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PRINCIPAIS AFECÇÕES RESPIRATÓRIAS DE RUMINANTES. 18,1% das bezerras de criação leiteira possuem a doença respiratória bovina, podendo chegar a 22,5% de morte em lactantes e 45% em bezerras desmamadas. Causam perdas indiretas como descarte, morte, menos ganho de peso, diminuição da idade a desmama, baixa taxa de produção e reprodutividade. Sempre o correto sempre desmamar gradativamente. Cerca de $21,37 a $66,32 são gasto em berras leiteiras. Com perdas diretas de tratamento, mortalidades e descarte prematuro, e perdas indiretas como baixo crescimento, baixa fertilidade e produção leiteira a 1ª lactação. Nos EUA, bovinos de corte representam perda anual de $54 bilhões em tratamentos, prevenção e perda de produtividade. Em animais com pneumonia são gastos $ 73-110 por animal, com novo tratamento se da por $137 e $392 quando afeta mais de duas lactações. CDRB – Complexo das Doenças Respiratórias em Bovinos: Incluem bactérias, fungos, vírus, clamídias e micoplasmas. Causando broncopneumonia (inflamação nos brônquios bronquíolos, parênquima e pleura), normalmente de 2 a 6 meses de idade. É influenciada pelo manejo dos bezerros. Características que tornam o bovino mais predisposto a broncopneumonia: vias aéreas mais estreitas que diminuem o fluxo de ar e a fluidez do muco. Rigidez da caixa torácica e assim dependem do diafragma. Pequeno volume pulmonar que exige maior eficácia nas trocas gasosas. Pulmão compartimentalizado com capacidade limitada de ventilação colateral, causando colapso alveolar. Menor número de macrófagos alveolares que são mais importantes no pulmão, pois diminuem a eficácia da depuração (limpeza) do pulmão. Mecanismo de defesa do trato respiratório: filtração e umidificação, epitélio ciliado/limpeza mucociliar, tosse/espirros, macrófagos alveolares e anticorpos. Ajudam na inativação de partículas/microrganismos inalados. Em doenças infecciosas dependem do agressor e ainda da habilidade de resposta do hospedeiro, que estão ligados a nutrição, estresse, hidratação e imunidade (vacinação). FILTRAÇÃO E UMIDIFICAÇÃO: Retarda a velocidade dos microrganismos devido aos meatos e conchas e os obstáculos que eles ofertam aos MOs. Enquanto o mesmo passa, sofre umidificação. EPITÉLIO CILIADO: está em maior parte do trajeto, realiza limpeza mucociliar. Sempre no sentido oral (varredura do que entra pelo ar, muco que vem do pulmão, tosse) para ser eliminado. Excesso de amônia corrói os cílios e diminui a eficiência de limpeza mucociliar. MACRÓFAGOS ALVEOLARES PULMONARES: São a primeira linha de defesa dos pulmões, tendo a capacidade de destruir microrganismos, sendo assessoras nas respostas imunes (IgA e IgG) recrutando e ativando os mediadores inflamatórios para que recrutem células inflamatórias (neutrófilos principalmente). ANTICORPOS: São uma barreia contra a penetração dos agentes no pulmão, com secreção de imunoglobulinas (IgA no TRS e IgG no TRI). FASE DE SUSCEPTIBILIDADE: Uma matriz bem imunizada por vacinas transfere imunidade passiva até o desmame. Porem existe uma janela de susceptibilidade ou imunológica, que diminuem a imunidade passiva e aumentam a imunidade ativa. Ocorre em torno de sete semanas de idade, sendo considerada uma face crítica. PRINCIPAIS MICRORGANISMOS ENVOLVIDADES AO CDRB 1. VÍRUS: vírus sinicial respiratório bovino (VSRB), Parainfluenza tipo-3 (PI-3), BVD, herpesvírus bovino tipo-1 (Bo HV-3), Reovírus 1, 2 e 3, Adenovírus 1, 2, 3 e 4. 2. BACTÉRIAS: Mannheimia haemolytica, pasterurella multocida, Treuperella pyogens, Streptococcus spp., Fusobacterium necrophorus, Salmonella spp., Escherichia coli e Staphylococcus spp.. 3. MICOPLASMA: Mycoplasma díspar, M. bovirhinis, M. bovis, M. mycoides e Ureaplasma spp.. 4. PARASITA: dictuocaulus viviparus. CARACTERISTICAS DA ALGUNS AGENTES MYCOPLASMA SPP: Pneumonia, artrite, otite média, suspeitar quando tiver os três sinais juntos. Antimicrobianos não funcionam muito bem, provoca colapso, áreas de consolidação e pneumonia caseonecróticas. Serão auscultados áreas de silêncio, sendo de difícil percepção devido a grande área torácica. MANNHEIMIA HEMOLYTICA: Comum entre jovens, adultos quando passam por estresse “febre de transporte”, Permanece na cavidade nasofaríngea, em uma situação de estresse, ela se prolifera, expande e se adere ao