Buscar

02 - protocolo de kioto

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

MEIO AMBIENTE
Thais Miranda
Revisão técnica:
Vanessa de Souza Machado
Mestre e Doutora em Ciências
Graduada em Ciências Biológicas
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB – 10/2147
M499 Meio ambiente [recurso eletrônico] / Ronei Tiago Stein
... [et al.]; [revisão técnica : Vanessa de Souza Machado]. – 
Porto Alegre : SAGAH, 2018.
ISBN 978-85-9502-573-8
Engenharia de produção. 2. Meio ambiente. I. Stein,
Ronei Tiago.
CDU 502
Protocolo de Kyoto
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Reconhecer alguns fenômenos que levam aos conceitos de aqueci-
mento global e efeito estufa.
 � Identificar o conceito do protocolo de Kyoto, qual sua origem e mo-
mento histórico e ações.
 � Destacar alguns debates, resultados e aplicabilidades que aconteceram 
durante e após o protocolo.
Introdução
Neste texto, você irá estudar o Protocolo de Kyoto, os acordos, as medidas 
e metas estabelecidas, compreendendo que não foi apenas mais uma 
conferência para assuntos ambientais. O tratado foi um marco específico 
e particular para as discussões sobre as aceleradas mudanças climáticas. 
Acordos como este implicam em comprometimento e reduções de 
emissões, o que levaria a uma segunda discussão, que seria sobre ética, 
equidade e desenvolvimento social. Para tanto, percebe-se a necessidade 
de avaliar cada caso e elaborar acordos e metas para agir globalmente.
Como surge a necessidade de acordo
Os anos 1960, 1970 e 1980 foram marcados por inúmeras catástrofes climá-
ticas e incidentes sociais e ambientais, gerando polêmica, gastos públicos e o 
comprometimento da boa visibilidade política.
Catástrofes como furacões, ciclones, tufões, tsunamis, ondas de calor, 
tempestades, enchentes, famílias desabrigadas, casas destruídas, mortes, 
doenças e epidemias, mudanças drásticas no clima mesclam-se entre teorias 
dos ciclos naturais geológicos da terra e do aquecimento global de origem 
antropogênica (práticas humanas). Veja as Figuras 1 e 2.
Figura 2. Enchentes castigaram o estado de Santa Catarina em 2008.
Fonte: Araújo (2010).
Figura 1. Inundação na Indonésia.
Fonte: Araújo (2010).
O Atlas Nacional do Brasil Milton Santos (nova versão do Atlas Nacional do Brasil) foi 
lançado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O documento revelou 
que, de 2007 a 2009, o número de brasileiros afetados por inundações, secas, vendavais 
e temperaturas extremas foi triplicado.
Protocolo de Kyoto230
Embora existam discordâncias no campo científico, a principal causa do 
problema climático que afeta todo o planeta é a intensificação do efeito estufa. 
Esse fenômeno natural é responsável pela manutenção do calor na Terra e 
vem apresentando maior intensidade em razão da poluição do ar resultante 
das práticas humanas. 
Emissões de processos industriais (gases), como material particulado (MP), 
dióxido de enxofre (SO2), trióxido de enxofre (SO3), monóxido de carbono 
(CO) e oxidantes fotoquímicos, como ozônio (O3), hidrocarbonetos (HC) e 
óxidos de nitrogênio (NOx), são intensificados de acordo com a evolução 
produtiva e econômica de cada país. Isso modifica padrões de qualidade do 
ar, da água e do solo.
Nesse ponto, surge o conceito de efeito estufa — fenômeno natural que 
gera o aquecimento térmico que possibilita a vida no planeta. O planeta Terra 
é envolto por uma camada de ar chamada atmosfera; é a atmosfera terrestre a 
responsável pela retenção de cerca da metade dos raios solares que chegam ao 
planeta. O conceito foi muito abordado ao longo dos anos, revertido e demasia-
damente conhecido por seus aspectos negativos, mas é um fenômeno natural. 
Existe uma relação com impactos ambientais negativos, por conta de ações 
irresponsáveis do homem, e, com isso, o efeito estufa está se tornando cada 
vez mais intenso, o que passa a ser bastante prejudicial para a vida na Terra. 
Os raios solares que chegam sobre a Terra têm dois destinos: parte é absor-
vida pelo planeta e transformada em calor, para manter a atmosfera quente, e a 
outra parte é refletida e direcionada ao espaço na forma de radiação ultravioleta.
