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Raquel Diniz FARMÁCIA – 7º P BROMATOLOGIA | Bromatologia legal Análise de alimentos Tecnologia dos alimentos Toxicologia dos alimentos Bioquímica dos alimentos Microbiologgia dos alimentos CONSIDERAÇÕES GERAIS Bromatologia (grego) Bromatos: alimentos Logia: ciência A Bromatologia é a ciência que estuda os alimentos: Sua composição química; Sua ação no organismo; Seu valor alimentício e calórico; Suas propriedades físicas, químicas e toxicológicas; Adulterantes, contaminantes, fraudes. AVALIA NO ALIMENTO: Produção; Coleta; Transporte da matéria-prima; Venda como alimento natural ou industrializado; Especificações legais; Presença de adulterantes ou aditivos prejudiciais à saúde; Esterilização; Embalagens; Rótulos (desenhos, tipos de letras e tintas utilizadas). HISTÓRICO CARL SCHEELE (1780): Isolou e determinou as propriedades da lactose; Método de conservação do vinagre; Isolou ácidos málico, cítrico e tartárico de frutas. HUMPHREY DAVY (1808): Isolou os elementos K, Na, Ba, Sr, Ca e Mg de alimentos. GAY-LUSSAC (1811): Elaborou métodos para determinação de porcentagens de carbono, hidrogênio e nitrogênio em substâncias vegetais desidratadas; JUSTUS VON LIEBIG (1847): Classificou os alimentos de acordo com seu teor de constituintes (carboidratos, gorduras e proteínas) e uniu e aperfeiçoou métodos de determinação dos mesmos em alimentos; 1850: Surgimento dos primeiros laboratórios de pesquisa em análises de alimentos; Elaboração de leis regulando a presença de contaminantes industriais em alimentos (metais pesados e defensivos agrícolas) e adulterantes. 1932: Criação do FDA. IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE DE ALIMENTOS INDÚSTRIAS – controle de qualidade, controle de processos em águas, alimentos, matérias-primas, produto acabado e embalagens. UNIVERSIDADES E INSTITUTOS DE PESQUISA - desenvolvimento de metodologia, controle de processos em pesquisas, prestação de serviços. ÓRGÃOS GOVERNAMENTAIS – registro de alimentos, fiscalização na venda e distribuição. MERCADO DE TRABALHO CONTROLE DE QUALIDADE (normas, legislação, organismo regulador): Matérias primas; Processamento; Produto acabado. PESQUISA E DESENVOLVIMENTO Novos produtos; Melhoramento dos produtos existentes; Desenvolvimento de novas metodologias. CONCEITOS ALIMENTOS “Toda substância ou mistura de substâncias, em qualquer estado físico, destinadas a fornecer ao organismo humano os elementos normais à sua formação, manutenção e desenvolvimento.” (Decreto – Lei nº 986/69- Normas Básicas sobre Alimentos) É toda a substância que, introduzida no organismo, o nutre, devendo ser direta ou indiretamente não tóxica. ALIMENTAÇÃO “Processo biológico e cultural que se traduz na escolha, preparação e consumo de um ou vários alimentos.” (Ministério da Saúde, 2008) NUTRIÇÃO “Estado fisiológico que resulta do consumo e da utilização biológica de energia e nutrientes em nível celular.” (Ministério da Saúde, 2008) CONCEITOS GERAIS BROMATOLOGIA Raquel Diniz FARMÁCIA – 7º P BROMATOLOGIA | ÁGUA LIPÍDIOS GLICÍDIOS PROTEÍNAS FIBRAS VITAMINAS SAIS MINERAIS ÁLCOOL CINZAS ALIMENTOS SIMPLES São aquelas substâncias que, por ação de enzimas dos sucos digestivos, são transformadas em metabólitos (açúcares, lipídios, proteínas). METABÓLITOS São os alimentos diretos, ou seja, são substâncias metabolizadas depois de sua absorção (água, sais, monossacarídeos, aminoácidos, ácidos graxos). ALIMENTOS COMPOSTOS São substâncias de composição química variada e complexa, de origem animal ou vegetal, ou formada por uma mistura de alimentos simples (leite, carne, frutas). ALIMENTOS NATURAIS São aqueles alimentos que estão aptos para o consumo, exigindo-se apenas a remoção da parte não comestível (“in natura”). ALIMENTOS ARTIFICIAIS São aqueles alimentos preparados com o objetivo de imitar o alimento natural, cuja composição contenha, de forma preponderante, substância não encontrada no alimento a ser imitado. 