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Abdome Agudo

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Abdome agudo
- INSTALAÇÃO insidiosa e aguda e 
habitualmente vem associado com 
manifestações locais e gerais que 
podem ser de extrema gravidade, 
então são s índromes que tem 
repercussão sistêmica, geram um 
processo inflamatório ou sangramento 
ou qualquer outra situação, mas que 
pela gravidade tem repercussão 
sistêmica. Lembrando que ela é uma 
doença aguda, se instala de forma 
aguda. 
- Início Súbito: Quadros vasculares tem 
sempre essa caracterização do súbito. 
Obstrução vascular que impede fluxo 
sanguíneo subitamente pra algum 
território tecidual. EXEMPLO = 
pneumotórax: súbito, jovem com bolha 
pleural que rompe durante atividade 
física, libera ar, faz pneumotórax, e ele 
subitamente, está bem correndo, e tem 
dor intensa com dispneia. 
- Vamos então tentar fazer essa 
diferenciação do que é súbito e agudo, 
mas de evolução mais insidiosa, 
progressiva. Lembrando sempre que o 
processo muitas vezes começa com 
uma dor visceral mal caracterizada, 
mais difusa com repercussão de menor 
intensidade, costuma ter junto a dor 
visceral a dor referida (percepção da 
sensação dolorosa a distância do seu 
local de origem). 
- No caso de abdome agudo essa dor 
PODE — não é obrigatório depende da 
causa — evoluir para uma dor no 
padrão somático-profunda quando o 
processo inflamatório/traumático/
hemorrágico atinge o peritônio. 
- A dor visceral é dor de visceral, e 
quando eu tenho acometimento 
peritoneal ela passa a ser uma dor 
somática-profunda, que normalmente 
é na evolução do quadro, com maior 
intensidade da dor e mais bem 
localizado. EXEMPLO = apendicite: 
inicialmente dor mal caracterizada, de 
intensidade não muito intensa, ela é 
branda, referida na região epigástrica e 
periumbilical, e a medida que o 
processo infamatório vai aumentando 
e acomete o peritônio ela passa a ser 
mais bem localizada e intensa na 
região da fossa ilíaca direita). 
- Quando t iver aval iando a dor 
abdominal, qualidade da dor dá uma 
dica muito boa, mas nem todo 
paciente consegue dizer em boa 
definição como é a dor, informação 
mais subjetiva. Quando tenho dor que 
o paciente refere como CÓLICA (ciclos 
rápidos de dor), a gente lembra de dor 
ou de tubo digestivo (alça intestinal) 
ou de ureter, são marcas de onde eu 
tenho dor no padrão típico de cólica 
(pedir ao paciente pra descrever o que 
ele chama de cólica). Existe tendência 
muito grande de chamar de cólica a 
dor biliar, que na verdade é uma 
constrição, aperto forte, duradouro, 
prolongado; mas o paciente está 
chamando de cólica o que? Pede pra 
descrever! 
- A dor biliar normalmente é uma dor 
intensa, que vem depois do consumo 
d e a l i m e n t o s , e s p e c i a l m e n t e 
gordurosos, ocorre quando a vesícula 
contrai e tem seu fluxo impedido, por 
exemplo por um cálculo, ai a dor fica 
intensa, dura horas, e depois alivia. 
Quando ele come de novo a dor volta a 
ficar intensa em aperto, a vesícula 
contraindo tentando ejetar, horas, e 
depois alivia de novo. Cólica. Mas 
cólica pra gente é uma dor de ciclo 
rápido, é a típica dor de barriga de 
intestino, então eu tenho dor intensa 
contrai se aperta todo, vai passando 
passando, alivia, passa um pouquinho 
de tempo, volta a dor, aperta contrai, 
alivia. Isso é cólica, ciclo rápido, uma 
crise em cima da outra; a dor de 
vesícula ela tem mais a sensação de 
um aperto duradouro, prolongado, do 
que uma dor de sobe e desce cíclica. 
Abdome agudo
Então peça para o paciente explicar o 
que ele está chamando de cólica. 
- A dor de pontada no abdome lembra 
muito distensão de alça, o paciente 
quando tem muita distensão por gases, 
obstrução intestinal, acúmulo de fezes, 
a distensão exagerada da alça 
intestinal da a sensação de pontada, 
por distensão realmente da alça e da 
serosa ao redor dela. As vezes pode ter 
envolvimento peritoneal. O paciente 
quando tem irritação do peritônio, 
quando pisa no chão sente uma 
pontada na região inflamada, essa 
pontada é porque eu to estirando/
vibrando o peritônio, que acaba 
gerando essa percepção de pontada. 
