Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Universidade Paulista – UNIP Educação a Distância – EaD Curso: Licenciatura em Pedagogia IMPORTÂNCIA DE JOGOS E BRINCADEIRAS NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM Saberes Pedagógicos AMORIM, KESIA PEREIRA DE OLIVEIRA / RA: 1879064 SANTOS, LAYSA DA CRUZ DOS / RA: 1802803 SOUZA, BEATRIZ MORAIS DE/ RA: 1830291 SILVA, MARCELINA MOREIRA DA / RA: 1811376 SILVA, MARIA HELIA DE VASCONCELOS BEZERRA / RA: 1887964 JARAGUÁ/GO 2020/2 AMORIM, KESIA PEREIRA DE OLIVEIRA / RA: 1879064 SANTOS, LAYSA DA CRUZ DOS / RA: 1802803 SOUZA, BEATRIZ MORAIS DE / RA: 1830291 SILVA, MARCELINA MOREIRA DA / RA: 1811376 SILVA, MARIA HELIA DE VASCONCELOS BEZERRA / RA: 1887964 IMPORTÂNCIA DE JOGOS E BRINCADEIRAS NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM Saberes Pedagógicos Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia. Universidade Paulista – UNIP/EaD Orientação: Prof. Me. Fábio Ferreira JARAGUÁ/GO 2020/2 AMORIM, KESIA PEREIRA DE OLIVEIRA / RA: 1879064 SANTOS, LAYSA DA CRUZ DOS / RA: 1802803 SOUZA, BEATRIZ MORAIS DE / RA: 1830291 SILVA, MARCELINA MOREIRA DA / RA: 1811376 SILVA, MARIA HELIA DE VASCONCELOS BEZERRA / RA: 1887964 IMPORTÂNCIA DE JOGOS E BRINCADEIRAS NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM Saberes Pedagógicos Relatório final, apresentado a Universidade Paulista – UNIP, como parte das exigências para a obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia. Jaraguá-GO, 16 de novembro de 2020. BANCA EXAMINADORA __________________________________________ Prof. __________________________________________ Prof. __________________________________________ Prof. Dedico esta Monografia ao Pastor Presidente, Pr. William da Silva, e sua mui digna esposa, Pra. Maria Helena, que sempre me deram apoio espiritual (AMORIM, Késia). Dedico à minha família – meu pai, minha mãe e meus irmãos – que é, foi e sempre será minha base em todas as caminhadas da vida, em especial aos meus filhos, Henrique e Kauan, e ao meu esposo, Simôneo, pelo incondicional apoio (SANTOS, Laysa). Dedico esta Monografia a Deus e à minha família, que me incentivaram e graças a eles, assim como todo esforço realizado ao longo deste percurso, alcancei a vitória (SOUZA, Beatriz). Dedico à minha família, meu pai, minha mãe e meus irmãos, por ser minha base nessa caminhada vitoriosa e pelo incondicional apoio (SILVA, Marcelina). AGRADECIMENTOS Sou grata a Deus pela vida e por todo o auxílio nos mais diversos obstáculos ao longo do curso. Agradeço ao meu esposo, Jocélio Amorim, que foi parte fundamental com todo seu apoio nos momentos mais cruciais, à minha mamãe, Edite, pelas orações, aos meus pastores, em especial ao pastor presidente, Pr. William da Silva Jr. e família, ao polo da Universidade Paulista – UNIP de Jaraguá, Goiás, pelo suporte, assistência e apoio e, ainda, ao Kauê Felipe, amigo e sobrinho querido, por toda a ajuda (AMORIM, Késia). Agradeço a Deus pelo dom da vida e à minha família pelo apoio incondicional, também à minha colega, Beatriz Morais, que não mede esforços para me ajudar. Agradeço ainda à Instituição Escolar Municipal Escola Maria Catarina de Freitas e todo o corpo docente (SANTOS, Laysa). Agradeço a Deus, à minha família e aos amigos que sabem e fazem parte desse caminho (SOUZA, Beatriz). Agradeço primeiramente a Deus. Agradeço à minha colega Beatriz Morais que sempre me ajudou sem medir esforços, além de agradecer também à Instituição Escolar Municipal Escola Maria Catarina de Freitas e todo o corpo docente (SILVA, Marcelina). Em primeiro lugar agradeço a Deus por toda a força e saúde concedida na estrada até aqui. Agradeço imensamente ao meu esposo, aos meus filhos e minhas noras por me apoiarem e pelo suporte para que tudo isso acontecesse. Agradeço também aos professores e à irmã e amiga, Késia Amorim, e seu esposo, Jocélio Amorim, que fazem parte de toda minha graduação. Finalmente, agradeço a todos os amigos. Deus seja louvado por cada vida (SILVA, Maria). FICHA CATALOGRÁFICA AMORIM, KESIA PEREIRA DE OLIVEIRA. ....IMPORTÂNCIA DE JOGOS E BRINCADEIRAS NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM : Saberes Pedagógicos / KESIA PEREIRA DE OLIVEIRA AMORIM, LAYSA DA CRUZ DOS SANTOS, BEATRIZ MORAIS DE SOUZA, MARCELINA MOREIRA DA SILVA, MARIA HELIA DE VASCONCELOS BEZERRA SILVA. - 2020. ....46 f. : il. ....Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) apresentado ao curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Paulista – UNIP, JARAGUÁ/GO, 2020.� ....Orientador: Prof. Me. FÁBIO FERREIRA.� ....1. TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE. 2. JOGOS E BRINCADEIRAS. 3. BRINQUEDOTECAS. 4. DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM. 5. FERRAMENTAS PEDAGÓGICAS. I. SANTOS, LAYSA DA CRUZ DOS. II. SOUZA, BEATRIZ MORAIS DE. III. FERREIRA, FÁBIO (orientador). IV. Título. Elaborada de forma automática pelo sistema da UNIP com as informações fornecidas pelo(a) autor(a). Sumário INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 11 1 CAPITULO I ................................................................................................................ 13 1.1 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO CICLO VITAL ...................................................... 13 1.1.1 PRÉ-NATAL (concepção ao nascimento) ............................................................. 13 1.1.2 PRIMEIRA INFÂNCIA (nascimento aos três anos) ............................................. 13 1.1.3 SEGUNDA INFÂNCIA (três aos seis anos) .......................................................... 14 1.1.4 TERCEIRÂ INFÂNCIA (seis aos onze anos) ....................................................... 14 1.2 IMPORTÁNCIA DE PESQUISAS VOLTADAS ÂS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM .......... 14 1.3 AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM .......................................................................... 15 1.3.1 APRENDIZAGEM ..................................................................................................... 15 1.3.2 DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM (conceito) ................................................ 16 1.3.3 AS PRINCIPAIS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM .................................. 16 1.3.4 TRANSTORNO DE DÉFICT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE – TDAH ... 19 1.4 FERRAMENTAS PEDAGÓGICAS ...................................................................................... 24 1.4.1 BRINQUEDOTECA .................................................................................................. 24 1.4.2 A BRINQUEDOTECA INSERIDA NO AMBIENTE EDUCACIONAL E SUA RELAÇÃO COM OS ALUNOS ................................................................................................ 27 2 CAPÍTULO II ............................................................................................................... 31 2.1 METODOLOGIA ............................................................................................................. 31 3 CAPÍTULO III .............................................................................................................. 33 3.1 ANÁLISE E DISCUSSÃO ................................................................................................... 33 3.1.1 A BRINQUEDOTECA COMO FERRAMENTA DE APOIO AO ENSINO ......... 33 3.1.2 A CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL E O CONTEXTO PEDAGÓGICO ........... 35 3.2 É POSSÍVEL UTILIZAR BRINQUEDOTECAS, JOGOS E BRINCADEIRAS PARA O ABRANDAMENTO DOS PREJUÍZOS E CONSEQUÊNCIAS DO TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE? ...................................................................................................37 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 41 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 43 8 RESUMO Entre o leque de temas referenciáveis, os principais são as dificuldades de aprendizagem e as ferramentas pedagógicas, sendo o primeiro o escolhido como norte do presente Projeto. Numa primeira abordagem foram estendidos interesse e foco não restritos apenas às dificuldades de aprendizagem propriamente ditas, isto é, as dificuldades patológicas, geralmente vislumbradas por meio da leitura do termo “dificuldades de aprendizagem”, preocupando-se com questões correlatas a aprendizagem e como pode ser possível torna-la mais fluida, assertiva, estratégica e democrática, tornando-a assim mais eficaz no que diz respeito as respostas estratégicas às dificuldades encontradas por alunos durante toda a vida. Esta Monografia intenta por contribuir com o meio acadêmico acerca de novas ideias sobre o lidar pedagógico e estratégico com as dificuldades supracitadas e tem como objetivo geral alcançar a percepção sobre as principais contribuições de uma brinquedoteca no ambiente educacional, além de relacioná-las com ganhos e possíveis entradas no processo de ensino-aprendizagem de indivíduos com TDAH. Os objetivos específicos são (1) discorrer sobre a importância dos estudos na área de dificuldades de aprendizagem e expor o TDAH como um dos focos da pesquisa; (2) discorrer acerca das definições de brinquedoteca, além dos prejuízos e contribuições para o ambiente educacional e para os alunos; e (3) considerar e apresentar as principais contribuições de uma brinquedoteca capazes de abrandar os prejuízos e consequências do TDAH. De acordo com o Manual de Trabalho de Curso, a metodologia será exclusivamente um levantamento bibliográfico, um trabalho de aprofundamento sobre o tema escolhido. Para tanto, o grupo desenvolveu pesquisas a partir do Google Acadêmico, sites e publicações sobre áreas de conhecimento relacionadas, bem como entrevistas disponibilizadas