Buscar

CÂNCER

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Slides- Tóp. Esp. Doenças Hipermetabólicas 
 
Câncer 
Conceito: Crescimento desordenado de células 
(maligno) que podem invadir tecidos e órgãos, 
podendo espalhar-se (metástase) para outras 
regiões do corpo. 
 
Epidemiologia: tipos de câncer mais incidentes no 
mundo  pulmão, mama, intestino, próstata 
 
O que é câncer? Correspondem aos vários tipos de 
células do corpo 
 
 
 
 
 
 
 
Outras características que diferenciam os diversos 
tipos de câncer entre si são a velocidade de 
multiplicação das células e a capacidade de invadir 
tecidos e órgãos vizinhos ou distantes (metástases). 
 
Como surge o câncer? Toda informação genética 
encontra-se no DNA. Através dos genes são 
passadas as informações para o funcionamento da 
célula. Uma célula normal pode sofrer alterações 
no DNA. É o que chamamos mutação genética. As 
células cujo material genético foi alterado passam 
a receber instruções erradas para as suas atividades. 
As alterações podem ocorrer em genes especiais, 
denominados protoocogenes, que a princípio são 
inativos em células normais. Quando ativados, os 
protooncogenes transformam-se em oncogênes, 
responsáveis pela malignização (cancerização) das 
células normais. Essas células são denominadas 
cancerosas. 
 
Carcinogênese: 
Resultados de alterações no DNA. Três fases 
progressivas da carcinogênese: 
 Iniciação: células sofrem efeitos de 
carcinógenos (ex: substâncias químicas, vírus, 
radiação)  mutação do DNA 
 Promoção: células iniciadas (mutadas) por ação 
de oncopromotores multiplica-se formando o 
tumor isolado 
 Progressão: formação da neoplasia maligna 
com capacidade de invadir tecidos e criar 
metástases. Proliferação descontrolada de 
células alteradas 
 
Tumor Benigno vs maligno 
Tumor benigno: massa localizada de células que se 
multiplicam vagarosamente e se assemelham ao 
seu tecido original, raramente constituindo um 
risco de vida. 
Comportamento das células cancerígenas 
 Multiplicam-se de maneira descontrolada. 
 Tem capacidade para formar novos vasos 
sanguíneos que as nutrirão e manterão as 
atividades de crescimento descontrolado – 
angiogênese tumoral*. 
 O acumulo dessas células forma os tumores 
malignos; 
 Adquirem a capacidade de se desprender do 
tumor e de migrar. 
 Chegam ao interior de um vaso sanguíneo ou 
linfático e, através desses, disseminam-se, 
chegando a órgãos distantes do local onde o 
tumor se iniciou, formando as metástases. 
*fatores locais estimulantes da angiogênese: 
hipóxia, elevação de CO2 ou óxido nítrico – 
formação da nova vasculatura tumoral -> 
Suprimento sanguineo especifico e constante leva 
ao crescimento tumoral e metástase 
 
O que causa o câncer? 
Causas externas (meio ambiente, hábitos ou 
costumes de um ambiente social e cultural) e 
Causas internas (geneticamente pré- determinadas, 
ligadas à capacidade do organismo se defender das 
agressões externas). 
 Slides- Tóp. Esp. Doenças Hipermetabólicas 
 
Esses fatores causais podem interagir de várias 
formas aumentando a probabilidade de 
transformações malignas nas células normais. 
80 a 90% dos casos de câncer estão associados a 
fatores ambientais  SURGIMENTO DEPENDE 
DA INTENSIDADE E DURAÇÃO DA 
EXPOSIÇÃO 
 
Hábitos Alimentares  No Brasil, observa-se que 
os tipos de cânceres que se relacionam aos hábitos 
alimentares estão entre as seis primeiras causas de 
mortalidade por câncer. 
Alguns tipos de alimentos, se consumidos 
regularmente durante longos períodos de tempo, 
parecem fornecer o tipo de ambiente que uma 
célula cancerosa necessita para crescer, se 
multiplicar e se disseminar. 
Exemplos: 
 Alimentos ricos em gorduras  Aumento na 
produção de ácidos biliares, que são 
mutagênicos e citotóxicos  cólon e reto. 
 Nitratos e Nitritos (picles, salsichas e alguns 
tipos de enlatados) – conservante  aumento 
de radicais livres, que promovem lesão celular 
com redução na produção de muco  
estômago. 
 Dieta pobre em fibras com altos teores de 
gorduras e calorias. 
 
