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EF 9º ANO_PRODUÇÃO DE TEXTO_LIVRO DE ATIVIDADES_VOLUME 4 (PROFESSOR)

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Livro do professorLivro do professor
Livro de 
atividades
Produção 
de texto
9o. ano
Volume 4
1
Proposta 5: Como entrar no universo 
das indagações e da busca 
rigorosa por respostas? 15
Proposta 6: Formas de pesquisar e de 
divulgar a pesquisa 21
Proposta 7: Mulheres na ciência 29
Proposta 8: Visita guiada: um olhar atento 
faz toda a diferença 36
2 Gêneros de pesquisa: desenvolvendo o espírito 
investigativo 15
Discurso: a arte de falar bem 
em público 2
Proposta 1: Importantes oradores e 
grandes discursos são 
lembrados quando se fala em 
oratória 2
Proposta 2: Uma voz ecoa no mundo... e 
faz história 8
Proposta 3: Discurso de formatura: marca 
da conclusão de um ciclo 12
Proposta 4: Discursos impactantes: o que 
disseram os oradores deste e 
de outros tempos 14
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Discurso: a arte 
de falar bem 
em público
Importantes oradores e grandes discursos são 
lembrados quando se fala em oratória
A ARTE DA BOA COMUNICAÇÃO, NO DECORRER DOS 
SÉCULOS, TORNOU-SE UMA IMPORTANTE FERRAMENTA 
ENTRE OS HUMANOS.
Leia a tira para discutir sobre isso.
Em geral, o verbo convencer é usado, indis-
tintamente, no lugar do verbo persuadir.
Apesar de, em muitos dicionários, esses ter-
mos serem considerados sinônimos, verifica-
mos, pela etimologia (origem) das palavras, 
que apresentam diferenças de sentido. 
Convencer significa fazer uma pessoa 
acreditar, crer, que algo é verdade. Persuadir, 
por sua vez, significa levar alguém a praticar 
uma ação, agir de determinada forma.
QUINO. O mundo de Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 1999. p. 8.
1. Converse com seus colegas sobre essa tira. Depois, respondam em 
conjunto às questões, verificando se a compreensão inicial de vocês 
foi satisfatória. 
2. Por que Manolito está tão revoltado? Porque ele não quer ir à escola.
3. A quem Manolito dirige toda a sua indignação? Como é possível saber 
quem é seu interlocutor?
4. Manolito diz: “E não me venham com discursinhos porque não vão 
me convencer!”. Que relação é possível estabelecer entre discurso e 
convencimento?
5. Na tira, há um lapso temporal entre o terceiro e o quarto quadro. 
Como o percebemos?
6. No último quadro, onde os personagens possivelmente estão?
7. Relacionando o quarto quadrinho com o terceiro, a que conclusão 
podemos chegar? 
a) ( ) O discurso da mãe de Manolito foi bem convincente, a ponto 
de fazê-lo ir para a escola.
b) ( X ) A mãe de Manolito convenceu o filho apelando para o “dis-
curso do chinelo”.
3. Ele se dirige aos pais. É possível saber 
disso pelos elementos visuais dos 
três primeiros quadros, que retratam 
Manolito em casa, em sua cama, e 
pelo repertório que o leitor tem dos 
personagens. Tanto Manolito quanto 
Mafalda são crianças, e o garoto 
detesta ir para a escola.
4. Esperamos que os alunos consigam 
entender que, ao fazerem um “dis-
curso”, as pessoas objetivam convencer 
outras de alguma coisa.
5. Percebemos o lapso temporal pela 
mudança do cenário e pelo figurino 
dos personagens.
6. Os personagens estão na escola.
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Importantes oradores e grandes discursos são 
lembrados quando se fala em oratória
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2 Livro de atividades
1
3 Produção de texto – 9o. ano – Volume 4 – Proposta 1 3
8. A expressão “oratória do chinelo” 
funciona como uma metáfora, pois, 
nesse contexto, pode significar surra.
c) ( ) O discurso que a mãe de Manolito utilizou foi o de falar sobre 
o chinelo.
d) ( ) A mãe de Manolito foi bem convincente, usando um 
“discursinho”.
8. Manolito fala para Mafalda da “oratória do chinelo” de sua mãe. No 
contexto da tira, qual é o significado dessa expressão?
A “oratória do chinelo” significa que, só de ver o chinelo, Manolito sabia a fala que estava embu-
tida nele: ou vai para a escola, ou apanha.
9. O que você entende por discursar? Você sabe o que é oratória? Con-
verse com seus colegas sobre isso.
 Leia os textos a seguir para compreender a importância da oratória na 
constituição dos discursos e conhecer técnicas para falar em público.
Texto 1
• Adolf Hitler discursando para jovens 
alemães durante conferência do 
Partido Nazista em Nuremberg
• Gandhi discursando para povo 
indiano
• Winston Churchill discursando em 
1941
• Martin Luther King Jr. discursando 
em Washington, D.C.
Viagem no tempo
A história da oratória e da retórica: saiba como surgiu 
a ciência do falar bem e veja por que essa arte comunicativa 
permanece mais atual e evidente do que nunca
Durante a história humana, diversas personalidades se destacaram 
pelo fato de falarem bem, com clareza, carisma e persuasão. Indiví-
duos como Adolf Hitler, Martin Luther King Jr., Mahatma Gandhi e 
Winston Churchill são nomes conhecidos pela sua habilidade com as 
palavras e por dominarem a atenção das pessoas, seja para o bem ou 
para o mal. 
Quantas pessoas não foram persuadidas por alguém que usou a 
linguagem como sua grande arma, a fim de conquistar seu público e, 
assim, atingir seus objetivos?
Esse forte poder chamou a atenção do público e, há mais de dois mil 
anos, vem sendo estudado, aprimorado e aperfeiçoado para que novos 
discursos, mais completos e persuasivos, consigam atingir sua grande 
meta: conquistar pessoas. Não à toa, políticos, atores, professores e advo-
gados, dentre tantos outros profissionais, buscam até hoje estudar formas 
de tornar suas falas mais atraentes e interessantes para sua audiência. [...]
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4 Livro de atividades4
Lá na Grécia Antiga
Desde quando o ser humano desenvolveu a habilidade de se comu-
nicar, procurou fazer com que outra pessoa o entendesse. Seja por meio 
de gestos, grunhidos ou sinais, o Homo sapiens via como vital para sua 
sobrevivência que sua comunidade compreendesse seus pensamentos.
E, então, o tempo passou. Da mesma forma que a civilização hu-
mana foi se aperfeiçoando, o mesmo aconteceu com a capacidade de 
comunicação, como os desenhos, os objetos e a fala. Assim, a interação 
dos seres humanos acompanhou tal tendência. A complexidade das 
civilizações aumentou, tornando essencial a compreensão das relações 
comunicativas. E foi nas organizações sociais antigas (como Atenas, 
Tebas e Roma) que se tem grande destaque para o poder da comuni-
cação no convencimento das pessoas.
É fato que o ato de persuadir não surgiu na região da Grécia Antiga 
ou na Itália atual, mas foi nesses locais que essa habilidade foi usada 
com mais evidência. Na vida pública de algumas antigas cidades gre-
gas, como Atenas, existiam estruturas que se chamavam ágoras. O local 
era uma grande praça na qual os atenienses se reuniam para discutir a 
democracia e a política daquela região. Sendo assim, cada pessoa que 
desejasse, falava na ágora em seu próprio nome, sem a existência de 
representantes. Por isso, qualquer cidadão que quisesse ter sucesso 
nessas reuniões necessitava aprender técnicas para falar em público 
com o intuito de persuadir outros indivíduos. “Sócrates já dizia: ‘fale 
para que eu te conheça’. Falar bem é como dar um abraço sonoro”, 
conta o professor e mestre em semiótica Jacques Miranda. [...]
Importância dos sofistas
Um grupo particular de pensadores gregos foi fundamental para o 
modo como os discursos foram elaborados e se desenvolveram nessa 
época: os sofistas. Eles formavam uma escola de intelectuais que cobra-
vam dos cidadãos que quisessem aperfeiçoar sua forma de discursar, 
ensinando-lhes técnicas de fala, argumentação e postura. Os sofistas 
acreditavam que não existia uma verdade absoluta sobre as coisas, já 
que tudo poderia ser argumentado e discutido, buscando na razão (e 
não mais no misticismo) a base para seus argumentos. É por volta dessa 
época, então, que começoua evoluir uma nova ciência que ensinaria a 
melhor forma de se fazer a comunicação das ideias e maneiras de con-
vencer um público, chamada de oratória.
É comum que se ouça como sinônimo de oratória a palavra retóri-
ca, confundindo-se o significado de ambas. Porém, de acordo com o 
professor Jacques Miranda, são elementos diferentes: “Oratória é uma 
disciplina contemporânea que estuda as técnicas para falar bem, nota-
damente em público. Retórica é o ato de comunicar verbalmente”. Ou 
seja, enquanto a oratória é um conjunto de regras e técnicas adequadas 
para produzir e apresentar um discurso, a retórica se restringe apenas 
à ação de expressar essas técnicas por meio da voz. 
• Vista da antiga ágora de Atenas, hoje 
em ruínas
A palavra sofista adquiriu sentido pejorativo 
pelas observações dos filósofos Aristóteles 
e Platão, que consideravam os sofistas falsos 
intelectuais, com sabedoria aparente, por-
que, para eles, não importava a verdade, mas 
sim a defesa de uma ideia, a argumentação, 
independentemente de ser feita em relação 
a algo verdadeiro ou não.
GUERINO, Leonardo. Viagem no tempo. Ler & Saber, São Paulo, ano 1, n. 1, p. 6-8, 2017.
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5 Produção de texto – 9o. ano – Volume 4 – Proposta 1 5
Texto 2
• Capa do livro Como falar bem em 
público
Caminhos para o sucesso
Métodos e dicas para falar bem em público e atingir seus objetivos com a 
comunicação
Chegou a hora. Você está diante da plateia, dos entrevistadores ou 
daqueles que deseja convencer. [...] As pessoas e seus olhos atentos 
estão em um lugar para ouvir o que você tem a dizer. O seu foco é se 
apresentar com desenvoltura, dominar o medo, demonstrar segurança 
e cumprir o objetivo, seja ele ministrar uma boa aula, fazer um discur-
so encorajador ou ter êxito em uma situação de emprego.
