h por dia?’. A resposta é o sujeito da oração: ‘O aluno’.
O núcleo do sujeito é a palavra mais importante e, em regra, é com ela que o verbo concorda. O núcleo pode ter natureza substantiva (substantivo, palavra substantivada, numeral substantivo ou pronome substantivo) ou verbal (oração subordinada substantiva subjetiva – que caracteriza o sujeito oracional).
João conversa muito. (‘João’ = substantivo – núcleo do sujeito)
O amar dá cor à vida. (‘amar’ = palavra substantivada – núcleo do sujeito)
Três é demais. (‘três’ = numeral substantivo = núcleo do sujeito)
Ele é bom demais. (‘Ele’ = pronome substantivo = núcleo do sujeito)
É importante que você estude muito. (‘estude’ = verbo = núcleo do sujeito oracional
Predicado e tudo o que declara do sujeito. O aluno estuda 6h por dia. Uma vez encontrado o sujeito, todo o restante fará parte da estrutura do predicado.
João conversa muito.
O amar dá cor à vida.
Três é demais.
Ele é bom demais.
É importante que você estude muito.
4.1.1.1. CLASSIFICAÇÃO DO SUJEITO
· SIMPLES: formado por apenas um núcleo.
João conversa muito. (‘João” = sujeito. ‘João’ = núcleo do sujeito)
· COMPOSTO: formado por dois ou mais núcleos.
João e Maria conversam muito. (‘João e Maria’ = sujeito. ‘João’, ‘Maria’ = núcleos dos sujeito)
· INDETERMINADO: aquele que existe, mas não é possível identificá-lo.
Falaram sobre os alunos.
O sujeito indeterminado ocorre com:
a) Verbo na 3ª pessoa do plural, sem que haja referência a sujeito expresso no contexto. Exemplo: Falaram sobre os alunos. Alguém praticou a ação de ‘falar’, mas sem referência expressa no contexto, não sendo possível identificá-lo.
	OBSERVAÇÕES:
1) Quando houver referência expressa o contexto, ainda que o verbo esteja na 3ª pessoa do plural, o sujeito será determinado. Exemplo: Os professores gostam desta turma. Falaram sobre os alunos. O sujeito de ‘falaram’ é o termo ‘professores’.
2) Importante observar que, quando a forma verbal estiver no imperativo, mesmo sem referência no contexto, o sujeito não será indeterminado, mas sim desinencial. Exemplo: Falem sobre os alunos. Através da desinência número-pessoal ‘-m’, é possível identificar o sujeito = ‘vocês’.
3) Com outras pessoas do discurso, não haverá sujeito indeterminado, mas sim sujeito desinencial. Exemplo: Passaremos no concurso. A desinência número-pessoal ‘-mos’ indica que o sujeito é a forma pronominal ‘nós’.
b) Verbo que, em regra, não seja VTD e que esteja na 3ª pessoa do singular, acompanhado da partícula ‘se’ (indeterminação do sujeito). Exemplo: Precisa-se de empacotadores. Alguém precisa de empacotadores, mas não é possível fazer a identificação. O verbo ‘precisar’ é VTI, ficando obrigatoriamente na 3ª pessoa do singular.
	ÍNDICE DE INDETERMINAÇÃO DO SUJEITO. A partícula ‘se’ aparecerá com:
1) VTI: verbo cujo sentido é complementado por um objeto indireto. Precisa-se de empacotadores. (‘Precisa’ = VTI; ‘se’ = IIS; ‘de empacotadores’ = OI).
2) VI: verbo com sentido completo. Vive-se bem no Rio de Janeiro. (‘Vive’ = VI; ‘se’ = IIS; ‘bem’ = adj. adnominal de modo; ‘no Rio de Janeiro’ = adj. adverbial de lugar).
3) VL: É-se feliz no Rio de Janeiro. (‘É’ = VL; ‘se’ = IIS; ‘feliz’ = predicativo; ‘no Rio de Janeiro’ = adj. adverbial de lugar).
4) VTD em que haja objeto direto preposicionado, ou seja, quando a preposição não é regida pela forma verbal. Comeu-se do bolo. (‘Comeu’ = VTDI; ‘se’ = IIS; ‘do bolo’ = OD preposicionado).
A preposição ‘de’ não é exigida pelo verbo ‘comer’, sendo empregada tão somente para a contribuição do sentido: alguém (que não é possível identificar) comeu parte do bolo. A retirada da preposição alteraria sintática e semanticamente a estrutura da frase:
Comeu-se do bolo. (sujeito indeterminado: comeu parte do bolo)
Comeu-se o bolo. (‘Comeu’ = VTD; ‘se’ = pronome apassivador; ‘o bolo’ = sujeito)
· INEXISTENTE: ocorre com verbos impessoais e que, por essa razão, devem figurar, em regra, na 3ª pessoa do singular.
O sujeito inexistente proporciona à oração a classificação de oração sem sujeito. Assim, o sujeito será inexistente nos seguintes casos:
a) Verbos que expressam fenômenos da natureza no sentido denotativo, dicionarizado. Exemplo: Choveu durante o casamento. Entretanto, caso o verbo seja empregado no sentido conotativo, poderá haver um sujeito. Exemplo: Choveram flores durante o casamento. 
b) Verbo ‘haver’, significando ‘existir’, ‘acontecer’ ou ‘ocorrer’, ou indicando tempo pretérito. Exemplo: Havia 300 pessoas no local de prova. O verbo ‘haver’ é impessoal, não apresentando sujeito. Na construção, o verbo assume transitividade direta. Logo, o termo ‘300 pessoas’ é o OD. Outro exemplo: Há 2 anos que não a vejo. O verbo ‘haver’ foi empregado para indicar tempo pretérito, portanto não há sujeito.
	DICA: Os verbos ‘existir’, ‘acontecer’ e ‘ocorrer’ são pessoais, ou seja, devem concordar com o sujeito da oração.
Existiam 300 pessoas no local de prova. (‘300 pessoas’ = sujeito)
Aconteceram episódios fantásticos.(‘episódios fantásticos’ = sujeito)
Ocorreram muitos vazamentos radioativos. (‘muitos vazamentos radioativos’ = sujeito)
c) Verbo ‘fazer’, indicando tempo pretérito ou tempo da natureza. Exemplos: Faz 2 anos que não a vejo. No ano passado, fez verões muito quentes no Brasil.
d) Verbo ‘ser’, indicando hora, distância ou datação.
Hoje são 10 de outubro. (o verbo ‘ser’ concorda com o numeral ‘10’)
Hoje é dia 10 de outubro. (o verbo ‘ser’ concorda com o vocábulo ‘dia’)
São 12 horas e 30 minutos. (o verbo ‘ser’ concorda com o numeral ‘doze’)
É meio-dia e meia. (o verbo ‘ser’ concorda com ‘meio-dia’)
Da faculdade ao trabalho são 20m de distância.
e) Verbos ‘chegar’ e ‘bastar’, significando ‘parar’. Exemplos: Chega de blá-blá-blá! Basta de discussões!
· ORACIONAL: equivale a uma oração. Tem uma estrutura verbal como núcleo, levando o verbo para a 3ª pessoa do singular.
É importante que você estude muito. (‘que você estude muito’ = sujeito oracional – oração subordinada substantiva subjetiva. O núcleo é a forma verbal ‘estude’). Para facilitar a análise, substitua oração por ‘isso’: Isso é importante.
Estudar e brincar é fundamental às crianças. (‘estudar e brincar’ é o sujeito oracional. O verbo, obrigatoriamente, deve permanecer na 3ª pessoa do singular). Isso é fundamental às crianças.
4.1.2. PREDICADO
4.1.2.1. CLASSIFICAÇÃO DO PREDICADO
· PREDICADO VERBAL: tem como núcleo um verbo que exprime ação, fenômeno ou movimento. O predicado será verbal quando houver VTD, VTI, VTDI ou VI. Das 3 classificações possíveis, é a única que não contém predicativo.
Os alunos fizeram a prova. (‘Os alunos’ = sujeito; ‘alunos’ = núcleo do sujeito; ‘fizeram a prova’ = predicado verbal; ‘fizeram’ = VTD, núcleo do predicado verbal; ‘a prova’ = OD)
Os alunos gostaram da prova. (‘Os alunos’ = sujeito; ‘alunos’ = núcleo do sujeito; ‘gostaram da prova’ = predicado verbal; ‘gostaram’ = VTI, núcleo do predicado verbal; ‘da prova’ = OI)
Os alunos deram parabéns aos professores. (‘Os alunos’ = sujeito; ‘alunos’ = núcleo do sujeito’; ‘deram parabéns aos professores’ = predicado verbal; ‘deram’ = VTDI, núcleo do predicado verbal; ‘parabéns’ = OD; ‘aos professores’ = OI)
Os alunos foram ao local de prova. (‘Os alunos’ = sujeito; ‘alunos’ = núcleo do sujeito’; ‘foram ao local de prova’ = predicado verbal; ‘foram’ = VI, núcleo do predicado verbal; ‘ao local de prova’ = adj. adverbial de lugar)
· PREDICADO NOMINAL: tem como núcleo um nome (substantivo, adjetivo ou pronome) ligado ao sujeito por um VL. O núcleo do predicado nominal é o predicativo do sujeito, termo que proporciona qualidade, estado ou característica.
O rapaz está machucado. (‘O rapaz’ = sujeito; ‘está machucado’ = predicado nominal; ‘machucado’ = núcleo do predicado nominal)
O professor ficou feliz com sua aprovação. (‘O professor’ = sujeito; ‘ficou feliz com sua aprovação’ = predicado nominal; ‘feliz’ = núcleo do predicado nominal; ‘com sua aprovação’ = adj. adverbial de causa)
OBSERVAÇÕES:
1) Verbo de ligação serve para atribuir característica ou estado ao sujeito. É imprescindível a presença de um predicativo para haver predicado nominal. O rapaz está machucado. O professor é extrovertido. Caso não apareça o predicativo, o predicado não será nominal, mas sim verbal. O rapaz está aqui. (‘aqui’ = adj. adverbial de lugar; ‘está’ = VI)
2) O verbo de ligação pode expressar alguns aspectos. O candidato é dedicado (permanência). O candidato está focado (transitoriedade). O candidato parece entusiasmado (aparência).
· PREDICADO VERBO-NOMINAL: predicativo é a qualidade, estado ou característica atribuída ao sujeito ou ao objeto.
O candidato é dedicado. Nesse exemplo, ‘é’ é VL e, por consequência, ‘dedicado’ é o predicativo do sujeito.
O candidato fazia a prova tenso. Nesse caso tempos 2 núcleos: ‘fazer’ (VTD) e ‘tenso’ (predicativo do sujeito, atribuindo estado ao sujeito). (‘O candidato’ = sujeito; ‘fazia a prova tenso’ = predicado verbo-nominal; ‘fazia’ = VTD, núcleo do predicado verbo-nominal; ‘a prova’ = OD; ‘tenso’ = predicativo do sujeito, núcleo do predicado verbo nominal). Para facilitar a análise, encaixe o verbo ‘estar’ antes do predicativo: O candidato fazia a prova (e estava) tens)
Consideramos o candidato dedicado. Nesse caso, ‘considerar’ é VTD, tendo por consequência o OD (‘o candidato dedicado’), ao passo que ‘dedicado’ é o predicativo (característica, estado) do objeto.
4.1.3. TERMOS INTEGRANTES
Os termos integrantes da oração são os complementos verbais (OD e OI), agente da passiva e complemento nominal. Por definição, os complementos verbais completam o sentido de verbos transitivos.
4.1.3.1. OBJETO DIRETO
Complemento de VTD, ou seja, liga-se ao verbo sem a obrigatoriedade de preposição.
Comprei flores. (sujeito desinencial = ‘eu’, marcado pela desinência número-pessoal ‘-i’; ‘comprei flores’ = predicado; ‘comprei’ = VTD, núcleo do predicado verbal, não regendo preposição; ‘flores’ = OD)
DICA: O núcleo do OD pode ter base substantiva (substantivo ou palavra/expressão substantivada ou pronome) ou verbal (oração subordinada substantiva objetiva direta, que caracteriza o objeto direto oracional).
Comprei flores. (‘flores’ = substantivo, núcleo do OD)
Encontrei você. (‘você’ = pronome, núcleo do OD)
Desejo que você estude muito. (‘estude’ = verbo, núcleo do objeto direto oracional)
Em certos casos, ainda que o verbo não exija preposição, esta poderá anteceder o OD com a finalidade de clareza e de sentido. É o que chamamos de OD preposicionado. É empregado:
1) Com verbos que expressam sentimentos: Amo a Deus e a meus familiares. A preposição proporciona estilo à frase.
2) Para evitar ambiguidade: Venceu o Flamengo o Vasco. A frase é ambígua. Nesse caso, a frase na ordem direta ficaria O Vasco venceu o Flamengo. Para evitar ambiguidade, usa-se a preposição: Venceu ao Flamengo o Vasco.
3) Para realçar uma parte: Ele comeu do bolo (= Ele comeu parte do bolo). O policial sacou da arma (= O policial sacou parte da arma).
O OD pode aparecer repetido na frase: objeto direto pleonástico. A prova, entregue-a ao professor amanhã. A forma pronominal oblíqua ‘-a’ repete o OD ‘a prova’. Por essa razão, é classificado como OD pleonástico.
4.1.3.2. OBJETO INDIRETO
Complemento do VTI, ou seja, ligado ao verbo com a obrigatoriedade de preposição.
Nós gostamos de você. Nesse caso, o verbo ‘gostar’ rege a preposição ‘de’, a qual deve ser obrigatoriamente empregada (gostamos de quê?)
Confio em sua aprovação. O verbo ‘confiar’ exige a preposição ‘em’. Por isso, ‘em sua aprovação’ é o OI.
DICA: O núcleo do OI pode ter base substantiva (substantivo ou palavra/expressão substantivada ou pronome) ou verbal (oração subordinada substantiva objetiva indireta, que caracteriza o objeto indireto oracional).
Obedecemos às ordens. (‘ordens’ = substantivo, núcleo do OI)
Fiz uma pergunta a você. (‘você’ = pronome, núcleo do OI)
Necessitamos de que você estude muito. (‘estude’ = verbo, núcleo do objeto indireto oracional)
O OI pode aparecer repetido na estrutura frasal: objeto indireto pleonástico. Ao guarda, devemos obedecer-lhe. O pronome oblíquo ‘lhe’ repete o OI ‘ao guarda’. Por isso, é classificado como OI pleonástico.
4.1.4. COMPLEMENTO NOMINAL
Termo sempre regido de preposição que complementa o sentido de adjetivos, substantivos abstratos ou advérbios. Ou seja, o complemento nominal completa a ideia de um nome.
Ele age igual a você. O termo ‘a você’ complementa a ideia do adjetivo ‘igual’. Por isso, é classificado como complemento nominal.
Não tenho interesse por você. A expressão ‘por você’ complementa a ideia do substantivo ‘interesse’. É, portanto, complemento nominal.
Moro próximo a você. O termo ‘a você’ complementa a ideia do advérbio ‘próximo’, sendo, portanto, complemento nominal.
4.1.5. TERMOS ACESSÓRIOS
4.1.5.1. ADJUNTO ADNOMINAL
Termo de função adjetiva, caracterizando ou delimitando o substantivo. A função de adjunto adnominal será exercida por artigo, adjetivo, numeral adjetivo, pronome adjetivo, locução adjetiva ou oração adjetiva.
	N
A
P
A
L
	Numeral adjetivoArtigo
Pronome adjetivo
Adjetivo
Locução adjetiva
	Dois alunos passaram
Os alunos passaram.
Aqueles alunos passaram
Os alunos brasilienses passaram.
Os alunos de Brasília passaram.
	Nos 4 primeiros casos, os adjuntos adnominais ligam-se ao nome sem preposição. O último caso liga-se com preposição.
Oração adjetiva: Os alunos que moram em Brasília passaram.
	COMPLEMENTO NOMINAL
(com preposição)
	ADJUNTO ADNOMINAL
(com ou sem preposição)
	Será sempre complemento nominal ao se relacionar com adjetivos e advérbios.
Ele age igual a você.
Este filme é impróprio para menores.
Moro próximo a você.
Falou relativamente ao livro.
	Será sempre adjunto adnominal ao se relacionar com substantivos concretos.
Dois alunos passaram.
Os alunos passaram.
Aqueles alunos passaram.
Os alunos brasilienses passaram.
Os alunos de Brasília passaram.
Os alunos que moram em Brasília passaram.
	Poderá ser complemento nominal ao se relacionar com substantivos abstratos.
Vimos a construção da casa. (‘da casa’ indica elemento paciente, ou seja, quem recebe a ação. Logo, é complemento nominal)
Invenção do telefone. (‘do telefone’ indica elemento paciente, ou seja, quem recebe a ação. Logo, é complemento nominal)
	Poderá ser adjunto adnominal ao se relacionar com substantivos abstratos.
Vimos a construção de João. (‘de João’ indica posse = a construção pertence a João. Logo, é adjunto adnominal)
Invenção do professor. (‘do professor’ indica agente, ou seja, quem pratica a ação. Logo, é adjunto adnominal)
IMPORTANTE:
1) Os pronomes oblíquos o, a, os, as e as formas lo, la, los, las exercem a função de OD:
Criei um método (= Criei-o). Fizemos o trabalho (= Fizemo-lo).
2) Já as formas pronominais ‘lhe, lhes’ podem exercer a função de OI, adjunto adnominal ou complemento nominal:
Pedi uma dica ao professor (= Pedi-lhe uma dica / Pedi uma dica a ele). O pronome ‘lhe’ é complemento do VTDI ‘pedir’. Portanto, é OI.
Amanda é fiel a ele. (= Amanda é-lhe fiel). Pronome ‘lhe’ empregado com VL, complementando o sentido do adjetivo ‘fiel’. Complemento nominal.
Pisei o pé dele. (= Pisei-lhe o pé). Pronome ‘lhe’ equivale a pronome possessivo ‘seu’, indicando posse. Portanto, é adjunto adnominal.
4.1.5.2. ADJUNTO ADVERBIAL
Termo que modifica adjetivo, verbo ou advérbio.
· CLASSIFICAÇÃO
	O mais importante é a ideia que o adjunto adverbial transmite.
	CAUSA
COMPANHIA
NEGAÇÃO
AFIRMAÇÃO
DÚVIDA
FINALIDADE
INSTRUMENTO
INTENSIDADE
LUGAR
MEIO
MODO
TEMPO
CONCESSÃO
	O mendigo morreu de fome.
A esposa viajou com minha sogra.
Vocês não serão reprovados.
Certamente vocês gabaritarão a prova de língua portuguesa.
Provavelmente vocês gabaritarão todas as questões.
Visitou o restaurante para fiscalização.
Escrevi a prova a lápis.
Gosto muito de vocês.
Passamos as férias em casa.
Viajarei para a Europa de avião.
Fez a prova apressadamente.
Estudarei à noite.
Sem fazer a inscrição, não faremos a prova.
4.1.5.3. APOSTO
Termo de natureza substantiva que explica, esclarece ou resume um elemento.
· CLASSIFICAÇÃO
	EXPLICATIVO
	Usado para explicar um termo. Na frase, aparece entre vírgulas, travessões ou parênteses.
	Pelé, o rei do futebol, fez mais de mil gols.
Pelé – o rei do futebol – fez mais de mil gols.
Pelé (o rei do futebol) fez mais de mil gos.
	ESPECIFICATIVO (OU APELATIVO)
	Liga-se a um substantivo para indicar-lhe sua espécie. Não é separado por vírgulas, travessões ou parênteses.
	O rio Amazonas é um dos maiores do mundo.
A cidade de Londres é linda.
	ENUMERATIVO
	Desenvolve o termo anterior.
	Gabaritei as seguintes disciplinas: direito constitucional, administrativo e língua portuguesa.
	RESUMITIVO (OU RECAPITULATIVO)
	Por definição, recapitular/resume o que foi mencionado anteriormente.
	Gritos, festas, batuques: nada desviava seu foco.
	DISTRIBUTIVO
	Referem-se a elementos no texto.
	Vasco e Fluminense são dois grandes clubes de futebol: este é o atual campeão brasileiro e aquele vencerá o brasileirão deste ano.
OBSERVAÇÕES:
1) O aposto também pode ser oracional, tendo um verbo em sua estrutura. Desejo o seguinte: que vocês sejam aprovados no concurso. Para facilitar a análise, substitua pelo pronome ‘isso’: Desejo o seguinte: isso.
2) O aposto deve referir-se a uma oração inteira. Vocês gabaritarão as questões, o que me deixará muito feliz. Nesse caso, o pronome demonstrativo ‘o’ exerce função de aposto, referindo-se à oração ‘Vocês gabaritarão as questões’.
4.1.5.4. VOCATIVO
Termo que indica um chamamento. Não está ligado diretamente a outros termos da oração.
Candidatos, estudem para a prova.
Estudem, candidatos, para a prova.
Estudem para a prova, candidatos.
Professor, posso entrar na sala?
Posso entrar na sala, professor?
OBS: Aposto e vocativo não se confundem. Vocativo admite o emprego da interjeição ‘ó’, sendo um diálogo; o aposto, por não admitir tal interjeição, caracteriza uma declaração.
(Ó) Professor Fabiano, posso entrar? (É um diálogo. Logo, ‘Professor Fabiano’ é um vocativo)
Fabiano, professor de língua portuguesa, gosta do que faz. (É uma declaração. Logo, ‘professor de língua portuguesa’ é um aposto)
5. SINTAXE DO PERÍODO
5.1. PERÍODO SIMPLES
O período simples é a estrutura formada por uma só oração de sentido completo, chamada de oração absoluta. Cada oração estrutura-se em torno de um verbo. O aluno passou no concurso. (oração absoluta)
5.2. PERÍODO COMPOSTO
Já o período composto é a estrutura formada por mais de uma oração, subdividindo-se em coordenação e subordinação. Se você estudar, acertará as questões. (‘Se você estudar’ = 1ª oração; ‘acertará as questões’ = 2ª oração)
5.2.1. PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO
Sempre que o período for composto por coordenação, entende-se que as orações são independentes sintaticamente, ou seja, a estrutura interna (funções sintáticas) de uma oração não depende da outra. Acordei, estudei, dormi. Nesse exemplo, as orações são independentes entre si.
No período composto por coordenação temos as orações coordenadas assindéticas e sindéticas. Toda conjunção coordenativa é chamada de síndeto. No período composto por coordenação, existem orações que não trazem, em sua estrutura, essa modalidade de conjunção. Por essa razão, são chamadas de orações assindéticas. Acordei, estudei, dormi. Nesse exemplo temos 3 orações que não apresentam conjunção coordenativa (síndeto). São, portanto, orações assindéticas.
Entretanto, existem orações que podem apresentar conjunção coordenativa. As orações são denominadas sindéticas. Elas recebem o nome da noção semântica pela conjunção coordenativa. Assim, são classificadas em:
	ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS
	EXEMPLOS
	ADITIVAS: apresentam ideia de soma, correlação, sendo estabelecidas pelos articuladores e, mas também, além disso, ademais...
	O aluno estuda e trabalha.
Não só estuda, mas também trabalha.
	ADVERSATIVAS: apresentam ideia de oposição, contraste. Mas, porém, todavia, entretanto, no entanto, contudo...
	Estudava pouco, mas passou em vários concursos.
Foi ao cinema, no entanto dormiu.
	ALTERNATIVAS: apresentam ideia de alternância, escolha ou exclusão. Ou, já...já, ou...ou, ora...ora, quer...quer, etc.
	Deseja isso ou aquilo?
Ora estuda, ora dorme.
Iremos à praia quer chova, quer faça sol.
	CONCLUSIVAS: apresentam ideia de conclusão lógica. Pois (após o verbo), portanto, assim, por isso, logo, em vista disso, então, por conseguinte...
	Estudou muito, logo acertará as questões.
Dormiu tarde, portanto não foi à aula.
	EXPLICATIVAS: apresentam ideia de explicação, esclarecimento, justificativa. Pois (antes do verbo), porque, que, porquanto...
	Façam as questões, pois vocês precisam passar na prova.
Entre, que (=pois) é tarde!
5.2.2. PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO
Nos períodos compostos por subordinação as orações que o compõem são dependentes sintaticamente, ou seja, sua estrutura interna (funções sintáticas) depende de outra oração. Vocês aspiram a que sejam aprovados no concurso. A oração principal ‘Vocês aspiram’, que é o termo regente da oração subordinada ‘a que sejam aprovados no concurso’, é dependente dela. Ou seja,a oração principal subordina a oração subordinada, que por sua vez exerce uma função sintática (no exemplo, objeto indireto). As orações subordinadas subdividem-se em substantivas, adverbiais e adjetivas.
5.2.2.1. ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS
São assim definidas por apresentarem uma base substantiva apresentada sob a forma de oração. Elas desempenham uma função sintática: sujeito, predicativo do sujeito, OD, OI, complemento nominal, agente da passiva ou aposto. Essas orações são introduzidas por uma conjunção integrante: ‘que’ ou ‘se’. São assim classificadas:
	ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS
	EXEMPLO
	SUBJETIVAS: funcionam como sujeito da oração principal.
	É essencial que estudemos bastante. (=ISSO é essencial.)
(‘É essencial’ = oração principal; ‘que estudemos bastante’ = oração sub. subst. subjetiva)
	PREDICATIVAS: funcionam como predicativo do sujeito da oração principal.
	O essencial é que todos sejam aprovados. (=O essencial é Isso.)
(‘O essencial é’ = oração principal; ‘que todos sejam aprovados’ = oração sub. subst. predicativa)
	OBJETIVAS DIRETAS: funcionam como objeto direto da oração principal.
	O professor espera que vocês gabaritem a prova. (=O professor espera Isso.)
(‘O professor espera’ = oração principal; ‘que vocês gabaritem a prova’ = oração. sub. subst. objetiva direta)
	OBJETIVAS INDIRETAS: funcionam como objeto indireto da oração principal.
	O professor gostaria de que vocês fossem aprovados. (=O professor gostaria dISSO.)
(‘O professor gostaria’ = oração principal; ‘de que vocês fossem aprovados’ = or. sub. subst. obj. indireta)
	COMPLETIVAS NOMINAIS: funcionam como complemento nominal da oração principal.
	O professor tem vontade de que vocês sejam classificados. (=vontade dISSO.)
(‘O professor tem vontade’ = oração principal; ‘de que vocês sejam classificados’ = or. sub. subst. completiva nominal)
	AGENTES DA PASSIVA: funcionam como agente da passiva da oração principal.
	Ayrton Senna foi ovacionado por quem estava presente.
(‘Ayrton Senna foi ovacionado por’ = oração principal; ‘quem estava presente’ = or. sub. subst. agente da passiva)
	APOSITIVAS: funcionam como aposto da oração principal.
	O nervosismo dos candidatos era este: que fossem aprovados no concurso. (=O nervosismo dos candidatos era este: ISSO.)
(‘O nervosismo dos candidatos era este’ = oração principal; ‘que fossem aprovados no concurso’ = or. sub. subst. apositiva)
OBSERVAÇÕES:
1) Para facilitar a análise da função sintática desempenhada pela oração subordinada, substitua a conjunção integrante pelo pronome demonstrativo ‘isso’. Parece que seremos aprovados. (=Isso parece.). Trata-se, portanto, de oração subordinada substantiva subjetiva. Já fora estudado anteriormente acerca do sujeito oracional. A oração subordinada substantiva subjetiva desempenha função de sujeito oracional, pois apresenta verbo em sua estrutura.
2) CESPE admite a omissão da preposição ‘de’ que introduz objeto indireto oracional, sem que isso acarrete prejuízo sintático para o período. O professor gostaria que vocês fossem aprovados.
3) Para facilitar a análise da oração subordinada substantiva agente da passiva, substituta pelo pronome indefinido ‘alguém’. No exemplo dado, temos: Ayrton Senna foi ovacionado por quem estava presente. (=Ayrton Senna foi ovacionado por alguém).
5.2.2.2. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
As orações subordinadas adverbiais desempenham a função sintática de adjunto adverbial da oração principal, sendo introduzidas por conjunções adverbiais. São assim classificadas:
	ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
	EXEMPLOS
	CAUSAIS: exprimem causa, razão, motivos, em relação à oração principal. Os principais articuladores são porque, visto que, que (=porque), uma vez que...
	O aluno obteve boa pontuação porque estudou.
Ficou feliz uma vez que foi aprovado.
	COMPARATIVAS: expressam ideia de comparação ou confrontam ideias em relação à oração principal. Como, tal qual, tão quanto (=como), feito (=como), que (nas correlações mais (do) que, menos (do) que, maior (do) que, menor (do) que, pior (do) que...)
	Esta moça é mais bonita do que aquela.
Ele estudou tão quanto a irmã.
	CONDICIONAIS: exprimem ideia de condição, possibilidade, hipótese. Caso, se (=caso), contanto que, desde que (=caso), sem que, salvo se, a não ser que, dado que...
	Contanto que você compre os ingressos, iremos ao cinema.
Dado que (=caso) erre a questão, estude mais.
	CONCESSIVAS: expressam ideias opostas, concessivas às da oração principal. Embora, ainda que, mesmo que, posto que, por mais que, se bem que, conquanto, dado que (=ainda que), que (=ainda que)...
	Embora estivessem cansados, foram estudar.
Obteve a aprovação sem que (=embora não) se dedicasse.
Persevere, nem que (=ainda que) os estudos sejam cansativos.
	CONFORMATIVAS: apresentam ideia de conformidade em relação ao fato da oração principal. Segundo, como, conforme, consoante, que (=conforme)...
	Segundo o gabarito oficial, acertei todas as questões da prova.
Conforme vocês sabem, o Fluminense é o atual campeão brasileiro de futebol.
	CONSECUTIVAS: expressam ideia de consequência, resultado em relação à oração principal. Que (nas correlações tão...que, tanto que, tamanho que, tal que, de sorte que, de maneira que...)
	Estudou tanto que gabaritou a prova.
Tamanha foi a explosão, que todos acordaram.
	FINAIS: expressam finalidade, objetivo. Para que, a fim de que, que (=para que), porque (=para que)...
	Fez-lhe sinal porque (=para que) se calasse.
Estudou muito a fim de que passasse no concurso.
	PROPORCIONAIS: apresentam ideia de proporção, concomitância, simultaneidade entre fatos da oração subordinada e da oração principal. À medida que, à proporção que, quanto mais...mais, quanto menos... menos...
	À medida que vive, mais aprende com as pessoas.
Quanto maior o estudo, maior o conhecimento.
	TEMPORAIS: apresentam ideia de tempo em relação ao fato da oração principal. Logo que, assim que, antes que, depois que, quando, enquanto...
	Logo que soube o resultado, chamou todos os amigos.
Ficou emocionado desde que viu o resultado do concurso.
ATENÇÃO: Procure não decorar a lista de conectivos, mas analisar a relação sintático-semântica ente orações.
	MAS
	Adversativo
	Estudou bastante, mas foi reprovado.
	
