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TRAB CONSUMIDOR FINAL 27-11

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FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS CURSO DE DIREITO
JULIANA MONTEIRO PASSINHO
O PRINCÍPIO DA VERACIDADE DA PUBLICIDADE
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Salvador 2018
)
JULIANA MONTEIRO PASSINHO
O PRINCÍPIO DA VERACIDADE DA PUBLICIDADE
Trabalho destinado à avaliação curricular da disciplina Direito do Consumidor, ministrada pela Profª Brenda Guimarães no Curso de Bacharelado em Direito.
RESUMO
O presente trabalho tem o objetivo de discorrer acerca do que se entende por Princípio da Veracidade da Publicidade. Visa também instrumentar a formação dos acadêmicos em Direito, através de um enfoque didático, onde está presente não só a subjetividade, por assim dizer, da emissão de um parecer, mas também a apresentação de fatos. Tal caminho possibilita o exercício da objetividade, bem como prepara o bacharelando à moral e à imparcialidade inerente ao operador do Direito no uso de suas atribuições e prerrogativas com vistas ao bem-estar social aqui representado pelo resguardo da pessoa do consumidor e sua condição de hipossuficiente. Este relato também colabora para o aprimoramento e ampliação de outros níveis de conhecimento, vez que se trata o Direito do esteio onde se basila, guardadas as devidas proporções, a vivência social. A sociedade muda a sua concepção a respeito de institutos através dos que normalmente possuem ideias contrárias à grande maioria, mas que, por terem fundamentação, acabam influenciando pessoas, até que esses pensamentos se tornem fato social, e, então, o Direito os reconhece. Nesse contexto, temos que os ramos do Direito, juntamente com as demais ciências, têm entre si relações de interdependência sem o comprometimento de suas respectivas autonomias. Tal afirmação, por si só, corrobora a importância e relevância do Direito do Consumidor como essencial ramo da ciência jurídica. Outrossim, a conclusão geral deste trabalho será a exposição do conceito do Princípio da Veracidade da Publicidade e as demais generalidades que que o cerca, bem como seus demais aspectos fundamentais.
Palavras-Chave: Direito do Consumidor. Código de Defesa do Consumidor. Princípios Informadores. Princípio da Veracidade da Publicidade. Publicidades Vedadas ou Ilícitas.
ABSTRACT
This paper aims to discuss what is meant by the Principle of Advertising Veracity. It also aims to implement the training of law academics, through a didactic approach, where not only the subjectivity, as it were, is present, but also the presentation of facts. This way makes possible the exercise of objectivity, as well as prepares the baccalaureate to the moral and the inherent impartiality to the operator of the Right in the use of its attributions and prerrogativas with a view to the social well-being here represented by the protection of the person of the consumer and its condition of hyposufficient . This report also contributes to the improvement and expansion of other levels of knowledge, since it is the Right of the stele where social experience is based, with due proportions. Society changes its conception of institutes through those who usually have opposing ideas to the vast majority, but who, by reasoning, end up influencing people until such thoughts become social fact, and then the Law recognizes them. In this context, we have that the branches of Law, along with the other sciences, have interdependent relations between them without compromising their respective autonomies. This statement, in and of itself, corroborates the importance and relevance of Consumer Law as an essential branch of legal science. Also, the general conclusion of this work will be the exposition of the concept of the Principle of Advertising Veracity and the other generalities that surround it, as well as its other fundamental aspects.
Keywords: Consumer Law. Code of Consumer Protection. Informing Principles. Principle of Advertising Veracity. Sealed or Illegal Advertisements.
