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POLUIÇÃO É preciso entender corretamente como ocorre a poluição gerada pelas atividades humanas para obter novas e melhores medidas de combate ao problema ambiental em questão. A classificação que será apresentada a seguir refere-se aos principais componentes socioambientais afetados pelo problema da poluição. No geral, os tipos de poluição são: Atmosférica; Solos; Águas; Visual; Sonora. POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA Ocorre pela emissão de poluentes no ar pelas práticas sociais, tais como a emissão realizada pelas chaminés das indústrias e veículos em geral, que costumam emitir uma grande quantidade de gases tóxicos para a atmosfera, principalmente por meio da queima de combustíveis fósseis (petróleo e gás mineral). No âmbito das cidades, por exemplo, esse problema torna-se maior em determinadas épocas do ano, pois o fenômeno da inversão térmica dificulta a dispersão dos poluentes para outras áreas. Em termos mais abrangentes, o planeta também vem sofrendo em grande escala com a emissão de combustíveis fósseis, o que intensifica o efeito estufa e o aquecimento global, na visão da maioria dos cientistas da atualidade. INVERSÃO TÉRMICA No tempo frio, o ar se movimenta mais lentamente e os gases e partículas irritantes que os carros e as indústrias eliminam demoram mais para se dispersar. No inverno, as pessoas sentem arder os olhos, têm tosse, alergias e até pneumonia. Em condições normais, o ar atmosférico é mais quente na parte de baixo, por receber o calor armazenado no solo. O ar quente – menos denso – tende a subir, enquanto o ar frio – mais denso – passa para baixo. Este movimento – convecção térmica – dispersa a poluição. O solo, no inverno fica mais frio, provocando uma inversão das camadas. Sobre a camada fria próxima ao solo, fica outra mais quente, de modo que não há convecção, pois o ar quente já está por cima. Assim, os poluentes ficam represados na camada fria de baixo e entram mais facilmente nas vias respiratórias humanas. EFEITO ESTUFA Cientistas acumulam provas de que uma elevação considerável da taxa de CO2 e outros gases na atmosfera provocariam o chamado efeito estufa, que consiste na concentração do calor do sol na atmosfera. A retenção do calor é assim explicada: gás carbônico (CO2) principalmente, mas também metano (CH4), nitroso (N2O), ozônio (O3) e clorofluorcarbonos (CFCs) são transparentes à luz visível, como o vidro de uma estufa, permitindo que os raios do sol aquecem a superfície terrestre. Quando a Terra devolve o calor em excesso, não é mais sob a forma de luz, mas de radiação infravermelha. Como os gases poluentes absorvem a radiação, uma parte do calor, que deveria ser eliminada, fica na atmosfera. O efeito estufa é a reprodução, em escala planetária, do fenômeno de aquecimento que ocorre quando se deixa um carro fechado sob o sol. A luz atravessa o vidros fechados, aquece o interior do veículo e o calor não consegue escapar, porque os vidros retêm os raios infravermelhos. Disso resulta uma enorme elevação de temperatura. Uma das consequências do efeito estufa seria o aumento do nível dos mares, com inundação das regiões litorâneas, devido ao degelo nas regiões polares. Na opinião de vários cientistas as consequências não seriam iguais em todo o planeta. Nos trópicos o aumento ficaria em torno de 1 a 2 graus, enquanto nas regiões polares seria de 6 a 8 graus (degelo). POLUIÇÃO DOS SOLOS Esse tipo de poluição interfere tanto na qualidade agricultável do extrato superficial da Terra como na permanência dos seres vivos que nele habitam. Em muitos casos, a poluição dos solos ocorre em conjunto com a poluição hídrica, principalmente com a infiltração de lixo e produtos tóxicos no subsolo, podendo atingir o lençol freático ou qualquer ponto da bacia hidrográfica. Detritos da vida urbana - Em quantidade é a principal fonte causadora da poluição dos solos. É responsável pela produção exacerbada de lixo nas grandes cidades. Depósitos ilegais de despejos industriais - É fato conhecido que as indústrias fazem uso desse recurso e descartam indevidamente metais pesados, produtos químicos de alto risco, além de dejetos sólidos. Agrotóxicos e adubação incorreta - Nas áreas rurais, por sua vez, os principais vilões são a utilização indiscriminada de defensivos