	Aditivo
	Não só pratica judô, mas também faz natação.
	E
	Aditivo
	Arrumou-se e foi trabalhar.
	
	Adversativo
	Não estudou, e passou no concurso.
	
	Consecutivo
	Faltou luz, e não conseguimos estudar à noite.
	POIS
	Explicativo
	Não beba, pois é prejudicial à saúde.
	
	Conclusivo
	É inteligente; será, pois (=portanto), aprovado.
	
	Causal
	Estava irrequieto, pois ganhou uma casa.
	PORQUE
	Explicativo
	Estude, porque (=pois) será aprovado.
	
	Final
	Mudei-me de cidade porque (=para que) fosse feliz.
	
	Causal
	Chorei porque passei no concurso
	LOGO
	Conclusivo
	Estudou muito, logo (=portanto) será classificado.
	
	Temporal
	Logo que (=assim que) chegou, foi tomar banho.
	UMA VEZ QUE
	Causal
	Sorriu uma vez que acertou todas as questões.
	
	Condicional
	Uma vez que estude, será aprovado. (=Se estudar, será aprovado.)
	QUANTO
	Comparativo
	Meu irmão é tão estudioso quanto meu pai.
	
	Aditivo
	Ela tanto estuda quanto trabalha. (=Ela estuda e trabalha.)
	DESDE QUE
	Condicional
	Desde que compre o ingresso, irei ao cinema.
	
	Temporal
	Desde que cheguei, quero ir ao cinema.
	SEM QUE
	Condicional
	Sem que (=caso não) estudem, não passarão.
	
	Concessivo
	Sem que estudasse muito, passou na prova.
	COMO
	Comparativo
	Ela fala como (=igual a) uma vitrola.
	
	Conformativo
	Estudou como (=conforme) combinamos.
	
	Aditivo
	Não só trabalha como também pratica esportes.
	
	Causal
	Como (=Já que) estava cansado, resolveu dormir.
	PORQUANTO
	Condicional
	Se você estudar, logrará êxito no concurso.
	