Com a emissão de muitos gases poluidores, que causam diversas reações 
químicas, mais da metade da radiação acaba por ficar retida na superfície do 
planeta, devido à ação refletora dessa camada de gases. 
O excesso dos gases estufa, que agem como isolantes por absorver a energia 
irradiada, forma uma espécie de “cobertor térmico” em torno do planeta, 
impedindo que o calor volte para o espaço.
Efeito estufa natural
Na atmosfera terrestre, existe uma grande quantidade de gases e de partículas 
de poeira que funciona como uma redoma natural. Essa redoma retém parte do 
calor refletido pela superfície terrestre, mantendo a temperatura média da Terra 
em torno de 15ºC. O restante do calor é irradiado para fora da atmosfera. Sem 
essa estufa natural, a temperatura média do planeta ficaria em cerca de –27ºC.
231Protocolo de Kyoto
Efeito estufa artificial
A excessiva quantidade de gases produzidos pelas atividades humanas acumula-
-se na atmosfera. Assim, os raios solares penetram na atmosfera e aquecem 
a superfície, mas são irradiados para o espaço de forma reduzida. Parte do 
calor que deveria ser liberado para o espaço fica aprisionado, intensificando 
o efeito estufa e aumentando a temperatura média do planeta.
Estudos apontam que o efeito estufa artificial não acontece de forma 
equilibrada e igual em todos os continentes, e o que não é de conhecimento 
comum é que, muitas vezes, essa massa prejudicial se desloca em direção a 
continentes que não são geradores desse tipo de impacto, causando surpresa, 
revolta e sensação de injustiça. 
O Quadro 1 traz os maiores emissores de cada continente.
Fonte: Adaptado de Santos e Alencar (2010).
América 
do Norte
Emissão total: 6.787 milhões de toneladas
País que mais emite: Estados Unidos 
(5.800 milhões de toneladas)
América 
Central
Emissão total: 155 milhões de toneladas
País que mais emite: Trinidad e Tobago (29 milhões de toneladas)
América 
do Sul
Emissão total: 756 milhões de toneladas
País que mais emite: Brasil (299 milhões de toneladas)
Ásia Emissão total: 10.226 milhões de toneladas
País que mais emite: China (4.151 milhões de toneladas)
África Emissão total: 943 milhões de toneladas
País que mais emite: África do Sul (365 milhões de toneladas)
Oceania Emissão total: 400 milhões de toneladas
País que mais emite: Austrália (355 milhões de toneladas)
Europa Emissão total: 6.180 milhões de toneladas
País que mais emite: Rússia (1.496 milhões de toneladas)
Quadro 1. Quantidade de emissão de CO2 produzida a nível mundial
Protocolo de Kyoto232
Movimentos de intervenções foram iniciados pela ONU antes do tratado 
de Kyoto. A ideia começou em 1988, na “Toronto Conference on the Changing 
Atmosphere” (Canadá); desde então, foram realizadas várias outras conferên-
cias sobre o meio ambiente e clima, até que foi discutida e negociada a criação 
do Protocolo de Kyoto, no Japão, em 1997.
Em 1990, foi criado o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climá-
tica com o objetivo de alertar a população sobre o aquecimento global. Em 1992, 
foi a vez da Rio-92, onde ficou decidido que os países eram responsáveis pela 
conservação do clima independentemente do tamanho da nação em questão. 
O protocolo entrou em vigor em 2005 e evidenciou o interesse de países em 
utilizar o carbono como moeda.
O que é o Protocolo de Kyoto?
O Protocolo de Kyoto é um tratado internacional com o objetivo de firmar acor-
dos e discussões para conjuntamente estabelecer metas de redução na emissão 
de gases de efeito estufa na atmosfera, principalmente por parte dos países 
industrializados, além de criar formas de desenvolvimento de maneira menos 
impactante a países em crescimento. O fenômeno “Kyoto” foi constituído de 
vários outros movimentos socioambientais anteriores e tomou forma em 1997, 
na cidade japonesa de Kyoto. Na reunião, 141 países se dispuserama aderir ao 
protocolo e o assinaram, comprometendo-se a implantar medidas com o intuito 
de diminuir a emissão de gases. Porém, o tratado só entrou em vigor em 2005.
As reduções das emissões aconteceram em várias atividades econômicas. 
