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1ª SERIE 11 5 2020 PROFESSOR

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Prévia do material em texto

Professor 
Língua Portuguesa 
e Literatura 
 
 
 
Caderno de Atividades 
Pedagógicas de 
Aprendizagem 
Autorregulada - 02 
1ª Série | 2° Bimestre 
 
Disciplina Curso Bimestre Série 
Língua Portuguesa Ensino Médio 2º 1° 
Habilidades Associadas 
1. Relacionar os modos de organização da linguagem às escolhas do autor, à tradição literária e ao 
contexto sociocultural da época. 
2. Identificar figuras de linguagem como antítese e paradoxo nos poemas barrocos. 
3. Identificar na charge a relação entre o texto e o contexto político, histórico e social, analisando a 
ideologia subjacente no gênero. 
4. Identificar problemas gerais de língua culta: homônimos, parônimos, sinônimos, antônimos, uso dos 
porquês. 
 
2 
 
 
A Secretaria de Estado de Educação elaborou o presente material com o intuito de estimular o 
envolvimento do estudante com situações concretas e contextualizadas de pesquisa, aprendizagem 
colaborativa e construções coletivas entre os próprios estudantes e respectivos tutores – docentes 
preparados para incentivar o desenvolvimento da autonomia do alunado. 
A proposta de desenvolver atividades pedagógicas de aprendizagem autorregulada é mais uma 
estratégia pedagógica para se contribuir para a formação de cidadãos do século XXI, capazes de explorar 
suas competências cognitivas e não cognitivas. Assim, estimula-se a busca do conhecimento de forma 
autônoma, por meio dos diversos recursos bibliográficos e tecnológicos, de modo a encontrar soluções 
para desafios da contemporaneidade, na vida pessoal e profissional. 
Estas atividades pedagógicas autorreguladas propiciam aos alunos o desenvolvimento das 
habilidades e competências nucleares previstas no currículo mínimo, por meio de atividades 
roteirizadas. Nesse contexto, o tutor será visto enquanto um mediador, um auxiliar. A aprendizagem é 
efetivada na medida em que cada aluno autorregula sua aprendizagem. 
Destarte, as atividades pedagógicas pautadas no princípio da autorregulação objetivam, 
também, equipar os alunos, ajudá-los a desenvolver o seu conjunto de ferramentas mentais, ajudando-o 
a tomar consciência dos processos e procedimentos de aprendizagem que ele pode colocar em prática. 
Ao desenvolver as suas capacidades de auto-observação e autoanálise, ele passa ater maior 
domínio daquilo que faz. Desse modo, partindo do que o aluno já domina, será possível contribuir para 
o desenvolvimento de suas potencialidades originais e, assim, dominar plenamente todas as 
ferramentas da autorregulação. 
Por meio desse processo de aprendizagem pautada no princípio da autorregulação, contribui-se 
para o desenvolvimento de habilidades e competências fundamentais para o aprender-a-aprender, o 
aprender-a-conhecer, o aprender-a-fazer, o aprender-a-conviver e o aprender-a-ser. 
 A elaboração destas atividades foi conduzida pela Diretoria de Articulação Curricular, da 
Superintendência Pedagógica desta SEEDUC, em conjunto com uma equipe de professores da rede 
estadual. Este documento encontra-se disponível em nosso site www.conexaoprofessor.rj.gov.br, a fim 
de que os professores de nossa rede também possam utilizá-lo como contribuição e complementação às 
suas aulas. 
Estamos à disposição através do e-mail curriculominimo@educacao.rj.gov.br para quaisquer 
esclarecimentos necessários e críticas construtivas que contribuam com a elaboração deste material. 
 
Secretaria de Estado de Educação 
 
Apresentação 
http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/
mailto:curriculominimo@educacao.rj.gov.br
 
3 
Caro Tutor, 
Neste caderno, você encontrará atividades diretamente relacionadas a algumas 
habilidades e competências do 2° Bimestre do Currículo Mínimo de Língua Portuguesa e 
Literatura da 1ª Série do Ensino Médio. Estas atividades correspondem aos estudos 
durante o período de um mês. 
 A nossa proposta é que você atue como tutor na realização destas atividades 
com a turma, estimulando a autonomia dos alunos nessa empreitada, mediando as 
trocas de conhecimentos, reflexões, dúvidas e questionamentos que venham a surgir no 
percurso. Esta é uma ótima oportunidade para você estimular o desenvolvimento da 
disciplina e independência indispensáveis ao sucesso na vida pessoal e profissional de 
nossos alunos no mundo do conhecimento do século XXI. 
Neste Caderno de Atividades, os alunos vão aprender algumas características da 
estética do Barroco e os gêneros charge e tirinhas. Também serão abordadas algumas 
questões sobre o uso da norma culta! 
Para os assuntos abordados em cada bimestre, vamos apresentar algumas 
relações diretas com todos os materiais que estão disponibilizados em nosso portal 
eletrônico Conexão Professor, fornecendo diversos recursos de apoio pedagógico para o 
Professor Tutor. 
Este documento apresenta 12 (doze) aulas. As aulas podem ser compostas por 
uma explicação base, para que você seja capaz de compreender as principais ideias 
relacionadas às habilidades e competências principais do bimestre em questão, e 
atividades respectivas. Estimule os alunos a ler o texto e, em seguida, resolver as 
Atividades propostas. As Atividades são referentes a três tempos de aulas. Para reforçar 
a aprendizagem, propõe-se, ainda, uma avaliação e uma pesquisa sobre o assunto. 
 
Um abraço e bom trabalho! 
Equipe de Elaboração 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 Introdução ......................................................................................................... 3 
 Objetivos Gerais ................................................................................................... 5 
 Material de Apoio Pedagógico ............................................................................ 5 
 Orientação Didático-Pedagógica ......................................................................... 6 
 Aula 1: Charge ...................................................................................................... 7 
 Aula 2: Comparando Charge e Tirinhas .............................................................. 10 
 Aula 3: O sentido das palavras ........................................................................... 14 
 Aula 4: Barroco – contexto e características. ..................................................... 17 
 Aula 5: A linguagem barroca .............................................................................. 21 
 Aula 6: Homônimos ............................................................................................ 24 
 Aula 7: A palavra e o contexto ........................................................................... 27 
 Aula 8: Vieira o engenhoso pregador ................................................................. 30 
 Aula 9: Gregório de Matos, o Boca do Inferno .................................................. 33 
 Aula 10: Sabendo o porquê ................................................................................ 38 
 Avaliação ............................................................................................................ 41 
 Pesquisa .............................................................................................................. 45 
 
 Referências ......................................................................................................... 46 
 
 
 
 
 
Sumário 
file:///C:/Users/Paula/Documents/SEEDUC/Filosofia%201o%20ano%20professor%20-%20formatado.docx%23_Toc363038813
file:///C:/Users/Paula/Documents/SEEDUC/Filosofia%201o%20ano%20professor%20-%20formatado.docx%23_Toc363038814
file:///C:/Users/Paula/Documents/SEEDUC/Filosofia%201o%20ano%20professor%20-%20formatado.docx%23_Toc363038814
file:///C:/Users/Paula/Documents/SEEDUC/Filosofia%201o%20ano%20professor%20-%20formatado.docx%23_Toc363038813
file:///C:/Users/Paula/Documents/SEEDUC/Filosofia%201o%20ano%20professor%20-%20formatado.docx%23_Toc363038814
file:///C:/Users/Paula/Documents/SEEDUC/Filosofia%201o%20ano%20professor%20-%20formatado.docx%23_Toc363038815file:///C:/Users/Paula/Documents/SEEDUC/Filosofia%201o%20ano%20professor%20-%20formatado.docx%23_Toc363038815
file:///C:/Users/Paula/Documents/SEEDUC/Filosofia%201o%20ano%20professor%20-%20formatado.docx%23_Toc363038815
file:///C:/Users/Paula/Documents/SEEDUC/Filosofia%201o%20ano%20professor%20-%20formatado.docx%23_Toc363038815
file:///C:/Users/Paula/Documents/SEEDUC/Filosofia%201o%20ano%20professor%20-%20formatado.docx%23_Toc363038815
file:///C:/Users/Paula/Documents/SEEDUC/Filosofia%201o%20ano%20professor%20-%20formatado.docx%23_Toc363038815
file:///C:/Users/Paula/Documents/SEEDUC/Filosofia%201o%20ano%20professor%20-%20formatado.docx%23_Toc363038815
file:///C:/Users/Paula/Documents/SEEDUC/Filosofia%201o%20ano%20professor%20-%20formatado.docx%23_Toc363038815
file:///C:/Users/Paula/Documents/SEEDUC/Filosofia%201o%20ano%20professor%20-%20formatado.docx%23_Toc363038816
file:///C:/Users/Paula/Documents/SEEDUC/Filosofia%201o%20ano%20professor%20-%20formatado.docx%23_Toc363038817
file:///C:/Users/Paula/Documents/SEEDUC/Filosofia%201o%20ano%20professor%20-%20formatado.docx%23_Toc363038818
 
