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Material de apoio de Direito das Famílias

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Material de apoio de Direito das Famílias
Aula 01: Introdução ao Direito das Famílias
Conceito:
- Arts. 1511 a 1783 do CC;
Ramo do direito civil que estuda as famílias, cujos dispositivos legais são localizados no Livro IV da Parte especial do Código Civil.
-Relações pessoais, patrimoniais e assistenciais;
Embora abranja algumas situações patrimoniais (exemplo: partilha de bens no divórcio) seu objeto direto não diz respeito a tais situações.
- Não se confunde com direito real ou obrigacional;
Não fica atrelado ao núcleo patrimonial, tampouco negocial, que se baseia nas relações jurídicas.
O núcleo do direito das famílias, portanto, é as relações afetivas.
- Nomenclatura: Direito das Famílias- art. 226 da CF;
Tendo em vista as várias espécies de família, inclusive trazidos alguns modelos na própria constituição; parece-nos mais correto utilizar o nome “direito das famílias”; já que o termo família no singular remete tão somente a chamada família matrimonial.
O artigo 226 da CF traz em seu bojo as famílias matrimonial, convivencial e monoparental; contudo, sabe-se que a doutrina moderna traz outras espécies de modelos familiares.
Conteúdo
- Direito matrimonial, direito convivencial, direito parental e direito assistencial;
Direito matrimonial- exemplo: casamento
Direito convivencial- trata da união estável
Direito parental- relações existentes entre pais e filhos
Direito assistencial- questões atinentes a guarda, adoção, tutela, curatela e tomada de decisão apoiada
Objeto
- Objeto = família
Há dificuldade de definição da família, em razão do caráter de pluralidade, entretanto, esta baseia-se na relação afetiva.
- LAR;
Maria Berenice Dias conceitua a família como sendo um lugar de afeto e respeito.
- Família na CF (artigo 226);
 Família Matrimonial
Família Convivencial
Família Monoparental
- Família homoafetiva;
Família formada por um casal do mesmo sexo.
A união homoafetiva é reconhecida já há algum tempo; e segundo resolução do CNJ o casamento também é permitido.
- Família anaparental;
Família com ausência dos pais.
- Família pluriparental;
Famílias desfeitas que se unem em um novo casamento ou união estável.
Segundo a doutrina moderna “é a família dos meus, dos seus e dos nossos”.
- Família paralela;
Relação de amante; alguém que é casado ou vive sob união estável, mas que mantém outra família fora desse relacionamento.
- Família poliafetiva;
Formada por 1 homem e 2 mulheres, entre outros.
O CNJ suspendeu o registro de escritura de união poliafetiva com base no princípio da monogamia.
- Família substituta;
Família prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente, que consiste na colocação do menor por meio de guarda, tutela ou adoção na família substituta.
- Família celibatária;
É a família de quem vive sozinho.
- Afeto;
 O que diferencia a família dos demais núcleos é o afeto; a questão da afetividade foi trazida a tona pela primeira vez no artigo 5º da Lei Maria da Penha.
- Família eudemonista;
Família que busca o seu direito a felicidade.
Princípios
- Ratio do matrimônio;
A ratio do casamento é o afeto, de tal sorte que, este princípio se baseia no fato de que as pessoas se unem por meio do casamento ou união estável em virtude do afeto.
- Igualdade jurídica dos cônjuges- art. 226, §5º da CF
Ambos os cônjuges tem os mesmos direitos e obrigações. Os alimentos recíprocos são um exemplo disso.
- Igualdade jurídica de todos os filhos;
Os filhos têm os mesmos direitos, devem receber o mesmo tratamento. Não pode haver discriminação entre eles.
- Pluralismo familiar;
Reconhecimento dos variados modelos familiares baseados no afeto.
- Consagração do poder familiar;
Poder dos pais sobre os filhos menores; ambos os pais desempenham esse poder em igualdade de condições.
- Liberdade- artigo 226, §7º da CF;
Liberdade para se relacionar e constituir família. Liberdade ampla, total.
- Respeito da dignidade da pessoa humana- artigo 1º, III da CF;
Pleno desenvolvimento do núcleo familiar
- Solidariedade- artigo 3º, I da CF;
Auxílio material na família. Assistência pelo Estado a família e a cada membro que a integra.
- Proteção integral a crianças, adolescentes e idosos- artigo 227 c.c 229 da CF;
Intimamente ligado ao princípio da solidariedade; corresponde a ideia de auxílio aos hipossuficientes e de maior extensão de proteção a eles.
- Princípio da afetividade- artigo 226, §8º da CF;
O núcleo das famílias é a relação de afeto; é um princípio que não está expresso, contudo, há autores que afirmam ser este princípio trazido de forma literal na lei.
- Princípio da função social da família;
A família é inserida em um contexto e deve ser analisada e estudada de acordo com tal contexto, no âmbito histórico, por exemplo.
“ A família é um organismo vivo”.
 - Princípios constitucionais e princípios gerais de direito;
Esses princípios acima são constitucionais, e por isso, fontes imediatas do direito das famílias.
Natureza
- Direito extrapatrimonial;
Preocupa-se com as relações de afeto entre as pessoas; há um fenômeno conhecido como despatrimonialização do direito das famílias.
- Normas cogentes ou de ordem pública;
Normas que impõe cumprimento, são inegociáveis, indisponíveis.
- Direito privado;
Atualmente, com a constitucionalização do direito das famílias, já não se pode mais dizer que diz respeito exclusivamente ao ramo do direito privado.
Importância;
- Influências;
Exerce influência sobre outros ramos.
Aula 02 : Direito matrimonial- noções gerais sobre o casamento
Conceito
- Breve retrospectiva histórica;
1891- Constituição da República; casamento passa a ser civil; negócio jurídico.
1916- surge a figura do desquite que colocava fim a sociedade conjugal no que dizia respeito aos direitos e deveres do casal e do regime de bens.
1977- O casamento só deixou de ser insolúvel nesse ano; havia a separação que era um instituto semelhante ao desquite em razão de que ambos previam o fim da sociedade conjugal, e surgiu o divórcio que gerava o fim do casamento, rompimento do vínculo do casamento.
1988- A Constituição previa no artigo 226, §6º os institutos da separação e do divórcio.
2002- O Código Civil prevê a separação e o divórcio.
2010 (EC 66)- alterou o artigo 226, §6º da CF prevendo somente o divórcio, no entanto, o código civil ainda traz o instituto da separação.
- Casamento;
Vínculo entre duas pessoas que estabelecem comunhão plena de vida material e espiritual.
- Casamento homoafetivo;
Permitido nos termos da Resolução 175 do CNJ.