O Protocolo de Kyoto estimulou os países signatários a cooperarem entre si, 
através de algumas ações básicas:
 � reformar os setores de energia e transportes;
 � promover o uso de fontes energéticas renováveis;
 � eliminar mecanismos financeiros e de mercado inapropriados aos fins 
da convenção;
 � limitar as emissões de metano no gerenciamento de resíduos e dos 
sistemas energéticos;
 � proteger florestas e outros sumidouros de carbono.
233Protocolo de Kyoto
Os Estados Unidos, maior emissor de dióxido de carbono do mundo, se opôs 
ao Protocolo de Kyoto, afirmando que a implantação das metas prejudicaria a 
economia do país. Na época, o presidente George W. Bush considerou a hipótese 
do aquecimento global bastante real, mas disse que preferia combatê-lo com 
ações voluntárias por parte das indústrias poluentes e com novas soluções 
tecnológicas. Outro argumento do líder para refutar o acordo foi a falta de 
exigência sobre os países em desenvolvimento para a redução das emissões 
— mais especificamente, China e Índia. Já outros representantes internos da 
Casa Branca questionaram o consenso científico de que os poluentes emitidos 
causassem a elevação da temperatura da Terra.
Mesmo que o governo dos Estados Unidos não tenha assinando o Protocolo 
de Kyoto, alguns municípios, Estados (Califórnia) e donos de indústrias do 
nordeste dos Estados Unidos tentaram maneiras de reduzir a emissão de gases 
tóxicos — buscando não diminuir sua margem de lucro com essa atitude.
O Quadro 2 mostra alguns dados das emissões de CO2 em 2004, per capita, 
realizadas por um pequeno grupo de países. Observe as enormes diferenças — a 
produção de 10,13 toneladas no Kuwait e a não produção no Chade. Mesmo 
entre países do mundo “desenvolvido”, há uma grande variação: por exemplo, 
os Estados Unidos produzem 5,61 toneladas de CO2, enquanto que na França a 
quantidade produzida é de 1,64. Um assunto de crescente interesse é o modo 
como essas diferenças afetam a disposição dos países a entrar em acordos 
ambientais internacionais, e como os termos desses acordos poderiam ser 
criados de forma a motivar uma ampla participação.
Detalhes de alguns países:
 � União Europeia: seus 15 membros são as maiores vozes a favor desse 
acordo.
 � China: segundo maior emissor de gases-estufa do planeta, tem redu-
zido muito suas emissões de dióxido de carbono na atmosfera. Não 
tem meta de emissão a cumprir, mas os americanos querem que adote 
compromissos de redução.
 � Austrália: faz parte do “Umbrella Group” (integrado, ainda, por Ca-
nadá, Noruega, Japão e Nova Zelândia), conjunto de países que se 
aliaram aos Estados Unidos. Em 2007, após uma troca de governo, os 
australianos repensaram sua posição e ratificaram o acordo durante a 
Conferência da ONU em Bali. A participação do país nas emissões de 
gases de efeito estufa é de apenas 2%, mas é o maior exportador de 
carvão do mundo.
Protocolo de Kyoto234
Fonte: Adaptado de International Monetary Fund (2011).
País PIB (US$, 2010)
Emissões de 
CO2 (toneladas 
métricas, 2008)
Percentual 
de emissões 
globais (2008)
Austrália 39.764 18,9 1,3
China 7.544 5,3 23,3
Colômbia 9.593 1,5 0,2
França 35.910 6,1 1,3
Índia 3.408 1,5 5,8
Indonésia 4.347 1,8 1,4
Iraque 3.548 3,4 0,3
Kuwait 38.775 26,3 0,3
Nepal 1.269 0,1 < 0,1
Noruega 51.959 10,5 0,2
Rússia 15.612 12,1 5,7
Reino Unido 35.059 8,5 1,7
Estados unidos 46.860 12,5 18,1
Quadro 2. PIB e emissões de CO2, per capita, em países selecionados
 � Rússia: o colapso econômico pós-União Soviética fez com que o terceiro 
maior emissor não precisasse reduzir suas descargas.
 � Japão: foi o país em cuja antiga capital, Kyoto, foi assinado o protocolo. 
Tem uma posição duvidosa, mas apoia o tratado.
 � Kiribati: maior interessado no Protocolo de Kyoto, o arquipélago está 
ao nível do mar e vai desaparecer se as águas subirem. 