5 
 
 
 
 
No 2º bimestre da 1ª série do Ensino Médio, o conteúdo mais abordado é o 
estudo sobre o período literário do Barroco, os gêneros Charge e Tirinhas. Além do 
trabalho com esses gêneros textuais, também serão abordadas algumas atividades 
sobre a norma culta. O critério aqui estabelecido baseia-se no Currículo Mínimo, sendo 
as habilidades e competências tratadas de maneira inicial e simples com o objetivo de 
contribuir para formação do aluno. 
 
 
 
No portal eletrônico Conexão Professor, é possível encontrar alguns materiais 
que podem auxiliá-los. Vamos listar estes materiais a seguir: 
Aula 
Referência 
Teleaulas 
Autonomia nº 
Orientações Pedagógicas do CM 
Recursos 
Digitais 
 
http://www.conexaoprofessor.rj
.gov.br/downloads/cm/cm_11_
9_1S_2.pdf 
http://www.con
exaoprofessor.r
j.gov.br/downlo
ads/cm/cm_12_
9_1S_2.pdf 
Aula 1 
 
34 – EF 
 
--- --- 
Aula 2 34 – EF --- --- 
Aula 3 
02 – EM 
21 – EM 
--- --- 
Aula 4 
58 – EM 
59 – EM 
--- --- 
Aula 5 
58 – EM 
59 – EM 
--- --- 
Materiais de Apoio Pedagógico 
Objetivos Gerais 
 
6 
Aula 6 
02 – EM 
21 – EM 
--- --- 
Aula 7 
02 – EM 
21 – EM 
 
Aula 8 
58 – EM 
59 – EM 
 
Aula 9 
58 – EM 
59 – EM 
 
Aula 10 
02 – EM 
21 – EM 
 
 
 
 
 
 
Para que os alunos realizem as atividades referentes a cada dia de aula, 
sugerimos os seguintes procedimentos para cada uma das atividades propostas no 
Caderno do Aluno: 
1° - Explique aos alunos que o material foi elaborado que o aluno possa 
compreendê-lo sem o auxílio de um professor. 
2° - Leia para a turma a Carta aos Alunos, contida na página 3. 
3° - Reproduza as atividades para que os alunos possam realizá-las de forma 
individual ou em dupla. 
4° - Se houver possibilidade de exibir vídeos ou páginas eletrônicas sugeridas na 
seção Materiais de Apoio Pedagógico, faça-o. 
5° - Peça que os alunos leiam o material e tentem compreender os conceitos 
abordados no texto base. 
6° - Após a leitura do material, os alunos devem resolver as questões propostas 
nas ATIVIDADES. 
7° - As respostas apresentadas pelos alunos devem ser comentadas e debatidas 
com toda a turma. O gabarito pode ser exposto em algum quadro ou mural da sala 
para que os alunos possam verificar se acertaram as questões propostas na Atividade. 
Todas as atividades devem seguir esses passos para sua implementação. 
 
Orientação Didático-Pedagógica 
 
7 
 
 
 
 
 
Nesta aula, trataremos de um assunto muito interessante, a charge. Quem não 
abriu o jornal no final de semana e se deteve, nem que por alguns momentos, na 
leitura de charges? Charge é uma ilustração humorística que envolve a caricatura de 
um ou mais personagens e é feita com o objetivo de satirizar algum acontecimento da 
atualidade. As charges são bastante utilizadas para fazer críticas, muitas vezes de 
natureza política. São normalmente publicadas em jornais ou revistas e conseguem 
atingir um vasto público. A internet também é uma opção para quem quer acessar 
esse gênero textual. Para interpretar o significado de uma charge, é necessário estar a 
par dos acontecimentos políticos nacionais e internacionais. 
Só para facilitar: 
 Charge → linguagem verbal (coloquial) + não verbal 
 Utiliza recursos como figuras de linguagem, humor e intertextualidade 
 Promove reflexão crítica 
 Personagens: humanos, animais e objetos. 
Use as dicas acima e se atualiza! 
Agora, que tal praticar um pouco? Então, vamos às atividades! 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 1: Charge 
 
 
8 
 
 
 
1. Você deve ter acompanhado a onda de protestos e manifestações que tomaram 
conta do Brasil este ano. Observando a imagem e as palavras que compõem a charge 
abaixo, como você poderia explicá-la? 
 
Fonte: http://brasilunido.wordpress.com/2013/06/24/charges-sobre-as-manifestacoes/ 
 
Resposta comentada: Talvez por vivermos uma época marcadamente visual e virtual, 
a charge seja um “texto” que motive uma análise temporal, rápida e dinâmica. É 
provável que o aluno perceba que no quadro 1 há a imagem do protesto por direitos 
de cidadão, caracterizado pela camisa do Brasil, pela sugestão corporal e pela cor 
verde(símbolo da esperança) na letra da palavra protesto; já no quadro 2 a imagem 
sugere que as pessoas usam as manifestações como pretexto para vandalizar e agir 
com ações que não dialogam com situações de protestos. 
 
2. Você sabe o que são parônimos? Os parônimos são palavras com escrita e 
pronúncia parecidas, mas com significados (sentidos) diferentes. Observe o exemplo 
abaixo: 
 
Atividade comentada 1 
 
http://brasilunido.wordpress.com/2013/06/24/charges-sobre-as-manifestacoes/
 
9 
O homem fez uma bela descrição da mulher. (ação ou efeito de descrever) 
- Use a sua discrição, Paulo. (Característica do discreto, de quem não quer chamar a 
atenção.) 
 
De acordo com as informações acima as palavras da charge podem ser consideradas 
exemplos de parônimos? Justifique. 
Resposta comentada: Estabelecendo uma relação de significado entre as palavras 
protesto e pretexto, pode-se aferir quesão parônimos considerando que são 
parecidas na escrita e na pronúncia, mas apresentam significados diferentes. 
 
3. Como você já sabe, um dos objetivos da charge é estabelecer uma crítica. 
 
Fonte: http://giliard-giliard.blogspot.com.br/ 
Qual a crítica estabelecida pela charge acima? 
Resposta comentada: Ao considerarmos que o discurso presente nas charges tem por 
finalidade retratar uma crítica ligada aos fatos sociais, podemos perceber que o fato 
social alvo de crítica é a educação, que a cada dia vem sendo desqualificada e 
colocada em segundo pleno pela sociedade, seja ela os políticos (“aqueles que tem o 
poder para fazer a diferença”) ou o cidadão comum. 
 
4) A inscrição no cartaz da charge não está de acordo com as regras ortográficas. 
Reescreva-a de acordo com a linguagem padrão, corrigindo a ortografia. 
Reposta comentada: Ensino de qualidade seria a inscrição adequada ao padrão culto 
da língua. 
 
http://giliard-giliard.blogspot.com.br/
 
10 
5) O humor da tira consiste na oposição entre ensino de qualidade x ortografia errada. 
Justifique. 
Reposta comentada: É importante que o aluno perceba que o humor encontra-se na 
oposição mencionada no enunciado, já que se a educação fosse de qualidade, as 
pessoas fariam o uso correto da ortografia. 
 