Alcoolismo: 
Relação entre álcool e câncer  cânceres da 
cavidade bucal e de esôfago. 
Combinado com o tabaco  faringe e laringe. 
Está relacionado a 2–4% das mortes por câncer. 
Prevenção do câncer: pode ser controlado e 
prevenido 
 
Estadiamento 
Apesar da sua variedade, os tumores malignos 
seguem um curso biológico mais ou menos comum 
a todos eles 
 
Sistema TNM: 
 T= tumor – crescimento local do tumor: T0, 
T1, T2, T3, T4 
 N= nódulo – disseminação para linfonodos 
regionais: N0, N1, N2, N3 
 M= metástase – disseminação para órgãos e 
estruturas distantes: M0, M1 
 
A adição de números a estes três componentes 
indica a extensão da doença maligna. Se baseia em 
dados clínicos, exame de imagem e análise 
histopatológica 
 
 TX: o tumor primário não pode ser avaliado 
 T0: não há evidência de tumor primário 
 T1, T2, T3, T4: tamanho crescente e/ou 
extensão local do tumor primário 
 
 NX: os linfonodos regionais não podem ser 
avaliados 
 N0: ausência de metástases em linfonodos 
regionais 
 N1, N2, N3: comprometimento crescente dos 
linfonodos regionais 
 
 MX: a presença de metástase à distância não 
pode ser avaliada 
 M0: ausência de metástase à distância 
 M1: metástase à distância 
 
Exemplo de classificação de Carcinoma T3 N2 
M1 
T3 - tamanho relativamente grande do tumor 
primário /N2 - invasão crescente de linfonodo 
regional/ M1 – presença de metástase a distância 
 
Tratamentos do câncer  O estadiamento clínico 
representa o mais importante meio de que dispõe o 
oncologista para definir o prognóstico e a 
terapêutica dos pacientes. Podem ser: 
quimioterapia, radioterapia, cirurgia, transplantes 
de células tronco hematopoiéticas, tratamento 
paliativo. 
 
 Quimioterapia: efeitos terapêuticos citotóxicos 
as células, relacionados ao tempo de exposição, 
concentração plasmática da droga e 
peculiaridade bioquímica do tumor. 
Terapêutica sistêmica – É mais tóxica para o tumor, 
mas também apresenta toxicidade para os tecidos 
não tumorais. 
Tumores: células de rápida divisão celular, assim 
como: 
 Mucosa do TGI – erosões no TGI, mucosite 
 Folículos pilosos – alopécia 
 Células da medula óssea – mielossupressão. 
 
Diferentes vias de administração: EV, VO, 
intraperitoneal ou intra-arterial. 
 
 
 
 
 Slides- Tóp. Esp. Doenças Hipermetabólicas 
 
Ciclo celular e as fases onde as drogas 
antineoplásicas podem atuar: 
 
Curativa - usada com o objetivo de se conseguir o 
controle completo do tumor. 
Adjuvante - quando se segue à cirurgia curativa, 
tendo o objetivo de esterilizar células residuais 
locais ou circulantes, diminuindo a incidência de 
metástases à distância. 
Neoadjuvante ou previa - quando indicada para se 
obter a redução parcial do tumor, visando permitir 
uma complementação terapêutica com a cirurgia 
e/ou radioterapia. 
Paliativa - não tem finalidade curativa. Usada com 
a finalidade de melhorar a qualidade da sobrevida 
do paciente. 
 
 Radioterapia: Técnica que emprega feixes de 
radiações ionizantes e é aplicada durante 
determinado tempo a um volume de tecido que 
engloba o tumor, buscando erradicar todas as 
células tumorais, com o menor dano possível as 
células vizinhas. 
 
Tratamento local/regional 
Ação direta  radiação interage diretamente com 
o DNA promovendo quebra das fitas e disfunção 
molecular. Ação indireta  radiação interage com 
agua e o oxigênio intracelulares produzindo radiais 
livres os quais se ionizam e quebram ligações 
químicas iniciando
uma cascata de eventos que 
levam à morte celular. 
 
Curativa – se busca a cura total do tumor. 
Remissiva – quando o objetivo é apenas a redução 
tumoral. 
Profilática – quando se trata a doença em fase 
subclínica (não há volume tumoral presente, mas 
possíveis células neoplásicas dispersas). 
Paliativa – se busca a remissão de sintomas tais 
como dor intensa, sangramento e compressão de 
órgãos. 
Ablativa – quando se administra a radiação para 
suprimir a função de um órgão. 
 