	Conjunção integrante
	Não sei se você virá. (=Não sei disso.)
5.2.2.3. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS
Nesse caso, a oração desempenha função de adjetivo (acompanha o substantivo, restringindo ou generalizando seu sentido). Elas são sempreintroduzidas por pronomes relativos (que, a qual, quem, cujo, cuja, onde, como). As orações subordinadas adjetivas são:
	ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS
	EXEMPLO
	EXPLICATIVAS: sempre isoladas por vírgulas, explicando o sentido de um elemento presente na oração principal. Podem ser retiradas do texto sem que prejudiquem o sentido da oração principal.
	Os alunos, que são humanos, serão aprovados.
Temos a interpretação de que todos os alunos são humanos. A oração em destaque pode ser suprimida sem alteração de sentido do enunciado original.
	RESTRITIVAS: nunca isoladas por sinais de pontuação. Restringem ou limitam o sentido de um elemento presente na oração principal. Não podem ser retiradas do texto, sob o risco de prejuízo ou modificação do sentido original da oração principal.
	Os alunos que são determinados serão aprovados.
Temos a interpretação de que somente os alunos determinados serão aprovados. Assim, não é possível retirar/suprimir do período a oração em destaque sem alterar o sentido original do enunciado.
OBS: FUNÇÕES SINTÁTICAS DOS PRONOMES RELATIVOS. Os pronomes relativos substituem o nome antecedente (substantivo ou pronome), evitando sua repetição desnecessária no texto. Sendo assim, podem exercer diferentes funções sintáticas nas orações.
O livro que comprei é de Português. O pronome relativo ‘que’ substitui o nome ‘livro’. Comprei o livro. Logo, ‘que’ exerce a função de OD do verbo ‘comprar’.
Comprei o livro de que gosto. Temos a união de 2 orações: Comprei o livro e Gosto do livro. O pronome ‘que’ substitui o nome ‘livro’: Gosto do livro. Assim, ‘que’ exerce a função de OI do verbo ‘gostar’.
A igreja que é antiga está em ruínas. Temos a união de 2 orações: A igreja está em ruínas e A igreja é antiga. O pronome ‘que’ substitui o nome ‘igreja’: A igreja é antiga. Assim, ‘que’ exerce a função de sujeito da oração subordinada ‘que é antiga’.
Veremos o filme cuja protagonista é linda. ‘Cuja’ refere-se ao termo anterior ‘filme’ e concorda com o termo posterior ‘protagonista’. Temos 2 orações: Veremos o filme e A protagonista do filme é linda. O pronome relativo ‘cuja’ estabelece uma relação de posse entre os termos ‘filme’ e ‘a protagonista’. O pronome ‘cujo’ e flexões sempre exerce função sintática de adjunto adnominal. Não se esqueça de que esse pronome refere-se ao termo anterior, mas concorda em gênero e número com o posterior.
5.2.2.4. ORAÇÕES SUBORDINADAS REDUZIDAS
Elas são reduzidas pelo fato de a oração não ser introduzida por preposição e de conter verbo em uma das 3 formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio). São assim classificadas:
· De infinitivo: apresentam verbo na forma infinitiva (pessoal ou impessoal).
Será necessário estudares muito antes da prova. (=ISSO será necessário). A oração sublinhada é a principal, enquanto que a negritada é oração reduzida de infinitivo e exerce a função de sujeito da oração principal. Por isso, recebe a classificação de subjetiva. É possível transformá-la em oração subordinada substantiva subjetiva: Será necessário que estudes muito antes da prova.
O aluno esperou o gabarito ser divulgado. (=O aluno esperou ISSO). A oração reduzida de infinitivo exerce a função de OD do verbo ‘esperar’, localizado na oração principal. É possível transformá-la em oração subordinada substantiva objetiva: O aluno esperou que o gabarito fosse divulgado.
Por estar exausto, foi dormir. Há uma relação de causa e consequência entre as orações. ‘Por estar cansado’ é oração subordinada adverbial causal reduzida de infinitivo. Pode assim ser reescrita: Já que estava exausto, foi dormir.
Ao chegar à praia, deitou-se na areia. Há uma relação de tempo entre as orações. “Ao chegar à praia’ é oração subordinada adverbial causal reduzida de infinitivo. Pode assim ser reescrita: Assim que chegou à praia, deitou-se na areia.
Era um homem de sorrir facilmente. A oração ‘de sorrir facilmente’ restringe o sentido do elemento ‘homem’ presente na oração principal. Assim, trata-se de uma oração subordinada adjetiva restritiva reduzida de infinitivo. É possível transformá-la em oração subordinada adjetiva restritiva: Era um homem que sorria facilmente.
· De gerúndio: apresentam verbo na forma de gerúndio.
Chegando à praia, deitou-se na areia. A oração em negrito é subordinada adverbial temporal reduzida de gerúndio. Assim que chegou à praia, deitou-se na areia.
Estudando, serás aprovado. A oração negritada é subordinada adverbial condicional reduzida de gerúndio. Se estudares, será aprovado. o período ‘Estudando, serás aprovado’ também pode expressar ideia de tempo: Assim que estudares, serás aprovado.
· De particípio: apresentam verbo na forma de particípio.
Mesmo convidado, não foi à cerimônia de premiação. Há uma relação de concessão entre as orações. Assim, trata-se de uma oração subordinada adverbial concessiva reduzida de particípio. É possível transformá-la em oração subordinada adverbial concessiva: Embora tivesse sido convidado, não foi à cerimônia de premiação.
6. SINTAXE DE CONCORDÂNCIA
Sintaxe de concordância significa a relação entre verbo e sujeito, chamada de concordância verbal; e entre artigo, adjetivo, numeral adjetivo, pronome adjetivo e substantivo, denominada concordância nominal.
6.1. CONCORDÂNCIA VERBAL
REGRA GERAL: o verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa.
Os povos constroem sua História. / Aos maus e aos poderosos só interessa a vantagem pessoal.
6.1.1. PRINCIPAIS CASOS DE CONCORDÂNCIA VERBAL
6.1.1.1. SUJEITO SIMPLES
O verbo concorda em número e pessoa com o núcleo do sujeito.
O método de estudo dos jovens raramente conta com a sabedoria dos mais velhos.
Os métodos de estudo dos jovens raramente contam com a sabedoria dos mais velhos.
6.1.1.2. SUJEITO COMPOSTO
a) Anteposto ao verbo: o verbo deve ser flexionado na 3ª pessoa do plural (concordância gramatical).
Romarias religiosas e festas folclóricas servem como atração a grande parte dos turistas.
b) Posposto ao verbo: verbo no plural (concordância gramatical) ou no singular (concordância atrativa)
Nas estações de trem, ficam difíceis a entrada e a saída das composições nos horários de maior fluxo. (concordância gramatical)
Nas estações de trem, fica difícil a entrada e a saída das composições nos horários de maior fluxo. (concordância atrativa, com o mais próximo)
c) Com aposto resumitivo (pronomes indefinidos: tudo, nada, ninguém, todos): verbo concordará com o aposto.
Vinho, dinheiro, mulheres, nada o alegrava mais.
Bebeto, Romário e Ronaldinho Gaúcho: todos são campeões mundiais de futebol.
d) Núcleos de gradação: verbo no singular (concordância atrativa), podendo também ser flexionado no plural (concordância gramatical).
Um século, um ano, um mês não fará diferença. (concordância atrativa)
Um século, um ano, um mês não farão diferença. (concordância gramatical)
e) Núcleos sinônimos: verbo no singular (concordância atrativa), podendo também ser flexionado no plural.
A dor e o sofrimento sempre nos acompanha. (concordância atrativa)
A dor e o sofrimento sempre nos acompanham. (concordância gramatical)
6.1.1.3. SUJEITO ORACIONAL
É aquele que desempenha a função de sujeito, tendo um verbo como núcleo. Equivale a uma oração subordinada substantiva subjetiva. Ocorrendo, o verbo da oração principal deve permanecer na 3ª pessoa do singular.
É importante que você estude muito.
(‘que você estude muito’ = sujeito oracional – oração subordinada substantiva adjetiva). O núcleo é a forma verbal ‘estude’.
Para facilitar a análise, substitua a oração em destaque pelo pronome ‘isso’: Isso é importante. Portanto, a expressão ‘que você estude muito’ desempenha a função de sujeito oracional, tendo como oração principal a expressão ‘é importante’.
Estudar e brincar é fundamental às crianças.
(‘estudar e brincar’ = sujeito oracional. Verbo obrigatoriamente na 3ª pessoa do singular).
Esquivar-se das perguntas que todas as pessoas vivem fazendo implica um reforço sobrenatural.
6.1.1.4. SUJEITOS LIGADOS PELA CONJUNÇÃO ‘OU’
O verbo concorda com o sujeito mais próximo (concordânciaatrativa) se o conectivo indicar exclusão, retificação de número gramatical, identidade ou equivalência.
Exclusão: Paulo ou Antônio será o presidente.
Retificação de número gramatical: O ladrão ou os ladrões não deixaram nenhum vestígio. / Não foi encontrado o autor ou os autores do crime.
Identidade ou equivalência: Nenhuma lei ou ato normativo pode ser editado se não estiver em consonância com a Constituição Federal.
OBS 1: Se a ideia expressa pelo predicado puder referir-se a toda a série do sujeito composto, o verbo irá ao plural mais frequentemente (concordância gramatical), porém pode ocorrer o singular (concordância atrativa).
A nulidade ou a validade do contrato eram assunto de direito civil.
A nulidade ou a validade do contrato era assunto de direito civil.
A ignorância ou errada compreensão da lei não eximem de pena...
A ignorância ou errada compreensão da lei não exime de pena...
OBS 2: Se o conectivo ‘ou’ indicar soma, o verbo irá ao plural (concordância gramatical), pois pode referir-se a qualquer dos núcleos.
O frio ou o calor não estragarão nossa viagem.
6.1.1.5. SUJEITO PARTITIVO
‘Grande parte de’, ‘a maior parte de’, ‘a menor parte de’, a maioria de’, ‘a minoria de’, ‘um terço de’, seguidas das palavras no plural, o verbo pode concordar tanto no singular quanto no plural.
Grande número de candidatos não compareceu à prova. / Grande número de candidatos não compareceram à prova.
A maior parte dos funcionários optou pelo ponto facultativo. / A maior parte dos funcionários optaram pelo ponto facultativo.
Um terço dos alunos protestou contra a falta de professores. / Um terço dos alunos protestaram contra a falta de professores.
Caso essas expressões não estejam seguidas de palavras no plural, o verbo deverá permanecer no singular.
A maioria optou pelo ponto facultativo. / Um terço protestou contra a falta de professores.
6.1.1.6. UM OU OUTRO
O verbo permanece no singular. Um ou outro vagalume tornava mais vasta a escuridão.
6.1.1.7. UM E OUTRO, NEM UM NEM OUTRO, NEM... NEM...
O verbo pode permanecer no singular ou no plural, facultativamente.
Uma e outra possibilidade aconteceu. / Uma e outra possibilidade aconteceram.
Nem um nem outro policial fez a ronda costumeira. / Nem um nem outro fizeram a ronda costumeira.
Nem concurso nem loteria daria maior felicidade. / Nem concurso nem loteria dariam maior felicidade.
Entretanto, se houver reciprocidade ou exclusão, temos as seguintes situações:
1) Reciprocidade: o verbo deve ser flexionado no plural. Um e outro carro chocaram-se na pista.
2) Exclusão: o verbo permanece no singular. Nem Fernando nem Paulo se elegerá Presidente.
6.1.1.8. VOZ PASSIVA SINTÉTICA (VTD + SE)
Nesse caso, sempre ocorre com a estrutura VTD + SE (partícula apassivadora).
Vendeu-se o carro. ‘Carro sofre a ação de ser vendido. É, portanto, sujeito paciente. Na voz passiva sintética a intenção é omitir o agente da passiva, o componente que exerce a ação. Venderam-se os carros. Nesse exemplo, a forma verbal ‘venderam’ concorda em número plural com o sujeito paciente ‘carros’, equivalendo-se a ‘os carros foram vendidos’.
ATENÇÃO: Venderam os carros. Temos aqui sujeito indeterminado. A forma verbal ‘venderam’ é transitiva direta, sendo ‘carros’ o objeto direto. Com o acréscimo de partícula apassivadora ‘se’, o termo que antes era objeto direto passa a ser sujeito na voz passiva: Venderam-se os carros. Sendo assim, a concordância do verbo com este elemento é obrigatória. Como o núcleo do sujeito está no plural (carros), o verbo também é flexionado nesse número (venderam).
DICA: A transposição da voz verbal (ativa para passiva) somente é possível quando o verbo da ativa for VTD ou VTDI.
O funcionário vendeu o carro. (voz ativa) / o carro foi vendido pelo funcionário. (voz passiva)
O rapaz deu flores à esposa (voz ativa) / As flores foram dadas pelo rapaz à esposa. (voz passiva)
Entretanto, havendo objeto direto preposicionado na voz ativa, não haverá a transposição de voz verbal. Nessa hipótese, a partícula ‘se’ será denominada índice de indeterminação do sujeito, levando o verbo à 3ª pessoa do singular.
Louva-se a Deus. (sujeito indeterminado)
Igualmente, é vedada a transposição de voz verbal de VTI, VI ou VL. Nesses casos, a partícula ‘se’ também será denominada índice de indeterminação do sujeito, levando o verbo à 3ª pessoa do singular.
Precisa-se de empregados. (sujeito indeterminado)
Morre-se de tédio nos Alpes. (sujeito indeterminado)
No Rio de Janeiro, é-se feliz. (sujeito indeterminado)
ATENÇÃO: Quando houver sujeito oracional na voz passiva sintética, o verbo permanece na 3ª pessoa do singular.
Subentende-se que vocês serão aprovados.
Para analisar se realmente há uma estrutura de voz passiva, verifica se (a) o verbo assume transitividade direta e (b) existe ideia de passividade. No exemplo, o sujeito é paciente, pois o verbo ‘subentender’ é transitivo direto e há ideia de passividade. Sendo assim, o verbo permanece na 3ª pessoa do singular.
6.1.1.9. VERBOS IMPESSOAIS
	HAVER
	FAZER
	SER
	No sentido de ‘existir’, ‘acontecer’, ‘ocorrer’, ou no sentido de tempo pretérito, o verbo ‘haver’ deve ficar na 3ª pessoa do singular.
Como havia poucas vagas, o povo fazia filas na escola.
	Indicando tempo pretérito ou meteorológico, o verbo ‘fazer’ é impessoal, devendo ficar na 3ª pessoa do singular.
Faz mais de 10 dias que se publicou o edital.
	Indicando horas, datas ou distâncias, o verbo ‘ser’ concorda, em regra, com o número de dias, horas ou com a medida.
Hoje são 24 de outubro. / Hoje é dia 24 de outubro.
OBSERVAÇÕES:
1) O verbo ‘haver’, sendo o principal numa locução verbal, é impessoal e transmite sua impessoalidade ao verbo auxiliar, que permanece na 3ª pessoa do singular. Não deixará de haver experimentos bem-sucedidos.
2) Os verbos ‘existir’, ‘acontecer’ e ‘ocorrer’ são pessoais, concordando com o sujeito. Não deixarão de existir experimentos bem-sucedidos.
3) Nas expressões ‘é pouco’, ‘é muito’, o verbo ‘ser’ torna-se invariável. Duzentos reais e pouco. Três pessoas é muito.
4) Verbos que indicam fenômenos da natureza, no sentido denotativo, permanecem no singular. Trovejava noites a fio, mas não chovia. Se empregados no sentido conotativo, eles tornam-se pessoais, devendo concordar com o sujeito. Os professores trovejavam sermões sobre os alunos.
6.1.1.10. VERBOS DAR, BATER, TOCAR E SOAR
Os verbos concordam com o sujeito da frase. Caso ele não exista, o verbo concorda com a expressão numérica.
O relógio deu 2 horas. (o verbo concorda com o sujeito ‘o relógio) / No relógio deram 2 horas. (o verbo concorda com o numeral ‘2’)
Já soaram 8 horas. (o verbo concorda com o numeral ‘8’) / O relógio já soou 8 horas. (o verbo concorda com o sujeito ‘o relógio’)
6.1.1.11. VERBOS PARECER E COSTUMAR
	Se relacionarem-se a outras formas verbais, constituindo uma locução verbal, concordam em número e pessoa com o sujeito.
	Se formarem, sozinhos, a oração principal de um período, devem apresentar-se na 3ª pessoa do singular para concordar com o sujeito oracional.
	Os dias parecem voar. / As crianças costumam brincar.
	Os dias parece voarem. (= Parece que os dias voam.)
As crianças costuma brincarem. (= Costuma que as crianças brincam.)
6.1.1.12. PRONOME INDEFINIDO OU INTERROATIVO + DE + PRONOME PESSOAL
Como regra geral, o verbo concorda com o pronome (sujeito). Porém, o verbo concorda com o pronome pessoa caso este esteja flexionado no plural.
Algum de vós sairá antes? / Qual de vocês passará no concurso?
Alguns de vós saireis antes? / Quais de vocês passarão no concurso?
6.1.1.13. CERCA DE, PERTO DE, MAIS DE, MENOS DE + NUMERAL
Nesse caso, o verbo sempre concorda com o numeral.
Cerca de 70 alunos estavam presentes.
Mais de um policial foi morto.
Menos de 2 policiais foram mortos.
DICA: Com a expressão ‘mais de um’, o verbo só irá para o plural quando (1) houver ideia de reciprocidade ou (2) quando a expressão ‘mais de um’ surgir repetida.
Durante o discurso do presidente, mais de uma pessoa estava calada.
Mais de um deputado se ofenderam.
Mais de um cidadão, maisde um indivíduo foram presos durante a passeata.
6.1.1.14. PRONOMES RELATIVOS QUE E QUEM
‘Que’: verbo concorda com o antecedente. Fui eu que resolvi a questão.
‘Quem’: verbo ou concorda com o antecedente, ou com o pronome relativo (indo para a 3ª pessoa do singular). Fui eu quem resolvi a questão. Fui eu quem resolveu a questão.
6.1.1.15. SUBSTANTIVO PRÓPRIO PRECEDIDO DE ARTIGO PLURAL
O verbo concorda com o artigo (determinante).
Os Estados Unidos apoiaram o México. / As Minas Gerais produzem ótimos trens.
DICA: Se o substantivo próprio estiver sem artigo, o verbo fica no singular. Estados Unidos apoiou o México. Com títulos de obras, a concordância ocorre com o determinante. Porem, aparecendo a palavra ‘livro’, ‘obra’, a concordância dar-se-á com este. Os Lusíadas contribuíram para a Literatura Portuguesa. / O livro Os Lusíadas contribuiu para a Literatura Portuguesa. Com o verbo ‘ser’, a concordância é facultativa, podendo ser com o sujeito ou com o predicado. As Cartas Persas são um livro genial. / As Cartas Persas é um livro genial.
6.1.1.16. HAJA VISTA
O verbo será invariável caso o nome a que se refere esteja no singular. Estando no plural, o verbo poderá ficar no singular ou no plural.
Esforçou-se para passar no concurso, haja vista o incentivo do pai.
Esforçou-se para passar no concurso, haja vista o incentivo dos pais. / Esforçou-se para passar no concurso, hajam vista os incentivos dos pais.
6.2. CONCORDÂNCIA NOMINAL
REGRA GERAL: Os adjuntos adnominais – artigo, adjetivo, pronome adjetivo, numeral adjetivo – concordam com o substantivo a que se referem em gênero e número.
As nossas duas principais cidades já estão superpovoadas.
6.2.1. PRINCIPAIS CASOS DE CONCORDÂNCIA NOMINAL
6.2.1.1. ADJETIVO ANTEPOSTO
· O adjunto adnominal concorda apenas com o mais próximo. O cavalheiro ofereceu-lhe perfumadas rosas e lírios.
· O predicativo vai para o plural no gênero predominante. O vencedor considerou satisfatórios a nota e o prêmio. Entretanto, o predicativo anteposto também poderá concordar com o núcleo mais próximo. É preciso que mantenham limpas as ruas e os jardins. Mantenha acesas as lâmpadas e os lampiões. Estava deserta a vila, a casa e o tempo.
6.2.1.2. ADJETIVO POSPOSTO
· Concorda com o mais próximo em gênero e número. Os concursandos passam por problemas e provas complicadas.