 
 
Você já sabe o que são charges e, com certeza, já leu alguma tirinha, não é 
verdade? Será que existem diferenças entre esses dois gêneros? Na aula de hoje, 
vamos falar sobre isso. Você vai gostar! 
A tirinha surgiu da ideia de se fazer histórias curtas, de forma que a leitura 
do texto fosse rápida, eficiente e bem-humorada. A tirinha pode ser considerada uma 
adaptação da HQ (Histórias em Quadrinhos) impressa, mas a popularidade alcançada 
pelo gênero foi tão grandeque os gibis mais tradicionais incorporaram as tirinhas para 
os seus personagens. Quem não se lembra da última página das revistas da Turma da 
Mônica, sempre com uma tirinha para nos divertir? 
 A charge, por sua vez, relata um fato de uma época definida, dentro de um 
determinado contexto cultural, econômico e social específico e que depende do 
conhecimento desses fatores para ser entendida. Fora desse contexto, ela 
provavelmente perderá sua força comunicativa, sendo, portanto, perecível. 
Justamente por esta característica, a charge tem um papel importantíssimo como 
registro histórico. Uma semelhança a destacar entre esses dois gêneros é que, 
normalmente, empregam a linguagem informal. 
Um recurso muito usado por ambos é a polissemia. Você sabe o que é 
polissemia? Em conceito geral, pode-se dizer que a polissemia se apresenta quando 
uma mesma palavra adquire diversos significados. A amplitude semântica do vocábulo 
é influenciada por fatores como contexto, situacionalidade, enunciado etc. 
Veja os exemplos abaixo. Eles irão te ajudar a entender melhor. 
 
Aula 2: Comparando charges e tirinhas 
 
11 
Paula tem uma mão para cozinhar que dá inveja! (habilidade, eficiência) 
Vamos! Coloque logo a mão na massa! (participação, interação mediante 
uma tarefa realizada) 
As crianças estão com as mãos sujas. (parte do corpo) 
Passaram a mão na minha bolsa e nem percebi. (roubo) 
 
Repare que o significado da palavra mão foi modificando de acordo com o 
contexto. 
 Viu como é fácil? E você? Quer colocar a mão na massa também? Então, 
vamos para a atividade! 
 
 
 
1. Leia a tirinha e responda às questões abaixo: 
Fonte: http://total.fashionblog.com.br/140085/Tirinha/ 
 
Atividade Comentada 2 
 
http://total.fashionblog.com.br/140085/Tirinha/
 
12 
 
a) Para conseguir o efeito humorístico da tira, o autor brincou com a polissemia de 
qual palavra? 
Resposta comentada: Na tira, o humor se constrói com base na polissemia da palavra 
torcer, que em diferentes contextos apresenta alteração de sentido. 
 
 
b) Quais são os sentidos que podem ser atribuídos a essa palavra? 
Resposta comentada: A palavra torcer apresenta alguns significados possíveis: fazer 
girar sobre si mesmo; entortar, envergar; desejar a vitória, o bem êxito dos 
esportistas; induzir. É importante que o aluno perceba que, apesar da multiplicidade 
de sentidos, apenas um deles pode ser aplicado à tirinha. 
 
2. Na tirinha, algumas palavras apresentam desvio da norma culta. Reescreva o texto 
da tira e faça a adequação à norma culta. 
Resposta comentada: “olá, dá-me um refrigerante por favor?/ Esta tampa não quer 
abrir. / Para ela abrir, você tem de torcer. /Abre, abre, abre!”. Professor, oriente o 
aluno quanto ao uso do pronome oblíquo após o verbo (próclise); na tira, a palavra 
esta (pronome demonstrativo) foi grafada como o verbo está. A palavra droga (gíria 
no contexto) foi retirada ao passar para a norma culta. No último quadrinho, houve 
confusão entre abre (3ª pessoa do presente do indicativo) e abri ( 1ª pessoa do 
pretérito perfeito do indicativo). 
 
3. Os desvios gramaticais ocorridos caracterizam o uso da linguagem informal. 
Justifique o uso dessa linguagem neste tipo de texto. 
Resposta comentada: As tirinhas, por serem veiculadas em jornais, revistas e, agora, 
nas redes sociais, são direcionadas ao público juvenil, aproximando, através da 
linguagem informal, texto e público-alvo. 
 
 
 
 
 
13 
4. A charge seguinte foi retirada do site Cebes (Centro Brasileiro de Estudos de Saúde), 
cujo título da matéria é “Governo quer importar médicos estrangeiros sem garantir 
qualificação.” 
 
Fonte: http://www.cebes.org.br/internaEditoria.asp?idConteudo=4403&idSubCategoria=30 
 
a) Olhando a figura, você pode observar, ao fundo, a imagem do cavalo de Troia, 
numa alusão à lendária guerra entre gregos e troianos. Em poucas palavras, escreva 
sobre seus conhecimentos a respeito desse fato. 
Resposta comentada: “Páris, filho do rei de Troia, raptou Helena, mulher de rei 
grego. Isso provocou um sangrento conflito que durou 10 anos, entre os séculos XIII e 
XII antes de Cristo. Foi o primeiro choque entre o ocidente e o oriente. Mas os gregos 
conseguiram uma artimanha histórica para enganar os troianos: deixaram às portas 
de seus muros fortificados um imenso cavalo de madeira. Os troianos, felizes com o 
presente, puseram-no para dentro dos seus domínios. E, à noite, os soldados gregos 
que estavam escondidos no grande cavalo saíram e abriram as portas da fortaleza 
para a invasão, considerada uma das mais engenhosas de todos os tempos.” 
Provavelmente, o aluno já deve ter ouvido falar nessa guerra e, pela imagem, poderá 
identificar o cavalo de Troia (presente de grego). Qualquer conhecimento sobre o 
assunto é válido. 
 
b) Considerando o título da charge e o site onde foi publicada, faça uma relação entre 
a charge e o episódio do cavalo de Troia descrito acima. 
http://www.cebes.org.br/internaEditoria.asp?idConteudo=4403&idSubCategoria=30
 
14 
Resposta comentada: É importante que o aluno perceba que uma característica da 
charge é a crítica social contextualizada. A relação entre a charge e o fato citado, é 
que da mesma maneira que os gregos “presentearam” os troianos, que não sabiam o 
que iriam encontrar dentro do cavalo de madeira, ao recebermos médicos 
estrangeiros que não comprovem sua qualificação, poderemos ter uma surpresa 
desagradável. 
 
 
 
 
Na aula anterior, você viu que as palavras têm sentidos que podem variar 
dependendo do contexto em que são empregadas. Esse aspecto múltiplo da palavra é 
estudado pela semântica. 
Semântica é a parte da gramática que estuda os aspectos relacionados ao 
sentido, ao significado das palavras. Neste caderno, também estudaremos a sinonímia 
(sinônimos) e a antonímia (antônimos), que são alguns aspectos tratados pela 
semântica. 
Sinônimos são palavras de sentido aproximado que podem ser substituídas umas pelas 
outras em diferentes contextos. Exemplo: alegre/ feliz. 
 
Antônimos são palavras de sentidos contrários entre si. Exemplo: velho/ novo. 
 
Agora você está pronto para “embarcar” nas atividades. Mãos à obra! 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 3: O sentido das palavras 
 
15 
 
 
1. Depois de ter relembardo o conceito de sinônimo, leia a charge abaixo e explique-a. 
 
Fonte: http://lencoencarnado.blogspot.com.br/2010_07_01_archive.html 
 
Resposta comentada: Nota-se, na charge , que um dos personagens ofende ao outro 
xingando-o de político. Logo, fica implícito que o vocábulo político tornou-se 
sinônimo de qualquer xingamento. 
 
2. A seguir, leia a tira do argentino Quino. Ela foi publicada nos anos 60, quando a 
televisão começava a chegar aos lares sul-americanos. 
 