SUMÁRIO
RESUMO	03
INTRODUÇÃO	06
A PUBLICIDADE ENGANOSA	07
CONCLUSÃO	12
BIBLIOGRAFIA	13
INTRODUÇÃO
A sociedade e o Direito se complementam. Imaginar a sociedade sem o Direito ou vice-versa são indagações que não mais desafiam o quilate intelectual das grandes mentes que integram as raízes da ciência jurídica. Os estudos sociais sempre objetivaram entender os fenômenos que acompanham o homem desde que este decidiu unir-se a seu semelhante e com ele conviver disciplinadamente, bem como os motivos e as condições que desencadearam tais atos. Nesse contexto, temos que o Direito do Consumidor veio aperfeiçoar a relação entre particulares, a grosso modo, iniciada pela Codificação Civil, em via contrária ao antigo sistema jurisdicional, antecedente à Constituição Federal de 1988: a jurisdição privada, de cunho essencialmente patrimonialista, vez que simbolizava a tutela jurisdicional dos ricos e poderosos. Desse modo, é de salutar importância o comentário de que, o sistema legal vem, ao longo dos últimos trinta anos, moldando-se em um aspecto mais garantista. Aparentemente, a discussão acerca de novas tipologias no que tange à proteção da pessoa do consumidor frente ao constante avanço tecnológico, à inovação mercadológica e ao não tão contemporâneo, mas implacável fenômeno da globalização tem por base a década de 1990 (ano de edição do Código de Defesa do Consumidor), entretanto não para o Direito, pois a história vem apresentando novidades neste campo, e novidades estas com maior poder de influência a partir de 1960. No Brasil, essa quebra de paradigmas ganhou força graças à Carta Política de 1988. Esta muito tem servido de gatilho para que aos poucos (dada as alterações sofridas nos últimos anos) venha o Judiciário a se distanciar dos velhos ditâmes, abolindo, dentre outras coisas, locuções ultrapassadas de seu conteúdo. Entretanto, inútil seria o aprimoramento vernacular se não viesse acompanhado de uma evolução. Essa aglutinação nada mais é do que fruto das conquistas sociais também recepcionadas pelos legisladores pátrios, cientes do seu papel organizacional com vistas à manutenção da paz social. Como já dito, merece destaque a Constituição Federal de 1988 pela nova visão com a qual vem revestindo a legislação infraconstitucional consumerista, ou seja, o dever estatal de atuar no que se relaciona aos bens jurídicos protegidos pelo arcabouço normativo em estudo.
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A PUBLICIDADE ENGANOSA
O caput do art. 37 da Lei 8.078/1990 proíbe expressamente a publicidade enganosa, aquela que induz o consumidor ao engano. Em tom de conceituação, define o § 1º da norma que:
É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.
Apesar da menção ao engano, ao erro, não se pode esquecer que o ato de indução representa dolo, ou seja, uma atuação maliciosa praticada com intuito de enganar outrem e ter benefício próprio. Então, o paralelo deve ser feito, em diálogo das fontes, em relação ao tratamento desse vício do consentimento, tratado entre os arts. 145 a 150 do CC/2002. Como se extrai do próprio comando transcrito, a publicidade enganosa pode ser por ação ou por omissão.
Na publicidade enganosa por ação, há um dolo positivo, uma atuação comissiva do agente. Cite-se como exemplo a campanha publicitária que afirma que determinado veículo tem um acessório, o que não é verdade.
Na publicidade enganosa por omissão há um dolo negativo, com atuação omissiva. Conforme o § 3º do art. 37 do CDC, a publicidade é enganosa por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do produto ou serviço. Pode ser traçado um paralelo em relação ao art. 147 do CC, que trata do silêncio intencional como dolo negativo.
Além dessas concretizações, vejamos como as Cortes Julgadoras têm apreciado o problema da publicidade enganosa (tratada, muitas vezes, como sinônimo de propaganda enganosa), para osdevidos fins de ilustração. De início, colaciona-se ementa do próprio STJ, que consagrou a responsabilidade objetiva diante da veiculação de publicidade enganosa relativa a celular:
Civil e processual. Agravo regimental. Responsabilidade. Relação de consumo. Propaganda enganosa. Consumidora atraída. Celular. Modificação contratual. Dano moral. Comprovado. Valor indenizatório. Redução. Patamar razoável. Intervenção do
STJ. Necessidade. Agravo regimental improvido” (STJ – AgRg no Ag 1045667/RJ – Quarta Turma – Rel. Min. Aldir Passarinho Junior – j. 17.03.2009 – DJe 06.04.2009).
