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Obra: “A importância das coisas: Museologia e museus no mundo contemporâneo”Autora: Marília Xavier Cury Referência: CURY, Marília Xavier. A importância das coisas: Museologia e museus no mundo contemporâneo. In: Um século de conhecimento. 2011 Sobre a obra: O ato de colecionar sempre esteve presente nas sociedades, ainda que não haja precisão sobre o início deste. Os museus, que tiveram início com o colecionismo, consistem na pesquisa, preservação e divulgação das coleções de interesse coletivo. Para que a instituição museológica alcance eficácia social, por meio da pesquisa e comunicação, é necessário que os museus se organizem internamente em prol do processo museológico. A Museologia, enquanto área de estudo, não é uma ciência voltada ao estudo dos museus, e sim da interação do homem e seu patrimônio. O objeto de museu é aquele que resulta do processo museológico, o que implica sua retirada do contexto original e a perda do valor monetário, sofrendo, portanto, uma ressignificação. Objetos que apresentam proximidades entre si, seja por temática, autoria etc., são agrupados em coleções. Tal ação é definida por critérios estabelecidos pela administração do museu e variam de acordo com a realidade específica de cada instituição. O acervo apresenta constante crescimento, uma vez que se propõe a retratar aspectos da sociedade que estão em contínua evolução, todavia cada instituição segue pré-requisitos determinados pela política de aquisição. A pesquisa é toda produção de conhecimento devolvido no museu, sendo que cada instituição apresentará a produção de um conhecimento específico ligado ao seu recorte conceitual. A conservação utiliza técnicas para maximizar a durabilidade do acervo, de forma a evitar procedimentos invasivos, como a restauração. Por fim, o tripé da Museologia se encerra com a comunicação, que é dada por meio de exposições e ações educativas. A autora aponta em seu texto que o processo curatorial/museológico já havia sendo desenvolvido antes mesmo da existência da ciência que o norteia, a Museologia. Do colecionismo surge o conceito de formação de acervo, o qual carece de uma sistematização, um processo de escolha. Os primeiros museus são criados em caráter enciclopédico, dominados por uma suposta elite intelectual, fato que só será alterado com a democratização dos museus com a abertura ao público. É importante constatar que na época os museus serviriam como instrumento de transmissão dos ideais nacionalistas. Uma das linhas de pensamento seguida até hoje é a de que os museus devem problematizar os “códigos culturais” dos visitantes, fazê-los sentir como pertencentes à perspectiva apresentada pelas instituições. A nova museologia representa uma conscientização acerca da função social do museu, assim como os museus comunitários que defendem a total participação da sociedade no processo museológico. Cury afirma que não há diferentes museologias, apenas formas diferenciadas de aplicá-la. A Museologia é uma área recente, a qual se encontra em constante processo de desenvolvimento.
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