no Youtube com profissionais especialistas nas áreas estudadas. Também foram utilizados conhecimentos contextualizados acerca dos estágios do desenvolvimento do ciclo vital humano; das dificuldades de aprendizagem; da história e ocorrências das brinquedotecas; além de temas diversos relacionados com o brincar. Outra grande fonte de informações seguras utilizada fora a Associação Brasileira de Brinquedotecas – ABBrin, bem como a Associação brasileira do Déficit de Atenção – ABDA, cujos sites foram de grande valia para o desenvolvimento inicial da Pesquisa e direcionamento dos estudos. Além disso, foram estudados diversos artigos e publicações sobre brinquedotecas hospitalares, importância de afeto no desenvolvimento infantil, tratamento de crianças com câncer atrelado a brinquedotecas, importância de brinquedotecas em cuidados paliativos, importância do lúdico no desenvolvimento humano, entre outros, que discorrem acerca das brinquedotecas, jogos e brincadeiras como potentes e versáteis ferramentas pedagógicas. A presente monografia foi desenvolvida sob o projeto de, primeiramente, apresentar breve contextualização sobre o inicio do desenvolvimento do ciclo vital humano, o qual abrange os períodos compreendidos da concepção à terceira infância. Depois, explanar sobre dificuldades de aprendizagem, finalizando- as com o TDAH, para posteriormente abordar sobre ferramentas pedagógicas, direcionando o assunto para as brinquedotecas (história e contexto). Em seguida, após a metodologia, intentou-se por continuar a abordagem da brinquedoteca como ferramenta de apoio ao ensino e desenvolvimento e finalizando com o conflito entre brinquedotecas e TDAH, apresentando, por fim, a relação pressuposta no inicio do presente Projeto. Palavras-chave: Dificuldades; Aprendizagem; TDAH; Brinquedotecas; Lúdico. 9 ABSTRACT Among the range of themes, the main ones are learning difficulties and pedagogical tools, the first being chosen as the north of this Project. In a first approach, the interest and focus were extended, not restricted, only to learning difficulties, in meaning most known, that is, the pathological difficulties, usually glimpsed by reading the term “learning difficulties”, worrying about issues related to learning and how is possible to make it more fluid, assertive, strategic and democratic, this way, making it more effective with regard to strategic responses to difficulties found by students throughout their lives. This Monograph intends to contribute with the academic environment about new ideas about the pedagogical and strategic dealing with the difficulties and has as general objective to reach the perception about the main contributions of a toy library in the educational environment, in addition to relating them with gains and possible entries in the teaching-learning process of individuals with ADHD. The specific objectives are (1) to discuss the importance of studies in the area of learning difficulties and expose ADHD as one of the research focuses; (2) talk about the definitions of the toy library, in addition to the losses and contributions to the educational environment and to the students; and (3) consider and show the main contributions of a toy library capable of mitigating the damage and consequences of ADHD. According to the Course Work Manual, the methodology will be exclusively a bibliographic survey, an in-depth study on the chosen theme. To this end, the group developed research from Google Scholar, websites and publications on related areas of knowledge, as well as interviews available on YouTube with professionals specialized in the areas studied. Contextualized knowledge about the stages of development of the human life cycle was also used; learning difficulties; the history and occurrences of toy libraries; in addition to various themes related to playing, games and toy libraries. Another great source of safe information used was the Brazilian Toy Library Association – ABBrin, as well as the Brazilian Attention Deficit Association – ABDA, whose websites were of great value for the initial development of the Research and the direction of the studies. In addition, several articles and publications about hospital playrooms, importance of affection in child development, treatment of children with cancer linked to toy libraries, importance of toy libraries in palliative care, importance of playfulness in human development, among others, were studied. Toy libraries and games as powerful and versatile teaching tools. This monograph was developed under the Project of, firstly, show a brief contextualization about the beginning of the development of the human life cycle, then, which covers the periods comprised from conception to third childhood. Then, explain about learning difficulties, ending them with the ADHD, to later approach about pedagogical tools, directing the subject to the toy libraries (history and context). Then, after the methodology, it was attempted to continue the approach of the toy library as a tool to support teaching and development and ending with the conflict between toy libraries and ADHD, finally presenting the relationship assumed at the beginning of the present Project. Key-words: Difficulties; Learning; ADHD; Toys-libraries; Ludic. 10 RESUMEN Dentro del abanico de temas de referencia, los principales son las dificultades de aprendizaje y las herramientas pedagógicas, siendo el primero elegido el norte de este Proyecto. En un primero acercamiento se extendió el interés y el enfoque, no restringido solo a las dificultades de aprendizaje en sí mismas, es decir, las dificultades patológicas, que generalmente se vislumbran al leer el término “dificultades de aprendizaje”, preocupándose por cuestiones relacionadas con el aprendizaje y cómoes posible hacerlo más fluido, asertivo, estratégico y democrático, haciéndolo así más efectivo en las respuestas estratégicas a las dificultades encontradas por los estudiantes a lo largo de sus vidas. Esta Monografía pretende aportar al entorno académico nuevas ideas sobre el abordaje pedagógico y estratégico de las dificultades mencionadas y tiene como objetivo general llegar a la percepción sobre los principales aportes de una ludoteca en el entorno educativo, además de relacionarlos con logros y posibles entradas en el proceso de enseñanza-aprendizaje de las personas con TDAH. Los objetivos específicos son (1) discutir la importancia de los estudios en el área de las dificultades de aprendizaje y exponer el TDAH como uno de los focos de investigación; (2) hablar sobre las definiciones de ludoteca, además de las pérdidas y contribuciones al entorno educativo y a los estudiantes; y (3) considerar y presentar los principales aportes de una ludoteca capaz de mitigar los daños y consecuencias del TDAH. Según el Manual de Trabajo del Curso, la metodología será exclusivamente un relevamiento bibliográfico, un estudio en profundidad sobre la temática elegida. Para ello, el grupo desarrolló investigaciones desde Google Scholar, sitios web y publicaciones sobre áreas de conocimiento relacionadas, así como entrevistas disponibles en YouTube con profesionales especializados en las áreas estudiadas. También se utilizó el conocimiento contextualizado sobre las etapas de desarrollo del ciclo de vida humano; dificultades de aprendizaje; la historia y ocurrencias de ludotecas; además de varios temas relacionados con el juego. Otra gran fuente de información segura utilizada fuera de la Asociación Brasileña de Jugueterías – ABBrin, así como de la Asociación Brasileña de Déficit de Atención – ABDA, cuyos sitios web fueron de gran valor para el desarrollo inicial de la Investigación y la dirección de los estudios. Además, se estudiaron varios artículos y publicaciones sobre ludotecas hospitalarias, importancia del afecto en el desarrollo infantil, tratamiento de niños con cáncer vinculado a ludotecas, importancia de las ludotecas en los cuidados paliativos, importancia de la alegría en el desarrollo humano, entre otros. Ludotecas, juegos y juegos como herramientas de enseñanza poderosas y versátiles. Esta monografía se desarrolló bajo el Proyecto de, primero, presentar una breve contextualización sobre el inicio del desarrollo del ciclo vital humano, luego, que abarca los períodos comprendidos desde la concepción hasta la tercera infancia. Luego, explicar sobre las dificultades de aprendizaje, finalizándolas con el TDAH, para luego abordar sobre las herramientas pedagógicas, dirigiendo el tema a las ludotecas (historia y contexto). Luego, luego de la metodología, se intentó continuar el abordaje de la ludoteca como herramienta de apoyo a la enseñanza y el desarrollo y terminando con el conflicto entre ludotecas y TDAH, presentando finalmente la relación asumida al inicio del presente Proyecto. Palabras-llave: Dificultades; Aprendizaje; TDAH; Ludotecas; Ludic. 