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Boca Anatomicamente: a boca possui delimitações laterais que são as bochechas, anterior com os lábios, superior com o palato e inferior com as partes moles. Função: colaborar com a mastigação, deglutição, na articulação da palavra e no controle do paladar. Secreção salivar: A secreção ocorre com a estimulação de certas zonas da região pré- motora do córtex cerebral (centro da mastigação) e do hipotálamo (controle neural: simpático e parassimpático). Função da saliva: tornar a boca úmida, auxiliar na articulação da palavra e na limpeza bucal, atuar como um fator regulador do equilíbrio hídrico, auxiliar na lubrificação dos alimentos, servir de solvente para moléculas que estimulam os botões gustativos. Mastigação: os dentes cumprem a função de romper as partículas dos alimentos antes que sofram mudanças químicas através do sistema digestório. O processo facilita a deglutição, diminuindo as partículas e lubrificando-as. Alterações na cavidade oral CÁRIE DENTARIA: É uma doença destrutiva pós erupção localizada nos tecidos calcificados dos dentes. A placa é composta de uma massa incolor e espessa de microrganismos, proteínas salivares e polissacarídeos que aderem aos dentes e gengivas. Ela abriga bactérias formadoras de ácido, o processo cardiogênico começa com a produção desses ácidos. A placa se combina com cálcio e endurece, formando tártaro ou cálculo, irritando também a gengiva e podendo desenvolver doença periodontal. Fatores relacionados a cariogenicidade Alimentos cariogênicos: alta ingestão de carboidrato e tempo de permanência na boca. As bactérias metabolizam os HC fermentáveis, produzem ácidos e diminuem o Ph. Alimentos cariostáticos: proteínas. Não são metabolizados pelo organismo da placa. Líquidos: mecanismo de limpeza Fibra: importante para limpeza Consistência: a dieta liquida é menos cariogênica, pois tem menor tempo de retenção e de aderência. Sequência e combinação dos alimentos: influenciam na cariogenicidade. Higienização: ela inadequada é um dos grandes fatores de surgimento. Aderência à superfície dos dentes Substrato: adequado para o metabolismo bacteriano e dente suscetível Prevenção e conduta dietoterápica: Glicídios: normo a hipoglicidica, sem concentração de dissacarídeos, principalmente sacarose. Protídeos: hiper, para restauração das células epiteliais e por ter função cariostática Lipídios: normo tendendo a hiper, por ter função cariostática e colaboram com a lubrificação da cavidade. Vitaminas: destaque vit A (reepitelização), vit D (absorção de cálcio e fósforo), complexo B (metabolismo de macronutrientes), folacina (suprimento sanguíneo) e vit C (sítese de colágeno) Liquidos: hiper-hidrica, para facilitar hidratação e limpeza Fibras: hiper, com destaque para celulose (elemento de limpeza e de irrigação) GENGIVITE: Processo inflamatório agudo ou subagudo ou crônico ou recidivante, necrotizante e hemorrágico. Tratamento Baseia-se na eliminação de fatores sistêmicos subjacentes, antibióticos de aplicação sistêmica, antissépticos orais oxigenantes, analgésicos, antitérmicos, repouso e conduta dietoterápica. Protídeos: hiper a fim de colaborar na diminuição do processo inflamatório, promover cicatrização e atender as necessidades face ao aumento do catabolismo. Glicídios: normo sem concentração de glicídios simples para evitar a fermentação e por sua cariogenicidade. Lipídios: devem ser normais sem concentração para evitar a sensação de saciedade precoce. Minerais: destaque para o ferro (evitando anemia), zinco (a deficiência compromete a permeabilidade da barreira gengival), diminuição do sódio devido a dor. Vitaminas: destaque vit A (reepitelização), complexo B (metabolismo de macronutrientes) (b6 garante a utilização da proteína dietética), vitamina C (aumento da permeabilidade da barreira gengival, processo inflamatório e cicatrização) e ao folato (comprometimento da barreira gengival e anemia). Líquidos: hiper-hídrica para evitar desidratação comum nessa patologia. Temperatura: normal sem extremos, para evitar dor PERIODONTITE É o acumulo de microrganismos e substrato na superfície dos dentes, dando origem a cálculos. Os alimentos, bactérias e os cálculos ficam entre as gengivas e os dentes, originando as bolsas dentárias e gerando piorreia que, sem intervenção fazem com que os dentes fiquem frouxos. Podendo gerar um abcesso com edema e dor agudo, gerando até complicações no TGI em função da deglutição das secreções. Conduta dietoterápica: Protídeos: hiper para minimizar o catabolismo presente e favorecer a cicatrização Glicídios: normo, tendendo a hipo sem concentração, para evitar a fermentação Lipídios: completam o VET, evitando frituras e concentração de saturados Vitaminas: hiper, com destaque para A, B, C e folato, visando a reepitelização, ao metabolismo de macronutrientes, a ação anti-inflamatória cicatrizante e ao equilíbrio da barreira gengival. Minerais: hiper, objetivando a cicatrização e prevenção da anemia, com exceção de sódio que deve ser hipo devido a dor. Deficiência de zinco aumenta a permeabilidade da barreira gengival e a suscetibilidade a doença periodontal. Líquidos: hiper hídrica, em função das alterações hidroeletrolíticas Fibra: com destaque para celulose: normo/hipo, modificada por cocção e subdivisão, para minimizar as alterações do TGI e evitar dor e desconforto na mastigação. Caldos concentrados em purina: isentos por serem excitantes de mucosa Fracionamento: aumentado Volume: diminuído e concentrado para evitar a sensação de saciedade precoce. Temperatura: normal sem extremos Consistência: liquida completa a pastosa