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Risco e Precificação de Seguros de Benefícios

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REALIZAÇÃO
ESCOLA NACIONAL DE SEGUROS
SUPERVISÃO E COORDENAÇÃO METODOLÓGICA
DIRETORIA DE ENSINO TÉCNICO
ASSESSORIA TÉCNICA
ELIZABETH VIEIRA VALENTE BARTOLO – 2019
BRUNO KELLY – 2018
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO
ESCOLA NACIONAL DE SEGUROS – GERÊNCIA DE PLANEJAMENTO E ESCOLA VIRTUAL
PICTORAMA DESIGN
E73r Escola Nacional de Seguros. Diretoria de Ensino Técnico. 
 Risco e precificação de seguros de benefícios / Supervisão e coordenação metodológica da Diretoria 
de Ensino Técnico; assessoria técnica de Elizabeth Vieira Valente Bartolo. – 2.ed. -- Rio de Janeiro : ENS, 2019. 
 64 p.; 28 cm
 Formato: E-Book.
 ISBN: 978-85-7052-683-0
 
 
 1. Risco (Seguro). 2. Seguros – Precificação. 3. Seguros – Benefícios. 
 I. Bartolo, Elizabeth Vieira Valente. II. Título. 
 
 0018-2221 CDU 368.025.6(072) 
2ª EDIÇÃO
RIO DE JANEIRO 
2019
É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou de partes dele, 
sob quaisquer formas ou meios, sem permissão expressa da Escola.
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola Nacional de Seguros
A 
Escola Nacional de Seguros promove, desde 1971, diver-
sas iniciativas no âmbito educacional, que contribuem 
para um mercado de seguros, previdência complementar, 
capitalização e resseguro cada vez mais qualificado.
Principal provedora de serviços voltados à educação continuada, para 
profissionais que atuam nessa área, a Escola Nacional de Seguros ofe-
rece a você a oportunidade de compartilhar conhecimento e experiên-
cias com uma equipe formada por especialistas que possuem sólida 
trajetória acadêmica.
A qualidade do nosso ensino, aliada à sua dedicação, é o caminho 
para o sucesso nesse mercado, no qual as mudanças são constantes 
e a competitividade é cada vez maior.
Seja bem-vindo à Escola Nacional de Seguros.
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS
SUMÁRIO
 1. NOÇÕES DE SUBSCRIÇÃO DE RISCOS 7
VISÃO DOS RISCOS A QUE AS PESSOAS ESTÃO EXPOSTAS 8
NOÇÕES DE SUBSCRIÇÃO DE RISCOS 10
FINALIDADE DA SUBSCRIÇÃO 11
ÓTICAS ECONÔMICA, FINANCEIRA E MORAL 12
A PROPOSTA 12
DECLARAÇÃO PESSOAL DE SAÚDE 13
CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS 13
Porcentagem Extra de Agravamento 14
Agravamento Temporário 14
Agravamento Permanente 14
ANTISSELEÇÃO DE RISCOS 14
COMO OCORRE A ANTISSELEÇÃO 15
TECNOLOGIA DE DETECÇÃO 16
FIXANDO CONCEITOS 1 17
INTERATIVO
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS
 2. ASPECTOS E CUIDADOS 
 NA SUBSCRIÇÃO DE RISCOS 19
 RISCOS DOS SEGUROS DE PESSOAS 20
 DESENHO DO PRODUTO 20
 PRECIFICAÇÃO 22
 SUBSCRIÇÃO OU UNDERWRITING 22
 FIXANDO CONCEITOS 2 24
 3. PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE PESSOAS 26
 MÉTODOS DE PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS 27
 TÁBUAS DE MORTALIDADE 28
Elementos de uma Tábua de Mortalidade 30
 FIXANDO CONCEITOS 3 31
 4. NOÇÕES DE UTILIZAÇÃO DA 
 TÁBUA DE MORTALIDADE 33
 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 34
O QUE É UMA TÁBUA DE MORTALIDADE 34
 TAXA PURA 35
 FIXANDO CONCEITOS 4 39
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS
 5. REGIMES FINANCEIROS 40
 REGIMES FINANCEIROS 41
Regime Financeiro de Repartição Simples 42
Regime Financeiro de Repartição de Capitais de Cobertura 42
Regime Financeiro de Capitalização 42
 FIXANDO CONCEITOS 5 49
 6. FATORES IMPORTANTES NA PRECIFICAÇÃO 51
FATORES QUE INFLUENCIAM NO CÁLCULO DO PREÇO 
DOS SEGUROS DE PESSOAS E DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 52
Seguros de Pessoas – Cobertura por Morte Qualquer Causa 52
Previdência Complementar – Renda Mensal Vitalícia Imediata (Anuidade Imediata Vitalícia) 54
 FIXANDO CONCEITOS 6 57
 ESTUDOS DE CASO 58
 ANEXO 59
Tábuas de Mortalidade 59
 GABARITO 63
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 64
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS 7
UNIDADE 101
NOÇÕES de
SUBSCRIÇÃO de RISCOS
 ■ Compreender os riscos 
a que uma pessoa está 
exposta.
 ■ Explicar o que é a 
subscrição e sua 
importância para a 
seguradora.
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de:
VISÃO DOS RISCOS A QUE 
 AS PESSOAS ESTÃO EXPOSTAS
NOÇÕES DE 
SUBSCRIÇÃO DE RISCOS
FINALIDADE DA SUBSCRIÇÃO
ÓTICAS ECONÔMICA, 
 FINANCEIRA E MORAL
A PROPOSTA
DECLARAÇÃO 
PESSOAL DE SAÚDE
CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS
ANTISSELEÇÃO DE RISCOS
COMO OCORRE A ANTISSELEÇÃO
TECNOLOGIA DE DETECÇÃO
FIXANDO CONCEITOS 1
TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
 ■ Descrever o que o 
subscritor deve levar em 
consideração ao analisar 
uma proposta.
 ■ Entender o que é 
antisseleção de riscos.
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS 8
UNIDADE 1
 VISÃO DOS RISCOS A QUE 
 AS PESSOAS ESTÃO 
 EXPOSTAS 
“Para morrer, basta estar vivo”. Certamente você já ouviu essa frase. Na 
verdade, os riscos a que estão expostas as pessoas de modo geral, vão 
bem além da simples morte. O mercado segurador brasileiro está atento a 
isso e apresenta soluções de apólices para proteção de seus segurados, 
em praticamente todas situações passíveis de cobertura, conforme o orde-
namento geral de seguros no mundo inteiro.
No caso do Brasil, o Código Comercial Brasileiro de 1850, proibia que as 
pessoas livres contratassem seguro de vida. Apenas os escravos poderiam 
contratar esse tipo de cobertura. Essa foi a primeira experiência brasileira 
em seguros de vida.
A intenção então, não era realmente a de garantir a vida humana propria-
mente dita, pois os escravos não eram considerados pessoas, mas simples 
mercadorias, o que remetia o seguro dos não-livres, por analogia, a um 
seguro de danos, patrimonial.
Essa situação mudou apenas em 1916, quando foi publicado o Código Civil 
Brasileiro, o qual em seu artigo 1440 passou a considerar passíveis de 
cobertura de seguro as “faculdades humanas”.
Art. 1440. A vida e as faculdades humanas também podem 
se estimar como objeto segurável, e segurar, no valor ajus-
tado, contra os riscos possíveis, como o de morte involun-
tária, inabilitação para trabalhar, ou outros semelhantes.
Parágrafo Único. Considera-se morte voluntária a recebida em 
duelo, bem como suicídio premeditado por pessoa em seu juízo.
9
UNIDADE 1
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS
Ora, permitir que se faça seguro das faculdades humanas implica abrir a 
porta para uma enorme gama de coberturas inerentes à existente do ser 
humano, não apenas a questão da morte, mas também situações de inva-
lidez, perda da capacidade laboral, por acidentes, doenças ou até mesmo 
pela idade. Incapacidades temporárias de exercer função laboral, doenças 
graves, a própria situação da prevenção da saúde genericamente, enfim, 
tudo que se pode imaginar enquanto necessidade de proteção pelo sim-
ples fato do cidadão estar vivo, passou a ser objeto de seguros dos mais 
variados tipos.
Produtos Atualmente Disponíveis:
A necessidade humana de contratar seguros existe, como vimos, há bas-
tante tempo, e ao longo da história, o mercado segurador vem lançando 
produtos de seguro para atender a essas necessidades, que por certo, 
também sofrem modificações à medida em que a sociedade evolui e as 
transformações alcançam todos os seres humanos, seja pela evolução da 
medicina, seja pela flagrante velocidade com que as novas tecnologias 
mudam radicalmente a vida de todos nós.
Atualmente a carteira de seguros de pessoas está assim configurada:
GRUPO NOME DO GRUPO
IDENTIFICADOR 
DO RAMO NOME DO RAMO
9 / 13 Pessoas (C / I) 29 Auxílio-Funeral
9 / 13 Pessoas (C / I) 36 Perda do Certificado de 
Habilitação de Voo (PCHV)
9 / 13 Pessoas (C / I) 69 Viagem
9 / 13 Pessoas (C / I) 77 Prestamista
9 / 13 Pessoas (C / I) 80 Seguro Educacional
9 / 13 Pessoas (C / I) 82 / 81 Acidentes Pessoais 
 (Coletivo/Individual)
9 / 13 Pessoas (C / I) 83 Dotal Misto
9 / 13 Pessoas (C / I) 84 Doenças Graves/ 
Doenças Terminais
9 / 13 Pessoas (C / I) 86 Dotal Puro
9 / 13 Pessoas (C / I) 87 Perda de Renda/Desemprego
9 / 13 Pessoas (C / I) 90 EventosAleatórios
9 / 13 Pessoas (C / I) 93 / 91 Vida
9 / 13 Pessoas (C / I) 94 / 92 VGBL/VAGP/VRGP/VRSA/VRI
10
UNIDADE 1
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS
 NOÇÕES DE SUBSCRIÇÃO DE RISCOS 
Subscrição é o processo de tomada de decisões seletivas utilizado pela 
seguradora para aceitar um risco. Normalmente, as atividades de subscrição 
se encontram distribuídas entre várias áreas e pessoas nas seguradoras.
É no momento da subscrição que se decidem quais riscos são aceitáveis 
e em que condições, determinando os valores dos prêmios corresponden-
tes a serem cobrados.
A subscrição tem como objetivo principal manter o índice de risco da segu-
radora em uma faixa aceitável, visando ao atendimento integral de suas obri-
gações para com os segurados, o lucro e a manutenção de sua subsistência.