· Vai para o plural no gênero predominante (em caso de gêneros diferentes, predomina o masculino). Os concursandos passam por problemas e provas complicados.
DICA: Se os substantivos pospostos forem nomes próprios ou indicarem graus de parentesco ou título de nobreza, a concordância deverá ser gramatical. Falei com os empenhados Dario e Samara.
6.2.1.3. MESMO
· Concorda com o nome a que se refere. As mulheres mesmas exigiram igualdade. Elas querem os mesmos direitos e as mesmas obrigações.
· Quando se referir a verbos ou denotar inclusão, será invariável. As mulheres exigiram mesmo (=até, inclusive) igualdade de direitos. Mesmo (=até) as mulheres querem tiram vantagem de sua condição.
6.2.1.4. BASTANTE
· Concorda com o nome a que se refere. O estudo gera bastantes ansiedades e poucas incertezas.
· ‘Bastante’ será advérbio, portanto, invariável, quando se referir a verbos, adjetivos ou advérbios. Não a procuramos bastante para encontrá-la. Todos parecem bastante ansiosos. O ancião, na noite anterior, passara bastante mal.
6.2.1.5. MEIO
· Concorda com o substantivo a que se refere (indicando fração). Não serei homem de meias palavras.
· Referindo-se a adjetivos, será advérbio, ou seja, permanece invariável. A funcionário sentiu-se meio envergonhada com a situação.
6.2.1.6. LESO
· Concorda em gênero e número com o 2º vocábulo composto. Seu comportamento revela desvios de lesos-caracteres. Ele cometeu um crime de lesa-pátria.
6.2.1.7. QUITE
· Concorda com o nome a que se refere. Os eleitores ficaram quites com suas obrigações cívicas. Só fara prova o aluno quite com a tesouraria do colégio.
6.2.1.8. SÓ
· Será adjetivo (só = sozinho), concordando com o nome a que se refere. Merecem elogios os meninos que se fazem por si sós.
· Denotando circunstância adverbial (só = somente), permanece invariável. Só os deuses são imortais.
ATENÇÃO: A locução ‘a sós’ é invariável. Nesses casos, nada melhor do que uma conversa a sós.
6.2.1.9. ANEXO, INCLUSO, SEPARADO
· Concordam com o nome a que se referem. Anexas à carta seguirão as duplicatas correspondentes. Remetemos inclusos os autos pertinentes ao inquérito. Seguem separadas as cópias das notas ficais.
ATENÇÃO: As locuções ‘em anexo’ e ‘em separado’ são invariáveis. Em anexo, seguirão as duplicatas correspondentes. Seguem, em separado, as cópias das notas fiscais.
6.2.1.10. POSSÍVEL
· Concorda com o nome a que se refere. Já fizemos todas as tentativas possíveis.
ATENÇÃO: ‘Possível’ deve permanecer no singular com as expressões superlativas ‘o mais’, ‘o menos’, ‘o melhor’, ‘o pior’. Mantenha os alunos o mais ocupados possível. Porém, deve ser flexionado no plural quando as expressões também estiverem no plural. Na Suíça, fabricam-se os melhores relógios possíveis.
DICA: A expressão ‘o quanto possível’ é invariável. Gosto de chocolates tão amargos o quanto possível.
6.2.1.11. É BOM, É PROIBIDO, É NECESSÁRIO, É PERMITIDO
· Ficarão invariáveis quando o substantivo a que se referem estiver sendo usado em sentido geral, ou seja, não determinado por artigo ou pronome. É necessário paciência para atuar suas maluquices. É proibido entrada. Água é bom para a saúde.
· Quando houver determinante, a concordância dá-se obrigatoriamente com este. É necessária a paciência para aturar suas maluquices. É proibida a entrada. Esta água é boa para a saúde.
6.2.1.12. UM E OUTRO, UM OU OUTRO, NEM UM NEM OUTRO
· Quando seguidas de substantivo e/ou adjetivo, terão a seguinte sintaxe: substantivo no singular e adjetivo no plural. Um e outro candidato preparados passou/passaram no concurso. Um ou outro vagalume brilhantes tornava mais vasta a escuridão. Nem um nem outro político demagogos votou/votaram a emenda.
6.2.1.13. MENOS, ALERTA, PSEUDO, SALVO
· São invariáveis. Os policiais estão alerta, embora haja menos greves hoje. Salvo as enfermeiras, todas as demais são suspeitas.
6.2.1.14. A OLHOS VISTOS
· Expressão invariável. A menina emagrecia a olhos vistos.
6.2.1.15. TAL QUAL
· Concorda com os respectivos sujeitos. Os jogadores do Vasco são tais qual o próprio time. (‘tais’ concorda com ‘jogadores’, e ‘qual’ com ‘time’).
7. REGÊNCIA
7.1. SINTAXE DE REGÊNCIA
Esta expressão significa “uso ou não da preposição”, isto é, “estudo dos elementos regentes e dos elementos regidos”. “Regentes” são os termos que pedem complementos; “regidos”, os que complementam o sentido dos primeiros.
	TERMO REGENTE
	TERMO REGIDO
	Estas explicações são úteis
O candidato visa
	aos candidatos.
ao cargo.
Sintaxe de regência estuda as relações de dependência entre os componentes da oração. Regência nominal refere-se aos casos em que substantivos, adjetivos ou advérbios exigem preposição; regência verbal, quando o verbo exige o emprego de preposições.
7.1.1. REGÊNCIA NOMINAL
É a relação entre um termo transitivo (substantivo, adjetivo ou advérbio) e seu complemento, intermediada por uma preposição.
Estas explicações são úteis aos candidatos. (adjetivo ‘úteis’ é o termo regente, que exige a preposição ‘a’; ‘aos candidatos’ é o termo regido)
Ele agiu contrariamente à sua vontade. (advérbio ‘contrariamente’ é o termo regente, que pede a preposição ‘a’; ‘à sua vontade’ é o termo regido)
ATENÇÃO: Em orações subordinadas adjetivas (iniciadas por pronome relativo), sempre que o nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) pedir preposição, esta deverá ser anteposta ao relativo.
O caminho a que você tem acesso é mais curto. (oração subordinada adjetiva restritiva. Substantivo ‘acesso’ pede preposição ‘a’, devendo ser anteposta ao pronome relativo ‘que’)
	SUBSTANTIVOS E SUAS REGÊNCIAS
	acesso a
admiração a, de por, perante
afeição a, por
alusão a
atenção a, para
atentado a, contra
aversão a, por, em
busca por
capacidadede, para, em
	controle sobre
culto a
desrespeito a
devoção a, com, para com, por
dificuldade com, de, em
dúvida acerca de, de, em, sobre
formação de, em
dúvida acerca de, de, em, sobre
formação de, em
	habilidade de, em, para
influência de, para
ímpeto com
invasão de
liberdade a, para, de
manutenção de, em
medo de
necessidade de
manutenção de, em
	medo de
necessidade de
obediência a, de para com
ódio a, contra
ojeriza a, contra, por
preferência a, por
produto de
reação a
respeito a, com, de, para com, por
	ADJETIVOS E SUAS REGÊNCIAS
	acessível a
acostumado a, com
agradável a, para, de
alheio a
ansioso de, para, por
atento a, em
ávido de, por
benéfico a
capaz de, para
carente de
compatível com, entre
consciente de
contemporâneo a, de
contíguo a, com entre
	contraditório a, de com, entre
contrário a
convicto de
cuidadoso com
desacostumado a, com
desatento a
desfavorável a
diferente de, entre, por
essencial a, para
estranho a
fácil a, para, em, de
favorável a, para
fiel a
grato a
	hábil em, para
habituado a, com
imbuído de, em
impróprio a, de, para
inacessível a
indeciso em
insensível a, para, com, para com
junto de, a
leal a
maior de
natural de
necessário a
nocivo a
obediente a
	odioso a, para
passível de, a
posterior a
preferível a
prejudicial a
prestes a, em, para
próprio a, de
próximo a, de
querido de, por
relacionado a, com
residente em
satisfeito com, de, em, por
semelhante a, em
sensível a, para
O estudo da regência nominal está intimamente relacionado ao emprego do acento grave indicativo de crase.
O mau cidadão mostra desrespeito às leis. (desrespeito a)
Ele agiu contrariamente à sua vontade. (contrariamente a)
7.1.2. REGÊNCIA VERBAL
É a relação que o verbo estabelece com seu complemento. Dependendo da relação, o verbo pode apresentar diferença de significado. A seguir, as relações de verbos e significações e regências mais recorrentes.
	ASPIRAR
	Respirar, inspirar, sorver – verbo transitivo direto
	Almejar, desejar, pretender – verbo transitivo indireto
	Nós aspiramos o perfume das flores.
	O aluno aspirava ao cargo.
OBS 1: No sentido de desejar ardentemente, ‘fazer votos por (algo), procurando chamar para si (‘aspirar’) o que deseja’, o verbo ‘aspirar’ é transitivo indireto, regendo a preposição ‘a’.
Aspiramos a tudo o que é bom.
Todos aspiramos à felicidade.
OBS 2: Com o verbo ‘aspirar’, o objeto indireto ‘a ele(s)’, ‘a ela(s)’ não é conversível na forma pronominal ‘lhe(s)’. Assim, não se admite essa substituição. Em outras palavras, não se diz aspiro-lhe, mas sim aspiro a ele(s), a ela(s).
	ASSISTIR
	Prestar assistência, ajudar, acompanhar – transitivo direto ou transitivo indireto
	Morar – verbo intransitivo
	Estar presente, presenciar, caber – verbo transitivo indireto
	O médico assiste o paciente.
O médico assiste ao paciente.
	Aquela moça linda assiste em Ipanema.
	Os torcedores assistiram ao jogo de futebol.
Este direito não assiste a você.
	VISAR
	Mirar, pôr o visto – verbo transitivo direto
	Almejar, pretender – verbo transitivo indireto
	O gerente visa o cheque.
O atirador de elite visa o alvo.
	Aluno visa ao cargo.
OBS: No sentido de ‘almejar’, ‘pretender’, o verbo ‘visar’ é transitivo indireto, pedindo a preposição ‘a’. Entretanto, devido à semântica de ‘buscar, procurar, pretender’, passou-se a aceitar também a transitividade direta, dispensando a preposição. Portanto, a preposição é facultativa.
Todas essas considerações visam apenas glosar os debates.
O ataque visava cortar a retaguarda de linha de frente.
Aquilo não visava outro interesse.
Geralmente nós não visamos o mal, visamos o remédio.
	AGRADAR
	Contentar, afagar – verbo transitivo direto
	Satisfazer, ser agradável – verbo transitivo indireto ou intransitivo
	Preciso meter a cara no estudo, para agradar minha mãe.
A criança chorava; a mãe se pôs a agradá-la.
	Os discursos dos políticos não agrada à população.
A solução agradou.
	IMPLICAR
	Acarretar, ter como consequência – verbo transitivo direto
	Envolver-se, ter implicância com – verbo transitivo indireto
	O estudo dedicado implicará sua aprovação.
	Sem recursos, ele implicou-se em assaltos.
A babá implica com aquela criança.
OBS: O verbo ‘implicar’, no sentido de ‘causar, acarretar’, é transitivo direto. (...) sem que a investida do novo chefe implicasse a menor quebra no movimento político e social. Modernamente, entretanto, já é admitida a regência indireta do verbo ‘implicar’, regendo o emprego da preposição ‘em’.
	CHAMAR
	Verificar a presença, invocar o nome de santos, acarretar – verbo transitivo direto
	Invocar auxílio, ajuda ou proteção – verbo transitivo indireto
	Avocar, assumir, tomar – verbo transitivo direto e indireto
	O professor chama os alunos.
Uma mentira chama a outra.
	A freira chamou por Deus.
	Ele chama a (ou sobre si) a responsabilidade da decisão.
OBS: O verbo ‘chamar’ apresenta uma particularidade. Quando usado no sentido de ‘apelidar, qualificar, tachar’, é transobjetivo – necessita de mais alguma informação para não prejudicar a coerência do período –. Além de complemento verbal (objeto direto ou objeto indireto), deverá ser seguido de predicativo, que por sua vez pode ou não ser acompanhado de preposição ‘de’.
	OD + PREDICATIVO
	OD + PREDICATIVO, precedido da preposição ‘de’
	OI + PREDICATIVO
	OI + PREDICATIVO, precedido da preposição ‘de’
	Chamaram-no fiel.
	Chamaram-no de fiel.
	Chamaram-lhe fiel.
	Chamaram-lhe de fiel.
	CUSTAR
	Acarretar, causar implicações – verbo transitivo direto e indireto
	Indicando preço – verbo intransitivo
	O impulso custou-lhe muito esforço.
A conquista do pão custa ao pobre muitos sacrifícios
	Aquele casaco custou trezentos reais.
OBS: Quando o verbo ‘custar’ for usado no sentido de ‘ser custoso, ser difícil’, deverá ser empregado na 3ª pessoa do singular, tendo como sujeito a oração reduzida de infinitivo. Esta, por sua vez, pode ser precedida de preposição expletiva ‘a’, mas sua retirada não traz prejuízo à estrutura da frase.
Custou-me muito a brigar com Sabina.
Custou-me muito brigar com Sabina.
	PROCEDER
	Dar início, realizar – verbo transitivo indireto
	Originar-se, agir, comportar-se, ter fundamento – verbo intransitivo
	O juiz procedeu ao julgamento.
	Seu julgamento não procede.
João não procedeu bem durante a cerimônia.
O navio procede da Itália.
	ATENDER
	Dar, prestar atenção, responder, tomar em consideração, considerar, levar em conta, ter em vista – verbo transitivo direto ou transitivo indireto
	Conceder audiência, receber, dar despacho favorável, deferir, acatar – verbo transitivo direto
	Atentar, reparar – verbo transitivo indireto
	O diretor atendeu aos (ou os) interessados.
O diretor atendeu-os no que foi possível.
Seu telefone não atende às (ou as) chamadas.
Atender à (ou a) lição dos fatos.
	O Papa atenderá os peregrinos.
O governo atendeu as reivindicações dos grevistas.
	Atendia, de longe, aos acontecimentos.
Não atendeu para os primeiros sintomas da doença.
	ESQUECER / LEMBRAR / RECORDAR
Verbos transitivos diretos
	Esqueci o teu nome.
Lembrei o teu nome.
Recordei o teu nome.
	ESQUECER-SE / LEMBRAR-SE / RECORDAR-SE
Verbos pronominais com transitividade indireta
	Esqueci-me do teu nome.
Lembrei-me do teu nome.
Recordei-me do teu nome.
	AVISAR / INFORMAR
Verbos transitivos diretos e indiretos. Admitem OD para nome e indireto para coisa, e vice-versa.
	Avisei o menino do seu recado. / Avisei seu recado ao menino.
Informei o gabarito aos candidatos. / Informei os candidatos do gabarito.
	COMUNICAR / CIENTIFICAR – verbos transitivos diretos e indiretos
	COMUNICAR – quando usado no sentido de ‘fazer saber, participar’, apresenta OD para coisa e OI para pessoa.
	CIENTIFICAR – quando usado no sentido de ‘tomar ciente, informar, tomar conhecimento’, exige OD para pessoa e OI para coisa.
	Comuniquei o resultado aos alunos.
	Cientifiquei os alunos do resultado.
OBS: Modernamente admite-se ‘cientificar-lhe algo’ (Cientifiquei o resultado aos alunos.), ou seja, o emprego do complemento direto para coisa e do indireto para pessoa.PAGAR / PERDOAR
Verbos transitivos diretos e indiretos. OD é relacionado à coisa e OI à pessoa.
	Paguei a dívida ao agiota. / Paguei-lhe a dívida.
Perdoei o roubo ao ladrão. / Perdoei-lhe o roubo.
	SIMPATIZAR / ANTIPATIZAR
Verbos transitivos indiretos. Esses verbos não são pronominais, ou seja, escrever ‘simpatizar-se / antipatizar-se’ é erro.
	Simpatizei com aquela moça da praia.
Antipatizei com seu amigo.
	PREFERIR
Verbo transitivo direto e indireto
	Prefiro banana a maçã.
OBS 1: Na linguagem cotidiana, é comum ouvir Prefiro banana do que maçã, assim como Prefiro mais banana do que maçã. Segundo a norma culta formal, trata-se de erro, e deve ser evitado.
OBS 2: É preciso ter atenção ao paralelismo sintático (estrutural). Prefiro banana a maçã. Prefiro a banana à maçã. No primeiro caso, como não se tem o artigo definido ‘a’, o ‘a’ antes de ‘maçã’ é preposição regida pelo verbo ‘preferir’. No segundo caso, usou-se o artigo definido ‘a’, também sendo exigido o mesmo artigo antes de ‘maçã’; nesse caso, há fusão do artigo e a preposição, ocasionando a crase.
	OBEDECER
Verbo transitivo indireto
	O bom cidadão obedece às ordens do guarda.
O mau cidadão desobedece às ordens do guarda.
	MORAR / RESIDIR / SITUAR-SE
Verbos intransitivos. Indicam permanência.
	Moro em Copacabana.
Resido em Copacabana.
Situo-me em Copacabana.
	IR / CHEGAR
Verbos intransitivos. Indicam movimento.
	Vou ao teatro. (correto) / Vou no teatro. (errado)
Cheguei à capital do país. (correto) / Cheguei na capital do país. (errado)
7.1.2.1. VERBOS COM REGÊNCIAS DIFERENTES
Sempre que houver formas verbais com regências distintas relacionadas a um mesmo complemento, será necessário apresentar dois objetos.
Olhei e gostei do quadro. (errado) / Olhei o quadro e gostei dele. (correto)
7.2. EMPREGO DO ACENTO GRAVE
Crase é a fusão de duas vogais iguais. Atente-se que crase é diferente de acento grave. Ou seja, crase não é acento, mas sim um fenômeno linguístico.
7.2.1. REGRAS BÁSICAS
a) Preposição ‘a’ + artigo definido ‘a(s)’
DICA: (1) verifique se o termo regente – o verbo ou o nome – exige a preposição ‘a’; (2) verifique se o termo regido admite a anteposição do artigo definido ‘a(s)’.
O aluno estava atento à aula do professor.
b) Preposição ‘a’ + pronome demonstrativo ‘aquele’ (e flexões)
DICA 1: (1) verifique se o termo regente – o verbo ou o nome – exige a preposição ‘a’; (2) haverá o encontro do ‘a’ preposição com o ‘a’ inicial do pronome ‘aquele’ (e flexões).
Refiro-me àquele candidato.
DICA 2: antes da preposição ‘de’ e do pronome relativo ‘que’, o ‘a(s)’ equivalerá ao pronome demonstrativo ‘aquela(s). Assim, (‘)verifique se o termo regente – o verbo ou o nome – exige a preposição ‘a’; (2) havendo combinação de pronome demonstrativo ‘a(s)’ seguido ou do pronome relativo ‘que’ ou da preposição ‘de’, haverá fusão com o ‘a’ inicial da forma pronominal ‘a(s)’.
A prancha que ganhei é igual à que você comprou.
Sua blusa é igual à da vitrine.
c) Preposição ‘a’ + pronome relativo ‘a(s) qual(is)’
Com o pronome relativo ‘a qual’, ‘as quais’, o fenômeno da crase ocorre somente se: (1) o termo posterior ao pronome relativo reger a preposição ‘a’; (2) o termo anterior ao pronome relativo admitir o emprego do artigo definido ‘a(s)’.
A aula à qual o aluno estava atento é divertida.
7.2.2. CASOS PROIBIDOS
Não haverá o fenômeno da crase antes de:
	a) Palavras masculinas (pois não admitem artigo definido feminino).
Mas atenção: se as expressões ‘à moda de’ ou ‘à maneira de’ estiverem implícitas, subentendidas, devemos empregar o acento grave.
	Pedimos um bife a cavalo. / Andamos a pé.
Neymar fez um gol à Pelé. (=Neymar fez um gol à moda de Pelé.)
	b) ‘A’ no singular (preposição rígida), quando o termo regido estiver no plural.
	Não vai a festas em sua homenagem.
	c) Pronomes pessoais, pronomes demonstrativos de 1ª e 2ª pessoas (este(s), esta(s), isto, esses(s), essas(s), isso), pronomes indefinidos (tudo, nada, todo(s), cada, qualquer), pronomes relativos (cujo(s), cuja(s), quem) e pronomes de tratamento (iniciados por ‘vossa’ ou ‘sua’).
Em regra, os pronomes não admitem a anteposição do artigo definido feminino, exceto os pronomes indefinidos ‘outras’, ‘várias’, ‘demais’.
DICA: as formas ‘dama’, ‘dona’, ‘madame’ e os pronomes de tratamento ‘senhora’ e ‘senhorita’ admitem anteposição do artigo definido feminino ‘a(s)’. Por essa razão, se a regência exigir a preposição ‘a’, deve-se empregar acento grave.
	Contaram tudo a ela.
Não dou importância a essa confusão.
Atendemos a qualquer hora do dia.
Envie flores a quem você ama.
Sugerimos a Vossa Excelência que o processo seja arquivado.
Mas: Refiro-me às outras pessoas. / Refiro-me a outras pessoas.
O mordomo referiu-se à madame. / Diga à senhora diretora que está tudo certo.
	d) Verbos. Ainda que estejam substantivados (‘o cantar’, ‘o nascer’), os verbos recebem artigo masculino e não feminino.
	A partir de hoje, não erro mais questão assim. / Preço a combinar.