11 INTRODUÇÃO Entre o breve leque de temas potencialmente referenciáveis, os principais sobre o quais esta monografia se debruça são as dificuldades de aprendizagem e as ferramentas pedagógicas, como já mencionado. Acerca das dificuldades de aprendizagem, numa primeira abordagem foram estendidos interesse e foco sem restrições a apenas dificuldades de aprendizagem propriamente ditas, ou seja, as dificuldades patológicas, geralmente vislumbradas por meio da leitura do termo “dificuldades de aprendizagem”. Mais profundamente, este trabalho se direcionou para a ampliação dos conhecimentos, questionamentos e os conseguintes resultados desses, como forma de atuar pedagogicamente, isto é, preocupando-se com questões correlatas a aprendizagem e como é possível torna-la mais fluida, assertiva, estratégica e democrática, tornando-a assim mais eficaz no que diz respeito as respostas estratégicas às dificuldades encontradas por alunos durante toda a vida, desde a pré-escola até os cursos EJAs e superiores. Diante disso, para todos os efeitos e de acordo com as orientações preliminares contidas no Manual de Trabalho de Curso (Pedagogia – EaD), nesta monografia as dificuldades de aprendizagem consideradas são, primeira e oficialmente, as patológicas, como veremos adiante, sem ignorar ou descartar, todavia, a preocupação real e pedagógica com as dificuldades de aprendizagem de modo geral. A extensão, abrangência e profundidade com as quais esta monografia tratará o tema supracitado “Dificuldades de Aprendizagem” é apresentada de acordo e consonância com o título explicitado na capa e folha de rosto “IMPORTÂNCIA DE JOGOS E BRINCADEIRAS NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM: Saberes Pedagógicos”. Salienta-se, ante o título expresso acima, o teor científico e produtivo de monografias, trabalhos e conclusão de curso – TCCs, artigos acadêmicos e pesquisas de titulação, haja vista na maior parte das vezes a incidência de trabalhos como apenas “amontoados acadêmicos” com fim tão somente de aprovação e conclusão metódica de cursos superiores. No caminho contrário, esta monografia intenta por contribuir com o meio acadêmico acerca de novas ideias sobre o lidar pedagógico e estratégico com as dificuldades de aprendizado, declaradas acima, e têm como objetivo geral alcançar a percepção 12 sobre as principais contribuições de uma brinquedoteca no ambiente educacional, além de relacioná-las com ganhos e possíveis entradas no processo de ensino-aprendizagem de indivíduos, na faixa etária mencionada, com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH, que é uma dificuldade de aprendizagem. Debaixo desse, os objetivos específicos desta peça acadêmica de pesquisa são (1) discorrer sobre a importância dos estudos na área de dificuldades de aprendizagem e expor o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH como um dos focos da pesquisa; (2) discorrer acerca das definições de brinquedoteca, além dos prejuízos e contribuições para o ambiente educacional e para os alunos; e (3) considerar e apresentar as principais contribuições de uma brinquedoteca capazes de abrandar os prejuízos e consequências do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH. Um dos principais papeis da pedagogia é o de mitigar ao máximo os riscos sobre a aprendizagem, aproveitando com eficácia e humanização cada oportunidade no ambiente escolar. Dentre muitos processos existentes, como a orientação pedagógica, a psicopedagogia, entre outros, está a brinquedoteca, que pode ser, e é papel desta pesquisa ser fator contribuinte para a expressão dessa possibilidade, um grande instrumento na minimização das dificuldades de aprendizagem, se tratada com seriedade e não como apenas uma sala de recreação, onde os alunos são deixados sem supervisão ou sequer planejamento. A brinquedoteca pode ser utilizada, além de um lugar pedagógico fora da sala de aula, como ferramenta de motivação e recompensa para os alunos com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH, facilitando o relacionamento aluno- professor e proporcionando vínculos de confiança., além de propiciar um clima sem a pressão e obrigatoriedade tradicionais de uma sala de aula e abordagem convencional. 13 1 CAPITULO I A psicologia do desenvolvimento trata-se do ramo da psicologia que se debruça por sobre questões correlatas as capacidades adquiridas por indivíduos ao longo da vida, bem como de que forma se diferenciam, dados os aspectos de desenvolvimento individual e coletivo: aspectos psicossociais, ambientais, entre outros. Assim, essencialmente o estudo acerca do desenvolvimento do ciclo vital humano “é a área de conhecimento da psicologia que busca compreender como e por que as pessoas se modificam, e como e por que elas permanecem as mesmas nosvários momentos de sua vida, à medida que envelhecem” (BERGER, p. 3, 2001). 1.1 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO CICLO VITAL O ciclo vital caracteriza-se pelo processo de desenvolvimento humano de forma integral, isto é, durante toda a vida, desde a concepção ate a morte. O ciclo vital humano é compreendido por meio das fases pré-natal, primeira, segunda e terceira infância, adolescência, início da vida adulta, vida adulta intermediária e vida adulta tardia, a partir das quais serão discutidas aquelas com mais impacto sobre os anos que compreendem a primeira fase do ensino fundamental. Ou seja, da concepção à terceira infância, considero o período de desenvolvimento essencial para o ser humano. “A infância é uma etapa fundamental no desenvolvimento humano, marcada pelas atividades físicas intensas, sendo que estas são necessárias para que a criança possa ir aos poucos explorando e conhecendo o ambiente a sua volta e assim, consequentemente, crescendo normalmente e aprimorando seu conhecimento sobre o mundo” (OLIVEIRA, p. 2, 2009). 1.1.1 PRÉ-NATAL (concepção ao nascimento) Embora frequente seja o pensamento do início da vida a partir do nascimento, os seres humanos iniciam seu processo de desenvolvimento do ciclo vital a partir dos nove meses de gestação, mais especificamente no momento da concepção, quando espermatozoides e óvulos se encontram para, a partir disso, serem desenvolvidas características genéticas, bem como todo o corpo do feto. 1.1.2 PRIMEIRA INFÂNCIA (nascimento aos três anos) Na primeira infância, compreendida do nascimento até os três anos de idade, além dos cinco sentidos (tato, visão, paladar, audição e olfato) agora imersos num ambiente onde serão constantemente desenvolvidos e experimentados, os indivíduos passam 14 a possuir e desenvolver a autoconsciência (a percepção de si próprio) e a consciência de outros, adquirindo o interesse em outras crianças. 1.1.3 SEGUNDA INFÂNCIA (três aos seis anos) O período compreendido entre os três e seis anos de idade é denominado de segunda infância e, nesse ponto do desenvolvimento humano, a estrutura corporal dos indivíduos tende a se desenvolver mais e a assemelhar-se proporcionalmente a estrutura corporal de adultos. Segundo PAPALIA (p. 40, 2013), nesta fase, “o pensamento é um tanto egocêntrico, mas aumenta a compreensão do ponto de vista dos outros. A imaturidade cognitiva resulta em algumas ideias ilógicas sobre o mundo. Desenvolve-se a identidade de gênero”. O Autor ainda explica que, nesse período, “a substância cinzenta diminui em uma onda inversa à medida que o cérebro amadurece e conexões neurais são desativadas, ou seja, com o tempo há uma perda na densidade da massa cinzenta, o que gera, paradoxalmente, um maior amadurecimento, um funcionamento mais eficiente” (PAPALIA, p. 40, 2013). 1.1.4 TERCEIRÂ INFÂNCIA (seis aos onze anos) Na terceira infância ocorre, entre outras coisas, diminuição do crescimento físico da criança e de sinais egocêntricos, isto é, a consciência da criança já não é tão voltada para si mesma quanto era na primeira infância. Além disso, a terceira infância é uma fase com bastante recorrência de sinais de necessidades especiais, tanto nos casos de diminuição das capacidades como no de alto grau de habilidades, que demandam a mesma intensidade de cuidados. É, geralmente, na terceira infância onde são realizados os diagnósticos de patologias, distúrbios ou transtornos. Salienta-se que se tratando de transtornos, nem sempre os indivíduos têm suas capacidades cognitivas diminuídas, mas também existem caso onde são ampliadas. Entretanto, ambas situações preconizam por cuidados intensivos. 1.2 IMPORTÁNCIA DE PESQUISAS VOLTADAS ÂS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM A educação e seus litígios residem e se estabelecem em terrenos subjetivos e ambivalentes, onde variáveis responsáveis pelo sucesso ou fracasso do processo de ensino-aprendizagem são indeléveis. Isto é, na sala de aula, cada indivíduo possui 15 diferentes aspectos e se encontra sob efeitos de diversas influências distintas, tais como saúde física e mental, alimentação, relações de poder dentro e fora da escola, grau de desenvolvimento na primeira infância, estrutura familiar, base sociocultural, aspectos socioeconômicos, entre outros, que podem influenciar cada aluno de diferentes formas. Diante disso, torna-se imprescindível a valorização e estímulo às pesquisas voltadas, diretas ou indiretamente, às dificuldades de aprendizagem, haja vista se tratar de um tema primordial para a pedagogia. 1.3 AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM 1.3.1 APRENDIZAGEM De forma prima, ao discorrer-se acerca das dificuldades de aprendizagem, bem como temas relacionados a essas, faz-se imprescindível que o conceito base seja integralmente entendido. Para tanto é preciso que se esclareça acerca do conceito aprendizagem, que compõe a absorção de novos conhecimentos, habilidades e comportamentos, por meio e/ou motivada pela necessidade (fisiológica e/ou psicológica) que cada individuo possui de se adaptar ao meio em que vive, isto é, a realidade na qual está inserido. “Dependendo do contexto, o termo pode designar o processo ou o seu resultado. Ou seja, no decurso da aprendizagem, dois fenómenos se verificam: por um lado, o organismo aprende, adquire os novos comportamentos e conhecimentos, graças a todo um envolvimento dos processos psicológicos e fisiológicos de adaptação ao meio. Por outro, após a apreensão dos comportamentos e conhecimentos, o organismo serve-se dessas aquisições para fazer uma relação com outras circunstâncias ” (PINTO E FERNANDES, p. 46, 2014). Segundo PINTO E FERNANDES (p. 46, 2014), “a aprendizagem abarca, ainda, estradas e codificações informacionais nos receptores sistêmicos do organismo, que posteriormente, após a codificação armazena devidamente a fim de que esteja acessível, caso seja necessária qualquer recuperação. O armazenamento da informação é realizada através da memoria interna e significa, por outras palavras, a persistência da informação ao longo do tempo. A recuperação que é o terminal de saída da informação do processo da memória refere-se ao uso da informação armazenada. ” Diante do acertado pelo Autor, entende-se que a recuperação de determinada informação pode tornar-se mais fácil se, no momento do armazenamento na memória interna, estruturada sobre bases de outros conhecimentos existentes, isto é, outras informações já absorvidas, codificadas e armazenadas. 