A obrigação de uma seguradora é atender aos seus segurados quando 
necessário, especialmente no momento de ocorrência de perdas. Para 
garantir que poderá atender a todas as suas obrigações contratuais, a segu-
radora deve cobrar um prêmio adequado por cada risco segurado, insistir 
em que os segurados tomem as medidas necessárias para a prevenção de 
perdas e, quando devida, pagar cada indenização prontamente. A cobrança 
de um prêmio adequado protege os segurados e a seguradora.
A subscrição é a fase mais importante da operação em uma segurado-
ra. Tudo o mais que a seguradora faz, como comercialização, emissão e 
endosso de apólice, pagamentos e outros, está diretamente relacionado 
às ou é consequente das decisões da subscrição.
Por isso, é importante conhecer os principais agentes envolvidos no pro-
cesso de subscrição: o risco, o subscritor e a precificação.
O risco corresponde à possibilidade de perda ou ao objeto do seguro. 
Para que haja seguro, é necessário que haja risco, ou seja, um aconteci-
mento possível, mas futuro e incerto, que independe da vontade do segu-
rado e do segurador.
É a ocorrência do risco coberto, ocorrido em conformidade com o previsto 
na regulamentação e no contrato, que obriga a seguradora a pagar ao 
segurado, ou a seu beneficiário, a importância convencionada.
O subscritor, também denominado de analista de risco ou underwriter, é o 
profissional que trabalha em seguros e toma decisões seletivas referentes 
ao processo de subscrição ou à análise do risco.
Já a precificação nada mais é do que encontrar o prêmio adequado para 
o risco. O subscritor e o atuário tratam de diferentes aspectos do preço 
do seguro. Usando as estatísticas de todo o mercado e as premissas do 
contrato, o atuário calcula a taxa a ser cobrada pelo seguro. Já o subscritor 
verifica se uma determinada proposta de seguro se encaixa nas premissas 
do contrato correspondente.
11
UNIDADE 1
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS
O papel do atuário é encontrar premissas padrão para abranger o maior 
público possível, bem como oferecer ao subscritor flexibilidade para ade-
quação de taxas aos casos concretos por ele analisados. O subscritor tem 
a função de determinar a taxa exata e adequada a cada proponente. Sen-
do assim, o atuário tem uma visão macro do mercado, ao passo que o 
subscritor tem a visão micro, analisando cada caso, cada risco.
Portanto, a precificação é a determinação, por parte do subscritor, do “pre-
ço” do seguro, ou seja, o valor do prêmio a ser cobrado ao proponente, 
após a análise do risco, para que a seguradora possa aceitar aquele deter-
minado risco. A precificação deve ser justa, de forma a permitir a cobertu-
ra do risco, sem prejuízo aos demais segurados, e, ainda, garantir o lucro 
operacional da seguradora.
O valor do prêmio cobrado sobre uma apólice que cubra o risco de mor-
te, por exemplo, é determinado pela mortalidade presumida e, também, 
pelos custos administrativos. A mortalidade normal ou “padrão” representa 
o número de pessoas que, presumivelmente, morrerão a cada ano devido 
ao que chamamos “causas previstas”, como envelhecimento, acidentes de 
automóvel, condições médicas graves, incêndios, fenômenos da natureza.
Essa “mortalidade normal” determinará o prêmio para as apólices que 
serão emitidas sem agravamento, ou seja, com o prêmio padrão.
Se o proponente não se adapta às premissas padronizadas pelo atuário, o 
subscritor deve agravar o prêmio ou mesmo não aceitar o risco.
 FINALIDADE DA SUBSCRIÇÃO 
A subscrição, que também é conhecida como underwriting ou análise de 
risco, pode ser definida como o processo de decisão quanto à aceitação ou 
rejeição de um risco por uma seguradora. Determinará, também, os capitais 
segurados e as condições sob as quais os riscos aceitáveis serão segurados.
A subscrição é fundamental para que uma seguradora seja capaz de alcan-
çar dois objetivos: fornecer a cobertura do seguro, atendendo, assim, ao 
cliente, e obter um lucro operacional.
A subscrição determina para quem, sob que condições e a qual preço a 
cobertura do seguro poderá ser contratada, além de quais proponentes ao 
seguro serão aceitos e quais serão rejeitados.
12
UNIDADE 1
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS
Quando o risco é considerado dentro dos limites aceitáveis, há a aprova-
ção com o “preço” padrão (standard). Entretanto, se o potencial de mor-
talidade se encontra acima da média, ocorre aprovação com uma taxa de 
prêmio agravada. Finalmente, se o segurado estiver fora dos limites de 
aceitação, a proposta é rejeitada.
 ÓTICAS ECONÔMICA, 
 FINANCEIRA E MORAL 
O subscritor deve verificar se o proponente tem condições de manter os 
pagamentos da cobertura contratada. Nos casos de cobertura de maior 
valor, o subscritor poderá, inclusive, utilizar agências especializadas para 
uma pesquisa mais aprofundada a respeito do “perfil” do proponente.
É importante que o subscritor sempre tenha em mente, para pesquisa, a 
razão pela qual o proponente deseja comprometer determinado percen-
tual de sua renda para o pagamento do seguro. O subscritor deve anali-
sar, atentamente, as propostas em que o proponente deseja comprome-
ter mais que determinado percentual de sua renda (por exemplo, mais 
de 30%) para o pagamento dos prêmios, uma vez que ele possui outros 
compromissos financeiros (aluguel, telefone, alimentação, transporte). Será 
que, ao comprometer um considerável percentual de renda apenas para o 
pagamento dos prêmios do seguro, o proponente não sabe da existência 
de um risco certo e iminente?
O subscritor deve analisar as atividades exercidas pelo proponente, poden-
do estipular uma sobretaxa no valor do prêmio, em caso de profissões que 
ofereçam risco ou sejam insalubres, por exemplo, profissionais da constru-
ção civil e policiais.
Além disso, o subscritor deve analisar as atividades sociais, esporte e hob-
bies praticados pelo proponente, podendo estipular uma sobretaxa no 
valor do prêmio para aquelas atividades que ofereçam risco, como a práti-
ca de automobilismo, motocross e voo livre.
 A PROPOSTA 
A proposta é a primeira fonte de informação para a seguradora. É muito 
importante que seja completamente preenchida e também que as respos-
tas sejam verdadeiras e precisas.
13
UNIDADE 1
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS
No Brasil, é comum a proposta de seguro ser dividida em informações pes-
soais, como: nome, endereço, ocupação, data de nascimento, CPF e o for-
mulário médico, chamado de DPS – Declaração Pessoal de Saúde.
A quantidade de perguntas indicadas na DPS afeta o nível de informação 
obtida e, diretamente, o trabalho de análise do subscritor. Para capitais segu-
rados acima de determinados valores, estabelecidos por cada seguradora, é 
recomendável exigir um rigor maior nas informações médicas. Além disso, 
seria recomendável solicitar informações sobre os hábitos, esportes e hob-
bies do proponente, as características pessoais e financeiras, bem como 
os outros seguros que o proponente venha a possuir.
 DECLARAÇÃO PESSOAL DE SAÚDE 
A subscrição ou análise de risco é feita a partirda análise da Declaração 
Pessoal de Saúde – DPS – preenchida pelo proponente. Após essa análi-
se, feita pelo subscritor ou analista de risco ou, se necessário, também pelo 
médico credenciado pela seguradora, as respostas são classificadas como 
satisfatórias, incompletas ou insuficientes.
Na hipótese de existência de alguma margem de dúvida quanto à qualida-
de do risco, o subscritor poderá recusar a proposta, solicitar mais informa-
ções, cópias de exames, informações por escrito do médico assistente ou 
submeter o proponente a exames determinados pela seguradora.
Quando houver dispensa da DPS, poderá ser estabelecido um período de 
carência, ou seja, um período em que o proponente só terá cobertura em 
caso de morte acidental, uma vez que, para essa cobertura, não há período 
de carência.
O estabelecimento do período de carência tem por objetivo minimizar a 
inclusão de riscos cuja ocorrência é certa e em breve período de tempo.
 CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS 
De posse de todas as informações, o risco poderá ser classificado da 
seguinte forma:
14
UNIDADE 1
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS
 — Porcentagem Extra de Agravamento
Esta é uma das decisões feitas que compete aos subscritores. Cada segu-
radora aplica suas próprias tabelas de agravamento. Essa taxação é aplica-
da sobre o prêmio padrão. Por exemplo, uma pessoa com diabetes pode 
ter seu prêmio agravado em 25% (multiplicado por 125%).
 — Agravamento Temporário
Esta modalidade apresenta um custo extra por um período determinado de 
anos ou até que determinada condição se altere. Normalmente, aplica-se 
um determinado valor de prêmio extra para cada R$ 1.000,00 de cobertura.
 — Agravamento Permanente
Neste caso, o subscritor assume que não ocorrerão mudanças nas condi-
ções do proponente. Essa modalidade também apresenta um custo extra 
para cada R$ 1.000,00 de cobertura. Não há, porém, determinação de tem-
po para o prêmio voltar ao patamar padrão. É comum em apólices para 
alguns tipos de câncer.
 ANTISSELEÇÃO DE RISCOS 
A antisseleção de riscos é uma das maiores preocupações com a opera-
ção de uma seguradora. A rigor, ela ocorre quando a companhia concede 
garantia para cobertura de riscos que tenham probabilidade de ocorrência 
acima da média, mas que não estão perfeitamente refletidos nos prêmios 
previstos, os quais são relativamente pequenos para o risco que está sen-
do coberto.
Em última análise, isso ocorre quando a seguradora deixa de selecionar 
riscos, daí o nome antisseleção ou seleção adversa. Como a seguradora 
não seleciona os seus riscos, ou seja, não faz distinção de custos entre ris-
cos mais e menos agravados, a tendência, no longo prazo, é que ela acabe 
com a sua carteira inchada de riscos “ruins” e “mal precificados”.
Se uma seguradora pratica a antisseleção em larga escala, é certo que 
terá dificuldades financeiras para liquidar todos os sinistros que certamen-
te acontecerão.
15
UNIDADE 1
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS
 COMO OCORRE A ANTISSELEÇÃO 
Geralmente, a antisseleção ocorre quando uma seguradora possui “pontos 
cegos” em sua subscrição, ou seja, situações onde o subscritor não tem exata 
condição de avaliar se as informações apresentadas são de fato, verdadeiras.
Informação Assimétrica
A informação assimétrica ocorre sempre que os segurados pos-
suem mais ou melhores informações acerca do risco, do que os 
subscritores. Essa assimetria de informação (um lado possuir mais 
informações do que o outro) afeta diretamente a aceitação, a não 
aceitação e a própria precificação do seguro.
Em situações de informação assimétrica é muito provável que o 
cliente (de alto risco) compre um seguro por um custo mais baixo 
do que deveria ser o seu prêmio real. Pode-se dizer que, em geral, 
as pessoas de risco mais elevado tenderão a contratar mais apóli-
ces do que aquelas com melhores condições de saúde se o preço 
para ambos os grupos for o mesmo.