- A dor com carac t e r í s t i ca de 
queimação lembra mais os processos 
de origem péptica, a intensidade é 
subjetiva, mas chama atenção de uma 
dor que é muito intensa, mas que 
iniciou subitamente, isso normalmente 
está relacionado a gravidade, na 
maioria das vezes por processos 
vasculares, principalmente obstrução 
vascular aguda, uma embolia que 
obstruiu a artéria mesentérica. A 
perfuração também pode gerar esse 
tipo de situação de dor súbita, mas na 
maioria das vezes o quadro de 
perfuração vem na decorrência de um 
quadro inflamatório. Por exemplo, 
uma ulcera péptica que já vinha 
doendo, de repente ela aprofundou e 
perfurou; eu tinha uma diverticulite, 
que já vinha doendo, o processo 
inflamatório estava muito grande, 
intensificou e perfurou. Então muitas 
vezes a dor de perfuração não é súbita, 
ela já tinha alguma coisa e tem um 
agravo súbito, então a gente pode 
pensar rea lmente num quadro 
perfurativo. Se eu rompo algum vaso, 
um aneurisma dissecou, uma situação 
dessas eu acabo também tendo um 
fenômeno súbito e todas essas 
situações vasculares e de perfuração 
r e m e t e m r e a l m e n t e a g r a n d e 
gravidade do processo. Isquemia 
mesentérica é um abdome agudo 
vascular. 
- É sempre importante na interpretação 
da dor , naquela sequência, os 
atributos da dor, o que alivia e o que 
intensifica a dor. Eu tenho como fator 
atenuante as posições antálgicas são 
muito clássicas, a posição da cólica 
intestinal de decúbito ventral, posição 
gênio-peitoral na pancreatite aguda ou 
processos inflamatórios intensos no 
abdome superior. O repouso funcional 
do órgão normalmente é um grande 
fator atenuante; então se a dor é do 
pâncreas e quando eu como estimulo a 
produção da enzima pancreática, não 
comer é o repouso funcional que alivia 
a dor, por outro lado, comer faz com 
que eu tenha atividade funcional desse 
órgão e a dor intensifica. Outro fator 
agravante comum é quando eu tenho 
trepidação, o paciente da sendo levado 
pro carro, ou passa no quebra-molas, 
da aquela trepidada no abdome, isso é 
um momento de intensificação da dor 
que faz pensar em irritação peritoneal, 
um abdome agudo inflamatório com 
irritação do peritônio: dor somático-
profunda, intensificando mais quando 
trepida, localizando o processo 
inflamatório. 
- Ainda na interpretação da dor, aqueles 
fatores associados que devemos 
buscar, lembrando que náusea e 
vômito não necessariamente estão 
ligados ao processo fisiopatológico do 
órgão envolvido, mas pode estar 
relacionado a intensidade da dor, 
sendo um sinal de dor com associação 
neurodegenerativa pela dor intensa; 
então por exemplo, cólica nefrética, 
que não tem nada a ver com cálculo, 
náusea e vômito como processo 
direto,  causa náusea e vômito porque 
é uma dor tão intensa que gera esse 
padrão de sintoma neurodegenerativo; 
Abdome agudo
além obviamente de aumentar pressão, 
aumentar FC e FR, só pela intensidade 
da dor. É comum quando eu tenho 
processo inflamatório associado a 
infecção ou não, ter febre (lembrando 
que febre não é processo exclusivo de 
processos infecciosos, processos 
puramente inflamatórios também 
geram febre, pancreatite nesse 
contex to é um dos pr inc ipa i s 
exemplos, febre por intensidade de 
tox ina in f lamatór ia l i be rada) , 
anorexia muito frequente e chama 
muita atenção na apendicite, pois com 
a doença inflamatória intestinal vai-se 
perdendo o apetite, em criança, onde é 
mais comum a apendicite, essa muitas 
vezes é uma marca que diferencia, pois 
criança tem muita dor de barriga, pra 
você saber se aquela dor de barriga 
pode ou não ser apendicite uma das 
coisas que chama atenção é anorexia, 
não é comum criança com dor de 
barriga perder apetite, mas com 
apendicite sim. Icterícia chama 
atenção para processos biliares, 
alteração da função intestinal, seja 
com diarreia seja com parada de 
eliminação de gases e fezes. A dor 
quando vem associada a micção, 
lembramos de processos abdominaisassociados ao sistema geniturinário, e 
o ciclo menstrual é importantíssimo 
porque nas mulheres causa importante 
de abdome agudo é relacionado ao 
sistema ginecológico e obstétrico, as 
vezes uma gravidez tubária que 
irrompeu para cavidade abdominal, 
um cisto ovariano que rompeu ou deu 
hemorragia, um processo inflamatório 
de infecção pélvica por DST, todas 
essas situações fazem então a gente ter 
d o r r e l a c i o n a d a a o a p a r e l h o 
ginecológico, nessas circunstância 
sondar como anda o ciclo menstrual, 
se usa ou não ACO, se usa ou não 
preservativo. 