16 1.3.2 DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM (conceito) As dificuldades de aprendizagem ou, como também são conhecidas, transtornos da aprendizagem tratam-se de desordenamentos distintos causados por dificuldades na aquisição e utilização da compreensão. Outros autores também as descrevem como um grupo diversificado de mal funcionamentos cerebrais cujos resultados principais são as dificuldades de utilização dos cinco sentidos em prol da aprendizagem, como a seguir: “Termo geral que se refere a um grupo heterogêneo de desordens manifestadas por dificuldades significativas na aquisição e utilização da compreensão auditiva, da fala, da leitura, da escrita e do raciocínio, de acordo com a definição do National Joint Committee of Learning Disabilities (NJCLD). A criança com dificuldades de aprendizagem é considerada normal e apenas possui a necessidade de aprender de uma forma diferente da tradicional. Um exemplo de dificuldade de aprendizagem, que não significa deficiência nem doença, é a dislexia. ” (MENEZES, 2001) 1.3.3 AS PRINCIPAIS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM 1.3.3.1 DIFICULDADE DE LEITURA – DISLEXIA Entre os principais problemas relacionados a aprendizagem está a dislexia, que nada mais é do que o desarranjo no momento de decodificação de modo geral, que pode interferir principalmente na leitura e escrita. “A dislexia é entendida como uma dificuldade em identificar, compreendere reproduzir os símbolos, o que origina problemas na aprendizagem da leitura e da ortografia ” (RIDEAU, 1977). A dislexia implica nas capacidades que o indivíduo tem para decifrar símbolos e códigos, fazendo com que a criança portadora embaralhe as palavras e sinais gráficos ou absorva as palavras de um texto fora da ordem convencional, “assim, quando um disléxico lê um texto, pode chegar a substituições completas, dizendo uma palavra em vez da outra, ou chegar a suprimir mais ou menos voluntariamente palavras difíceis de decifrar ” (RIDEAU, 1977). A principal estratégia de resposta à dislexia é a prevenção, de forma a se utilizar métodos que previnam essa dificuldade e direcionem o processo de ensino- aprendizagem por um caminho com menos obstáculos, como acertam PINTO E FERNANDES (p. 48, 2014): “Para resolver ou minimizar os efeitos da dislexia, devem ser aplicadas técnicas de ensino que facilitem a aquisição dos primeiros passos em direcção a escrita, como por exemplo, iniciar com a aprendizagem do alfabeto, de seguida, associar as letras em sílabas e depois, passar às palavras e à juncão destas para formar períodos. Importa salientar que, para 17 o sucesso da actividade de recuperação é indispensável a colaboração do educador, professor, pais e a criança. “ 1.3.3.2 DIFICULDADE DE CÁLCULO – DISCALCULIA Segundo PINTO E FERNANDES (p. 48, 2014), “trata-se de uma dificuldade em aprender o cálculo elementar nas crianças que em outras matérias podem até ter um bom nível escolar intelectual”. Isto é, indivíduos que não possuem a menor tipificação de falhas ou déficits de aprendizagem nas demais disciplinas escolares, encontram uma dificuldade média ou grave na aprendizagem e realização de cálculos básicos, como, por exemplo, adição e subtração. RIDEAU (1977) complementa discorrendo como uma dificuldade inerente aos números e respectivas correlações, como exemplifica: “Traduz-se pela dificuldade em integrar as noções numéricas, em compreender o mecanismo da numeração, as operações simples como adição, divisão, subtração entre outras. As dificuldades dizem respeito à integração e utilização dos símbolos numéricos. ” Essa dificuldade está alojada, por assim dizer, na interpretação e respectiva tomada de decisão acerca dos cálculos, de forma que o indivíduo portador, via de regra, não alcança a etapa de resolução dos problemas, antes não consegue estabelecer conexões lógicas que o permitam decidir qual caminho seguir para a resolução do problema numérico. Como PINTO E FERNANDES (p. 48, 2014) apresentam: “Uma criança que é portadora desta dificuldade apresenta maus resultados em cálculo, principalmente a partir da escola primária. Quando a criança se encontra face a problemas que necessitem de um raciocínio pessoal, não consegue saber que operação deve utilizar para conseguir a solução, hesita no caminho a seguir e não descobre o que realmente deverá fazer. ” Para os autores, diante da discalculia se faz necessário recompensas constantes e sistema de encorajamento, além do favorecimento de atividades e problemas que estimulem a curiosidade e senso investigativo. “Para minimizar os problemas da discalculia devem favorecer-se actividades como: realização de exercícios que tenham em vista favorecer o espírito de investigação, de raciocínio, de criação, estimulando a evocação verbal e fazendo com que a criança adquira a noção de número e das diferentes operações e é necessário estimular, encorajar e recompensá-la constantemente ” (PINTO E FERNANDES, p. 48 2014). 18 1.3.3.3 DIFICULDADE NA ESCRITA – DISGRAFIA Para PINTO E FERNANDES (p. 49, 2014), “essa dificuldade é marcada pela dificuldade em aprender a escrever tendo em conta a idade cronológica da criança, o seu quociente de inteligência e o nível de escolaridade próprio da sua idade”. Portanto, a disgrafia, apesar de aparentemente correlata à dislexia, estende-se apenas sobre o processo de aquisição da escrita, podendo tanto ser marcada pela dificuldade geral, pela dificuldade de reprodução dos códigos gráficos ou mesmo pela dificuldade motora de manuseio e instrumentação das ferramentas básicas de escrita. Para atenuar essa dificuldade “é necessário utilizar técnicas especializadas que permitam a recuperação de uma motricidade adaptada (supressão da rigidez ao nível da mão e do antebraço) ” (PINTO E FERNANDES, p. 49, 2014). 1.3.3.4 DIFICULDADE NA FALA – DISLALIA Os indivíduos portadores dessa dificuldade apresentam significativas dificuldades na utilização da fala. A dislalia pode provocar discrepâncias nos órgãos do aparelho fonético, prejudicando assim a produção de sons por meio da movimentação da língua. A principal estratégia contra a dislalia e os efeitos negativos aos portadores dessa dificuldade é a consulta com profissionais qualificados, como os fonoaudiólogos. 1.3.3.5 DIFICULDADE ORTOGRÁFICA – DISORTOGRAFIA Indivíduos portadores da disortografia são recorrentemente comprometidos pela dislexia e disgrafia. Apesar de também ser uma dificuldade correlata a comunicação escrita, a disortografia é mais agressiva e seus sintomas mais amplos. A criança portadora pode apresentar desde ausência de desejo pela escrita até dificuldade média e alta para desenvolver orações concaternadas. 1.3.3.6 DIFICULDADE DE CONCENTRAÇÃO E HIPERATIVIDADE – TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE – TDAH Entre as principais causas do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH está a causa genética, porém também pode ser desencadeado por álcool, tabaco e outras drogas durante o período gestacional. O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH já é reconhecido pela Organização Mundial de 19 Saúde – OMS como um transtorno legítimo com implicações neurológicas que podem ser severas. De acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção – ABDA, os sintomas decorridos do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH podem ser resumidos a baixa concentração, inquietude e impulsividade. 1.3.4 TRANSTORNO DE DÉFICT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE – TDAH Como explicado por CASTRO (p. 62, 2018), “o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição do neurodesenvolvimento caracterizada pela combinação de sintomas de desatenção, hiperatividade e/ou impulsividade”. Diante disso, se faz mister salientar a importância de estudos, pesquisas e publicidade acerca do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH, haja vista sua recorrente desqualificação como patologia dado que a maior parte dos sintomas apresentados pelos portadores podem ser vistos apenas como mais intensos ou substancialmente desproporcionais se comparados com indivíduos da mesma faixa etária, acabando por serem superficialmente descritos e intitulados (popularmente) como “fase”, “frescura”, “preguiça”, “falta de interesse”, entre outros termos deveras recorrentes na comunidade com menos instrução. CATRO (p. 62, 2018) aponta ainda que “apesar de ser um transtorno que costuma surgir na infância, é comum que ele persista na idade adulta, ocasionando prejuízos nas diferentes dimensões do desenvolvimento, principalmente social, acadêmico e profissional”. O que reforça a necessidade de tratamento e devidos cuidados estratégicos ainda na infância. Segundo a Associação Brasileira do Déficit de Atenção – ABDA, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH é definido como um transtorno neurobiológico, isto é, patologias cerebrais, vertebrais e nervosas que podem causar desde tumores no cérebro, epilepsia, entre outras, acidentes vasculares cerebrais até Demência Fronto Temporal – DFT (padrão de demência a partir da qual se desencadeia a degeneração dos lóbulos frontais e/ou lóbulos temporais, que são responsáveis, entre outras coisas, por regular o comportamento de modo geral, julgamento e humor). 