 Cirurgia: O câncer, em sua fase inicial, pode ser 
controlado e/ou curado, através do tratamento 
cirúrgico, quando este é o tratamento indicado 
para o caso. 
Profilática – remoção de estrutura ou órgão com 
risco conhecido de desenvolver câncer. 
Diagnostica – obtenção de material para avaliação 
patológica. 
Curativa – excisão local com margem de 
segurança. 
Paliativa – melhoria da qualidade de vida, ameniza 
sintomas. 
 
 Transplante de células tronco hematopoiéticas: 
Modalidade terapêutica utilizada no tratamento 
de doenças do sangue. 
Todas as células maduras que circulam no sangue 
(glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas) 
provem de uma única célula, denominada “célula-
tronco”, “célula progenitora” ou “célula 
progenitora hematopoiética”. 
As células progenitoras são produzidas na medula 
óssea e também são encontradas em grande 
quantidade no cordão umbilical. No transplante, as 
células-tronco se alojarão na medula óssea, para 
que ela volte a produzir células sanguíneas 
normais. 
Condicionamento  antes de receber as células 
progenitoras, o paciente deve receber doses de 
quimioterapia, as vezes associadas à radioterapia, 
para que a medula óssea doente reduza ao máximo 
sua produção e diminua a chance de 
reaparecimento do tumor. 
Autólogo – as células progenitoras provêm do 
próprio paciente. 
Singênico – as células progenitoras provêm de um 
irmão gêmeo idêntico (univitelino). 
Alogênico – as células progenitoras provêm de um 
doador selecionado por testes de compatibilidade. 
 
 Tratamento Paliativo: cuidado paliativo é uma 
abordagem que enfatiza o cuidar global do 
paciente quando este não apresenta mais 
resposta aos tratamentos modificadores da 
doença disponíveis. 
 Slides- Tóp. Esp. Doenças Hipermetabólicas 
 
A OMS enfatiza que o tratamento ativo e o 
tratamento paliativo não são mutuamente 
excludentes e propõe que "muitos aspectos dos 
cuidados paliativos devem ser aplicados mais cedo, 
no curso da doença, em conjunto com o tratamento 
oncológico ativo" e são aumentados gradualmente 
como um componente dos cuidados do paciente do 
diagnóstico até́ a morte. 
A nutrição busca preservar o estado nutricional e 
retardar o aparecimento da caquexia. Auxilia o 
controle dos sintomas e a manutenção da 
hidratação satisfatória. Atua ressignificando o 
alimento, possibilitando redução da ansiedade e o 
aumento do prazer e da autoestima. 
 
Alterações metabólicas no paciente com câncer  
o metabolismo de todos os substratos está alterado 
pelo metabolismo tumoral. A gliconeogênese é 
intensa  + inflamação = CAQUEXIA 
 
Substratos: lactato (glicólise anaeróbia), 
aminoácidos (proteólise), glicerol (lipólise) 
 
Carboidratos: 
Glicose é o substrato preferencial das células 
tumorais (capazes de captar 10 a 50 vezes mais 
glicose em relação as células normais), mas as 
células tumorais não conseguem realizar 
eficientemente glicólise aeróbia, mesmo na 
presença de oxigênio. 
PET-Scan  é uma modalidade de diagnóstico por 
imagem. Baseia-se na captação intensa de glicose 
pelas células tumorais. 
 
Glicólise Anaeróbia X Aeróbia: 
A glicólise anaeróbia é predominante (adaptação à 
hipóxia, predominante mesmo na presença de 
oxigênio; geração rápida de energia; menor 
geração de radicais livres)  geração lactato  
ineficiência energética. Ciclo de Cori: 
Aumento do gasto energético 
Obs.: em geral observa-se aumento do gasto 
energético em pacientes com câncer, mas nem todo 
tipo de câncer é hipermetabólico. 
 
Proteínas: 
 Produção tumoral de fator indutor de proteólise 
(FIP) 
 Proteólise - ativação da via ubiquitina 
proteassoma pelo FIP 
 Inibição da síntese de proteínas 
 Disponibilização de alanina, serina e glutamina 
para gliconeogênesse 
 Balanço nitrogenado negativo [BN (g/d) = N 
ingerido – N excretado (↑)]  Intensa 
proteólise com perda de massa muscular 
esquelética 
 
Lipídeos: 
 Produção tumoral de fator mobilizador de 
lipídios (FML) 
 Aumento da lipólise e redução da lipogênese 
 Disponibilização de glicerol para 
gliconeogênesse 
 Baixa atividade de Beta-oxidação – baixa 
geração de energia por essa via 
 Reduzida atividade da lipase lipoproteica (LPL 
– enzima com função de hidrolisar 
triglicerídeos das lipoproteínas) prejudicando o 
clareamento plasmático e a lipogênese, com 
consequente aumento da VLDL, LDL, ácidos 
graxos livres. 
 