ou de acordo com a tolerância do paciente PULPITE É uma resposta inflamatória da polpa dentária a uma substância irritante e nociva. Como causas principais: cáries, preparo de cavidades, uso de substâncias obturantes, atrito ou erosão da superfície dentária, bem como pode ser induzida por via sistêmica (carência de vitaminas A e C, hiper e hipotireoidismo e dieta pobre em proteínas). Dieta tem as mesmas características que a usada na periodontite. ALTERAÇÕES DA LÍNGUA: Língua geográfica: há o surgimento de áreas vermelhas e sensíveis com anel branco. Comum em infecções bacterianas ou fúngicas, estresse, psoríase, alergia. Devem ser evitados condimentos picantes, sódio em excesso, frutas ácidas, bebidas alcoólicas e infusos concentrados. Língua saburrosa: é constituída por uma camada esbranquiçada. Dieta sem concentração de dissacarídeos. Língua pilosa negra: há o aparecimento de mancha escura no dorso da língua, constituída de pelos negros. Dieta evitando concentração de glicídios, principalmente os simples em função da fermentação. OUTRAS ALTERAÇÕES NA CAVIDADE ORAL: Úlcera aftosa: pode ser causada por falta de vitamina b12, ácido fólico e ferro, vírus, agente químico ou físico ou microbiano, ter origem em diversas formas de estresse e também estar associada a doenças inflamatórias do intestino. A dieta deve ser hiperprotídica, para minimizar o catabolismo e colaborar na cicatrização, e hipervitaminica, para minimizar as interações entre os nutrientes e os fármacos usados. Devem ser evitados as frutas oleaginosas e cítricas, chocolate e concentrados em sacarose a fim de minimizar a excitação da mucosa. Blastomicose Sul-americana: causada pela ingestão de vegetais crus não lavados adequadamente. Dieta hiperprotídica, os fármacos usados são nefrotóxicos e cardiotóxicos, diminuem os níveis de K, ferro e ácido fólico, aumentam o metabolismo de proteínas, prejudicam a transferência de aminoácidos durante a síntese celular e reduzem a absorção de cálcio. É um tubo musculomembranoso e elástico, que se inicia no esfíncter cricofaringiano e terminano cárdia, possui três camadas: mucosa, submucosa e muscular). Sua principal função é motora, a condução de alimentos da faringe para o estômago prevenindo o refluxo gastoroesofagiano (RGE). A secreção esofagiana tem caráter mucóide, com função lubrificante para a digestão e de preparar o alimento para chegar até o estômago. Ele se divide em esfíncter esofagiano superior (EES), corpo do esôfago e esfíncter esofagiano inferior (EEI). Quando o EES encontra-se em repouso, está contraído, formando uma barreira ao refluxo de alimento para a faringe e impedindo a entrada de ar para o esôfago durante a respiração. O corpo é formado por um anel de contração iniciado à deglutição e transmitido a toda parte, apresentando dois tipos de ondas peristálticas, tendo o início na primária na laringe durante o processo de deglutição. O alimento ingerido é conduzido ao estômago por gravidade e contrações peristálticas, variando de acordo com a consistência do alimento. Os períodos da deglutição são: bucal, faringiano e esofagiano. Aspectos fisiológicos essenciais à deglutição: preparo do bolo alimentar, evitar que o bolo alimentar se disperse durante as fases da deglutição (nasofaringe e faringe), evitar refluxo gastroesofagiano durante a livre comunicação entre esôfago e estômago. Processo de deglutição: bolo alimentar na base da língua e nas paredes da orofaringe - alimento na parte posterior da língua enquanto parte superior inibe brevemente a respiração e contração dos músculos miloióideos há progressão do bolo alimentar da faringe até o esôfago (a posição da língua e dos músculos impedem a regurgitação para a cavidade oral). O palato mole se eleva e fecha a região nasal posterior e a laringe elevada promove o fechamento da glote. Os músculos da faringe se contraem, forçando o bolo alimentar para o esôfago, quando recomeça a respiração. O bulbo é o centro da deglutição O esfíncter esofagiano inferior (EEI) é uma unidade funcional e tem a função de impedir o refluxo gastroesofagiano, em repouso fica contraído e se abre com a deglutição. Seu tônus diminui com o sono, CCK, glucagon, hormônios sexuais femininos, bloqueadores beta adrenérgicos e teofilina e aumenta com a distensão esofagiana, regurgitação da secreção gástrica, gastrina e da bile com ph alcalino. Aumenta PEEI: proteína (liberação da gastrina) e carboidratos (gastrina) Diminuí a PEEI: gordura (liberacao da CCK), carminativos, suco de laranja, tomate, posição de decúbito, cigarro, refrigerantes, chocolate, gravidez, obesidade, alimentos de difícil digestibilidade, flautentos, fermentecíveis, ricos em enxofre, roupas com cintura apertada, infusos concentrados, caldos concentrados em purina, bebidas alcóolicas. Sinais básicos de doenças esofagianas Disfagia: surge após a deglutição dos alimentos e seriam uma dificulda no transporte do bolo alimentar da faringe ao esôfago até o estômago. Depende de: tamanho do bolo alimentar, diâmetro luminal, contração peristáltica, contração e relaxamento do EEI e EES. Pode ser: obstrutiva (diminui luz esofagiana dificultando transporte dos alimentos) e motora (alteração na peristalse ou no EEI). A dieta deve ser de consistência líquida completa via oral ou enteral, fracionamento aumentado e isento de alimentos excitantes de mucosa, alimentos flatulentos e de difícil digestibilidade. Pirose: manifestação do refluxo, gerando esofagite de refluxo por ação nociva do HCl sobre a mucosa esofagiana. Sensação de dor em queimação, localizada na região retroesternal.
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