- Dois vínculos;
**Conjugal: vínculo entre os cônjuges, que não se confunde com vínculo de parentesco.
** Afinidade: comporta a união estável; vínculo estabelecido entre um cônjuge e os parentes do outro. (sogro, sogra, cunhado, enteado)
Parentesco em linha reta não se dissolve com o término do casamento.
 - Estado civil;
Casado- casamento/ união estável
A proposta do estatuto das famílias é a de trazer um novo estado civil condizente com os que estão vivendo sob união estável, trazendo o termo convivente.
Finalidades
- Artigo 1511, CC;
Comunhão plena de vida; constituir família;a doutrina mais tradicional ainda aponta procriação e legalização das relações sexuais.
Natureza jurídica
- Contrato? 
Alguns autores sustentam essa tese.
- Contrato especial?
De acordo com Maria Berenice Dias o casamento é um contrato especial sui generis.
Se assemelha ao contrato de adesão, já que não há possibilidade de negociação de normas.
- Instituição?
Além da relação contratual.
- Ato complexo? Teoria eclética
Ajuste de vontades na formação; após a instituição com a comunhão plena de valores.
- Espécies?
Civil: habilitação para o casamento, celebração, registro.
Religioso com efeitos civil: substitui a celebração no cartório pela celebração na igreja.
Caracteres?
- Livre escolha do nubente;
Livre escolha do noivo ou noiva.
- Solenidade;
Forma prevista na lei.
- Normas de ordem pública;
Norma cogente; intransacionável.
- União permanente;
Ao menos no momento de sua formação.
- União exclusiva;
Casamento monogâmico; princípio da monogamia.
Esponsais ou promessa de casamento
- Conceito;
Período paraque os cônjuges se conheçam melhor.
- Casamento obrigatório?
O noivado atualmente não vincula a celebração do casamento, não antecipa os efeitos do casamento.
- Responsabilidade civil;
Dano material: unânime
Dano moral: discussão doutrinária
- Requisitos;
* Promessa livre
* Recusa do cumprimento
* Ausência de motivo justo
* Existência de dano
* Inadimplemento da promessa
6) Condições necessárias à existência do casamento
- Tratamento; 
- Celebração e necessidade;
7) Condições necessárias à validade do casamento
A) Puberdade; (anulável)
Idade mínima de 16 anos- idade núbil
Com autorização dos representantes legais no caso de discordância dos pais, o juiz decide nos termos do artigo 1631 do CC.
Excepcionalmente, permite o casamento de menor de 16 anos em caso de gravidez. 
No caso de evitar imposição de pena criminal foi revogado tacitamente; artigo 1550, I e II do CC.
- Potência- artigo 1556 do CC
Impotência
Generandi- infertilidade ; não leva a invalidade, exceto se for o caso de ocultação.
Couendi- incapacidade para manter a relação sexual defeito físico irremediável, prejudica o bom andamento do casamento segundo a doutrina. Só leva a invalidade se for desconhecido o defeito. Artigo 1557, II , CC.
B) Condições de aptidão intelectual
- Sanidade física- artigo 1556 e 1557 do CC;
Doença transmissível grave, defeito físico irremediável que não caracterize deficiência.
- Sanidade mental e grau de maturidade (artigo 1550, §2º do CC)
 No caso de doença mental grave.
- Consentimento íntegro;
No caso de coação é anulável nos termos do artigo 1558 do Código de Civil.
- Consentimento simulado: válido?
O código não trata do casamento simulado, por isso é válido.
Parte da jurisprudência aplica a nulidade.
C) Condições de ordem social:
- Bigamia- artigo 1548, II do CC
Crime; gera nulidade já que é um dos impedimentos a que se refere o artigo 1521 do CC.
- Viuvez 
Causa suspensiva (artigo 1523, II CC)
Não deve a viúva se casar até dez meses depois da viuvez.
- Tutela/ curatela
Causa suspensiva
D) Condições de ordem moral (nulidade)
- Parentes; 
Impedimento: artigo 1521, artigo 1548, II do CC
- Homicídio/ tentativa de homicídio 
Não pode casar com aquele que matou ou tentou matar seu cônjuge (artigo 1521 e artigo 1548 CC)
- Menor
Idade núbil (anulável)
8) Condições essenciais à regularidade do casamento:
- Autoridade competente- artigo 1550, VI do CC
Casamento celebrado por autoridade que não é competente; é anulável.
Aula 03: Direito matrimonial: impedimentos e causas suspensivas
1) Conceito
- Finalidade?
Evitar alguns casamentos para que não se manifestem doenças graves; evitar uniões imorais.
- Impedimento?
Falta de requisitos para o casamento. Impedimento: proibição
- Consequência;
 Em se tratando de consequência o casamento é nulo; no caso de causa suspensiva impõe-se o regime de separação obrigatória de bens.
 - Impedimento# incapacidade
 O impedimento é circunstancial e a incapacidade é geral.
 - Causa suspensiva;
 Recomendação dada pelo legislador. Crítica a expressão, já que não há suspensão, sugere-se a nomenclatura causa restritiva.
 2) Impedimentos matrimoniais
 - Rol taxativo;
 Artigo 1521 do CC- PVC
 Crime- bigamia
 Parentesco
 Vínculo
 - Nomenclatura;
 Impedimentos dirimentes públicos ou absolutos.
 - Artigo 1521 CC;
 - Oposição;
 Qualquer pessoa capaz ou Ministério Público.
 - Consequência;
 Nulidade
 ** parentesco: Sangue – linha reta (pessoas que descendem umas das outras; até o infinito) ; colateral ou transversal ( partes que descendem de um ancestral comum)
 Afinidade- um cônjuge e os parentes do outro. 
Civil
I- Impedimentos resultantes de parentesco
A) Impedimento de consanguinidade;
- Razão;
Moral e genética (eugênica)
- Ascendente com descendente;
Linha reta; são proibidos até o infinito.
- Irmãos unilaterais e bilaterais e demais colaterais até o 3º grau;
Os bilaterais podem ser chamados também de germanos; até o terceiro grau compreende os tios e sobrinhos.
 - Exceção;
De acordo com o decreto 3200/1941 no caso de tio e sobrinho podem casar se apresentarem atestado de dois médicos declarando que os futuros filhos não terão doenças.
B) Impedimento de afinidade;
Afinidade não gera afinidade.
- Razão;
A afinidade não desaparece com o fim do casamento; não podem casar os afins em linha reta.
- Afinidade;
Sogro, sogra, enteados.
- Linha reta;
Somente os afins em linha reta são impedidos de se casarem.
C) Impedimentos de adoção
- Razão;
Moral
 - Vínculo de filiação e moral;
No caso o inciso I do artigo 1521 do CC; e dos incisos IV e V do mesmo dispositivo supracitado.
II- Impedimentos de vínculo:
- Razão (artigo 1521 CC);
Princípio da monogamia.
- Provas;
Prova da inexistência de vínculo anterior.