20O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH, assim como a Transtorno do Espectro Autista – TEA, é um transtorno proveniente de causas genéticas que recorrentemente manifesta-se durante a infância e permanece com os portadores ao longo de toda a vida. O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH é principalmente uma patologia genética, entretanto pode ser desencadeado pelo abuso de álcool, tabaco e outras drogas durante a gestação. Além disso, condicionado pela frequência com que os sintomas se manifestam pode ser classificado entre Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH combinado, onde os sintomas referentes à atenção e hiperatividade se manifestam igualitariamente, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH predominantemente desatento, onde os sintomas de déficit de atenção prevalecem, ou Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH predominantemente hiperativo e impulsivo, quando o portador apresenta a maioria dos sintomas relacionados á hiperatividade. A quantidade de sintomas apresentados e o quão comprometido é o funcionamento cerebral dos portadores, faz com que o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH possa ainda variar como leve, moderado e grave. “De forma geral, o indivíduo com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade – TDAH pode apresentar desempenho abaixo do esperado, alcançar escolaridade menor, e apresentar maior probabilidade de desemprego, insucesso profissional, e problemas de relacionamento interpessoal no trabalho” (CASTRO, p. 62-63, 2018). 1.3.4.1 PREJUÍZOS E CONSEQUÊNCIAS Além de prejuízos à autoestima, déficits no rendimento profissional e acadêmico, conflitos sociais, que podem desencadear alcoolismo, abuso de substancias psicoativas, “Segundo o DSM-5, há 18 sintomas principais do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade – TDAH, sendo nove referentes à desatenção e nove, à hiperatividade/impulsividade. Durante o processo diagnóstico, é necessário que o indivíduo apresente, no mínimo, seis sintomas (para adultos o número necessário é cinco) persistentes por, pelo menos, seis meses” (CASTRO, p. 62, 2018). As principais manifestações dos sintomas do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH são comprometimento da atenção, que desencadeia o não cumprimento e interrupção de tarefas, além da distração de modo geral. Para CASTRO (p. 67, 2018), “tais dificuldades são identificadas como obstáculos para o sucesso no profissional, apesar de suas capacidades, por vezes, notáveis”, o que 21 evidencia ainda mais as necessidades de intervenção pedagógica nos indivíduos portadores dessa dificuldade. Além disso, ainda sob o pensamento de CASTRO (p. 67, 2018), no aspecto direcionado à dificuldade de atenção, dificuldade de prestar a atenção e erros por descuido; dificuldade em manter a atenção em tarefas lúdicas; “Não escutar” quando alguém lhe dirige a palavras; dificuldade em seguir instruções de forma completa e finalizar atividades; dificuldade para organizar tarefas; evitar envolvimento em tarefas que exijam esforço mental prolongado; perder coisas; e facilmente se distrair por estímulos externos, além de esquecimento de atividades cotidianas. Já acerca da hiperatividade e impulsividade, CASTRO (p. 67, 2018) apresenta os sintomas de remexer ou batucar as mãos ou pés ou mesmo se contorcer na cadeira; levantar em situações em que o esperado e permanecer sentado; correr ou subir em objetos em situações inapropriadas; incapacidade de envolvimento em atividades de lazer de forma calma; falar demais; e responder antes que a pergunta tenha sido concluída, dificuldade para esperar a vez, interromper. Os principais prejuízos do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH na vida dos indivíduos portadores são referentes aos âmbitos sociais e profissionais. “Os principais impactos evidenciados pelos estudos foram no desenvolvimento afetivo-emocional, educacional, desempenho profissional, gestão financeira, relacionamento interpessoal, relacionamento conjugal e exercício das funções parentais” (CASTRO, p. 61 2018). E, segundo CASTRO (p. 65, 2018), “em estudo realizado com amostra de grande amplitude de idade (20 a 56 anos), foram observados níveis diferenciados de angústia e ansiedade”. O autor (p. 63, 2018) explica ainda que “na idade adulta, a hiperatividade pode ser manifesta por excesso de atividades ou trabalho”. “O presente trabalho demonstrou que adultos com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade – TDAH possuem impactos negativos e significativos em diferentes aspectos de seu desenvolvimento: afetivo- emocional; desenvolvimento educacional; desempenho profissional; gestão financeira; relacionamento interpessoal; relacionamento conjugal e exercício de suas funções parentais. Os diferentes impactos podem ser mediados por déficits nas funções executivas, uma vez que representam habilidades relacionadas com a autonomia e autorregulação. Os estudos enfatizam que o diagnóstico precoce e intervenções adequadas podem minimizar os impactos causados pelo transtorno de déficit de atenção e hiperatividade – TDAH” (CASTRO, p. 69, 2018). CASTRO (p. 61, 2018) acredita que “o diagnóstico precoce e intervenções adequadas podem minimizar tais impactos”, e portanto, torna-se razoável concluir que o 22 Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH é um transtorno com consequências criticas na vida dos indivíduos portadores, não limitando-se a infância mas estendendo-se a toda vida adulta, provocando maiores probabilidades de desemprego, gravidez e problemas conjugais. “Adultos com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH possuem impactos negativos e significativos em diferentes aspectos de seu desenvolvimento e que podem ser mediados pelos déficits nas funções executivas” (CASTRO, p. 61, 2018). 1.3.4.2 PRINCIPAIS ESTRATÉGIAS (Contra o TDAH) Como anteriormente expresso, os indivíduos portadores do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH possuem dificuldades em manter o foco e atenção, além de também não conseguirem com facilidade permanecerem quietos ou em atividades que demandem excessiva concentração por longos períodos. Diante disso, praticas pedagógicas estratégicas para lidar com essas dificuldades são imprescindíveis para que se alcance níveis razoáveis no que diz respeito ao ensino- aprendizagem dessas crianças. Haja vista o fácil e precoce entediamento e dispersão dos indivíduos portadores, uma estratégia assertiva para burlar essa dificuldade e intensificar o progresso de ensino é a diversificação da rotina de aula, bem como das ferramentas de ensino. Para tanto, os professores e pedagogos podem utilizar livros com gravuras e muitas cores, que despertam a curiosidade e atenção de crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH, filmes e vídeos diferentes, além das brincadeiras pedagógicas. Tudo isso atrelado a organização estratégica da utilização dessas ferramentas para não se repetirem com demasiada frequência e tornarem-se banais e corriqueiras para as crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH. Outro meio para ampliação do método de ensino de crianças portadoras de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH é a promoção da pratica e repetição, haja vista o fato de que os indivíduos portadores do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH possuírem grande dificuldade na memorização de seguimentos e organização de modo geral. Diante disso, a estratégia deve ser promover a repetição e pratica naturais aos alunos, fazendo com que repassem 23 informações aos colegas de sala de forma dinâmica, sempre com o cuidado e atenção para não os esgotar. Além disso, no que diz respeito a instrução de indivíduos com Transtorno de Déficitde Atenção e Hiperatividade – TDAH, uma ferramenta interessante para a facilitação da aprendizagem é a segmentação de tarefas, conteúdos, entre outros, em passos menores e menos complexos. Dessa forma, é preciso dividir tarefas em passos objetivos e claros. Por exemplo, ao invés da tarefa de organizar a biblioteca da sala de aula, é mais fácil para os portadores do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH reunirem todos os livros vermelhos para, depois de cumprida, receber a de reunir todos os livros azuis e assim clara e sucessivamente, para mitigar os riscos de confusão por parte das crianças sobre o que, quando, em que ordem e de que forma devem fazer as atividades (falar e citar sobre o small victories). Outra estratégia que não pode ser ignorada é o reforço de estímulos e do sistema de recompensas, que é essencial para o bom convívio e aprendizagem de crianças portadoras de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH. Professores, pedagogos e familiares precisam sempre que necessário incentivar positivamente os indivíduos portadores de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH com elogios, ferramentas como estrelinhas de pontuação, brindes, prêmios, entre outros. Salienta-se que no que concerne ao sistema de recompensas é necessário um olhar mais criterioso na implementação e prática para na afetar negativamente as crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH num cenário de competição onde apenas um pode ganhar, por exemplo. É interessante que seja realizado reforço de todos os alunos, com foco, além de auxiliar os portadores de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH, mitigar o surgimento de ciúmes nos outros alunos por conta de tratamentos diferenciados. Dentre as principais estratégias para lidar com os indivíduos portadores de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH está a integração com os familiares, haja vista que o tratamento do Transtorno De déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH deve ser contínuo, presente na escola e em casa. Para tanto, a comunicação com os pais e/ou responsáveis é imprescindível no que tange ao alcance de níveis razoáveis de aprendizado e superação das dificuldades existentes. 