epitélio (pilo). Passa a ter uma forma muito patogênica libera leucotoxinas e tem como alvo leucócitos e plaquetas, que causam um desequilíbrio osmótico nas células (sai mais Na, K e proteínas e entra mais H20) causando edema celular podendo causa lise entre 5-15 minutos. A leucotoxina diminui a ação das células contra os microrganismos. Pneumonia é causada pela ação das células de defesa contra os agentes, gerando produtos lisossomais (elastase, colagenase e oxigênio reativo), causando danos teciduais, que altera o parênquima e o destrói (alterando a coloração, causando hemorragia e necrose). As lesões nas plaquetas levam a liberação de fibrinogênio e componentes vasoativos que formam trombos e fibrina no interstício causando pneumonia fibrinosa. Pasteurelose: pode causar pleurisia fibrinosa que gera aderência entre a pleura parietal e visceral, levando a danos e muita dor – cifose. HISTOPHILUS SOMNI: Gram -, comensal nas mucosas do bovino e causa meningoencefalite tromboembólica, acometendo trato respiratório e neurológico. Com eliminação via secreção nasal e urogenital, sua inalação leva a colonização do trato respiratório e se disseminam via hematógena. Pode ser transmitido por cópula. Causa septicemia, broncopneumonia supurativa e fibrinopurulenta, quadro neurológico, miocardite, otite média, pleurite, mastite, doenças reprodutivas, polissinovite, meningoencefalite tromboembólica, laringite abscedante, pericardite fibrinosa e morte súbita. PLEUROPNEUMONIA CONTAGIOSA BOVINA: Mycoplasma mycoides mycoides, se fixam nos revestimentos células da traqueia e bronquíolos. Apresenta respiração superficial, tosse, dor, relutância ao movimento. PC caprina: mesmo agente, porem mais agressiva, com aumento da temperatura, trombose e morte em 12-24 horas. Pode apresentar também síndrome nervosa, opstótono, aumento das articulações, pneumonia e mastite. O agente se isola no leite, sangue, urina e tecidos. ANTB como tilosina e tetraciclinas são utilizados. PNEUMONIAS INTERSTICIAIS Bronquiolite primária, ou seja, disseminação nos alvéolos com hipertrofia, proliferação e edema (nos alvéolos) e leva ao espessamento no interstício. É causada por vírus. PONTOS FRACOS COMO FATORES PREDISPONENTES 1. Deficiência nutricional da gestante/feto fraco e problemas no parto: dietas ruins e de baixa qualidade, avaliar o escore, umidade, laminites. Compromete o desenvolvimento e maturação do sistema imunológico dos bezerros. 2. Altas taxas de lotação na maternidade: Deve-se ter certeza de que existe um número de cochos para a quantidade de bezerros na maternidade, caso esteja superlotada aumenta também a sujeira no piquete que aumenta a contaminação, distribuição e disseminação de patógenos entre as gestantes. Brigas por cocho geram emagrecimento progressivo nas vacas. 3. Área e ambiente de parto: Sujidades, cochos quebrados, umidade excessiva, presença de grandes quantidades de amônia, deve ser arejado, com cama adequada que não cause choque térmico no bezerro ao nascer (chão duro sem capim é inviável), desníveis do solo no piquete que dificulta a visão, etc. 4. Cura de umbigo mal feita ou tardia: Material e horário adequado para a desinfecção, com iodo a 10% e desinfecção imediata com 10’’ de contato. Palpar o umbigo cerca de 1-2 vezes semanais e sempre realizar inspeção. 5. Falha na transferência de imunidade passiva: Deve-se possuir colostro de qualidade, realizar limpeza da mamadeira e inclinação correta na hora da mamada. O colostro é dado na mamadeira na primeiramamada e se tiver dificuldade, por alguma patologia, deve ser administrado por sonda, tem que ser ingerido nas primeiras 6h de vida. FATORES PREDISPONENTES AMBIENTAIS: Ventilação, clima, lotação, presença de partículas de poeira, umidade e temperatura ambiental. O nível de exposição aos agentes infecciosas é um risco complexo e de difícil manejo preventivo. Estresse, anemia, gases poeira, frio e calor interferem no sistema de defesa do trato respiratório. MANEJO APÓS O NASCIMENTO CAPACIDADE DE VENTILAÇÃO E DENSIDADE ANIMAL: São fatores determinantes no manejo da carga de patógenos aerógenos. a. SUPERLOTAÇÃO: disseminação maior de microrganismos, umidade da matéria orgânica e diferentes idades, aumento do numero de bactérias no ar e o tempo de sobrevida dos patógenos que são eliminados via aerossóis. b. AGLOMERAÇÃO: com