Não divulgação de Informações (Non-Disclosure)
A não divulgação é a falta do fornecimento de informações para 
subscrição (não deve ser confundida com antisseleção). Mais de 
50% da não divulgação de saúde são provavelmente acidentais 
ou não intencionais, por conta de “pontos cegos” na subscrição 
da companhia.
Chamamos de “pontos cegos” aquelas situações em que uma segu-
radora desconhece o nível elevado de certos riscos, em função de 
condições específicas, e não procura refinar nem os seus produ-
tos, nem o processo de apuração. Um bom exemplo disso seria o 
caso de seguradoras que não oferecem taxas diferenciadas entre 
fumantes e não fumantes. É cristalino que os riscos são diferentes, 
e, por consequência, os preços do seguro também deveriam ser.
“O seguro não deve ser comprado, mas vendido.” Este velho 
ditado ilustra bem como uma seguradora poderia se precaver 
da antisseleção. O cliente que representa um risco mais agrava-
do compra um seguro sem maiores questionamentos, pois ele se 
enxerga numa situação de maior risco. Já o seguro que é vendido 
implica todo um trabalho de convencimento, em função do não 
reconhecimento, por parte do segurado, de aquela situação ser 
uma situação de risco. Em outras palavras, as pessoas com saúde 
comprometida estão mais inclinadas a contratar uma apólice de 
forma proativa do que aquelas que possuem condições de saúde 
médias ou melhores que a média.
A antisseleção ocorre quando 
uma condição é totalmente 
divulgada na medida exigida pela 
seguradora, mas a seguradora 
não faz uso das informações. Por 
exemplo: se um homem sabe 
que tem um nível elevado de 
antígeno prostático específico 
(PSA), mas esconde o fato quando 
perguntado, ele pode colocar a 
seguradora em risco e constituir 
uma não divulgação.
No entanto, se o mesmo homem 
procurar uma seguradora, que 
não examina o risco e não busca 
nenhuma informação ou evidência 
médica para essa condição, então 
isso representa uma antisseleção, 
e não uma “não divulgação”.
16
UNIDADE 1
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS
O papel do corretor para minimizar a antisseleção 
Já dissemos que a antisseleção surge da informação assimétrica 
entre segurado e seguradora. Em muitos casos, essa vantagem de 
informação é favorável ao segurado, pois é compreensível que ele 
tenha um melhor conhecimento de seu histórico médico (ou social, 
ou moral, ou financeiro, entre outros) do que a seguradora.
No entanto, em alguns casos, essa assimetria de informação pode 
assumir a forma de o candidato ter melhor conhecimento da segura-
dora do que a própria seguradora. Como isso pode ocorrer? Como 
um consumidor pode obter o conhecimento e estar em posição de 
selecionar uma seguradora em detrimento de outra com base no pro-
cesso de divulgação daquela seguradora ou no design de produtos?
Para entender isso, precisamos olhar para o papel do corretor de 
seguros. O corretor é tipicamente motivado por um sistema de 
comissões. Ele quer segurar todos os candidatos em risco o mais 
rapidamente possível e com o mínimo de impedimentos para a 
emissão da apólice.
O corretor de seguros precisa ter em mente que deve fornecer o 
melhor conselho possível ao proponente. E o melhor aconselha-
mento passa obrigatoriamente pelo fornecimento de um prêmio 
que reflita o risco real daquele proponente.
 TECNOLOGIA DE DETECÇÃO 
Se uma seguradora não estiver atenta à crescente complexidade dos ris-
cos, a antisseleção a que ela estará exposta será potencialmente fatal. À 
medida que os valores e os riscos aumentam, um erro de cálculo pode 
significar um desastre.
No entanto, à medida que os desafios se tornam mais complexos, a tec-
nologia necessária para enfrentar esses desafios se torna mais sofisti-
cada. As seguradoras hoje em dia têm acesso a softwares que podem 
gerenciar dados de forma mais rápida e precisa do que no passado.
As taxas de prêmio podem ser calculadas com maior precisão, e os pontos 
cegos, eliminados. As chamadas surpresassão, invariavelmente, inimigas 
da seguradora. Os softwares podem virtualmente eliminar essas surpresas.
Ao usar com sucesso a tecnologia de hoje para gerenciar riscos, as com-
panhias de seguros podem fornecer a melhor cobertura possível a preços 
competitivos, gerando lucros aumentados e expandindo a participação 
de mercado.
17
FIXANDO CONCEITOS
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS
 FIXANDO CONCEITOS 1 
Marque a alternativa correta.
1. Sobre o processo de subscrição, podemos afirmar que:
(a) Subscrição é o processo de tomada de decisões seletivas utilizado
pelas seguradoras para aceitar um sinistro.
(b) O subscritor deve verificar se o proponente tem condições de man-
ter os pagamentos da cobertura contratada.
(c) Normalmente, as atividades de subscrição se encontram concentra-
das em uma única área das seguradoras.
(d) A subscrição não é uma fase importante da operação em uma seguradora.
(e) Os principais agentes envolvidos no processo de subscrição são o
sinistro e o atuário.
2. Podemos afirmar que a alternativa correta é:
(a) Para que exista seguro, não é necessário que haja risco.
(b) A precificação é a determinação, por parte do atuário, do “preço” do
seguro.
(c) O atuário tem uma visão micro do mercado, ao passo que o subscri-
tor tem uma visão macro.
(d) Subscritor, analista de risco ou underwriter é o profissional que tra-
balha em seguros e toma decisões seletivas referentes ao processo
de subscrição ou à análise de risco.
(e) Se o proponente não se adapta às premissas padronizadas pelo
atuário, o subscritor agrava o prêmio, mas nunca nega à aceitação
do seguro.
3. Podemos afirmar que a alternativa correta é:
(a) Quando o risco é considerado dentro dos limites aceitáveis, há a
aprovação com uma taxa de prêmio agravada.
(b) Se o segurado estiver fora dos limites de aceitação, a proposta pode
ser aceita.
(c) O subscritor não precisa analisar as atividades sociais, os esportes e
os hobbies praticados pelo proponente.
(d) Quando o subscritor assume que não ocorrerão mudanças nas condições 
do proponente, o risco é classificado como agravamento permanente.
(e) O subscritor deve analisar as atividades exercidas pelo proponente,
recusando aqueles que tenham profissões que ofereçam risco ou
sejam insalubres.
18
FIXANDO CONCEITOS
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS
4. Podemos afirmar que a alternativa correta é:
(a) A quantidade de perguntas indicadas na Declaração Pessoal de Saú-
de não afeta o nível de informação obtido e o trabalho de análise 
do subscritor.
(b) Na hipótese de existência de alguma margem de dúvida quanto à 
qualidade do risco, o subscritor poderá solicitar mais informações; 
entretanto, não poderá recusar a proposta.
(c) A proposta é a primeira fonte de informação para a seguradora.
(d) A subscrição é feita a partir da análise da apólice.
(e) De posse de todas as informações, o risco poderá ser classificado 
de cinco formas.
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS 19
UNIDADE 2
 ■ Entender o processo de 
subscrição.
02
ASPECTOS E 
CUIDADOS na
SUBSCRIÇÃO de RISCOS
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de:
RISCOS DOS SEGUROS DE 
PESSOAS
DESENHO DO PRODUTO
PRECIFICAÇÃO
SUBSCRIÇÃO OU UNDERWRITING
FIXANDO CONCEITOS 2
TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
 ■ Compreender o “por 
quê” dos desenhos de 
produtos.
 ■ Conhecer conceitos 
básicos de precificação.
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS 20
UNIDADE 2
 RISCOS DOS SEGUROS DE PESSOAS 
Os principais riscos que uma seguradora corre durante o processo de 
subscrição nos seguros de pessoas, em geral, está relacionado ao fato de 
o desenho de coberturas desejado pelo segurado não estar adequado ao 
apetite da seguradora. 
Se a subscrição for ineficiente, em caso de aceitação do risco, o preço cer-
tamente ficará subavaliado e a gestão de sinistros ficará seriamente preju-
dicada, deixando a companhia de seguros exposta a perdas financeiras e 
à consequente incapacidade de atender às suas obrigações.
 DESENHO DO PRODUTO 
A concepção de uma apólice envolve a introdução de um novo risco, pro-
duto ou ainda a simples melhoria ou variação de um produto existente. 
Existem vários riscos envolvidos no desenho, desenvolvimento, geren-
ciamento e potencial obsolescência do produto. Processos inadequados 
podem expor uma Seguradora à grande perda financeira.
Para gerenciar esses riscos, normalmente a seguradora utiliza os seguintes 
elementos:
 ■ Processo interno que possa garantir que o pessoal envolvido 
naquela operação tenha experiência suficiente e adequada;
 ■ Avaliação da real disposição e capacidade da empresa de seguros 
vida em aceitar o risco;
21
UNIDADE 2
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS
 ■ Determinação de níveis de delegação claramente definidos e ade-
quados para a aprovação de todos os aspectos materiais da con-
cepção do produto;
 ■ Definição exata da política de subscrição que a seguradora deve 
desenvolver, incluindo:
 » Os tipos de riscos que podem ser subscritos e aqueles a serem 
excluídos (morte, invalidez, renda, DIT, DIH, desemprego, entre 
outros);
 » Os critérios de classificação para esses tipos de risco a serem 
subscritos e aqueles a serem excluídos;
 » A natureza de quaisquer garantias ou opções fornecidas 
(incluindo opções financeiras e de seguros);
 » Estrutura de tarifas e benefícios; e
 » A abordagem do resseguro nos diferentes tipos de negócios 
de seguros de vida a serem subscritos.
 ■ Estabelecimento de um plano de negócios para produtos novos 
ou aprimorados, incluindo análise do potencial mercado, concor-
rência e plano de distribuição proposto;
 ■ Testes de mercado do produto proposto;
 ■ Processos para garantir preços apropriados: desenvolvimento de 
precificação por atuário nomeado, elaboração e encaminhamento 
para aprovação da SUSEP de Nota Técnica Atuarial e Condições 
Gerais; recebimento do número de processo SUSEP do produto;
 ■ Processos para garantir que a divulgação esteja adequadamente 
redigida, a fim de evitar problemas legais, especialmente com o 
Código de Defesa do Consumidor e normativos da SUSEP;
 ■ Definição de um plano de implementação para o produto, incluin-
do fases do processo;
 ■ Revisão pós-implementação;
 ■ Processo de coleta de informações estatísticas que facilitem a 
identificação da experiência para fornecimento de dados a resse-
guradores, SUSEP, entre outros;
 ■ Métodos para monitorar o cumprimento das políticas e procedi-
mentos de desenho do produto.