	e) Artigos indefinidos.
DICA: Fabiano chegou à uma. Temos indicação de hora (‘uma hora’), e não do artigo definido ‘uma’. Logo, emprega-se o acento grave.
	O rapaz dirigiu-se a m canto da sala.
7.2.3. CASOS ESPECIAIS
O acento grave não deve ser empregado:
	a) Antes das palavras ‘casa’ e ‘distância’, quando estas não estiverem determinadas.
DICA: caso estiverem determinados, o acento grave deve ser empregado.
	Pedro chegou a casa e logo foi dormir. / O rapaz flertava a moça a distância.
Sofia chegou à casa de Pedro. / O rapaz flertava a moça à distância de um metro.
	b) Antes da palavra ‘terra’, sempre que trouxer ideia de terra firme, opondo-se à ideia de estar a bordo (nesse caso, a palavra é antecedida apenas pela preposição).
Havendo qualificação, uma determinação da palavra ‘terra’, admite-se a anteposição do artigo definido ‘a’, ocorrendo o fenômeno de crase.
Temos uma ressalva: há crase quando ‘Terra’ designa nome do planeta.
	Os marinheiros voltaram a terra.
Os marinheiros voltaram à terra de seus sonhos.
Os astronautas retornaram à Terra. (=Os astronautas retornaram ao planeta.)
	c) Entre palavras repetidas. Aqui, há apenas a preposição unindo dois substantivos que originam uma expressão.
	Finalmente fiquei face a face com a tão esperada prova.
Li seu relatório página a página.
7.2.4. ACENTO GRAVE ANTES DE PRONOMES POSSESSIVOS FEMININOS
	PRONOME ADJETIVO POSSESSIVO FEMININO
	PRONOME SUBSTANTIVO POSSESSIVO FEMININO
	Estando o pronome no singular, temos 2 situações:
1) Caso o pronome adjetivo possessivo esteja empregado sem artigo, não haverá crase, ainda que o termo regente exija a preposição ‘a’.
O cônsul enviou várias cartas a sua filha. (‘a’ = preposição)
2) Caso o pronome adjetivo possessivo esteja empregado com artigo, haverá crase, desde que o termo regente exija a preposição ‘a’.
O cônsul enviou várias cartas à sua filha. Conclui-se que, antes de pronome adjetivo possessivo feminino no singular, o uso da crase é facultativo.
Estando o pronome no plural, o emprego da crase, em regra, é obrigatório.
O cônsul enviou várias cartas às suas filhas.
DICA: se, no contexto, aparecer apenas a preposição ‘a’, não ocorre crase, ainda que o pronome adjetivo possessivo feminino esteja no plural. O cônsul enviou várias cartas a suas filhas.
	Antes de pronomes substantivos possessivos femininos (no singular ou no plural), o emprego do acento grave é obrigatório.
Não deram atenção a(à) minha queixa, nem à sua. (o pronome ‘sua’ substitui ‘queixa).
Não deram atenção às minhas queixas, nem às suas. (o pronome ‘suas’ substitui ‘queixas’).
7.2.5. ACENTO GRAVE ANTES DE NOMES PRÓPRIOS FEMININOS
Antes de nomes próprios (ou personativos) femininos, o emprego do acento grave e facultativo.
Diga a Joana que a estamos esperando. / Diga à Joana que estamos esperando.
DICA: se o nome próprio feminino designar personagem histórica ou entidade religiosa, não se usa acento grave, ainda que a regência exija a preposição ‘a’.
Na aula de ontem, o estagiário fez alusão a Joana d’Arc. / Joana estava solteirona; por isso, pediuum milagre a Nossa Senhora.
CUIDADO: se o nome próprio feminino que designar personagem histórica ou entidade religiosa estiver determinado, emprega-se acento grave indicativo de crase.
Na aula de ontem, o estagiário fez alusão à corajosa Joana d’Arc.
7.2.6. ACENTO GRAVE EM NOMES DE LUGAR FEMININOS
MÉTODO PRÁTICO: “Quem vai ‘a’ e volta ‘da’, crase há. Quem vai ‘a’ e volta ‘de’, crase pra quê?
Pretendo ir à Bahia. (=Pretendo voltar da Bahia.) / Fui à França. (=Voltei da França).
Iremos a Paris. (=Voltaremos de Paris.) / Pretendo ir a Copacabana. (=Pretendo voltar de Copacabana.)
DICA: Se os topônimos estiverem determinados, ocorre crase.
Iremos à Paris das luzes. (=Voltaremos da Paris das luzes.)
Pretendo ir à Copacabana da Bossa Nova. (=Pretendo voltar da Copacabana da Bossa Nova.)
7.2.7. ACENTO GRAVE EM LOCUÇÕES
O acento grave deve ser empregado em locuções cujo núcleo é formado (sempre) por palavra feminina. As locuções femininas classificam-se em:
	a) Adverbiais: à baila, à beça, às claras, à direita, às escondidas, à esquerda, à força, às moscas, à noite, às pressas, à revelia, à solta, à tarde, às vezes, à vista, à vontade.
	Passarei no concurso e comprarei um carro à vista.
Para comemorar a aprovação no concurso, iremos ao teatro à noite.
	b) Prepositivas (terminadas por uma preposição essencial): à altura de, à base de, à beira de, às custas de, à espera de, às expensas de, à frente de, à maneira de, à mercê de, à moda de, à procura de.
	Esses alunos ficarão à frente dos demais candidatos.
O aluno foi aprovado no concurso; portanto, está à espera da convocação.
	c) Conjuntivas: à medida que, à proporção que.
	Você ficará mais preparado para o concurso à medida que estudar.
À proporção que você for promovido, sua remuneração aumentará.
	d) Adjetivas: à brasileira, à milanesa, à toa.
	Fiquei em casa à toa.
Ontem comi um bife à milanesa.
OBSERVAÇÕES:
1) Na locução prepositiva ‘até a’ (equivalente à preposição ‘até’), o emprego da preposição ‘a’ é facultativo.
Empolgado com a aprovação, corri até à praia de Botafogo. / Empolgado com a aprovação, corri até a praia de Botafogo.
2) O acento grave também deve ser empregado em locuções femininas que indicam hora.
Saí de casa às quatro horas da tarde. / Ele voltará à uma.
3) Indicando tempo passado, devemos usar o verbo ‘haver’. Indicando tempo futuro, devemos usar a preposição ‘a’.
O candidato terminou a prova há duas horas. / O candidato terminará a prova daqui a duras horas.
8. PONTUAÇÃO
8.1. INTRODUÇÃO
Uma oração está na ordem direta quando seus termos estiverem na seguinte ordem:
SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO(S) + ADJUNTO(S)
O professor iniciará a aula às sete horas.
Aquele servidor deu ordens aos terceirizados ontem.
CASOS PROIBIDOS:
1) Não se deve separar por vírgula o sujeito de seu predicado e os verbos de seus complementos.
Fabiano, comprou um carro na concessionária. (errado)
Fabiano comprou, um carro na concessionária. (errado)
Fabiano comprou um carro na concessionária. (certo)
2) Não se emprega vírgula entre o termo regente e o termo regido (adjuntos adnominais e complementos nominais)
Aquele, aluno de Brasília passou no concurso. (errado)
Aquele aluno de Brasília passou no concurso. (certo)
O estudo é necessário, à aprovação. (errado)
O estudo é necessário à aprovação (certo)
3) A posição originária do adjunto adverbial é o final do período. Seguindo a ordem direta, a vírgula entre o complemento do verbo e o adjunto adverbial é facultativa.
Aquele funcionário deu ordens a nós, ontem. (correto)
Aquele funcionário deu ordens a nós ontem. (correto)
A ordem direta pode ser rompida por inversões ou intercalações, constituindo o que se convencionou chamar de ordem inversa.
O professor iniciará, às sete horas, a aula.
O professor, às sete horas, iniciará a aula.
Às sete horas, o professor iniciará a aula.
Quando os adjuntos adverbiais deslocados forem curtos e de fácil entendimento, o emprego da vírgula fica dispensado.
Ontem, estudei bastante. / Ontem estudei bastante.
Felizmente, cheguei antes de o portão fechar. / Felizmente cheguei antes de o portão fechar.
Entretanto, quando houver intenção de realçá-los, recomenda-se o emprego da vírgula: Depois, tudo caiu em silêncio.
8.2. VÍRGULA
	No interior das orações, emprega-se vírgula para:
	a) Separar apostos (exceto os especificativos) e vocativos.
	O leão, o rei da selva, é um animal carnívoro.
Preste atenção, caro aluno! / Caro aluno, preste atenção!
	b) Separar nomes de lugar nas datas.
	Brasília, 09 de junho de 2016.
	c) Separar núcleos de uma mesma função sintática ou componentes de uma enumeração quando não vêm unidos pelas conjunções “e”, “ou” e “nem”. *
	Eu, você e ele seremos aprovados.
Ele comprou couve, alface, coentro e agrião.
	d) Indicar elipse (omissão) de um termo.
	Ele canta a vida; e você, a morte.
Bebida mata; velocidade, também.
	e) Separar os pleonasmos, as repetições.
	A casa é linda, linda.
Nunca, nunca, meu amor!
	f) Separar termos de ordem inversa ou adjuntos adverbiais antecipados.
	Ele, diariamente, resolvia questões.
Na Europa, afirma que o clima é frio.
Lá fora, chove bastante.
	g) Separar partículas e expressões de explicação, correção, continuação, conclusão, concessão (qual seja, a saber, por exemplo, aliás, isto é, ou melhor, ou seja, não obstante).
	Este curso é muito bom, isto é, esclarecedor.
Fiz os exercícios, ou melhor, as questões.
Sairá amanhã, aliás, depois de amanhã.
	h) Separar conjunções coordenativas adversativas ou conclusivas deslocadas. **
	Não consegui, entretanto, engordar.
Estudaram muito, portanto, foram aprovados.
	Entre orações, emprega-se a vírgula para:
	a) Separar orações coordenadas assindéticas.
	Ele comeu, bebeu, conversou e saiu.
	b) Separar orações coordenadas sindéticas, salvo as introduzidas pela conjunção “e”. ***
	Há aqueles que se esforçam muito, porém raramente são conhecidas.
Estudamos bastante, logo seremos aprovados.
	c) Separar orações subordinadas antepostas às orações principais.
	Se eu estudar, passarei no concurso.
Embora ele não tivesse estudado, passou no concurso.
	d) Separar orações reduzidas de infinitivo, de gerúndio e de particípio ou orações adverbiais que iniciam o período.
	Ao entrar o fiscal de sala, os candidatos se calaram.
Estudando assim, será aprovado.
Terminado o curso, houve a aprovação.
	e) Separar orações intercaladas.
	O professor, disse o estagiário, já distribuiu as notas dos alunos.
	f) Separar orações adjetivas explicativas.
	As frutas, que estavam maduras, caíram no chão.
O soldado, que era arguto, entendeu as ordens.
* O último sujeito não é separado do verbo por vírgula: Carlos Gomes, Vítor Meireles, Pedro Américo, José de Alencar tinham-nas começado.
** “Mas” deve ser empregada no começo da oração; “porém”, “todavia”, “contudo”, “entretanto” e “no entanto” podem vir ora no início da oração, ora após um de seus termos. No primeiro caso, põe-se a vírgula antes da conjunção; no segundo, vem ela isolada por vírgulas: Vá aonde quiser, mas fique morando conosco. / Vá aonde quiser, porém, fique morando conosco.
*** Emprega-se vírgula para separar orações coordenadas alternativas, quando proferidas com pausa: Ele sairá daqui logo, ou me desligarei do grupo. A mesma regra vale quando o conectivo “ou” exprimir retificação: Teve duas fases a nossa paixão, ou ligação, ou qualquer outro nome, que eu de nome... Entretanto, quando o “ou” denotar equivalência, não se emprega vírgula: Solteiro ou solitário se prende ao mesmo termo latino.
OBS: As orações coordenadas sindéticas introduzidas pela conjunção “e” podem vir separadas de suas respectivas orações principais. São 3 casos:
1) Quando as orações apresentarem sujeitos distintos: Elas estarão de folga, e eu tomarei conta da casa. Modernamente, a vírgula é facultativa no exemplo. Mas atenção: não haverá vírgula quando o sujeito das orações for o mesmo (Elas estarão de folga e tomarão conta da casa.).
2) Quando a conjunção “e” aparecer repetida por várias vezes, constituindo a figura de linguagem polissíndeto: Trejeita,e canta, e ri nervosamente.
3) Quando a conjunção “e” possuir matiz semântico de adversidade: Não estudou, e passou no concurso.
8.3. PONTO E VÍRGULA
Este sinal é empregado para denotar que o período não foi encerrado integralmente, contribuindo com a clareza textual. É utilizado:
	a) Em orações coordenadas extensas, quando, dentro destas, já houver a ocorrência de vírgula.
	Ela, que é muito esperta, queria uma ajuda do pai; necessitava, acima de tudo, da aquiescência da mãe, dos avós e dos irmãos; sabia que, antes de qualquer coisa, o seu nome estava em jogo.
	b) Para separar itens de uma lei, estatuto, decreto ou documento semelhante.
	Art. 1º Será considerado mau cidadão aquele que cometer algumas das seguintes faltas:
I) cuspir no chão, em ambientes fechados ou abertos;
II) avançar o sinal vermelho em qualquer via pública;
III) jogar lixo fora das lixeiras, mesmo que o detrito se resuma a um minúsculo papel de bala; e
IV) atirar latas de cerveja ou refrigerantes nas vias públicas, através das janelas do veículo, parados ou em movimento.
	c) Antes de conjunções adversativas e conclusivas, empregadas no início da oração, acentuando os conectivos.
	Vá aonde quiser; porém, fique morando conosco.
Ela acertou; está, pois, de parabéns.
	d) Em orações coordenadas assindéticas, ainda que apresentem um valor adversativo.
	Fiz todo o meu serviço; ninguém reconheceu meu esforço.
(= Fiz todo o meu serviço, porém ninguém reconheceu o meu esforço.)
8.4. DOIS-PONTOS
Apresentam a função de enunciação, marcando uma supressão de voz em frases ainda não concluídas.
	a) Anunciar uma citação.
	O chefe disse: o horário de trabalho é igual para todos.
	b) Anunciar uma enumeração.
	Comprou dois presentes: um livro e uma caneta.
	c) Anunciar uma explicação ou desdobramento de ideia, indicando conclusão, síntese, esclarecimento, consequência.
	São causas da doença: falta de alimentação adequada, estresse e noites sem dormir.
	d) Caracterizar diálogos, antes dos discursos diretos.
	Acrescentou, em voz meia surda, como se lhe custasse sair do coração apetado esta palavra de agradecimento: - Obrigada.
	e) Acompanhar, antes ou depois, aposto resumitivo.
	Vinho, dinheiro, mulheres: nada o alegrava mais.
OBS: Depois do vocativo de cartas, requerimentos, ofícios, costuma-se colocar dois-pontos, vírgula ou ponto, sendo a vírgula o sinal preferido.
8.5. PONTO
Representa a pausa máxima do período, sendo empregado para:
	a) Encerrar uma linha de raciocínio (ponto final), indicando um fim de uma frase declarativa.
	Vocês não terão dificuldades em usar o ponto.
	b) Separar orações independentes, dentro de um mesmo parágrafo.
	Atravessa o seu amor e o seu inferno. Penteava-se diante do espelho. Estava vazio o seu coração.
	c) Separar grupo de ideias distintas (ponto-parágrafo).
	(...) O engenheiro dava-me assim as suas despedidas, como os namorados, fazendo os derradeiros agrados. / Na estação estava o povo de Angico esperando o trem.
	d) Escrever abreviaturas de palavras.
	Prof., U.S.A.
OBS: Quando o período, oração ou frase terminam por abreviatura, não se coloca ponto final adiante do ponto abreviativo.
8.6. PONTO DE EXCLAMAÇÃO
Dá expressividade à leitura e à escrita, sendo responsável pela variação melódica impressa à voz. Empregado para:
	a) Indicar, dependendo da intenção da mensagem, surpresa, espanto, animação, alegria, ironia, dor, além de acompanhar as interjeições e intensificar as mensagens imperativas.
	Pega! Ele está fugindo!
	b) Depois de uma interjeição.
	Olé! Exclamei.
OBS: Geralmente, emprega-se letra maiúscula após tal pontuação. Porém, nos casos em que o período continua além do diálogo ou quando a sequência prende-se ao texto anterior, pode-se usar minúscula.
- Dê cá a mão! dê cá! vamos!
8.7. PONTO DE INTERROGAÇÃO
Usado para indicar interrogações diretas, típicas dos diálogos. É empregado:
	a) Quando o período pede uma resposta (frase interrogativa direta).
	Quem fez isso? Como te chamas?
	b) Geralmente depois do advérbio “não”, quando se deseja confirmar uma ideia.
	Esse filho é seu mesmo, não?
OBS: Devemos empregar letra minúscula quando o período continua (interrogação interna), por se tratar de diálogo citado (discurso direto).
Já tomou o remédio? perguntei.
8.8. ASPAS
	a) Antes e depois de uma citação textual retirada de outro documento escrito.
	“A bomba não tem endereço certo.” (CM)
Definiu César toda a figura da ambição quando disse aquelas palavras: “Antes o primeiro na aldeia do que o segundo em Roma.”
	b) Expressões ou conceitos que se deseja pôr em evidência.
	Muitos usam aspas a fim de chamar a atenção sobre um vocábulo específico, uma forma “sutil” de evidenciar uma ideia que acham “importante”.
	c) Para grifar termos da gíria, palavras ou expressões, estrangeiras ou não, revelando ironia ou simplesmente marcando termos regionalistas.
	Assim me conto o “tira”.
A “parteira” se fechou novamente no quarto de Helena.
	d) Um título de artigos, periódicos e capítulos ou partes de um livro, de uma publicação.
	O livro “Os Sertões” foi escrito por Euclides da Cunha.
	e) Para indicar a origem estrangeira do vocábulo.
	“Sorry”, disse o cavalheiro elegantemente para a jovem dama.
	f) Isolar contextos ou falas ou pensamentos de personagens.
	Nunca aludia ao coronel, que não dissesse: “Deus lhe fale n’alma!”
	g) Para indicar ironia.
	Ele ficou muito “alegre” com a visita da sogra.
8.9. TRAVESSÃO
Não deve ser confundido com o hífen, já que liga palavras que forma uma relação na frase (Ponte Rio-Niterói). O travessão pode substituir os parêntesis para assinalar uma expressão intercalada.
Romário, gênio da pequena área, fez mais de mil gols.
Romário – gênio da pequena área – fez mais de mil gols.
Romário (gênio da pequena área) fez mais de mil gols.
Pode ser empregado também nos diálogos, para indicar mudança de interlocutor, ou para marcar o início da fala de um personagem.
- Quem vem lá? perguntou o capataz.
- Sou eu! respondeu o patrão.
O duplo travessão pode ser empregado para isolar palavras ou orações que se quer realçar ou enfatizar, ocupando o lugar da vírgula, dos dois-pontos ou dos parêntesis, e ainda para separar expressões ou frases apositivas, explicativas ou intercaladas que se deseja salientar.
Acresce que chovia – peneirava – uma chuvinha miúda, triste...
9. INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
9.1. GÊNERO TEXTUAL X TIPOLOGIA TEXTUAL
Gênero textual relaciona-se à função, ao objetivo do texto. Por exemplo: o gênero anúncio tem o objetivo de provocar uma atitude de compra; o noticiário, de informar. Já a tipologia textual refere-se à obediência a aspectos linguísticos próprios, relacionados à estrutura do texto. Por exemplo, o gênero noticiário apresenta as características pertencentes a uma narrativa.
Portanto, é necessário observar o objetivo a que se destina o texto e as técnicas/características pertinentes a cada tipo textual.
9.2. TIPOLOGIA TEXTUAL
Os mais recorrentes são os narrativos, descritivos, injuntivos (instrucionais) e dissertativos (expositivos ou argumentativos). É comum a combinação de características inerentes a esses tipos de textos em uma só superfície textual, havendo predominância de uma sobre outras.
9.2.1. NARRAÇÃO
Narrar é contar uma história, uma sequência de fatos ocorridos em determinado local e tempo. Para evidenciar uma narração, o narrador deve contar o fato ocorrido, o motivo da ocorrência, de que forma ocorreu e com quem o fato ocorreu.
9.2.1.1. ELEMENTOS BÁSICOS
· NARRADOR
É o que relata os fatos, podendo ser narrador-personagem (1ª pessoa) ou narrador-observador (3ª pessoa).