- Crime;
Artigo 235 do CP.
- Ausente;
Se equipara ao morto para efeitos de dissolução do casamento.
III- Impedimento de crime- artigo 1521, VI do CC
- Razão;
Moral
- Homicídio doloso e condenação
3) Causas suspensivas ou impedimentos impedientes- artigo 1523 CC
- Consequência;
Não proíbe, apenas aconselham; a consequência é o regime de separação obrigatória (artigo 1641, I CC)
Com o Estatuto das Famílias as causas suspensivas não existirão mais na nova legislação.
- Viúvo (a) e partilha – inciso I
Caso se casem pode haver confusão patrimonial e o filho pode acabar sofrendo prejuízos. Assim, a razão do dispositivo é evitar a confusão patrimonial.
- Viúva e prazo – inciso II
10 meses, em razão do período máximo de gravidez. Se aplica a todas as situações abrangidas pelo inciso. A razão era a confusão de sangue, contudo, atualmente, com o exame de DNA o disposto é fortemente criticado pela doutrina.
- Divorciado e partilha- inciso III;
Para evitar a confusão patrimonial.
- Tutor/ curador e contas- inciso IV
 Para evitar a confusão patrimonial e possível fraude.
- Parágrafo único;
Provando a ausência de prejuízo nos casos de confusão patrimonial afasta-se a imposição do regime obrigatório. No caso de confusão de sangue, a prova se dá quando o filho tenha nascido nesse período ou diante da inexistência de gravidez.
- Autorizações especiais;
O militar tem que comunicar o casamento ao superior.
4) Oposição dos impedimentos e das causas suspensivas
Levar ao conhecimento da autoridade competente a existência do impedimento ou causa suspensiva para que ocorram as consequências.
- Legitimidade;
No impedimento qualquer pessoa capar pode opor; nas causas suspensivas não são todas as pessoas.
A) Impedimento dirimentes públicos (arguição)- artigo 1521. 1522 CC
- De ofício: a autoridade (juiz ou cartório)
- Qualquer pessoa: desde que capaz
- MP
B) Causas suspensivas (artigo 1523, e 1524 CC)
- Linha reta: não diz o grau, sejam consanguíneos ou afins 
- Linha colateral: em segundo grau, consanguíneos ou afins
- Ex cônjuge: se sentir prejudicado (III) segundo a doutrina e jurisprudência.
 - Restrições quanto à forma (1529)
Oponente: tem que ser alguém que faça por escrito, assine e prove o alegado.
Oportunidade (1522 e 1527): no caso do impedimento até a celebração do casamento (cerimônia civil)
No caso da causa suspensiva: prazo do edital – 15 dias]
Impedimento: arguindo antes da celebração, o casamento não ocorre; se depois da celebração só se argui com ação judicial de nulidade do casamento.
Oficial do registro civil: Recebe a oposição e cientifica os noivos, oferecendo-lhe prazo para que eles façam prova contrária.
Nulidade da oposição: se não preencher os requisitos quanto à forma (escrita, assinada, sem indicação de provas)
Pendência da oposição: o casamento não se realiza.
Juiz julga improcedente a oposição: o casamento não se realiza porque seria nulo.
Oponente de má-fé: pode ser responsabilizado criminal e civilmente.
Aula 04: Direito matrimonial: formalidades preliminares a celebração do casamento
1) Habilitação matrimonial
- Habilitação matrimonial
* Ato formal: O casamento é um ato absolutamente formal.
* Habilitação? Lei 6015/73
O procedimento de habilitação aparece tanto no código civil, quanto na Lei de RegistrosPúblicos.
Local? 
A habilitação será feita no cartório do domicílio dos noivos, se o domicílio for comum, ou de qualquer dos noivos, se os domicílios forem diferentes.
 - Requerimento:
Requerimento formulado pelos nubentes assinado ou através de procuração.
Na prática junta-se CPF, RG, comprovante de residência e certidão de nascimento, caso seja solteiro.
- Documentos:
A) Certidão de nascimento;
* Impedimento;
Comprova que não há impedimento de vínculo, solteiro. Possibilita verificar a inexistência de vínculo de parentesco.
Idade;
Comprova a idade mínima para o casamento.
** Para os nascidos em 73, admite-se a certidão de batismo; já que a Lei de Registros Públicos surgiu somente após essa data.
B) Autorização
- Emancipação/anuência;
Menores de 16 anos necessitam da autorização dos pais ou do representante. Só não será necessário no caso de emancipação.
- Por escrito;
A autorização é por escrito.
- Consentimento negado- artigo 1641, III c.c 1519 CC
Regime de separação obrigatória.
- Retratação;
Pode haver a retratação até a celebração do casamento.
C) Declaração de duas testemunhas;
Para demonstração de que não existe impedimento. Arigor deveriam conhecer os noivos para justificar a falta de impedimentos.
D) Declaração do estado civil;
- Memorial;
Conjunto de informações pessoais do casal.
E) Certidão de óbito do cônjuge falecido e etc; inciso IV
Sentença declaratória de nulidade ou de anulação do casamento transitada em julgado, ou do registro de sentença de divórcio.
F) Certificado do exame pré-nupcial- artigo 1521, IV do CC
- Colaterais de 3º grau;
É aquele exame exigido pelo decreto 3200/41.
G) Decisão que dispensou a separação obrigatória- aritgo 1523, parágrafo único do CC
Dispensa o regime de separação de bens, nos casos previstos no artigo 1523 do CC.
H) Pacto antenupcial;
Escritura pública que trata dos bens, quando o casal não quer adotar o regime padrão.
O pacto é convencionado no cartório de notas e após é remetido para o cartório de registro civil.
Separação total, comunhão universal e participação nos aquestos.
2) Publicidade nos órgãos locais:
- Lavratura dos proclamas;
Proclamas = requerimento + documentos
Uma espécies de “processo” onde são juntados todos os documentos.
- Edital;
15 dias, publicado pelo cartório.
- Publicação;
Feita pelo cartório.
- Impedimento; 
 É o visado pelo edital.
- Urgência;
Casamento nuncupativo; nesse caso, dispensa o edital.
3) Autorização para a celebração do casamento:
- Certidão de habilitação;
Expedida pelo cartório- artigo 1527 do CC
- Caducidade (artigo 1532 CC); 
 O casamento deve ser celebrado no prazo de 90 dias.
 - Registro do edital- artigo 1536, CC
 - Audiência do MP- artigo 1526 CC
 - Deveres do Oficial do Registro- artigo 1528 CC
 Alertar a respeito dos impedimentos e esclarecer acera dos regimes de bens.
 - Irregularidade;
 A irregularidade não gera nulidade do casamento.
- Gratuidade- artigo 1512 CC;
Gratuita a celebração do casamento. Os hipossuficientes tem isenção dos selos e elomentos.