Na mesma linha, segue abaixo, decisão do Tribunal Gaúcho, relativa a um problema semelhante:
Consumidor. Serviço de internet 3G. Falha na prestação do serviço. Publicidade enganosa. Cancelamento do contrato sem a incidência de multa. 1. Não tendo a ré comprovado efetivamente a utilização do serviço, bem como a disponibilidade do sinal na região onde reside o autor, tem-se que houve falha na prestação do serviço em questão. Salienta-se, ainda, que, apesar de ser a mobilidade a principal característica do serviço de internet 3G, é obrigação da ré disponibilizar o produto na região onde é residente o consumidor, o que, no presente caso, não ocorreu. 2. Assim, havendo falha na prestação do serviço contratado, impõe-se o cancelamento do contrato sem qualquer ônus ao consumidor. Sentença confirmada por seus próprios fundamentos. Recurso improvido (TJRS – Recurso 47266-41.2010.8.21.9000, Canela – Primeira Turma Recursal Cível
– Rel. Des. Ricardo Torres Hermann – j. 28.04.2011 – DJERS 04.05.2011).
Voltando ao Superior Tribunal de Justiça, merece ser citado aresto que diz respeito à venda de um empreendimento divulgado e comercializado como um hotel, mas que, na verdade, era um residencial com serviços e que veio a ser interditado pela municipalidade. De acordo com o julgamento:
O princípio da vinculação da publicidade reflete a imposição da transparência e da boa-fé nos métodos comerciais, na publicidade e nos contratos, de modo que o fornecedor de produtos ou serviços obriga-se nos exatos termos da publicidade veiculada, sendo certo que essa vinculação estende-se também às informações prestadas por funcionários ou representantes do fornecedor. Se a informação se refere a dado essencial capaz de onerar o consumidor ou restringir seus direitos, deve integrar o próprio anúncio, de forma precisa, clara e ostensiva, nos termos do art. 31 do CDC, sob pena de configurar publicidade enganosa por omissão. No caso concreto, desponta estreme de dúvida que o principal atrativo do projeto foi a sua divulgação como um empreendimento hoteleiro – o que se dessume à toda vista da proeminente reputação que a Rede Meliá ostenta nesse ramo –, bem como foi omitida a falta de autorização do Município para que funcionasse empresa dessa envergadura na área, o que, a toda evidência, constitui publicidade enganosa, nos termos do art. 37, caput e § 3º, do CDC, rendendo ensejo ao desfazimento do negócio jurídico, à restituição dos valores pagos, bem como à percepção de indenização por lucros cessantes e por dano moral” (STJ – REsp 1.188.442/RJ – Rel. Min. Luis Felipe Salomão – Quarta Turma – j. 06.11.2012 – DJe 05.02.2013).
Seguindo nas elucidações práticas, em muitas situações a jurisprudência confirma que o simples fato do engano pela publicidade, por si só, não gera dano moral, que deve decorrer das circunstâncias fáticas e das máximas de experiência.
Do mesmo modo, entende-se que há publicidade enganosa no caso de oferta de condições bem vantajosas para a compra de veículo que entra em conflito com o teor do contrato, aplicando-se, em casos tais, os já estudados arts. 30 e 35 do CDC.
Nesse contexto é que o legislador estatuiu como direito básico do consumidor a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços (art. 6º, IV, CDC).