	NARRADOR-PERSONAGEM
	NARRADOR-OBSERVADOR
	Participa e narra a história ao mesmo tempo. O foco narrativo é de 1ª pessoa. A narração é subjetiva, sendo os fatos narrados de acordo com os sentimentos e emoções de quem narra.
	Relata o fato visto de fora como observador. O foco narrativo é em 3ª pessoa. A narração é objetiva, relatando os fatos e narrando-os sem demonstrar seus sentimentos.
· PERSONAGEM
É o que participa da história, podendo ser pessoa,coisa ou animal. Não há narração sem personagem. Havendo mais de um, o narrador pode separá-los em protagonista (principal) e antagonista (que se opõe ao principal). Existem ainda os personagens secundários (participam, mas não constituem o núcleo da narrativa).
· ESPAÇO/LUGAR
Localização física e geográfica dos fatos narrados, a fim de estimular a imaginação do leitor.
· TEMPO
Momento em que a história se passa. Presente, passado ou futuro. Em narrativas predomina o pretérito, pois sua característica básica é um fato consumado. O tempo da narrativa pode ser cronológico/real (linear) ou psicológico/mental (memória do narrador, podendo ser em momentos alternados).
· ENREDO
Trama envolvida em torno dos personagens, formado por sequência de ações que se desenrolam. Toda narração é marcada por uma progressão temporal: (1) exposição da ideia principal, dos personagens e do espaço; (2) desenvolvimento da ideia principal, tendo a complicação (conflitos) e o clímax (ponto culminante); (3) desfecho, concluindo a narrativa.
· TIPOS DE DISCURSO
A) DISCURSO DIRETO
Personagens apresentam suas próprias palavras através de verbos declarativos (falar, dizer, responder, argumentar, confessar, expressar). É também marcado por recursos de pontuação (dois pontos, travessão, aspas, mudança de linha).
Exemplos:
O servidor disse ao chefe:
– Pretendo fazer hora extra.
– Pretendo fazer hora extra – disse o servidor ao chefe.
O servidor disse ao chefe: “Pretendo fazer hora extra”.
“Pretendo fazer hora extra”, disse o servidor ao chefe.
B) DISCURSO INDIRETO
O narrador, com suas próprias palavras, transmite a fala dos personagens, apresentando verbos declarativos. É marcado também pela subordinação (oração subordinada substantiva objetiva direta) entre as orações, com as conjunções integrantes ‘que’ e ‘se’.
Exemplo: O servidor disse ao chefe que pretendia fazer hora extra.
	TRANSPOSIÇÃO DE DISCURSO
	DISCURSO DIRETO
	DISCURSO INDIRETO
	Enunciado em 1ª ou 2ª pessoa:
O aluno disse: - Irei à escola.
Verbo no presente do indicativo:
O aluno disse: - Sou estudioso.
Verbo no pretérito perfeito do indicativo:
O aluno disse: - Estudei ontem.
Verbo no futuro do presente:
O aluno disse: - Estudarei muito.
Verbo no imperativo, presente do subjuntivo ou futuro do subjuntivo:
- Não faça escândalo – disse o aluno.
Oração justaposta:
O aluno disse: - A prova está fácil.
Oração interrogativa direta:
O aluno perguntou: - Lá é bom?
Pronomes demonstrativos de 1ª (este, esta, isto) ou 2ª (esse, essa, isso) pessoa:
O aluno disse: - Aqui está a prova.
Advérbios de lugar ‘aqui’ e ‘cá’:
O aluno disse: - Aqui está a prova.
Presença de vocativo:
- Você vai aplicar a prova, professor? – Perguntou o aluno.
	Enunciado em 3ª pessoa:
O aluno disse que iria à escola.
Verbo no pretérito imperfeito do indicativo:
O aluno disse que era estudioso.
Verbo no pretérito mais-que-perfeito do indicativo:
O aluno disse que estudara ontem.
Verbo no futuro do pretérito:
O aluno disse que estudaria muito.
Verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo:
O aluno disse que não fizesse escândalo.
Oração com conjunção:
O aluno disse que a prova estava fácil.
Oração interrogativa indireta (forma declarativa):
O aluno perguntou se lá era bom.
Pronome demonstrativo de 3ª pessoa (aquele, aquela, aquilo):
O aluno disse que aquela era a prova.
Advérbio de lugar ‘ali’ e ‘lá’:
O aluno disse que ali estava a prova.
Presença de objeto indireto na oração principal:
O aluno perguntou ao professor se ele aplicaria a prova.
C) DISCURSO INDIRETO LIVRE
As falas do personagem e do narrador se misturam (narrador onisciente: conhece os fatos e o que o personagem está pensando). A fala do personagem é incluída no discurso do narrador. Não há verbos declarativos e recursos de pontuação. A mistura provoca um monólogo.
9.2.2. DESCRIÇÃO
“Retrato” de características, impressões e detalhes de uma pessoa, objeto, animal ou ambiente. Há valorização dos verbos de ligação e o tempo verbal predominante é o presente do indicativo e o pretérito imperfeito. Gerúndio, particípio e infinitivo são largamente utilizados.
9.2.2.1. TIPOS DE DESCRIÇÃO
	TIPO DE DESCRIÇÃO
	CONCEITO
	EXEMPLO
	OBJETIVA (EXPRESSIONISTA)
	Descrição precisa e imparcial, sem opiniões, mostrando a realidade concreta. Predomina a linguagem denotativa, aproximando o objeto da realidade, por substantivos concretos e adjetivos pospostos.
	Ele tem uma estrutura de madeira, recoberta de espuma. Sobre a espuma há um tecido grosso. É o sofá da minha sala.
	SUBJETIVA (IMPRESSIONISTA)
	Descrição emotiva e parcial, apresentando uma visão pessoal. Uso de adjetivos, locuções adjetivas, verbos de estado. Predomina a linguagem conotativa, por substantivos abstratos e adjetivos antepostos.
	Monique era magra, muito fina de corpo, com uma cor morena. Tinha as pernas e os braços muito longos e uma voz ligeiramente rouca.
	ESTÁTICA
	Autor e objeto parados, semelhante a uma fotografia. Descrição detida e atenta ao objeto ou ao lugar.
	Tem 30 anos, mas aparenta mais de 40. Sentado no velho sofá de couro, olhos fechados, pensa nos amigos ausentes...
	DINÂMICA
	Autor parado e objeto em movimento. É uma cena em movimento que exige concentração do observador.
	Ficava grande parte do dia em pé, andando de mesa em mesa. Um prazer de tirar os sapatos, as meias, mexer os dedos dos pés...
	FÍSICA
	Descrição de traços físicos do personagem: altura, cor dos olhos, cabelo, forma do rosto.
	Sua pele era muito branca, os olhos azuis, bochechas rosadas. Estatura mediana, magra. Parecia um anjo.
	PSICOLÓGICA
	Descrição do comportamento do personagem: hábitos, atitudes e personalidade.
	Era sonhadora. Desejava sempre o impossível e recusava-se a ver a realidade.
9.2.2.2. ESTRUTURA DA DESCRIÇÃO
PRIMEIRO PARÁGRAFO. É a introdução, apresentando os aspectos gerais – internos e/ou externos – referentes à procedência do objeto ou à sua localização.
PARÁGRAFOS CENTRAIS. É o desenvolvimento, detalhando características físicas e/ou psicológicas do objeto descrito.
ÚLTIMO PARÁGRAFO. É a conclusão, mencionando os demais aspectos gerais do objeto.
9.2.2.3. DIFERENÇAS ENTRE NARRAÇÃO E DESCRIÇÃO
	NARRAÇÃO
	DESCRIÇÃO
	Fatos simultâneos marcados por temporalidade (progressão temporal).
Dinâmica, com verbos significativos. Temos ação.
Relações lógicas, causalidades.
Ação, personagem, espaço, tempo, narrador, enredo.
	Fatos simultâneos marcados por atemporalidade (sem progressão temporal).
Estática e destituída de ação.
Seres, objetos, características.
Substantivos e adjetivos.
	Eram sete horas da noite em São Paulo e a cidade toda se agitava naquele clima de quase tumulto típico dessa hora. De repente, uma escuridão total caiu sobre todos como uma espessa lona opaca de um grande circo. Os veículos acenderam os faróis altos, insuficientes para substituir a iluminação anterior.
	Eis São Paulo às sete horas da noite. O trânsito caminha lento e nervoso. Nas ruas, pedestres apressados se atropelam. Nos bares, bocas cansadas conversam, mastigam e bebem em volta das mesas. Luzes de tons pálidos incidem sobre o cinza dos prédios.
9.2.3. INJUNÇÃO
Uso de linguagem apelativa, com intuito de persuadir o leitor e realizar uma ação ou adotar um comportamento. Ordens, pedidos, sugestões, orientações. Predomina formas verbais no imperativo e pelo uso da 2ª pessoa, para aproximar o receptor da mensagem. Tipologia recorrente em textos publicitários, propagandas, receitas, manuais, leis, horóscopos, provérbios e discursos políticos.
9.2.4. DISSERTAÇÃO
Apresentação de fatos ou emissão de opinião, baseada em argumentos, acerca de determinado assunto.
	TEXTO DISSERTATIVO EXPOSITIVO (OBJETIVO)
	TEXTO DISSERTATIVO ARGUMENTATIVO (SUBJETIVO)
	Informativo. O autor explica as ideias sem se preocupar em convencer os leitores. O objetivo é apenas informar, apresentar, definir ou explicar um fato. Usado na imprensa, em livros didáticos, enciclopédias, biografias.
	Desenvolvimento de um tema, composto por opiniões do autor sobre o assunto. Baseado em argumentos que pretendempersuadir o leitor.
	Cor da casca depende da ração
Por que existem ovos de galinha com a casca branca e outros com a casca marrom? Há algumas diferenças nutritivas, entre elas a cor da casca dos ovos, que dependem basicamente da composição da ração que é dada à galinha. “Existem várias opções de composição. Cada criador escolhe a que mais se adapta ao tipo de animal que está criando”, explica a engenheira de alimentos Eney Martucci, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em São Paulo. Se houver, por exemplo, beterraba ou cenoura na ração, a coloração da casca será alterada e ela ficará mais escura. A cor do ovo, portanto, não tem relação com a cor da galinha que o gerou.
	Preconceito contra a roça
A sociedade brasileira, infelizmente, enxerga seu universo rural com preconceito. Em decorrência, menospreza a importância da agropecuária na geração de emprego e da renda nacional. Pior, atribui ao setor uma pecha negativa: o moderno está na cidade; o atraso, na roça.
Razões variadas explicam esse terrível preconceito. Suas origens remontam ao sistema latifundiário. Com a acelerada urbanização, o violento êxodo rural subverteu, em uma geração, os valores sociais: quem restou no campo virou passado. As distâncias geográficas do interior, a defesa ecológica, a confusão da reforma agrária, o endividamento rural, todos esses fatores explicam a prevenção contra o ruralismo.
Na linguagem popular, o apelido depreciativo é sempre da agricultura. Fulano é burro, vá plantar batatas! Nas finanças, o malandro é laranja. Que pepino, hein? Um grande abacaxi! Ninguém usa comparações positivas: íntegro como boi, bonito qual jequitibá! Na música, a sanfona, ou a viola, é brega. Pior de tudo, nas festas juninas, crianças são vestidas com calças remendadas, chapéu de palha desfiado e, pasmem, dentes pintados de preto para parecerem banguelas.
Triste país que deprecia suas origens. Um misto de desinformação e preconceito que impede que a agricultura ressalte sua força e seu valor. As mazelas do campo – ainda são muitas - suplantam, na mídia, os benefícios da modernidade rural. Os meios de comunicação focalizam seus problemas e não as vitórias alcançadas. Miopia cultural.
OBSERVAÇÕES:
1) TEXTO: Não se trata de um aglomerado de palavras, mas sim um todo, com unidade de sentido e intencionalidade do discurso. É qualquer mensagem, comunicação de sentido completo, oral ou escrita. Uma frase só fará sentido no texto, que por sua vez só terá sentido no discurso. A situação em que se produz a linguagem e a intenção dos interlocutores – clara ou subentendida – são essenciais ao entendimento do texto.
2) DICAS DE LEITURA:
· IDEIA-CHAVE: Dividir os parágrafos (ou partes dele), fazendo um resumo da ideia principal de cada um;
· PALAVRA-CHAVE: Buscar as palavras mais importantes de cada parágrafo, representando uma síntese temática contendo a ideia central do texto. Geralmente elas aparecem repetidas, modificadas, retomadas por sinônimos;
· INFERÊNCIA LEXICAL: Recurso que facilita a compreensão do texto. É a utilização de dedução de palavras desconhecidas, através do contexto. É o uso da analogia e de conhecimentos prévios acerca do assunto tratado, tomando cautela com a extrapolação.
3) ENUNCIADOS NAS PERGUNTAS: Utilizar as mesmas estratégias de leitura utilizadas no texto (ideias-chaves, dedução). A partir do enunciado buscamos a referência no texto. Se perguntar tema/ideia principal procure a introdução/conclusão. Se perguntar argumento, procure nos parágrafos de desenvolvimento.
9.3. COMPREENSÃO TEXTUAL
A compreensão baseia-se no plano do enunciado, ou seja, ao que está escrito no texto.
INDUÇÃO A ERROS: EXTRAPOLAÇÃO, REDUÇÃO E CONTRADIÇÃO
	EXTRAPOLAÇÃO
	REDUÇÃO
	CONTRADIÇÃO
	Ocorre quando vamos além dos limites do texto, ou seja, quando fazemos inferência sem base no texto.
Nem todas as plantas hortícolas se dão bem durante todo o ano. Uma extrapolação desse período seria todas as plantas hortícolas se dão bem durante todo o ano.
	É uma particularização indevida. Restringimos o significado de uma palavra ou passagem textual.
Nem todas as plantas hortícolas se dão bem durante todo o ano. Em erro de redução teríamos nenhuma planta hortícola se dá bem durante todo o ano.
	É a reescritura contrária à passagem original do texto.
Nem todas as plantas hortícolas se dão bem durante todo o ano. Seria erro de contradição todas as plantas hortícolas se dão bem durante todo o ano.
9.4. INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Não é simplesmente saber o que se passa na cabeça do autor. É, antes de tudo, perceber a intenção do texto, inferir (deduzir). Por exemplo: Levei minha filha caçula ao parque. Infere-se que o sujeito possui mais de uma filha. Assim, inferir é tirar informações implícitas e explícitas do texto. Além disso, é muito importante ter domínio das interpretações indutiva e dedutiva.
9.4.1. TIPOS DE RACIOCÍNIO
	INDUÇÃO
	DEDUÇÃO
	Parágrafos indutivos têm como tópico frasal (frase nuclear) uma premissa (afirmativa) de caráter particular. O raciocínio é desenvolvido e a conclusão é de caráter geral.
	Parágrafos dedutivos são justamente o contrário: o tópico frasal contém afirmativa de caráter geral
	Do particular para o geral
	Do geral para o particular
	Os médicos entrevistados declararam que seus pacientes tiveram uma boa reação ao genérico amoxicilina (caráter particular). Por isso, hoje, quando precisam prescrever antibiótico, ressaltam que a única diferença entre o Amoxil e amoxicilina está no valor a pagar. Portanto, todo genérico é tão eficiente quanto o seu correspondente de fantasia (caráter geral).
É equívoco concluir que todo genérico tem a mesma eficiência do medicamento de referência. Mesmo se partirmos da premissa de que os pacientes dos médicos entrevistados tiveram bons resultados, não sabemos a reação dos outros pacientes não entrevistados.
	A violência é uma característica das cidades grandes (caráter geral). A busca de emprego, apontam os sociólogos, é, entre outros fatores, responsável pela recepção constante de imigrantes. O mercado de trabalho no Rio de Janeiro, por exemplo, não tem como absorver tanta mão de obra. Daí há um verdadeiro efeito dominó. A falta de emprego gera a miséria que, por sua vez, gera a violência. O Rio de Janeiro é uma das cidades mais violentas do mundo (caráter particular).
Chega-se à conclusão que se faz presente nas premissas. A conclusão não apresenta conhecimento novo, não extrapola as premissas.
9.4.2. COERÊNCIA
O emprego correto de marcas linguísticas no texto implica coesão, mas não necessariamente coerência. Por exemplo: Talvez seja adiado o jogo entre Botafogo e Flamengo, pois o estado do gramado do Maracanã não é dos piores. Existe incoerência: “pois” e “não” foram empregados incorretamente. Coerente ficaria: Talvez seja adiado o jogo entre Botafogo e Flamengo, pois o estado do gramado do Maracanã é dos piores. Da mesma forma: Talvez seja adiado o jogo entre Botafogo e Flamengo, ainda que o estado do gramado do Maracanã não seja dos piores.
Coerência é a harmonia existente entre várias partes do texto, produzindo uma unidade de sentido.
9.4.3. COESÃO
É a passagem harmônica de uma oração a outra, de um período a outro, de um parágrafo para outro, estabelecendo elo entre as partes e garantindo unidade do todo. O uso de marcas linguísticas (conjunções, pronomes, preposições, artigos, advérbios) garante a coesão.
PRINCIPAIS MECANISMOS DE COESÃO TEXTUAL
	Coesão referencial
	Um elemento sequencial do texto refere-se a um termo da mesma superfície textual.
	A mulher foi passear na capital. Dias depois o marido dela recebeu um telegrama: Envie quinhentos cruzeiros. Preciso comprar uma capa de chuva. Aqui está chovendo sem parar. E ele respondeu: Regresse. Aqui chove mais barato.
“dela” refere-se ao substantivo “mulher”. O pronome “ele” refere-se à palavra “marido”. O advérbio “aqui” refere-se à capital.
	Coesão sequencial
	Emprego de elementos coesivos que permitem o encadeamento e a evolução do texto.
	Embora tivesse estudado pouco, passou no concurso. (o conectivo“embora” estabelece uma relação de concessão)
Não posso atendê-lo, visto que suas pretensões são descabidas. (o conectivo “visto que” apresenta uma relação de causa)
OBSERVAÇÕES:
1) Existem 2 tipos de coesão referencial:
· Exofórica (dêitica): quando o referente está fora da superfície textual, fazendo parte da situação comunicativa (extratextual). Exemplos: Por que será que ele não chegou ainda? “Ele” é a pessoa de quem se fala. Lá é muito quente. “Lá” é um lugar a que a pessoa se referiu.
· Endofórica: quando o referente encontra-se expresso no texto (intratextual). Exemplos: João disse que estava a caminho. Por que será que ele não chegou ainda? “Ele” refere-se a “João”. Nas férias, viajei a Mato Grosso do Sul. Lá é muito quente. “Lá” refere-se a “Mato Grosso do Sul”. A coesão Endofórica, por sua vez, subdivide-se em anafórica e catafórica:
· Anafórica: o termo refere-se a um elemento anteriormente mencionado no texto. Vasco e São Paulo: esses são os melhores times do campeonato brasileiro. “Esses” retoma os termos “Vasco” e “São Paulo”.
· Catafórica: o termo refere-se a um elemento que ainda não foi mencionado no texto. Estes são os melhores times do campeonato brasileiro: Vasco e São Paulo.
2) A coesão sequencial difere da referencial, pois não se trata de referências a elementos intratextuais ou extratextuais.
3) O importante não é decorar os conectivos, mas sim perceber a relação entre as orações:
	VALOR DE...
	EXEMPLO
	MAS
	Adversidade
Adição (seguido de também)
	Estudou pouco, mas foi aprovado.
Não só escuta, mas também trabalha.
	E
	Adversidade
Adição
Consequência
	Estudou pouco, e foi aprovado.
Acordou e estudou.
Os estudos foram intensos e o aluno ficou bem preparado.
	POIS
	Conclusão (após o verbo). Equivale a “portanto”, “logo”
Explicação (antes do verbo)
Causa
	É estudioso; conseguirá, pois, a aprovação.
Era muito estudioso, pois passou na prova.
Estava animado pois passou no concurso.
	PORQUE
	Explicação (equivale a “pois”). Verbo da oração principal aparece no imperativo.
	Estude, porque será aprovado.
	UMA VEZ QUE
	Causa (equivale a “já que”)
