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Maturação pulmonar → É dividida em quatro estágios histologicamente distintos: o pseudoglandular, o canalicular, saco terminal e o estágio alveolar → Estágio Pseudoglandular (5ª à 17ª semana) ➢ Do ponto de vista histológico, o pulmão durante o estágio pseudoglandular possui aparência de glândulas exócrinas ➢ Com 16 semanas, todos os principais componentes dos pulmões estão formados, exceto aqueles envolvidos com as trocas gasosas ➢ A respiração não é possível; portanto, fetos nascidos durante esse período são incapazes de sobreviver → Estágio Canalicular (16ª à 26ª semana) ➢ O estágio canalicular sobrepõe-se ao estágio pseudoglandular, pois o desenvolvimento do segmento cranial dos pulmões amadurece mais rápido do que o segmento caudal ➢ Durante o estágio canalicular, a luz dos brônquios e dos bronquíolos terminais tornam-se maiores e o tecido pulmonar torna-se altamente vascularizado ➢ Por volta da 24ª semana, cada bronquíolo terminal forma dois ou mais bronquíolos respiratórios, que irão se dividir em três a seis passagens: os ductos alveolares primitivos. ➢ A respiração é possível ao final do período canalicular (26 semanas), pois alguns sacos terminais de parede delgada (alvéolos primitivos) se desenvolvem no final dos bronquíolos respiratórios e o tecido pulmonar está bem vascularizado ➢ Embora fetos nascidos ao final desse período possam sobreviver se tiverem cuidados intensivos, neonatos prematuros muitas vezes não sobrevivem, pois o sistema respiratório e os outros sistemas ainda estão relativamente imaturos → Estágio de Saco Terminal (24ª semana ao final do Período Fetal) ➢ Durante o estágio de saco terminal, muitos mais sacos terminais (alvéolos primitivos) se desenvolvem e seus epitélios tornam-se muito finos ➢ O íntimo contato entre o epitélio e as células endoteliais estabelece a barreira hematoaérea, que permite uma troca adequada de gases, necessária para a sobrevivência do feto caso este nasça prematuramente ➢ Na 26ª semana, os sacos terminais são revestidos principalmente por células epiteliais pavimentosas de origem endodérmica, os pneumócitos tipo I, através dos quais a troca gasosa ocorre ➢ A rede de capilares se prolifera rapidamente no mesênquima ao redor dos alvéolos em desenvolvimento, contudo, não é concomitante ao desenvolvimento ativo dos capilares linfáticos ➢ Dispersas entre as células epiteliais pavimentosas, estão células epiteliais secretoras arredondadas, os pneumócitos tipo II, que secretam o surfactante pulmonar, uma mistura complexa de fosfolipídios e proteínas ▪ O surfactante se forma como uma película monomolecular na parede interna dos sacos alveolares e neutraliza as forças de tensão superficial na interface ar-alvéolo ▪ Este facilita a expansão dos sacos terminais por prevenirem a atelectasia (colapso dos sacos durante a expiração) ➢ A produção do surfactante aumenta durante os estágios terminais da gestação, particularmente durante as últimas 2 semanas ➢ A produção de surfactante começa entre a 20ª e a 22ª semana, mas o surfactante está presente apenas em pequenas quantidades em bebês prematuros, não estando presente em níveis adequados até o final do período fetal ➢ Por volta da 26ª à 28ª semana, o feto frequentemente pesa cerca de 1.000 g e estão presentes sacos alveolares e surfactante suficientes para permitir a sobrevivência de bebês nascidos prematuramente ▪ Antes disso, os pulmões são, geralmente, incapazes de prover trocas gasosas adequadas, em parte, porque a área de superfície alveolar é insuficiente e a vascularização é pouco desenvolvida. ➢ A presença de sacos terminais delgados ou um epitélio alveolar primitivo não é tão importante para a sobrevivência e desenvolvimento neurológico de bebês prematuros, quanto uma adequada vascularização pulmonar e produção de surfactante suficiente. ➢ Fetos nascidos entre a 24ª e a 26ª semana após a fecundação podem sobreviver se tiverem cuidados intensivos; entretanto, eles podem sofrer de desconforto respiratório pela deficiência de surfactante ➢ A sobrevivência desses bebês tem aumentado pelo uso de corticosteroides pré-natal, que induzem a produção de surfactante e também com a terapia pós-natal de reposição de surfactante. → Estágio Alveolar (Final do Período Fetal aos 8 Anos) ➢ Exatamente quando o estágio de saco terminal acaba e se inicia o estágio alveolar depende da definição do termo alvéolos ➢ Os sacos terminais análogos aos alvéolos estão presentes na 32ª semana ➢ O epitélio de revestimento desses sacos atenua-se para uma fina camada epitelial pavimentosa ➢ Os pneumócitos tipo I tornam-se tão delgados que os capilares adjacentes projetam-se para os sacos alveolares ➢ Ao final do período fetal (38 semanas), os pulmões são capazes de realizar a respiração, pois a membrana alveolocapilar é delgada o suficiente para realizar as trocas gasosas ▪ Embora os pulmões não comecem a realizar essa função vital até o nascimento, estes são bem desenvolvidos e capazes de funcionar prontamente quando o bebê nasce. ➢ No início do estágio alveolar, cada bronquíolo respiratório termina em um aglomerado de sacos alveolares de paredes delgadas, separados um dos outros por tecido conjuntivo frouxo ▪ Esses sacos representam os futuros ductos alveolares ➢ A transição da dependência da placenta na troca gasosa para a troca gasosa autônoma requer as seguintes mudanças adaptativas dos pulmões: ▪ Produção de surfactante nos sacos alveolares ▪ Transformação dos pulmões de órgãos secretores para órgãos capazes de realizar as trocas gasosas ▪ Estabelecimento das circulações sistêmicas e pulmonar em paralelo. ➢ Aproximadamente 95% dos alvéolos maduros desenvolvem- se no período pós-natal ➢ Antes do nascimento, os alvéolos primordiais aparecem como pequenas projeções nas paredes dos bronquíolos respiratórios e dos sacos alveolares, dilatações terminais dos ductos alveolares ➢ Após o nascimento, os alvéolos primitivos se ampliam conforme a expansão dos pulmões, mas o maior aumento no tamanho dos pulmões resulta do aumento no número de bronquíolos respiratórios e alvéolos primitivos, mais do que um aumento no tamanho dos alvéolos. ➢ O desenvolvimento alveolar está, em grande parte, completo aos 3 anos de idade, mas novos alvéolos são acrescentados até aproximadamente 8 anos de idade ▪ Ao contrário dos alvéolos maduros, os alvéolos imaturos possuem o potencial para formar alvéolos primitivos adicionais ▪ Conforme esses alvéolos aumentam em tamanho, eles se tornam alvéolos maduros ➢ O principal mecanismo para o aumento do número de alvéolos é a formação de septos secundários de tecido conjuntivo que subdividem os alvéolos primitivos existentes ▪ Inicialmente, os septos são relativamente espessos, mas estes logo são transformados em septos delgados maduros que são capazes de realizar as trocas gasosas. ➢ O desenvolvimento dos pulmões durante os primeiros meses após o nascimento é caracterizado pelo aumento exponencial na superfície da barreira hematoaérea através da multiplicação dos alvéolos e capilares ➢ Na radiografia de tórax, portanto, os pulmões dos neonatos são mais densos que os pulmões dos adultos ➢ Estudos moleculares indicam que o desenvolvimento dos pulmões é controlado por uma cascata de vias de sinalização que são reguladas por uma expressão temporal e sequencial de genes altamente conservados ▪ O comprometimento e a diferenciação do endoderma das células do intestino anterior para formar as células epiteliais do tipo respiratórias estão associados com a expressão de diversos fatores de transcrição, incluindo o fator de transcrição tireoidiano 1, o fator nuclear dos hepatócitos 3β e o GATA-6, assim como outros membros da família Zinc–finger, receptores do ácido retinoico e genes contendo o domínio homeobox (Hox) ▪ Os genes Hox especificam o eixo anteroposterior do embrião ▪ O fator de crescimento de fibroblasto 10 e outros sinais do mesênquima esplâncnicoprovavelmente induzem o desenvolvimento do broto respiratório. ▪ As ramificações dos brotos e sua proliferação dependem de uma interação epitelial (endoderma do intestino anterior) – mesenquimal (mesoderma) • A via de sinalização Wnt tem um papel essencial nas interações indutivas entre o epitélio e o mesênquima ▪ Estudos recentes sugerem que o fator de transcrição SOX17 e a sinalização Wnt7b do epitélio regulam a proliferação mesenquimal e a formação dos vasos sanguíneos nos pulmões ▪ Além disto, o ácido retinoico morfogênico regula o Hox a5, b5 e c4 que são expressos no pulmão em desenvolvimento. ➢ Os movimentos respiratórios fetais (MRFs), que podem ser detectados pela ultrassonografia em tempo real, ocorrem antes do nascimento, exercendo força suficiente para causar a aspiração de algum líquido amniótico pelos pulmões ▪ Os MRFs ocorrem intermitentemente e são essenciais ao desenvolvimento normal dos pulmões ▪ O padrão do MRF é amplamente utilizado para o acompanhamento do trabalho de parto e na previsão da sobrevida de fetos nascidos prematuros ▪ No nascimento, o feto já possui a vantagem de vários meses de exercícios respiratórios ▪ Os MRFs, que aumentam à medida que o parto se aproxima, provavelmente condicionam os músculos respiratórios ▪ Além disso, esses movimentos estimulam o pulmão a se desenvolver, possivelmente pela criação de um gradiente de pressão entre os pulmões e o líquido amniótico.
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