Muitos ecologistas fizeram manifestações em vários países. Na cidade de 
Sidney (Austrália), os manifestantes fizeram esculturas de gelo e as levaram 
para as ruas e, depois de algum tempo, elas derreteram. Esta foi uma forma 
de mostrar o que pode acontecer nas calotas polares se a temperatura da Terra 
aumentar.
235Protocolo de Kyoto
Em Brasília, foram plantadas várias mudas de árvores brasileiras e de 
outros países, que compuseram o chamado “Bosque de Kyoto”. Em São Paulo, 
em frente ao consulado dos Estados Unidos, alguns manifestantes levaram 
faixas de repúdio ao governo americano.
Nesse ano de assinatura, países em desenvolvimento, como o Brasil e a 
Índia, não precisaram se comprometer com metas específicas. Segundo o 
Protocolo, estes são os que menos contribuíram para as mudanças climáticas 
em curso e, por outro lado, tendem a ser os mais afetados por elas. Grande parte 
das nações em desenvolvimento aderiram ao documento. Como signatários, 
têm o dever de manter a ONU informada sobre seus níveis de emissão e, assim 
como os demais, desenvolver estratégias de redução.
O documento propõe três mecanismos para auxiliar os países a cumprirem 
suas metas ambientais:
 � O primeiro prevê parcerias entre países na criação de projetos ambien-
talmente responsáveis.
 � O segundo dá direito aos países desenvolvidos comprarem “créditos” 
diretamente das nações que poluem pouco.
 � O terceiro foi a criação do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo 
(MDL), conhecido como mercado de créditos de carbono.
Assim, foi criado o sistema de “Crédito de Carbono”, que conta com cer-
tificados emitidos para uma pessoa ou empresa que reduziu a sua emissão de 
gases do efeito estufa (GEE).
Por convenção, uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) corresponde a 
um crédito de carbono, que pode ser negociado no mercado internacional. A 
redução da emissão de outros gases, igualmente geradores do efeito estufa, 
também pode ser convertida em créditos de carbono, utilizando-se o conceito 
de carbono equivalente (equivalência em dióxido de carbono).
Comprar créditos de carbono no mercado corresponde, aproximadamente, a 
comprar uma permissão para emitir GEE. O preço dessa permissão, negociado 
no mercado, deve ser necessariamente inferior ao da multa que o emissor 
deveria pagar ao poder público, por emitir GEE. Para o emissor, portanto, 
comprar créditos de carbono no mercado significa, na prática, obter um des-
conto sobre a multa devida.
Acordos internacionais como o Protocolo de Kyoto determinam uma cota 
máxima de GEE que os países desenvolvidos podem emitir. Os países, por 
Protocolo de Kyoto236
sua vez, criam leis que restringem as emissões de GEE. Assim, aqueles países 
ou indústrias que não conseguem atingir as metas de reduções de emissões 
tornam-se compradores de créditos de carbono. 
Como funciona o mercado de carbono?
Cada tonelada de CO2 e equivalente não emitida ou retirada da atmosfera por 
um país em desenvolvimento pode ser negociada no mercado mundial. Os termos 
comuns são descritos a seguir.
Crédito de 
carbono
Unidade comercial, com objetivos monetários, que 
representa uma tonelada de CO2 equivalente (tCO2e). 
O valor desse crédito varia diariamente, pois sua 
atribuição de valor é dada por vários fatores externos. 
A variação é semelhante a uma bolsa de valores.
Tonelada de 
CO2 equivalente 
(tCO2e)
Total emitido de gases que causam o efeito estufa 
multiplicado pelo seu potencial de aquecimento global.
Mercado de 
carbono
Campo de trocas, regulado pelo Conselho Executivo 
do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que 
permite a países com altas emissões de carbono comprar o 
“excedente” das cotas de países que produzem menos CO2.
Redução 
certificada 
de emissão
Unidade emitida pelo Conselho Executivo do 
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo para cada 
tCO2 reduzida ou removida do meio ambiente.
Mecanismo de 
desenvolvimentolimpo
Projetos que visam ao crescimento econômico de 
um país sem causar prejuízos ao meio ambiente.
Cap and trade Expressão utilizada para nomear o processo de limita 
as emissões de gases. Por meio desse modelo, é criada 
a estrutura do mercado de carbono, pois faz com que 
grandes empresas emissoras de gases comprem os 
créditos excedentes das companhias que emitem menos.