Condição (equivale a “caso”)
	Estava animado uma vez que passou no concurso
Uma vez que estude mais, será aprovado.
	SE
	Condição (equivale a “caso”)
	Explicarei a questão, se for sua dúvida.
	DESDE QUE
	Condição (equivale a “caso”, “se”)
Tempo (equivale a “quando”)
	Será aprovado, desde que estude mais.
Ficou tranquilo desde que soube o resultado do concurso.
	SEM QUE
	Condição (equivale a “caso não”)
Concessão
Modo
	Sem que estudem, não passarão.
Sem que estudasse muito, passou.
Fez a prova sem que estudasse.
	COMO
	Adição (aparece na correlação “não só... como também”)
Causa (quando estiver antecipada na frase. Equivale a “já que”)
Comparação
Conformação
	Não só estuda como também trabalha.
Como estudou muito, gabaritou a prova.
Ele sempre estudou como o avô. (=Ele sempre estudou como o avô estudou.)
Estudou como o pai mandou. (=Estudou conforme o pai mandou.)
	QUANTO
	Adição
Comparação (aparece a correlação “tão... quanto”)
	Ele tanto estuda quanto trabalha. (=Ele estuda e trabalha.)
O filho é tão estudioso quanto o pai.
9.5. SIGNIFICADO DAS PALAVRAS
9.5.1. CAMPO SEMÂNTICO
Existem vocábulos que apresentam o mesmo radical. As palavras pertencem à mesma família (cognatas). Pertencem, portanto, ao mesmo capo semântico (exemplo: terra – terrestre, terreiro, terráqueo).
Porém, não é necessário ter o mesmo radical para pertencerem ao mesmo campo semântico, sendo possível que vocábulos se relacionem pelo sentido. Exemplo: João Camilo dirigia-se à casa de Maria Odete. No meio do percurso, ouviu um trovão. De repente, o céu ficou escuro; viu um relâmpago. Começou a chuva e João teve de voltar a casa. Os vocábulos sublinhados aproximam-se pelo sentido, pertencendo ao mesmo campo semântico.
9.5.2. HOMONÍMIA
Palavras com significados diferentes, mas com a mesma estrutura fonológica. São de 3 tipos:
a) Homônimos homófonos: mesmo som (pronúncia) e grafias diferentes. Exemplos: coser (costurar) / cozer (cozinhar); expiar (pagar a culpa) / espiar (observar secretamente);
b) Homônimos homógrafos: mesma grafia e pronúncias diferentes. Exemplos: colher (verbo) / colher (substantivo); sede (lugar principal) / sede (secura, necessidade de ingerir líquido);
c) Homônimos perfeitos: pronúncia e grafias iguais. Exemplos: são (verbo “ser”) / são (adjetivo = sadio); cedo (advérbio de tempo) / cedo (verbo “ceder).
9.5.3. PARONÍMIA
Palavras parecidas, mas com significados diferentes.
	Ascender: subir, elevar-se
Acender: atear fogo, abrasar
	Avocar: atrair, atribuir-se, chamar
Evocar: trazer à lembrança
	Eminente: alto, elevado, célebre
Iminente: imediato, próximo
	Ratificar: validar, confirmar
Retificar: corrigir, emendar
	Acento: flexão de voz, sinal gráfico
Assento: base, cadeira, apontamento
	Cerrar: fechar, apertar, encerrar
Serrar: cortar, separar
	Espectador: testemunha, assistente
Expectador: esperançoso
	Ruço: pardacento, grisalho
Russo: referente à Rússia
	Arrochar: apertar muito
Arroxar: tornar roxo
	Conjetura: suposição, hipótese
Conjuntura: momento, situação
	Estrato: nuvem, camada
Extrato: perfume, loção, resumo
	Vultoso: grande, volumoso
Vultuoso: vermelho e inchado
9.5.4. DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO
	DENOTAÇÃO
	CONOTAÇÃO
	Emprego da palavra em seu sentido usual, dicionarizado.
João comprou uma flor para Maria.
	Sentido que a palavra assume em determinado contexto, em sentido figurado.
Maria, namorada de João, e uma flor.
9.5.5. SINOMÍMIA
Palavras são sinônimas quando apresentam significados semelhantes em determinado contexto. Exemplo: O comprimento da sala é de quinze metros. / A extensão da sala é de quinze metros.
	Existem ainda frases sinônimas, apresentando o mesmo valor.
Mal ele saiu, todos chegaram.
Assim que ele saiu, todos chegaram.
	Existem também sinônimos circunstanciais, adequados em certo contexto.
José Sarney desembarcou em hoje em Brasília. Chegando ao Senado, o presidente fez seu pronunciamento.
9.5.6. ANTONÍMIA
São palavras que apresentam sentido contrário, oposto. Exemplo: É um menino corajoso. / É um menino medroso.
9.6. REESCRITURA DE FRASES E PARÁGRAFOS DO TEXTO
PARÁFRASE: é a reprodução de um texto sem alteração do sentido original. Parafrasear é transmitir a mesma mensagem com outras palavras.
	ORIGINAL
	PARÁFRASES
	A mente de Deus, bem como a internet, pode ser acessada por qualquer um, no mundo todo.
	Qualquer um pode acessar a mente de Deus e a internet, no mundo todo.
No mundo todo, qualquer um pode acessar a mente de Deus e a internet.
A mente de Deus pode ser acessada, no mundo todo, por qualquer um, da mesma forma que a internet.
Tanto a internet quanto a mente de Deus podem ser acessadas, no mundo todo, por qualquer um.
As frases mantêm o sentido original do enunciado. Portanto, são paráfrases. É possível parafrasear um texto de várias maneiras. As formas mais recorrentes são:
1) Emprego de sinônimos, hipônimos e hiperônimos.
Saldamos todas as dívidas. / Quitamos todas as dívidas. (nesse caso, “quitamos” é sinônimo de “saldamos”)
O aluno foi à faculdade dirigindo o carro. / O aluno foi à faculdade dirigindo o veículo. (hiperônimo “veículo” está coeso com “carro”)
Falamos sobre futebol. / Falamos acerca de futebol.
2) Utilização de antônimos, com reforço de um vocábulo negativo.
Aquele rapaz é imprudente. / Aquele rapaz não é cauteloso.
3) Transposição de discurso (do direto para o indireto e vice-versa).
	DISCURSO DIRETO
	DISCURSO INDIRETO
	Enunciado em 1ª ou 2ª pessoa.
O aluno disse: - Irei à escola.
Verbo no presente do indicativo.
O aluno disse: - Sou estudioso.
Verbo no pretérito perfeito do indicativo.
O aluno disse: - Estudei ontem.
Verbo no futuro do presente.
O aluno disse: - Estudarei muito.
Verbo no imperativo, presente do subjuntivo ou futuro do subjuntivo.
- Não faça escândalo - disse o aluno.
Oração justaposta.
O aluno disse: - A prova está fácil.
Oração interrogativa direta.
O aluno perguntou: - Lá é bom?
Pronomes demonstrativos de 1ª (este, esta, isto)ou 2ª (esse, essa, isso) pessoas.
O aluno disse: - Esta é a prova.
Advérbios de lugar “aqui” e “cá”.
O aluno disse: - Aqui está a prova.
Presença de vocativo.
Você vai aplicar a prova, professor? – perguntou o aluno.
	Enunciado em 3ª pessoa.
O aluno disse que iria à escola.
Verbo no pretérito imperfeito do indicativo.
O aluno disse que era estudioso.
Verbo no pretérito mais-que-perfeito do indicativo.
O aluno disse que estudara ontem.
Verbo no futuro do pretérito.
O aluno disse que estudaria muito.
Verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo.
O aluno disse que não fizesse escândalo.
Oração com conjunção.
O aluno disse que a prova estava fácil.
Oração interrogativa indireta (forma declarativa)
O aluno perguntou se lá era bom.
Pronome demonstrativo de 3ª pessoa (aquele, aquela, aquilo).
O aluno disse que aquela era a prova.
Advérbio de lugar “ali” e “lá”.
O aluno disse que ali estava a prova.
Presença de objeto indireto na oração principal.
O aluno perguntou ao professor se ele aplicaria a prova.
4) Emprego de elementos anafóricos.
José de Alencar e Machado de Assis são importantes escritores brasileiros; Machado de Assis escreveu Dom Casmurro; José de Alencar, Iracema.
José de Alencar e Machado de Assis são importantes escritores brasileiros; este escreveu Dom Casmurro; aquele, Iracema.
5) Transposição de voz verbal.
· Da ativa para passiva analítica:
O veterinário vacinou o cachorro. / O cachorro foi vacinado pelo veterinário.
Note: objeto direto (cachorro) tornou-se sujeito da passiva; sujeito da ativa (veterinário) tornou-se agente da passiva; tempo verbal da voz ativa permanece inalterado na voz passiva.
· Da passiva analítica para a ativa:
O cachorro foi vacinado pelo veterinário. / O veterinário vacinou o cachorro.
Note: agente da passiva (veterinário) tornou-se sujeito da ativa; sujeito da passiva (cachorro) tornou-se objeto direto da ativa; tempo verbal da voz passiva permanece inalterado na voz ativa.
· Da ativa para a voz passiva sintética (e vice-versa):
Casas são vendidas. / Vendem-se casas.
Dão-se aulas de português. / Aulas de português são dadas.
6) Omissão de elementos.
Bebida mata; velocidade também mata. / Bebida mata; velocidade, também.
Desejamos um ano novo melhor e mais interessante. / Desejamos um ano novo melhor, mais interessante.
7) Nominalização (ou substantivação).
Elegeram a presidente Dilma em 2010. / A eleição da presidente Dilma ocorreu em 2010.
8) Inversão da ordem dos termos.
Aquele rapaz deu flores à namorada ontem. / Aquele rapaz, ontem, deu flores à namorada. / Ontem, aquele rapaz deu flores à namorada.
	O menino inquieto fazia muitas travessuras. / O menino, inquieto, fazia muitas travessuras.
Muita atenção: a pontuação pode modificar o sentido de um período. Portanto, para que haja inversão de ordem a pontuação é fundamental. Na primeira oração, o adjetivo “inquieto” indica uma característica permanente do menino. Na segunda, “inquieto” indica a inquietude momentânea do menino. Não se trata, portanto, de paráfrase. Outros exemplos:
João é um alto funcionário. / João é um funcionário alto.
Comprei o relógio certo. / Comprei um certo relógio.
9) Perífrases.
Pelé foi eleito o atleta do século XX. / O rei do futebol foi eleito o atleta do século XX.
Gregório de Matos tem escritos belíssimos. / O boca do inferno tem escritos belíssimos.
10) Troca de locuções por palavras (e vice-versa).
As festas de verão foram um sucesso. / As festas estivais foram um sucesso.
10. REDAÇÃO OFICIAL
Segundo Manual de Redação da Presidência da República, redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público redige atos normativos e comunicações. Lembre-se que as comunicações oficiais podem ser dirigidas tanto ao próprio Poder Público 	quanto a particulares.
A redação de correspondências oficiais deve sempre conter os atributos da impessoalidade, padrão culto da linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade.
10.1. CARACTERÍSTICAS
10.1.1. IMPESSOALIDADE
Seja através da fala ou da escrita, a finalidade da língua é estabelecer a comunicação. São necessários os seguintes elementos:
a) Alguém que comunique: nos documentos oficiais, é o serviço público;
b) Algo a ser comunicado: algum assunto relativo às atribuições do órgão que comunica;
c) Alguém que receba a comunicação: o órgão público ou os cidadãos.
Nos expedientes oficiais não se admite emprego de impressões pessoais. O tratamento impessoal surge de 3 fatores:
a) Ausência de marcas pessoais de quem comunica: comunicação oficial e sempre feita em nome do serviço público. Padronização e uniformização;
b) Impessoalidade de quem recebe a comunicação: sempre haverá um destinatário concebido de forma homogênea e impessoal;
c) Caráter impessoal da mensagem tratada: comunicação oficial remete ao interesse público e não cabe caráter particular ou pessoal da mensagem.
A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade ajudam a elaborar uma comunicação oficial de caráter impessoal.
10.1.2. A LINGUAGEM DOS ATOS E COMUNICAÇÕES OFICIAIS
Por um lado, temos o caráter público dos atos e comunicações; por outro, temos a finalidade. Os atos oficiais estabelecem regras para a conduta dos cidadãos ou regulam o funcionamento dos órgãos públicos, o que só é alcançado com uso de linguagem adequada. Assim, as comunicações emitidas pelos órgãos públicos devem ser compreendidas por qualquer cidadão.
	LINGUAGEM FALADA
	LINGUAGEM ESCRITA
	É dinâmica e incorpora mais rapidamente as transformações linguísticas;
Reflete alteração de costumes e pode contar com outros elementos para sua compreensão, como gestos e entoação.
	É mais rígida e incorpora mais lentamente as transformações linguísticas;
Apresenta maior vocação para a permanência, valendo-se apenas de si mesma para comunicar.
A língua escrita, assim como a língua falada, compreende níveis diferentes, de acordo com o uso que dela se faça. Em ambos os casos há um padrão de linguagem que atende ao uso que se faz da língua, a finalidade com que a empregamos. Nos textos oficiais ocorre o mesmo: pelo caráter impessoal e pela finalidade de informar com clareza e concisão, eles requerem o uso do padrão culto da língua.
10.1.3. PADRÃO CULTO DA LÍNGUA
Padrão culto é aquele que respeita as regras da gramática formal e que permite o emprego de um vocabulário comum ao conjunto dos usuários do idioma. Ele está acima das diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, das individualidades linguísticas.
Ressalte-se que o padrão culto nada tem contra a simplicidade de expressão, desde que não esteja confundida com pobreza de expressão. Não existe um padrão oficial de linguagem, mas sim o padrão culto nos atos e nas comunicações oficiais.
OBSERVAÇÕES:
1) O jargão burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada a determinado grupo;
2) A linguagem técnica deve ser utilizada apenas nas situações que a exijam, devendo ser evitado o seu uso indiscriminado.
10.1.4. FORMALIDADE
As comunicações expedidas devem ser formais, ou seja, obedecer a regras de forma. A formalidade é obtida através da união entre (a) padrão culto, (b) impessoalidade, (c) estrutura do (d) documento, formalidade de tratamento (uso adequado de pronomes de tratamento, bem como polidez e civilidade.) e (e) uniformidade das comunicações (clareza datilográfica, uso de papeis uniformes e correta diagramação).
10.1.5. CONCISÃO
Concisão é o texto que consegue transmitir o máximo de informações com o mínimo de palavras. Mas atenção: concisão não é sinônimo de economia de pensamento; trata-se de cortar palavras inúteis, redundâncias, palavras que nada acrescentem ao que já foi dito.
DICA: A concisão é conseguida pelo conhecimento do assunto a ser escrito, bem como a revisão do texto após a sua elaboração.
10.1.6. CLAREZA
Clareza é qualidade básica do texto oficial. Claro é o texto que possibilita a imediata compreensão pelo leitor. Clareza não se atinge por si só, dependendo das demais características da redação oficial (impessoalidade,padrão culto da linguagem, formalidade, padronização, concisão).
10.2. COMUNICAÇÃO OFICIAL
10.2.1. PRONOMES DE TRATAMENTO
10.2.1.1. CONCORDÂNCIA
Os pronomes de tratamento representam a 2ª pessoa do discurso (com quem se fala), mas a concordância deve ser feita com a 3ª pessoa (singular ou plural).
Vossa Excelência saístes com vossos assessores. (errado)
Vossa Excelência saiu com seus assessores. (correto)
Vossa Senhoria nomeareis o vosso substituto. (errado)
Vossa Senhoria nomeará o seu substituto. (certo)
DICA: O gênero gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere. Assim, ficaria “Vossa Excelência está atarefado” se for do sexo masculino e “Vossa Senhoria está atarefada” se for do sexo feminino.
10.2.1.2. EMPREGO DOS PRONOMES DE TRATAMENTO
	UTILIZA-SE VOSSA EXCELÊNCIA
	PODER EXECUTIVO
	PODER LEGISLATIVO
	PODER JUDICIÁRIO
	Presidente e Vice-Presidente da República
Ministros de Estado
Governadores e Vice-Governadores
Oficiais-Generais das Forças Armadas
Embaixadores
Secretários de Estado
Prefeitos Municipais
Secretários-Executivos de Ministérios
Demais ocupantes de cargos de natureza especial
	Deputados Federais
Senadores
Deputados Estaduais e Distritais
Ministros do TCU
Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais
Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais
	Ministros dos Tribunais Superiores
Membros de Tribunais
Juízes
Auditores da Justiça Militar
CONSIDERAÇÕES:
1) O vocativo para Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo (exemplos: Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal);
2) O vocativo para as demais autoridades é Senhor, seguido do cargo respectivo (exemplos: Senhor Senador, Senhor Juiz, Senhor Ministro, Senhor Governador);
3) O endereçamento do envelope para autoridades tratadas por Vossa Excelência tem a seguinte forma:
A Sua Excelência o Senhor
Fulano de Tal
Ministro de Estado da Justiça
70064-900 – Brasília. DF
4) O uso do tratamento Digníssimo (DD) está abolido das comunicações oficiais. Dignidade é pressuposto básico para ocupação de cargo público, sendo desnecessária sua repetida evocação;
5) Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e para particulares, e o vocativo adequado é Senhor Fulano de Tal. Os envelopes ficam assim:
Ao Senhor
Fulano de Tal
Rua ABC, nº 123
12345-000 – Curitiba. PR
6) Fica dispensado o emprego do superlativo Ilustríssimo para autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares, sendo suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor;
7) Doutor não é forma de tratamento, mas sim título acadêmico. Como regra geral deve ser utilizado àqueles que tenham tal grau por terem concluído curso universitário de doutorado;
8) Vossa Magnificência é empregada para reitores de universidade, sendo o correspondente vocativo Magnífico;
9) Para religiosos, de acordo com a hierarquia eclesiástica são: (a) Vossa Santidade (vocativo Santíssimo) para Papa; (b) Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima (vocativo Eminentíssimo Senhor ou Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor) para Cardeais; (c) Vossa Excelência Reverendíssima (vocativo Excelentíssimo e Reverendíssimo) para Arcebispos e Bispos; (d) Vossa Reverendíssima (vocativo Reverendíssimo) para Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos; (e) Vossa Reverência (vocativo Reverendíssimo) para sacerdotes clérigos e demais religiosos;
10) Para as autoridades monárquicas utiliza-se (a) Vossa Majestade (vocativo Majestade) para Reis e Imperadores e (b) Vossa Alteza (vocativo Sereníssimo) para Arquiduques, Duques e Príncipes.
10.2.2. FECHOS PARA COMUNICAÇÕES
Arremata e saúda o destinatário. O Manual de Redação da Presidência da República estabelece o emprego de apenas 2 fechos:
	RESPEITOSAMENTE
	ATENCIOSAMENTE
	Para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República.
	Para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior.
ATENÇÃO: As comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras estão disciplinadas no Manual de Redação do Ministério das Relações Exteriores.
10.2.3. IDENTIFICAÇÃO DO SIGNATÁRIO
Excluídas as assinadas pelo Presidente da República, todas as comunicações oficiais devem trazer (a) o nome da autoridade e (b) o cargo da autoridade. Frise-se que tanto o nome quanto o cargo da autoridade devem localizar-se abaixo do local de sua assinatura. No caso de Presidente da República, o espaço relativo à identificação deve conter apenas a assinatura.
OBS: Deve-se evitar que a assinatura do documento fique em página isolada.
10.3. TIPOS DE DOCUMENTOS
O Manual de Redação da Presidência da República apresenta os seguintes tipos de documentos:
	Aviso
Ofício
Memorando
Exposição de Motivos
Mensagem
Telegrama
Fax
Correio Eletrônico (e-mail)
	