Aumento da captação de glicose/glicólise 
anaeróbia predominante  ineficiência energética/ 
aumento do gasto energético OU SEJA  Tumor 
 fator mobilizador de lipídeo  lipólise 
 fator indutor de proteólise  proteólise 
 
Inflamação: 
Tumor e células do sistema imunológico liberam 
citocinas, quimiocinas e outros mediadores 
inflamatórios. Principais citocinas implicadas na 
resposta caquética: 
- Fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) 
- Interleucina-1 (IL-1) 
- Interleucina-6 (IL-6) 
- Interferon gama-γ (IFN-γ) 
Isso resulta em um efeito catabólico – lipólise, 
proteólise  Anorexia 
Status de inflamação: Resultado do desequilíbrio 
dinâmico ente citocinas PRÓ e ANTI – 
INFLAMATÓRIAS 
 
Caquexia: 
Desequilíbrio entre o consumo e o gasto de energia 
e alterações no metabolismo de carboidratos, 
lipídios e proteínas. 
A resposta inflamatória ao crescimento do tumor 
parece ser a principal força motriz das mudanças 
metabólicas na caquexia do câncer. 
 Slides- Tóp. Esp. Doenças Hipermetabólicas 
 
Isso tudo decorre em: Síndrome multifatorial 
caracterizada por perda continua de massa 
muscular esquelética, com ou sem perda de 
gordura, inflamação sistêmica e alterações 
metabólicas que levam a incapacidade funcional 
progressiva e aumento da morbidade. 
 
Classificação da caquexia no câncer: 
 
Frequentemente observada em pacientes com 
estágios avançados do câncer; 
Associada à diminuição da capacidade funcional, 
da qualidade de vida e da sobrevida, constituindo 
um dos principais fatores de pior prognóstico. 
 
Condição nutricional do paciente reflete a 
gravidade das alterações metabólicas e do estado 
inflamatório, tem papel importante no desfecho 
clínico  Triagem e avaliação nutricional  Plano 
terapêutico nutricional 
 
Triagem e avaliação nutricional: 
Todos os pacientes com câncer devem ser triados 
para identificar aqueles com risco e os que 
requerem uma avaliação nutricional mais detalhada 
da sua condição. 
O paciente internado deve ser triado e avaliado na 
admissão hospitalar ou em até́ 48 horas e durante a 
internação semanalmente. 
Avaliação detalhada inclui: ingestão alimentar, 
avaliação clínica, avaliação funcional, dados 
laboratoriais, antropometria, perda de peso 
ocorrida com o surgimento da doença. 
A frequência da avaliação nutricional durante os 
períodos pré́ e pós-operatórios deve ser 
individualizada, considerando as particularidades 
de cada paciente. 
 
Triagem nutricional - Nutritional risk screening 
(NRS 2002): 
Ferramenta de triagem para detecção de risco 
nutricional para uso hospitalar. Fácil aplicação e 
baixo custo. 
 Pacientes com escore maior ou igual a três 
devem
receber uma terapia nutricional pré́-
operatória para evitar piora na condição 
nutricional. 
 Se o paciente não estiver em risco de 
desnutrição (escore menor que três) mas, se 
escalado para cirurgia de grande porte, uma 
intervenção nutricional especializada, no pré́-
operatório, deve ser realizada precocemente, 
objetivando redução de complicações para 
melhores resultados. 
 
Ele necessita de: Perda de peso nos últimos meses, 
IMC, ingestão alimentar, gravidade da doença. 
Seus resultados são: 
Escore menor que 3: sem risco nutricional, 
pacientes devem ser reavaliados semanalmente 
Escore maior do que 3: Risco nutricional. Proceder 
com avaliação nutricional. 
Escore maior ou igual a 5: Alto risco. 
 