24 1.4 FERRAMENTAS PEDAGÓGICAS A partir do termo ferramentas pedagógicas pode-se depreender uma vasta gama de significados correlações. A definição mais abrangente para ferramentas pedagógicas é a de que são tudo aquilo que pode ser utilizado com fins pedagógicos, ou seja, para promoção, ampliação e intensificação da aprendizagem. Cada ferramenta pedagógica, via de regra, pode ser útil para diversas finalidades, dependendo apenas da intenção de quem a estiver utilizando, bem com da intenção por trás do seu uso. 1.4.1 BRINQUEDOTECA Inserido no estudo do contexto histórico do termo brinquedoteca, é possível perceber a amplitude da definição e abrangência de outros termos como jogos, brincar, sala de brinquedos, brincar importa (play matters), biblioteca de livros (toy library), entre outros, ludotecas (lekotek). Elaborar acerca do brincar, cerne da conceituação da brinquedoteca, como direito das crianças torna-se indispensável, haja vista que “dar as crianças a possibilidade de brincar é o principal objetivo de uma brinquedoteca, como consta no art. 31 da convenção sobre os direitos da criança: “todas as crianças têm o direito de relaxar e brincar, e participar de uma ampla gama de atividades” “ (DE OLIVEIRA, p. 51, 2013). O brincar é essencial para a formação integral das crianças, tanto no que diz respeito ao intelecto como no que tange ao desenvolvimento físico motor. Por isso, “a importância do brincar, em seus diferentes aspectos, como o livre ou o dirigido, deve ser ressaltada, pois ainda há a ideia de que as crianças brincam de forma automática e que não há necessidade de orientação alguma. Mas, como qualquer outra habilidade, ela tem que ser aprendida e praticada” (DE OLIVEIRA, p. 51, 2013). 1.4.1.1 DEFINIÇÃO DE OLIVEIRA (p. 36, 2013), “”As brinquedotecas fornecem recursos para o brincar, incluindo jogos e brinquedos, para a equipe treinada e para o espaço designado”. Esta definição obteve o aval do Grupo Europeu de Brinquedotecas, em 2003, em sua reunião em Graz, na Áustria. Diante disso, entende-se que por brinquedotecas basicamente quaisquer lugares destinados ao lúdico e ao brincar. Entretanto, sobre a definição supracitada, o autor “considera que ela não cobre tudo o que uma brinquedoteca poderia ou deveria fazer, mas expressa sua essência”. 25 Portanto, apesar de não se limitarem às correlações diretas com o brincar, “as brinquedotecas têm como proposta fornecer brinquedos e jogos como recursos para o brincar” (DE OLIVEIRA, p. 36, 2013), além de que “emprestam brinquedos e jogos, proporcionam espaço e oportunidades para brincar e jogar, propiciam pontos de encontro” (DE OLIVEIRA, p. 44, 2013). Na essência da brinquedoteca também está o foco no empréstimo de brinquedos, com foco de envolver não apenas as crianças usuárias do equipamento, mas também suas respectivas famílias. Entretanto, segundo DE OLIVEIRA (P.36, 2013), “o empréstimo não é essencial, embora a maioria das brinquedotecas o faça, também a idade dos usuários das brinquedotecas não é mencionada. ” Assim, é razoável afirmar que o foco inicial e propulsor para o surgimento da brinquedoteca reflete sobre o que diz DE OLIVERIA (p. 36, 2013) acertando que “o objetivo de prover a brinquedoteca com brinquedos e jogos é favorecer o brincar, que pode se dar numa brinquedoteca ou em qualquer outro lugar”. Entretanto, a extensão das contribuições possíveis à uma desses equipamentos é vasta e bastante variável, de forma que “uma brinquedoteca pode fornecer brinquedos e jogos também para outros fins, como para promover a aprendizagem ou habilidades, para manter as tradições culturais, para ajudar os pais na criação dos filhos, ou para promover um comportamento responsável nas crianças, por exemplo, mas o brincar é seu objetivo essencial” (DE OLIVEIRA, p. 36, 2013). As brinquedotecas também figuram como instrumentos de socialização e civilidade na formação de cidadãos e na promoção de da cultura e tradição, como explica DE OLIVEIRA (p. 37, 2013), “as brinquedotecas de um pais refletem sua cultura, seu modo de fazer as coisas. São organizações que podem propiciar o brincar para diferentes públicos, de diversas maneiras”. DE OLIVEIRA (p. 39, 2013) aponta ainda que “os responsáveis pelas brincadeiras e jogos podem ser pais, vizinhos, ou ainda voluntários ou profissionais em tempo integral”. Em alguns países as brinquedotecas são gerenciadas por voluntários, geralmente pais cujos filhos demandam a necessidade do apoio proveniente de uma brinquedoteca ou profissionais brinquedista, qualificados e voluntários para o serviço em prol do brincar. A estrutura e nível hierárquico da brinquedoteca também pode variar, podendo ser um equipamento hospitalar, acadêmico, instrutivo ou recreativo e social, nos casos de 26 brinquedotecas independentes, muito recorrentes principalmente na China. Além disso, “a brinquedoteca pode existir sozinha e independente ou fazer parte de uma organização maior. Quer o brincar seja com computadores, quer com objetos mais primitivos, é o brincar e a interação que fazem uma brinquedoteca” (DE OLIVEIRA, p. 37, 2013). 1.4.1.2 HISTÓRIA E CONTEXTO Segundo DE OLIVEIRA (p. 16, 2013), “o surgimento da primeira toy library está relacionado com a Grande Depressão Americana, nos anos de 1930, que impôs tempos difíceis até para famílias de posses”. No contexto da época, um lojista notara que algumas crianças de escolas particulares roubavam peças com as quais construíam brinquedos. A diretora responsável pela escola das crianças as considerava “crianças boas, de casas finas, cujos pais, em decorrênciada Depressão, não tinham condições de prover brinquedos, que são a base das necessidades de desenvolvimento das crianças” (MOORE, p. 9, 1995). A partir de então, com foco em desmotivar os delitos cometidos por parte das crianças, fora criada em 1995 a primeira biblioteca de brinquedos (toy library), que consistia num sistema público de empréstimo de brinquedos, que, segundo DE OLIVEIRA (p. 16, 2013), “por muito tempo, foi o gênero predominante”. O autor comenta que “nesse contexto, ocorre a ampliação das bibliotecas de brinquedos, que se especializam no atendimento de crianças com deficiência e suas famílias”. Após o surgimento das futuras bibliotecas nos Estados Unidos, nas décadas de 1960 e 1970, surgira em alguns países ferramentas similares e em 1980, passara a existir também no Brasil. “A maioria dos equipamentos foi criada por volta dos anos de 1960 e 1970 e, em países como Brasil, China e República da Irlanda, nos anos de 1980” (DE OLIVEIRA, p. 20, 2013). “A primeira experiência decorre de um projeto de 1984, quando o governo do Estado de São Paulo implanta as seis primeiras brinquedotecas nas escolas publicas, uma delas junto ao Labrimp/Feusp” (DE OLIVEIRA, p. 23, 2013). “No Brasil, os primeiros brinquedos que se têm notícias são os fabricados pelos índios utilizando cascas de frutas secas, sementes e conchas” (MELO e VALLE, p. 2, 2005). Por meio de uma pesquisa realizada em 2009, depreenderam-se a existência de quase 600 brinquedotecas, segmentadas em pelo menos 8 tipificações, como DE 27 OLIVEIRA (p. 21, 2013): “1) 212 em laboratórios, centros de pesquisa, extensão e estudo de práticas; 2) 109 hospitalares e terapêuticas; 3) 98 escolares; 4) 78 em centros comunitários, culturais e esportivos; 5) 17 em ONGs; 6) 10 itinerantes; 7) 8 em instituições penais; e 8) 33 em lugares ou tipificações diversas. ” Salienta-se que das quase 600 brinquedotecas brasileiras mais da metade delas encontram-se em espaços acadêmicos (em escolas ou curso de formação de professores para a infância), segundo DE OLIVEIRA (p. 22, 2013), “essa especificidade de alocar as brinquedotecas no interior de cursos superiores diverge das experiências internacionais, como nos Estados Unidos, em que 12% das toy libraries estão nas escolas, mas não em cursos superiores”, o que evidencia a importância da formação de profissionais qualificados para o manuseio dessa poderosa ferramenta pedagógica. Para DE OLIVEIRA (p. 22, 2013), “o predomínio de equipamentos na área da educação pode ser explicado por várias razões que precisam ser investigadas”. O autor evidencia que entre essas principais razões estão a política pública brasileira com valorização acentuada no brincar, a necessidade de qualificação de profissionais na área e a carência de brinquedos em instituições de educação. Diante disso, torna-se razoável compreender o papel do brincar na formação das crianças e o papel da brinquedoteca como ferramenta pedagógica de apoio as crianças, famílias, professores e pedagogos. Como acerta DE OLIVEIRA (p. 23, 2013), sobre como “a valorização dos jogos continua no segmento da segunda infância, na educação das crianças de seis anos do Ensino Fundamental”, que, diga- se de passagem, paralelamente se insere na principal fase de diagnósticos e manifestações dos sintomas do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH. 1.4.2 A BRINQUEDOTECA INSERIDA NO AMBIENTE EDUCACIONAL E SUA RELAÇÃO COM OS ALUNOS “A brinquedoteca vista como lugar para a infância brincar, emprestar brinquedos e espaço de interações entre crianças e entre pais/profissionais e crianças, pressupõe finalidade educativas, que não se confundem com o ensinar” (DE OLIVEIRA, p. 31, 2013), contudo, importa salientar que não se confundem com, tampouco excluem o ensinar. 28 A brinquedoteca, inserida no contexto educacional, figura como estímulo e motivação para o antro do lúdico, bem como também se apresenta como ferramenta pedagógica útil em diversos aspectos do ambiente escolar. 