	Para memorizar:
T elegrama
E xposição de Motivos
M emorando
F ax
O fício
C orreio Eletrônico
A viso
Este manual apresenta, ainda, modelos de atos normativos, destacando portaria e apostila. CESPE geralmente cobra outros documentos oficiais: requerimento, ata, relatório, declaração, despacho, carta, parecer, atestado. Assim, esse estudo baseia-se no Manual de Redação da Câmara dos Deputados.
10.3.1. O PADRÃO OFÍCIO
10.3.1.1. PARTES DO DOCUMENTO NO PADRÃO OFÍCIO
O aviso, o ofício e o memorando devem conter as seguintes partes:
a) Tipo de número de expediente, seguido da sigla do órgão que o expede;
b) Local e data em que foi assinado, por extenso, com alinhamento à direita, abaixo da identificação do documento;
c) Assunto, que é o resumo do teor do documento;
d) Destinatário, contendo o nome e o cargo da pessoa a quem a comunicação é dirigida;
e) Texto, contendo introdução, desenvolvimento e conclusão (quando não for de mero encaminhamento);
f) Fecho para as comunicações;
g) Assinatura do autor da comunicação e identificação do signatário.
OBSERVAÇÕES:
1) Quando se tratar de ofício é necessário incluir, no destinatário, o seu endereço;
2) Os parágrafos do texto devem ser enumerados, exceto aqueles organizados em itens, títulos e subtítulos.
10.3.1.2. AVISO E OFÍCIO
São modalidades de comunicação oficial praticamente idênticas. Enquanto o aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma hierarquia, o ofício é expedido para e pelas demais autoridades.
A finalidade de ambos é a mesma: tratamento de assuntos oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si (no caso do ofício, também para particulares – comunicação externa).
	AVISO
	OFÍCIO
	Expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma hierarquia;
Trata de assuntos oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si.
	Expedido para e pelas demais autoridades;
Trata de assuntos oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si, e também com particulares. Por isso é uma comunicação externa.
Quanto à forma, ambos seguem o modelo do padrão ofício, com acréscimo do vocativo seguido de vírgula. No oficio, devem constar do cabeçalho ou do rodapé (a) o nome do órgão ou setor, (b) endereço postal e (c) telefone e endereço de e-mail.
Exemplo de ofício
Exemplo de aviso
10.3.1.3. MEMORANDO
É uma modalidade de comunicação exclusivamente interna, entre unidades administrativas de um mesmo órgão, hierarquicamente ou não no mesmo nível. Tem caráter meramente administrativo ou pode ser usado para exposição de projetos, ideias, diretrizes a serem adotadas por determinado setor público.
A característica principal é a agilidade. Despachos ao memorando podem ser feitos no próprio documento e, em falta de espaço, em folha de continuação.
OBSERVAÇÕES:
1) Independentemente da urgência e da agilidade, aos ofícios e memorandos mantêm-se as exigências de concisão e clareza da linguagem e revisão do texto do expediente;
2) Quanto à forma, o memorando segue o modelo do padrão ofício, com a diferença de que seu destinatário deve ser mencionado pelo cargo que ocupa;
3) Ofício e memorando são formalmente semelhantes. A diferença básica está no destino: enquanto o ofício é uma correspondência empregadapara comunicação externa, o memorando é eminentemente interno.
Exemplo de memorando
10.3.1.4. EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS
É o expediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice para (a) informá-lo de determinado assunto, (b) propor alguma medida e (c) submeter à sua consideração projeto de ato normativo. Em regra, a exposição de motivos é dirigida por um Ministro de Estado.
Formalmente, tem a apresentação do padrão ofício. Quanto à estrutura, de acordo com sua finalidade, apresenta duas estruturas básicas: (a) uma para aquela que tenha caráter exclusivamente informativo e (b) outra para a que proponha alguma medida ou submeta projeto de ato normativo. No primeiro caso, a estrutura segue o modelo do padrão ofício. No segundo caso, embora também siga o mesmo padrão, deve apresentar: na introdução o problema, a medida ou o ato proposto; no desenvolvimento, a medida a ser tomada ou o ato que deve ser editado; na conclusão, novamente a medida a ser tomada ou ato que deve ser editado. Ainda, traz como apenso o anexo devidamente preenchido.
Exemplo de exposição de motivos
Anexo à exposição de motivos
OBSERVAÇÕES:
1) Chamar-se-á exposição de motivos interministerial quando o assunto tratado envolver mais de um Ministério e o documento é assinado por todos os envolvidos;
2) Documento com insuficiência de informações pode acarretar, a critério da Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, devolução do projeto de ato normativo;
3) O anexo fica dispensado da exposição de motivos quando o assunto tratar de questão de pessoal (nomeação, promoção, remoção, exoneração, dispensa, aposentadoria);
4) São 3 as finalidades para preenchimento do anexo da exposição de motivos: (a) permitir reflexão sobre o problema a ser resolvido; (b) avaliar as causas do problema e efeitos da adoção da medida; (c) transparência aos atos propostos;
5) Requisitos básicos da redação oficial (clareza, concisão, impessoalidade, formalidade, padronização e uso do padrão culto de linguagem) devem ser redobrados.
10.3.1.5. MENSAGEM
Trata-se de instrumento de comunicação entre os Chefes dos Poderes Públicos (Executivo, Legislativo e Judiciário), notadamente as enviadas pelo Executivo ao Legislativo para (a) informar sobre fato da Administração Pública; (b) expor o plano de governo por ocasião da abertura da sessão legislativa; (c) submeter ao CN matérias para deliberação; (d) fazer e agradecer comunicações de interesse dos Poderes Públicos e da Nação.
FORMA E ESTRUTURA. As mensagens contêm: (1) indicação do tipo de expediente e número (horizontalmente na margem esquerda); (2) vocativo (horizontalmente na margem esquerda); (3) texto (iniciando a 2cm do vocativo); (4) local e data (verticalmente a 2cm do final do texto, e horizontalmente fazendo coincidir seu final com a margem direita).
Ressalte-se que os atos assinados pelo Presidente da República não trazem identificação de seu signatário.
Exemplo de mensagem
10.3.1.6. TELEGRAMA
É toda comunicação oficial expedida por meio de telegrafia, telex, etc., com a finalidade de uniformizar a terminologia e simplificar os procedimentos burocráticos.
Não há padrão rígido quando à forma e estrutura, devendo seguir os formulários disponíveis nas agências dos Correios e em seu site da internet.
ATENÇÃO: O uso do telegrama restringe-se às situações em que não seja possível o uso do e-mail ou fax e que a urgência justifique sua utilização.
10.3.1.7. FAX
Fax, ou fac-símile é uma forma de comunicação que está em desuso. É utilizado para transmissão de mensagens urgentes e para envio antecipado de documentos urgentes, quando o original é posteriormente enviado. O arquivamento de fax deve ser feito por cópia, uma vez que o papel se deteriora rapidamente.
Quanto à forma e estrutura, é conveniente o envio, juntamente com o documento principal, de folha de rosto.
Folha de rosto
10.3.1.8. CORREIO ELETRÔNICO
Pelo baixo custo e celeridade, tornou-se a principal forma de comunicação para transmissão de documentos.
Seu grande atrativo é a flexibilidade, mas deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma comunicação oficial. O campo “assunto” deve ser preenchido de modo a facilitar a organização documental, tanto do destinatário quanto do remetente. Aos arquivos anexados utiliza-se preferencialmente o formato ritch text, e a mensagem deve ter informações mínimas sobre seu conteúdo. Sempre que possível, utiliza-se o recurso “confirmação de leitura” ou pedido de confirmação de recebimento.
ATENÇÃO: Correio eletrônico só tem valor documental caso exista certificação digital que ateste a identidade do remetente, na forma estabelecida em lei.
10.3.1.9. REQUERIMENTO
É utilizado quando o interessado dirigir a uma autoridade solicitação de direitos ou benefícios previstos legalmente. As partes do requerimento são:
a) Vocativo: conforme a autoridade de destino, seguida do cargo (nunca o nome);
b) Texto: iniciado na 9ª linha (se folha pautada) ou espaço equivalente abaixo do cabeçalho, contendo (a) identificação do requerente (letras maiúsculas) e qualificação (nacionalidade, estado civil, profissão, identidade, CPF, domicílio), (b) formulação do pedido (3ª pessoa do singular) e (c) base que justifique a reinvindicação;
c) Fecho: alinhado à esquerda, e constituído por “Nestes Termos, / Pede Deferimento”;
d) Local e data: abaixo do fecho;
e) Assinatura do requerente: letras maiúsculas, acima do nome. Se for servidor público, inserir também a função ou cargo.
OBS: Solicitação feita por mais de uma pessoa será considerada abaixo-assinado.
Exemplo de requerimento
10.3.1.10. ATA
Utilizada para registro expositivo de fatos e deliberações ocorridas numa reunião. Ela é redigida seguidamente, sem espaços e entrelinhas, para evitar fraudes. Na ata não se empregam abreviaturas e os números são escritos por extenso. Quando houver necessidade de correção, utiliza-se a palavra “digo” entre vírgulas, ou “em tempo” ao final, antes das assinaturas. Os elementos da ata são:
a) Título: Ata da Reunião xxxx;
b) Texto (cabeçalho): inclui-se (1) o preâmbulo (registro espacial e temporal, além dos participantes); (2) registro dos assuntos abordados e decisões, com indicação das pessoas envolvidas; (c) termo de encerramento (indicação do redator, horário de encerramento, convocação de nova reunião, etc.).
A ata é assinada por todos os presentes ou apenas pelo presidente e relator, conforme o caso.
Exemplo de ata
10.3.1.11. RELATÓRIO
É um relato expositivo sobre funcionamento de uma instituição, exercício de atividades ou desenvolvimento de serviços específicos num determinado período. Pode ser também uma prestação de contas dirigidas a uma autoridade superior (mas jamais o contrário).
Relatório é utilizado como medida de controle e tomadas de decisões, pois fornecem informações sobre desempenho, decisões e programas. As partes de um relatório são:
a) Título: Relatório ou Relatório de xxx;
b) Ementa: breve histórico do motivo do documento, com indicação legal;
c) Vocativo;
d) Texto: parágrafo ou tópicos contendo atividades, resultados, aspectos positivos e negativos;
e) Local e data;
f) Assinatura: nome do emitente e função/cargo da autoridade.
OBS: O texto de um relatório é dividido em: (1) seção preliminar, com informações úteis para a compreensão do documento, definindo as características e o método de estudo, bem como citando as fontes de consulta; (2) exposição dos fatos, que é o desenvolvimento do objeto, constituindo a base sólida do relatório; (3) demonstração dos fatos, explicando, apreciando, deduzindo e discutindo. É o momento de explicar os fatos, com julgamentos e opiniões pessoais; (4) conclusão, contendo o resumo, as sugestões, as propostas e indicações das medidas e providências sugeridas. Aqui é exposta a solução esperada, motivo principal do relatório.
Exemplo de relatório
10.3.1.12. APOSTILA
Apostila é a averbação feita abaixo dos textos ou no verso de decretos e portarias pessoais (nomeação, aproveitamento, recondução, etc.), para correção de inexatidão do texto original (erro de grafia, lapsotemporal, etc.), desde que a correção não altere a substância do ato publicado. A finalidade é evitar sobrecarga do Presidente da República e oneração da Imprensa Nacional com republicação de atos.
	ERRO MATERIAL EM PORTARIA PESSOAL
	ERRO MATERIAL EM DECRETO PESSOAL
	Correção por apostilamento dá-se pelo Ministro ou Secretário signatário da portaria. A apostila deve ser publicada no Boletim de Serviço ou no Boletim Interno correspondente.
	Correção por apostilamento dá-se pelo Ministro de Estado que o propôs. Além de publicar no Boletim de Serviço ou no Boletim Interno correspondente, também deve ser feito no Diário Oficial da União.
Estrutura da apostila:
a) Título: em maiúscula e centralizado sobre o texto;
b) Texto: correção a ser feita, iniciada com a remissão ao decreto que autoriza o procedimento;
c) Local e data: por extenso;
d) Identificação do signatário: abaixo da assinatura.
Exemplo de apostila
10.3.1.13. PORTARIA
É o documento que torna oficial uma decisão administrativa. É formado por:
a) Título: PORTARIA, seguido de numeração e data;
b) Ementa: síntese do assunto. Justifica-se em portarias de natureza normativa;
c) Preâmbulo e fundamentação: autoridade que expede o ato e legislação pertinente, seguido da palavra “resolve”;
d) Assinatura: nome da autoridade competente e indicação do cargo.
Exemplo de portaria
10.3.1.14. DECLARAÇÃO
Documenta informação prestada por autoridade ou particular sobre pessoa ou acontecimento. A estrutura é a seguinte:
a) Título: DECLARAÇÃO, centralizado;
b) Texto: exposição do fato ou situação declarada, com finalidade, nome do interessado em caixa alta e relação com o órgão;
c) Local e data;
d) Assinatura: nome da pessoa que declara e, no caso de autoridade, função ou cargo.
Exemplo de declaração
10.3.1.15. DESPACHO
É o pronunciamento de autoridade administrativa em algo que lhe é dirigido, ou ato relativo ao andamento do processo. Pode ter caráter decisório ou apenas de expediente. É formado por:
a) Nome do órgão principal e secundário;
b) Número do processo;
c) Data;
d) Texto;
e) Assinatura e função ou cargo da autoridade.
Exemplo de despacho
10.3.1.16. CARTA
Correspondência emitida por particular ou autoridade com objetivo particular. É formada por:
a) Local e data;
b) Endereçamento: com a forma de tratamento, destinatário, cargo e endereço;
c) Vocativo;
d) Texto;
e) Fecho;
f) Assinatura: nome e, quando necessário, função ou cargo.
OBSERVAÇÕES:
1) Não confundir carta com memorando (correspondência interna) ou despacho (correspondência externa). Nestes dois a autoridade expressa opinião do órgão pelo qual responde, mas não sua;
2) Evitar as expressões “tenho a honra de”, “tenho o prazer de”, “cumpre-me informar que”, “venho por meio desta”, etc., para não comprometer a concisão e a impessoalidade. Utilize palavras como “informa”, “comunica”, “encaminha”;
3) Via de regra, o fecho da carta segue o padrão da correspondência oficial, mas outros fechos podem ser utilizados, tal como “cordialmente”.
Exemplo de carta
10.3.1.17. PARECER
Opinião fundamentada, emitida em nome pessoal ou de órgão administrativo, sobre tema submetido para análise. Visa fornecer subsídios para tomada de decisão. O desenvolvimento do parecer pode ser dividido em tantos itens quantos necessários. Formado por:
a) Número de ordem: quando necessário;
b) Número do processo de origem;
c) Ementa: resumo do assunto;
d) Texto: compreendendo (1) histórico ou relatório (introdução); (2) parecer (desenvolvimento com justificativas); (3) conclusão;
e) Local e data;
f) Assinatura: nome e função ou cargo.
Exemplo de parecer
10.3.1.18. ATESTADO
Documento firmado por servidor em que atesta a veracidade de uma informação da qual tem conhecimento, de forma a servir de prova junto a terceiros. As partes componentes do atestado são:
a) Título: ATESTADO, centralizado sobre o texto;
b) Texto: um parágrafo, indicando a quem se refere, nº de matrícula e lotação (caso seja servidor), e a matéria do atestado;
c) Local e data: por extenso;
d) Assinatura: nome e cargo da chefia que expede o documento.
Exemplo de atestado
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