1. LEI DA QUANTIDADE o A quantidade de alimentos deve ser suficiente para cobrir as exigências energéticas do organismo e manter em equilíbrio o seu balanço. o Cada indivíduo necessita de quantidades específicas para manter suas funções orgânicas e atividades diárias. 2. LEI DA QUALIDADE o O regime alimentar deve ser completo em sua composição, para oferecer ao organismo todas as substâncias que o integram. o A variedade de alimentos fornece todos os nutrientes necessários ao bom funcionamento do seu corpo. Quanto mais coloridas forem as suas refeições, mais diversidade de nutrientes você estará ingerindo. 3. LEI DA HARMONIA o A quantidade dos diversos nutrientes que integra a alimentação deve guardar uma relação de proporção entre si. o É importante haver um equilíbrio entre eles, pois as substâncias não agem isoladamente, mas em conjunto. 4. LEI DA ADEQUAÇÃO o A finalidade da alimentação está subordinada à sua adequação ao organismo. o O estado fisiológico, hábitos alimentares, condições sócio-econômicas, alterações patológicas e os ciclos da vida fazem com que o organismo tenha necessidades nutricionais diferenciadas, dependendo da situação em que ele se encontra. ALIMENTOS APTOS PARA CONSUMO Alimento que atende ao padrão de identidade e qualidade pré-estabelecido pela legislação vigente, nos aspectos higiênico-sanitários e nutricionais (Alimento Genuíno). ALIMENTOS PERECÍVEIS o Alimentos que, por sua natureza e composição (alto teor de água), necessitam de condições especiais de temperatura para conservação e apresentam vida útil curta - de 5 a 7 dias. ALIMENTOS NÃO PERECÍVEIS o Apresentam baixo teor de água e são mantidos em temperatura ambiente. ALIMENTOS GENUÍNOS ≠ ALIMENTOS IN NATURA Alimentos genuínos devem sempre estar dentro das regulamentações da lei; alimentos in natura nem sempre podem ser genuínos, como por exemplo, uma fruta que está com grau de maturação acima da maturação fusiológica permitida. Raquel Diniz FARMÁCIA – 7º P BROMATOLOGIA | ALIMENTOS NÃO-APTOS PARA O CONSUMO São aqueles que por diferentes causas não estão dentro das especificações da lei. Podem ser: - Alimentos Contaminados - Alimentos Alterados - Alimentos Falsificados - Alimentos Adulterados ALIMENTOS CONTAMINADOS o São aqueles alimentos que contém agentes vivos (vírus, bactérias, parasitas) ou substâncias químicas minerais ou orgânicas (defensivos, metais pesados) estranhas à sua composição normal, que pode ser ou não tóxica, e ainda, componentes naturais tóxicos (nitratos), sempre que se encontrem em proporções maiores que as permitidas. ALIMENTOS ALTERADOS o São os alimentos que por causas naturais, de natureza física, química ou biológica, derivada do tratamento tecnológico não adequado, sofrem deteriorações em suas características organolépticas, em sua composição intrínseca ou em seu valor nutritivo. ALIMENTOS FALSIFICADOS o São aqueles alimentos que tem aparência e as características gerais de um produto legítimo e se denominam como este, sem sê- lo ou que não procedem de seus verdadeiros fabricantes. ALIMENTOS ADULTERADOS o São aqueles privados, parcial ou totalmente, de seus elementos úteis ou característicos, porque foram, ou não, substituídos por outros inertes ou estranhos. o Acréscimo de susbtâncias: Água no leite Vísceras em conservas de carne; Amido no doce de leite; Melado no mel. o Retirada de princípios ativos ou partes do alimento: Nata do leite; Cafeínado café. ESCOLHA DA MATÉRIA PRIMA - Matéria prima imprópria, de má qualidade ou fora do ponto de colheita adequado ao objetivo de processamento; FALHAS NA COLETA E NA OBTENÇÃO