Fonte: http://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1711, p. 83. 
a) Em que consiste o humor da tira? 
Resposta comentada: O humor da tira consiste na confusão causada entre as 
palavras mente e cabeça que, apesar de serem usadas como sinônimas, não 
apresentam significados idênticos. Mafalda ficou em dúvida se seu pai se referia à 
 
Atividade Comentada 3 
 
http://lencoencarnado.blogspot.com.br/2010_07_01_archive.html
http://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1711
 
16 
alienação daquele que assiste à televisão ou se ele se referia a uma possível 
deformação física da cabeça como parte do corpo. 
 
b) O que, de fato, o pai de Mafalda quis dizer com mente deformada? 
Resposta comentada: A expressão mente deformada significa ser alienado, ter um 
intelecto desprovido de ideias. Professor, se for viável, discuta com os alunos sobre o 
discurso que está implícito na tira. Você pode fazer uma comparação com a letra da 
canção Televisão, do grupo Titãs, que diz: “a televisão me deixou burro, muito burro 
demais...” 
c) As palavras mente e cabeça, embora sejam usadas como sinônimas, apresentam 
algumas diferenças. Quaisseriam essas diferenças? 
Resposta comentada: As palavras mente e cabeça são exemplos de que não existem 
sinônimos perfeitos. Mesmo compartilhando um sentido geral comum, sugerem 
ideias ligeiramente diferentes. Enquanto a palavra mente tem uma conotação mais 
abstrata, próxima de pensamento, raciocínio; cabeça tem um sentido mais concreto, 
ligado à ideia de crânio. 
3. O texto que você vai ler abaixo é um trecho do poema Inconstâncias das coisas do 
mundo, do poeta barroco Gregório de Matos. 
“Nasce o Sol e não dura mais que um dia, 
Depois da Luz se segue a noite escura, 
Em tristes sombras morre a formosura, 
Em contínuas tristezas e alegria.” 
O recurso estilístico usado pelo poeta para enfatizar a inconstância foi: 
a) A oposição das ideias marcadas pelo uso de antônimos. 
b) A polissemia presente na palavra luz. 
c) A semelhança entre os vocábulos, usando sinônimos. 
d) A repetição desnecessária no termo noite escura. 
Resposta comentada: A opção correta é letra a. Com base na observação dos 
vocábulos nasce/morre, dia/noite, tristeza/alegria, o aluno perceberá que o poeta se 
utilizou das oposições para compor seu texto poético. 
 
17 
 
 
 
Caro aluno, nesta atividade, conheceremos um pouco do período literário 
conhecido como Barroco, a começar pelo seu contexto histórico. Ao mesmo tempo em 
que a Europa do século XVI vivia um momento de desenvolvimento científico e 
expansão econômica, proporcionados pelas novas invenções e pelas grandes 
navegações, um embate religioso ganhava destaque. 
A Igreja Católica procurava restaurar a religiosidade medieval, reagindo à 
Reforma Protestante, liderada por Lutero (na Alemanha) e Calvino (na França). Essa 
reação católica ficou conhecida como Contrarreforma. 
Neste momento, então, o pensamento ocidental encontrava-se divido. Por um 
lado, valorizava o homem, seus inventos e sua capacidade criativa (antropocentrismo); 
por outro, valorizava a religião, na tentativa de colocar Deus novamente no centro das 
atenções (teocentrismo). 
É possível afirmar que esses conflitos e contradições estão intimamente ligados 
ao surgimento do Barroco. Os artistas desse estilo expressavam essa tensa dualidade 
entre a razão e a fé, o corpo e a alma, a Terra e o céu. 
Vejamos as principais características barrocas: 
 Fusionismo e culto dos contrastes: o Barroco é o estilo do contraste, ou 
seja, apresenta ideias contrárias colocadas lado a lado: viver e morrer, claro e escuro, 
bem e mal, espírito e carne, pecado e perdão. Mas o artista barroco não deseja apenas 
expor os contrários, ele quer conciliá-los, integrá-los. 
 Dúvida e tormento: o pensamento barroco tem poucas certezas e muitas 
dúvidas. Há o conflito entre os prazeres da vida e a repressão exercida, principalmente, 
pela doutrina religiosa. 
 Fugacidade: de acordo com a concepção barroca, no mundo, tudo é 
passageiro e instável. O autor barroco tem a consciência do caráter efêmero da 
existência. 
 
Aula 4: Barroco - contexto e características 
 
18 
 A brevidade da vida e o sentimento religioso: o homem barroco acredita 
que a vida é breve e está sempre prestes a terminar, por isso é preciso aproveitá-la 
(Carpe diem1). Contudo, quando pensa no julgamento de Deus, foge do mundo e 
procura apoio na fé. 
 Exagero: a arte barroca é marcada pelo exagero. Seu propósito era 
impressionar os sentidos do observador, baseando-se no princípio segundo o qual a fé 
deveria ser atingida através dos sentidos e da emoção e não apenas pelo raciocínio. 
 Pessimismo: a incerteza da vida e o medo da morte fazem da arte barroca 
uma arte pessimista, marcada por um desencantamento com o 
próprio homem e com o mundo. 
Agora que já conhecemos um pouco do contexto 
histórico do Barroco e as suas principais características, vamos 
testar nossos conhecimentos? 
Fonte:http://azulejariaartisticaguerreiro.blogspot.com.br/ 
 
1. Considerando o que você estudou sobre o Barroco, complete as frases a seguir com 
os conceitos e informações aprendidos em nossa última aula. 
I- Expressão artística de um momento de dualismo e contradição vivida na Europa do 
século XVI: Barroco 
II- Tendência a conciliar os opostos: Fusionismo 
III- Movimento que divide a Igreja entre católicos e protestantes: Reforma 
IV- Movimento da Igreja católica que tenta impedir a expansão do protestantismo: 
Contrarreforma 
V- Tudo é passageiro e instável, as pessoas, as coisas mudam, o mundo muda: 
Fugacidade 
VI- Desencantamento com o próprio homem e com o mundo: 
Pessimismo 
 
1
 Carpe diem – frase latina que significa aproveite o dia. 
 
Atividade Comentada 4 
http://azulejariaartisticaguerreiro.blogspot.com.br/
 
19 
2. Em relação ao Barroco, julgue os itens a seguir em (C) certos ou (E) errados: 
(C) O Barroco estabelece contradições entre espírito e carne, alma e corpo, morte e 
vida. 
(E) O homem centra-se apenas em preocupações com o seu próprio ser, com base na 
sobriedade e equilíbrio. 
(C) O Barroco apresenta, como característica marcante, o espírito de tensão, conflito 
entre tendências opostas: de um lado, a religiosidade medieval e, de outro, a vontade 
de aproveitar os prazeres da vida. 
(E) O ideal humanista, a preocupação com o rigor científico e a composição 
equilibrada, são as principais características da arte barroca. 
 
3. Leia o poema a seguir e responda: 
 
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, 
Depois da Luz se segue a noite escura, 
Em tristes sombras morre a formosura, 
Em contínuas tristezas a alegria. 
 
Porém, se acaba o Sol, por que nascia? 
Se é tão formosa a Luz, por que não dura? 
 
Como a beleza assim se transfigura? 
Como o gosto da pena assim se fia? 
 
Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza, 
Na formosura não se dê constância, 
E na alegria sinta-se tristeza. 
 
Começa o mundo enfim pela ignorância, 
E tem qualquer dos bens por natureza 
A firmeza somente na inconstância. 
 (MATOS, Gregório de. Poemas escolhidos. São Paulo: Cultrix, 1997) 
 
20 
 
A. O tema do poema é: 
a) a brevidade de todas as realidades do mundo; 
b) A valorização da religiosidade; 
c) a extrema religiosidade; 
d) a falsidade das aparências; 
e) a duração prolongada do sofrimento. 
 
Resposta comentada: A resposta certa e a alternativa a, pois o poema tematiza a 
inconstância e a fugacidade das coisas e da vida, tema tão particular à visão de 
mundo barroca. 
 