Principais gases 
do efeito estufa
Dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso 
(N2O), hexafluoreto de enxofre (SF6). Famílias de gases, 
hidrofluorcarbonos (HFCs) e perfluorcarbonos (PFCs).
237Protocolo de Kyoto
Debates, resultados e aplicabilidades durante e 
após o protocolo
O protocolo de Kyoto não propôs apenas discussões e implantações de medi-
das de redução de gases, mas também incentivou e estabeleceu medidas com 
intuito de substituir produtos oriundos do petróleo por outros que provocam 
menos impacto. 
A maioria dos países desenvolvidos, com exceção dos Estados Unidos, 
comprometeu-se com metas de redução de emissões dos principais gases de 
efeito estufa. As metas variaram entre as nações; algumas foram autorizadas 
a aumentar as suas emissões em uma determinada quantidade, enquanto 
outras foram obrigadas a fazer cortes significativos. O objetivo era atingir 
um corte médio de cerca de 5% em relação aos níveis de 1990 com prazo para 
ser atingido até 2012.
De forma geral, há mais sucessos do que fracassos, e a soma das emissões 
de países com metas de Kyoto caiu significativamente. Nesse meio tempo, 
no entanto, as emissões em países como China e algumas outras economias 
emergentes aumentaram.
Grande parte do crescimento na China e outras economias emergentes 
foi impulsionado pela produção de bens e serviços exportados para países 
desenvolvidos — logo, muitos países contribuem indiretamente para o avanço 
nas emissões. Um dos grandes avanços com o protocolo de Kyoto foi a tomada 
do primeiro grande passo na diplomacia do clima global.
Discutindo melhorias para um novo acordo — O que poderia conter nas reso-
luções de um novo acordo?
Um dos pontos mais importantes e polêmicos diz respeito aos países em desen-
volvimento que ficaram de fora das medidas propostas por Kyoto e agora deverão 
adotar compromissos semelhantes aos dos países desenvolvidos. Os Estados Unidos 
terão de adotar ações equivalentes às dos demais países industrializados. Também 
deve ser pensado um mecanismo para reduzir o desmatamento nas florestas tropicais, 
como a Amazônica.
Outros três tópicos devem ser contemplados: adaptação às mudanças climáticas, 
financiamento aos países em desenvolvimento e transferência de tecnologia.
Protocolo de Kyoto238
A principal crítica ao protocolo de Kyoto é que as metas instituídas re-
presentam pouco a luta contra o aquecimento global, causando um impacto 
pequeno na mudança do panorama atual. Baseando-se nessa crítica, boa parte 
dos especialistas se mantém cautelosa quanto ao novo tratado, na esperança 
de que seja mais rígido e abrangente. Para eles, a falta de adesão dos Estados 
Unidos enfraqueceu muito a utilidade do acordo, já que é o país com maiores 
emissões de gases poluentes do mundo. Por outro lado, os defensores do 
Protocolo apontam que, além da importância em traçar as linhas gerais para 
o próximo acordo, Kyoto foi essencial para que diversas nações e empresas 
tenham transformado em lei as metas de redução, tornando concretas as ações 
ambientais neste âmbito. 
O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC – Intergovernmental Panel 
on Climate Change) foi criado em 1988 pela Organização Meterológica Mundial (OMM) 
e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) para avaliar de 
forma regular possíveis mudanças climáticas. O IPCC foi criado com a percepção de 
que a interação dos seres humanos com o meio ambiente tinha uma grande influência 
sobre as constantes mudanças climáticas, sobretudo, através das emissões de gases 
poluentes.
O Protocolo de Kyoto expirou em 2012. Após 10 anos, as discussões foram 
retomadas em Donha (Catar) entre representantes de 195 países — 18ª Con-
ferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-18). O tratado 
é o único que compromete os países desenvolvidos à redução dos gases de 
efeito estufa.
No Brasil
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, destacou, em seu discurso 
sobre o Brasil no Protocolo de Kyoto, que esse foi um resultado histórico. “O 
Protocolo de Kyoto é mais do que um documento, ele expressa a convicção de 
que a mudança climática exige uma ação multilateral, a abordagem baseada em 
regras. O Protocolo de Kyoto é o padrão de integridade ambiental”, afirmou a 
239Protocolo de Kyoto
ministra. O Brasil exerceu importante papel para esse resultado e foi elogiado 
por vários países por seu desempenho nas negociações.