A circunstância descrita é motivadora de ansiedade e receio por parte 
de muitos indivíduos. Alunos cujos corações palpitam só de ouvir as pa-
lavras “apresentar para a sala”, sujeitos preparados para um cargo que não 
se saem bem em entrevistas e profissionais que perdem oportunidades 
por não conseguirem defender pontos de vista entendem a necessidade 
de desenvolver melhor suas habilidades de comunicação. E é claro que 
não é fácil, mas um conjunto de ações pode simplificar esse momento.
“Falar em público, realmente, é estar exposto e envolve vários detalhes, 
que sempre estão expressando algo sobre nós. A comunicação é a ação de 
deixar comum”, afirma Ana Lúcia Spina, fonoaudióloga, especialista em 
voz coach em comunicação corporativa e uma das autoras do livro Como 
falar bem em público, da editora Impetus. Sendo assim, para ser capaz de 
dividir com os outros determinados conteúdos e, o mais importante, fazer 
isso bem e sem sofrer, separamos algumas dicas e técnicas.
1. Expressão e naturalidade
[...] Cada um com sua maneira de ser e agir deve aprimorar pontos 
particulares, que fazem parte das próprias características. Isso porque 
tentar aparentar algo totalmente diferente daquilo que você é pode ter 
o efeito contrário: limitar todos os impulsos revela uma atitude forçada, 
além de ser outra preocupação dentre as tantas presentes na mente. [...]
2. Autoconhecimento é essencial
De acordo com a especialista [Ana Lúcia Spina], quem quer falar 
bem precisa, inicialmente, entender-se como comunicador. Conhecer 
os pontos fracos, trabalhá-los e saber o que funciona ou não para si são 
fatores determinantes. “Dizer que falar pausadamente é bom para to-
dos pode ser um problema. Se uma pessoa que fala baixo e sem muita 
expressão vocal começar a fazer pausas, ficará com uma comunicação 
ainda menos expressiva”, explica a profissional.
3. Teste e treino
Para saber o que fazer ou não no momento da apresentação, é 
necessário ter se preparado antes. E não estamos falando apenas de 
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6 Livro de atividades6
O que seriam falhas na comunicação oral?
• Usar linguagem inadequada ao público, 
isto é, ser muito coloquial para uma pla-
teia de executivos ou muito formal para 
espectadores jovens.
• Preocupar-se apenas com o conteúdo 
e não se importar com a forma como é 
comunicado.
ALFARO, Érika. Caminhos para o sucesso. Ler & Saber, São Paulo, ano 1, n. 1, p. 14-16, 2017.
estudar o conteúdo. Verifique seu desempenho para que seja possível 
aprimorar pontos problemáticos. Filme você mesmo ou peça para um 
amigo assistir e ajudar a identificar possíveis falhas.
4. Mude sua visão
Pessoas cuja reação a uma fala em público é o medo, provavelmente, 
terão um pensamento negativo sobre o momento em si. Por isso, a dica 
é tentar pensar na apresentação como uma oportunidade [...] de aprimo-
rar um ponto fraco ou discorrer sobre um tópico interessante. Aos pou-
cos, a maneira como as situações são percebidas pode ser ressignificada.
5. Preveja o que pode dar errado
Durante o treino, tem sempre uma parte que você erra? Redobre a 
atenção e faça mais anotações nessa etapa. Se cometer o mesmo erro 
durante a apresentação, não se desespere. As pessoas são capazes de 
entender, se o momento for levado com bom humor e jogo de cintura. 
[...] Se tremores forem um problema, segure algum objeto, apoie as 
mãos em uma cadeira, na mesa ou no microfone.
6. Controle o tempo
[Ana Lúcia Spina] ressalta que, nos nossos ensaios, devemos verifi-
car tal questão. “É melhor usar menos tempo do que mais, pois tempo 
é precioso, e invadir o do outro demonstra falta de cuidado. [...]
7. Faça um checklist
[...] Afinal, a bateria do computador deve estar cheia, os slides sem 
erros, os arquivos de vídeos baixados e vários outros detalhes, que são 
muitos para serem guardados apenas na cabeça.
8. Esqueça a decoreba!
Traçar uma linha de raciocínio para as informações é a melhor ma-
neira de não precisar decorar. Quando não existe sequência lógica, há 
mais propensão de lapsos de memória. Se você dominar o assunto, 
apenas um lembrete (que pode estar no slide) pode ser suficiente para 
relembrar o que deve ser dito.
9. Trabalhe o tom de voz
A comunicação vai muito além do que está sendo dito. A maneira 
como você faz também é essencial. Por isso, para mostrar a importân-
cia de uma fala, reduza a velocidade e deixe sua voz mais grave, assim 
a plateia terá a noção do destaque do conteúdo e se lembrará dele por 
mais tempo. Já se a intenção for provocar entusiasmo, fale mais rápido.
10. Atente-se aos gestos
O espaço entre o queixo e a cintura é chamado pelos comunicado-
res de zona do poder. Tente centralizar a maioria dos gestos nessa área. 
Outra dica é dar preferência para movimentos de fora para dentro do 
corpo para transmitir mais segurança – o contrário pode passar a sen-
sação de menor importância às palavras. 
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7 Produção de texto – 9o. ano – Volume 4 – Proposta 1 7
Produção de texto 1
Fique por dentro
Conheça os objetivos dessa proposta de 
produção de texto:
a) Refletir sobre uma boa oratória.
b) Sintetizar informações.
Dica: Síntese de texto em 
forma de esquema
1. Releia o texto de Érika Alfaro.
2. Sintetize suas ideias principais em forma 
de esquema ou de quadros.
3. Elabore um esquema ou quadros que 
possibilitem uma consulta rápida.
4. Revise seu texto.
 Para ter sucesso em uma comunicação oral, além das dicas dadas no 
texto 2, é preciso definir bem os elementos principais do discurso, que 
são:
• contexto e público (para quem, onde, quando, em que cir-
cunstância) – é importante considerar, antes de tudo, a quem 
o discurso vai ser dirigido (o público) e qual é o contexto (o 
evento, a situação);
• tema (o quê) – deve-se determinar um assunto de interesse 
do público e identificar o tipo de discurso mais apropriado. Às 
vezes, o tema não é escolhido pelo orador, ou seja, em algumas 
situações, ele é designado para falar sobre algo em particular. 
Nesse caso, é necessário procurar maneiras de manter o público 
envolvido;
• linguagem – está intimamente relacionada com o público e a 
situação. Se asituação é mais formal, a linguagem deve responder 
a essa formalidade; porém, se a situação é descontraída, a lingua-
gem pode ser mais solta, mais coloquial.
10. No espaço abaixo, elabore uma síntese do texto Caminhos para o sucesso. 
Você deve registrar as informações em forma de esquema ou de quadros. 
O importante é que possa consultar rapidamente as orientações de Érika 
Alfaro. Se quiser, ilustre seu trabalho. 
Uma voz ecoa no mundo... e faz história
MUITOS DISCURSOS, NO MOMENTO EM QUE FORAM 
PROFERIDOS, TIVERAM UMA 
GRANDE IMPORTÂNCIA HISTÓRICA.
Vários discursos mais antigos carregam valores e ideias muito presentes no 
mundo atual. Há, também, diversos discursos atuais que apresentam força per-
suasiva e arrebatam os interlocutores. Um exemplo disso é o discurso proferido 
por Malala Yousafzai na Organização das Nações Unidas (ONU) em 12 de julho 
de 2013.
• Malala Yousafzai discursando na 
ONU, em 2013
A ONU determinou o dia 12 de julho 
de 2013 como o Dia de Malala (Malala 
Day). Nessa data, Malala comemorou seu 
16º. aniversário.
O Taliban é um grupo político-religioso 
islâmico autoproclamado nacionalista 
revolucionário. É considerado fundamen-
talista porque defende o posicionamento 
extremista em favor das leis religiosas do 
islamismo.
Difundiu-se no Paquistão e no Afeganistão 
entre membros da etnia pashtun.
Eu não sei por onde começar o meu discurso, eu não sei o que as 
pessoas estão esperando que eu fale. Mas, primeiro de tudo, agra-
deço a Deus, para quem todos nós somos iguais. E obrigada a cada 
pessoa que rezou pela minha rápida recuperação e nova vida. Não 
posso acreditar em quanto amor as pessoas têm demonstrado em 
relação a mim. Tenho recebido milhares de cartões e presentes do 
mundo inteiro. Obrigada a todos, às crianças que, com palavras 
inocentes, me incentivaram, e aos mais velhos, cujas orações me 
fortaleceram. [...]
Queridos irmãos e irmãs, lembrem-se de uma coisa: O “Dia Malala” 
não é o meu dia. Hoje é o dia de cada mulher, cada garoto e cada ga-
rota que levanta a voz pelos seus direitos. Há centenas de ativistas de 
direitos humanos e trabalhadores sociais que não estão falando apenas 
pelos seus direitos, mas que estão lutando para atingir seu objetivo de 
paz, educação e igualdade. Milhares já foram mortos pelos terroristas e 
milhões foram feridos por eles. Eu sou só mais um deles. Então, aqui 
estou. Então, aqui estou eu, uma menina, entre tantas. Eu falo não por 
mim, mas por aqueles cujas vozes não podem ser ouvidas. Por aque-
les que têm lutado por seus direitos. O seu direito de viver em paz. 
O seu direito de ser tratado com dignidade. O seu direito à igualdade 
de oportunidades. O seu direito de ser educado.
Queridos amigos, em 09 de outubro de 2012, o Taliban atirou no 
lado esquerdo da minha testa. Atiraram nos meus amigos também. Eles 
acharam que aquelas balas nos silenciariam. Mas falharam e, então, do 
silêncio vieram milhares de vozes.
Os terroristas pensaram que mudariam meus objetivos e eliminariam 
minhas ambições, mas nada mudou na minha vida, com exceção disto: 
a fraqueza, o medo e a falta de esperança morreram; a força, o poder e 
a coragem nasceram. Sou a mesma Malala, meus desejos são os mesmos, 
minhas esperanças e sonhos também.
Queridos irmãos e irmãs, não sou contra ninguém e nem estou aqui 
para falar sobre uma vingança pessoal contra o Taliban ou qualquer 
outro grupo terrorista. Estou aqui para falar pelo direito de cada crian-
ça à educação. Quero educação para os filhos e filhas dos talibãs e para 
todos os terroristas e extremistas.
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9 Produção de texto – 9o. ano – Volume 4 – Proposta 2 9
Também não odeio o Taliban que atirou em mim. Mesmo que eu tives-
se uma arma na mão e ele estivesse na minha frente, não atiraria nele. Esta 
é a compaixão que aprendi com Maomé, profeta da misericórdia, Jesus 
Cristo e Lorde Buda; esta é a herança de mudança que recebi de Martin 
Luther King, Nelson Mandela e Mohammed Ali Jinnah. Esta é a filosofia de 
não violência que eu aprendi com Gandhi, Badshah Khan e Madre Teresa. 