agrícolas, bem como a adubação incorreta ou excessiva. Por meio de processos como lixiviação (dissolução de componentes sólidos em meio líquido), impregnação e infiltração no subsolo de substâncias poluentes, ocorre não só a contaminação do terreno, tornando-o inútil, mas também acarreta na contaminação do lençol freático. As principais consequências da poluição do solo são a perda da fauna, a esterilização da terra para plantação e a contaminação da água. A contaminação transcende o solo e chega aos alimentos, pois os vegetais se contaminam com aquelas substâncias, as quais, por seu turno, são ingeridas por humanos e outros seres, tornando a alimentação mais tóxica na medida em que vamos expandindo a cadeia alimentar. Outros fatores, como destruição de espécies animais e vegetais úteis (as abelhas polinizadoras, por exemplo), causam um descontrole no meio ambiente, permitindo o surgimento de pragas cada vez mais resistentes aos agrotóxicos e inseticidas, o que leva à produção de venenos cada vez mais potentes. POLUIÇÃO DAS ÁGUAS A poluição da água é a contaminação dos corpos d'água por elementos físicos, químicos e biológicos que podem ser nocivos ou prejudiciais aos organismos, plantas e à atividade humana. É uma questão muito séria, já que a água é essencial para a vida humana. Mesmo cobrindo mais de 3/4 do planeta, cerca de 97,3% dela está presente nos oceanos (água salgada), sendo imprópria para uso. A água doce representa apenas 2,7% do total, mas 2,4% do total está situado em locais de difícil acesso, em regiões subterrâneas e nas geleiras, sobrando apenas 0,3% da água do planeta para utilização. No Brasil, temos 13% da água doce disponível no mundo, com a grande maioria (73%) localizada na bacia amazônica. Além dos poluentes que são lançados diretamente nos corpos d'água, as redes hídricas ainda recebem a poluição vinda da atmosfera e da litosfera (o solo). As fontes de poluição da água são separadas em duas categorias, dependendo da origem do poluente. São causas humanas, como o descarte incorreto de produtos e o lançamento de esgoto e produtos químicos na água. Fontes pontuais São fontes individuais facilmente identificadas, como um encanamento ou uma vala. Exemplos dessa categoria incluem o lançamento dos poluentes de uma fábrica diretamente na água. Fontes não pontuais Também chamadas de fontes difusas, são relacionadas à contaminação que não é originada de uma fonte individual e discreta. Como elas não são provenientes de um ponto de lançamento ou de geração específico, o controle e a identificação são difíceis. Alguns exemplos de fontes difusas são a infiltração de agrotóxicos no solo, o descarte incorreto de substâncias prejudiciais ao meio ambiente, o lixo e o lançamento de esgoto diretamente nos córregos. Poluição sedimentar É o acúmulo de partículas em suspensão. Quando são vindas do solo pelo processo de erosão, desmatamento, e extração de minérios (como em casos de rompimentos de barragens), elas podem interferir no processo de fotossíntese, bloqueando os raios solares e interferir na capacidade dos animais de encontrar alimento. Esses sedimentos também podem ser provenientes de produtos químicos insolúveis que adsorvem e concentram os poluentes biológicos, os poluentes químicos e também atrapalham o processo de fotossíntese. Poluição Biológica Esse tipo de poluição ocorre com a introdução de detritos orgânicos lançados geralmente por esgotos domésticos e industriais, que podem ser direcionados diretamente à água ou podem se infiltrar nos solos, atingindo lençóis freáticos. São compostos de carboidratos, gorduras, proteínas, fosfatos e bactérias. Algunsexemplos são restos de alimentos, fezes humanas e detergentes. Na decomposição desses detritos, o oxigênio é consumido, causando um desequilíbrio em seu nível na água, o que causa a morte de peixes e outros organismos aquáticos. A alta concentração de nutrientes gerados pela degradação dos compostos orgânicos cria a eutrofização (proliferação de algas que impedem a passagem da luz na superfície). Esses detritos também estão cheios de microrganismos patogênicos, como as bactérias, vírus, vermes e protozoários, provenientes principalmente dos resíduos humanos. Poluição Térmica A poluição térmica é um dos tipos de poluição da água menos conhecidos, já que não é facilmente observável - ela não é visível ou audível, mas seu impacto é considerável. Ela ocorre quando a temperatura de um meio de suporte de algum ecossistema (como um rio, por exemplo) é aumentada ou diminuída, causando um impacto direto na população desse ecossistema, como a diminuição dos níveis de oxigênio na água e perda da biodiversidade. Poluição Química É a contaminação ambiental gerada por produtos químicos que acabam tendo como destino os corpos hídricos. Ela pode ser intencional ou acidental. É comum também a ocorrência de poluição na zona rural através da contaminação por uso de agrotóxicos. Os efeitos desse tipo de poluição são cumulativos e podem levar anos para serem sentidos. Um dos maiores problemas com a poluição química é sua dificuldade de descontaminação, pois esse processo tem um alto custo e, na maioria das vezes, é demorado. Alguns terrenos contaminados por produtos químicos ficam décadas sem que possam ser utilizados (devido à contaminação e à toxicidade do poluente). Nos cursos de água, o poluente é levado por todo o curso, contaminando também as margens. Os químicos também podem acabar sendo depositados no fundo dos rios, dificultando muito sua remoção. POLUIÇÃO SONORA Essa é uma poluição que NÃO deixa resíduos, acúmulos poluentes na terra, ar, ou mar, mas afeta o organismo dos seres vivos – tanto dos seres humanos, quanto dos animais – e seus efeitos podem causar problemas gravíssimos. É considerado um problema de saúde pública mundial, pois afeta a saúde física e mental da população que é submetida a essa poluição. A poluição sonora ocorre quando o som altera a condição normal de audição em um determinado ambiente. O ruído, por exemplo, é o maior causador da poluição sonora, seja pelo som das produções industriais, meios de transporte, obras urbanas, festas, shows, etc. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera que um som deve ficar em até 50 decibéis (unidade de medida do som) para não causar danos ao ser humano, pois a partir desse nível, os maus efeitos começam, como: dificuldades intelectuais, falta de concentração e muita tensão. Acima dos 65 dB os indivíduos apresentam colesterol elevado, imunidade baixa e aumento dos índices de morfina, podendo torná-lo quimicamente dependente do cigarro, por exemplo, e de qualquer outro tipo de droga. Acima dos 70 dB as consequências são ainda piores, tendo incidências de zumbidos, tontura, e aumentando também as chances de infarto, além de começar a afetar as estruturas de audição, levando, progressivamente, à perdas auditivas e podendo chegar a surdez caso a pessoa fique sujeita diariamente, durante 8 horas seguidas, a sons com intensidade superior a 85 decibéis. O ruído de 140 dB pode destruir totalmente o tímpano. A poluição sonora afeta os animais, deixando-os extremamente estressados, atrapalhando seus instintos de caça, sua reprodução e interferindo em sua comunicação. Os mais prejudicados são os animais marinhos, pois nos ambientes subaquáticos o som se propaga com mais rapidez. Por isso, o nível de ruídos é extremamente alto em ambientes aquáticos, devido a motores de barcos e navios, plataformas petrolíferas, dentre outros fatores, afetando principalmente os golfinhos e baleias, que têm como meio de comunicação os sonares. Já no caso das plantas, o volume excessivo de ruídos atrapalha o seu crescimento por conta dos tremores causados pelas ondas sonoras, que as fazem perder água. POLUIÇÃO VISUAL Poluição visual é o excesso de elementos visuais criados pelo homem que são espalhados, geralmente, em grandes cidades e que promovem certo desconforto visual e espacial. Esse tipo de poluição pode ser causado por anúncios, propagandas, placas, postes, fios elétricos, lixo, torres de telefone, entre outros. Problemas como estresse e desconforto visual também estão relacionados com a poluição visual. Para inibir ou controlar esse tipo de poluição, uma possibilidade é criação de leis regulamentando o uso de anúncios publicitários, que são os principais causadores desse tipo de dano. Em São Paulo e em algumas outras cidades, houve a implantação de regulamentações, que ordenam a paisagem do município e visam equilibrar os elementos que compõem a paisagem urbana, restringindo a publicidade externa como outdoors, faixas, cartazes e totens.
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