1.4.2.1 PREJUÍZOS Existem linhas de pensamento acerca de pontualidades negativas inseridas no contexto das brincadeiras, jogos e brinquedotecas. “o respeito à infância e ao brincar requer a reordenação das funções desses equipamentos para que a criança seja sujeito de direitos e não objeto de opressão de sistemas que a transformam em in-fans, sem voz e sem controle de seu próprio brincar” (DE OLIVEIRA, p. 31, 2013). DE OLEIVEIRA (2013) acredita que o brincar por vezes é menosprezado apenas como equipamento de controle e ensino completamente guiado, isto é, como um momento onde a criança brincará com brinquedos específicos de maneiras especificas e limitadas, com foco apenas nos objetivos e conquistas potenciais a partir do brincar. Entretanto, acredita-se que o brincar é o fim em si mesmo, elevando o lúdico como foco da atividade e parte essencial para o bom desenvolvimento integral do ser. É necessário que o brincar seja utilizado como ferramenta pedagógica sem que se esqueça ou negligencie-se o aspecto lúdico inerente a atitude de brincar, que não é automática e não de deve ser estritamente regulada e controlada, pois reflete na dignificação do ser, pessoalidade das crianças, desenvolvimento da consciência e bem-estar. o que sustenta o pensamento de que “a falta de atenção à agencia da criança e o controle total do adulto no jogo são aspectos que merecem maior reflexão por parte dos professores” (DE OLIVEIRA, p. 31, 2013). Assim, é possível que brinquedotecas, bem como o brincar, não sejam integralmente aproveitadas em tudo aquilo que se pode conseguir a partir da sua utilização consciente, pois “embora seja grande o volume de usuários na infância, das brinquedotecas, nem sempre se pode afirmar que o brincar seja garantido nesses espaços” (DE OLIVEIRA, p. 29, 2013), haja vista que muitas vezes ainda que a criança esteja interagindo com algum tipo de jogo ou brinquedo – e mesmo estando em uma brinquedoteca – ela pode não estar de fato disfrutando do brincar pelo brincar. 29 1.4.2.2 CONTRIBUIÇÕES Entre as principais contribuições da brinquedoteca estão a contextualização e estimulo da ludicidade inserida na realidade de cada usuário, “a ludicidade que se estimula nas ludotecas e, nesse sentido, a contribuição que essas instituições fazem à cidadania é enorme e incalculável, já que se estende, abarca e se inter-relaciona com as diferentes etapas vitais e com os distintos âmbitos da vida real da sociedade civil, em nível individual e coletivo” (DE OLIVEIRA, p. 61, 2013). A brinquedoteca contribui ainda para a promoção e incentivos ao respeito à diversidade por meio do ato de brincar, desenvolvimento de formas distintas de comunicação e expressão interpessoal, entre outras coisas, aproveitamento das ações do brincar, em todos os aspectos e possibilidades. “Há brinquedotecas de lazer para melhorar a recreação de adolescentes e brinquedotecas para proporcionar locais de trabalho e habitação” (DE OLIVEIRA, p. 88, 2013). Além das contribuições supracitadas, a brinquedoteca – se bem administrada e utilizada – também pode proporcionar o estabelecimento de unidade e pertencimento, que, por sua vez, promovem relacionamento com respeito mútuo e imersão sociocultural. Por exemplo, “no Japão as atividades das brinquedotecas criaram nova energia e um senso de união entre voluntários e pais, o que possibilitou o início de novas atividades culturais” DE OLIVEIRA (p. 97, 2013). As brinquedotecas ainda são excelentes protetoras da cultura e identidade regionais, haja vista que muitos brinquedos, jogos e brincadeiras possuem vieses conectados profundamente nas raízes culturais locais. Segundo DE OLIVEIRA (p. 81, 2013), as brinquedotecas também contribuem para a valorização do brincar e ajuda na inserção de jogos e brincadeiras familiares, juvenis, entre outros, e ainda “têm contribuídopara diversificar os jogos e brinquedos e a incluí-los não apenas nas festas, tradicionais ou maiores, mas também em todas elas, de tal forma que hoje é difícil conceber jornadas dinamizadoras com objetivos diversos sem espaço e tempo definidos para o brincar e para a recreação infantil, juvenil e familiar.” No que diz respeito ao antro das contribuições de uma brinquedoteca torna-se importante salientar que, como DE OLIVEIRA (p. 88, 2013) apresenta, “após 28 anos da constituição do CJB, as funções das brinquedotecas estão se modificando em conformidade com as mudanças na situação social”, mostrando portanto que as brinquedotecas, além de equipamentos do brincar e ferramentas pedagógicas, são 30 também uma manifestação sociocultural da realidade onde estão inseridas, apresentando-se cada vez mais como um fator crucial para o bem-estar social e psicológico dos seus usuários (crianças, familiares, amigos, professores, pedagogos, entre outros). “De acordo com os dados da pesquisa, as brinquedotecas funcionam como um maravilhoso sistema de auxilio à família, uma vez que proporcionam um lugar onde os irmãos podem brincar com voluntários” DE OLIVEIRA (p. 90, 2013). Diante disso, as contribuições da brinquedoteca se estendem não apenas às crianças que a utilizam, mas também às famílias dessas crianças, os amigos, professores, pedagogos e terapeutas e todos aqueles a sua volta. “Dito de outro modo, a brinquedoteca contribui para o bem-estar” DE OLIVEIRA (p. 92, 2013). 31 2 CAPÍTULO II 2.1 METODOLOGIA De acordo com o Manual de Trabalho de Curso – TC (Pedagogia – EaD), a metodologia de pesquisa para a realização desta monografia será exclusivamente um levantamento bibliográfico, um trabalho de aprofundamento sobre o tema escolhido. Para tanto, o grupo desenvolveu pesquisas a partir de bibliotecas físicas e virtuais, do Google Acadêmico, sites e publicações sobre áreas de conhecimento relacionadas, bem como entrevistas disponibilizadas no Youtube com profissionais especialistas nas áreas estudadas. Para o desenvolvimento desta Monografia como um todo foram utilizados conhecimentos contextualizados acerca dos estágios do desenvolvimento do ciclo vital humano; das dificuldades de aprendizagem; da história e ocorrências das brinquedotecas; além de temas diversos relacionados com o brincar. Outra grande fonte de informações seguras utilizada fora a Associação Brasileira de Brinquedotecas – ABBrin e a Associação brasileira do Déficit de Atenção – ABDA, cujos sites foram de grande valia para o desenvolvimento inicial da Pesquisa e direcionamento dos estudos. Além disso, foram estudados diversos artigos e publicações direcionadas a temas como as brinquedotecas hospitalares, a importância do afeto no desenvolvimento infantil, o tratamento de crianças com câncer atrelado a brinquedotecas, a importância de brinquedotecas em cuidados paliativos, a importância do lúdico no desenvolvimento humano, entre outros, que discorrem acerca das brinquedotecas, jogos e brincadeiras como potentes e versáteis ferramentas pedagógicas. Por fim, talvez a principal fonte de pesquisa crítica fora o livro Brinquedoteca: Uma visão internacional. (Editora Vozes Limitada, 2013), que entre outras coisas, como a importância e potenciais contribuições das brinquedotecas, não apenas às crianças (com e sem deficiências), mas a toda a sociedade, sendo também uma ferramenta de imersão sociocultural, também propõe a analogia do controle excessivo dos jogos e brincadeiras e despersonalização das crianças (possível por meio do pensamento de operacionalização) de forma a transformar as brinquedotecas, jogos e brincadeiras de 32 ferramentas pedagógicas para ferramentas de opressão, desvalorizando assim o lúdico e as crianças como lideres e auto controladoras do próprio brincar. Essa linha de pensamento proporciona a reflexão sobre a ideia de controlar estritamente o brincar, o tempo, os brinquedos e brincadeiras para fins diferentes e alheios ao próprio brincar. E faz-se mister numa Pesquisa sobre a importância de jogos e brincadeiras. 33 3 CAPÍTULO III 3.1 ANÁLISE E DISCUSSÃO Primeiramente, prima-se pela reflexão de que estudar é o trabalho dos estudantes, visto que os mesmos, ainda que desempregados, não são considerados sem empregos e sim estudantes. Segundo MELO e VALLE (p. 2, 2005), “brincar é o trabalho da criança”, sendo então razoável considerar que uma estrutura de ensino e aprendizagem distante do brincar é inconcebível, haja vista a importância da supracitada ludicidade tão importante para o ensino, desenvolvimento e bem-estar de crianças, adolescentes, jovens e adultos. A brinquedoteca, junto dos jogos e brincadeiras, além de auxílio pedagógico, também promove a manutenção de relações e vínculos de confiança tanto entre crianças e familiares, quanto entre crianças e profissionais, sejam da área da saúde, sejam pedagogos, da educação. Como acerta OLIVEIRA (p. 5, 2009), “no momento de propor atividades para as crianças, buscou-se facilitar a interação entre acompanhante-criança com o objetivo de otimizar sua relação”. 3.1.1 A BRINQUEDOTECA COMO FERRAMENTA DE APOIO AO ENSINO Os jogos e brincadeiras, bem como a brinquedoteca, são considerados ferramentas capazes de apoiar e auxiliar o processo de ensino-aprendizagem, além do desenvolvimento sociocultural e cognitivos, de crianças, isto é, “o jogo é reconhecido como meio de fornecer à criança um ambiente agradável, motivador, planejado e enriquecido, que possibilita a aprendizagem de várias habilidades” (VALENTIM, p. 1, 2005). Como supra expresso acima no subtítulo 1.4.2.2, as brinquedotecas contribuem de diversas maneiras na vida, seja de crianças, adultos, familiares de indivíduos com necessidades excepcionais, entre outras coisas, acadêmica, profissional, pessoal e socialmente. “Estas não são apenas uma forma de desafogo ou entretenimento para gastar energia das crianças, mas meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual” (VALENTIM, p. 1, 2005). 