22
UNIDADE 2
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS
 PRECIFICAÇÃO 
O preço de uma apólice de seguro de pessoas será orientado por uma 
série de fatores, dentre os quais: demanda do mercado, qualidade e custo 
do processo de regulação, expectativa de lucro e constituição de reservas 
técnicas de capital, levando em consideração o aconselhamento atuarial.
A fim de controlar e mitigar os riscos associados ao preço do produto, a 
seguradora pode considerar incluir na estrutura de gerenciamento de ris-
cos os seguintes elementos:
 ■ Processos para garantir que a subscrição tenha acesso a pessoal 
suficiente e com experiência naquele risco;
 ■ Perfeita identificação e avaliação dos riscos envolvidos no proces-
so de subscrição;
 ■ Envolvimento direto dos subscritores, principais envolvidos na 
decisão de preços;
 ■ Definição do processo de obtenção de dados e eventuais diver-
gências em relação às premissas iniciais;
 ■ Monitoramento dos desvios estatísticos do risco assumido (isto 
normalmente inclui avaliações periódicas da experiência de mor-
talidade da carteira, deficiência e outras taxas de reivindicação e 
recuperação e de experiência de descontinuação para diferentes 
tipos de produtos); e
 ■ Métodos para monitorar o cumprimento das políticas de preços.
 SUBSCRIÇÃO OU UNDERWRITING 
Subscrição ou Underwriting é o processo pelo qual uma seguradora deter-
mina se deve ou não aceitar uma proposta de seguro e,se optar por aceitar, 
quais termos e condições serão aplicados, além do nível de prêmio a cobrar.
As fraquezas no processo de subscrição e nos seus controles internos 
(incluindo sistemas) podem expor uma empresa de seguros de vida ao ris-
co de incorrer em reclamações de sinistros, além da expectativa assumida 
e refletida nos seus níveis de preço. Isso pode inviabilizar, financeiramente, 
uma companhia de seguros no longo prazo.
Como forma de controlar e gerenciar esses riscos associados à subscrição, 
são utilizados, normalmente, os seguintes elementos principais:
23
UNIDADE 2
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS
 ■ Garantias de que os subscritores tenham acesso a pessoal sufi-
ciente e com experiência adequada;
 ■ Determinação dos limites claros e objetivos para decisão dos 
subscritores (incluindo os procedimentos de escalação para subs-
critores seniores, em que uma decisão está fora da autoridade 
delegada);
 ■ Processos para gerenciamento de questões de conformidade, 
incluindo privacidade e proteção de informações médicas confi-
denciais;
 ■ Documentação clara dos padrões de serviço; e
 ■ Definição de métodos para monitorar o cumprimento das políticas 
e procedimentos de subscrição, como:
 » Gerenciamento de portfólio;
 » Revisão das apólices subscritas por outros subscritores;
 » Para riscos coletivos, avaliações de procedimentos e sistemas 
para garantir que a qualidade das informações fornecidas à 
seguradora seja de um padrão adequado; e
 » No caso de resseguradores, deve haver auditorias de empre-
sas cedentes para garantir que o resseguro assumido esteja 
de acordo com os tratados vigentes.
24
FIXANDO CONCEITOS
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS
 FIXANDO CONCEITOS 2 
Marque a alternativa correta
1. Quanto à política de subscrição de uma seguradora, podemos citar 
como ação a ser desenvolvida:
(a) Estrutura de comercialização.
(b) Processo de regulação de sinistros.
(c) Criação de processos para gerenciamento de questões de confor-
midade, incluindo privacidade e proteção de informações médicas 
confidenciais.
(d) Avaliação constante da área comercial.
(e) Rígido controle das despesas administrativas.
Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta
2. Ao conceber um novo produto, uma seguradora deve ter em mente 
alguns elementos de forma a permitir um melhor gerenciamento de seus 
riscos, sendo eles:
I) Avaliação da real disposição e capacidade dos órgãos reguladores 
em aceitarem o risco.
II) Processo interno que possa garantir que o pessoal envolvido naquela 
operação tenha experiência suficiente e adequada.
III) Testes de mercado do produto proposto.
Agora assinale a alternativa correta:
(a) Somente I é proposição verdadeira.
(b) Somente II é proposição verdadeira.
(c) Somente III é proposição verdadeira.
(d) Somente I e II são proposições verdadeiras.
(e) Somente II e III são proposições verdadeiras.
25
FIXANDO CONCEITOS
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS
3. A fim de controlar e reduzir seus riscos associados ao preço do produto, 
uma seguradora deve observar:
I) Processos para garantir que a subscrição tenha acesso a pessoal sufi-
ciente e com experiência naquele risco.
II) Perfeita identificação e avaliação dos riscos envolvidos no processo 
de subscrição.
III) Envolvimento direto dos corretores, principais envolvidos na decisão 
de preços.
Agora assinale a alternativa correta:
(a) Somente I é proposição verdadeira.
(b) Somente II é proposição verdadeira.
(c) Somente III é proposição verdadeira.
(d) Somente I e II são proposições verdadeiras.
(e) Somente II e III são proposições verdadeiras.
Marque a alternativa correta
4. Os procedimentos para a identificação de proponentes elegíveis a 
serem aceitos em taxas e condições padrão são ações relativas ao(á)(s):
(a) Subscrição de riscos.
(b) Despesas de comercialização.
(c) Regulação de sinistros.
(d) Sindicância de apuração de prejuízos.
(e) Pagamento de comissão ao corretor.
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS 26
UNIDADE 303
PRECIFICAÇÃO 
de SEGUROS
de PESSOAS
 ■ Conhecer os métodos de 
precificação de seguros.
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de:
MÉTODOS DE PRECIFICAÇÃO 
 DE SEGUROS
TÁBUAS DE MORTALIDADE
FIXANDO CONCEITOS 3
TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
 ■ Saber quais são os 
elementos que compõem 
uma tábua de mortalidade.
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS 27
UNIDADE 3
A precificação, por definição, parte da premissa de tornar algo intangível 
(risco) em algo tangível (preço). A principal ferramenta que as seguradoras 
usam para atingir esse objetivo é a ciência atuarial.
 MÉTODOS DE PRECIFICAÇÃO 
 DE SEGUROS 
O cálculo do prêmio do seguro é uma das atividades mais importantes de 
uma seguradora. O princípio básico desse cálculo vem do conceito de o 
prêmio ser capaz de cobrir as despesas oriundas dos sinistros a pagar. 
Diversos são os conceitos e metodologias envolvidos no cálculo do prêmio.
Ferreira (2002) cita 4 métodos de precificação:
Julgamento ou subjetivo
Esse método de precificação é utilizado quando não se tem informa-
ção suficiente no processo de precificação. É um processo subjetivo, 
em que a tarifa é definida pelo underwriter através da comparação 
com riscos similares. A Teoria da Credibilidade pode ser classificada 
dentro desse contexto, pois, por vezes, conjuga a experiência pró-
pria da seguradora com a experiência de outras seguradoras;
Sinistralidade
A tarifa é atualizada em função da análise da sinistralidade da car-
teira em estudo. Lembramos que sinistralidade corresponde à 
razão sinistro/prêmio;
28
UNIDADE 3
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS
Prêmio puro
Esse método começa com a estimação do prêmio de risco, pas-
sando por um processo de regularização estatística (modelagem), 
e, por fim, adicionando-se um carregamento de segurança; e
Tábua de mortalidade
É o método utilizado nos Seguros de Pessoas e nos cálculos de 
rendas. Trata-se de um método determinístico, pois aplica fórmu-
las determinísticas e probabilidades de morte definidas a partir de 
estudos prévios realizados pelo atuário quando eles produzem as 
chamadas tábuas de mortalidade.
As tábuas de mortalidade ou tábuas biométricas são construí-
das a partir de informações brutas de mortalidade, passando 
por um processo de regularização estatística, um processo de 
ajustamento analítico e, finalmente, é aplicado um carregamen-
to de segurança.
 TÁBUAS DE MORTALIDADE 
Tábuas de mortalidade são instrumentos destinados a medir as probabilida-
des de sobrevivência e de morte. São construídas a partir de um instrumental 
técnico e científico, e refletem as mudanças que a sociedade vem sofrendo, 
com o aumento da expectativa de vida, melhorias sanitárias e o avanço da 
medicina. Apresentam o número de pessoas vivas e de pessoas mortas, em 
ordem crescente de idade, desde a origem até a extinção do grupo.
Existem várias tábuas de mortalidade para medir a sobrevida, ou seja, 
quanto uma pessoa de determinada idade provavelmente ainda vai viver.
As tábuas têm denominações usando abreviatura, como AT (Annuity Tab-
le), mais o ano em que sua constituição foi finalizada e qualquer outra dife-
renciação, por exemplo, o sexo do segurado ou se ele é ou não fumante.
No Brasil, as mais utilizadas são as tábuas AT-83 Male (para mortalidade 
masculina) ou AT-83 Female (para mortalidade feminina) e AT-2000 Male 
ou AT-2000 Female, mas ainda há planos de seguros que utilizam as 
tábuas CSO-58 (Commissioners Standard Ordinary Table) e SGB-71 (Segu-
ro de Grupos Brasileiros – Tábua deduzida da tábua básica da Experiência 
Brasileira EB 7-69).
Em 18 de março de 2010, a SUSEP publicou a Circular SUSEP no 402, em 
que aprovou os critérios de elaboração e atualização de tábuas biométri-
cas, desenvolvidas a partir da experiência do mercado segurador brasileiro.
29
UNIDADE 3
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROSDE BENEFÍCIOS
As tábuas, desenvolvidas pela UFRJ, foram denominadas Experiência do 
Mercado Segurador Brasileiro (BR-EMS) e levaram em conta o histórico de 
sobrevivência e de mortalidade dos consumidores de Seguros de Vida, 
além dos participantes de planos abertos de Previdência Privada Comple-
mentar do país.
O pontapé inicial para a pesquisa, que resultou na criação da nova tábua, 
foi uma decisão conjunta do órgão regulador do setor, a Superintendência 
de Seguros Privados (SUSEP), e da Federação Nacional de Previdência 
Privada e Vida (FENAPREVI). A escolhida foi a Universidade Federal do Rio 
de Janeiro (UFRJ), pela reconhecida atuação nessa área. A partir daí, os 
pesquisadores confrontaram bases de dados sigilosos, fornecidos por 23 
empresas do setor de seguros que representam mais de 85% do universo 
de planos comercializados no mercado nacional.