Aula 05: Direito matrimonial: celebração do casamento
1) Formalidades essenciais
- Solenidade e publicidade;
A cerimônia do casamento é um ato absolutamente solene, existem normas a respeito da forma que devem ser seguidas.
É uma cerimônia pública também, para que caso alguém saiba de algum impedimento se oponha.
- Requerimento;
Estando habilitados, eles requerem a data para a celebração.
- Juiz de Casamento; 
Não há ainda justiça de paz funcionando em São Paulo.
Justiça de paz seria um “ramo” do direito especializado da celebração de casamento.
É um juiz que celebra casamento, a CF prevê a criação da justiça de paz e o Estado de São Paula também, porém o que existe é o juiz de casamento.
A diferença entre eles é que o juiz de paz deve ser eleito por voto da população e teria remuneração, já o juiz de casamento não tem remuneração e é indicado pelo secretario de justiça do Estado.
Muito embora não esteja funcionando, tem vários projetos de lei sobre.
- Celebração gratuita;
 
Se paga apenas pela habilitação e não pega celebração, ela é gratuita.
- Dia, local e publicidade;
 
Em qualquer dia da semana, inclusive domingo, geralmente será no cartório.
Se o fizer em local particular, deverá mesmo assim estar com as portas abertas.
- Testemunhas;
Pelo menos duas testemunhas (como regra), esses são conhecidos como padrinhos.
Se um dos contraentes não souber escrever, são necessárias quatro testemunhas.
- Portas abertas;
Se for realizado em lugar particular, deverá este estar com as portas abertas pela publicidade do ato.
- Presença real; 
Os noivos precisam estar presentes fisicamente e simultaneamente na hora de cerimônia. O casamento por procuração é a única exceção.
- Afirmação dos nubentes; 
Os nubentes precisam dizem SIM!
- Consentimento; 
O consentimento deve ser espontâneo e claro.
- Suspensão da cerimônia; 
Não pode haver brincadeira/oposição, senão o casamento será suspenso. Não poderá se retratar no mesmo dia esse que se opôs.
- Momento da celebração; 
O casamento só será considerado celebrado após ditas às palavras do art. 1535.
- Arrependimento e falecimento do juiz; 
Se algum dos nubentes se arrepender após o momento da celebração, só poderá o fazer através do divórcio.
Se depois do sim do casamento e antes te dita às palavras do art. 1535 o juiz falecer, o casamento não será válido.
- Assento; 
Depois de celebrado, lavra-se o registro/assento no livro próprio.
- Falta de registro; 
Na falta do registro, o casamento continua sendo válido. É provado por outros meios.
- Responsabilidade do celebrante; 
O celebrante tem responsabilidade pelos atos celebrados..
2. Casamento por procuração:
- Possibilidade? (ainda que a presença dos nubentes seja imprescindível, é possível casamento por procuração, com validade máxima de 90 dias – artigo 1542, § 3º, CC);
- Procurador (mandato outorgado a alguém que tenha capacidade e poderes especiais para a realização do ato);
- Individuação do nubente (individuação precisa daquele com quem se vai casar);
- Procuração pública e regime de bens (procuração pública - escritura pública. Se não fizer menção ao regime de bens, presume-se a comunhão parcial ou regime obrigatório);
- Revogação da procuração (a procuração pode ser revogada, também por instrumento público, até o momento da celebração, inclusive pelo próprio celebrante que conhece a vontade do mandante - a celebração será suspensa. Revogado o mandato, o casamento é anulável – artigo 1550, V, CC. Mas, se mesmo revogada a procuração, houver coabitação entre os cônjuges – manutenção de relações sexuais – o ato matrimonial passa a ter validade, o que acaba referendando a falsa crença, diz Maria Berenice Dias, de que o casamento se consuma na noite de núpcias!);
- Mandatário e revogação (o mandatário não precisa saber da revogação, mas se ocorrer o casamento, responderá o mandante por perdas e danos - artigo 1542, §§ 1º e 4º, CC. Equipara-se à revogação a invalidade do mandato judicialmente decretada – artigo 1550, § 1º, CC, com nova redação dada pela Lei nº 13.146/15);
- Falecimento do mandante (o CC não menciona o caso do mandante que morre, tendo o mandatário, sem saber, efetivado o casamento. Considera-se, neste caso, o casamento inexistente, visto que não foi a procuração revogada - artigo 1550, V, CC – casamento anulável, mas extinta - ausência de consentimento de um dos nubentes);
- Casos (este casamento é previsto, principalmente, para aqueles cuja profissão não permite a presença no país para a realização do ato matrimonial. Inclusive se for estrangeiro. Todavia, pelo menos um dos nubentes deve estar presente, entende Maria Helena Diniz. Maria Berenice Dias afirma, porém, que, por ausência de óbice legal, ambos os noivos podem ser representados por procurador);
- Procuração arquivada (juntamente com o assento, ficará arquivada, no Cartório, a procuração);
- Procuração e desfazimento do casamento (a lei silencia a respeito da possibilidade de sair do casamento por procuração. Diz, apenas, que as ações de separação(instituto extinto em 2010) e divórcio competem exclusivamente aos cônjuges – artigos 1576, § Único e 1582, ambos do CC. Ocorre que já há Resolução do CNJ, de número 35, admitindo que na separação e divórcio consensuais, realizados extrajudicialmente, os separandos ou divorciandos podem se fazer representar por mandatário constituído por escritura pública com poderes especiais, descrição das cláusulas essenciais e prazo de validade de 30 dias – artigo 733, NCPC. Note-se que hoje isso se aplica exclusivamente ao divórcio).
