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Gabriela Vieira Ansiolíticos e Hipnóticos FARMACO Anotacao de aula + slides • Fármaco ansiolítico: reduz a ansiedade e exercer um efeito calmante. • Fármaco hipnótico: produzir sonolência e estimular o início e a manutenção de um estado de sono. Os efeitos hipnóticos envolvem uma depressão mais pronunciada do SNC do que a sedação. • Ansiedade: - No estado patológico da ansiedade: tem uma queda do desempenho, comprometendo relação, concentração, relacionamento interpessoal, no dia a dia. Interferência com as atividades produtivas normais. à Ao falar da ansiedade, fala de vários tipos de transtornos e tem os seguintes tipos: - Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5 à Transtornos de ansiedade generalizada (TAG): Estado permanente de ansiedade excessiva. - É o transtorno em que a pessoa não tem o domínio do que pode acontecer, ansiedade do que pode acontecer daqui um tempo... Gabriela Vieira à Transtornos de ansiedade social: Medo de estar e interagir com pessoas. à Transtorno do pânico: Ataques súbitos de medo à Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT): Desencadeado por lembranças estressores à Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC): Comportamento compulsivo ritualista àFobias Medo de objetos ou situações específicas VISAO GERAL • Ansiolíticos: - Benzodiazepínicos - Antidepressivos - Buspirona à E em alguns casos: - Antiepilépticos - Antipsicóticos - Beta-bloqueadores • Hipnóticos: - Benzodiazepínicos - Agonistas seletivos GABAA - Agonistas melatoninérgicos CLASSES DE FARMACOS ANSIOLITICOS 1- BENZODIAZEPÍNICOS - Barbitúrico (fármaco A): O fármaco A tem chance de causar toxicidade é maior, tem o índice terapêutico. - Benzodiazepínico (fármaco B): tem menos chance de causar a toxicidade, por isso tem substituído o barbitúrico no tratamento de ansiedade. O seu perfil de segurança é melhor. ✓ Tratar a ansiedade aguda (“SOS") e a insônia (usa eles nessa situação pois eles agem rápido) ✓ Rápido controle de ataques de pânico ✓ Podem ser usados durante a estabilização de um paciente iniciou tratamento com antidepressivo. - Por que apenas começa o tratamento com ele? Pois ele tem efeito mais rápido. Depois quando ele começa a fazer efeito, fazer o desmame para evitar a situação de tolerância. - Em que situações usar: situações agudas, crise de ansiedade, ataque de pânico, paciente agressivo. ✓ Efeitos secundários indesejáveis: amnésia (compromete a parte de aprendizado), redução da coordenação motora, tolerância e dependência física 2- FÁRMACOS ANTIDEPRESSIVOS (ISRDs, ISRSNs, ADTs) ✓ Eficazes no tratamento do distúrbio de ansiedade generalizada, fobias, distúrbio da ansiedade social e distúrbio do estresse pós- traumático ✓ Eles também têm muitos efeitos colaterais. ✓ Necessário 3 ou mais semanas para os efeitos aparecerem ✓ Primeira linha no TAG (transtorno de ansiedade generalizada) e ansiedade crônica 3- Buspirona: Agonista do receptor 5-HT1A 4- Alguns fármacos antiepilépticos (p. ex., gabapentina, pregabalina, valproato e levetiracetam) têm propriedades ansiolíticas. 5- Alguns agentes antipsicóticos podem ser utéis para tratar algumas formas de ansiedade, mas têm efeitos secundários significativos 6- Os antagonistas β-adrenérgicos são utilizados principalmente para reduzir os sintomas físicos da ansiedade (tremor, Gabriela Vieira palpitações etc.); não têm efeito no componente afetivo BENZODIAZEPINICOS • O primeiro benzodiazepínico é o Clordiazepóxido (1971). • Diferenças no comportamento farmacocinético. • RECEPTOR GABAa - O GABA tem subunidades e sítios de ligações diferentes. - NO SNC: 6 subtipos subunidade α, 4 subtipos β e 3 subtipos γ. Eles variam na composição dessas subunidades. - GABAa: Ácido gama-aminobutírico. Principal neurotransmissor inibitório do SNC. - BZDs (benzodiazepínico) ligam-se através da interface entre as subunidades α e β, mas apenas as isoformas que contêm as subunidades γ2 e α1, α2, α3 ou α5. (O receptor precisa ter essas