E este é o perdão que eu aprendi com meu pai e minha mãe. Isto é o que a 
minha alma está me dizendo: estar em paz e amor com todos.
Queridos irmãos e irmãs, nós percebemos a importância da luz quan-
do vemos a escuridão. Percebemos a importância da nossa voz quando 
somos silenciados. Da mesma forma, quando estávamos em Swat, no 
norte do Paquistão, percebemos a importância de canetas e livros quan-
do vimos armas. O sábio ditado que diz “A caneta é mais poderosa que a 
espada” é verdadeiro. Os extremistas têm medo dos livros e das canetas. 
O poder da educação os assusta e eles têm medo das mulheres. O poder 
da voz das mulheres os apavora. É por isto que eles mataram 14 estudan-
tes inocentes no recente ataque em Quetta. E é por isto que eles matam 
professoras. É por isto que eles atacam escolas todos os dias: porque 
tiveram e têm medo da mudança, da igualdade que vamos trazer para a 
nossa sociedade. E eu me lembro que havia um menino em nossa escola 
que foi perguntado por um jornalista o porquê do Taliban ser contra a 
educação. Ele respondeu muito simplesmente apontando para seu livro: 
“um talibã não sabe o que está escrito dentro deste livro”. Eles acham que 
Deus é um pequeno ser conservador que apontaria armas para a cabeça 
das pessoas só por elas irem à escola. Esses terroristas estão fazendo mau 
uso do nome do Islã para seu próprio benefício pessoal.
Paquistão é um país democrático e amante da paz. Pashtuns que-
rem educação para seus filhos e filhas. O Islã é uma religião de paz, hu-
manidade e fraternidade. É um dever e uma responsabilidade garantir 
educação a cada criança, é o que ele diz. A paz é uma necessidade para 
a educação. Em muitas partes do mundo, especialmente no Paquistão 
e no Afeganistão, o terrorismo, a guerra e os conflitos impedem as 
crianças de irem à escola. Estamos realmente cansados dessas guerras.
Mulheres e crianças estão sofrendo de muitas maneiras, em muitas 
partes do mundo. Na Índia, crianças pobres e inocentes são vítimas do 
trabalho infantil. Muitas escolas têm sido destruídas na Nigéria, enquan-
to os afegãos são oprimidos pelo extremismo. As meninas têm que fazer 
trabalho infantil doméstico e são forçadas a se casarem em uma idade 
precoce. Pobreza, ignorância, injustiça, racismo e privação dos direitos 
básicos são os principais problemas enfrentados por homens e mulheres.
Hoje eu estou focando nos direitos das mulheres e na educação das me-
ninas porque elas são as que mais sofrem. Houve um tempo em que as ati-
vistas mulheres pediam aos homens para defender seus direitos. Mas desta 
vez, nós vamos fazer isto por conta própria. Eu não estou dizendo para os 
homens não falarem mais dos direitos das mulheres, mas estou focando na 
ideia das mulheres serem independentes e lutarem por si mesmas.
Badshah Khan, ativista e líder político e 
religioso, pregava a forma não violenta de 
manifestações.
A cidade de Quetta fica na província do 
Baluchistão, no oeste do Paquistão.
Você sabia que Malala foi a pessoa mais 
jovem a receber o Prêmio Nobel da Paz? 
Realize uma pesquisa sobre as razões 
que a levaram a ganhar essa honraria e 
a categoria em que foi premiada.
10 Livro de atividades10
Então, queridos irmãos e irmãs, agora é a hora de falar. Então hoje, 
nós conclamamos os líderes mundiais a alterar as suas estratégias polí-
ticas a favor da paz e da prosperidade.
Pedimos aos líderes mundiais que todos os acordos de paz protejam 
os direitos das mulheres e crianças. Um acordo que se oponha aos direitos 
das mulheres é inaceitável. Convocamos todos os governos a assegurar a 
educação obrigatória livre para todas as crianças do mundo. Apelamos a 
todos os governos que lutem contra o terrorismo e a violência, protegendo 
as crianças da brutalidade e do perigo. Pedimos às nações desenvolvidas 
que apoiem a expansão das oportunidadeseducacionais para meninas 
nos países em desenvolvimento. Apelamos a todas as comunidades para 
que sejam tolerantes, rejeitem o preconceito baseado em casta, credo, 
seita, cor, religião ou agenda para garantir a liberdade e a igualdade para 
as mulheres, para que elas possam florescer. Nós todos não podemos ter 
sucesso quando metade de nós fica para trás. Conclamamos nossas irmãs 
ao redor do mundo a serem corajosas, abraçarem a força dentro de si e 
conscientizarem-se de seu pleno potencial.
Queridos irmãos e irmãs, queremos escolas e educação para o futu-
ro brilhante de todas as crianças. Vamos continuar a nossa jornada para 
o nosso destino de paz e educação. Ninguém pode nos parar. Vamos 
falar de nossos direitos e vamos trazer a mudança para nossa voz. Nós 
acreditamos no poder e na força de nossas palavras. Nossas palavras 
podem mudar o mundo inteiro porque nós estamos todos juntos, uni-
dos pela causa da educação. E se nós queremos atingir nosso objetivo, 
então vamos nos fortalecer com a arma do conhecimento e vamos nos 
proteger com a unidade e união.
Queridos irmãos e irmãs, nós não podemos nos esquecer de que 
milhões de pessoas estão sofrendo com a pobreza, a injustiça e a ig-
norância. Nós não devemos nos esquecer de que milhões de crianças 
estão fora da escola. Nós não devemos esquecer que nossos irmãos e 
irmãs estão esperando por um futuro brilhante e pacífico.
Deixem-nos, portanto, travar uma luta gloriosa contra o analfabetis-
mo, a pobreza e o terrorismo. Deixem-nos pegar nossos livros e canetas 
porque estas são as nossas armas mais poderosas. Uma criança, um 
professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo.
A educação é a única solução. Educação antes de tudo.
Obrigada.
Para conhecer mais sobre Malala, você 
pode ler o livro Eu sou Malala, uma 
autobiografia publicada pela editora 
Companhia das Letras, em 2013 (pri-
meira edição).
Você também pode assistir ao documen-
tário produzido pelo diretor estaduni-
dense Davis Guggenheim, em 2015. Por 
18 meses, ele conviveu com Malala, seus 
pais e seus irmãos. Além de ficar na casa 
da família, em Birmingham, na Inglaterra, 
o diretor acompanhou a passagem 
dela por países como Nigéria, Quênia, 
Emirados Árabes Unidos e Jordânia, para 
conversar com jovens e autoridades.
O filme ganhou o Prêmio Emmy 2016 como 
Melhor Conquista Individual em Animação.
YOUSAFZAI, Malala. Dia Malala: discurso ONU. Disponível em: <http://www.ikmr.org.br/dia-malala-
discurso-onu/>. Acesso em: 20 mar. 2019.
1. Converse com seus colegas e troquem impressões sobre o discurso de 
Malala. Indiquem as partes de que mais gostaram e as de que menos 
gostaram e expliquem por quê. 
2. Qual é o tema central do discurso de Malala? 
O tema é o direito à educação, especialmente por meninas e mulheres.
 
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11 Produção de texto – 9o. ano – Volume 4 – Proposta 2 11
3. Quais são os temas periféricos abordados por Malala?
Direitos humanos, violência (terrorismo), perdão, necessidade de paz no mundo, responsabili-
dade governamental de garantir paz e educação aos cidadãos e reivindicação do direito à edu-
cação (especialmente por parte das mulheres).
4. Malala se tornou mundialmente conhecida quando sofreu o atentado 
por parte do Taliban. Por que ela foi atacada por esse grupo extremista?
Malala foi atacada pelo Taliban por se posicionar a favor da educação para as mulheres e por 
não obedecer à proibição de ir para a escola.
5. Que frase do discurso de Malala se tornou muito famosa e passou a ser 
repetida em todo o mundo?
“Uma criança, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo."
Práticas de reflexão sobre a língua
6. Qual o vocativo escolhido pela oradora para se dirigir a todos os que 
ouviam seu discurso? Por que você acha que ela o repete constantemente? 
“Queridos irmãos e irmãs”. Esperamos que os alunos entendam que a repetição do vocativo é
uma maneira de chamar a atenção do interlocutor, conclamá-lo a uma reflexão ou imprimir for-
ça ao discurso.
7. O discurso de Malala é marcado pela subjetividade. Qual recurso lin-
guístico é responsável por esse efeito?
 O uso da 1ª. pessoa (do singular ou do plural) marca a subjetividade, ou seja, individualiza o discur-
so. Assim, Malala estende a um grupo específico (estudantes e mulheres) seu apelo (“Convoca-
mos”, “Apelamos”, etc.).
8. Agora o orador será você. Tomando como base o discurso de Malala, 
coloque-se no lugar dela e estruture um texto dessa natureza, fazendo 
uma espécie de decalque. Ou seja, é importante manter o tema e a lin-
guagem, mas você pode e deve abordar outros aspectos. Assim como 
Malala, você é um estudante. Então, o que diria à Assembleia da ONU 
se fosse convidado a discursar lá? A importância da educação é um 
tema amplo, portanto escolha alguns aspectos para abordar. Conside-
rando que você vai se dirigir a autoridades, atente-se à formalidade e 
à correção da linguagem.
Produção de texto 2
Fique por dentro
Conheça os objetivos dessa proposta de 
produção de texto:
a) Considerar as condições de produção e 
de recepção de um discurso. 
b) Estruturar o texto de acordo com a 
construção composicional esperada para 
o gênero.
c) Identificar elementos constitutivos do 
gênero.
Dica: discurso pelo 
direito à educação 
(decalque)
1. Defina o recorte do tema que será abor-
dado em seu discurso.
2. Esboce os tópicos e, dependendo do 
assunto, pesquise dados para fundamen-
tar seu discurso. Por exemplo: se você 
for falar do índice de analfabetismo no 
Brasil ou no mundo, precisará ter acesso a 
dados atualizados.
3. Escolha um tipo de discurso para ser o pre-
dominante em seu texto. Você pode fazer 
um apelo ou uma reivindicação, manifestar 
uma indignação, etc. Cuide para que seu 
discurso não seja meramente expositivo, 
já que não se trata de uma palestra ou 
uma conferência. Você pode ilustrar seu 
discurso com experiências pessoais, porém 
ele não deve se reduzir a uma coleção de 
“achismos”.