3. Casamento nuncupativo (oral, de viva voz, in extremis):
- Conceito (casamento em que, em razão da urgência - caso de morte iminente - não se cumprem todas as formalidades legais. Há necessidade de obtenção dos efeitos civis do casamento - ex: dignificação da esposa);
- Habilitação singular (independentemente do edital e dos proclamas, à vista dos documentos exigidos no artigo 1525, CC, o Oficial do Registro Civil, mediante autorização da autoridade competente, dará a certidão de habilitação, dispensando o processo regular, nestes casos);
- Celebrante ausente (se o Juiz de Casamento não puder estar presente, os próprios nubentes celebram o casamento, manifestando sua vontade perante 6 testemunhas, que não sejam seus parentes na linha reta ou na colateral em 2º grau. O nubente não doente pode se fazer representar por procuração - artigos 1540 e 1542, § 2º, CC);
- Comparecimento das testemunhas (a seguir, nos próximos 10 dias, as testemunhas devem comparecer perante a autoridade judicial mais próxima pedindo que lhes tome por termo a declaração constante do artigo 1541 e incisos do CC. Se qualquer das testemunhas não comparecer espontaneamente, o interessado poderá requerer sua intimação. É possível, inclusive, a condução coercitiva das testemunhas, segundo Walter Ceneviva, em seus comentários à LRP. A seguir: determinações dos parágrafos do artigo 1541, CC. Maria Berenice Dias comenta a estranheza do fato da lei não exigir a ouvida do cônjuge sobrevivente. Entende a autora que, ainda que sem exigência legal, devem ambos os cônjuges ratificar o casamento perante a autoridade judicial);
- Convalescimento e ratificação (se o doente sarar, deverá ratificar o casamento, não havendo necessidade de nova celebração - § 5º do artigo 1541, CC. Se não fizer tal ratificação, o casamento não tem valor);
- Habilitação a posteriori (trata-se de casamento com habilitação a posteriori e homologação judicial. Deve ser feito de forma cautelosa, para se evitarem fraudes. Sobrevivendo ou não o cônjuge doente, os efeitos do casamento retroagem à data da celebração);
- Casamento nuncupativo ≠ casamento em caso de moléstia grave (é diferente do casamento em que um dos nubentes sofre de moléstia grave, e que será celebrado nos moldes do artigo 1539, CC. Também em caso de acidentes. A prova deste casamento é obtida com a certidão do termo avulso transcrito no registro. A prova do casamento nuncupativo é obtida com a certidão da transcrição da sentença que o homologou. Artigo 1527, § Único, CC).
- Casamento nuncupativo + casamento em caso de moléstia grave- artigo 1539, CC
Diferença entre os dois é a presença de autoridade; no nuncupativo a pessoa está em estado terminal, enquanto o em caso de moléstia grave segue as regras, somente a condição do nubente que difere por estar ele acidentado.
Sentença = nuncupativo
Termo avulso – moléstia grave
4. Casamento perante autoridade diplomática ou consular
- Casamento de estrangeiro no Brasil; 
Precisa ocorrer perante autoridade diplomática ou estrangeira presente no Brasil. Devem ter a mesma nacionalidade para que se casem perante autoridade em comum.
 - Casamento de brasileiro no exterior- artigo 1544 CC
 Traslado dá validade ao casamento no Brasil no prazo de 180 dias. Inexistente acaso não trasladado.
5. Casamento religioso com efeitos civis
Celebrado na igreja, mas gera efeitos civis. Dispensa a celebração no cartório, contudo permanece as etapas da habilitação e do registro.
a) Precedido de habilitação civil- artigo 1516 CC
Casamento padrão: habilitação no cartório; celebração no local da cerimônia religiosa e registro. Prazo de 90 dias para o registro a partir da celebração.
b) Não precedido de habilitação civil- artigo 1516, §2º CC
Celebrado no local da cerimônia religiosa, após habilitação e registro. Poderá o registro ser feito a qualquer momento depois da celebração, não existe prazo.
Aula 06: Provas do casamento- artigos 1533 a 1547 CC
1) Noções Introdutórias
- Efeitos do casamento;
Geram efeitos sucessórios, patrimoniais, previdenciários.
- Efeitos e prova;
 Por conta dos efeitos gerados se mostra necessário a prova que se dá pela certid´ão de registro.
- Tipos de prova
Se dividem em direta- específica (certidão de registro)- supletórias (registo) – indireta (posse do estado de casados)
- Provas diretas
a) específicas 
Do casamento realizado no Brasil
- Certidão do registro;
 
A certidão comprova o casamento.
- Especificações- artigo 1536 CC
- Certidão e registro;
Certidão é como se fosse um resumo do registro.
- Melhor prova;
Certidão de casamento.
- Provas supletórias;
Prova testemunhal, documental.
- Registro e validade do ato;
Não precisa do registro para validade, já que há outros meios de prova.
b) supletórias
- Destruição ou falta de registro;
A obrigatoriedade dos registros só veio a partir de 1973 com a LRP, por isso os casamentos celebrados anterior a esta data podem não ter registro.
Quanto a destruição, esta pode se dar com alguma enchente ou incêndio.
- Provas + justificação
De acordo com a doutrina é necessário justificar o motivo da ausência do registro.
3) Prova indireta
- Posse do estado de casados;
Aparência de casamento; teoria da aparência.
- Casos restritos;
Para evitar insegurança jurídica.
 Requisitos: nomem, tractatus e fama
Nomem: adotar o nome do cônjuge.
Tractatus: os dois de tratam como casal.
Fama: são conhecidos como casal perante a sociedade
- Cautela na utilização;
Pode ocorrer confusões por se tratar de situação de aparência.
- Celebração;
Necessário ter havido a celebração.
- Casos: pessoas falecidas, dúvidas acerca do casamento e falhas no assento.
Os dois primeiros casos estão previstos em lei, já o ultimo é doutrinário.
a) Pessoas falecidas- artigo 1545 CC
Abrange também aquelas pessoas que não podem manifestar vontade.
- Proteção dos filhos;
Os filhos podem invocar a posse em próprio benefício.
- Estado de fato e de direito;
Situação de fato que será convertida em sentença. Estado de fato que será reconhecido como de direito.
b) In dubio pro matrimonio;
Na dúvida a favor do casamento- regra de julgamento abrangente
- Retratação dos efeitos- artigo 1546 CC
Os efeitos serão retroativos.
- Processos perante o INSS;
Pode ser usado nos processos previdenciários.
- Prova indireta e defeitos;
Defeito no assento de nascimento, admite-se a prova indireta.
Aula 07: Efeitos jurídicos do matrimônio (sociais e pessoais)
1. Efeitos principais do casamento
- Deveres e direitos;
Casamento gera direitos e deveres, tanto na esfera pessoal, quanto na patrimonial.
a) Efeitos sociais;
Atinge a sociedade.
b) Efeitos pessoais;
Atingem somente os companheiros. Exemplo: fidelidade.
c) Efeitos patrimoniais;
Envolvem bens, patrimônio.
2. Efeitos sociais do matrimônio
- Sociedade;
- Família legítima;
Criação da família, originando-se do casamento.
- Emancipação;
Gera emancipação do cônjuge menor.
- Afinidade;
Gera parentesco por afinidade.
- Alteração do estado civil;
- Status;
Status social e diferenciado.
3. Efeitos pessoais do casamento
3.1. Direitos e deveres de ambos os cônjuges- artigos 1565, 1566, CC
- Sem valor pecuniário- artigo 1566 CC
- Fidelidade mútua;
 Não manter relações sexuais fora do casamento; a única penalidade possível é o divórcio.
Na união estável o exigido é lealdade.
A infidelidade da mulher é mais grave, já que pode levar a gravidez e a falsa imputação da paternidade que não é verdadeira.
Infidelidade virtual- penade divórcio, dano moral.