Seguindo o mesmo caminho, deduziu o Tribunal Fluminense que as declarações constantes em folhetos publicitários, não cumpridas, podem fazer caracterizar a publicidade como enganosa, notadamente se gerar no consumidor justas expectativas que são frustradas posteriormente. Vejamos:
Na presente hipótese, a autora reclama de publicidade enganosa, na medida em que recebeu folheto de propaganda, prometendo que, no dia do aniversário da autora, sua despesa não seria cobrada, desde que levasse um acompanhante pagante. Todavia, no referido dia, o estabelecimento réu ignorou o panfleto promocional, cobrando também a despesa da autora. A sentença rechaçou a pretensão autoral ao argumento de que, por se tratar de uma Feira, já havia uma promoção que vigorava para todos, de 50% do valor do rodízio de carnes, e assim, não poderia haver cumulação de promoções, o que teria sido veiculado em anúncios de jornal. Ocorre que, a meu ver, não era a autora obrigada a saber da existência de tal anúncio promocional para todos. No panfleto dirigido exclusivamente a ela, autora, nenhuma ressalva havia. A seu turno, a ré não pode escudar-se em uma isenção promocional parcial dirigida a todos os clientes, para negar uma isenção total de despesa, prometida especificamente a ela, autora. O ato ilícito da ré, consubstanciado na publicidade enganosa, parece-me evidente, a merecer condenação pelo Judiciário. O transtorno daí decorrente é relevante, desborda do comum do cotidiano, e o constrangimento deveras ocorreu, e em público, para quem pretendia usufruir do benefício, e não conseguiu. Assim, enxergo dano moral indenizável, que deve ser compensado também no seu viés punitivo e pedagógico. Razoável, na espécie, a fixação da reparação civil no patamar de R$ 1.000,00 (um mil reais). Por sua vez, a dobra na devolução do indevidamente cobrado se impõe, na forma do art. 42, parágrafo único, do CDC, o que importa na condenação em R$ 105,40. Diante desse quadro, sou pelo provimento do recurso para reformar a sentença e julgar parcialmente procedente o pedido inicial, impondo à empresa ré indenização por danos materiais no valor de R$ 105,40, e ainda, de indenização por danos morais em favor da autora no valor de R$ 1.000,00. Sem honorários (TJRJ – Recurso 2007.700.0137943,
Capital – Rel. Juiz Renato Lima Charnaux Sertã – j. 17.04.2007 – DORJ
28.11.2007, p. 344).
Na prática, a publicidade não pode fazer promessas concretas mirabolantes, sob pena de caracterização do dolo publicitário enganoso.
Todavia, vale a ressalva de autoria do genial Fábio Ulhoa Coelho:
O fantasioso (necessariamente falso) nem sempre induz ou é capaz de induzir o consumidor em erro. A promoção, por exemplo, de drops, através da apresentação de filme com pessoas levitando ao consumi-lo, implica veiculação de informações falsas (a guloseima não tem o efeito apresentado), mas evidentemente insuscetível de enganar o consumidor.
Sem prejuízo do puffing, cumpre tecer algumas palavras a respeito da prática do teaser, que vem a ser a utilização de artifícios de atração, para que o consumidor tenha um primeiro contato com um produto ou serviço a ser adquirido. Cite-se, a título de exemplo, campanha publicitária recente do Limão, empresa do grupo Estado (www.limao.com.br). Ou, ainda, publicidade de veículo que utiliza a expressão “ele está chegando”, sem apontar qual o modelo. Assim, como ocorre com os exageros publicitários, tais artifícios, em regra, são permitidos, desde que não configure publicidade enganosa ou abusiva, servindo o Código Consumerista como mecanismo de controle.
Por fim, na ótica do CDC, deve ser visto com ressalvas o conceito de dolus bonus ou dolo bom, aquele que não prejudica a parte, ou até a beneficia. Como bem esclarece Carlos Ferreira de Almeida, jurista português, a construção do dolus bonus foi colocada em xeque no sistema lusitano, por contrariar o preceito máximo de lealdade na contratação e o direito à informação consagrados pela norma consumerista.28 A conclusão deve ser a mesmano sistema brasileiro. Dessa forma, se a conduta publicitária for capaz de causar qualquer tipo de engano, mesmo que indireto, a gerar prejuízos mediatos ao consumidor, ficará configurada a publicidade ilícita. Caso não haja prejuízo, não se pode falar em publicidade enganosa. Concluindo da última forma, do Tribunal do Rio Grande do Sul:
Apelação cível. Responsabilidade civil. Propaganda enganosa. Danos morais. Não verificação. Improcedência do pedido. Manutenção. Não
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configura propaganda enganosa a divulgação, por parte da financeira, de que opera com as melhores taxas do mercado. Tal mensagem publicitária, para qualquer cidadão com o mínimo de discernimento, apenas exerce a força atrativa a que se propõe toda propaganda, jamais tendo o condão de ludibriar o consumidor ou gerar vício no consentimento. Outrossim, o dolus bonus, evidentemente presente na hipótese, não vicia o negócio, sendo aceito socialmente. Trata-se de mecanismo muito utilizado como técnica de publicidade, inexistindo qualquer ilicitude no realce do produto, com finalidade de atrair os clientes. Improcedência do pedido mantida. Apelo desprovido (TJRS – Apelação Cível 500846-04.2010.8.21.7000, Igrejinha – Nona Câmara Cível – Rel. Des. Marilene Bonzanini Bernardi – j. 13.04.2011
– DJERS 20.04.2011).