4. Organize o texto em parágrafos, sepa-
rando bem os blocos de ideias, mas não 
perca a ligação entre elas.
5. Edite e revise seu texto, para que ele seja 
claro, interessante e isento de erros.
Discurso de formatura: 
marca da conclusão de um ciclo
A FORMATURA É UM ACONTECIMENTO IMPORTANTE NA VIDA 
DE QUALQUER ESTUDANTE, PORQUE REPRESENTA O FIM DE 
UMA ETAPA. ESSE EVENTO TEM UM CARÁTER CERIMONIAL, 
DE CELEBRAÇÃO, DE COMEMORAÇÃO. POR ESSA RAZÃO, 
É TRADIÇÃO QUE O RITUAL SEJA COMPOSTO DE DISCURSOS, 
ENTRE ELES O DO ORADOR, AQUELE QUE FALA EM NOME DE 
TODOS OS FORMANDOS.
Leia o discurso de formatura de Regina Marcia de Souza, formanda do curso 
de Letras da Universidade Federal do Paraná (UFPR) no ano de 2014.
O caráter cerimonial não é uma caracte-
rística exclusiva de formaturas. Vários outros 
eventos carregam essa peculiaridade, como 
casamento, bodas, funeral, iniciação religiosa 
e, até mesmo, as tradicionais festas de debu-
tantes (15 anos).
A oradora inicia 
o discurso cum-
primentando os 
presentes e destaca 
os interlocutores a 
quem vai se dirigir 
especialmente.
A oradora ressalta o 
papel dos professo-
res na trajetória dos 
alunos. Ela genera-
liza essa avaliação, 
usando a 1ª. pessoa 
do plural (nós).
A oradora faz uma 
rápida retrospectiva 
e destaca o caráter 
saudosista.
A oradora projeta o 
futuro, dizendo aos 
professores que os 
alunos poderão vir 
a ser seus colegas.
A oradora imprime 
um tom divertido 
ao texto, já que é 
comum os alunos 
pedirem trabalhos 
ou avaliações 
alternativas para 
melhorar a nota.
A oradora usa a es-
tratégia de criação 
de expectativa.
Novamente, o tom 
de humor é usado.
12 Livro de atividades12 Livro de atividades
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Boa noite a todos. Meus cumprimentos ao Excelentíssimo Vice-Reitor da Universidade 
Federal do Paraná, professor Zaki Akel Sobrinho, em nome de quem saúdo todas as au-
toridades da mesa e outras aqui presentes. Meus cumprimentos especiais aos nossos pais,familiares e amigos que aqui vieram participar deste momento tão importante para nós. 
Cumprimento ainda nossos professores, a que dirijo a palavra de modo especial.
Os conhecimentos literários e linguísticos certamente são essenciais para a formação de 
um estudante de Letras. E sabemos que vocês, professores, são preparados para nos ensinar 
isso. Entretanto, vocês nos ensinam muito mais do que conhecimento acadêmico. Vocês nos 
apresentam ao mundo das artes plásticas, da fotografia, da música, da história, da psicanálise, 
do teatro, do cinema... Abrem nossas mentes para que, muito mais do que bons profissionais 
e professores, possamos nos tornar pessoas melhores. Pessoas que vão acrescentar algo para o 
mundo ou que, ao menos, vão saber olhar para o mundo com mais sabedoria.
Foram cinco anos de convívio. Cinco anos de conversas, de esclarecimentos, de ideias, de 
discussões, de críticas construtivas, de conselhos, de sorrisos e cumprimentos nos elevadores. 
Foram cinco anos de cumplicidade. É triste pensar que não assistiremos mais às suas aulas, 
que não precisaremos mais fazer os trabalhos e provas, que não receberemos mais elogios 
nem críticas. Nossos nomes não estarão mais em suas listas de chamada. Não estaremos mais 
sentados nas velhas cadeiras de madeira nem esperando na porta das suas salas para tirar 
dúvidas ou pegar um livro emprestado. E vocês não farão mais parte das nossas manhãs e 
noites... Mas as vozes, os rostos, os trejeitos, as palavras, as matérias, os poetas, romancistas, 
linguistas e críticos... Tudo isso seguirá conosco. E, quem sabe, um dia vocês ouçam falar 
de nós e esbocem um sorriso. Ou, se tudo der MUITO certo, seremos colegas de trabalho. 
E vocês vão pensar que valeu a pena ter nos dado mais uma chance naquela prova final.
Hoje, chegou o momento de esclarecermos algumas coisas. Na maioria das vezes, 
aquela pergunta sem cabimento no meio da aula não foi distração ou falta de leitura. 
Foi apenas a vontade afobada de participar da aula e, quem sabe, impressionar vocês. 
Mas é claro que, nesses casos, a tentativa era sempre um fracasso. Talvez vocês não 
tenham percebido que algumas perguntas feitas depois da aula eram apenas uma des-
culpa para ter mais um pouquinho da atenção de vocês. E, certamente, o sorriso em 
nossos lábios com a leitura de um poema do Drummond não era apenas o encanto
13 Produção de texto – 9o. ano – Volume 4 – Proposta 3 13
Produção de texto 3
Fique por dentro
Conheça os objetivos dessa pro-
posta de produção de texto:
a) Considerar as condições de 
produção e de recepção de um 
discurso. 
b) Estruturar o texto de acordo 
com a construção composicional 
esperada para o gênero.
c) Identificar elementos constituti-
vos do gênero.
Dica: discurso de 
formatura
1. Defina o enfoque que você quer 
dar a seu discurso.
2. Esboce os tópicos a serem 
abordados. 
3. Escolha a linguagem que você vai 
usar: mais séria e formal ou mais 
bem-humorada e informal.
4. Se optar por fazer uma retros-
pectiva, selecione momentos que 
possam ser interessantes a todos, 
e não somente a você, já que está 
falando em nome dos formandos.
5. Organize o texto em parágrafos, 
separando bem os blocos de 
ideias, mas não perca a ligação 
entre elas.
6. Edite e revise seu texto, para que 
ele seja claro, interessante e isento 
de erros.
pelo poeta, mas por quem o estava lendo... E, talvez, vocês não tenham se 
dado conta de que o chocolate no fim do semestre não era apenas um pedido 
de desculpa pelos atrasos, mas uma forma boba de mostrar um pouquinho da 
nossa grande admiração por vocês.
É preciso confessar, ainda, que, por mais amáveis e atenciosos que vocês 
possam ser, muitas vezes nos sentimos intimidados por vocês. A admiração 
é tanta que nos faz ter medo de falar bobagens diante de vocês e, obviamen-
te, tudo o que conseguimos fazer é falar bobagens 
diante de vocês. Muitas bobagens, inclusive. Mas a 
paciência de vocês é incondicional.
Quando pensamos em quem éramos quando entramos na universidade e 
em quem somos hoje, é impossível negar a responsabilidade de vocês nessa 
mudança. Com uma sugestão de leitura, vocês conseguem revolucionar nossa 
forma de pensar e de ver o mundo. Com uma crítica, vocês conseguem nos 
colocar de volta nos eixos. Com um incentivo, vocês possibilitam o bom desen-
volvimento de uma pesquisa. Vocês nos fazem ter vontade de ler mais, de viajar 
mais, de pensar mais, de ver mais... E tudo o que podemos fazer para retribuir 
é disseminar todo esse conhecimento e experiência para nossos futuros alunos 
e leitores, como uma forma de agradecimento a vocês. 
Nós, seus alunos, pretendemos levar uma parte de vocês conosco. Esperamos 
conseguir ler um poema de Almada Negreiros (“Morra o Dantas, morra!”) com a 
mesma expressividade; ler os poemas eróticos do Drummond com a mesma doçu-
ra (mas sem ficar vermelhos); falar do velho Bach e de Joyce com a mesma intimi-
dade (e ainda saber falar romeno); falar de Kafka com o mesmo brilho nos olhos (e 
em alemão!); falar de arte e da Vênus de Willendorf com o mesmo carinho (além 
de desvendar Baudelaire e Rimbaud como ninguém). Enfim, cada uma dessas ima-
gens e lembranças refletirá em nossa maneira de ensinar, de escrever e de viver.
O que desejamos a vocês é todo o respeito que um professor merece ter. 
Desejamos que todas as pessoas percebam a importância que vocês têm na 
formação da sociedade e do indivíduo. Esperamos que toda a dedicação que 
vocês cultivam por seus alunos seja reconhecida e que a sua, e agora nossa, 
profissão seja devidamente valorizada. O conceito de que ser professor é algo 
que se faz por amor já se tornou um clichê. O que estimamos é que o respeito, 
a admiração, a valorização e o reconhecimento é que se tornem um clichê da 
nossa profissão, e não algo tão distante da realidade. 
Por fim, gostaríamos de agradecer a vocês por toda a tolerância, amizade, 
empolgação, puxões de orelha, incentivos, paciência, conhecimento, livros em-
prestados, textos impressos, poemas declamados, romances indicados, sintaxe 
compreendida, músicas apresentadas, risadas, olhares de reprovação, olhares de 
aprovação, notas boas, notas ruins, aulas maravilhosas, trabalhos bons, orienta-
ção científica no bar e, principalmente, queremos agradecer por vocês nos terem 
ajudado a compreender melhor o mundo, o ser humano e nós mesmos. 
Aqui, o tom de humor é 
obtido pela repetição da ideia.
SOUZA, Regina M. Discurso proferido na formatura da turma de Letras da Universidade Federal do Paraná. 
Curitiba, 24 maio 2014.
• Agora, imagine que você está em sua formatura de conclusão do 
Ensino Fundamental. Como seria seu discurso? Mãos à obra!
“É chegado o momento de curar feridas.
É chegado o momento de transpor abis-
mos que nos separam.
Cabe a nós o momento de reconstrução.
Alcançamos, por fim, a emancipação po-
lítica. Comprometemo-nos a libertar todo 
o nosso povo da prolongada servidão da 
pobreza, da privação, do sofrimento e da 
discriminação devido ao gênero e em suas 
demais formas.”
• Discurso proferido por Nelson Mandela 
na cerimônia de posse como presidente 
da África do Sul, em 1994. Ele passou 27 
anos na prisão (até 1990) por ser ativista 
político contra o apartheid.
Produção de texto 4
Fique por dentro
Conheça os objetivos dessa proposta de 
produção de texto:
a) Ampliar o repertório de leitura.
b) Pesquisar discursos impactantes na 
história.
c) Produzir um banner com trechos de 
discursos e comentário pessoal.