locais fechados concentram altas cargas de patógenos e alta produção de gases irritantes (amônia da urina e gases). O ar nas instalações concentram Metano, CO2, amônia e H2S que são irritantes ao epitélio respiratório. PRIMEIROS 30 DIAS: Diminuição das imunoglobulinas na região traqueobrônquica, facilita a instalação de patógenos nos bezerros. PRIMEIROS 3 MESES: Inatividade fagocítica, e também do metabolismo oxidativo dos fagócitos. AMBIENTE X INFECÇÃO Vírus envelopado sobrevive bem a baixa umidade e não envelopados são instáveis. IBR e Parainfluenza sobrevivem bem a baixa umidade e o Mycoplasma é estável em alta ou baixa umidade, porém instável em média umidade. CONFORTO: Ambiente seco sem grandes correntes de vento, temperatura ideal de 17-21ºC com umidade de 50-70%, o tamanho das casas deve ser suficiente para posicionamento normal e o descanso das bezerras (2,8-3,0m²). ESTRESSE PELO FRIO: No 1º dia de vida a TºC critica é inferior a 13,4ºC. 10º dia de vida – 10,8ºC. 20º dia de vida – 8,4ºC. 30º dia de vida 6,4ºC. Em baixas temperaturas a viscosidade do muco diminui, assim como os batimentos ciliares, reduzindo a eficiência da limpeza pulmonar. ALTA UMIDADE: Faz com que o manto piloso úmido perca a capacidade de isolamento térmico ocorrendo um desequilíbrio térmico. ESTRESSE PELO CALOR: As respostas fisiológicas a altas temperaturas são a diminuição da frequência cardíaca, aumento da frequência respiratória, diminuição do consumo de alimentos, mudanças na composição corporal. Devido a isso a desnutrição, friagem, desidratação, infecções concorrentes, agentes químicos e ar poluído influenciam na saúde geral do bezerro. IMPORTÂNCIA NA IDENTIFICAÇÃO DE UM ANIMAL DOENTE Sintomas inespecíficos quanto a etiologia, devendo ter uma acurácia no exame clínico. INSPEÇÃO: Deve ser a primeira coisa a ser realizada com extrema atenção. Levar em consideração a posição do animal, arqueamento, tosse, orelhas baixas, respiração (bilateral, simetria, toracoabdominal), cifose, olhar ansioso (posição otopneica), cabeça esticada, abertura dos membros torácicos e observação do flanco (“sugado”). Se possui secreção nasal e se a mesma é uni ou bilateral, mucoide, serosa, serosanguinolenta, sanguinolente, ourulenta (+ comum), mucopurulenta (+comum). AREA DE PERCUSSÃO PULMONAR 12º EIC – em relação ao ílio (e), 11º EIC em relação ao ísquio (d) e 8º EIC em relação a articulação escapulo umeral (a). EXAMES COMPLEMENTARES Hemograma e gasometria para detectar inflamação e diferenciar de quadro viral ou bacteriano. Parasitológico de fezes detecta parasita pulmonar. A sorologia detecta surtos de IBR e Vírus sincicial bovino. Raio-X, US para tumores, abscessos e pleurites. Endoscopia, biópsia pulmonar e toracocentese (especial em pleurite). Lavados traqueobrônquicos e broncoalveolares devem ser utilizados luvas estéreis, tubos gelo, etc. Deve ser realizado necropsia, avaliação da desidratação, anemia e ter responsabilidade com antimicrobianos. Se necessário administrar fluidos. TRATAMENTO: Corrigir desidratação, anemia, adm anti-inflamatórios, broncodilatadores (Clenbuterol 0,08mg/kg) e mucolíticos (bromexina). Antimicrobianos: Sulfa+trimetropim, Ceftiofur, Flornicol, Marbofloxacina, Tilmecosina (Mycoplasma), Tulatromicina, Enrofloxacina, Amoxicilina e Penicilina. Dependendo do quadro clínico e se teve diagnóstico ou tratamento anterior (qual remédio e por quanto tempo). Se o animal é leiteiro o Ceftiofur não tem que descartar o leite. Tulatromicina é um metafilático de ação longa para prevenção, sendo aplicado antes do inverno ou no início do quadro (resultado satisfatório). Em casos de óbito deve-se realizar necropsia. O atraso no diagnóstico de CDRB pode haver sequelas como: perda de tecido pulmonar abscessos pulmonares, infecções do ouvido interno e a disseminação dos microrganismos. Detecção precoce de CDRB com treinamento adequado de pessoas, acuidade no exame do paciente, pois reduz o prejuízo econômico. Identificar os pontos fracos no manejo e melhora-los, realizar boas práticas de manejo em neonatos, garantindo condições adequadas de ambientem higiene e conforto, controlar as doenças intercorrentes e segregar os animais por idade, realizar vacinações e manter conforto térmico. O manejo preventivo é mais eficiente em CDRB.
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