B. Quais características do Barroco se destacam no poema? Explique. 
 
Resposta comentada: No poema, podemos perceber o culto dos contrastes, o 
pessimismo e a brevidade de tudo no mundo terreno. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
Agora que já estudamos um pouco do contexto histórico e das principais 
características do Barroco, podemos analisar algumas características da linguagem 
empregada pelos artistas desse estilo. 
Todo o trabalho literário do Barroco estava centrado no uso elaborado dos 
recursos da língua. Para produzir imagens inesperadas e conciliar os opostos, os 
autores do período exploravam os jogos de palavras e várias figuras de linguagem, 
entre as quais estão: 
 Comparação: consiste em uma relação de semelhança entre dois ou mais 
elementos. 
 Metáfora: consiste em uma comparação implícita, isto é, sem o uso de 
conjunções que estabeleçam a comparação. 
 Hipérbole: consiste em exagero intencional com a finalidade de tornar mais 
expressiva a ideia. 
 Personificação: consiste em atribuir a seres irracionais ou inanimados, 
sentimentos e ações próprios de pessoas. 
 Paradoxo: corresponde à união de duas ideias contrárias num só 
pensamento. 
 Antítese: consiste no destaque de uma ideia por 
meio da aproximação de palavras ou frases com sentidos 
opostos. 
Chegou a hora de colocar em prática o que você 
estudou sobre o emprego das figuras de linguagem no 
Barroco! Vamos lá? 
Fonte:http://meussonhosdoces.blogspot.com.br/2011_06_01_archive.htmlAula 5: A linguagem barroca 
 
http://meussonhosdoces.blogspot.com.br/2011_06_01_archive.html
 
22 
 
 
1. Com base nos seus conhecimentos sobre figuras de linguagem, complete a tabela a 
seguir: 
FIGURAS DE LINGUAGEM DEFINIÇÃO 
Comparação Relações de semelhança 
Metáfora Comparação implícita 
Hipérbole Exagero intencional 
Personificação Atribuição de características humanas 
a seres irracionais ou inanimados 
Paradoxo União de duas ideias contrárias 
Antítese Aproximação de palavras ou frases 
com sentidos opostos 
 
2. Leia a tirinha a seguir: 
 
Fonte:http://www.umsabadoqualquer.com/504-contraponto/ 
 
 
Atividade Comentada 5 
http://www.umsabadoqualquer.com/
 
23 
Na tirinha, para comprovar uma ideia, Deus utiliza alguns pares de palavras com 
sentidos opostos. Sendo assim: 
a) Qual é a ideia defendida por Deus? 
Resposta comentada: A ideia de Deus seria que tudo no mundo precisa de um 
contraponto. 
 
b) Qual é a figura de linguagem presente na tirinha? 
Resposta comentada: A figura empregada é a antítese. 
 
3. Indique que figuras de linguagem foram empregadas nos versos abaixo: 
I- “Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada.” 
(Gregório de Matos) 
Metáfora 
II- “O todo sem a parte não é todo; 
A parte sem o todo não é parte”; 
(Gregório de Matos) 
Antítese 
III- “Incêndio em mares de água disfarçado; 
Rio de neve em fogo convertido.” 
(Gregório de Matos) 
Paradoxo 
IV- “Porque outro mar mais copioso 
Largando de meus olhos a corrente, 
Lhe formará meu pranto saudoso.” 
(Jacinto Freire de Andrade) 
Hipérbole 
V- “Agora que se cala o surdo vento” 
(Francisco Rodrigues Lobo) 
Personificação 
 
 
 
24 
 
 
 
Você sabe o que significa o prefixo “homo”? É a partir desse significado que 
vamos construir alguns conceitos para a aula de hoje. “Homo” quer dizer igual. 
E então, já pensou no que pode ser um homônimo? Dizemos que homônimos 
são as palavras que têm a mesma pronúncia ou a mesma grafia, mas apresentam 
significados diferentes. As palavras homônimas subdividem-se em: 
→Homônimos homófonos: iguais na pronúncia e diferentes na escrita. 
 
 
 
 
 
→ Homônimos homógrafos: iguais na escrita, mas diferentes na pronúncia da 
vogal tônica. 
 
 
 
 
 
 
→ Homônimos perfeitos: iguais na escrita e na pronúncia. 
 
 
 
 
 
Agora, vamos praticar um pouco? 
 
 
Aula 6: Homônimos 
Concerto (sessão musical) - conserto (reparo) 
Apreçar (calcular preço) – apressar (acelerar) 
Acender (iluminar) – ascender (subir) 
Colher (substantivo)- colher (verbo) 
Jogo (substantivo)- jogo (verbo) 
Almoço (substantivo) – almoço (verbo) 
São (adjetivo)- são (verbo ser)- são (santo) 
Pus (verbo por) – pus (secreção) 
Manga (parte da camisa)- manga (fruta) 
 
25 
 
 
1. Observe: 
 
 
 
O humor dessa tira está na interpretação equivocada que o personagem faz da palavra 
tanque que, no dicionário, possui quatro significados: 1. Depósito de água e outros 
fluidos (gás, por exemplo); 2. Pequeno reservatório de cimento, cerâmica ou metal 
para lavar roupas; 3. Pequeno açude; 4. Carro de combate blindado. 
 
A) Com qual significado o professor usou a palavra tanque? E com qual significado o 
hipopótamo entendeu? 
Resposta comentada: O professor Doodles usou o significado 1 (depósito de água e 
outros fluidos). O Hipopótamo entendeu com o significado 4 (carro de combate 
blindado). 
 
B) A confusão criada aconteceu porque a tira trabalhou com o conceito de: 
a) Sinonímia, pois a palavra tanque tem na tira um sinônimo. 
b) Antonímia, pois a tira trabalha com a oposição da palavra tanque. 
c) Homonímia, pois a palavra tanque é pronunciada e escrita da mesma forma no 
contexto da tira, mas tem significado diferente. 
d) Polissemia, pois a palavra tanque mudou de sentido de acordo com o contexto. 
 
Resposta comentada: A opção correta é a letra c. Professor, aproveite a questão para 
enfatizar a diferença entre homonímia e polissemia. 
 
 
Atividade Comentada 6 
 
 
26 
2. Leia, a seguir, o trecho do poema Ao braço do mesmo menino Jesus quando 
apareceu, de Gregório de Matos, poeta barroco. 
 
O todo sem a parte não é todo; 
A parte sem o todo não é parte; 
Mas se a parte o faz todo sendo parte, 
Não se diga que é parte, sendo todo. 
 
a) O excerto acima utiliza a antítese, figura de linguagem que consiste na oposição de 
ideias. Quais os antônimos presentes no texto? 
 
Resposta comentada: Essa questão retoma um poema barroco e o conceito de 
antítese, que tem por base o uso de antônimos. O par de antônimos é formado pela 
oposição entre todo/ parte. 
 
b) A palavra parte (substantivo = pedaço) e parte (verbo partir) constituem homônimos 
perfeitos. Escreva uma frase em que a palavra parte apresente o segundo significado 
proposto. 
Resposta comentada: Essa questão propõe resposta pessoal. É importante que o 
aluno perceba que parte (verbo partir) deve ser utilizado na 3ª pessoa do presente: 
Ele parte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
Já é do seu conhecimento que as palavras têm a propriedade de apresentar 
vários sentidos dependendo do contexto em que estão inseridas. 
A língua é viva! E, por isso mesmo, os sentidos são alterados com o passar dos 
tempos e mudanças de gerações. A polissemia está presente na linguagem coloquial 
como você pode perceber nas gírias, assim como na linguagem literária, nos poemas, 
contos e outros. Neste caderno, temos revisto os gêneros charge e tirinha e você tem 
aprimorado seu conhecimento sobre semântica e problemas gerais de norma culta. 
Vamos continuar? 
 
 
 
Texto1 
Comunicação ou falta de comunicação? 
 
Fonte: http://culturamidiaeducacao.blogspot.com.br/2012/05/para-reflexao_08.html 
 
1. O texto acima é um exemplo de charge e faz uma crítica a um problema comum nos 
dias atuais. Que problema é esse? 
Resposta comentada: A ilustração acima nos estimula a refletir sobre o excesso de 
informação e como a tecnologia nos dias atuais tem influenciado nossa maneira de 
nos relacionar com os outros. 
 
Atividade Comentada 7 
 
 
Aula 7: A palavra e o contexto 
http://culturamidiaeducacao.blogspot.com.br/2012/05/para-reflexao_08.html
 
28 
Texto 2 
Encontro no Vaticano 
 
O Papa Francisco e Dilma. Fonte: HTTP://blogdoneylopes.wordpress.com/ 
 
2. Não “ser nada sem a pobreza” para o Papa é o mesmo que: 
a) Não ostentar riqueza. 
b) Ser um católico pobre. 
c) Compartilhar dos problemas sociais. 
d) Sentir a dor do próximo. 
 
Resposta comentada: O papa, enquanto sacerdote precisa compartilhar dos 
problemas sociais, portanto a opção correta é a letra c. 
 
3. De acordo com a charge do texto 2, o sentido acima foi o mesmo expresso na fala da 
presidenta? Justifique. 
 
Resposta comentada: Não. A fala da presidenta alude ao fato de que, sem a pobreza, 
os políticos não alcançam seus objetivos como se reeleger, praticar a corrupção, fazer 
uso do dinheiro público indevidamente etc. 
 
 
 
 
 
29 
Texto 3 
 
SONETO 
Três dúzias de casebres remendados, 
Seis becos, de mentrastos entupidos, 
Quinze soldados, rotos e despidos, 
Doze porcos na praça bem criados. 
 