Dica: banner com 
trechos de 
discursos
1. Pesquise, em livros, em revistas e na 
internet, discursos que ficaram famosos 
na história.
2. Leia os discursos na íntegra e selecione 
aquele que, em sua opinião, é o mais 
interessante.
3. Destaque o trecho que mais lhe chamou 
a atenção.
4. Elabore um banner com os dados 
solicitados na atividade. Faça-o de forma 
bem impactante, para chamar a atenção 
dos leitores.
5. Inclua no banner um comentário pessoal 
sobre o discurso como um todo e sobre 
o trecho destacado.
6.Revise o texto.
“Aquele homem ali diz que as mulheres 
precisam ser ajudadas para entrar em 
coches, erguidas sobre valas e têm o me-
lhor lugar onde quer que vão. Ninguém 
jamais me ajuda a subir em coches ou 
me ergue sobre poças de lama ou me 
cede o melhor lugar! 
[...] E eu não sou uma mulher? Olhem 
para mim!” 
• Discurso proferido por Sojourner Truth 
(escrava liberta que lutou pelos direitos 
das mulheres) em 1851, em uma con-
venção feminista.
“Para registro, feminismo é, por defini-
ção, a crença de que homens e mulheres 
devem ter os mesmos direitos e oportu-
nidades. É a teoria da igualdade política, 
econômica e social dos sexos.”
• Discurso proferido na ONU pela atriz e 
feminista Emma Watson no lançamento 
da campanha HeForShe (ElePorEla), pela 
igualdade de gênero.
“Eu tenho um sonho de que meus qua-
tro filhos pequenos um dia viverão em 
uma nação na qual não serão julgados 
pela cor da sua pele, mas pelo teor do 
seu caráter.”
• Discurso proferido por Martin Luther King 
Jr. em 1963, em Washington, durante 
marcha pelos direitos civis. Ele era um 
ativista em defesa da igualdade racial.
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14 Livro de atividades14 Livro de atividades
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 4 Discursos impactantes: o que disseram 
os oradores deste e de outros tempos
A HISTÓRIA ESTÁ RECHEADA DE DISCURSOS QUE 
MOVERAM MULTIDÕES.
Confira trechos de discursos fortes o suficiente para impactar o público. 
ADDIS, Ferdie. Discursos que mudaram a história. Tradução de Thaïs Costa. São Paulo: Prumo, 2012. p. 62, 
163, 200.
• Pesquise diferentes discursos que ficaram marcados na história e 
escolha um deles. Construa um banner contendo um trecho do 
discurso selecionado, a data e o local em que ele foi proferido e a 
imagem do orador. Escreva também um comentário pessoal sobre 
a importância do discurso como um todo e sobre a razão de ter 
escolhido o trecho. À semelhança dos textos acima, sua produção 
representará uma ampliação de repertório, para você e para toda a 
escola. 
15 Produção de texto – 9o. ano – Volume 4 – Proposta 5 15
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Gêneros de pesquisa: 
desenvolvendo o espírito 
investigativo
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Como entrar no universo das indagações e da 
busca rigorosa por respostas?
A INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA É UMA FORMA DE BUSCARMOS 
RESPOSTAS PARA NOSSAS DÚVIDAS OU INDAGAÇÕES. 
1. Converse com um colega sobre as questões a seguir e anote suas 
respostas.
a) Você se considera uma pessoa curiosa? Que assuntos despertam 
sua curiosidade? 
Pessoal.
b) A que ideia a imagem ao lado remete? 
À ideia de busca por respostas de maneira minuciosa, acurada.
c) Em sua opinião, qual é a relação entre curiosidade e pesquisa? 
Pessoal. Esperamos que os alunos respondam que a curiosidade motiva a pesquisa.
2. Que relações podemos estabelecer entre essa imagem e o espírito 
investigativo científico?
O espírito investigativo move o pesquisador, que analisa seu(s) objeto(s) de estudo de forma 
minuciosa e atenta.
3. Que tipos de pesquisa você fez durante sua vida escolar?
Pessoal. Fique atento às respostas dos alunos. É provável que eles mencionem a pesquisa do tipo 
bibliográfica. Pergunte-lhes de que modo as informações foram coletadas e se não foi no 
esquema “copia e cola”.
4. Qual é a importância da pesquisa científica para a sociedade?
5. O que você entende por “fazer ciência”?
Pessoal. Esperamos que os alunos entendam que “fazer ciência” diz respeito a uma prática de 
pesquisa rigorosa, metodológica. 
É comum os professores solicitarem 
pesquisas aos alunos. Contudo, muitas 
delas não partem de uma curiosidade 
ou dúvida real dos estudantes e acabam 
se tornando uma atividade de cópia. 
Eles digitam a palavra-chave em um 
site de buscas e copiam o conteúdo do 
primeiro ou do segundo link que apa-
rece. Muitas vezes, nem leem os textos 
que entregam ao professor. Assim, a 
pesquisa perde seu caráter de investi-
gação e construção de novos saberes, 
tornando-se uma tarefa de reprodução.
A sociedade se beneficia das pesquisas científicas na medida em que elas se revertem para o 
bem comum: descoberta de tratamento ou cura de doenças, desenvolvimento de tecnologia 
capaz de melhorar a qualidade de vida das pessoas, etc. 
16 Livro de atividades16
Iniciação Científica na escola: práticas para a construção 
de conhecimento na Educação Básica
A Iniciação Científica (IC), entendida como atividade estratégica 
para o desenvolvimento científico e tecnológico do país, há até pou-
co tempo, era realizada quase que exclusivamente a partir do ensino 
superior. Diversas iniciativas, no entanto, vêm ampliando a cobertura 
dos programas de iniciação científica, estimulando que atividades des-
sa natureza sejam desenvolvidas no ensino médio. Assim, as escolas 
despertam para a possibilidade de implementarem atividades de IC 
não apenas para os jovens, mas, também, para as crianças e, com isso, 
os estudantes do ensino fundamental têm experimentado a chance de 
participar de programas de IC, já a partir do ensino fundamental. 
Há menos de duas décadas, as escolas começaram a trabalhar 
com projetos de aprendizagem e, posteriormente, a desenvolver ati-
vidades de IC. Estas têm em vista contribuir para o desenvolvimento 
de capacidades sociocognitivas dos estudantes e para aprendizagens 
de natureza científica. Nesse sentido, os benefícios evidenciam-se no 
desenvolvimento de formas mais elaboradas de pensamento e de capa-
cidades para trabalhar individualmente ou em equipe. Por conta disso, 
os estudantes aprendem a formular questões e problemas de pesquisa, 
a realizar procedimentos para examinar suas teorias, e a revisar con-
tradições em seus modelos explicativos. Simultaneamente, aprendem 
a respeitar o outro, a cumprir regras e a manter acordos livremente 
combinados. [...]
A atividade de Iniciação Científica envolve a formulação de pro-
blemas, o levantamento de hipóteses de solução, a experimentação e 
o desenho de novos modelos explicativos para os problemas formu-
lados pelo pesquisador. É preciso que [...] os estudantes da educação 
básica sejam desafiados a explicitar curiosidades em todas as áreas do 
conhecimento, a produzir indagações, a modelizar possíveis soluções 
aos problemas, a orientar-se por um Método de trabalho, a realizar 
testagens e reflexões que levem à construção de novas relações entre 
elementos de problemas levantados e que estão sendo estudados pelos 
estudantes pesquisadores e seus professores orientadores. [...]
A atividade proporciona, aos poucos, uma melhor compreensão do 
que consiste o fazer ciência e, para além do laboratório ou da sala de 
aula, a atividade de IC deverá permitir que o estudante compreenda as 
implicações políticas e sociais dos conhecimentos científicos produzi-
dos pela humanidade, para si e para outros, ao longo da vida. [...]
Na IC, o estudante aprende a interrogar-se, a formular hipóteses 
iniciais em suas tentativas de explicar fatos, acontecimentos e fenô-
menos observados diretamente ou indiretamente; aprende a realizar 
experimentações para testar suas ideias e a provocar seu pensamento a 
examinar contradições, a contrapor pensamentos, a examinar pontos 
de vista diferentes dos seus para, então, modificar ou consolidar suas 
ideias iniciais.
Para que um estudo seja considerado cien-
tífico, é imprescindível que estes elementos 
sejam definidos:
• objeto de estudo – corresponde ao que 
é estudado (o dado, o fato, o fenômeno, 
etc.);
• método – refere-se à técnica utilizada e 
aos passos seguidos na análise dos dados;
• conceito – compreende a criação ou a 
utilização de conceitos que colaboram 
para a elucidação dos dados, dos fatos ou 
dos fenômenos. Ou seja, uma investiga-
ção científica precisa de provasou testes 
que confirmem (ou não) as ideias iniciais 
acerca do problema levantado.
Considerando que a IC necessita fun-
damentar-se nas indagações que os 
estudantes se fazem a partir de suas 
curiosidades genuínas, e que o profes-
sor irá assumir o papel de orientador de 
um processo investigativo protagoni-
zado pelo estudante, qual é o papel do 
professor diante do desafio escolar de 
incluir a IC como estratégia de trabalho 
para aprendizagens em todas as áreas? 
(DUTRA, 2014, p. 3)
Esse texto chama a atenção para o fato 
de que nem toda pergunta formulada 
a partir de uma curiosidade ou dúvida 
é investigativa. É preciso observar se a 
questão pode ser respondida com uma 
simples consulta a fontes de informação 
ou se demanda uma investigação mais 
aprofundada.
 Produção de texto – 9o. ano – Volume 4 – Proposta 5 1717
A estimulante forma de trabalho que caracteriza a IC pode ser es-
tendida ao trabalho investigativo em todas as áreas do conhecimento. 
[...]
Sugerimos iniciar a reflexão, a partir de questionamentos tais como:
• O que aprendemos e o que já sabemos, no momento, sobre os as-
suntos que estamos estudando? Que curiosidades identificamos a 
partir das atividades desencadeadoras e das atividades derivadas 
que estamos realizando?
• Que dúvidas estão surgindo sobre os assuntos que estamos traba-
lhando?
É importante destacar que, desde o momento inicial de reflexão 
conjunta com os estudantes para o levantamento de aprendizagens, 
curiosidades e dúvidas, a atividade do professor orientador é denomi-
nada intervenção. 
Na IC, as intervenções do professor orientador são realizadas de 
modo que venha a estabelecer um diálogo com um ou mais estudantes, 
no qual as trocas de ideias permitam conhecer o ponto de vista a partir 
do qual cada um está trabalhando para fazer a reflexão.