No passado havia outro instituto – separação litigiosa- que nada mais era do que imputar no outro a culpa pelo fim do casamento. Os bens não eram perdidos, tampouco a guarda dos filhos.
O culpado muitas vezes tinha a obrigação de prestar alimentos ao cônjuge inocente.
A questão da culpa já caia em desuso ante mesmo de 2010, por conta da jurisprudência e da doutrina.
- Vida em comum no domicílio conjugal ( coabitação- artigo 1566, II e 1511 CC)
Viver juntos e manter relações sexuais, não é obrigatório, já que atualmente os cônjuges vivem em casas diferentes.
Antigamente se falava em débito conjugal= obrigação que recaía sobre a mulher de manter relações sexuais com seu marido. Isto levava a casos de estupro marital.
- mútua assistência, respeito, e consideração mútuos;
Assistência material (auxiliar no sustento um do outro) e moral ( ajudar com os problemas da vida)
Respeito e consideração mútuos: considerar o que é peculiar no outro cônjuge e se preocupar com o bem estar da outra pessoa. A consequência é o divórcio.
3.2. Igualdade de direitos e obrigações entre marido e mulher
- Artigos 1511 e 226, §5º CF
Princípio da isonomia conjugal.
- Adoção de apelidos;
 
Adoção de sobrenome, ambos podem adotar.
- Paridade de direitos e deveres;
Absoluta.
3.3. Direitos e deveres dos pais para com os filhos
- Sustentar, guardar e educar os filhos
Sustentar é suprir as necessidades dos filhos de acordo com sua condição.
Ter o filho sob sua guarda é tê-lo sob seus cuidados.
Educação formal ( escola), moral ( ensinar valores), religiosa ou não crença.
Poder familiar = conjunto de direitos e deveres em relação aos filhos menores. Segundo a doutrina a nomenclatura mais acertada é “ poder parental”, sendo usado ainda por outros o termo autoridade parental.
O rol do artigo 1634 é exemplificativo:
I- Criar e educar;
II- Guarda (prestação de assistência moral e educacional ao menor) 
Existem 4 tipos de guarda:
1. Unilateral: só um dos pais detém a guarda e outro visita. Aquele que detém melhores condições psíquicas/ afetivas fica com a guarda.
Em caso de abandono afetivo a indenização se dá pelo dever de cuidar e não por amor. 
Alienação parental: é a imputação de falsas memórias e lembranças; dependendo do grau e da prova inverte-se a guarda. 
2. Alternada: quando ambos detém a guarda e a criança fica um período com a genitora e após por igual período com o pai; não há previsão no código.
3. Compartilhada: aquela em que a criança tem residência fixa, porém a pai que não mora na casa participa ativamente na criação do filho; os pais se entendem e dialogam apesar de não estarem mais casados (é regra segundo o código). Pode fixar pensão.
4. Nidação ou aninhamento: a criança tem uma residência física, quem alterna são os pais (não é do Brasil)
III- Conceder ou negar consentimento para casar
IV- Conceder ou negar consentimento para o filho viajar para o exterior
V- Conceder ou negar consentimento para mudar de casa permanente para outro município;
VI- Nomear tutor se o outro pai não sobreviver ou não poder exercer o poder familiar;
VII- Representa-los judicialmente e extrajudicialmente os menores de 16 anos
VIII- Reclamá-los de quem ilegalmente os detenha
IX Exigir que prestem respeito e obediência
- Poder familiar- artigo 1635 CC;
Conjunto de direitos e deveres dado aos pais em relação aos filhos menores.
Extingue ante a maioridade, decisão judicial ou com a morte dos pais.
Casos de extinção (art 1635) ; suspensão (1637); destituição (1638)
- Separação de fato;
Não altera o poder familiar com a separação, entretanto, exerce a guarda aquele que deter as melhores condições.
- Novas núpcias- artigo 1636 CC
No caso de novo casamento ou união estável nada muda em relação ao poder familiar.
Aula 08: Direito Matrimonial- Efeitos jurídicos do matrimônio
1. Direitos e deveres dos cônjuges na ordem patrimonial
1.1. Regime de bens
- Conceito;
Conjunto de regras que rege o patrimônio do casal. Tem a função de verificar a comunicabilidade do patrimônio.
- Meação;
 ½- proporção da divisão dos bens do casal com a dissolução do casamento ou união estável.
- Casamentos anteriores a 2003;
Seguem as regras do Código de 1916 nos termos do artigo 2039 CC.
- Princípios
I- Variedade de regime de bens
-4 tipos
* Comunhão parcial de bens
* Comunhão universal (total) de bens
* Separação total de bens
* Participação final nos aquestos (bens adquiridos pelo esforço conjunto)
- Critérios: comunicação ou separação de patrimônio
* Comunhão parcial: regime legal ou convencional; no caso de silêncio dos nubentes este será adotado. Separa-se as duas massas de bens, a adquirida antes do matrimônio e a adquirida depois.
Patrimônio adquirido antes do casamento é incomunicável, por seu turno, o patrimônio adquirido após o matrimônio é comunicável e dividido pela meação.
* Comunhão universal: patrimônio adquirido antes e durante a constância do casamento é comunicável.
* Separação total: convencional; nada se comunica. A obrigatória é o artigo 1641 CC.
* Participação nos aquestos: substituiu o regime dotal do código de 1916, contudo não se assemelham.
Foi criado para os empresários, mas é pouco utilizado, como se fosse misto entre separação e comunhão parcial, após a separação os aquestos serão divididos na constância a liberdade para transacionar o patrimônio, Sem previsão no estatuto das famílias.
II- Liberdade dos pactos antenupciais
- Livre escolha- artigo 1631 CC;
Liberdade para escolher o regime.
- Regime misto;
Há possibilidade. Exemplo: adota-se regime determinado até o nascimento de um filho, modificando depois.
- Pacto antenupcial- artigo 164 p.u CC
Contrato solene, escritura pública feita junto ao cartório de notas. Regime diferente.
- Pacto firmado por menores- artigo 1654 CC
 Deve ter anuência de um dos representantes, não sendo possível suprimento judicial.
- Casamento por procuração;
Quando não menciona na procuração adota-se o regime convencional.
- Escritura Pública- artigo 1657 CC
Cartório de notas, civil, imóveis.
- Celebração e condição suspensiva- artigos 1653, 1639, §1º CC
O pacto fica suspenso até a celebração do casamento.
Caso não haja a celebração o pacto sofre pena de caducidade.
 - Cláusulas patrimoniais e nulidade- artigo 1635 CC
 Não valem regras pessoais e que ferem as normas congentes.
 Segundo Maria Berenice Dias pode se estabelecer regras inofensivas.
- Pacto # contrato comum ;
Embora seja pacto não é contrato comum, já que não pode ser alternado ao livre arbítrio das partes. Só pode alterar por petição através de autorização judicial.