Essas tábuas tinham uma vigência definida de cinco anos. Assim, a UFRJ 
finalizou estudos com dados mais recentes, no início de 2015, para que, 
em 03 de julho de 2015, a SUSEP publicasse a Circular SUSEP no 515, em 
que aprovou os critérios de elaboração e atualização das tábuas biométri-
cas. A denominação das tábuas que estão vigentes segue abaixo:
 ■ BR-EMSsb-V.2015-m – Experiência do Mercado Segurador Brasilei-
ro (BR-EMS) – sobrevivência, versão 2015, masculino;
 ■ BR-EMSsb-V.2015-f – Experiência do Mercado Segurador Brasilei-
ro (BR-EMS) – sobrevivência, versão 2015, feminino;
 ■ BR-EMSmt-V.2015-m – Experiência do Mercado Segurador Brasi-
leiro (BR-EMS) – morte, versão 2015, masculino; e
 ■ BR-EMSmt-V.2015-f – Experiência do Mercado Segurador Brasilei-
ro (BR-EMS) – morte, versão 2015, feminino.
A nova tábua passou a vigorar em 1º de julho, com validade até junho de 
2020, e a tendência é que venha a substituir as famílias de tábuas AT (AT-
49, AT-83 e AT-2000) e CSO (CSO-58 e CSO-80), entre outras tábuas bio-
métricas utilizadas no mercado de Seguros de Vida e Previdência Com-
plementar, no desenvolvimento de novos produtos, que tinham como 
referência a expectativa de sobrevida dos norte-americanos.
Pela Tábua AT-2000 Male, estima-se que um segurado do sexo mascu-
lino, de maior poder aquisitivo e grau de instrução, com 40 anos, teria 
uma sobrevida de mais 42,70 anos. Com a nova tábua de sobrevivência, 
BR-EMSsb-V.2015-m, os cálculos indicam que esse mesmo segurado vive-
rá, em média, mais 43,4 anos.
Pode parecer estranho que a expectativa de sobrevida dos brasileiros seja 
maior do que a dos norte-americanos, mas a explicação está no grupo pes-
quisado pelos técnicos da UFRJ, que é composto por segurados de Vida e 
participantes de Previdência Complementar. A maioria pertence às classes 
30
UNIDADE 3
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS
A, B e C, possui emprego formal, renda acima da média da população e 
reside, principalmente, nas regiões Sul e Sudeste.
Nos Estados Unidos, os Seguros de Pessoas e os planos de Previdência 
têm sua distribuição pulverizada, fazendo com que pessoas de classes de 
menor poder aquisitivo também consumam esse tipo de produto, o que 
amplia em muito a base pesquisada na formatação da tábua biométrica.
O estudo comprovou que os consumidores de Seguros de Vida e Pre-
vidência Complementar têm expectativa de vida maior do que a do bra-
sileiro comum.
 — Elementos de uma Tábua 
de Mortalidade
A construção de uma tábua de mortalidade depende 
do conhecimento da taxa de mortalidade (qx) para 
cada idade do grupo em estudo
As tábuas de mortalidade se compõem, basicamente, de duas colunas: 
idade e probabilidade de morte, mas podem, também, apresentar mais 
três elementos: número de mortos, número de sobreviventes e pro-
babilidade de sobrevivência. Vejamos, a seguir, os símbolos universais 
utilizados nas tábuas para representar tais elementos:
Onde:
x = idade;
lx = número de pessoas vivas ou pessoas sobreviventes com idade x;
dx = número de pessoas mortas com idade x, ou seja, número de 
pessoas que alcançaram a idade x, mas morreram antes de atingir 
a idade x + 1;
qx = probabilidade de uma pessoa com idade x morrer, obrigatoria-
mente, antes de atingir a idade x + 1; e
px = probabilidade de uma pessoa com idade x sobreviver à idade 
x + 1, ou seja, é a probabilidade de uma pessoa de idade x sobre-
viver, pelo menos, mais um ano (chegar vivo, obrigatoriamente, à 
idade x + 1).
31
FIXANDO CONCEITOS
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS
 FIXANDO CONCEITOS 3 
Marque a alternativa correta
1. Ao método de precificação de seguros que se inicia com a estimação 
do prêmio de risco, passando por um processo de regularização estatísti-
ca (modelagem), e, por fim, adicionando um carregamento de segurança, 
dá-se o nome de:
(a) Julgamento.
(b) Subjetivo.
(c) Prêmio Puro.
(d) Tábua de Mortalidade.
(e) Sinistralidade.
2. Numa tábua de mortalidade, convenciona-se usar a variável “x” para 
determinar o(a):
(a) Idade.
(b) Número de pessoas vivas.
(c) Número de pessoas mortas.
(d) Probabilidade de uma pessoa morrer.
(e) Probabilidade de uma pessoa sobreviver
32
FIXANDO CONCEITOS
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS
3. Associe os métodos de precificação, a seguir, a uma de suas características:
I. Tábua de mortalidade.
II. Sinistralidade.
III. Prêmio puro.
IV. Julgamento.
( ) Método determinístico, pois aplica probabilidades de morte definidas 
a partir de estudos prévios realizados pelo atuário. É utilizado nos 
Seguros de Pessoas e nos cálculos das rendas.
( ) O primeiro passo é estimar o prêmio de risco, posteriormente se exe-
cuta um processo de regularização estatística (modelagem) e, por 
fim, adiciona-se um carregamento de segurança.
( ) Processo subjetivo em que a tarifa é calculada pelo underwriter atra-
vés de comparação com riscos similares.
( ) A tarifa é atualizada em função da análise da sinistralidade ocorrida 
no passado para a carteira em estudo.:
Agora marque a opção correta
(a) I, III, IV, II.
(b) I, II, III, IV.
(c) II, III, IV, I.
(d) III, I, II IV.
(e) IV, III, II, I.
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS 33
UNIDADE 404
NOÇÕES de 
UTILIZAÇÃO da
TÁBUA de MORTALIDADE
 ■ Entender a elaboração de 
uma Tábua de Mortalidade.
 ■ Compreender as suas 
formas de utilização.
 ■ Calcular minimamente 
seguros de vida.
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de:
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O QUE É UMA TÁBUA 
 DE MORTALIDADE
TAXA PURA
FIXANDO CONCEITOS 4
TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
 ■ Conhecer as diferenças 
entre as diversas tábuas 
existentes.
 ■ Explicar aos clientes 
por que seguros de 
vida podem ter custos 
diferentes entre si.
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS 34
UNIDADE 4
 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
A tábua de mortalidade para uma dada população é uma ferramen-
ta de grande importância, não apenas no que se refere aos estudos 
atuariais e demográficos em geral, mas também para fixação de polí-
ticas públicas e financiamento do setor privado para certos serviços 
ofertados no mercado.
Devido a esta importância, torna-se crucial na análise de problemas 
nos quais uma estimativa precisa é frequentemente necessária.
As Tábuas tornaram-se uma necessidade primordial para cálculos de 
seguros quando o assunto é pertinente a Seguros de Pessoas. Atual-
mente, o problema mais comum quando se lida com seguros, além da 
taxa de retorno, refere-se à escolha de uma tábua de vida adequada 
a uma dada população.
 O QUE É UMA TÁBUA 
 DE MORTALIDADE 
Considerando que estamos falando, dentre outras coisas, de Seguros de 
Vida e que esse tipo de apólice objetiva indenizar os beneficiários pela 
morte do segurado, a base de precificação de um seguro de vida passa 
obrigatoriamente pela mensuração da vida de uma pessoa.
É a chamada “longevidade” ou “expectativa de vida”. O instrumento utiliza-
do pelas seguradoras para esse cálculo é a Tábua de Mortalidade.
Curiosidade
A primeira Tábua de 
Mortalidade de que se tem 
notícia foielaborada com 
observações aos registros de 
mortos e nascidos, e o seu autor 
foi Edmund Halley, em 1693.
As Tábuas adotadas no Brasil 
geralmente são as elaboradas 
por companhias de seguros 
estrangeiras.
35
UNIDADE 4
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS
A Tábua de Mortalidade é o instrumento destinado a medir as probabilida-
des de vida e morte, tratando-se de uma tabela que aponta o número de 
pessoas da mesma idade vivas e mortas em cada idade.
No Brasil, adotamos diversas tábuas de mortalidade populacionais, sendo 
a maioria delas estrangeira.
As tábuas AT 2000 Male, AT -83 , AT -49 e GKM-70 se encontram no Ane-
xo deste manual.
 TAXA PURA 
A taxa pura é o ponto de partida para o cálculo do prêmio puro.
Essa taxa pode ser única para todo o grupo segurado ou diferenciada por 
idade ou faixa etária. Ela é chamada de “pura” porque não considera os 
carregamentos para custeios comerciais e administrativos, mas apenas 
o risco.
A seguir, veremos um exemplo para a cobertura de morte por qualquer 
causa, em que o instrumento básico utilizado pelo atuário para medir a 
probabilidade de morte é a tábua de mortalidade.
Calcularemos, a seguir, uma taxa pura média.
A taxa pura para a idade “x” é o resultado da divisão do prêmio puro, para 
a idade “x”, pelo capital segurado do indivíduo.
A taxa pura média é o resultado da divisão do prêmio puro de todo o grupo 
pelo capital segurado total, conforme expresso abaixo:
Taxa Pura Média = Prêmio Puro Total 
 Capital Segurado Total
Para o cálculo do prêmio puro total, primeiro se obtêm, da tabela de mor-
talidade na coluna qx (probabilidade de uma pessoa de idade x morrer, 
obrigatoriamente, antes de atingir a idade x+1), as taxas correspondentes 
às idades dos segurados.
Após isso, multiplicam-se os capitais segurados de cada idade pelas taxas 
correspondentes, obtendo-se os prêmios individuais.
Por fim, somam-se os prêmios individuais.
36
UNIDADE 4
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS
A seguir, temos um exemplo em que a quinta coluna, GKM-70, foi calcu-
lada da seguinte forma: pegou-se a probabilidade de morte para a idade, 
por exemplo, de 27 anos, da tábua de mortalidade GKM-70 (constante do 
Anexo do manual), dividiu-se por 12 (o prêmio a ser calculado é mensal) e 
multiplicou-se o resultado por 1.000 para se ter uma taxa por mil.
Assim, temos:
0,001375 (constante do anexo) / 12 × 1.000 = 0,1146 ‰
Multiplicando-se os valores da coluna Capital Total Segurado pelas respec-
tivas taxas da coluna GKM (ex.: R$ 120.000 × 0,1146‰ = 13,75), obtêm-se os 
respectivos prêmios totais por idade (coluna prêmio):
IDADE N
O DE 
COMPONENTES
CAPITAL 
SEGURADO (R$)
CAPITAL 
SEGURADO 
TOTAL (R$)
TAXA 
GKM-70 
(‰)
PRÊMIO 
(R$)
27 20 6.000 120.000 0,1146 13,75
29 25 7.200 180.000 0,1171 21,08
31 20 9.600 192.000 0,1228 23,57
34 30 13.200 396.000 0,1408 55,74
36 20 14.400 288.000 0,1593 45,86
40 20 24.000 480.000 0,2187 104,96
1.656.000 264,95
Com base nos valores da tabela anterior, podemos calcular a taxa pura 
média da seguinte forma:
Taxa Pura Média = Prêmio Puro Total = 264,95 = 0,1600‰
 Capital Segurado Total 1.656.000
Assim, o estipulante e/ou o segurado terá(ão) que pagar R$ 0,16 a cada 
R$ 1.000,00 de capital segurado.