Avaliação Subjetiva Global (ASG): 
Inicialmente desenvolvida para pacientes 
cirúrgicos mas tem sido amplamente utilizada para 
pacientes clínicos. 
Possui duas partes: história clínica (perda de Peso, 
Ingestão alimentar, sintomas gastrointestinais, 
capacidade funcional) e exame físico (perda de 
gordura subcutânea, perda muscular, edema). 
Seus resultados podem ser: 
A: bem nutrido 
B: moderadamente (ou suspeita de ser) desnutrido 
C: gravemente desnutrido 
 
Miniavaliação nutricional (MAN) 
No atendimento ao paciente idoso, a MAN tem 
vantagem por ser mais rápida e simples. Tem sido 
relatada a superioridade da MAN no diagnóstico de 
risco nutricional ou desnutrição, bem como a 
validade da ASG-PPP para a população idosa e 
oncológica. 
 < de 17 pontos: desnutrido 
 17 – 23,5 Pontos: risco de desnutrição 
 24 – 30 Pontos: estado nutricional normal 
 
Antropometria 
As medidas antropométricas de peso e altura são 
opções viáveis quando o paciente apresenta 
mobilidade e está em condições de executar o 
adequado posicionamento (poucos hospitais 
possuem cama-balança). Contudo, no caso de 
 Slides- Tóp. Esp. Doenças Hipermetabólicas 
 
alguns tumores sólidos, a massa tumoral pode 
compensar o peso perdido, mascarando desnutrição 
quando o peso é usados isoladamente. O peso 
também pode ser alterado por edemas ou 
hidratação. 
 Paciente oncológico critico  difícil 
mensuração: Medidas antropométricas 
clássicas, valores de albumina, entre outros 
parâmetros rotineiramente utilizados na prática 
clínica, não apresentam significativa relevância 
para o diagnóstico nutricional diante da doença 
critica. 
 Cuidados paliativos  antropometria apresenta 
desvantagens como frequentes variações do 
estado de hidratação, decorrentes de 
desequilíbrios eletrolíticos, hipoalbuminemia, 
presença de edema, linfedema, ascite, uso de 
medicamentos (ex.: corticosteroides), ou ainda 
das alterações corporais provocadas pela 
presença de metástases e do crescimento 
tumoral extenso. 
 
Indicadores de risco nutricional 
 NRS-2002 ≥3; ASG-PPP ≥ 2; ASG = B ou C 
 Ingestão alimentar < 75% das necessidades 
nutricionais nas 2 últimas semanas 
 Diminuição da ingestão pela via oral atual 
e/ou pregressa à internação na UTI < 60% das 
necessidades 
 % Perda de peso significativo ou grave 
 Sintomas do TGI de impacto nutricional por 
mais de 3 dias consecutivos ou alternados na 
última semana 
 Presença de comorbidades 
 Síndrome da anorexia-caquexia 
 História de quimioterapia e radioterapia ou 
possível cirurgia de grande porte 
 Presença de síndrome da resposta 
inflamatória sistêmica (SIRS) e sepse 
 Localização da doença: cabeça e pescoço, 
TGI e pulmão 
 
Índices prognósticos: 
Utilizados em especial para pacientes com a doença 
terminal, uma vez que a resposta à nutrição pode 
não ser observada em alterações na composição 
corporal, mas sim pela melhora e evolução clínica 
do paciente. Utilizados para avaliar a capacidade 
funcional do paciente. Classifica o indivíduo diante 
da capacidade de realizar trabalhos ativo e 
autocuidado 
 
Abordagem nutricional: 
Assistência nutricional individualizada 
Objetivos: 
 Permitir adequada ingestão alimentar 
 Minimizar efeitos adversos da terapia 
antitumoral 
 Controlar os sintomas 
 Prevenir e tratar alterações no estado 
nutricional 
 Reduzir complicações, tempo de internação e 
mortalidade 
 Promove melhor qualidade de vida 
 
Necessidades nutricionais 
Tratamento Clínico (quimio e radio): 
Calorias: 
Manutenção: 25 - 30 kcal/kg/d 
Ganho de peso: 30 kcal/kg/d - 35 kcal/kg/d 
Obeso: 20 kcal/kg/d a 25 kcal/kg/d 
 
Proteínas: 
Sem complicações: 1,0 - 1,2 g/kg/d 
Estresse moderado: 1,2 - 1,5 g/kg/d 
Estresse grave e repleção proteica: 1,5 - 2,0 g/kg/d 
 
Para os pacientes obesos críticos com IMC entre 30 
e 50 kg/m2, a oferta calórica deve ficar entre 11 e 
14 kcal/kg de peso atual/dia. 
 
Recomendações hídricas semelhantes aos de 
indivíduos saudáveis: 
30 ml/kg/d - 35 ml/kg/d ou 
1,0 ml/kcal/d 
Ajustes são necessários na presença de 
desidratação e retenção hídrica 
 
As necessidades nutricionais podem variar, 
dependendo do tipo e da localização do tumor, da 
atividade da doença, da presença de má́ absorção 
intestinal, da necessidade de ganho de peso ou 
anabolismo. 
Depleção proteica grave pode prejudicar ou até́ 
mesmo interromper a quimioterapia e/ou a 
radioterapia, influenciando negativamente na 
morbidade e na mortalidade dos pacientes. 
 