[...]
Por uma opção didática, apresentamos inicialmente os elementos 
do processo investigativo: 
DUTRA, Ítalo M. et al (Org.). Trajetórias criativas: jovens de 15 a 17 anos no Ensino Fundamental – uma 
proposta metodológica que promove autoria, criação, protagonismo e autonomia. Disponível em: <http://
portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=16323-seb-traj-criativas-
caderno7-iniciacao-cientifica&category_slug=setembro-2014-pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 8 maio 2019.
O que entendemos por 
curiosidade? 
A curiosidade é reconhecida como 
uma capacidade natural que se 
evidencia em diferentes espécies 
animais e corresponde às ações que 
os levam a explorar, a investigar e a 
aprender sobre o meio ao seu redor. 
O que entendemos por dúvida? 
A dúvida pode ser entendida como 
uma incerteza em relação a ideias, 
fatos, ações, asserções, ou decisões 
relacionadas a uma noção prévia que 
se tenha sobre a realidade. 
Intervenção 
A intervenção do professor 
orientador envolve mediar, 
assistir, tomar parte no processo 
investigativo do estudante, com o 
objetivo de conhecer o seu ponto 
de vista como autor, orientá-lo e 
apoiá-lo em decisões compatíveis 
com aprendizagens que decorrem de 
conduta ativa. 
O que entendemos por processo 
investigativo? 
Nesta proposta educativa, é um 
processo que faz parte das atividades 
de IC e se refere aos procedimentos 
próprios da investigação em si. Pode 
ser chamado também de projeto de 
investigação. 
©Shutterstock/Rob Wilson
é aquela que irá nortear a investigação; havendo mais de uma, será necessário 
definir a principal, sem contudo serem tomadas, no conjunto, como um 
questionário.
é a argumentação que se refere às razões, motivações, que levaram o estudante 
a escolher o assunto ou tema a ser investigado.
são formulações que embasam as possíveis respostas ao problema, baseadas 
em saberes prévios do estudante e no levantamento de conhecimentos feito em 
fontes de consulta disponíveis.
são ações que caracterizam o Método, são planejadas de acordo com a natureza 
do problema a ser investigado e visam testar a validade das hipóteses.
etapa em que os elementos/observações/dados são analisados e contrastados 
com a hipótese de trabalho, convergindo os resultados discutidos para a 
elaboração de uma resposta à pergunta de investigação.
conjunto de palavras que melhor sintetizam o problema, o processo e os 
resultados da investigação; posteriormente, as palavras-chave serão utilizadas 
na construção de um mapa conceitual.
pergunta de 
investigação
justificativa
hipóteses
procedimentos
análise dos dados 
e discussão de 
resultados
palavras-chave
18 Livro de atividades18
6. O texto que você leu trata da iniciação científica no Ensino Fundamen-
tal. Você já tinha ouvido falar sobre isso? Explique como você tomou 
conhecimento dessa atividade.
7. Você já participou de um projeto de iniciação científica ou conhece 
alguém que tenha participado? Compartilhe sua resposta com os 
colegas.
8. Com base no texto, o que se pode entender por “iniciação científica”?
Esperamos que os alunos entendam a iniciação científica como a primeira etapa do processo de 
desenvolvimento de pesquisas científicas. Nessa etapa, são ensinados procedimentos básicos do 
fazer científico, que vão desde a formulação de um problema até a divulgação dos resultados.
9. De acordo com o texto, projetos de iniciação científica podem ser 
realizados
( ) exclusivamente por estudantes do Ensino Superior.
( ) apenas por estudantes do Ensino Médio ou do Ensino Superior. 
( ) por estudantes de todos os níveis de ensino, somente de escolas 
privadas.
( ) por estudantes de todos os níveis de ensino, apenas de escolas 
públicas.
( X ) por estudantes de todos os níveis de ensino, de instituições públi-
cas ou privadas.
10. Por que é importante desenvolver projetos de iniciação científica nas 
escolas?
Porque esses projetos contribuem para aprendizagens de natureza científica e para o desenvol-
vimento da capacidade sociocognitiva dos estudantes, de formas mais elaboradas de pensa-
mento e de capacidades para trabalhar individualmente e em equipe.
11. Quando falamos em ciência, logo vem a nossa mente a imagem de pes-
soas em laboratórios, não é mesmo? Segundo o texto, estudos científi-
cos são realizados apenas nas áreas de Ciências da Natureza (Ciências, 
Biologia, Física e Química)? Justifique sua resposta.
Não. Podem ser feitos estudos científicos em qualquer área do conhecimento.
12. Os trabalhos científicos podem ser feitos individualmente ou em 
equipe. Quais as vantagens de se trabalhar em equipe?
Uma das vantagens é o fato de as reflexões e as descobertas serem partilhadas entre os estudan-
tes e também com o professor. Além disso, os alunos desenvolvem a habilidade de trabalhar em
grupo.
Os estudantes podem fazer suas pesquisas 
com ou sem o auxílio de bolsas de estudos, 
as quais são ofertadas por instituições que 
financiam pesquisas, como o Conselho 
Nacional de Desenvolvimento Científico 
e Tecnológico (CNPq) e a Coordenação 
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível 
Superior (Capes), de âmbito federal, e a 
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado 
de São Paulo (Fapesp), de âmbito estadual.
A iniciação geralmente dura um ano. É 
preciso entregar um relatório parcial após 
seis meses e outro, final, após doze meses 
de pesquisa.
O CNPq financia o Programa Institucional 
de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic), com 
o objetivo de promover o desenvolvimento 
da pesquisa científica entre estudantes para 
a descoberta de novos talentos.
Derivado do Pibic, surgiu o Pibiquinho, 
desenvolvido pela Universidade Federal 
Fluminense (UFF), que disponibiliza 
bolsas de pré-iniciação científica a alunos 
do Ensino Fundamental do Colégio 
Universitário Geraldo Reis (Coluni). O obje-
tivo principal é incentivá-los a desenvolver 
o pensamento científico mediante partici-
pação em atividades de pesquisa científica, 
com orientação de pesquisador qualificado, 
identificando-se novas vocações e jovens 
talentos.
Para mais informações, consulte os sites 
oficiais do CNPq, da Capes, da Fapesp e da 
UFF (Pibiquinho).
7. O objetivo dessa questão épromover 
uma troca de experiências entre os 
alunos. Incentive-os a ampliar a dis-
cussão, mencionando se têm familia-
res ou amigos que se dedicam a pes-
quisas científicas.
19 Produção de texto – 9o. ano – Volume 4 – Proposta 5 19
Enciclopédias, revistas, jornais, internet e 
livros específicos são considerados fontes 
de informação de fácil acesso e suficientes 
para a consulta a informações simples.
Na atualidade, ficou cunhada a expressão 
dar um Google quando se deseja esclare-
cer dúvidas simples sobre os mais diversos 
assuntos, já que esse é o mecanismo de 
busca mais utilizado pelos internautas.
14. Aproveite a oportunidade para dis-
cutir com os alunos as implicações 
políticas dos conhecimentos cientí-
ficos. Aqui, é importante considerar 
a dimensão política como aquela 
que diz respeito a todo cidadão e 
sua vida em coletividade. Isso signi-
fica dizer que o desenvolvimento de 
conhecimentos científicos, durante 
toda a história da humanidade, pro-
porcionou novas formas de orga-
nização social e de relação entre os 
seres humanos, bem como alteração 
nos modos de vida e nas relações das 
pessoas com o mundo. 
13. Em uma pesquisa científica, o pesquisador precisa considerar alguns 
elementos fundamentais. Relacione cada um deles a sua respectiva 
explicação.
 I. Formulação de problemas e identificação do objeto de estudo
 II. Levantamento de hipóteses
 III. Definição de métodos de trabalho (metodologia)
 IV. Realização de experimentos, testes e aplicações e análise dos dados
 V. Justificativa e objetivos
 VI. Apresentação de resultados
( III ) Compreende a definição de um conjunto de ações que serão rea-
lizadas durante a investigação, ou seja, o passo a passo para se 
chegar aos resultados finais da pesquisa, bem como os materiais e 
os procedimentos necessários.
( VI ) Refere-se à resposta que se dá a todo o processo de investigação 
científica, ou seja, aquilo que foi pesquisado precisa ser divulga-
do de alguma forma (relatório, artigo científico, comunicação em 
congressos, mostra de resultados em feiras, etc.).
( I ) Diz respeito à identificação de curiosidades e dúvidas sobre de-
terminado fato ou fenômeno que não podem ser respondidas 
apenas com uma consulta a fontes de informação, requerendo 
um estudo mais aprofundado, uma investigação mais cuidadosa.
( V ) Compreende a identificação das razões de se realizar determina-
da investigação, o apontamento de sua importância, definindo-
-se, assim, aonde se pretende chegar com a investigação, ou seja, 
que respostas se quer alcançar.
( II ) Refere-se à elaboração de respostas possíveis acerca do dado pes-
quisado, sejam elas afirmativas, sejam negativas.
( IV ) Diz respeito à necessidade de experimentar soluções ou, então, 
de coletar dados e analisá-los, a fim de confirmar ou rejeitar as 
hipóteses levantadas.
14. Releia este trecho:
[...] a atividade de IC deverá permitir que o estudante compreenda as 
implicações políticas e sociais dos conhecimentos científicos produzi-
dos pela humanidade, para si e para outros, ao longo da vida.
• Quais conhecimentos científicos produzidos pela humanidade tive-
ram grande impacto social?
Os alunos podem citar desde a descoberta do fogo e a aprendizagem de manipulação desse 
recurso até os atuais desenvolvimentos tecnológicos.
 
 
20 Livro de atividades20
15. Converse com seus colegas sobre as questões a seguir.
a) Se você fosse convidado a fazer parte de um projeto de iniciação 
científica, em que área gostaria de desenvolver sua pesquisa? Justifi-
que sua resposta.
b) O que você tomaria como objeto de estudo?
16. Reúna-se com alguns colegas e, com base nas orientações presentes 
no esquema do texto lido, elaborem um esboço de uma intenção 
de pesquisa. “Esboço” porque, em uma pesquisa de caráter cien-
tífico, todos os seus itens precisam ser discutidos e aprimorados; 
“intenção de pesquisa” porque podemos definir um objeto, mas, se 
não encontrarmos uma dúvida ou curiosidade que desencadeie uma 
investigação, teremos de repensar o objeto ou o questionamento 
acerca dele. Isso significa que a pesquisa está sempre em construção, 
mas, de qualquer forma, é preciso esboçar uma intenção para que 
seja desenvolvida. Mãos à obra!