Dois conventos, seis frades, três letrados, 
Um juiz, com bigodes, sem ouvidos, 
Três presos de piolhos carcomidos, 
Por comer dois meirinhos esfaimados. 
 
Damas com sapatos de baeta, 
Palmilha de tamanca como frade, 
Saia de chita, cinta de raqueta. 
 
O feijão, que só faz ventosidade, 
Farinha de pipoca, pão que greta, 
De Sergipe d’El-Rei esta é a cidade. 
Gregório de Matos In: DIMAS, Antonio (org.) Literatura Comentada. São Paulo: ed. Abril, 1981. 
 
5. O poema de Gregório de Matos satiriza Sergipe, um dos centros urbanos que 
ele mais criticou, ressaltando a pobreza do local. De que maneira o poema 
mantém uma relação com a charge acima? 
 
Resposta comentada: Embora os textos sejam de gêneros diferentes, ambos possuem 
um enfoque social, criticando a sociedade e a política.30 
 
 
Em meio às disputas entre católicos e protestantes, o 
sermão, discurso religioso sobre a doutrina cristã, tornou-se uma 
importante arma para divulgar os valores da igreja romana. 
O padre Antônio Vieira, que se dedicou com afinco à 
expansão e ao fortalecimento do catolicismo, produziu sermões 
notáveis pela hábil argumentação e pela retórica perfeita. 
Um dos maiores representantes da prosa barroca, Vieira nasceu em Lisboa, 
1608, e faleceu na Bahia, 1697. No Brasil, participou ativamente das expedições de 
catequese, protestando contra os maus-tratos aos índios e aos negros escravizados. 
Sua fama de grande orador atravessou o mar e chegou a Portugal, onde 
constantemente pregava para a Corte. 
Vamos apreciar, agora, um pouco da obra de Vieira, lendo uma passagem do 
Sermão do Mandato: 
“O primeiro remédio que dizíamos é o tempo. Tudo cura o tempo, tudo faz 
esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba. Atreve-se o tempo a colunas de 
mármore, quanto mais a corações de cera! São as afeições como as vidas, que não há 
mais certo sinal de haverem de durar pouco, que terem durado muito. São como as 
linhas que partem do centro para a circunferência, que, quanto mais continuadas, 
tanto menos unidas. Por isso os antigos sabiamente pintaram o amor menino, porque 
não há amor tão robusto, que chegue a ser velho. De todos os instrumentos com que o 
armou a natureza o desarma o tempo. Afrouxa-lhe o arco, com que já não tira, 
embota-lhe as setas, com que já não fere, abre-lhe os olhos, com que vê o que não via, 
e faz-lhe crescer as asas, com que voa e foge. A razão natural de toda esta diferença, é 
porque o tempo tira a novidade às coisas, descobre-lhes os defeitos, enfastia-lhes o 
gosto, e basta que sejam usadas para não serem as mesmas. Gasta-se o ferro com o 
uso, quanto mais o amor? O mesmo amar é causa de não amar, e o ter amado muito, 
de amar menos.” 
 
Aula 8: Vieira, o engenhoso pregador 
 
 
31 
Fonte: http://portugues.free-ebooks.net/ebook/Sermao-do-Mandato-1643/pdf/view 
 
Agora que já conhecemos um pouco sobre a vida e a obra do Padre Antônio 
Vieira, vamos testar nossos conhecimentos? 
 
 
 
1. No trecho do Sermão do mandato, podemos perceber que ao falar da ação 
corrosiva do tempo, Vieira acaba por ressaltar a fugacidade dos sentimentos e da vida, 
visão típica do Barroco. Retire do texto um trecho que comprova essa afirmação. 
Resposta comentada: Há, no texto, algumas passagens que comprovam a brevidade 
dos sentimentos e da vida. 
Exemplos: 
“São as afeições como as vidas, que não há mais certo sinal de haverem de durar 
pouco, que terem durado muito.” 
“Por isso os antigos sabiamente pintaram o amor menino, porque não há amor tão 
robusto, que chegue a ser velho.” 
 
2. Considerando os vocábulos em negrito, podemos dizer que a figura de linguagem 
presente no trecho “De todos os instrumentos com que o armou a natureza o desarma 
o tempo” é ... 
a) uma antítese 
b) uma metáfora 
c) uma hipérbole. 
d) uma comparação. 
e) uma personificação. 
Resposta comentada: Como o autor, no trecho, aproximou palavras com sentidos 
opostos, podemos perceber a presença de um antítese. A alternativa correta, 
portanto, é a letra a. 
 
 
Atividade Comentada 8 
http://portugues.free-ebooks.net/ebook/Sermao-do-Mandato-1643/pdf/view
 
32 
3. Explique o que o autor quis dizer com a seguinte passagem: “Por isso, os antigos 
sabiamente pintaram o amor menino, porque não há amor tão robusto, que chegue a 
ser velho” 
Resposta comentada: O autor usa a imagem do cupido para estabelecer uma relação 
idade/tempo de duração. O amor só poderia ser caracterizado na figura de um 
menino, no caso o cupido, pois não seria duradouro o suficiente para ser representado 
por um idoso. 
 
4. Para caracterizar o amor, o autor faz uso de comparações e personificação. Aponte 
exemplos disto. 
Resposta comentada: Comparações: “São as afeições como as vidas”, “São como as 
linhas que partem do centro para a circunferência” etc. 
Personificação: “abre-lhe os olhos, com que vê o que não via” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
Aula 9: Gregório de Matos, o Boca do Inferno 
 
 
 
Gregório de Matos nasceu na Bahia, em 1633 e morreu no Recife, 
em 1695. Estudou em Coimbra, Portugal, onde se formou em 
Direito. De volta à Bahia, tentou seguir a carreira eclesiástica, mas 
seu modo de viver, muito livre para a época, causou-lhe problemas e 
acabou sendo deportado para Angola. Quando volta ao Brasil, fica 
sem o direito de retornar à Bahia, indo morar no Recife. 
Gregório de Matos é considerado o primeiro grande poeta brasileiro. Em sua 
riquíssima obra, cultivou a poesia em várias vertentes: a lírica, a satírica e a religiosa. 
Foi apelidado de Boca do Inferno por causa de sua língua feroz. 
Sua poesia satírica expressava de forma crítica, a realidade do Brasil do século 
XVII. Nessa vertente, o poeta baiano encontrou um meio para denunciar ironicamente 
os problemas econômicos, políticos e sociais. 
Agora que já conhecemos um pouco da vida de Gregório de Matos, vamos ver 
um pouco da sua obra praticando! 
 
 
Na sua vertente religiosa, a preocupação do escritor com a sua salvação 
espiritual revela-se no grande número de textos. No soneto a seguir, o poeta ajoelha-
se diante de Deus, com um forte sentimento de culpa por ter pecado e promete 
redimir-se: 
A Jesus Cristo Nosso Senhor 
Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado, 
Da vossa alta clemência me despido; 
Porque, quanto mais tenho delinquido, 
Vós tenho a perdoar mais empenhado. 
 
Atividade Comentada 9 
 
34 
Se basta a vos irar tanto pecado, 
A abrandar-vos sobeja um só gemido: 
Que a mesma culpa, que vos há ofendido, 
Vos tem para o perdão lisonjeado. 
 
Se uma ovelha perdida e já cobrada 
Glória tal e prazer tão repentino 
Vos deu, como afirmais na Sacra História, 
 
Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada, 
Cobrai-a; e não queirais, Pastor Divino, 
Perder na vossa ovelha a vossa glória. 
MATOS, Gregório de. Poemas escolhidos. São Paulo: Cultrix, 1997. 
 
1. É possível afirmar que as palavras antônimas possuem significados opostos. 
Sabendo disso, observe os pares de palavras destacadas do poema e marque a 
alternativa em que há antônimos: 
a) Pecado e delinquido 
b) Ofendido e lisonjeado 
c) Senhor e pastor 
d) Glória e perdão 
e) Culpa e perdão 
 
Resposta comentada: O único par de vocábulos que realmente possuem uma relação 
e antonímia é o da alternativa b, ofendido e lisonjeado. 
 