 
 
 
 
 Slides- Tóp. Esp. Doenças Hipermetabólicas 
 
Tratamento Cirúrgico 
Calorias: 
Ganho e manutenção: 30 - 35 kcal/kg/d 
Pós-operatório ou presença de sepse: 20 - 25 
kcal/kg/d 
Proteínas: 
Estresse moderado: 1,2 - 1,5 g/kg/d 
Estresse grave e repleção proteica: 1,5 - 2,0 g/kg/d 
 
Recomendações hídricas: 
30 ml/kg/d ou 1,5 – 2,5L/d 
Excesso de fluidos  aumento de peso corporal no 
pós- operatório, aumento de complicações, edema 
pulmonar, transtornos gastrointestinais, aumento 
no tempo de internação, falência orgânica e óbito. 
 
Considerar cirurgia = trauma programado  
resposta metabólica ao trauma 
Tratamento nutricional inicia no pré́-operatório 
pois a terapia nutricional tem como principal 
objetivo reduzir as complicações no pós-operatório 
 
Tratamento paliativo 
O planejamento nutricional de pacientes adultos 
em cuidados paliativos deve considerar, entre 
outros fatores, a expectativa de vida como um dos 
componentes essenciais na tomada de decisão 
sobre a conduta a ser instituída. 
 Expectativa de vida maior que 90 dias. 
 Expectativa de vida igual ou menor que 90 dias. 
 Cuidados ao fim da vida, fase cujo óbito é 
iminente e geralmente ocorre em até́ 72 horas. 
 
Calorias: 
Expectativa de vida > 90 dias: 25 - 35 kcal/kg/d 
Expectativa de vida < 90 dias: 25 - 30 kcal/kg/d 
 
Proteínas: 1,0 - 1,5 g/kg/d 
 
Recomendações hídricas: 
Adulto: 30 ml/kg/d - 35 ml/kg/d Idoso: 25 ml/kg/d 
 
Cuidado ao fim da vida: 
Calorias e proteínas de acordo com aceitação e 
tolerância do paciente 
Hidratação de 500 - 1000 ml/d – administrada 
segundo sintomatologia e tolerância do paciente 
 
 
Micronutrientes 
Pacientes oncológicos podem apresentar 
deficiências de micronutrientes em função do 
aumento das necessidades e de perdas associadas à 
diminuição da ingestão alimentar. 
Os micronutrientes devem ser ofertados em níveis 
adequados que contemplem a ingestão dietética de 
referência (DRI). A suplementação é recomendada 
apenas nos casos de deficiência. 
 
Terapia nutricional 
Indicações: Está indicada para pacientes em 
tratamento antineoplásico, desnutrido ou em risco 
nutricional, incapazes de ingerir ou absorver os 
nutrientes adequados para sua condição. 
Todos os candidatos à cirurgia eletiva de grande 
porte, desnutrido ou em risco nutricional, devem 
receber
dieta oral, enteral, parenteral ou a 
combinação delas, rica em proteínas e com 
imunomoduladores. 
 
 TNO: quando a ingestão oral for < 70% das 
necessidades nutricionais nos últimos 3 dias, os 
suplementos nutricionais estão indicados. 
 TNE: quando a alimentação por via oral está 
contraindicada ou a ingestão alimentar por via 
oral for < 60% das necessidades nutricionais 
nos últimos 3 dias. 
 TNP: quando há́ impossibilidade total ou 
parcial de uso do TGI; como suplemento da 
TNE, quando essa for incapaz de fornecer as 
necessidades nutricionais dentro dos 3 
primeiros dias. 
 
Objetivos: 
 Prevenir a desnutrição e recuperar o estado 
nutricional 
 Modular a resposta orgânica ao tratamento 
oncológico 
 Controlar os efeitos adversos do tratamento 
oncológico 
 Melhorar a resposta imunológica 
 Reduzir o tempo de internação hospitalar 
 Promover uma melhor qualidade de vida ao 
paciente 
 
 
 
 
 
 
 Slides- Tóp. Esp. Doenças Hipermetabólicas 
 
Conduta nutricional adaptada aos diferentes 
estágios da caquexia: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imononutrição: 
Terapia nutricional especializada, enriquecida com 
nutrientes especiais, com possível efeito 
terapêutico em órgãos e sistemas vitais  sistema 
imune, intestino, fígado, sistema respiratório. 
Complexas interações existentes entre nutrição, 
barreira intestinal, imunorregulação e doença grave 
tornaram-se cada vez mais consistentes, 
aumentando a expectativa de que fórmulas 
nutricionais específicas possam proporcionar 
benefícios adicionais na vigência de algumas 
doenças como o câncer. 
Terapia alvo-molecular  nutrigenômica  como 
alimentos, nutrientes e outros compostos bioativos 
ingeridos influenciam o genoma  mudança do 
rumo da resposta inflamatória. 
 