Mais uma vez, verifica-se uma interessante interação entre as normas do Código de Defesa do Consumidor e os conceitos clássicos do Direito Civil.
O Código de Defesa do Consumidor também proíbe a veiculação da publicidade abusiva, que afronta a ética, a moral e os bons costumes. Nessa espécie, não há necessariamente uma inverdade, mas um defeito de forma. No entanto, em algumas dessas mensagens, pode haver adicionalmente um defeito de conteúdo, que a torna simultaneamente enganosa e abusiva. Nesse caso, o produto ou serviço não corresponde ao que foi anunciado, contando assim com o elemento abusividade.
Quando constatada a enganosidade ou a abusividade, o fornecedor é obrigado a divulgar uma contrapropaganda. Com essa forma de sanção, tenta-se desfazer ou, pelo menos, minimizar os efeitos maléficos do anúncio denunciado.
CONCLUSÃO
Este trabalho buscou apresentar o que é o Princípio da Veracidade da Publicidade e suas bifurcações. De igual forma, foi apresentado aqui o conceito de publicidade enganosa e suas ramificações de forma a assentar o entendimento acerca da mesma, enfatizando suas singularidades, de modo a orientar o leitor no que tange ao cerne da temática abordada. Foi visto também que desde 1990, seguindo o comando constitucional, o legislador pátrio tem tratado o consumidor sob uma nova ótica, entendendo sua importância e papel, bem como aos perigos a que está exposto em razão disto e, por consequência, elevando o patamar dos direitos inrerentes a sua pessoa. Outrossim, no Princípio da Veracidade da Publicidade impera expressamente a não indução do consumidor ao erro, contudo essa imposição (vedação) não é arbitrária e sim protetiva garantindo o equilíbrio entre as partes e dessa maneira os interesses sejam assegurados. Destarte, não se pode omitir a correlação entre as disposições legais aqui explanadas com a Constituição de 1988 que, com seu perfil diretivo e garantista, assegura a formação e a manutenção do Estado Democrático de Direito da República Federativa do Brasil.
Ademais, vimos de forma vestibular que a sociedade e o Direito se complementam e que não é possível dissocia-los um do outro se a intenção é compreender as raízes da ciência jurídica ao tempo em que se cristaliza o magistério de como os estudos sociais vem se desdobrando no arfã de explicar e esmiuçar os fenômenos que acompanham o homem desde que este abraçou a convivência em comunidade e a imprescindível disciplina que a acompanha.
Finalmente, o presente trabalho expôs as lições doutrinárias de alguns dos diversos pensadores do Direito Consumerista, mostrando que este ramo jurídico vem se adaptando aos novos tempos, mas sempre com a face voltada à direção trazida pela Lex Mater. Por fim, conclui-se que a Lei 8.078/90 especializou-se na valorização da boa-fé e por trazer uma relação mais sólida e transparente entre os sujeitos da relação de consumo.
REFERÊNCIAS
TARTUCE, Flávio. Manual de direito do consumidor : direito material e processual / Flávio Tartuce, Daniel Amorim Assumpção Neves.– 3. ed. – Rio de Janeiro: Forense: São Paulo: MÉTODO, 2014.
COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. Direito de Empresa. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. p. 104.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8078compilado.htm.	Acesso	em 27/11/2018.
RAMOS, Ana Carenina Pamplona Pinho. Publicidade enganosa e abusiva à luz do Código de Proteção e Defesa do Consumidor. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XV,
n. 98, mar 2012. Disponível em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/? n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11209&revista_caderno=10. Acesso em 27/11/2018.

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