1. Inflamatórios: apendicite, colecistite, 
pancreatite, diverticulite. 
2. Perfuração: ulcera péptica perfurada, 
divertículo perfurado, situações onde 
eu tenho perfurações de vísceras 
ocas. A é dor difusa, pois espalhou 
secreção pelo abdome. 
3. Obstrutivo: obstrução do trânsito 
intestinal, por tumor (ex: paciente 
idoso, emagrecendo), bolo de áscaris, 
aderência (brida). 
Lembrar que o delgado tem mobilidade 
plena, quando faz cirurgia e tem 
cicatrização de peritônio, parede, as vezes 
em área de anastomose, víscera, esse 
processo fibrótico pode ficar aderido a 
parede intestinal, fixando ali uma alça que 
é solta, numa tentativa de fazer um 
movimento peristáltico mais intenso pode 
acabar torcendo, famoso “nó na tripa”, 
torce e fica presa, obstruindo o fluxo. Então 
se eu tenho um paciente que parou de 
eliminar excreções, tenho que saber se ele 
tem cirurgia prévia. Intest ino vai 
distendendo progressivamente, para de 
eliminar gases e fezes, que acumulam, até 
que começa a voltar, e o paciente vomita 
conteúdo entérico. 
O vômito vai ter característica fecalóide se 
o conteúdo vier do íleo distal, intestino 
grosso propriamente dito, será um 
conteúdo já digerido, malcheiroso. Se a 
obstrução for do intestino alto, o vômito 
vai ser característica de bile. Se a obstrução 
é no piloro, conteúdo será gástrico. 
Então o conteúdo do vômito é essencial 
pra eu saber onde está a obstrução. 
4. Hemorrágico :  g inecológico 
(gravidez ectópica, cisto roto com 
sangramento), ruptura de aneurisma, 
rotura de víscera pós-traumática 
(acidente automobilístico, ruptura de 
baço). 
Abdome agudo
5. Vascular : obstrução de vaso, 
diferente dependendo do território 
em que vai obstruir e se é veia ou 
a r té r i a . Trombose de a r t é r i a 
mesentérica é muito mais dramático e 
intenso (com necrose de alça), 
quadro de t rombose de ve ia 
mesentérica conta com dor intensa, 
congestão, estase, edema importante 
de alça, mas sem uma necrose de 
evolução tão rápida. As evoluções 
mudam um pouco se as evoluções são 
artérias ou venosas. 
  
Quadros hemorrágicos e vasculares tem 
prognóstico muito pior que inflamatório. 
Se demorar = óbito. 
- Embora o abdome agudo inflamatório 
seja mais frequente, tem que pensar nas 
outras possibilidades. MAS, o que faz 
pensar nos outros? A história, o exame 
físico, que vai direcionando.  
- Causas de dor abdominal que aparecem 
agudamente, mas não são abdome 
agudo, são falsos abdome agudo. Então 
chega um paciente com dor abdominal 
intensa, eu penso em abdome agudo, 
mas tenho que descartar também causas 
extra-abdominais, por exemplo causa 
torácica, as vezes o indivíduo está com 
IAM e tem manifestação de dor 
epigástrica. É bem frequente, o paciente 
não sentir nada em precórdio e ter dor 
intensa no epigástrio. Pneumonia de 
base de pulmão direito confundido com 
dor de origem biliar, também bastante 
frequente. Embolia pulmonar de base, 
doenças pulmonares de base, no geral, 
podem doer pra cavidade abdominal. 
Espasmos esofagiano intenso, com dor 
intensa que é torácica, mas também 
pode ser irradiada para abdome. Herpes 
Zoster como doença neurológica, 
razoavelmente frequente você pegar na 
emergência paciente com dor abdome 
intensa, e quando você vai ver tem umas 
pápulas e vesículas do herpes-zoster, 
e n t ã o n a v e r d a d e é u m a d o r 
neuropática, e não uma dor padrão 
visceral, isso ajuda na diferenciação na 
hora do exame físico. Lesão de medula, 
compressão de raiz nervosa, e todas 
essas s i tuações eu tenho dores 
neuropáticas e não nociceptiva/visceral. 
Contusão e trauma abdominal também é 
u m a s i t u a ç ã o q u e e n t r a c o m o 
diagnostico diferencial, mas como o 
trauma é abdominal é agudo mesmo, 
mas eu posso ter por exemplo um 
trauma torácico gerando dor na 
cavidade abdominal. Por último, que não 
é desconsiderável, dor de origem 
psicogênica, o individuo pode ter uma 
dor no abdome intensa que lembra um 
abdome agudo, na verdade é um 
intestino irritável, está tendo uma dor 
intensa, que simula as vezes quadro de 
abdome agudo.

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