Se refizéssemos os mesmos cálculos, agora utilizando outra tábua de mor-
talidade, os resultados seriam os seguintes, a cada R$ 1.000,00 de capital 
segurado:
Curiosidade
Nos seguros de pessoas 
é comum se apresentar 
a taxa de seguro não na 
forma percentual (%), mas 
na forma por mil (%). A 
razão disso é basicamente 
facilitar a operação, uma vez 
que os capitais segurados 
normalmente são múltiplos 
de 1.000, bastando, do ponto 
de vista matemático, apenas 
multiplicar a taxa pelo capital 
segurado, excluindo os 
três últimos zeros, quando 
números cheios.
37
UNIDADE 4
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS
TÁBUA DE MORTALIDADE TAXA PURA MÉDIA (‰)
AT-49 0,12
AT-83 Male 0,08
AT-2000 Basic Male 0,07
Percebe-se que a escolha da tábua de mortalidade irá fazer com que o 
preço varie de R$ 0,16 (GKM 70) a R$ 0,07 (AT-2000 Basic Male).
Por esse motivo, e com vistas a zelar pela solvência das seguradoras, a 
regulamentação estabelece que a AT-83 Male é a tábua que deve ser con-
siderada como limite mínimo de taxa de mortalidade.
Entretanto, quando adotadas taxas ou tábuas de mortalidade que não aten-
dam ao limite mínimo da taxa de mortalidade previsto pela AT-83 Male, a 
nota técnica atuarial deverá conter, obrigatoriamente, os seguintes elemen-
tos, independentemente de outros que possam ser exigidos pela SUSEP:
 ■ Estudo que demonstre a sua adequação e viabilidade técnica, ten-
do em vista as características do produto e da população a ser 
segurada;
 ■ Projeção, através da análise de cenários, da sinistralidade espe-
rada; e
 ■ Informação de que o estudo e a projeção serão objeto de reavalia-
ção anual pelo atuário responsável, com o seu consequente envio 
para análise da SUSEP.
38
UNIDADE 4
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS
Atenção
É importante que fique claro para o segurado que, além da atualização monetária, o 
valor dos prêmios sofrerá acréscimo anualmente, em decorrência da mudança de idade 
do segurado, ou periodicamente, em decorrência da mudança de faixa etária do segu-
rado, em consequência do aumento do risco, com a finalidade de manter o equilíbrio 
atuarial, financeiro e econômico do plano.
Para os seguros que prevejam alteração de taxa por faixa etária, deverá ser estabeleci-
do, nas condições gerais, que os prêmios serão alterados de acordo com a faixa etária 
do segurado.
A forma como os prêmios serão alterados, de acordo com a faixa etária do segurado, 
incluindo os valores ou percentuais, deverá constar das condições contratuais e ser 
disponibilizada aos proponentes quando da adesão ao seguro.
No caso dos planos contratados de forma individual, deverá constar, das condições 
gerais, item estabelecendo a forma como os prêmios vão ser alterados de acordo com 
a faixa etária do segurado, incluindo os valores ou percentuais.
A nova regulamentação, diferentemente da anterior, não estabelece mais as taxas para 
as coberturas, devendo a nota técnica atuarial especificá-las.
Outra questão importante diz respeito às coberturas contratadas. Apresentamos acima 
apenas o cálculo para contratação da cobertura de morte (MQC). As demais coberturas 
têm taxas específicas, e seus custos devem ser somados à básica para incorporar o 
prêmio líquido.
A cobertura de morte acidental, por exemplo, apresenta uma taxa fixa e não faz uso da 
tábua, pois, por tratar-se de acidente pessoal, a questão etária é pouco relevante.
39
FIXANDO CONCEITOS
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS
 FIXANDO CONCEITOS 4 
1. Marque a alternativa correta:
(a) A primeira tábua de mortalidade foi criada recentemente, em 1978, 
na Inglaterra.
(b) No Brasil, adotamos diversas tábuas de mortalidade, e nenhuma 
delas é estrangeira.
(c) O instrumento utilizado pelas seguradoras para calcular a longevida-
de da massa é a Tábua de Mortalidade.
(d) As tábuas podem variar apenas conforme a idade dos participantes.
(e) A GKM-70 é uma tábua especificamente criada para calcular o risco 
dos acidentes pessoais.
2. Marque a alternativa correta:
(a) O valor dos prêmios sofrerá acréscimo anualmente apenas em 
decorrência da mudança de idade do segurado.
(b) Para os seguros que prevejam alteração de taxa por faixa etária, 
deverá ser estabelecido, nas condições gerais, que os prêmios 
serão alterados de acordo com a faixa etária do segurado.
(c) Não há necessidade de que conste das condições contratuais a for-
ma como os prêmios serão alterados, de acordo com a faixa etária 
do segurado.
(d) No caso dos planos contratados de forma individual, não deverá 
constar, das condições gerais, item estabelecendo a forma como os 
prêmiosserão alterados de acordo com a faixa etária do segurado, 
incluindo os valores ou percentuais.
(e) A nova regulamentação, a exemplo da anterior, estabelece apenas 
as taxas para as coberturas, não devendo a nota técnica atuarial 
especificá-las.
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS 40
UNIDADE 505
REGIMES
FINANCEIROS
 ■ Compreender o que é 
regime financeiro.
 ■ Compreender a diferença 
entre os regimes de 
repartição simples (e de 
repartição de capitais de 
cobertura) e o regime 
de capitalização e seu 
impacto no valor do prêmio 
do seguro.
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de:
REGIMES FINANCEIROS
FIXANDO CONCEITOS 5
TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
 ■ Identificar os tipos de 
regimes financeiros 
existentes e suas 
particularidades, como: a 
que benefícios se aplicam 
ou a possibilidade do 
segurado resgatar seus 
recursos, ou não.
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS 41
UNIDADE 5
A saúde financeira de uma seguradora passa obrigatoriamente, por ter 
equilíbrio entre o que ela arrecada, na forma de prêmios, e o que gasta, na 
forma de sinistros. A forma como essa companhia vai alcançar esse equilí-
brio, é estabelecida tendo como base, o regime financeiro do produto de 
seguro disponibilizado por aquela Seguradora aos seus segurados.
 REGIMES FINANCEIROS 
Os regimes financeiros são modelos que possibilitam estabelecer o 
equilíbrio entre as receitas (prêmios) e despesas (sinistros pagos) de 
um plano de seguro ao longo de um determinado período de cober-
tura. Em outras palavras, pode-se dizer que regime financeiro é a 
maneira pela qual o seguro será financiado.
Dependendo do regime financeiro adotado, o valor do prêmio cobra-
do pela seguradora poderá financiar os sinistros ocorridos durante 
o período de competência do prêmio pago ou ser suficiente para 
cobrir um período maior. Enquanto no primeiro caso não há acúmulo 
de recursos, no segundo caso a seguradora deve provisionar uma 
parcela do prêmio pago para ser utilizada no futuro.
Existem três regimes financeiros: repartição simples, repartição de 
capitais de cobertura e capitalização.
Atenção
Para a cobertura por 
sobrevivência, o período de 
cobertura nada mais é do que 
o prazo correspondente aos 
períodos de diferimento e/ou de 
pagamento do capital segurado 
sob a forma de renda, enquanto 
que, para as coberturas de 
risco, o período de cobertura 
é aquele durante o qual o 
segurado ou os beneficiários, 
quando for o caso, farão jus aos 
capitais segurados contratados.
42
UNIDADE 5
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS
 — Regime Financeiro de 
Repartição Simples
Estrutura técnica em que os prêmios pagos por todos os segurados do pla-
no, em um determinado período, destinam-se ao custeio das despesas de 
administração e das indenizações a serem pagas no próprio período. Em 
outras palavras, os valores arrecadados ao longo dos períodos são destina-
dos aos pagamentos de indenizações referentes a eventos que ocorram no 
âmbito do grupo segurado, e não à acumulação individual de cada segurado.
Esse regime financeiro é utilizado para estruturar as coberturas de risco sem-
pre que seus capitais segurados forem pagos à vista, como, por exemplo:
Planos de Previdência
Pecúlio por morte ou pecúlio por invalidez; e
Seguros de Pessoas
Cobertura de morte qualquer causa ou de morte acidental no 
Seguro de Vida em grupo.
 — Regime Financeiro de Repartição 
de Capitais de Cobertura
Estrutura técnica em que os prêmios pagos por todos os segurados do 
plano, em um determinado período, deverão ser suficientes para consti-
tuir as Provisões Matemáticas de Benefícios Concedidos decorrentes dos 
eventos ocorridos nesse período.
Esse regime financeiro é utilizado para estruturar as coberturas de risco 
sempre que seus capitais segurados forem pagos sob a forma de ren-
da, como, por exemplo:
Planos de Previdência
Renda mensal por invalidez ou pensão por morte; e
Seguros de Pessoas
Cobertura de Invalidez Permanente Total por Doença (IPD), quando 
paga em até 24 parcelas no Seguro de Vida em grupo.
 — Regime Financeiro de Capitalização
Estrutura técnica que prevê acumulação de recursos em um primeiro 
momento para fazer face aos compromissos futuros com o pagamento 
de sinistros.
43
UNIDADE 5
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS
Esse regime financeiro pode ser utilizado para estruturar qualquer cober-
tura (de risco ou de sobrevivência) e sob qualquer forma de pagamento 
(único ou sob a forma de renda), sendo que a cobertura por sobrevivência 
é obrigatoriamente estruturada no regime financeiro de capitalização. São 
exemplos de planos:
Planos de Previdência
Pecúlio por morte ou pecúlio por invalidez ou aposentadoria (ren-
da mensal por sobrevivência); e
Seguros de Pessoas
Dotal Puro, Dotal Misto, Seguro Temporário ou Seguro de Vida 
Inteira (cobertura de morte).
A tabela a seguir apresenta um resumo dos tipos de planos e dos regimes 
financeiros adotados:
REGIME FINANCEIRO
REPARTIÇÃO 
SIMPLES
REPARTIÇÃO 
DE CAPITAIS 
DE COBERTURA
CAPITALIZAÇÃO
Pecúlio por morte 
ou por invalidez
X X
Renda paga em função 
da morte ou da invalidez
X X
Benefício por sobrevivência 
pago à vista ou sob a forma 
de renda
X
Pecúlio por morte ou por invalidez é o pagamento à vista 
que o beneficiário ou o próprio segurado recebe em função 
da morte ou da invalidez do segurado.