DO PRODUTO ALIMENTÍCIO - Frutas danificadas ou ordenha de leite sem higiene; OMISSÕES NA ELABORAÇÃO DO PRODUTO - Fatores de alterações; INCORREÇÕES NO PROCESSO DE PRESERVAÇÃO - Manutenção do alimento sob temperatura ambiente após o descongelamento, congelamento de verduras sem branqueamento; INADEQUAÇÕES NO ENVASAMENTO OU TRANSPORTE - Embalagens inadequadas (transparentes, trocas gasosas). Acondicionamento inapropriado (temperatura). ATRIBUTO ALTERAÇÃO Textura Perda da solubilidade Perda da capacidade de retenção de água Endurecimento Amolecimento Sabor Desenvolvimento de rancidez Desenvolvimento de sabores e odores indesejados Cor Escurecimento Clareamento Valor nutricional Perda, degradação ou alteração da biodisponibilidade de constituintes Segurança Geração de toxicantes Temperatura; Tempo; pH; Atividade de água; Danos físicos; Contaminação; Composição atmosférica; Exposição à luz. MATÉRIAS PRIMAS Grãos alimentícios Cereais: arroz, trigo, milho, aveia, centeio, cevada; Leguminosas: feijão, lentilha e tremoço; Oleaginosas: soja, amendoim, gergelim. Raízes, tubérculos, bulbos e caules Raízes e tubérculos: batata, beterraba, inhame; Bulbos: cebola e alho; Caules: cana-de-açúcar. Frutas De clima tropical: banana, manga, caju, laranja; De clima temperado: uva, pêra, maçã, ameixa. Verduras, legumes e hortaliças Verduras: alface, espinafre, rúcula, repolho; Legumes: ervilha, vagens, chuchu; Hortaliças: couve-flor, brócolis, palmito. Carnes Bovinos, suínos, ovinos, aves e caprinos. Leite e ovos Pescados Peixes, crustáceos e moluscos. Especiarias Canela, cravo-da-índia, pimenta, cominho. Raquel Diniz FARMÁCIA – 7º P BROMATOLOGIA | Determinar um componente específico do alimento, ou vários componentes, como no caso da composição centesimal do alimento. MÉTODOS CONVENCIONAIS: Não necessitam de nenhum equipamento sofisticado, isto é, utilizam apenas a vidraria e reagentes, e geralmente são utilizados em gravimetria e volumetria. MÉTODOS INSTRUMENTAIS: São realizados em equipamentos eletrônicos mais sofisticados. Controle de qualidade de rotina: é utilizado tanto para checar a matéria prima que chega, como o produto acabado que sai de uma indústria, além de controlar os diversos estágios do processamento. Fiscalização: é utilizado para verificar o cumprimento da legislação, através de métodos analíticos que sejam precisos e exatos e, de preferência, oficiais. Pesquisa: é utilizada para desenvolver ou adaptar métodos exatos, precisos, sensíveis, rápidos, eficientes, simples e de baixo custo na determinação de um dado componente do alimento. QUANTIDADE RELATIVA DO COMPONENTE DESEJADO Os componentes podem ser classificados em: o Maiores (mais de 1%); o Menores (0,01 – 1%); o Micros(menos de 0,01%); e o Traços (ppm e ppb) em relação ao peso total da amostra. EXATIDÃO REQUERIDA Os métodos clássicos podem alcançar uma exatidão de 99,9%, quando um composto analisado se encontra em mais de 10% na amostra. Para componentes presentes em quantidade menores que 10%, a exatidão cai bastante, e então a escolha do método deve recair sobre os instrumentais COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA AMOSTRA A presença de substâncias interferentes é muito constante em alimentos. A escolha do método vai depender da composição química dos alimentos, isto é dos possíveis interferentes em potencial. Na maioria das determinações em alimentos, as amostras são complexas, necessitando de uma extração ou separação prévia dos componentes a ser analisado. RECURSOS DISPONÍVEIS Muitas vezes não é possível utilizar o melhor método de análise em função do seu alto custo, que pode ser limitante em função do tipo de equipamento ou até mesmo ao tipo de reagente ou pessoal especializado. é á
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