Objeto de estudo 
(área de pesquisa)
• O que mexe com a curiosidade de vocês? 
• Sobre o que gostariam de aprender mais?
• A que área do conhecimento esse objeto de estudo 
pertence?
Pergunta de 
investigação 
(dúvida, 
curiosidade ou 
definição de um 
problema)
Avaliem se a dúvida ou a curiosidade de vocês realmente pode 
render uma investigação científica ou se uma consulta a uma 
fonte qualquer de informação pode esclarecê-la. Por exemplo: 
para responder por que o ouvido entope quando descemos a 
serra, é necessário entender o funcionamento do ouvido e sua 
relação com a pressão atmosférica.
Justificativa
Elaborem uma justificativa convincente para a pesquisa; caso 
contrário, ela não terá relevância e se tornará perda de tempo. 
Uma pesquisa relevante é aquela que contribui para o bem 
comum social, cultural ou politicamente.
Hipóteses 
(suposições)
Façam um levantamento de respostas possíveis. Por exemplo: 
A intensa utilização de aparelho celular ou tablet por crianças 
pode causar futuros problemas de visão?
Procedimentos
Considerando a natureza da pesquisa, pensem nos diversos 
procedimentos que podem ser usados. A resposta à 
pesquisa pode exigir a realização de enquetes e entrevistas, 
experimentações, intervenções, pesquisa bibliográfica, etc.
Análise e discussão 
dos dados 
(apresentação dos 
resultados)
Analisem os dados coletados e apresentem os resultados. Essa 
é uma das partes mais importantes da pesquisa. A forma mais 
tradicional de apresentação de resultados é a produção de 
relatórios, artigos, feiras, seminários, mostras, etc.
 Usem o formulário para esboçar suas intenções de pesquisa. Antes, 
porém, definam exatamente os encaminhamentos para que tais inten-
ções sejam exequíveis.
Produção de texto 5
Fique por dentro
Conheça os objetivos dessa proposta de 
produção de texto:
a) Localizar informações explícitas no texto.
b) Relacionar o tema do texto a suas expe-
riências e a conhecimentos prévios.
c) Produzir o esboço de um projeto de 
pesquisa.
Dica: esboço de uma 
intenção de pesquisa
1. Façam um brainstorming para definir um 
objeto de estudo que seja do interesse de 
todo o grupo.
2. Esbocem possíveis dúvidas sobre o 
objeto de estudo e elaborem perguntas 
que possam ser respondidas em uma 
pesquisa científica.
3. Esbocem uma justificativa para o projeto.
4. Elaborem algumas hipóteses, suposi-
ções, sobre o objeto ou o tema, as quais 
podem ser afirmativas ou negativas.
5. Escolham o método de pesquisa (biblio-
gráfica, de campo ou experimental) mais 
apropriado ao objeto de estudo ou ao 
tema escolhido. 
6. A análise dos dados é possível apenas 
diante da realização efetiva da pesquisa. 
Portanto, nesse esboço, não há como pre-
ver tal análise. Sendo assim, esse tópico 
fica em aberto.
15. b) O objetivo dessa questão é que os 
alunos pensem sobre as áreas de 
que mais gostam e com as quais 
têm maior afinidade.têm maior afinidade.
Você sabia q
ue 
inventaram 
até um 
prêmio para
 as pesquisas
 
mais estapaf
úrdias? Ele 
se chama IgN
obel, uma 
sátira ao ren
omado 
Prêmio Nob
el.
Encontre mais informações sobre esse prêmio e as pesquisas estranhas em revistas de divulgação científica, como Superinteressante e Mundo Estranho.
Formas de pesquisar e 
de divulgar a pesquisa
O RELATÓRIO É UMA DAS FORMAS MAIS USADAS PARA 
DIVULGAR RESULTADOS DE PESQUISAS CIENTÍFICAS.
Agora que você já sabe a importância do desenvolvimento do espírito inves-
tigativo, leia um trecho de um relatório de pesquisa, observando as partes que 
o compõem.
O título remete diretamente ao 
tema da pesquisa e especifica a 
abordagem. Nesse caso, fica claro 
que será apresentado um relato 
de experiência.
Os autores são apresentados 
nominalmente, com a iden-
tificação da instituição aque 
pertencem. Os dados de contato 
são uma informação opcional.
O resumo apresenta informações 
importantes sobre a pesquisa 
e o objeto dela, bem como os 
principais objetivos da investiga-
ção. Geralmente, em artigos ou 
relatórios de pesquisa científica, 
consta também um resumo em 
língua estrangeira (comumente 
em inglês). Dependendo do local 
de publicação, exigem-se duas 
línguas estrangeiras. 
As palavras-chave são indicadoras 
da área ou do campo de conhe-
cimento em que a pesquisa e os 
temas nela abordados se inserem. 
Na introdução, contextualiza-se o 
tema da pesquisa, destacando sua 
importância.
Note que, já na introdução desse 
texto, os autores se baseiam 
em outros para fazer certas 
afirmações. Essas referências são 
indicadas conforme as normas de 
trabalhos científicos.
Para que você compreenda melhor 
o gênero relatório, reproduzimos o 
texto quase na íntegra.
 Produção de texto – 9o. ano – Volume 4 – Proposta 6 21
Pr
op
os
ta
 6
O GOOGLE ACADÊMICO COMO PLATAFORMA DE 
PESQUISA NA PRÉ-INICIAÇÃO CIENTÍFICA NO ENSINO 
FUNDAMENTAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Artemízia Cyntia Bezerra de Medeiros (Secretaria Municipal de Educação, Esporte e Lazer de Mossoró – 
medeiros.artemizia@gmail.com) Nelson Alves de Lara Junior (Faculdade de Ciências e Tecnologia Mater 
Christi – nelsonlarajr@gmail.com)
Resumo: Este artigo apresenta uma investigação intervencionista realizada du-
rante dois anos letivos com 252 alunos dos anos finais do ensino fundamental, 
no projeto de planejamento, desenvolvimento e exposição da feira de ciências de 
uma escola localizada no semiárido potiguar, município de Mossoró/RN. Neste 
estudo são apresentados e discutidos os principais desafios enfrentados pelos es-
tudantes na construção do projeto científico, sobretudo para elaborar a contex-
tualização da pesquisa, integrando às investigações científicas um embasamento 
teórico. Destarte, mediante o incipiente acervo disponibilizado pela biblioteca 
escolar, buscou-se uma alternativa acessível, intuitiva, de alta confiabilidade e 
capaz de reunir um acervo amplo sobre várias áreas do conhecimento. Assim, 
os alunos foram apresentados e instruídos a utilizar uma das plataformas cada 
vez mais diligente na divulgação de textos científicos, o Google Acadêmico. Este 
trabalho objetiva analisar as possibilidades de melhoria da aprendizagem de 
conhecimentos científicos de estudantes da educação básica a partir da inser-
ção de um novo recurso didático. Os alunos buscaram estratégias e através de 
uma conduta investigativa transpuseram as dificuldades durante o processo de 
ensino-aprendizagem e conseguiram apresentar seus resultados em um evento 
em que eles foram os principais autores.
Palavras-chave: ensino investigativo; tecnologia social; letramento científico.
[...]
1. Introdução
[...]
A problematização e o estreitamento do diálogo entre teorias científicas e 
evidências do mundo real (MUNFORD; LIMA, 2007) sustentam o papel da 
investigação científica de desconstruir o conhecimento, permitindo aos jovens 
questionar e observar o meio em que estão inseridos (RODRIGUES, 2009). 
Dentro desta abordagem, a atividade experimental regular deve ser incorporada ao 
ensino de forma orgânica a fim de despertar o interesse pela investigação científica, 
desenvolver habilidades de interesse, senso crítico e de cooperação (ROSA, 1995).
22 Livro de atividades22
Apresentam-se 
também os sujeitos 
envolvidos na 
pesquisa, nesse 
caso, alunos e 
professores.
Toda pesquisa 
precisa de uma 
sustentação teó-
rica. Para isso, os 
autores fazem uma 
revisão bibliográ-
fica e se valem de 
outros pesquisado-
res que já estuda-
ram o tema ou o 
contexto em que 
este é desenvol-
vido, utilizando-os 
como argumentos 
de autoridade.
Note que, mesmo 
na introdução, eles 
se preocupam em 
referenciar suas 
afirmações com a 
indicação de auto-
res que sustentam 
suas ideias.
Nos três primeiros 
parágrafos desse 
tópico, fundamen-
tam-se a aprendi-
zagem significativa 
e a importância da 
pesquisa.
O perfil dos estudantes voltados às tecnologias de informação e comunicação (TIC) 
desperta a reflexão acerca das novas maneiras de ensino adaptadas a um novo modelo 
de aluno (DEMO, 2008; PRENSKY, 2001). Dessa forma, os professores são desafiados 
a agregar prática pedagógica e tecnologias digitais na mediação dos conteúdos (BRITO, 
2006), uma vez que as mesmas refizeram a noção do processo de aquisição da leitura e 
escrita, da interpretação da linguagem e da pesquisa de informações.
Nota-se a importância do papel do professor como orientador no uso das novas 
tecnologias, como, por exemplo, no direcionamento de fontes confiáveis para a execução 
das atividades acadêmicas (MORAN, 2000). Neste contexto, o Google Acadêmico 
oferece, de forma simples e gratuita, múltiplas ferramentas de pesquisa da literatura 
acadêmica, democratizando o acesso a informação.
O aprofundamento na literatura acadêmica configura uma importante etapa da me-
todologia científica e permite aos alunos a construção de argumentos mais consistentes 
na oralidade e escrita, amplia o olhar crítico sobre os problemas sociais, proporciona a 
apropriação de informações relevantes em diferentes áreas do conhecimento e desperta 
o interesse por novas descobertas (MARTINS et al., 2001).
A necessidade de incorporar desde cedo a prática científica à formação das pessoas 
é inerente a preservação e ampliação das tecnologias e a descoberta de técnicas ou pro-
dutos inovadores. Como prerrogativa ao ensino da metodologia científica e incentivo a 
pesquisa ainda nos anos iniciais do Ensino Fundamental, as feiras de ciências escolares 
aparecem como importantes eventos que colaboram para a divulgação e popularização 
da ciência (PEREIRA et al, 2000).
O objetivo deste trabalho foi promover a iniciação científica de estudantes do ensi-
no fundamental de uma escola pública utilizando como recurso de pesquisa literária a 
plataforma Google Acadêmico.