- Regime obrigatório;
 Maior de 70 anos, suprimento judicial.
Já não é mais previsto no Estatuto das Famílias.
- Regime legal- artigo 1640 CC;
Só se faz o pacto, caso não adote o regime legal.
III- Mutabilidade justificada do regime adotado: artigo 1639, §º CC
- CC/1916
 Não permitia a alteração do regime, contudo atualmente a jurisprudência vem permitindo a troca mesmo que o matrimônio seja anterior a 2003.
- CC/2002 e mutabilidade;
Só muda o regime com autorização judicial sendo tal requerimento feito por ambos os cônjuges motivadamente.
IV- Imediata vigência do regime de bens 
- Data da celebração;
Sua vigência começa na data da celebração.
- Cessação;
O regime cessa com a separação de fato do casal.
1.2. Dever recíproco de socorro (artigo 1694 CC) 
- Assistência material e moral;
 Assistência material = dever de socorro, auxílio na subsistência.
Assistência moral = auxiliar o outro cônjuge com os problemas da vida.
- Sustento e alimento;
Durante o casamento é assistência material (sustento) com o o término do casamento de fala em prestação de alimentos.
- Separação, divórcio e alimentos
Os alimentos devem atender ao binômio necessidade x possibilidade. Há quem fale de um terceiro requisito, qual seja a proporcionalidade.
 
Há possibilidade de prestação de alimentos entre os cônjuges, mas hoje utiliza-se mais os alimentos transitórios (alimentos são pagos apenaspor um período de tempo, cerca de 02 anos segundo a jurisprudência)
Alimentos compensatórios: fixados de forma transitória apenas para compensar o padrão de vida anterior que mudou em razão do fim do casamento/ união estável.
Os alimentos serão devidos do fim do casamento que se dá pelo divórcio ou separação.
- Casamento novo e alimentos;
 Se o devedor/ alimentante se casa novamente não extingue a obrigação, contudo este pode pleitear a redução do montante em razão de modificação em sua capacidade contributiva.
- Garantia do cumprimento da obrigação;
Quando o alimentante tem emprego fixo uma das formas é solicitar o desconto em folha de pagamento; outra forma é destinar uma renda ( aluguel por exemplo) para o pagamento dos alimentos.
1.3. Relações econômicas entre pais e filhos
- Família/ sociedade/ Estado;
A família tem o dever de cuidar dos filhos, depois a sociedade por meio de institutos e por fim o Estado.
- Dever de sustento;
Os pais tem o dever de sustentar os filhos menores, pagar as contas até a maioridade. Segundo a lei o dever de alimentos cessa com a maioridade, mas de acordo com a jurisprudência o dever se estende até os 24 anos caso o filho seja estudante.
- Bens do filho menor- artigo 1689 s.s CC
Os pais administram os bens dos filhos menores, quem tem o poder familiar usufruirá dos bens.
A administração e usufruto cabe aos pais , sendo que estes não podem dilapidar o patrimônio do filho- artigo 1691 c.c 1692 
- Bens excluídos (artigo 1693)
 Os pais só administrarão e usufruirão dos bens após o reconhecimento do filho.
 Bens recebidos pela herança quando os pais ficam excluídos por indignidade serão administrados por um tutor.
1.4. Impenhorabilidade do único imóel residencial da família 
Bem de família legal
- Lei 8009/90- artigo 1º caput
Previsto na lei: Bem de família = impossibilidade de perder a casa que vive com a família por dívida comum, garantia extensiva a todos no país.
- Equipamentos imóveis- parágrafo único 
São incluídos no bem de família se estiverem quitados.
Adornos = bens de uso que não estão inclusos na noção de bens de família.
- Devedor solteiro;
A garantia do bem de família se estende a ele, já que é reconhecida a família celibatária.
- Imóvel alugado- artigo 2º, p.u
Nesse caso a impenhorabilidade recai sobre os bens móveis do locatário.
- Fraude- artigo 40;
Percebendo a outra parte que houve fraude, pode-se anular a venda impedindo que ela surta efeito.
- Vários: móveis (artigo 5º)
 A impenhorabilidade recairá sobre o de menor valor; se a parte quiser que recaia sobre outro deverá instituir o bem.
- Possibilidade de penhora- artigo 3º - vide
Dívida que recai sobre o imóvel.
1.5. Instituição do bem de família 
Bem de família voluntário
- Direito Americano;
Tem origem no direito americano, na prática é pouco utilizado.
- Solvência do instituidor;
As dívidas não podem superar o patrimônio do instituidor ; serve para evitar fraude.
- 1/3 do patrimônio-artigo 1711 e 1712 CC
Pode separar 1/3 do patrimônio para destiná-lo ao bem de família.
- Quem pode instituir? 
Cônjuges ou conviventes; terceiro quando doa imóvel.
- Bens de família- artigos 1712 e 1713 CC
Bem imóvel limitado a 1/3 do patrimônio no qual reside a família.
- Administração dos valores mobiliados- artigo 1713, §3º CC
 O instituidor pode passar a uma instituição financeira tal administração
- Alienação do bem de família- artigo 1717 CC
Participação do MP com oitiva dos interessados.
- Registro;
A instituição pode ser feita por registro.
- Duração/ extinção- artigo 1716, 1722
 O bem de família dura enquanto viver um dos cônjuges ou enquanto os filhos não atinjam a maioridade.
- Desconstituição e sub-rogação- artigo 1719 
A família não tem mais condições de manter o imóvel; participação do MP, oitiva dos interessados.
- Administração (artigo 1720 CC)
Do bem de família: compete a ambos os cônjuges.
Divergência: decisão judicial
Morte dos cônjuges: filho mais velho, caso não seja maior será nomeado tutor.
- Morte e bem de família- artigo 1721 CC
Morre um dos cônjuges= pode pedir a desconstituição.
O divórcio não extingue o bem de família.
Aula 09: Direito Matrimonial- Casamento Putativo e dissolução do vínculo conjugal
1. Casamento Putativo
- Conceito- artigo 1561 CC
Casamento imaginário nulo ou anulável em que o nubente se casa sem saber disso.
Exemplo: casar com alguém que já é casado; ou casar com irmão se saber do vínculo de parentesco.
Gera efeitos para o nubente de boa-fé.
- Erro de fato ou erro de direito;
 Erro de fato: é o desconhecimento do fato. Exemplo: irmão.
Erro de direito: aquele em que se desconhece a regra.
- Presunção de boa-fé e ônus da prova;
 A princípio presume-se boa-fé das partes.
- Cônjuge de boa-fé e efeitos ex nunc
- Cônjuge de má-fé e feitos ex tunc da putatividade (nulidade) 
Conta-se os efeitos a partir da sentença para o cônjuge de boa-fé; já para aquele que agiu de má-fé o casamento se torna inexistente.