Pode-se notar que a diferença básica entre os regimes de repartição sim-
ples e repartição de capitais de cobertura está na forma de pagamento do 
capital segurado.
Ambos são utilizados para estruturar planos com coberturas de risco (mor-
te ou invalidez, por exemplo), mas, quando o capital segurado é pago à vis-
ta, utiliza-se o regime financeiro de repartição simples e, quando o capital 
segurado é pago sob a forma de renda, utiliza-se o regime financeiro de 
repartição de capitais de cobertura.
A diferença é que, no regime de repartição de capitais de cobertura, é 
necessário que a seguradora separe recursos numa provisão técnica, 
44
UNIDADE 5
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS
denominada Provisão Matemática de Benefícios Concedidos para o equilí-
brio da operação. Essa provisão é necessária para que a seguradora pos-
sa cumprir com a obrigação de pagar o benefício em parcelas durante o 
período determinado no plano (vitalício ou temporário).
É importante registrar que as nomenclaturas utilizadas foram as de seguro 
(prêmios, sinistros e capital segurado), devendo ser observado que, para 
Previdência Complementar, os conceitos apresentados sobre os regimes 
financeiros também são válidos, devendo-se trocar as nomenclaturas para 
contribuição e benefícios.
Da tabela anterior, pode-se observar, por exemplo, que um plano de segu-
ro que pague uma indenização à vista, em função da morte do segurado, 
pode ser estruturado no regime financeiro de repartição simples ou de 
capitalização. A seguir, a diferença entre essas duas estruturas.
Imaginemos, por exemplo, uma pessoa com 20 anos de idade que deseje 
contratar esse tipo de plano. Suponhamos, ainda, que o objetivo dessa 
pessoa é ficar coberta pelo risco de morte vitaliciamente, com um capital 
segurado de R$ 100.000,00.
Apresentaremos, a seguir, a evolução anual do prêmio nos dois regimes 
financeiros, desde a idade de 20 anos até a idade de 65 anos, com base na 
tábua de mortalidade SGB-71. Enfatizamos que a cobertura não se encerra, 
obrigatoriamente, aos 65 anos, mas, para fins didáticos, iremos limitar-nos 
a apresentar a evolução dos prêmios até essa idade, bem como a calcular 
os prêmios de forma anual (pagos uma vez por ano), apesar de o usual ser 
o pagamento mensal.
IDADE
Capitalização
Repartição 
Simples
R$ 4.500,00
R$ 4.000,00
R$ 3.500,00
R$ 3.000,00
R$ 2.500,00
R$ 2.000,00
R$ 1.500,00
R$ 1.000,00
R$ 500,00
R$ 0,00
20 23 26 26 32 35 38 41 44 47 50 53 56 59 62 65
45
UNIDADE 5
RISCOE PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS
Do gráfico anterior, percebe-se que o valor do prêmio pago no regime 
financeiro de capitalização fica constante (nivelado) durante todo o tempo, 
enquanto no regime financeiro de repartição simples ele cresce à medi-
da que a pessoa envelhece. Pode-se dizer que o regime de repartição 
simples representa, em cada idade, o custo do risco de morte a que o 
segurado está exposto. Logo, aos 20 anos de idade, esse custo é de R$ 
193,20, enquanto, aos 65 anos, esse custo sobe para R$ 3.979,90.
A título ilustrativo, esse custo de R$ 193,20 para a idade de 20 anos foi 
calculado multiplicando-se a probabilidade de uma pessoa de 20 anos 
morrer, obrigatoriamente, antes de atingir 21 anos (0,001932 – probabili-
dade dada pela tábua de mortalidade SGB-71) pelo capital segurado (R$ 
100.000,00). Procedimento análogo foi feito para as outras idades.
Em contrapartida, o cálculo do prêmio para o regime financeiro de capi-
talização envolve cálculos mais complexos, que não serão abordados 
neste material.
Outro ponto bastante importante é que o valor inicial do prêmio no regime 
financeiro de capitalização é bem maior do que no regime financeiro de 
repartição; todavia, a partir de determinada idade (44 anos), isso se inverte.
O que se pretende mostrar é que não existe mágica, ou seja, se a pessoa 
quiser pagar o mesmo preço ao longo de toda sua vida, deverá pagar mais no 
início, para que parte do que ela pagou seja utilizada no futuro, quando o custo 
da sua morte for superior àquilo que ela estiver pagando naquele momento.
Por fim, é importante deixar claro que não existe plano que seja melhor do 
que outro. Cabe ao corretor de seguros a tarefa de informar aos segurados 
as características de cada modelo e avaliar, junto com o segurado, o plano 
que seja mais indicado para o seu perfil.
Apresentamos, abaixo, os valores dos prêmios para cada idade.
REGIME FINANCEIRO
IDADE CAPITALIZAÇÃO REPARTIÇÃO SIMPLES
20 561,41 193,20
21 561,41 193,90
22 561,41 194,60
23 561,41 194,60
24 561,41 194,90
25 561,41 195,30
26 561,41 197,20
27 561,41 197,80
28 561,41 202,20
46
UNIDADE 5
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS
29 561,41 204,10
30 561,41 209,90
31 561,41 215,70
32 561,41 222,60
33 561,41 233,30
34 561,41 248,90
35 561,41 266,20
36 561,41 287,60
37 561,41 311,80
38 561,41 341,70
39 561,41 376,10
40 561,41 413,40
41 561,41 456,60
42 561,41 505,00
43 561,41 556,50
44 561,41 612,40
45 561,41 673,40
46 561,41 744,30
47 561,41 814,60
48 561,41 895,10
49 561,41 981,10
50 561,41 1.076,30
51 561,41 1.180,30
52 561,41 1.294,80
53 561,41 1.419,50
54 561,41 1.555,70
55 561,41 1.702,40
56 561,41 1.863,30
57 561,41 2.035,80
58 561,41 2.217,30
59 561,41 2.408,90
60 561,41 2.612,80
61 561,41 2.840,20
62 561,41 3.090,80
63 561,41 3.364,00
64 561,41 3.657,70
65 561,41 3.979,90
Obs.: valores expressos em reais.
47
UNIDADE 5
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS
Observação
Devido à natureza do regime financeiro de repartição simples e de repartição de capi-
tais de cobertura, os planos estruturados nesses regimes não permitem concessão de 
resgate, saldamento, seguro prolongado ou devolução de quaisquer prêmios pagos, 
uma vez que cada prêmio pago é destinado ao custeio das despesas de administra-
ção e das indenizações a serem pagas no próprio período. Com isso, os segurados ou 
beneficiários só terão direito a alguma indenização em caso de sinistro.
Já as coberturas de risco estruturadas no regime financeiro de capitalização podem 
prever a possibilidade de resgate. Nesses casos, haverá formação da provisão matemá-
tica de benefícios a conceder com base nos prêmios pagos, capitalizados atuarialmen-
te, após o desconto das importâncias relativas às despesas de corretagem, colocação 
e administração do plano, e à parcela do prêmio destinada à cobertura de risco a que 
o segurado está exposto. Portanto, deve ficar claro para os segurados que o resgate, 
nesses casos, corresponderá a um valor calculado atuarialmente, que não representará 
o somatório dos prêmios pagos.
Somente os prêmios destinados à cobertura por sobrevivência dão direito, obrigatoria-
mente, a resgate.
As seguintes definições são importantes e aparecem comumente nas condi-
ções gerais e regulamentos de planos de Seguros de Pessoas e Previdência:
 ■ A provisão matemática de benefícios a conceder deve abranger 
os compromissos assumidos pela sociedade seguradora com os 
segurados, enquanto não iniciado o evento gerador do pagamen-
to da indenização; e
 ■ A provisão matemática de benefícios concedidos corresponde ao 
valor atual da indenização cujo evento gerador já tenha ocorrido
48
UNIDADE 5
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS
QUADRO RESUMO
REPARTIÇÃO 
SIMPLES
REPARTIÇÃO 
DE CAPITAIS DE 
COBERTURA
CAPITALIZAÇÃO
Acúmulo individual 
de recursos
Não há Não há Há
Tipo de benefício e 
prazo de pagamento
Coberturas de risco 
por morte e invalidez
Coberturas de risco 
por morte e invalidez
Coberturas de risco 
por morte e invalidez 
ou por sobrevivência
Prazo de pagamento 
do benefício
Pago à vista Pago na forma de 
renda
Pago à vista ou na 
forma de renda
Evolução do prêmio Cresce conforme o ris-
co. Quanto mais idoso, 
mais alto o prêmio
Cresce conforme o ris-
co. Quanto mais idoso, 
mais alto o prêmio
Constante ou nivelado 
durante o tempo do 
contrato
Possibilidade 
de resgate
Não permite Não permite Se cobertura de risco: 
facultativo. Se cober-
tura de sobrevivência: 
obrigatório
49
FIXANDO CONCEITOS
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS
 FIXANDO CONCEITOS 5 
Marque a alternativa correta
1. Os tipos de regime financeiro que existem são:
(a) Repartição simples e repartição composta.
(b) Repartição simples e repartição de capitais de cobertura.
(c) Repartição simples, repartição composta e capitalização.
(d) Repartição simples e capitalização composta.
(e) Repartição simples, repartição de capitais de cobertura e capitalização.
Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta
2. Sobre regime financeiro, é correto afirmar que:
I) Os planos estruturados nos regimes de repartição de capitais de 
cobertura permitem concessão de resgate, saldamento, seguro 
prolongado ou devolução de quaisquer prêmios pagos.
II) Os planos estruturados nos regimes de repartição simples não per-
mitem concessão de resgate, saldamento, seguro prolongado ou 
devolução de quaisquer prêmios pagos.
III) Os planos de sobrevivência estruturados nos regimes de capitaliza-
ção permitem concessão de resgate, saldamento, seguro prolonga-
do ou devolução de quaisquer prêmios pagos.
Agora assinale a alternativa correta:
(a) Somente I é proposição verdadeira.
(b) Somente II é proposição verdadeira.
(c) Somente III é proposição verdadeira.
(d) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(e) Somente II e III são proposições verdadeiras.
50
FIXANDO CONCEITOS
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS
Marque a alternativa correta
3. O pagamento à vista que o beneficiário (ou o próprio segurado) recebe 
em função da morte (ou da invalidez do segurado) é chamado de:
(a) Pecúlio.
(b) Prêmio.
(c) Imposto sobre operações financeiras.
(d) Emolumentos.
(e) Preexistência.