34 As brinquedotecas e brincadeiras fomentam também o sucesso no processo de ensino-aprendizagem, concedendo às crianças habilidades socioculturais e cognitivas. “Assim, percebe-se que o brincar e o jogar constituiem-se como importantes fontes de desenvolvimento e aprendizagem, possibilitando ao aluno apropriar-se de conhecimentos e habilidades no âmbito da linguagem, cognição, dos valores e da sociabilidade” (VIEIRA E OLIVEIRA, p. 2, 2010). O autor comenta ainda que inseridas em jogos e brincadeiras, as crianças experienciam relações interpessoais, relações entre os próprios pensamentos, tomadas de decisões, entre outras coisas, a criação abstrata de modos aleatórios de se brincar, que proporcionam, em essência, acesso das crianças à ludicidade, isto é, como supracitado, o brincar pelo brincar, e todas as contribuições que essa pode trazer a vida dos indivíduos. Sendo, portanto, o brincar ferramenta precursora do desenvolvimento, bem como da aprendizagem, haja vista que, “nesse sentido, os jogos e as brincadeiras são instrumentos pedagógicos importantes e determinantes para o desenvolvimento da criança, pois no jogar e no brincar as mesmas habilidades necessárias para o seu processo de alfabetização e letramento” (VIEIRA E OLIVEIRA, p. 2, 2010). “Pode-se perceber a importância dos jogos e brincadeiras infantis para o desenvolvimento intelectual e social da criança, mas faz-se necessário também associar os mecanismos da aprendizagem com a integridade do sistema nervoso” (VALENTIM, p. 3, 2005). Inserido nesse contexto faz-se necessário salientar o ponto de vista que apresenta a problemática do controle completo dos jogos e brincadeiras apenas como meras ferramentas para um meio, deixando, muitas vezes, de lado o lado lúdico, amplo e despretensioso (como apresentado no subtítulo1.4.2.1 desta Monografia). Os jogos e brincadeiras além de muito úteis como auxiliadores no processo de alfabetização e letramento, também são utilizados vastamente como meios facilitadores da aprendizagem de ciências exatas, “evidenciando que a brincadeira constitui-se como uma das linguagens mais significativas das crianças, por mobilizar capacidades intelectuais, afetivas e sociais para sua realização” (VIEIRA E OLIVEIRA, p. 2, 2010). VALENTIM (p. 3, 2005) explica que “existem dois aspectos cruciais no emprego dos jogos como instrumentos de uma aprendizagem significativa”. O primeiro é o de 35 incentivo a ludicidade, descontração e autoafirmação da própria consciência, por meio de jogos e brincadeiras livres e guiadas apenas pelo sentido do brincar pelo próprio brincar, comandadas e reguladas apenas pelos próprios brincantes, isto é, as crianças. “Procurou-se também, incentivar as interações entre as crianças hospitalizadas com a finalidade de promover ambiente de desconcentração” (OLIVEIRA, p. 5, 2009). O segundo é a utilização de jogos e brincadeiras com fins pedagógicos, onde são pensados e escolhidos jogos, ambientes, entre outras coisas, tempo de duração específicos para se alcançar os objetivos e metas pré- estabelecidos. “Por meio do desenvolvimento do projeto, pode-se verificar que os jogos e brincadeiras possibilitam grandes contribuições para o desenvolvimento da criança no processo de alfabetização e letramento” (VIEIRA E OLIVEIRA, p. 9, 2010). Relacionando os jogos e brincadeiras ao processo de ensino aprendizagem de crianças portadoras de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH, também convenciona-se que os jogos e atividades lúdicas promovem o senso de regras e sequência nas crianças inseridas nas brincadeiras, estimulando-as assim a estarem mais propícias a respeitarem regras fora do ambiente da brinquedoteca. “Faz-se necessário ressaltar que os processos de desenvolvimento e de aprendizagem envolvidos no jogar e no brincar contribuíram de forma significativa nos processos de apropriação do conhecimento, uma vez que, quando as crianças durante as atividades lúdicas, foram submetidas a respeitarem regras, aprenderam a dominar seu próprio comportamento, desenvolveram o pensamento abstrato, a percepção visual, o autocontrole, a observação e a memorização” (VIEIRA E OLIVEIRA, p. 10, 2010). 3.1.2 A CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL E O CONTEXTO PEDAGÓGICO Imprescindível ao tratar-se acerca dos jogos, brincadeiras e brinquedotecas é a formação e capacitação dos profissionais responsáveis pela utilização dessas poderosas ferramentas para o desenvolvimento e bem-estar das crianças e seus familiares. “A preocupação com a qualidade dos cursos de pedagogia, que se multiplicam com laboratórios didáticos e brinquedotecas, leva o Serviço de Ensino Superior do Ministérios da Educação – Segu/MEC a considerar como critério de qualidade a presença de laboratórios didáticos com brinquedoteca no projeto pedagógico, indicando itens para sua análise: o uso da ludicidade como principio importante para o ensino-aprendizagem, instalações físicas, equipamentos, jogos e brinquedos em que professores em formação realizam simulações que favorecem o trabalho docente na Educação Infantil e Ensino Fundamental” DE OLIVEIRA (p. 25, 2013). 36 DE OLIVEIRA (p. 23, 2013) comenta que “o segundo fator que contribui para a expansão de equipamentos lúdicos é a necessidade de formação de quadros profissionais para implementar o brincar”, evidenciando ainda mais a necessidade de incentivos e formação dos profissionais brinquedistas. É necessário que os profissionais responsáveis pelos jogos, brincadeiras e brinquedotecas tenham capacitação suficiente para não excederem os limites dos jogos com fins pedagógicos, ultrapassando assim a linha tênue da eficácia da brinquedoteca. “Caso a equipe consista em professores treinados (que também estudaram os métodos de ações do brincar) e terapeutas, a escolha dos brinquedos será conforme o conhecimento profissional destes, e sua avaliação quanto ao nível de desenvolvimento da criança” (DE OLIVEIRA, p. 67, 2013). Os jogos e brincadeiras devem figurar como o centro gravitacional desses espaços e das atividades nele desenvolvidas, em segundo lugar vêm as crianças, que precisam ser reconhecidas em suas próprias particularidades, peculiaridades e necessidades. A capacitação profissional também é necessária para a regulagem do brincar pelo próprio brincar, isto é, dos jogos e brincadeiras com fins de recreação, descontração e construção de vínculos afetivos, de confiança e unidade entre os brincantes. Isso reflete em dois pontos importantes presentes na discussão acerca dos jogos e brincadeiras como ferramentas pedagógicas, que são a formação e capacitação profissional, por meio das quais o lúdico pode ser utilizado como apoio e estimulo ao processo de ensino aprendizagem, e o estimulo da ludicidade das crianças. DE OLIVEIRA (p. 23-24, 2013) corrobora e acerta que “desde sua criação, em 1984, a brinquedoteca como parte de laboratório de ensino tinha duas preocupações: a formação docente e a brincadeira livre”, isto é, a brinquedoteca como, respectivamente, lugar do brincar coordenado e guiado com propósitos pedagógicos e lugar do brincar despretensioso, noutras palavras, lugar do brincar pelo brincar. Outro fator importante é a publicidade do tema por meio de estudos acadêmicos, que estimula o debate e sua utilização no ambiente prático da educação. “A divulgação de estudos e pesquisas sobre o brincar e a multiplicação de congressos e eventos científicos em que o lúdico é o destaque criam as condições para a implementação desse equipamento nos cursos de Pedagogia” (DE OLIVEIRA, p. 23, 2013). 37 Portanto, junto de todas as contribuições potencias dos jogos, brincadeiras e brinquedotecas, é preciso que haja formação docente para a utilização dessas ferramentas. Não apenas nas áreas relacionadas a educação, haja vista os jogos e brincadeiras serem equipamentos interdisciplinares com fins quase ilimitados. Diga- se de passagem, “as brinquedotecas universitárias formam alunos, estagiários, monitores e brinquedista provenientes de cursos de Pedagogia, Psicopedagogia, Psicologia, Fisioterapia, Educação Física, Turismo, Letras, Nutrição, Matemática e outros” (DE OLIVEIRA, p. 26, 2013). 3.2 É POSSÍVEL UTILIZAR BRINQUEDOTECAS, JOGOS E BRINCADEIRAS PARA O ABRANDAMENTO DOS PREJUÍZOS E CONSEQUÊNCIAS DO TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE? “O “produto do brincar” é alegria e satisfação da criança, o sentimento de que “me diverti muito”. Por outro lado, também é verdade que a concentração e duração aumentam quando as crianças brincam com seus brinquedos preferidos. Depois de brincar com eles, verifica-se como “produto colateral” o chamado “desenvolvimento funcional”. É por conta disso que as brinquedotecas são altamente valorizadas como locais de auxilio ao desenvolvimento” (DE OLIVEIRA, p. 89, 2013). Os prejuízos e consequências principais causados pelo Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH podem ser resumidos pela dificuldade de atenção, memorização e organização, além de dificuldade de atenção especial e principalmente em tarefas lúdicas, (déficit de atenção) e pela inquietude, dificuldades de engajamento em atividades de lazer de forma calma, bem como dificuldades de aguardar a vez e recorrentes interrupções de modo geral (hiperatividade). Segundo DE OLIVEIRA (p. 52, 2013), “Algumas dessas crianças nascem com uma capacidade inata para desenvolver habilidades e conhecimento e têm uma resiliência que as ajudará a superar suas circunstancias de desvantagem”. A partir da utilização de brinquedotecas, brincadeiras e jogos e das contribuições e estímulos desses advindos, de acordo com os conhecimentos adquiridos por meio da realização desta Pesquisa
Compartilhar