De acordo com Maria Berenice Dias ocorre um fenômeno inusitado.
- Efeitos
Boa-fé: gera todos os efeitos
Má-fé: não gera efeitos
Filhos: gera efeitos
- Efeitos pessoais:
a) aos cônjuges: deveres, emancipação e nome
Com a putabilidade cessa os deveres dos cônjuges ; no caso da emancipação só permanece emancipado o que agiu de boa-fé; querendo poderá o cônjuge de boa-fé manter o sobrenome do outro.
b) aos filhos: status, poder familiar e guarda;
São mantidos, e a guarda é entregue a aquele que deter melhores condições.
- Efeitos patrimoniais:
a) Cônjuges: partilha, alimentos, herança e pacto antenupcial
 A partilha não favorecerá o cônjuge de má-fé, contudo beneficiará o de boa-fé.
b) Prole: sucessão;
Sucessão é destinada aos filhos.
c) Terceiros: convalidação de direitos;
Os atos contratados com terceiros não são putativos desde que tenham agido de boa-fé.
d) Putatividade e união estável;
Embora não tenha havido casamento de acordo com Maria Berenice Dias houve união estável.
2. Casos de dissolução do casamento
- Antiga dissolução da sociedade conjugal- artigo 1571 CC
Cessa os deveres e regimes de bens
* Morte
* Nulidade/ anulação
* Separação 
* Divórcio
 - Ausente e presunção de morte;
Dissolve o vínculo justamente pois equipara-se a morte.
- Morte e dissolução do vínculo conjugal;
Morte dissolve o vínculo conjugal.
- Nulidade e anulação: consequência técnica
Consequência: dissolução do vínculo
- Efeito do divórcio;
Dissolve o vínculo conjugal.
3. Dissolução pela morte de um dos cônjuges
- Efeito da morte;
Dissolução do vínculo
- Prova da morte;
Certidão de óbito.
- Morte presumida;
Equiparação, dissolução do vínculo.
- E se o ausente retorna?
2 posições.
De acordo com os doutrinadores clássicos o outro casamento é putativo e por isso inválido.
Contudo, por conta da equiparação de acordo com a doutrina moderna o casamento é válido até mesmo tendo em conta o princípio da afetividade.
Aula 10: Divórcio
 1. Separação e divórcio- generalidades históricas
- Breve esboço histórico;
Separação: judicial (consensual, litigiosa) – a litigiosa poderia decorrer de sanção por quebra de dever, como remédio no caso de doença mental ou como falência – falta de afeto-
Extrajudicial: 2007- consensual
Divórcio: judicial (direto – separação de fato há dois anos- e indireto)
Extrajudicial: consensual
- Cláusula nula;
 Se o pacto trouxer clausula que traga previsão que o divórcio não pode ser praticado será absolutamente nula.
- Espécies;
Judicial (litigioso ou consensual) e extrajudicial (consensual)
- Tentativa de justificar o fim da separação no direito brasileiro.
As pessoas se separavam e seguiam assim para sempre, o casal não voltava.
A separação ocasionava maior dispêndio de recursos.
Alguns juízes ainda concedem a separação por ainda estar prevista no código.
- Direito intertemporal;
Conflitos de lei no tempo, os separados antes de 2010 não tiveram o status modificado automaticamente, necessário converter a separação em divórcio.
3. Divórcio judicial
- Espécies;
Litigioso: há lide, conflito de interesses; a pretensãoresistida se dá em decorrência dos termos do divórcio.
Consensual: jurisdição voluntária, avença.
- Partilha de bens;
Pode ser adiada levando em consideração a situação financeira do casal (1581)
- Averbação;
 A sentença será averbada no próprio cartório de registro civil junto da anotação do próprio casamento.
4. Efeitos do divórcio
- Ex nunc;
Efeitos são produzidos após a sentença.
- Registro;
Averbação.
- Dissolução do vínculo e casamento religioso;
O divórcio não coloca fim ao casamento religioso.
- Deveres e regimes de bens;
O divórcio coloca fim ao casamento e também a sociedade conjugal (direitos e deveres).
 - Sucessão;
Não há o que se falar em sucessão, eis que o vínculo foi rompido.
- Novo casamento;
 Um novo casamento será possível com o divórcio.
- Reconciliação;
Não é possível restabelecer a sociedade conjugal, para tanto deve casar novamente.
- Número indeterminado;
Pode casar quantas vezes quiser.
- Guarda de filhos;
O código adota como regra a guarda compartilhada.
- Adoção e filiação; 
O casal não pode adotar junto se não estiverem mais casados, o que está se divorciando poderá desde que o período de estágio de convivência seja feito antes do divórcio. A filiação não altera com o divórcio.
- Nome- artigo 1578 CC
- Alimentos;
Alimentos transitórios.
5. Divórcio extrajudicial
 - Conceito;
Feito em cartório de forma consensual.
- Requisitos;
 * Casamento válido
* Formalização
* Não pode ter filhos menores
- Procedimento facultativo;
Pode ser feito em cartório ou em juízo.
- Teor da escritura;
Termos
Divisão de bens
Alimentos 
Uso de nomes
- Advogado;
Obrigatória a presença de advogado, entretanto, não precisa de procuração.
- Gratuidade;
Para os pobres na acepção jurídica do termo.
- Valores de custas e emolumentos;
Pagamento de cerca de R$ 420,00.
- Recusa do tabelião;
O tabelião pode se recusar a lavrar a escritura caso suspeite de fraude.
 - Procuração;
É possível constituir um procurador para desfazer o casamento.
- Outros ajustes na escritura;
Admite incluir por exemplo a doação de um bem.
- Necessidade da partilha?
Pode ser adiada.
- Escolha do tabelionato;
Livre.
- Execução da obrigação alimentar;
Possível, já que se trata de titulo extrajudicial.
- Irretratabilidade;
Se houver vício de consentimento pode-se pensar em retratação.
- Opção pela via extrajudicial;
 Desistência da via judicial optando após pelo cartório.
6. Extinção do direito ao divórcio;
- Exercício;
Para ter novo direito ao divórcio só se casando novamente.
- Perdão;
- Desistência;
Com o perdão há desistência da ção e por isso não se ultima o divórcio. O perdão se interliga a desistência.
- Tempo;
 Com o passar do tempo se não houver pronuncia acerca da separação, tacitamente está perdoado.
- Morte;
O direito ao divórcio extingue-se com a morte.
Aula 11: Direito Convivencial- união estável
1. Conceito e elementos da união estável
- Conceito;
 União estável é a convivência pública, contínua, e duradoura com intenção de constituir família.
Convivência pública notória.
Contínua, seria sem interrupções.
Duradoura porque exige um tempo mínimo de convivência.
Convivência more uxório ; se não estiver presente a intenção de constituir família não há união estável.

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