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PATOLOGIA Caroline Cavalcante Neoplasias malignas de origem mesenquimal Sarcomas São tumores malignos de tecido mole, um grupo heterogêneo de neoplasias raras; Raros em região oral e maxilofacial, sendo responsáveis por menos de 1% das neoplasias que ocorrem nessa região. A verdadeira incidência desses tumores é relativamente difícil de averiguar devido a raridade de sua ocorrência e dificuldade em diagnosticar e classificar; Os sarcomas de região oral levam a mortalidade em virtude de recidiva local ao invés de metástase a distância; Margens cirúrgicas aceitáveis são difíceis de obter devida a delicada anatomia e proximidade de estruturas vitais; É comum ter mutações de translocação cromossômica; para determinar o diagnóstico usa a imunohistoquímica e marcadores moleculares; Exibem diversificado padrão histológico e amplo espectro clínico; Metástase hematogênica, principalmente para o pulmão. Fibrossarcoma Tumor maligno de fibroblastos; Já foi considerado o sarcoma mais comum, no entanto, atualmente sabe que tem baixa frequência devido ao reconhecimento e classificação separada de outras lesões de células fusiformes que apresentam características microscópicas parecidas. Clinicamente Aumento de volume de crescimento lento, atingem tamanhos consideráveis; Mais comum nas extremidades, apenas 10% a 19% ocorrem em cabeça e pescoço; Pode afetar pessoas de qualquer idade, mas é mais comum em adultos jovens e crianças. Histopatológico Fascículos de células fusiformes que formam um padrão de “espinha de peixe”; As células exibem uma pequena variação de tamanho e forma, embora um número PATOLOGIA Caroline Cavalcante Neoplasias malignas de origem mesenquimal variável de figuras mitóticas seja identificado; Em tumores pouco diferenciados, as células são menos organizadas e podem apresentar redondas ou ovoides; Discreto pleomorfismo; Tumores pouco diferenciados tendem a produzir menos colágeno do que os bem diferenciados. Tratamento e prognóstico Excisão cirúrgica Recidiva: 50% dos casos Sobrevida em 5 anos: 40% a 70% Rabdomiossarcoma Neoplasia maligna em músculo esquelético, é o mais comum tumor mesequimal; Etiologia é desconhecida; Comuns em crianças: 60% dos sacormas na infância Apenas 2% a 5% dos sarcomas em adultos; Mais frequente em região de cabeça e pescoço, 35% dos casos. Clinicamente Mais comum em homens, raro em indivíduos com idade superior a 45 anos; Tem padrões microscópicos que se relacionam com o clínico: Embrionário Pessoas menores de 10 anos, 60% dos casos e envolve o “brotrióide”. Comum em cabeça e pescoço. Alveolar Entre 10 e 25 anos, 20 a 30% dos casos, relacionado com translocações cromossômicas: PAX3-FKHR( FOX1) e PAX7- FKHR (FOX1). Comum em cabeça e pescoço Pleomórfico Maiores de 40 anos, aproximadamente 5%. Comum nas extremidades. Aumento de volume infiltrativo, indolor, crescimento rápido; Face, órbita e cavidade nasal; O palato é o sitio mais comum intraoral, algumas podem surgir no seio maxiliar e invadir a cavidade oral. Crescimento exofítico polipoide que lembra um cacho de uvas. PATOLOGIA Caroline Cavalcante Neoplasias malignas de origem mesenquimal Histopatológico Células arredondadas ou ovoides com citoplasma escasso, algumas figuras de mitose Tratamento e prognóstico Excisão cirúrgica seguida de quimioterapia com vários agentes; Radioterapia pós operatória; Taxa de sobreida em 5 anos: embrionário 66%, botriíde 95%; fusiforme 88%; alveolar 44 a 53% Sarcoma de Kaposi Rara neoplasia vascular; tornou-se comum devido à sua propensão ao desenvolvimento em indivíduos infectados pelo HIV; Causado pelo herpesvírus humano 8 (HHV8); se origina nas células endoteliais, com algumas evidencias de origem linfática. Subtipos clínicos: Clássica, Endêmica (africana), Iatrogênica associada a imunossupressão, relacionada a AIDS. 1. Clássico Doença da vida adulta, 70% a 90% em homens; indivíduos de descendência italiana, judia ou eslava; múltiplas máculas e pápulas azul arroxeadas na pele e extremidades inferiores. Crescimento lento; lesões orais raras e acometem palato. 2. Endêmico Adultos jovens e crianças na África subsaariana; Pode variar amplamente: lesões cutâneas indolentes a tumores que envolvem tecidos, ossos e vísceras mais profundos; Uma forma linfadenopática particularmente agressiva: crianças pequenas com tumores de crescimento rápido dos gânglios linfáticos e lesões de órgãos viscerais 3. Iatrogênica Pacientes que receberam transplante de órgãos; 0,5% dos transplantados renais; relacionado a perda da imunidade celular, resultado do uso imunossupressores. PATOLOGIA Caroline Cavalcante Neoplasias malignas de origem mesenquimal 4. AIDS A incidência de SK em pacientes que fazem uso da terapia antirretroviral é 20% a 40% menor; Lesões cutâneas exibem predileção pela face e extremidades inferiores; palato duro, gengiva e língua mais afetados; lesões orais começam com máculas azuis ou marrons eritematosas. Histopatológico Três etapas: 1. Macular, 2 placa e 3 nodular 1- A proliferação de microvasos resultando em uma rede vascular irregular que envolve os vasos preexistentes. As células endoteliais com aparência branda e linfócitos e plasmócitos dispersos 2- O estágio da placa demonstra uma maior proliferação dos canais vasculares com o desenvolvimento de um componente significativo de células fusiformes 3- No estágio nodular as células fusiformes proliferam formando uma massa tumoral nodular que pode assemelhar-se a um fibrossarcoma ou outros sarcomas de células fusiformes Tratamento e prognótico Forma clássica Radioterapia, excisão cirúrgica e quimioterapia. Prognóstico variável.; a forma nodular benigna e africana é similar a clássica. Algumas formas endêmicas africanas e linfadenopática são mais agressivas e prognóstico ruim; Nos pacientes transplantados pode ser mais agressivo, embora os tumores possam regredir caso a terapia imunossupressora seja interrompida. AIDS Terapia sistêmica para lesões orais de SK relacionadas à AIDS, mesmo no estágio macular inicial, porque a progressão para o estágio exofítico na cavidade oral está associado a um pior prognóstico. Indicadores prognósticos negativos para SK relacionados à AIDS incluem: edema associado ao tumor, ulceração, extensa doença oral, envolvimento visceral e um histórico de infecções oportunistas. PATOLOGIA Caroline Cavalcante Neoplasias malignas de origem mesenquimal A taxa de sobrevida em 5 anos para indivíduos diagnosticados com KS nos últimos anos é de aproximadamente 70%. Contudo, as taxas de sobrevivência são muito mais baixas nas regiões onde o tratamento não está amplamente disponível. Sarcoma de Burkitt Malignidade originada nos linfócitos B, que representa um linfoma indiferenciado. Ralacionada ao vírus Epstein Barr(EBV) e também a translocações cromossômicas; predileção pelos osso gnáticos. Tipos: 1. Endêmico (95% EBV +) Afeta crianças na África subsaariana e norte do Brasil; Locais com alta incidência de malária serve como co fator. 2. Esporádico (10% EBV+) Ocorre em todo o mundo e apresenta-se comoaumento de volume abdominal. 3. Associado ao HIV (30% EBV+) Ocorre em estágios iniciais da infecção pelo HIV em indivíduos cujo sistema imune ainda não está comprometido. Clinicamente 50% a 70% da forma endêmica osso gnáticos/maxila posterior, quato mais jovem mais envolvimento; crianças/homens, áfrica central Esporádico faixa etária mais ampla, região abdominal e ossos maxilares É um crescimento tumoral, aumento de volume facial e proptose, mobilidade dentária e destruição do osso alveolar; Ragiograficamente: Destruição radiolúcida do osso com magens irregulares e mal definidas, perda irregular da lâmina dura (sinal precoce) Histopatológico Células B não clivadas, pequenas e indiferenciadas; células de núcleos redondos com citoplasma pequeno; vários nucléolos proeminentes e numerosas mitoses. PATOLOGIA Caroline Cavalcante Neoplasias malignas de origem mesenquimal Padrão clássico de “céu estrelado” fenômeno causado pela presença de macrófagos dentro do tecido tumoral. Os macrófagos têm citoplasma abundante e menos corados. As células linfoides neoplásicas são hipercromáticas. Além da imunohistoquímica deve ser feito uma análise genética molecular devido se parecer com outras lesões de células B. Nesse linfoma tem uma translocação cromossômica bem conhecida que é o do 8;14 que resulta na superexpressão do oncogene c-myc, que conduz a proliferação neoplásica. Tratamento e prognóstico Tratamento consiste em quimioterapia intensa; No passado o prognostico era sombrio com uma média de sobrevida de apenas 10 meses e meio. Mais recentemente um novo protocolo de quimioterapia com multi agentes mostram taxa de sobrevida de 3 a 5 anos de 85% a 95% após o tratamento de pacientes em estágio I ou II Doença em estágio avançado a sobrevida gira em torno de 75% a 85%
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