2. Para exprimir a tensão entre os sentimentos contraditórios, característicos da esté-
tica barroca, o poeta utiliza a antítese. Retire do texto versos que apresentam essa 
figura de linguagem. 
Resposta comentada: São diversos exemplos de antítese: “Que a mesma culpa, que 
vos há ofendido, /Vos tem para o perdão lisonjeado” (culpa e perdão; ofendido e 
lisonjeado). 
 
35 
 
3. Na sua vertente lírica, inspirado nos poetas clássicos como o português Luís de 
Camões, Gregório de Matos costuma revelar a sua amada como uma mulher belíssima 
e sem defeitos, ou seja, idealizada. No soneto a seguir, o eu lírico enaltece a beleza de 
Maria: 
 
A Maria De Povos, Futura Esposa 
 
Discreta, e formosíssima Maria, 
Enquanto estamos vendo a qualquer hora 
Em tuas faces a rosada Aurora, 
Em teus olhos e boca, o Sol e o dia: 
 
Enquanto com gentil descortesia 
O ar, que fresco Adônis te namora, 
Te espalha a rica trança voadora, 
Quando vem passear-te pela fria: 
 
Goza, goza da flor da mocidade, 
Que o tempo trota a toda ligeireza, 
E imprime em toda a flor sua pisada. 
 
Oh, não aguardes, que a madura idade 
Te converta essa flor, essa beleza 
Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada. 
MATOS, Gregório de. Poemas escolhidos. São Paulo: Cultrix, 1997. 
 
No poema, ao mesmo tempo em que o eu lírico celebra a beleza de Maria, ele afirma 
que essa formosura é passageira e logoserá consumida pelo tempo. 
a) Retire do texto passagens que confirmem essa afirmação. 
Resposta comentada: A brevidade da beleza de Maria é explicitada nos versos da 
terceira e quarta estrofes. 
 
36 
 
b) Como essa afirmação se relaciona com a visão de mundo do Barroco? 
Resposta comentada: Na visão de mundo barroca, as coisas, os seres e as emoções são 
efêmeras, assim como a beleza de Maria. O tempo é implacável e corrói a tudo e a 
todos. 
 
4. Na sua vertente satírica, Gregório de Matos criticou duramente a situação social, 
política e econômica do Brasil da época. Suas críticas estavam relacionadas 
especialmente à Bahia do século XVII. No soneto a seguir, a fim de apresentar sua 
visão global da Bahia, Gregório descreve, em cada estrofe, determinado segmento da 
sociedade baiana. 
 
Descrevo que era realmente naquele tempo a Cidade da Bahia 
 
A cada canto um grande conselheiro, 
Que nos quer governar a cabana, e vinha, 
Não sabem governar sua cozinha, 
E podem governar o mundo inteiro. 
 
Em cada porta um frequentado olheiro, 
Que a vida do vizinho, e da vizinha 
Pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha, 
Para levar à Praça, e ao Terreiro. 
 
Muitos Mulatos desavergonhados, 
Trazidos pelos pés os homens nobres, 
Posta nas palmas toda a picardia. 
 
Estupendas usuras nos mercados, 
Todos, os que não furtam, muito pobres, 
E eis aqui a cidade da Bahia. 
MATOS, Gregório de. Poemas escolhidos. São Paulo: Cultrix, 1997 
 
37 
 
Identifique cada um desses segmentos sociais e a crítica que o Boca do Inferno faz a 
cada um deles. 
Resposta comentada: Na primeira estrofe, Gregório critica o segmento dos 
governantes, classificando-o como pretensioso e incompetente. 
Na segunda estrofe, o segmento alvo da crítica é o povo (ou a vizinhança), 
caracterizado como fofoqueiro, olheiro ou fútil. 
Na terceira estrofe, o segmento criticado é a sociedade como um todo que, 
constituída pela nobreza e pelos mulatos (mestiços de branco e negro), é classificada 
como desavergonhada ou pícara. 
Na quarta estrofe, a crítica é direcionada à economia e à corrupção. Isso porque, 
além de caracterizar o preço das mercadorias ou os juros (usuras) como estupendos, 
exagerados, o poeta destaca a pobreza daqueles que não roubam, consolidando a 
existência de corrupção e desigualdades sociais na época descrita. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
 
Caro aluno, agora, nós vamos estudar um tema em ortografia que costuma gerar 
várias dúvidas: o uso dos porquês. Para começarmos, vamos dar uma olhadinha na 
tabela a seguir: 
 
FORMA EMPREGO 
 
 
 
 
Por que 
Em frases interrogativas (diretas e indiretas). 
Exemplo: Por que você não vai ao cinema? 
Em substituição à expressão "pelo qual" (e suas variações). 
Exemplo: As causas por que discuti com ele são particulares (pelas 
quais). 
 
Por quê 
Em perguntas, no final de frases. 
Exemplo: Ela não me ligou e nem disse por quê. 
 
Porque 
Em frases afirmativas e em respostas. 
Exemplo: Não saí de casa, porque estava doente. 
 
Porquê 
Como substantivo. Exemplo: 
Ninguém entende o porquê de tanta confusão. 
 
Agora, que já conhecemos os usos dos porquês, vamos exercitar nossos 
conhecimentos? 
 
 
 
 
 
Aula 10: Sabendo o porquê 
 
 
39 
 
 
1. Leia a tirinha, a seguir, e responda: 
 
 
Fonte: http://www.blogdomatheus.com/2013/02/30-tirinhas-snoopy.html 
 
a) Retire da tirinha uma frase em que o porquê expressa uma interrogação? 
Resposta: Por que você o acertou? 
 
b) Retire da tirinha uma frase em que o porquê expressa uma explicação? 
Resposta: Porque ele estava lá! 
 
c) A partir das respostas dadas nas questões anteriores, explique a diferença na grafia 
dos porquês? 
Resposta comentada: No terceiro quadrinho, por se tratar de uma pergunta e no 
início da frase, o porquê é grafado separado e sem acento. Já no quarto, por se tratar 
de uma resposta deve ser grafado sem espaço e sem acento. 
 
 
 
Atividade Comentada 10 
http://www.blogdomatheus.com/2013/02/30-tirinhas-snoopy.html
 
40 
2. Com base nos seus conhecimentos sobre o emprego dos porquês, leia o trecho a 
seguir, retirado do Sermão da Sexagésima, do Padre Antônio Vieira, e explique o uso 
dos porquês destacados: 
 
“Primeiramente, por parte de Deus, não falta nem pode faltar. Esta proposição é de fé, 
definida no Concílio Tridentino, e no nosso Evangelho a temos. Do trigo que deitou à 
terra o semeador, uma parte se logrou e três se perderam. E porque se perderam 
estas três? – A primeira perdeu-se, porque a afogaram os espinhos; a segunda, porque 
a secaram as pedras; a terceira, porque a pisaram os homens e a comeram as aves.Isto 
é o que diz Cristo; mas notai o que não diz. Não diz que parte alguma daquele trigo se 
perdesse por causa do sol ou da chuva. A causa por que ordinariamente se perdem as 
sementeiras, é pela desigualdade e pela intemperança dos tempos, ou porque falta ou 
sobeja a chuva, ou porque falta ou sobeja o sol.” 
Fonte: www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action&co_obra=1745 
 
Resposta comentada: O primeiro termo destacado pertence a uma sentença 
interrogativa, por isso, a sua grafia deve ser separada e sem acento circunflexo. 
No segundo caso, pode-se destacar que a palavra porquê pertence ao enunciado da 
resposta, portanto, o termo deve ser grafado sem espaço e sem acento. 
Já no terceiro o termo destacado é usado para substituir a expressão "pelo qual" e a 
sua grafia deve ser separada e sem acento circunflexo. 
 