Nutrientes não essenciais, mas que, em condições 
de doença, tornam-se “condicionalmente 
essenciais”. Exemplos desses nutrientes incluem 
arginina, glutamina, nucleotídeos e ácidos graxos 
ômega-3, sozinhos ou combinados, que 
caracterizam a dieta imunomoduladora. 
A dieta imunomoduladora pode contribuir para a 
diminuição das complicações pós-cirúrgicas e para 
uma melhor recuperação do peso, tendo grandes 
chances de influenciar significativamente na 
sobrevida do paciente 
 
Pacientes em pré́ e pós-operatório de cirurgias de 
grande porte do trato digestório e de cabeça e 
pescoço se beneficiariam do uso de 
imunomoduladores (enriquecidas com arginina, 
nucleotídeos e ômega-3)  redução nas 
complicações perioperatórias e no tempo de 
hospitalização. 
Iniciar: de 5 a 10 dias antes de cirurgias de grande 
porte do trato digestório e de cabeça e pescoço, 
independente do estado nutricional. 
Descontinuar: no dia da cirurgia; no sétimo dia de 
pós-operatório. 
Dietas imunomoduladoras enriquecidas com 
arginina, nucleotídeos e ômega-3 no paciente 
oncológico estão contraindicadas no paciente 
critico com sepse. 
 
Antioxidantes 
 Possibilidade de serem agentes 
anticancerígenos potenciais e por reduzirem o 
dano oxidativo da quimioterapia e da 
radioterapia e, portanto, a toxicidade limitante 
da dose. 
 Os efeitos anticancerígenos potenciais incluem 
redução de dano oxidativo a lipídios, proteínas 
e DNA; redução da proliferação e da 
angiogênese; possível redução de iniciação, 
promoção, progressão e metástase de câncer. 
 Redução da inflamação. 
 Antioxidantes: qualquer substância que, 
mesmo em baixas concentrações, é capaz de 
atrasar ou inibir a oxidação, diminuindo a 
concentração de radicais livres no organismo. 
 A ingestão de quantidades fisiológicas de 
antioxidantes está recomendada para pacientes 
oncológicos por meio de uma alimentação rica 
em frutas e vegetais (cinco ou mais porções por 
dia) e de acordo com a DRI. 
 Todos os pacientes oncológicos se beneficiam 
com uma alimentação saudável, composta do 
consumo de 5 porções ao dia (de 400 a 600 g) 
de vegetais não amiláceos e frutas, fontes de 
antioxidantes. 
 O uso de suplementos nutricionais com 
antioxidantes, com doses acima das 
recomendadas pela DRI é contraindicado para 
o paciente oncológico, sobretudo em fumantes 
e/ou alcoolistas em quimioterapia ou 
radioterapia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Slides- Tóp. Esp. Doenças Hipermetabólicas 
 
Antioxidantes que tem recebido maior atenção: 
 