4. A provisão técnica prevista nos seguros estruturados no regime de 
repartição de capitais de cobertura é chamada de:
(a) Provisão Matemática de Benefícios a Conceder.
(b) Provisão Matemática para Devedores Duvidosos.
(c) Provisão Matemática de Benefícios Concedidos.
(d) Provisão Matemática para sinistros ocorridos, mas não reclamados.
(e) Provisão Matemática para Benefícios Não Ocorridos.
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS 51
UNIDADE 606
FATORES 
IMPORTANTES
na PRECIFICAÇÃO
 ■ Identificar os fatores que 
influenciam no cálculo do 
preço dos Seguros de 
Pessoas e de Previdência 
Complementar.
 ■ Compreender o significado 
de expectativade vida, 
esperança de vida ou vida 
média.
 ■ Compreender como 
comparar duas ou mais 
tábuas de mortalidade.
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de:
FATORES QUE INFLUENCIAM NO 
 CÁLCULO DO PREÇO DOS 
 SEGUROS DE PESSOAS E DE 
 PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
FIXANDO CONCEITOS 6
TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
 ■ Compreender por que 
a escolha da tábua de 
mortalidade influencia no 
preço do seguro e nas 
anuidades.
 ■ Compreender por que a 
escolha da taxa de juros 
influencia no preço de 
anuidades.
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS 52
UNIDADE 6
 FATORES QUE INFLUENCIAM NO 
 CÁLCULO DO PREÇO DOS 
 SEGUROS DE PESSOAS E DE 
 PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 
 — Seguros de Pessoas – Cobertura 
por Morte Qualquer Causa
A escolha do regime financeiro, para seguro em caso de morte, afeta dire-
tamente os valores dos prêmios ao longo de vigência do contrato. Entre-
tanto, será que, se tivéssemos adotado outra tábua de mortalidade, em vez 
da tábua SGB-71, os valores seriam diferentes?
A resposta para essa pergunta é sim, e isso se deve ao fato de a proba-
bilidade de morte, componente principal no custo do seguro, associada a 
cada tábua ser diferente. Consequentemente, para cada tábua, associa-se 
uma diferente expectativa de vida, cujo conceito está relacionado a quan-
tos anos, em média, viverá cada componente que forma o grupo.
Utiliza-se a expectativa de vida ou esperança de vida, ou ainda vida média, 
entre outras finalidades, para se avaliarem comparativamente duas ou 
mais tábuas de mortalidade.
No caso do exemplo anterior, conforme pode se observar na tabela a 
seguir, a pessoa de 20 anos, pela tábua SGB-71, tem uma expectativa de 
viver mais 47,70 anos, enquanto que, pela tábua de mortalidade AT-2000 
Male, essa expectativa é de 62,01 anos.
53
UNIDADE 6
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS
AT-2000 MALE AT-83 MALE BR-EMSSB-V.2015-M SGB-71
X q
X
EXPECTATIVA 
DE VIDA e 0x
q
X
EXPECTATIVA 
DE VIDA e 0x
q
X
EXPECTATIVA 
DE VIDA e 0x
q
X
EXPECTATIVA 
DE VIDA e 0x
20 0,000499 62,01 0,000505 59,50 0,0006045 62,60 0,001932 47,70
21 0,000519 61,04 0,000525 58,53 0,0007069 61,60 0,001939 46,79
22 0,000542 60,07 0,000546 57,56 0,0007623 60,70 0,001946 45,88
23 0,000566 59,10 0,000570 56,59 0,0007817 59,70 0,001946 44,97
24 0,000592 58,14 0,000596 55,63 0,0007731 58,80 0,001949 44,06
25 0,000616 57,17 0,000622 54,66 0,0007544 57,80 0,001953 43,14
26 0,000639 56,20 0,000650 53,69 0,0007373 56,90 0,001972 42,22
27 0,000659 55,24 0,000677 52,73 0,0007298 55,90 0,001978 41,31
28 0,000675 54,28 0,000704 51,76 0,0007258 54,90 0,002022 40,39
29 0,000687 53,31 0,000731 50,80 0,0007177 54,00 0,002041 39,47
30 0,000694 52,35 0,000759 49,83 0,0007211 53,00 0,002099 38,55
31 0,000699 51,38 0,000786 48,87 0,0007342 52,00 0,002157 37,63
32 0,000700 50,42 0,000814 47,91 0,0007579 51,10 0,002226 36,71
33 0,000701 49,46 0,000843 46,95 0,0007941 50,10 0,002333 35,79
34 0,000702 48,49 0,000876 45,99 0,0008395 49,20 0,002489 34,87
35 0,000704 47,52 0,000917 45,03 0,0008802 48,20 0,002662 33,96
36 0,000719 46,56 0,000968 44,07 0,0009202 47,20 0,002876 33,05
37 0,000749 45,59 0,001032 43,11 0,0009512 46,30 0,003118 32,14
38 0,000796 44,62 0,001114 42,15 0,0009876 45,30 0,003417 31,24
39 0,000864 43,66 0,001216 41,20 0,0010291 44,40 0,003761 30,35
40 0,000953 42,70 0,001341 40,25 0,0010883 43,40 0,004134 29,46
41 0,001065 41,74 0,001492 39,30 0,0011563 42,50 0,004566 28,58
42 0,001201 40,78 0,001673 38,36 0,0012443 41,50 0,005050 27,71
43 0,001362 39,83 0,001886 37,43 0,0013505 40,60 0,005565 26,85
44 0,001547 38,88 0,002129 36,50 0,0014798 39,60 0,006124 25,99
45 0,001752 37,94 0,002399 35,57 0,0016034 38,70 0,006734 25,15
46 0,001974 37,01 0,002693 34,66 0,0017246 37,70 0,007443 24,32
47 0,002211 36,08 0,003009 33,75 0,0018463 36,80 0,008146 23,50
48 0,002460 35,16 0,003343 32,85 0,0020009 35,90 0,008951 22,68
49 0,002721 34,24 0,003694 31,96 0,0021789 34,90 0,009811 21,88
50 0,002994 33,34 0,004057 31,07 0,0023873 34,00 0,010763 21,10
51 0,003279 32,43 0,004431 30,20 0,0026229 33,10 0,011803 20,32
52 0,003576 31,54 0,004812 29,33 0,0029034 32,20 0,012948 19,56
53 0,003884 30,65 0,005198 28,47 0,0032172 31,30 0,014195 18,81
54 0,004203 29,77 0,005591 27,62 0,0035536 30,40 0,015557 18,07
55 0,004534 28,89 0,005994 26,77 0,0039070 29,50 0,017024 17,35
56 0,004876 28,02 0,006409 25,93 0,0042981 28,60 0,018633 16,64
54
UNIDADE 6
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS
57 0,005228 27,16 0,006839 25,09 0,0047163 27,70 0,020358 15,95
58 0,005593 26,30 0,007290 24,26 0,0051323 26,90 0,022173 15,27
59 0,005988 25,44 0,007782 23,44 0,0055507 26,00 0,024089 14,60
60 0,006428 24,59 0,008338 22,62 0,0060008 25,10 0,026128 13,95
61 0,006933 23,75 0,008983 21,80 0,0065038 24,30 0,028402 13,31
62 0,007520 22,91 0,009740 20,99 0,0070974 23,40 0,030908 12,69
63 0,008207 22,08 0,010630 20,20 0,0078021 22,60 0,033640 12,08
64 0,009008 21,26 0,011664 19,41 0,0086713 21,80 0,036577 11,48
65 0,009940 20,45 0,012851 18,63 0,0095833 21,00 0,039799 10,89
 
Dessa forma, caso tivéssemos utilizado a tábua de mortalidade AT-2000 
Male, no exemplo do Prêmio do Seguro por Morte apresentado na unidade 
anterior, os valores iniciais seriam R$ 243,28 para o regime financeiro de 
capitalização e R$ 49,90 para o regime financeiro de repartição simples, 
valores esses bem inferiores aos R$ 561,41 e R$ 193,20, obtidos com a 
tábua SGB-71.
Portanto, percebe-se que a escolha da tábua de mortalidade é fundamental 
para o preço do seguro e para a solvência da seguradora, bastando, para 
isso, que se imagine a situação a seguir.
Suponha, por hipótese, que as pessoas com 20 anos de idade irão sobre-
viver, obrigatoriamente, em média, mais 47,70 anos. Portanto, o correto, 
tecnicamente, seria que as seguradoras estruturassem seus produtos com 
base em tábuas de mortalidade que tivessem, no máximo, 47,70 anos de 
expectativa de vida para a idade de 20 anos.
Entretanto, uma determinada sociedade seguradora, com o intuito de 
aumentar suas vendas, desenhou o seu produto utilizando a tábua de mor-
talidade AT-2000 Male. O que irá ocorrer com essa sociedade seguradora? 
Apesar de ter vendido mais do que seus concorrentes, pois o seu preço é 
mais baixo, possivelmente ela terá um problema de solvência, pois as pes-
soas começaram a morrer muito antes do que ela imaginou. A sociedade 
seguradora pagará muito mais sinistros do que aquilo que ela efetivamente 
imaginou, ou seja, tudo o que ela arrecadou de prêmios não será suficiente 
para pagar por todos os sinistros ocorridos.
 — Previdência Complementar – 
Renda Mensal Vitalícia Imediata 
(Anuidade Imediata Vitalícia)
Suponha que uma pessoa de 60 anos de idade queira saber quanto que a 
sociedade seguradora cobra para lhe pagar uma renda mensal vitalícia de 
55
UNIDADE 6
RISCO E PRECIFICAÇÃO DE SEGUROS DE BENEFÍCIOS
R$ 1.000. Se a sociedade seguradora fizer os seus cálculos pela SGB-71, 
essa pessoa de 60 anos deverá desembolsar R$ 166.786,81, enquanto, se 
os cálculos forem feitos pela AT-2000 Male, esse valor a ser desembolsa-
do subirá para R$ 294.501,79. Importante ressaltar que esses valores foram 
calculados no regime financeiro de capitalização, que envolvem cálculos 
complexos que não serão abordados nesse material. 
Em ambos os casos, foi considerada a taxa de juros de 0% a.a., a qual será 
objeto de discussão mais à frente.
Novamente, a explicação é bastante intuitiva, pois, aos 60 anos, a pessoa 
tem uma expectativa de vida de mais 13,95 anos pela SGB-71 e de 24,59 
anos pela AT-2000 Male. Logicamente, se a sociedade seguradora tiver 
cobrado pela SGB-71 e o segurado viver pela AT-2000 Male, haverá falta de 
recursos, o que poderá ocasionar a insolvência da sociedade seguradora.
Por fim, no caso das rendas pagas em função da sobrevivência, um outro 
fator é bastante determinante no preço: a taxa de juros.
Imagine um plano de Previdência Complementar Aberta

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