A ministra destacou, também, que o Brasil está trabalhando muito e com 
sucesso na luta contra as mudanças climáticas. “Estamos orgulhosos dos 
nossos esforços na redução do desmatamento na Amazônia, que falam por 
si. Estamos cumprindo tudo com o que nos comprometemos, de acordo com 
esta Convenção”, enfatizou. Teixeira reafirmou o compromisso do país em 
continuar sua participação ativa na Convenção Quadro das Nações Unidas 
sobre Mudanças Climáticas, “...plenamente consciente de que o multilateralismo 
é a melhor ferramenta para enfrentar o aquecimento global”.
No entanto, Teixeira afirmou que o Brasil não está totalmente satisfeito com 
o resultado obtido. “Queríamos mais. Acreditamos que é necessário mais, mas 
também acreditamos que uma Conferência que garantiu o segundo período do 
Protocolo de Kyoto é, por definição, um sucesso”, disse. A ministra lamentou 
que Partes do Anexo I estejam gradualmente se afastando das obrigações 
estabelecidas na Convenção: “esses países não estão tomando a liderança e 
não estão apoiando os países em desenvolvimento suficientemente em seus 
esforços para combater as alterações climáticas”, postura que a ministra clas-
sificou como “inaceitável”.
1. Quais foram as duas principais 
discussões no tratado de Kyoto?
a) Proteger florestas e outros 
sumidouros de carbono 
e reformar os setores de 
energia e transportes.
b) Reduzir temperaturas 
globais fazendo manejos 
florestais e aumentar o uso 
dos recursos renováveis.
c) Estabelecer metas de redução 
na emissão de gases-estufa na 
atmosfera, principalmente a 
países industrializados e criar 
formas de desenvolvimento 
menos impactantes a países 
em desenvolvimento.
d) Promover desenvolvimento 
sustentável diminuindo 
os impactos ambientais 
e reduzir temperaturas 
com a reforma agrária.
e) Reduzir em 20% as emissões 
atmosféricas dos Estados 
Unidos, da China e da Austrália, 
assim como aplicar tecnologias 
mais limpas nesses países.
2. Sobre o efeito estufa, 
marque a opção correta.
a) Fenômeno prejudicial 
apenas à qualidade do ar.
b) Fenômeno que não interfere 
os raios UV causando 
impactos ambientais.
Protocolo de Kyoto240
c) Tem se intensificado nos 
polos do planeta.
d) Fenômeno de aquecimento 
que pode prejudicar 
principalmente o território de 
países subdesenvolvidos.
e) É um fenômeno natural de 
aquecimento, mas podemos 
interferir de forma negativa.
3. No Protocolo de Kyoto existiram 
metas específicas para países em 
desenvolvimento, como o Brasil?
a) Não. Países em desenvolvimento 
deveriam participar e tomar 
algumas cautelas, mas não 
precisaram se comprometer 
com metas específicas, pois 
pouco contribuíram para as 
mudanças climáticas e tendem 
a ser os mais afetados por elas.
b) Sim. As medidas e metas 
firmadas no acordo eram 
semelhantes em todos os 
territórios, pois somente assim 
todos se comprometeriam 
com as metas.
c) Não. As ações para países como o 
Brasil se restringiam a precauções 
e diligência com a Mata Atlântica.
d) Sim. Países em desenvolvimento 
puderam se desenvolver e fazer 
emissões sem mitigação até 2012.
e) Não. Durante essa conferência, 
países em desenvolvimento 
não precisaram participar 
no momentodo fórum 
sobre tecnologias limpas.
4. Quais medidas o protocolo lança 
para o setor privado (corporações) 
para responsabilizar e reduzir 
as emissões atmosféricas?
a) Eliminar mecanismos financeiros 
e de mercado inapropriados 
aos fins da Convenção; limitar 
as emissões de metano no 
gerenciamento de resíduos e 
dos sistemas energéticos.
b) Implantar o transporte de 
massa e mobilidade sustentável 
e instigar a produção de 
consumo sustentável.
c) Envolver nos processos 
industriais a prática dos 
3Rs e criar legislação 
para obrigatoriedade de 
tecnologias mais limpas.
d) Parcerias entre países com 
projetos ambientalmente 
responsáveis. Direito aos países 
desenvolvidos de comprar 
“créditos” das nações que 
poluem pouco. Aplicação do 
Mecanismo de Desenvolvimento 
Limpo (MDL), conhecido como o 
mercado de créditos de carbono.
e) Adotaram-se medidas como 
desenvolvimento zero e 
as reduções de tempo em 
atividades industriais.
