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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA _____________________________________________________________________________ Anotações para o texto Ciência da cultura, de Tylor 1. Logo no primeiro parágrafo, Tylor começa por definir cultura ou civilização como o conjunto complexo de elementos constitutivos da mentalidade das comunidades humanas. O autor parte do pressuposto de que há leis ou princípios gerais a reger as diversas culturas humanas, de modo que toda sociedade raciocina mais ou menos segundo premissas comuns. Exemplos óbvios podem ser o senso de pertencimento ao grupo, a comunicação por meio de uma linguagem comum, a formação e a proteção de famílias, ritualismos em torno do matrimônio, da gestação e nascimento de novos membros, etc. Convicto que essas ideias universais se fazem presentes em toda comunidade humana minimamente organizada, Tylor dirá também que toda cultura se encontra em um determinado estágio evolutivo em relação a essas ideias universais que compõem a essência da cultura humana. 2. Tylor propõe que o estudo da natureza humana pressupõe o conhecimento de leis naturais que regem, naturalmente, a humanidade. Parece rejeitar as teorias dominantes de que o homem é dotado de livre-arbítrio para agir em sua vida segundo suas vontades e caprichos. O autor descarta discussões filosóficas e metafísicas sobre a liberdade de ação do homem, e estabelece, como premissa de seu discurso, uma relação de causa-efeito que explicaria a dinâmica da natureza humana. Assim, a formação da cultura é explicada numa lógica cientificista de causa-efeito. 3. Seguindo a lógica do pensamento evolucionista-cultural, Tylor propõe que há estágios mais ou menos demarcados na evolução cultural das. Como considera a humanidade homogênea, mas situada em diferentes graus de civilização, Tylor descarta o fator raça da discussão e atribui os níveis evolutivos ao desenvolvimento da comunidade humana, seja ela branca, parda ou branca, europeia, africana ou americana. Portanto, o evolucionismo cultural de Tylor não associa a evolução cultural a fatores genéticos ou geográficos como raça ou nacionalidade. Argumenta que costumes e tecnologias similares podem ser encontrados entre povos diferentes e em épocas diferentes. Tylor desconsidera a díade kantiana espaço/tempo. 4. O autor sugere que a humanidade, em suas múltiplas comunidades nas mais variadas áreas geográficas, experimenta circunstâncias similares e reage de maneira mais ou menos similar a tais circunstâncias, gerando elementos culturais correspondentes a elas. Exemplo: sociedades que vivam próximas de grandes rios tendem a desenvolver costumes e técnicas em relação ao rio; os sírios criam modos de pescar nos afluentes do mar morto; venezianos desenvolvem redes de pesca para pegar peixes na península itálica; uma tribo africana pesca com o uso de lanças ou machados. Cada sociedade se encontra em nível distinto de evolução cultural: algumas pescam e criam comércio de pescados com outros povos, enquanto outras sociedades apenas pescam frutos do mar sem preocupar-se em estocá-los ou vendê-los.
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