3. Leia o texto abaixo: 
Poesia lírica, conjunto subdividido em poesia amorosa e filosófica, em cujos versos 
percebe-se o devotamento a temas que envolvem questões sobre o porquê da 
existência humana, fazendo supor a chegada de um período de introspecção e de 
amadurecimento de personalidade. 
Fonte:http://genibertoni.wordpress.com/o-teocentrismo-no-barroco-brasileiro/ 
 
Na passagem acima, o “porquê” foi empregado corretamente? Explique. 
Resposta comentada: O termo destacado foi grafado corretamente, pois, na 
passagem destacada, ele exerce o papel de um substantivo e deve, assim, ser 
grafado sem espaço e com acento circunflexo. 
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action&co_obra=1745
http://genibertoni.wordpress.com/o-teocentrismo-no-barroco-brasileiro/
 
41 
 
 
 Caro, Professor Aplicador, sugerimos algumas diferentes formas de avaliar as 
turmas que estão utilizando este material: 
 
1° Possibilidade: 
 As disciplinas nas quais os alunos participam da Avaliação do Saerjinho, pode-se utilizar 
a seguinte pontuação: 
 Saerjinho: 2 pontos 
 Avaliação: 5 pontos 
 Pesquisa: 3 pontos 
 
As disciplinas que não participam da Avaliação do Saerjinho, podem utilizar a 
participação dos alunos durante a leitura e execução das atividades do caderno como 
uma das três notas. Neste caso teríamos: 
 
 Participação: 2 pontos 
 Avaliação: 5 pontos 
 Pesquisa: 3 pontos 
 
Leia o texto abaixo e responda às questões 1 a 4: 
Fonte: http://extravirgem.com/tag/calvin-e-haroldo/ 
 
 
 
Avaliação 
 
http://extravirgem.com/tag/calvin-e-haroldo/
 
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1. Por suas características, esse texto é um exemplo de... 
a) Folheto 
b) Tirinha 
c) Charge 
d) Anedota 
e) Anúncio 
Resposta: O texto é um exemplo de tirinha, portanto a alternativa correta é a b. 
 
2. No segundo quadrinho, o traçado do balão indica que a menina está 
a) Pensando 
b) Falando 
c) Gritando 
d) Murmurando 
e) Cochichando 
Resposta: O contorno do balão denota que a menina está gritando, portanto a 
alternativa correta é a c. 
 
3. No terceiro quadrinho, a menina está 
a) Furiosa 
b) Amedrontada 
c) Arrependida 
d) Preocupada 
e) Surpresa 
Resposta: A fisionomia da menina indica que ela está furiosa, logo a alternativa 
correta é a. 
4. No texto, a expressão “tá bem” é típica da linguagem 
a) Científica 
b) Culta 
c) Informald) Jornalística 
e) Regional 
Resposta: A expressão “tá bem” é típica da linguagem informal. 
 
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Leia o texto abaixo e responda às questões 5 e 6: 
À mesma d. Ângela 
Anjo no nome, Angélica na cara! 
Isso é ser flor, e Anjo juntamente: 
Ser Angélica flor, e Anjo florente, 
Em quem, senão em vós, se uniformara: 
 
Quem vira uma tal flor, que a não cortara, 
De verde pé, da rama fluorescente; 
E quem um Anjo vira tão luzente, 
Que por seu Deus o não idolatrara? 
 
Se pois como Anjo sois dos meus altares, 
Fôreis o meu Custódio, e a minha guarda, 
Livrara eu de diabólicos azares. 
 
Mas vejo, que por bela, e por galharda, 
Posto que os Anjos nunca dão pesares, 
Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda. 
 MATOS, Gregório de. Poemas escolhidos. São Paulo: Cultrix, 1997. 
 
5. Uma das características do Barroco presente no texto é 
a) A valorização da religiosidade. 
b) O gosto pela vida no campo. 
c) A brevidade das coisas e da vida. 
d) A ênfase nas belezas naturais. 
e) A exposição de temas opostos. 
Resposta comentada: O homem barroco estava dividido entre aproveitar os prazeres 
da vida e a vivência religiosa e busca da salvação. No poema, o eu lírico aponta que a 
sua amada Ângela, por ser tão bela, seria um anjo. No entanto, essa mesma beleza 
seria uma tentação a ser rejeitada. 
 
44 
 
6. As figuras de linguagem presentes nos versos “Sois Anjo, que me tenta, e não me 
guarda” são: 
a) Comparação e metáfora 
b) Metáfora e paradoxo 
c) Hipérbole e antítese 
d) Comparação e personificação 
e) Personificação e hipérbole 
Resposta: Nos versos retirados do texto, podemos perceber a comparação implícita 
entre a mulher amada e um anjo e a declaração que, na verdade, Ângela, por ser tão 
bela, o tenta mais do que o guarda. 
Sendo assim, a reposta correta é a alternativa b. 
 
Leia o texto a seguir: 
 
 
Fonte: http://www.essaseoutras.xpg.com.br 
7. O principal objetivo do texto é: 
a) Fazer um convite. 
b) Noticiar fatos. 
c) Narrar uma história. 
d) Ensinar um procedimento. 
e) Criticar um comportamento. 
Resposta comentada: O objetivo da charge é criticar o uso cada vez maior da 
tecnologia nas relações sociais em detrimento da contato físico. Assim, a resposta 
correta é a alternativa e. 
http://www.essaseoutras.xpg.com.br/charges-engracadas-sobre-tecnologia-imagens-divertidas-para-rir/
 
45 
 
 
 Caro professor aplicador, para a realização desta etapa, é fundamental 
disponibilizar alguns recursos para a turma. Nesse sentido, seria interessante permitir 
que os alunos tivessem acesso à sala de leitura ou ao laboratório de informática com 
internet para realizar a pesquisa. Caso essas opções não estejam viáveis, uma saída, 
seria separar previamente alguns jornais e revistas nos quais eles pudessem procurar 
por exemplares dos gêneros charge e tira. A última etapa da pesquisa é mais indicada 
para ser finalizada em casa. 
Vale ainda destacar que é importante dividir a turma em grupos com, no máximo, 5 
alunos e solicitar as produções em folha separada para posterior avaliação. 
 
Caro aluno, agora que já você já estudou todos os principais assuntos relativos 
ao 2° bimestre, é hora de discutir um pouco sobre a relevância deles. Para a realização 
dessa proposta, forme um grupo com, no máximo, mais 4 colegas e façam o que se 
pede. 
 
I- Pesquisem em jornais, revistas ou internet uma charge atual. Em seguida, escrevam 
um pequeno comentário sobre o assunto que ela critica. Não se esqueçam de indicar a 
fonte. 
 
II- Pesquisem em jornais, revistas ou internet uma tirinha. Verifiquem em que consiste 
o humor, traçando um paralelo com os principais recursos que esse gênero textual 
utiliza. 
 
III- Gregório de Matos e Padre Antônio Vieira são os principais autores da estética 
Barroca que você estudou nesse bimestre. Façam uma pesquisa sobre eles. 
Destaquem as diferenças e semelhanças, se houver. Indiquem as fontes de pesquisa. 
 
ATENÇÃO: Fazer esta parte da atividade em uma folha separada! 
 
Pesquisa 
 
 
46 
 
 
[1] KOCH, Ingedore Grunfeld Vilaça. O texto: construção de sentidos. Organon, Porto 
Alegre, 1995. 
[2] __________ A interação pela linguagem. 8 Ed. São Paulo: Contexto, 2003. 
[3] KOCH, Ingedore Grunfeld Vilaça e TRAVAGLIA, Luiz Carlos. A coerência textual. 8. 
Ed. São Paulo: Contexto, 1998. 
[4] PASCHOALIN, Maria Aparecida. Gramática: teoria e exercícios/ Paschoalin 
&Spadoto. Ed. renovada.- São Paulo: FDT 2008. 
[5] MARCHUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: 
DIONÍSIO, Ângela P.: MACHADO, Anna R.: BEZERRA, Maria A. (org) Gêneros e ensino. 
2ª edição Rio de Janeiro: Lucena, 2003. 
[6] MATOS, Gregório in: DIMAS, Antônio (org.) Literatura comentada. São Paulo: Ed. 
Abril, 1981. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências 
 
 
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COORDENADORES DO PROJETO 
 
Diretoria de Articulação Curricular 
 
Adriana Tavares Maurício Lessa 
 
Coordenação de Áreas do Conhecimento 
 
Bianca Neuberger Leda 
Raquel Costa da Silva Nascimento 
Fabiano Farias de Souza 
Peterson Soares da Silva 
Ivete Silva de Oliveira 
Marília Silva 
 
PROFESSORES ELABORADORES 
Andréia Alves Monteiro de Castro 
Aline Barcellos Lopes Plácido 
Flávia dos Santos Silva 
Gisele Heffner 
Leandro Nascimento Cristino 
Lívia Cristina Pereira de Souza 
Tatiana Jardim Gonçalves 
 
 
Equipe de Elaboração

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