subunidades) - Neurônios GABAérgicos: liberam neurotransmissor GABA. - ions cloretos entram, a parte interna hiperpolariza, ficando mais distante do limiar de ação do neurônio. Mais difícil de excitar o neurônio. Por isso o GABA é um neurotransmissor inibitório - Tem três grandes familias de receptores de GABA, e o alvo é o GABAa. à Mecanismo de ação: à Os benzodiazepínicos são moduladores alostéricos por duas razões: - O sitio de ligação dos BZDs é diferente do sitio de ligação do GABA. - Os BZDs não tem efeito na ausência do GABA. Gabriela Vieira - O GABA com o midazolam, aumenta a potencia. à Isso é o que o modulador alostérico positivo faz. - GABA com pentobarbital (barbitúrico), apesar de ele ser um modulador alostérico mais eficiente, por conta do índice terapêutico estreito, ele é menos usado. IMAGEM (tabela) AO LADO: - α1: efeitos sedativos, hipnótico, anticonvulsivante - α2: efeito ansiolítico - α2, α3 e α5: relaxamento muscular - α1 e α5: amnésia à Principais efeitos do benzodiazepínicos: - Redução da ansiedade e agressão ✓Tratar estados de ansiedade aguda e emergências comportamentais ✓Pré-medicação antes de procedimentos curtos e invasivos (endoscopia, colonoscopia) ✓Midazolam: induzir anestesia (de procedimentos curtos); Causa amnésia. - Hipnótico ✓ Clonazepam, diazepam e lorazepam - tratamento da epilepsia (paciente com muitas crises de epilepsia) ✓ IV: controle do estado de mal epiléptico ✓ Diazepam: via retal em crianças, controle de crises epilépticas agudas. - Redução do tônus muscular: ✓ Ação nos receptores GABAA na medula (interneurônios inibitórios) ✓ A redução do tônus muscular aparente é possível sem considerável perda de coordenação - Amnésia anterógrada ✓ Flunitrazepam (uso criminoso nesse tipo de medicação) – “BOA NOITE CINDERELA” àASPECTOS FARMACOCINÉTICOS • Bem absorvidos quando administrados oralmente • Vias intravenosa ou retal • Alta solubilidade lipídica (importante para atravessar a membrana) • Interações via CYP3A4 • Compostos de ação de curta, média e longa duração - Curta duração: úteis como hipnóticos, com poucos efeitos de ressaca ao acordar – mais utilizados como hipnóticos para tentar minimizar essas ressacas - Longa duração: úteis como ansiolíticos e anticonvulsivantes Desmetildiazepam: metabólito ativo meia-vida de cerca de 60 h → efeito cumulativo, ressacas prolongadas com uso repetitivo - Os compostos de curta duração: metabolizados diretamente pela conjugação com glicuronídeo Gabriela Vieira à Usos clínicos dos sedativos-hipnóticos - Dependência cruzada = um fármaco (BZD) ele reduz os sintomas de abstinência causados pela retirada de hum outro fármaco (álcool) - Sempre fazer o desmame para evitar uma abstinência. à EFEITOS INDESEJÁVEIS à Efeitos colaterais durante o uso terapêutico: • Sonolência, confusão mental, sensação de “ressaca” • Amnésia anterógrada • Comprometimento da coordenação motora • Precaução com idosos* Não é um efeito colateral, é apenas para tomar cuidado. • Mesmo os compostos com ação de curta duração podem produzir dificuldade no desempenho laboral e na capacidade de condução à Critérios de Beers – 2019 Medicamentos que podem gerar um risco maior a idosos • Tabela 5: Medicamentos com interações medicamentosas entre as drogas - Evitar o uso de opioides em pacientes que utilizem benzodiazepínicos, gabapentina ou pregabalina por maior risco de sedação excessiva e depressão respiratória; - O uso de agentes que atuam no SNC (antidepressivos, antipsicóticos, benzodiazepínicos, antagonistas dos receptores benzodiazepínicos, antiepilépticos e opioides) de modo simultâneo em mais de três drogas foi colocado emuma única recomendação de cautela por aumento do risco de queda (até então se considerava cada fármaco em separado); à Toxicidade aguda • São consideravelmente menos perigosos que outros fármacos ansiolíticos/hipnóticos • Rebaixamento de consciência com depressão grave das funções respiratória e cardiovascular (doença respiratória/dispneia) • Depressão aditiva do SNC com etanol e outras substâncias -> • Antagonista: flumazenil Gabriela Vieira - Interação farmacodinâmica (sinergismo, potencializa sedação) e farmacocinética (álcool inibidor da CYP3A4, diminui metabolização dos benzodiazepínicos) à Flumazenil • Antagonista competitivo • Usos: intoxicação por benzodiazepínicos (normalmente usado apenas se a respiração está gravemente deprimida) - I.V • Rápida ação, efeito dura 2h • Pode precipitar a síndrome de abstinência aguda • Podem ocorrer convulsões - isso é mais frequente nos pacientes que fazem uso de antidepressivos tricíclicos à Tolerância e dependência • Tolerância: alteração em termos do receptor (infrarregulação, tempo de ocupação), mas o mecanismo não é bem compreendido • Tolerância ao efeito hipnótico é menor • Interrupção abrupta → síndrome de abstinência: aumento de ansiedade rebote durante semanas ou meses, com tremor, nervosismo, confusão mental, tonturas, zumbidos, agitação e insônia Outros farmacos ansioliticos - Buspirona ✓ Agonista parcial dos receptores 5-HT1A - Expressos nos corpos celulares serotoninérgicos dos núcleos da rafe (autorreceptores) e em neurônios pós sinápticos no hipocampo - Inibitório (Gi) - O receptor age como auto receptor. ✓Agonista 5-HT1A → início ação mais prolongado ✓ Também inibe a atividade de neurônios noradrenérgicos no locus coeruleus, interferindo nas reações de excitação ✓ Também tem ação em receptores D2 • Sem efeito sedativo e hipnótico • Sem propriedades anticonvulsivantes ou miorrelaxantes • Menor risco de dependência e abstinência • Não potencializa ação de outros sedativos • Mais efetiva no TAG • Menos efetiva na ansiedade grave e nos transtornos do pânico • Efeitos adversos: Náuseas, tontura, cefaleia, inquietação HIPNOTICOS • Insônia: transitória ou crônica • Tratamento não farmacológico • Um bom hipnótico: ✓ Reduzir latência até o sono ✓ Proporcionar sono com duração suficiente ✓ Mínimo efeito de ressaca ✓ Pouco efeito na atividade motora durante a vigília Gabriela Vieira Fármacos hipnóticos utilizados: • Benzodiazepínicos de curta duração • Agonistas seletivos GABAA - Zolpidem, Zaleplon, Zopiclona • Agonistas dos receptores da melatonina MT1 e MT2 - melatonina e ramelteona (Rozerem ®) • Anti-histamínicos (ex: difenidramina e prometazina) • Antagonista dos receptores de orexina (OX1 e OX2) – suvorexant – tem papel importante na vigília. Tanto é que indivíduos que sofrem com narcolepsia (doença do sono), tem menos expressão de orexina. Os antagonistas vao antagonizar isso. à Benzodiazepínicos • Diminui latência até o sono e aumentam a duração do sono NREM (sono onde não tem o movimento rápido dos olhos/ sono associado ao REM) • Agentes de curta duração produzem menor efeito “ressaca” • Diazepam: efeito de ação mais longo → tratar a insônia associada a ansiedade diurna • Tolerância: 2 semanas (rápido) • Usar o menor tempo possível • Insônia rebote após cessar uso à Hipnóticos mais recentes ✓ Ação semelhante dos BZDs, alvo é GABAA ‣ são agonistas que interagem seletivamente com receptores que contém subunidade α1 ✓ Rapidamente absorvidos no TGI, rápido início de ação e meia-vida de eliminação curta ✓ Encurtam o tempo de indução do sono, reduzem o número de despertares noturnos e aumentam o tempo total de sono ‣ modificam menos a arquitetura do sono do que os BZDs ✓ Não tem propriedades anticonvulsivantes, ansiolíticas e miorrelaxantes dos BZDs ✓ Poucos efeitos amnésicos ✓ Poucos efeitos de abstinência ✓ Risco de dependência e insônia rebote àPrincipais efeitos colaterais do zolpidem (relacionados com a dose) - Sonolência e tontura (5%) - Dor de cabeça (3%) - Sintomas gastrointestinais (4%) - Problemas de memória (1% a 2%) - Pesadelos (1% a 2%) - Confusão mental (1% a 2%) à Agonistas de melatonina - Receptores MT1 e MT2 são envolvidos na regulação do sono. ✓ Reduzem latência do sono ✓ Pouco efeito na arquitetura do sono ✓ Sem sintomas significativos de abstinência ✓ Eficazes para tratar insônia em idosos e crianças autistas Gabriela Vieira
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