2. Pressupostos teóricos
A teoria de Ausubel aponta para quatro elementos centrais na construção do co-
nhecimento: a valorização do saber prévio dos alunos para atingir uma aprendizagem 
significativa; o estabelecimento de novas ideias a partir de um elo com a estrutura 
cognitiva já consolidada no aluno; a adoção de materiais mais genéricos para auxiliar 
na incorporação de novos conhecimentos e a assimilação de novos conhecimentos por 
meio da diferenciação progressiva e da reconciliação integradora (MORAES, 2000).
O auxílio do professor é de extrema importância para o desenvolvimento de ha-
bilidades processuais nos alunos para que, com o ganho de maturidade, possam ex-
plorar o mundo de um modo mais sistemático, organizado e significativo (WARD et 
al., 2009). O trabalho de John Dewey (1938) remete ideia de investigação do mundo 
real, relacionando o desenvolvimento científico e tecnológico aos processos de ensino-
-aprendizagem. Em sua obra, o pai da educação progressiva, promoveu estratégias de 
ensino que ajudam os alunos a se empenharem ativamente na aprendizagem de tópicos 
relevantes para suas vidas.
Para propiciar ao educando o papel de sujeito na prática pedagógica escolar, deve-se 
priorizar, dentre outros aspectos, uma reconfiguração da estrutura didática da escola 
de ensino fundamental de acordo com os mais recentes avanços e contribuições das 
ciências com relação ao desenvolvimento da criança e do adolescente (PARO, 2017).
O impulso da pesquisa no processo de ensino proporciona ao educando oportuni-
dades eficientes de aprendizagem, haja vista que a educação científica agrega situações 
mais dinâmicas, que permitem ao aluno explorar, conhecer e transformar seu mundo, e 
o próprio conhecimento e entendimento de sua vida como sujeito (BRASIL, 2009) [...]
23 Produção de texto – 9o. ano – Volume 4 – Proposta 6 23
Nos parágrafos 4 
a 6, destaca-se o 
papel das tecnolo-
gias no âmbito da 
pesquisa e situa-se 
a ferramenta que 
dá título ao tra-
balho no cenário 
das tecnologias da 
informação.
Nos parágrafos7 
e 8, reafirma-se a 
importância da 
pesquisa científica 
feita pelos alunos 
e da realização 
de feiras para a 
apresentação dos 
resultados das 
investigações.
No tópico refe-
rente à metodo-
logia, explicam-se 
os procedimentos 
realizados e o 
tipo de pesquisa 
desenvolvida.
Como a pesquisa 
é de caráter inter-
vencionista, ou 
seja, tem a inten-
ção de interferir 
em dada realidade 
para modificá-la, é 
muito importante 
a apresentação dos 
sujeitos envolvidos 
e do contexto 
em que ela foi 
desenvolvida.
O surgimento da Internet abriu a porta para o desenvolvimento de técnicas de pesquisa 
convencionais, como investigações, questionários, experimentos e entrevistas, e permitiu 
também que os pesquisadores usassem técnicas de busca e recuperação de literatura para 
localizar e retornar materiais da web a uma taxa exponencial em termos de tamanho e rapi-
dez (COHEN et al., 2013). [...]
Nessa perspectiva, o Google Acadêmico oferece um vasto acervo de literatura científica e 
múltiplas ferramentas de pesquisa bastante intuitivas. Dentre os materiais disponibilizados 
pelo site estão: artigos revisados por especialistas, teses, livros, resumos e artigos de editoras 
acadêmicas, organizações profissionais, bibliotecas de pré-publicações, universidades e ou-
tras entidades acadêmicas. O Google Acadêmico ajuda, ainda, a identificar as pesquisas mais 
importantes no cenário acadêmico (GOOGLE, 2017). [...]
Os projetos de pesquisa científica realizados por estudantes da Educação Básica, para 
apresentação em feiras de ciências, têm se mostrado uma importante metodologia para 
despertar o interesse dos alunos pelas mais variadas áreas do conhecimento e propiciado 
o desenvolvimento de habilidades para a busca de informações e aprendizagem contínua 
(SANTOS, 2012). O ensino da pesquisa científica surgiu a partir de esforços para envol-
ver os alunos nos mesmos processos e atividades de pensamento utilizados pelos cientistas 
praticantes (RUTHERFORD, 1964). Para isso é necessário que os alunos sejam postos em 
ambientes de investigação, em que eles possam desenvolver conceitos e ideias científicas 
a partir de sua própria experiência, isto é, envolver os alunos em uma versão científica do 
empirismo (EDWARDS; MERCER, 1987).
As feiras de ciências oportunizam a democratização do conhecimento científico, a desco-
berta de alunos com potencial para a pesquisa e a construção de investigações. Esses eventos 
têm sido reconhecidos de modo a valorizar a exposição dos trabalhos científicos desenvolvi-
dos ao longo do ano letivo nas instituições de ensino (VASCONCELOS et al., 2015).
3. Metodologia
A investigação desenvolvida neste trabalho tem caráter qualitativo, que partilha do pressu-
posto básico da investigação dos fenômenos humanos (CHIZZOTTI, 2003) e intervencionista, 
que pode ser vista como uma espécie de estudo de caso, no qual o próprio pesquisador está 
profundamente envolvido com o objeto de estudo (SUOMALA; YRJÄNÄINEN, 2012). [...] 
A pesquisa intervencionista também pode ser referenciada como uma técnica capaz de 
fornecer resultados significativos, posto que o objetivo é unificar a teoria e a prática, a téc-
nica estuda o objeto em sua prática cotidiana, sempre no intuito de prover contribuições 
teóricas relevantes (ANTUNES et al., 2016). As informações contidas neste trabalho são pro-
venientes de observações realizadas pelo período de dois anos letivos consecutivos, desde a 
implantação do projeto da Feira de Ciências na escola em março de 2016 até novembro de 
2017. Doravante, o projeto foi consolidado e integra o calendário letivo.
3.1. Local da pesquisa
A escola integra a rede municipal de ensino do município de Mossoró, Rio Grande do 
Norte. A instituição conta com 13 salas de aula, funciona nos turnos matutino e vespertino, 
oferta desde a modalidade pré-escolar até os anos finais do ensino fundamental, totalizando 
uma clientela de 657 alunos, tendo passado no ano de 2017 a escola porte II. 
Nos anos finais do ensino fundamental (6° ao 9°), dos quais fazem parte os sujeitos que 
integram esta pesquisa, estão matriculados 421 alunos, sendo em média 35 alunos/sala de 
aula. A instituição oferta as disciplinas de: Língua portuguesa, Língua inglesa, Matemática, 
Ciências, História, Geografia, Ensino da arte, Ensino religioso, Educação física e Música. To-
dos os docentes são graduados em sua área de ensino e, em maioria, possuem pós-gradua-
ção Latu sensu, e alguns, Stricto sensu. O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
24 Livro de atividades24
Essa é a parte mais 
importante do 
relatório, visto que 
há a descrição das 
etapas da pesquisa 
e, também, das 
dificuldades 
encontradas 
no decorrer do 
processo.
(IDEB) do sexto ao nono ano é de 5,8, bem acima da média das escolas públicas brasileiras 
4,5 e das demais do município de Mossoró, 3,7.
A instituição não dispõe de laboratório e o acervo bibliotecário é voltado principalmente 
a títulos literários infantis. A restrição orçamentária limita os recursos de mídia, de modo 
que os professores revezam seguindo uma lista de reservas. 
3.2. A intervenção
A Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), em parceria com a Secretaria do 
Estado de Educação e Cultura do Rio Grande do Norte (SEEC) e a Secretaria Municipal de 
Educação, Esporte e Lazer de Mossoró, desenvolve um projeto denominado “Ciência para 
Todos no Semiárido Potiguar”, que busca despertar o interesse pela investigação científica 
nos jovens de todas as localidades do semiárido. [...]
No início do ano letivo de 2016, a proposta de expor à comunidade escolar o trabalho de 
investigação científica executado pelos alunos, e como pré-requisito à participação da Feira 
de Ciência no Semiárido Potiguar, culminou na realização da primeira feira de ciências da 
escola. Os objetivos principais dessa ação visaram difundir o método da pesquisa científica 
no contexto escolar, sobretudo no intuito de fazer com que os alunos buscassem ser mais 
participativos e atuantes na construção do conhecimento, atentassem para a importância 
em buscar fontes confiáveis de referencial bibliográfico e aperfeiçoar a escrita de textos cien-
tíficos.
Os alunos apresentaram dificuldades substanciais no decorrer das etapas da pesquisa, 
incluindo revisão de literatura, escolha das metodologias adequadas e interpretação dos 
resultados (DE JONG; VAN JOLLINGEN, 1998). Apesar dos muitos obstáculos, os alunos 
foram orientados sobre o objeto de estudo de sua pesquisa e direcionados aos especialistas 
durante o processo de investigação (LAKKALA et al., 2005). [...]
O primeiro grande empecilho foi a falta de engajamento dos professores que entendiam 
a feira de ciências como um evento restrito aos conhecimentos da área de Ciências do cur-
rículo escolar. Por esse motivo, para a primeira edição da feira escolar, todos os trabalhos 
foram orientados pela professora de Ciências e, diante da inviabilidade de atender um pú-
blico maior, apenas os alunos das turmas dos 9°. anos puderam inscrever seus trabalhos, 
totalizando 12 projetos.
Desmistificar o modelo retrógrado de feiras de ciências com demonstrações pirotécnicas 
e apresentações orais decorativas e internalizar nos alunos a ideia de como se constrói o 
conhecimento científico foram outros dois grandes desafios.
Aos poucos a metodologia científica foi sendo posta em prática, seguindo os passos re-
presentados na Figura 1. 
Observações 
do meio
Tempestade 
de ideias
Elaboração de 
hipóteses
Revisão de 
literatura
Teste de 
hipótese
Obtenção de 
resultados
Discussão dos 
resultados
Conclusão
Publicação
Figura 1. Etapas do método 
científico. Fonte: Adaptado 
de Azevedo et al. (2016).
25 Produção de texto – 9o. ano – Volume 4 – Proposta 6 25
Nessa parte, 
ainda é feita, de 
forma ilustrativa 
e esquemática, 
uma retomada das 
etapas de uma pes-
quisa científica.
Além disso, destaca-
-se o acervo restrito 
da biblioteca da 
escola e evidencia-
-se a ferramenta de 
busca como um 
importante aliado 
na pesquisa dos

Outros materiais