5. Além dos Estados Unidos, 
outras nações industrializadas se 
negaram a assinar o protocolo?
a) Todos os países em todos os 
continentes foram signatários.
b) Inicialmente, os Estados Unidos 
se negaram a ser signatários, 
mas metade dos municípios 
do país protestou e optou 
por executar medidas.
c) Alguns países da União Europeia 
e Ásia não se comprometeram.
d) Apenas Japão e Austrália 
não foram signatários.
e) Sim, Canadá, Noruega e Nova 
Zelândia fizeram parte do 
conjunto de países que se 
aliaram aos Estados Unidos.
241Protocolo de Kyoto
ARAÚJO, J. Triplica número de afetados pelo clima no Brasil. 16 dez. 2010. Disponível 
em: <https://biogalera.wordpress.com/tag/aquecimento-global/>. Acesso em: 19 
dez. 2016.
BILL’S EXCELLENT ADVENTURES. Kiribati. 23 jul. 2015. Disponível em: <http://www.
billtrips.com/2015/07/kiribati.html>. Acesso em: 21 dez. 2016.
BORDIN, S. O. Protocolo de Kyoto. [201-?]. Disponível em: <http://www.coladaweb.
com/geografia/protocolo-de-kyoto>. Acesso em: 19 dez. 2016. 
DUKE. 2016. Disponível em: <http://dukechargista.com.br/>. Acesso em: 21 dez. 2016.
ECOD. COP-18 prorroga Protocolo de Kyoto até 2020, mas resultado é aquém do esperado. 10 
dez. 2012. Disponível em: <http://www.ecodesenvolvimento.org/posts/2012/dezem-
bro/cop-18-firma-extensao-do-protocolo-de-kyoto-mas>. Acesso em: 19 dez. 2016.
EFEITO ESTUFA. In: SIGNIFICADOS. 2011-2016. Disponível em: <https://www.signifi-
cados.com.br/efeito-estufa/>. Acesso em: 19 dez. 2016. 
FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO. Emissões atmosféricas. c2016. 
Disponível em: <http://www.fiesp.com.br/temas-ambientais/ver-todos/emissoes- 
atmosfericas>. Acesso em: 19 dez. 2016.
FIELD, B. C.; FIELD, M. K. Introdução à economia do meio ambiente. 6. ed. Porto Alegre: 
McGraw-Hill, 2014. cap. 16.
INTERNATIONAL MONETARY FUND. Slowing Growth, Rising Risks. Disponível em: 
<http://www.imf.org/en/Publications/WEO/Issues/2016/12/31/Slowing-Growth- 
Rising-Risks>. Acesso em: 21 dez. 2016.
MAGNOLI, D. História da Paz. São Paulo: Contexto, 2008. 
PENA, R. A. Aquecimento global. c2016. Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.
br/geografia/aquecimento-global.htm>. Acesso em: 19 dez. 2016.
PORTAL DO TÉCNICO. Disponível em: <http://ww1.portaldotecnico.net/>. Acesso 
em: 21 dez. 2016.
PROTOCOLO DE KYOTO. Protocolo de Kyoto. [201-?]. Disponível em: <http://protocolo- 
de-kyoto.info/>. Acesso em: 19 dez. 2016.
SANTOS, E. Q.; ALENCAR JÚNIOR, C. G. Os desafios para diminuir a poluição e conter o 
efeito estufa. 2010. Disponível em: <http://rede.novaescolaclube.org.br/planos-de- 
aula/os-desafios-para-diminuir-poluicao-e-conter-o-efeito-estufa>. Acesso em: 21 
dez. 2016.
UOL NOTÍCIAS. COP 18 termina com acordo às pressas no Catar e estende Protocolo de 
Kyoto até 2020. 08 dez. 2012. Disponível em: <http://noticias.uol.com.br/meio-am-
biente/ultimas-noticias/redacao/2012/12/08/cop-18-termina-com-acordo-as-pressas- 
no-catar-e-estende-protocolo-de-kyoto-ate-2020.htm>. Acesso em: 19 dez. 2016.
Protocolo de Kyoto242
Conteúdo:

Continue navegando