 
Orientações nutricionais para sinais e sintomas 
causados pela terapia antitumoral: 
Disgeusia (alteração do paladar) e disosmia 
(alteração do olfato): 
 Estimular a ingestão de alimentos mais 
prazerosos 
 Aumentar o fracionamento da dieta, oferecendo 
de 6 a 8 refeições ao dia 
 Orientar o paciente a preparar pratos 
visualmente agradáveis e coloridos 
 Orientar o paciente a lembrar do sabor dos 
alimentos antes de ingeri-los 
 Dar preferência a alimentos com sabores mais 
fortes 
 Utilizar gotas de limão nas saladas e bebidas 
como sucos de frutas, chás e água 
 Utilizar ervas aromáticas e condimentos nas 
preparações para realçar o sabor 
 Náuseas e vômitos 
 Aumentar o fracionamento da dieta e reduzir o 
volume por refeição 
 Dar preferência a alimentos mais secos, 
cítricos, salgados e frios ou gelados 
 Orientar o paciente a manter a higiene oral e 
evitar jejuns prolongados 
 Mastigar ou chupar gelo 40 min antes das 
refeições 
 Evitar alimentos e preparações que exalem 
odor forte e procurar realizar as refeições em 
locais arejados 
 Evitar beber líquidos durante as refeições, 
utilizando-os em pequenas quantidades nos 
intervalos, preferencialmente gelados (ex.: 
picolé) 
 Manter cabeceira elevada (no mínimo 45°) 
durante e após as refeições 
 Utilizar gengibre em infusão, como tempero ou 
adicionado a sucos (antinauseante) 
Xerostomia (boca seca) 
 Estimular o consumo de água, no mínimo 2L ao 
dia, e líquidos em geral até 3L ao dia 
 Estimular a ingestão de alimentos mais 
prazerosos 
 Adequar a consistência dos alimentos, 
conforme aceitação do paciente 
 Evitar o consumo de café, chá e refrigerantes 
que contenham cafeína 
 Orientar o paciente a manter higiene oral e 
hidratação labial 
 Dar preferência a alimentos umedecidos, 
adicionar caldos e molhos às preparações 
 Utilizar gotas de limão nas saladas e bebidas 
 Ingerir quantidade necessária de líquidos junto 
com as refeições para facilitar a mastigação e a 
deglutição 
 Utilizar balas cítricas e mentoladas sem açúcar 
 Usar ervas aromáticas como tempero nas 
preparações, evitando sal e condimentos em 
excesso 
 Mastigar e chupar gelo feito de água, água de 
coco e suco frutas ou picolés 
 
Mucosite e úlceras orais 
 Modificar a consistência da dieta 
 Diminuir ou retirar sal e condimentos das 
preparações 
 Ofertar, na dieta oral, sucos e fórmulas lácteas 
além de suplementos 
 Orientar o paciente a manter a higiene oral, 
utilizar talheres pequenos e canudos para 
ingerir líquidos 
 Evitar alimentos secos, duros, cítricos e 
picantes, líquidos abrasivos e bebidas 
gaseificadas 
 Utilizar alimentos à temperatura ambiente, fria 
ou gelada 
 Consumir alimentos mais macios e pastosos 
 
Diarreia 
 Avaliar a necessidade de restrição de lactose, 
sacarose, glúten, cafeína e teína 
 Considerar o uso de prebiótico, probiótico ou 
simbiótico 
 Aumentar o consumo de líquidos para, no 
mínimo, 3L ao dia 
 Orientar o paciente a evitar alimentos 
flatulentos e hiperosmolares 
 Orientar dieta pobre em fibras insolúveis e 
adequada em fibras solúveis
Slides- Tóp. Esp. Doenças Hipermetabólicas 
 
 Evitar alimentos e preparações gordurosas e 
condimentadas 
 Evitar café e bebidas carbonatadas 
 Evitar temperaturas extremas 
 Ingerir líquidos isotônicos entre as refeições, 
em volumes proporcionais às perdas 
 
Constipação intestinal 
 Orientar refeições em intervalos regulares, de 5 
a 6 refeições ao dia 
 Orientar a ingestão de alimentos ricos em fibras 
e com características laxativas 
 Considerar o uso de prebiótico, probiótico ou 
simbiótico e suplementação de fibras dietéticas 
 Estimular a ingestão hídrica de 1,5L a 2L de 
água ao dia 
 Estimular a prática de exercícios físicos 
conforme mobilidade do paciente 
 Consumir líquidos aquecidos em jejum, em 
torno de meia hora antes da presença do reflexo 
gastrocólico, que corre principalmente após o 
desjejum 
Neutropenia (neutrófilos: ≤1.000 células/ mm
3
): 
 Higienizar frutas e verduras cruas com 
sanitizantes 
 Utilizar água potável filtrada, fervida ou 
mineral de boa procedência para o consumo 
 Utilizar oleaginosas e grãos somente 
coccionados 
 Dar preferência para os alimentos como frutas, 
verduras e legumes sempre coccionados 
 Utilizar leites e derivados somente 
pasteurizados e esterilizados (não utilizar 
iogurtes e leite fermentados) 
 Utilizar carnes e ovos somente bem 
coccionados 
 Utilizar alimentos processados em embalagens 
individuais e dentro do prazo de validade 
 Não utilizar brotos de vegetais e sementes 
germinadas 
 Não usar probióticos 
 
Outros sinais e sintomas que demandam conduta 
nutricional especificar: 
Plenitude pós-prandial – sensação de persistência 
prolongada dos alimentos no estômago 
Trismo – constrição mandibular devido à 
contratura involuntária dos músculos mastigatórios 
Enterite – inflamação do intestino 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Slides- Tóp. Esp. Doenças Hipermetabólicas

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais