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Técnicas de Medição

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2015
Técnicas de Medição
Profa. Fernanda Caroline Jaques
Copyright © UNIASSELVI 2015
Elaboração:
Profa. Fernanda Caroline Jaques
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
389.005
J36t Jaques, Fernanda
 Técnicas de medição/ Fernanda Jaques. Indaial : 
UNIASSELVI, 2015.
 142 p. : il.
 
 ISBN 978-85-7830-936-7
 
1. Metrologia. I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
Impresso por:
III
apresenTação
Como saber se algo vai bem ou vai mal? Como avaliar se as condições 
de trabalho são adequadas? Como podemos propor melhoria sem conhecer 
de fato, sem quantificar? São essas e outras perguntas que responderemos ao 
longo dos estudos desta disciplina.
A segurança do trabalho é uma ciência prevencionista em sua origem, 
e ela busca sempre proporcionar melhorias para que as condições saudáveis 
de trabalho sejam mantidas, ou, se necessário, sejam melhoradas.
Entenderemos por que a importância de um caderno de técnicas 
de medição; entenderemos qual o objetivo de se medir alguma coisa; 
conheceremos as áreas da segurança do trabalho que utilizam as medições 
diretas, além dos agentes que são avaliados nas formas qualitativa e 
quantitativa.
Ao longo dessa disciplina cada agente será apresentado, um a um, 
às normas que são aplicáveis a eles e quais os quesitos mais importantes a 
considerar para determinação da exposição ocupacional do trabalhador.
Só com a disseminação do conhecimento é possível melhorar 
categoricamente o atendimento a quesitos legais e proporcionar melhores 
condições de trabalho aos trabalhadores. 
Fernanda Caroline Jaques
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por 
exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o 
assunto em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
UNI
V
VI
VII
suMário
UNIDADE 1 - ENTENDENDO O QUE É MEDIÇÃO ................................................................... 1
TÓPICO 1 - CONCEITO ...................................................................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 3
2 O QUE É MEDIÇÃO E PARA QUE SERVE .................................................................................. 3
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 7
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 8
TÓPICO 2 - MEDIÇÃO EM SEGURANÇA DO TRABALHO ................................................... 9
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 9
2 RISCOS OCUPACIONAIS QUE ENVOLVEM TÉCNICAS DE MEDIÇÃO ......................... 9
3 MEDIR X AVALIAR .......................................................................................................................... 12
4 MEDIÇÕES EM HIGIENE OCUPACIONAL............................................................................... 13
4.1 MEDIÇÕES EM ERGONOMIA ........................................................................................... 14
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 15
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 16
TÓPICO 3 - AMOSTRAGEM ............................................................................................................. 17
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 17
2 AVALIAÇÃO DO RISCO ................................................................................................................. 17
3 PREPARAÇÃO PRELIMINAR AO PROCESSO DE AVALIAÇÃO ......................................... 19
4 ELABORAÇÃO DO GRUPO HOMOGÊNEO DE EXPOSIÇÃO – GHE ................................ 21
5 ESTRATÉGIAS DE AMOSTRAGEM ............................................................................................ 22
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 26
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 31
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 32
TÓPICO 4 - PRIMEIROS PASSOS PARA A AMOSTRAGEM .................................................. 33
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 33
2 RESULTADOS DA MEDIÇÃO – LIMITE DE TOLERÂNCIA ................................................. 33
3 PARA QUE SERVEM OS RESULTADOS? ................................................................................... 35
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 37
RESUMO DO TÓPICO 4..................................................................................................................... 39
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 40
UNIDADE 2 - TÉCNICAS DE MEDIÇÃO PARA AGENTES FÍSICOS 
 E ERGONÔMICOS ................................................................................................... 41
TÓPICO 1 - INTRODUÇÃO À AVALIAÇÃO DOS AGENTES FÍSICOS ................................ 43
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 43
2 AGENTES FÍSICOS AVALIADOS QUALITATIVAMENTE .................................................... 44
3 AGENTE BIOLÓGICOS ................................................................................................................... 44
3.1 INSALUBRIDADE DE GRAU MÁXIMO ........................................................................44
3.2 INSALUBRIDADE DE GRAU MÉDIO............................................................................. 45
VIII
4 AGENTE UMIDADE ......................................................................................................................... 45
5 AGENTES RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES ............................................................................ 46
6 AVALIAÇÃO DE RADIAÇÕES IONIZANTES .......................................................................... 49
7 AGENTE FRIO ................................................................................................................................... 50
8 AGENTE PRESSÃO HIPERBÁRICA ............................................................................................. 51
9 AGENTE CALOR ............................................................................................................................... 52
10 AGENTE RUÍDO ............................................................................................................................. 52
11 AGENTE VIBRAÇÃO ..................................................................................................................... 57
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 59
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 60
TÓPICO 2 - PRINCIPAIS AGENTES FÍSICOS – CÁLCULO E DETERMINAÇÃO .............. 61
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 61
2 DETERMINAÇÃO DA VIBRAÇÃO ............................................................................................. 61
3 DETERMINAÇÃO DO RUÍDO ...................................................................................................... 64
4 DETERMINAÇÃO DO CALOR ..................................................................................................... 69
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 75
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 76
TÓPICO 3 - AVALIAÇÃO DOS AGENTES ERGONÔMICOS ................................................... 77
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 77
2 ILUMINAMENTO ............................................................................................................................. 77
3 DINAMOMETRIA ............................................................................................................................ 79
4 CONDIÇÕES GERAIS DE CONFORTO ...................................................................................... 80
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 82
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 95
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 96
UNIDADE 3 - TÉCNICAS DE MEDIÇÃO PARA AGENTES QUÍMICOS .............................. 97
TÓPICO 1 - AGENTES QUÍMICOS ................................................................................................. 99
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 99
2 INTRODUÇÃO AOS AGENTES QUÍMICOS ............................................................................ 99
3 AERODISPERSOIDES OU AEROSSÓIS ..................................................................................... 104
4 GASES E VAPORES .......................................................................................................................... 106
5 SOLVENTES ORGÂNICOS ............................................................................................................ 106
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 107
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 114
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 115
TÓPICO 2 - AMOSTRAGEM DE AGENTES QUÍMICOS .......................................................... 117
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 117
2 TIPOS DE AMOSTRAGEM ............................................................................................................ 117
3 TIPOS DE MONITORAMENTO ................................................................................................... 118
3.1 INSTRUMENTAÇÃO .............................................................................................................. 118
3.2 DESCRIÇÃO DOS MÉTODOS DE AMOSTRAGEM ................................................... 121
3.3 CÁLCULO DA VAZÃO .......................................................................................................... 122
3.3.1 O Cálculo da vazão .............................................................................................................. 122
4 MÉTODOS E AMOSTRADORES .................................................................................................. 123
4.1 AMOSTRAGEM POR TUBOS (GASES E VAPORES) ................................................. 123
4.2 AMOSTRAGEM POR TUBOS COLORIMÉTRICOS (DIRETA) .......................................... 124
IX
4.3 AMOSTRAGEM POR BORBULHADOR OU IMPINGER (GASES E VAPORES) ........... 124
4.4 AMOSTRAGEM POR ESPECTOMETRIA DE INFRAVERMELHO (DIRETA) ............... 124
4.5 AMOSTRAGEM POR MONITORES PASSIVOS ................................................................... 125
4.6 AMOSTRAGEM DE AERODISPERSOIDES............................................................................ 125
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 130
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 139
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 140
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 141
X
1
UNIDADE 1
ENTENDENDO O QUE É MEDIÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Ao final desta unidade você será capaz de:
• entender a importância de se medir para poder avaliar, interpretando re-
sultados posteriores;
• monitorar e controlar todas as exposições aos riscos ambientais;
• identificar e controlar as exposições agudas a agentes ambientais;
• realizar as medições ou ser capaz de contratar serviços especializados com 
critério, dentro das metodologias e padrões existentes;
• propor melhorias quando evidenciado que os resultados de uma medição 
são superiores ao tolerável;
• não só medir, mas avaliar ambientes e situações do trabalho em ergonomia 
e em higiene ocupacional.
Esta unidade está dividida em quatro tópicos, e ao final de cada 
um deles você encontrará atividades que servirão de apoio para seu 
conhecimento.
TÓPICO 1 - CONCEITOTÓPICO 2 - MEDIÇÃO EM SEGURANÇA DO TRABALHO
TÓPICO 3 – AMOSTRAGEM 
TÓPICO 4 - PRIMEIROS PASSOS PARA A AMOSTRAGEM
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
CONCEITO
1 INTRODUÇÃO
Antes de sair medindo tudo por aí e aplicando todas as técnicas a serem 
utilizadas na segurança do trabalho, é importante entender um pouco sobre a 
medição. Pode parecer um pouco conteúdo de Ensino Médio, ou - desculpe aos 
mais novos - conteúdo de Ensino Fundamental, mas ter a base é essencial.
Entender o que é uma medição, o que é uma avaliação, para que elas 
servem e conhecer as unidades de medida fará com que você, acadêmico, lá na 
frente, na hora de interpretar os dados, consiga ter uma linha de raciocínio concisa 
e que te ajudará a visualizar além dos resultados, para que você avalie e busque 
alternativas para o que necessita de melhoria e, assim, isso tudo possibilite um 
ambiente de trabalho mais sadio ao trabalhador.
2 O QUE É MEDIÇÃO E PARA QUE SERVE
Vamos iniciar então com o entendimento do que é medição. Você saberia 
explicar o que é medição? Não? Você responderia: “É ir lá e medir...” Bom, quase 
isso, mas por que essa necessidade e para que serve?
Medição é uma maneira que foi encontrada para determinarmos um valor 
numérico para a característica de um objeto, uma situação ou um evento. É um 
método que atribuí uma graduação ao que primeiro classificamos qualitativamente 
e que passamos a necessitar qualificar numericamente. Um exemplo bem rotineiro: 
quando dizemos que João engordou, estamos de certa forma comparando ele com 
uma referência anterior da qual se tinha lembrança, mas para sabermos o quanto 
João engordou é necessária uma medição. Então, João pesava anteriormente 70 
quilos, e agora está pesando 90 quilos. Para determinarmos isso foi necessária 
uma medição, no caso, uma pesagem. Poderíamos utilizar outro tipo de 
medição, ou unidade de medida, para este mesmo caso, onde, por exemplo, em 
vez de concluirmos que João engordou através do peso, iremos medir a largura 
abdominal do João, que antes era de 98 centímetros e agora é de 125 centímetros.
UNIDADE 1 | ENTENDENDO O QUE É MEDIÇÃO
4
FIGURA 1 – ILUSTRAÇÃO DE FITA MÉTRICA
FONTE: Disponível em: <https://pixabay.com/pt/fita-m%C3%A-
9trica-medi%C3%A7%C3%A3o-polegadas-29455/>. Acesso em: 19 
ago. 2015.
Entenda, sem uma medição é impossível graduarmos e fica difícil 
determinarmos qual foi a melhoria atingida ou mesmo o quanto houve de perda, 
ou seja, a medição foi criada para facilitar, principalmente, comparações entre 
objetos e eventos, sendo um processo fundamental em todas as ciências.
Para medir é necessária a existência e definição das unidades de medida, 
como no exemplo dado anteriormente, onde citamos duas: os quilos e os 
centímetros. Dependendo do que se vai medir, escolhe-se a unidade de medida 
mais adequada. 
Unidade de medida é um número mínimo que representa uma grandeza física 
e serve de padrão.
O ato de medir envolve também a existência de instrumentos de medição 
graduados, que fornecem certa precisão no que está sendo avaliado. Seguem 
alguns exemplos de eventos que são constantemente medidos e suas respectivas 
unidades de medida:
NOTA
TÓPICO 1 | CONCEITO
5
QUADRO 1 – EXEMPLOS DE UNIDADES DE MEDIDA 
Eventos Unidades
 Área Metro quadrado, quilômetro quadrado, are, hectare etc.
 Capacidade Barril, galão, saca etc.
 Comprimento Metros e seus múltiplos, pé, jarda, légua, milha etc.
 Densidade Quilograma por metro cúbico, quilograma por litro etc.
 Energia Caloria, quilowatt hora, frigoria etc.
 Força Newton, quilograma força, poundal.
 Massa Grama, quilo, arroba, quilate etc.
 Potência Watt e quilowatt.
 Pressão Pascal, psi, atm, bar, mca (metro da coluna d’água)
 Temperatura Grau Celsius, Grau Fahrenheit, Kelvin etc.
 Tempo Ano, minuto, hora, segundos, era, séculos etc.
Vazão Metros cúbicos por segundo (m³/s); Litros por segundo (L/s)
 Velocidade Metros por segundo, rotações por minuto etc.
 Volume Litros, metros cúbicos etc.
Som Decibel. A frequência do som é medida em hertz.
Eletricidade Volt, Ampere, Ohm
FONTE: O autor
Algumas dessas unidades de medida são mais comumente usadas nas 
medições ocupacionais, são elas:
• Área: É o espaço em superfície bidimensional, ou seja, comprimento vezes a 
largura. Na segurança do trabalho utiliza-se para representação em croquis 
do ambiente de trabalho, formação do volume (tridimensional), entre outros. 
Onde a principal representação é em metros quadrados (m²).
• Comprimento: Dado em metros e seus múltiplos e submúltiplos, é comum nas 
descrições de campo e do ambiente aparecer constante na informação de pé 
direito (comprimento – altura: do chão ao teto), ou trazendo distâncias. 
• Pressão: Mede a ação de um tipo de força sobre um determinado espaço, podendo 
este ser líquido, gasoso ou mesmo sólido. A pressão pode ser favorável ou 
desfavorável para o homem. Na segurança do trabalho estudamos as condições 
anômalas do ambiente, como a pressão da água nas profundezas do oceano 
(condição hiperbárica) em um trabalho de um mergulhador, por exemplo, 
ou o trabalho de um piloto de helicóptero em altitude (condição hipobárica). 
Também utilizamos muito o controle da pressão de determinado gás ou fluido, 
por exemplo, em vasos de pressão ou recipientes de armazenamento, onde a 
pressão é acompanhada através de um manômetro.
UNIDADE 1 | ENTENDENDO O QUE É MEDIÇÃO
6
• Velocidade: Utilizada dentro da avaliação de vibração ocupacional, é o 
movimento de um ponto oscilando em torno de um ponto de referência. Na 
higiene ocupacional medimos a aceleração, dada em metros por segundo ao 
quadrado (m/s2). O número de vezes que ocorre o movimento completo em 
determinado tempo também pode aparecer através da unidade de frequência, 
em geral indicada em hertz (Hz).
• Som: É uma onda longitudinal, resultante de compressão mecânica ou onda 
mecânica; que se propaga de forma circuncêntrica, apenas em sólidos, líquidos ou 
gasosos. Possui uma velocidade de oscilação ou frequência que se mede 
em hertz (Hz) e uma amplitude ou energia que se mede em decibéis.
• Volume: O volume de um corpo, uma substância química, gás, vapor é a 
quantidade de espaço ocupada por este. Volume tem unidades de tamanho 
cúbicos (por exemplo, cm³, m³, etc.); ou seja, muito usado na mensuração de 
concentração do agente no ambiente.
• Vazão: É um volume de um fluido específico que passa por uma determinada 
seção de um conduto livre ou forçado por uma unidade de tempo. Utilizada na 
amostragem de agentes químicos, a vazão consiste no fluxo de entrada de ar 
que é definido por método determinado, para a quantificação da concentração 
da substância química no ambiente que entra em contato com a via respiratória 
do trabalhador.
Lê-se vazão pela seguinte fórmula:
Q = v.a
Onde a = área (m²) e v é a velocidade de escoamento (m/s), resultando em 
Q vazão, dada em m³/s.
Muitas unidades de medida são usadas direta e indiretamente em todas as 
áreas, inclusive na segurança do trabalho. Não se preocupe, acadêmico, se algum 
termo apresentado ainda não fizer muito sentido para você, pois vamos explorar 
melhor a aplicação destas unidades de medida ao longo do caderno de estudos. 
Esta foi apenas uma pincelada do que ainda iremos estudar.
7
Neste tópico você viu que:
• Medição é uma maneira que foi encontrada para determinarmos um valor 
numérico para a característica de um objeto, uma situação ou um evento.
• Sem uma medição é impossível graduarmos e fica difícil determinarmos qual 
foi a melhoria atingida ou mesmo o quanto houve de perda.
• Unidade de medida é um número mínimo que representa uma grandeza física 
e serve de padrão.
• Para a realização de medições é necessária a escolha dos equipamentos/
instrumentos certos.
RESUMO DO TÓPICO 1
8
1 Ligue as unidades de medidasao evento correto:
• Pascal • Temperatura
• Decibel • Metabolismo
• Metros quadrados • Força 
• RPM • Ruído
• Newton • Área
• Graus Celsius • Vibração
• Caloria • Pressão
2 Para que são feitas as medições em segurança do trabalho?
3 O que você entendeu por unidade de medida?
AUTOATIVIDADE
9
TÓPICO 2
MEDIÇÃO EM SEGURANÇA DO TRABALHO
1 INTRODUÇÃO
Agora, acadêmico, você saberia dizer qual unidade de medida é mais usada 
na área da segurança do trabalho? Você tem ideia do que é medido em segurança 
do trabalho? Para isso, temos que relembrar assuntos importantes como os riscos 
ocupacionais, higiene ocupacional, insalubridade, ergonomia. Você deve tê-los 
conhecido melhor quando estudou os fundamentos da segurança do trabalho, as 
matérias importantes que são a base do seu curso. 
Neste tópico faremos uma iniciação da importância e necessidade da 
disciplina.
2 RISCOS OCUPACIONAIS QUE ENVOLVEM 
TÉCNICAS DE MEDIÇÃO
Os riscos ocupacionais são resultado da exposição do trabalhador 
aos perigos existentes na atividade laboral. E você lembra quais são os riscos 
ocupacionais? Não lembrou? Vamos lá!
Os riscos ocupacionais são divididos de acordo com seu tipo, são cinco: 
• Riscos Físicos: são decorrentes de uma exposição do trabalhador a algum tipo 
de energia.
• Riscos Químicos: são decorrentes da exposição do trabalhador a algum tipo de 
produto químico.
• Riscos Biológicos: são decorrentes de uma exposição do trabalhador durante o 
período de trabalho a uma quantidade significativa de agentes biológicos. 
• Riscos de Acidente: estes são decorrentes de uma má condução, de um descuido, 
de uma imprudência ou de negligência durante o exercício do trabalho.
• Riscos Ergonômicos: são os riscos decorrentes da maneira como o trabalhador 
interage com máquinas, equipamentos, mobiliários; são os riscos que 
proporcionam inicialmente desconforto ao trabalhador e que podem se agravar 
a problemas de saúde, normalmente doenças do tipo osteomusculares.
UNIDADE 1
UNIDADE 1 | ENTENDENDO O QUE É MEDIÇÃO
10
Você deve tê-los conhecido melhor quando estudou sobre a CIPA – Comissão 
Interna de Prevenção de Acidentes, que é responsável por realizar o Mapa de Riscos 
Ambientais das empresas. 
É importante entender os riscos, para entender quais deles envolvem 
quantificações através de uso de equipamentos. 
Na verdade, nem todos estes riscos possuem agentes que são passíveis 
de uma medição. Por exemplo, o risco de acidente é um risco que envolve mais a 
probabilidade, ou seja, a chance de uma lesão acontecer com o trabalhador. Não 
é possível medir de forma direta, apenas pode-se trabalhar eles estatisticamente, 
ou melhor, eles não possuem uma energia quantificável, ou uma característica - 
química, física ou biológica - envolvida de forma direta. 
FIGURA 2 – PLACA COM ESTATÍSTICAS DE ACIDENTE DE TRABALHO EM CAN-
TEIRO DE OBRA
FONTE: Disponível em: <http://www.towbar.com.br/loja/MaisProduto.as-
p?im=n&Produto=4210>. Acesso em: 2 set. 2015.
Por isso, o foco das medições visa apenas explorar os agentes passíveis 
de quantificação, que podem ser mensurados através de unidades de medida. 
Vamos explorar bastante os agentes físicos, químicos, alguns ergonômicos e dar 
uma leve pincelada nos agentes biológicos.
Os agentes químicos para segurança do trabalho, mais precisamente para 
a higiene ocupacional, tratam-se dos contaminantes presentes nos processos 
de trabalho, onde, dependendo do processo, estão espalhados no ar, em forma 
de gases, vapores, poeiras ou fumos, em diferentes concentrações no ambiente. 
NOTA
TÓPICO 2 | MEDIÇÃO EM SEGURANÇA DO TRABALHO
11
São essas concentrações que são alvo dos diferentes métodos de medição e 
avaliação. Por exemplo, em uma marmoraria sabe-se que o lixador de mármore 
está exposto à poeira com um agente químico prejudicial à saúde em determinada 
concentração, conhecido como sílica livre cristalizada. Ao mensurarmos o quanto 
da concentração desse agente tem no ambiente e qual o tempo de exposição do 
trabalhador enquanto executa a atividade de lixar, poderemos concluir se este 
agente prejudicial, no caso a sílica, está em quantidade superior permitida ao 
que as normas e legislação pertinentes determinam, e se pode ou não fazer mal à 
saúde do trabalhador.
Higiene Ocupacional é a ciência que estuda os riscos ambientais do trabalho, 
riscos físicos, químicos e biológicos. A Higiene Ocupacional não trata de riscos ergonômicos, 
riscos de poluição, de meio ambiente, situações, acidentes, riscos mecânicos. A Higiene 
Ocupacional também é conhecida por Higiene do Trabalho e Higiene Industrial, expressão 
comum nos países norte-americanos.
Os agentes físicos que também são estudados pela higiene ocupacional e 
ainda pela ergonomia são energias oriundas de uma fonte na qual o trabalhador 
interage de forma habitual em seu ambiente de trabalho, como, por exemplo, o 
agente calor. Quando um forjeiro trabalha criando ferramentas em ferro e retira 
aquelas peças do forno, ele está exposto ao calor excessivo, que, se for demasiado, 
pode provocar desidratação e até a morte. Portanto, é importante conhecermos a 
temperatura à qual ele está exposto e qual o nível de desgaste energético que ele 
sofre durante a execução da tarefa, para que não estejamos submetendo-o a uma 
condição insalubre.
Da mesma forma acontece com os agentes biológicos estudados na 
higiene ocupacional, estes são micro-organismos patogênicos que em grandes 
quantidades podem trazer doenças a quem tem contato ou mesmo frequenta o 
ambiente contaminado. 
A insalubridade é caracterizada no caso de o trabalhador ficar em contato com 
agentes nocivos à saúde durante a sua jornada, seja pela natureza, intensidade ou tempo de 
exposição a esses agentes, acima dos limites tolerados.
ATENCAO
IMPORTANT
E
UNIDADE 1 | ENTENDENDO O QUE É MEDIÇÃO
12
Percebe-se que todos os agentes mencionados anteriormente se encaixam 
perfeitamente na ideia de medição, ou seja, é necessário saber o quanto desses 
agentes há no ambiente de trabalho, para que se possa concluir se estes podem 
ou não ser prejudiciais, e, se sim, deve-se procurar caminhos para que estes sejam 
reduzidos quanto à sua quantidade/intensidade, ou mesmo outras medidas, 
como diminuir a exposição do trabalhador à situação insalubre existente.
3 MEDIR X AVALIAR
Ao pensarmos em medição, na verdade estamos nos referindo a apenas 
uma parte de um processo maior, o de uma avaliação. A medição faz parte do 
diagnóstico, enquanto avaliar vai mais além, de certa forma é ter o diagnóstico e 
concluir sobre ele. “Medir não é avaliar”.
Acontece que um processo de avaliação de um risco parte, primeiramente, 
de uma antecipação, reconhecimento, assim como preconiza a NR-9 – Programa 
de Prevenção de Riscos Ambientais - Portaria MTE nº 3.214, de 8 de junho de 
1978, uma avaliação qualitativa. Já a avaliação quantitativa é mensurar (medir) 
alguns agentes para se controlar, significa que a avaliação do risco deixa de ser 
subjetiva e passa a ser certa, saindo do qualitativo, tornando-se quantitativa e 
permitindo-se ser ainda mais conclusiva.
“Avaliar [...] deve ser julgar, apreciar tecnicamente. Significa aprender 
e entender, avaliando no sentido amplo, ou seja, emitindo um julgamento 
profissional sobre a exposição do trabalhador” (SESI, p. 24, 2007).
Saiba que existem milhares de técnicas para se realizar as medições 
quantitativas, porém é impossível falar de todas, sendo assim, serão abordadas 
ao longo deste tópico as mais utilizadas.
Alguns aspectos importantes da avaliação:
• Ajuda empresários a provar que estão conformes.
• Pode contribuir para os fiscais provarem que a empresa não está conforme.
Em algumas vezes faz-se necessário avaliar de forma apenas qualitativa 
e utilizar do julgamento profissional. Porém, devemos estabeleceralguns 
critérios: “[...] o julgamento profissional pode permitir inferências concernentes 
às concentrações de exposição das partes do período que não foram amostradas. 
Um conhecimento confiável concernente à operação/processos é necessário para 
fazer este julgamento” (NIOSH – ABHO, 2015).
TÓPICO 2 | MEDIÇÃO EM SEGURANÇA DO TRABALHO
13
4 MEDIÇÕES EM HIGIENE OCUPACIONAL
Como já foi dito anteriormente, no Brasil a higiene ocupacional é 
representada, ou melhor, foi inserida dentro das empresas através do PPRA - 
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, onde a higiene ocupacional é a 
ciência que trata dos riscos químicos, físicos e biológicos.
A higiene ocupacional busca ANTECIPAR, RECONHECER, AVALIAR 
(o que passa pelo processo de medir) e CONTROLAR a exposição aos riscos 
ambientais, a fim de preservar a saúde do trabalhador e o não surgimento de 
doenças ocupacionais no meio de trabalho.
As medições quantitativas entram na terceira etapa do PPRA, na etapa 
de AVALIAÇÃO. Na verdade, um programa adequado de higiene ocupacional 
não só produz conformidade legal perante o PPRA, como também o excede, 
no sentido de que vai muito mais além de etapas; e sim, ele pode acarretar em 
significativa melhoria aos trabalhadores.
As etapas do PPRA são:
• Antecipar
• Reconhecer
• Avaliar
• Controlar
Para detalhamento das unidades de medidas e limites de tolerância 
em higiene ocupacional a norma de referência no Brasil é a NR-15 - Atividades 
e Operações Insalubres, Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978. Nela são 
encontrados os critérios comparativos que devem ser utilizados para que, ao se 
obter os resultados das medições, seja possível estabelecer se aquela é uma situação 
de insalubridade ou não. Ela estabelece ainda, para alguns agentes, os cálculos que 
devem ser seguidos para o alcance do resultado do agente que está sendo avaliado.
 
No Brasil ainda temos as Normas de Higiene Ocupacional, as NHOs, 
elaboradas pela Fundacentro. Estas, de ordem propriamente técnica, demonstram 
os métodos para a realização de avaliações quantitativas em higiene. Temos ainda 
as normas internacionais da NIOSH – National Institute of Occupational Safety 
and Health; as diretivas europeias, e algumas ISO - International Organization 
for Standardization, que também oferecem técnicas e parâmetros referentes a 
avaliações de inúmeros agentes.
Para o agente calor utiliza-se, por exemplo, um termômetro de Índice de 
Bulbo Úmido Termômetro de Globo. Para medição do ruído, audiodosimetria ou 
também decibelimetria. Para químicos a quantificação se dá em ppm, ou em mg/m³.
IMPORTANT
E
UNIDADE 1 | ENTENDENDO O QUE É MEDIÇÃO
14
4.1 MEDIÇÕES EM ERGONOMIA
As medições em ergonomia são realizadas para precisar de forma 
científica a situação dos postos de trabalho. Por exemplo: quando um 
trabalhador exerce grande esforço com a coluna vertebral, a intensidade 
do esforço é quantificada. Alguns aparelhos servem para mensurar a força 
realizada na tarefa. A quantificação pode mensurar ainda a luminosidade 
existente, o ruído na faixa do conforto acústico e a velocidade do ar, a 
temperatura, entre outros. 
FONTE: Adaptado de <http://trabalhosaudeseguranca.blogspot.com.br/2009/12/gestao-em-er-
gonomia-industrial.html>. Acesso em: 2 nov. 2015.
FIGURA 3 – DINAMÔMETRO
FONTE: Disponível em: <http://fisicasemneura.blogspot.com.br/2011/05/dinamo-
metro-o-que-e-para-que-serve-quem.html>. Acesso em: 2 novt. 2015.
Os instrumentos científicos que podem quantificar o trabalho dos 
funcionários são instrumentos de conhecimento técnico, em que se têm valores 
quantitativos:
• Eletromiografia de superfície.
• Dinamometria.
• Metabolimetria ou Medida do Dispêndio de Energia no Trabalho.
• Determinação do IBUTG (Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo).
• Decibelimetria.
• etc. 
15
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você viu que:
• Os agentes de risco estão divididos em físicos, químicos, biológicos, ergonômicos 
e de acidentes.
• O agente acidente não é foco dos estudos das técnicas de medição. 
• Avalia-se os agentes quantitativamente para verificar se há uma situação de 
exposição insalubre ou mesmo de desconforto extremo ao trabalhador.
• Medir não é avaliar.
• A avaliação de um risco vai além do processo de medição, ou seja, a medição é 
apenas uma parte.
• No Brasil, as medições em higiene ocupacional estão contempladas na NR-9 e 
NR-15.
• A NR-9 traz as etapas do programa, que são: Antecipar, Reconhecer, Avaliar e 
Controlar, onde medir, por sua vez, está inserido dentro da etapa de avaliação.
• NHO são normas técnicas de higiene que tratam especificamente de 
metodologias de avaliação dos agentes.
• Na ergonomia a quantificação serve para mensurar a força exercida em algumas 
tarefas, a luminosidade existente, o ruído na faixa do conforto acústico e a 
velocidade do ar, a temperatura, entre outros.
• Alguns instrumentos de medição em ergonomia são: medidor de pressão sonora; 
dinamômetro, Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo; luxímetro etc.
16
1 Diferencie medir de avaliar.
2 A Higiene Ocupacional estuda quais tipos de risco?
3 Coloque em ordem as etapas da higiene ocupacional.
Avaliar; Controlar; Reconhecer; Antecipar.
4 O que é ergonomia?
5 Assinale quais opções abaixo são riscos ergonômicos:
a) ( ) Baixa luminosidade.
b) ( ) Manuseio de herbicida.
c) ( ) Queda de nível.
d) ( ) Postura inadequada.
e) ( ) Exposição a organismos patogênicos.
f) ( ) Movimento repetitivo.
AUTOATIVIDADE
17
TÓPICO 3
AMOSTRAGEM
1 INTRODUÇÃO
A segurança do trabalho, infelizmente, ainda é uma área de pouco 
investimento, área que normalmente é vista como dinheiro jogado fora, dinheiro 
sem retorno. Talvez por causa disso, mas não só por isso, há muitos estudos 
envolvendo maneiras de aperfeiçoar as avaliações a fim de se ter um resultado 
satisfatório e que permita a sugestão de melhorias.
Essa otimização é alcançada pela utilização de uma técnica muito 
difundida, a amostragem. Na impossibilidade de avaliarmos todas as exposições 
em todos os trabalhadores, são seguidos alguns passos que permitem que se 
conheça a realidade de trabalho dos trabalhadores em inúmeras atividades sem 
despender grandes investimentos e horas de estudo.
Nesse tópico conheceremos estes passos, o conceito de amostragem, grupo 
homogêneo de exposição, e mais algumas técnicas que irão permitir a realização 
das medições com o rigor necessário que o processo exige.
2 AVALIAÇÃO DO RISCO
A Avaliação de Risco é um processo que mede os riscos para a 
segurança e saúde dos trabalhadores decorrentes dos perigos identificados no 
desenvolvimento das atividades. Para se avaliar o risco, o avaliador deve levar 
em consideração a diferença das definições de Perigo e Risco, conforme segue:
• Perigo: fonte, situação ou ato com potencial para provocar danos humanos 
em termos de lesão ou doença ou uma combinação destas.
• Risco: combinação da probabilidade de ocorrência de um evento perigoso 
ou exposição com a gravidade da lesão ou doença que pode ser causada 
pelo evento ou exposição.
FONTE: Disponível em: <https://qualidadeonline.files.wordpress.com/2010/12/ohsas-18001.
ppt>. Acesso em: 2 nov. 2015.
UNIDADE 1
UNIDADE 1 | ENTENDENDO O QUE É MEDIÇÃO
18
Para se ter um risco é preciso exposição, não há risco sem exposição, há 
apenas perigo sem exposição. Vamos usar um exemplo bem figurativo: o de um 
leão, o leão seria um perigo, se ele estiver sozinho. Quando colocamos alguém 
perto, existe o risco de esta pessoa ser atacada. Com o leão na jaula, este risco 
é diminuído potencialmente. Veja a figura a seguir para clarear um pouco este 
conceito que acabamos de ver.
FIGURA 4 – RISCO
Exposição
Exposição
Perigo
PerigoRisco
FONTE: O autor
Para o levantamento dos perigos e reconhecimentodo risco é importante: 
• Circular pelo ambiente de trabalho e observar o processo produtivo e as 
atividades desenvolvidas pelos trabalhadores, identificando as fontes 
geradoras, as possíveis trajetórias e meios de propagação dos agentes 
existentes no ambiente de trabalho e que possam causar danos aos 
trabalhadores expostos.
• Obter dados existentes na empresa, indicativos de possível comprometimento 
da saúde decorrente do trabalho, por meio de consultas de registos de 
acidentes de trabalho e de problemas de saúde, CATs, atestados médicos, 
registros de faltas relacionadas ao trabalho etc.
• Analisar as operações não rotineiras e intermitentes (por exemplo, operações 
de manutenção, alterações nos ciclos de produção, limpeza eventual de 
máquinas).
• Avaliar a eficácia das medidas de controle existentes. 
FONTE: Disponível em: <https://www.unifei.edu.br/files/arquivos/APOSTILA_Nocoes_de_Higie-
ne_Ocupacional_e_Seguranca_do_Trabalho.pdf>. Acesso em: 2 nov. 2015.
TÓPICO 3 | AMOSTRAGEM
19
Para a fase de reconhecimento do risco e posterior caracterização é 
recomendável que a mesma seja acompanhada por uma pessoa da empresa que 
tenha conhecimento dos processos. É importante também que os colaboradores 
estejam, de alguma forma, envolvidos nesta etapa.
3 PREPARAÇÃO PRELIMINAR AO PROCESSO DE AVALIAÇÃO
O processo de avaliação, levantamento e amostragem envolve uma série 
de passos que, se realizados como indicado, tornam a amostragem e a avaliação 
assertivas.
 
Inicia-se todo o processo pelo levantamento, conhecendo a empresa que 
se vai avaliar, e para isso é necessário um levantamento preliminar dos dados da 
empresa, tais como: quantos setores, cargos, funções, qual a jornada de trabalho, 
além de dados convencionais, como: nome fantasia, razão social, código de atividade 
econômica principal, ramo de atividade, grau de risco da atividade, endereço, 
endereço do ambiente do trabalhador a ser avaliado e número total de funcionários.
Todas essas informações são recolhidas junto à empresa que irá ser 
avaliada, e para isso é importante que o responsável forneça todos estes dados de 
forma consciente e conjunta.
Outras informações podem ser recolhidas para o enriquecimento do 
estudo e também do relatório com os resultados das avaliações que serão geradas. 
Por exemplo:
• Organograma (se disponível).
• A atividade da empresa e produtos desenvolvidos pela indústria.
• Fluxograma e descrição do processo produtivo e respectivas atividades e tarefas.
• Descrição das tarefas exercidas de acordo com as funções.
Além de todos estes itens, o profissional que vai a campo realizar a 
avaliação ambiental deverá verificar e avaliar também:
a) Documentação da Empresa: o profissional deverá verificar a existência de 
documentações que comprovem as ações implantadas na área de segurança e 
saúde no trabalho, como:
• Ordens de serviço
• Registro de treinamentos
• Fichas de entrega de EPI
UNIDADE 1 | ENTENDENDO O QUE É MEDIÇÃO
20
• Procedimentos de trabalho
• Avaliações ambientais anteriores que possam auxiliar na elaboração do PPRA.
E deverá ainda avaliar se estas documentações estão adequadas aos 
critérios legais. 
b) Instalações da empresa: deverá tomar nota das instalações da empresa, 
caracterizando o ambiente de trabalho, como: arranjo físico, ventilação, 
iluminação, metragens da área física, condições gerais de higiene, tipo de 
construção, cobertura, paredes, janelas, piso, mobiliário, divisória etc.
c) Risco: nesta etapa o avaliador deverá identificar os perigos/fatores de riscos:
• Físicos: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações 
ionizantes, radiações não ionizantes.
É comum a quantificação para os seguintes agentes:
• Ruído: as avaliações quantitativas de ruído deverão seguir os procedimentos 
da Norma de Higiene Ocupacional - NHO 01 da Fundacentro e os limites de 
tolerância estabelecidos pela NR-15.
• Calor: as avaliações quantitativas de calor deverão ser realizadas sempre 
que sejam identificadas fontes deste agente. A quantificação deverá seguir 
os procedimentos técnicos da Norma de Higiene Ocupacional - NHO 06 da 
Fundacentro e os critérios estabelecidos pela NR-15.
Os equipamentos para avaliações quantitativas deverão ser calibrados 
anualmente em laboratório acreditado pelo INMETRO – RBC. 
• Agente vibração: a avaliação deve ser feita primeiramente de forma qualitativa 
e, se necessário, prever a quantificação. 
• Químicos: compostos ou produtos previstos na NR-15 (Anexos 11, 12 e 13) e 
ACGIH. 
NOTA
TÓPICO 3 | AMOSTRAGEM
21
Para realizar a avaliação das substâncias químicas com existência de 
limites de tolerância (conceito que entenderemos melhor posteriormente) na 
NR-15 e ACGIH, o profissional deverá avaliá-las de forma qualitativa, através da 
verificação do rótulo, Fichas de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ), forma 
de contato e medidas de controle adotadas pela empresa e prever a quantificação. 
• Biológicos: avaliação qualitativa, identificando a atividade (fonte geradora).
• Ergonômicos: deverão ser consideradas aquelas atividades com evidências 
extremas deste agente, como: carga excessiva, movimento repetitivo e trabalho 
noturno.
4 ELABORAÇÃO DO GRUPO HOMOGÊNEO DE EXPOSIÇÃO 
– GHE
O conceito de GHE foi criado tornando-se essencial no processo de 
avaliação dos agentes, pois infelizmente é muito inviável economicamente, e 
também em termos de execução, realizarem-se avaliações quantitativas dos 
agentes de risco para cada trabalhador durante toda a jornada de trabalho dele. 
Então, a criação de grupos, quando bem-criados e representativos dos seus 
integrantes, facilita perfeitamente na interpretação de um resultado quantitativo, 
pois quando se avalia apenas um indivíduo daquele grupo, já é possível julgar se 
o resultado obtido é representativo dos demais membros do grupo, servindo o 
resultado para todos.
Então, Grupo Homogêneo de Exposição é aquele conjunto de trabalhadores 
que estão expostos a um determinado agente de forma muito parecida. Não que 
todos os representantes precisem experimentar a mesma exposição todos os dias, 
mas a probabilidade destes trabalhadores estarem expostos com uma distribuição 
semelhante é a mesma (VENDRAME, 2011).
Um GHE não é homogêneo porque todos exercem a mesma atividade, 
ou porque trabalham no mesmo setor, um grupo homogêneo é chamado assim 
porque busca incluir indivíduos expostos aos mesmos tipos de riscos. 
Este critério de homogeneidade surge quando a média do resultado 
obtido para um agente avaliado é representativa da média do grupo.
UNIDADE 1 | ENTENDENDO O QUE É MEDIÇÃO
22
FIGURA 5 – CLASSIFICAÇÃO DE GRUPO HOMOGÊNEO E EXPOSIÇÃO
FONTE: O autor
Ao observar o ambiente de trabalho da Figura 4, por exemplo, é possível 
verificar pessoas expostas à mesma situação, aos mesmos riscos. Esses trabalhadores 
podem ser colocados em um mesmo GHE, porém, ao se verificar um risco diferente, 
ou em intensidades diferentes, este agrupamento merece mais cuidado.
Nem sempre um grupo com mesma função, até, pode estar exposto da 
mesma maneira a todos os riscos. Por exemplo, um grupo de dez prensistas 
constitui um grupo homogêneo para a exposição a agentes químicos, mas não 
constitui para o agente ruído, já que cinco trabalham com prensa hidráulica e 
cinco com prensa excêntrica (VENDRAME, 2011).
Se qualquer membro do grupo estiver exposto a intensidade diferente ou 
mesmo a um agente diferente, é necessário dividir o grupo de estudo, o GHE, 
criando subgrupos, ou GHEs menores, onde os integrantes realmente possuam 
exposição similar a todos os agentes presentes.
5 ESTRATÉGIAS DE AMOSTRAGEM
Primeiro, um breve histórico da estratégia de amostragem em higiene 
ocupacional por Fantazini & Saliba Filho (2010):
TÓPICO 3 | AMOSTRAGEM
23
A demanda poruma estratégia de amostragem adequada evoluiu e 
consolidou quando se verificou, de modo crescente, que o simples 
ato de medir, intuitivamente, não representava certeza sobre uma 
situação de exposição. Nos Estados Unidos, o NIOSH, percebeu que os 
empresários tinham dificuldades em provar que estavam respeitando 
os limites de exposição, assim como os fiscais tinham dificuldade em 
provar que os limites estavam sendo desrespeitados. Era inaceitável 
que aquele tipo específico de avaliação, a de exposição do trabalhador, 
não fosse tão confiável e fundamentada quanto qualquer outra 
avaliação [...] o NIOSH reuniu estatísticos e higienistas para que 
gerassem uma abordagem mais específica, foram criados novos 
conceitos válidos até hoje. Estamos falando do Manual de Estratégia 
de Amostragem NIOSH, lançado em 1977. Hoje há outras publicações 
de fundo que tratam do tema, de forma geral, notadamente o livro de 
mesmo objetivo da AIHA, de 1991 [...] Uma norma europeia trata do 
assunto desde 1995, sendo dedicada aos agentes químicos. Disponível 
em: <http://www.abho.org.br/wp-content/uploads/2014/02/artigo_
estrategiadeamostragem.pdf>. Acesso em: 2 nov. 2015.
O processo de amostragem começa muito antes de qualquer medição. É 
um processo de conhecimento progressivo sobre a exposição dos trabalhadores, 
para uma avaliação (julgamento) da exposição e seu devido controle. Na verdade, 
a estratégia de amostragem exige conhecimento de gestão dos riscos ocupacionais. 
Para otimizar ainda mais os trabalhos de estratégia de amostragem, foi criada outra 
maneira de caracterização: O Exposto de Maior Risco – EMR. Grupos homogêneos 
inteiros podem ser caracterizados preliminarmente a partir da avaliação de um 
único exposto, o EMR, claro que sob circunstâncias adequadas (SESI, 2007).
Avaliar, quantificar; ou seja, fazer isso com mais confiabilidade e menor esforço.
O exposto de maior risco que se consegue evidenciar é o trabalhador, pois 
este possui uma maior proximidade da fonte contaminante, ou que fica sujeito 
a linhas de correntes de ar, onde o agente é aparentemente mais intenso, ou que 
se movimenta de uma fonte para a outra (VENDRAME, 2011). Ou seja, este seria 
o indivíduo supostamente mais exposto do grupo. Pode ser identificado por 
julgamento (qualitativo) profissional, o “worst case” (JAQUES, 2014).
UNI
UNIDADE 1 | ENTENDENDO O QUE É MEDIÇÃO
24
Em um processo de avaliação deve-se ter uma postura imparcial, estritamente 
profissional, pois durante esse processo os trabalhadores tendem a se expor ao risco mais 
do que o habitual.
Quando possível realizar a identificação do exposto de maior risco, fica 
claro que se este apresentar o resultado de alguma avaliação quantitativa abaixo 
dos limites, o grupo de exposição que ele representa poderá ser descaracterizado 
para aquele determinado risco. Por exemplo, se no ambiente de trabalho a fonte de 
determinada máquina libera vapores de óleos minerais, o trabalhador que opera a 
máquina e fica ao seu redor durante todo o expediente pode ser considerado o EMR, 
e se ao avaliarmos esse agente quantitativamente, o resultado para ele der baixo, 
abaixo do nível de ação, por exemplo, podemos concluir que dificilmente para os 
demais trabalhadores da empresa que não estão em contato próximo com a fonte do 
agente, terão resultados superiores ao encontrado para o EMR, isso então diminui a 
necessidade da realização de avaliações para um universo maior de amostrados.
Agora, isto não serve de forma contrária, se este EMR apresentar alguma 
exposição acima do limite, ou caso não seja possível definir o exposto de maior 
risco, deve se apelar para a amostragem aleatória.
vale frisar, que outros fatores podem influenciar essa exposição, tais como, 
circulação do ar, movimentação, fatores pessoais etc. por isso a necessidade do cuidado na 
eleição do EMR.
A amostragem aleatória é indicada para avaliação de determinado agente 
em um grupo homogêneo de exposição. Os resultados encontrados no processo de 
amostragem devem ser representativos de todos os outros integrantes do grupo.
Portanto, se o resultado para o avaliado EMR for baixo, ou irrelevante, 
pode-se concluir que os demais trabalhadores do mesmo grupo homogêneo de 
exposição estarão ainda menos expostos à concentração daquele agente. Agora, 
se o resultado for significativo, ou seja, estar dentro do nível de ação ou ainda 
acima do limite de tolerância, daí então é necessário partir para a amostragem 
realizando mais avaliações dentro do mesmo grupo.
NOTA
UNI
TÓPICO 3 | AMOSTRAGEM
25
FIGURA 6 – CONCEITO DE EXPOSTO DE MAIOR RISCO
FONTE: O autor
Observe que na Figura 5 o exposto de maior risco, mesmo fazendo parte 
de um grupo homogêneo de exposição, está mais próximo da fonte ruidosa, sendo 
a pessoa certa para ser escolhida como alvo de uma avaliação quantitativa. Se ele 
trabalha na pior condição do grupo e não obtiver valores de níveis de pressão 
sonora elevados, é certo que os demais do grupo também não vão apresentar.
A amostragem aleatória, se possível, deve ser feita até mesmo por sorteio, 
essa escolha oferece resultados bastante próximos da realidade de exposição.
NOTA
UNIDADE 1 | ENTENDENDO O QUE É MEDIÇÃO
26
LEITURA COMPLEMENTAR
Higiene Ocupacional: importância, reconhecimento e desenvolvimento
Importância
As doenças ocupacionais, que constituem uma das grandes “epidemias 
silenciosas”, incapacitam e matam trabalhadores, a cada dia, em todo o mundo, 
muitas vezes de maneira insidiosa e sem que o nexo causal seja estabelecido, por 
razões que incluem falta de atendimento médico, diagnósticos incorretos e, em 
alguns casos, períodos de latência muito longos. Problemas graves, como câncer e 
disfunção endócrina podem ter origem ocupacional. É possível encontrar muitos 
agentes cancerígenos em ambientes de trabalho, por exemplo, amianto, arsênico, 
benzeno, cádmio, formaldeído, compostos de níquel, certos óleos minerais e pós 
de certas madeiras duras, entre outros. 
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a cada ano, 
infortúnios ocupacionais matam mais de 2,3 milhões de pessoas; quanto às doenças 
ocupacionais, ocorrem perto de 160 milhões de novos casos. Entretanto, a atenção 
que recebem, por exemplo, de agências internacionais e nacionais, de governos e da 
mídia, de empresários e de trabalhadores, não está de acordo com sua magnitude 
e impacto humano, social e econômico. Não podemos esquecer que as doenças 
ocupacionais, muito menos visíveis dos acidentes de trabalho são significativamente 
subestimadas; a Organização Panamericana de Saúde/Organização Mundial da 
Saúde (OPAS/OMS) estima que, na América Latina, os casos notificados de doenças 
ocupacionais representam, no máximo, 5% daqueles que realmente ocorrem. 
Existem estratégias e técnicas preventivas que poderiam evitar grande 
parte dessas “doenças negligenciadas”. Porém, sua aplicação depende da 
vontade política de muitos tomadores de decisão, inclusive em nível de governo, 
de empresa e dos trabalhadores – o que nem sempre existe, veja-se o exemplo da 
silicose, doença perfeitamente prevenível, que continua matando em nossos dias, 
apesar de conhecida desde a antiguidade. 
Além disso, mesmo havendo percepção e aceitação dos riscos e da necessidade 
de preveni-los, resta o obstáculo da escassez de profissionais competentes nessa área.
 É impossível resolver o problema das doenças ocupacionais sem praticar 
a prevenção primária de riscos nos locais de trabalho, que é justamente o objetivo 
final da Higiene Ocupacional. 
O impacto positivo da prática da Higiene Ocupacional, não só quanto 
à saúde dos trabalhadores, mas também quanto à proteção ambiental, 
desenvolvimento sustentável e globalização decente, ainda não foi inteiramente 
percebido por todos os tomadores de decisão.
TÓPICO 3 | AMOSTRAGEM
27
Infelizmente,existem muitas iniciativas e projetos com metas que, para 
serem alcançadas, requerem a contribuição da Higiene Ocupacional, e que, apesar 
disso, não incluem em sua agenda a disponibilidade de higienistas ocupacionais. 
Saúde do Trabalhador
Muitos idealistas, que lutam pela saúde dos trabalhadores, ignoram 
a extensão dos conhecimentos necessários para assegurá-la e protegê-la, e não 
parecem preocupados com a escassez, ou até com falta, de higienistas ocupacionais 
adequadamente formados e competentes. Mesmo organizações de trabalhadores 
poucas vezes incluem o desenvolvimento da Higiene Ocupacional entre suas 
prioridades. Por que isso acontece? Não queremos profissionais especializados 
para tratar-nos se estivermos doentes? Ou para nos representar em uma causa 
jurídica? Ou para construir nossa casa? Por que não fazemos essa exigência 
quando se trata de defender nossa saúde no trabalho? 
Proteção Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
A Higiene Ocupacional, se bem praticada, pode contribuir 
consideravelmente para a proteção do meio ambiente. Por exemplo, se um 
produto químico tóxico for eliminado de um processo de trabalho, ou utilizado 
com rigoroso controle, não afetará nem a saúde dos trabalhadores nem o meio 
ambiente e os recursos naturais. Portanto, a boa prática da Higiene Ocupacional 
contribui para um desenvolvimento econômico, social e sustentável. 
Globalização
 A globalização poderia contribuir para melhores padrões de vida no 
mundo, desde que as políticas de comércio levassem em consideração questões 
sociais, tais como direitos humanos, saúde dos trabalhadores, proteção ambiental 
e desenvolvimento sustentável. 
Muitos avanços tecnológicos podem ser utilizados para a melhora 
das condições de trabalho e para a proteção ambiental em âmbito mundial. 
Tecnologias limpas e seguras podem e devem ser cada vez mais desenvolvidas, 
utilizadas e compartilhadas universalmente. A tecnologia de informação pode 
dar uma contribuição imensa para intercâmbios de conhecimentos e experiências 
quanto à ocorrência de riscos ocupacionais, sua prevenção e controle.
Infelizmente, as regras da globalização são, com frequência, ditadas pelos 
mercados financeiros, e a perspectiva de lucro se sobrepõe às preocupações quanto 
às dimensões sociais. Por exemplo, acontece que, conforme as normas referentes 
à saúde e ao meio ambiente se tornam mais rigorosas, e seu cumprimento mais 
dispendioso em certos países, processos de trabalho poluidores e com muitos 
riscos são transferidos para outros lugares.
UNIDADE 1 | ENTENDENDO O QUE É MEDIÇÃO
28
Porém, se a prática correta da Higiene Ocupacional “acompanhasse” 
qualquer processo de trabalho, para onde quer que fosse transferido, muitos dos 
aspectos negativos da globalização poderiam ser eliminados. 
Reconhecimento da Higiene Ocupacional 
A Higiene Ocupacional, como ciência praticada profissionalmente, foi 
reconhecida oficialmente no Brasil em agosto de 2014, graças a sua inclusão na 
Classificação Brasileira de Ocupações (CBO).
 O fato de, até agora, não existirem diretrizes oficiais quanto à formação 
de higienistas ocupacionais tem permitido que pessoas não qualificadas sejam 
responsáveis pelo bem inestimável que é a saúde de nossos trabalhadores. 
Portanto, é essencial que, ao lado desse reconhecimento oficial, sejam adotadas 
diretrizes adequadas para o desenvolvimento da Higiene Ocupacional. 
No Brasil, a Norma Regulamentadora NR-9 do Ministério do Trabalho 
e Emprego – que requer que os locais de trabalho tenham um Programa de 
Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) existe há muito tempo, exigindo 
competências de uma especialidade que oficialmente não existe. O resultado 
desastroso dessa situação paradoxal tem sido o desvirtuamento do PPRA que, em 
vez de um programa abrangente, eficaz e sustentável de prevenção, em muitos 
casos, se resume a um simples laudo enumerando problemas sem dar soluções; 
também ocorre que riscos importantes não são sequer mencionados. A falta de 
profissionais competentes tem contribuído para essa situação. Esse é apenas 
um exemplo, pois outras Normas também exigem, para sua correta aplicação, 
conhecimentos de Higiene Ocupacional.
 A formação adequada em Higiene Ocupacional constitui um aspecto de 
fundamental importância.
 Por meio de formação e experiência, os higienistas ocupacionais devem 
ser capazes de realizar uma série de tarefas, principalmente: 
• Prever (antecipar) fatores de risco para a saúde e o meio ambiente que podem 
estar associados aos diferentes tipos de trabalho e atuar para preveni-los já 
nas etapas de planejamento e projeto de processos (incluindo equipamentos, 
matérias-primas, produtos químicos etc.) e locais de trabalho. 
• Reconhecer agentes e fatores de risco (produtos químicos e poeiras, agentes 
físicos e biológicos, fatores ergonômicos e psicossociais) que podem estar 
presentes em locais de trabalho, determinar as condições de exposição e 
entender seus possíveis efeitos na saúde e bem-estar dos trabalhadores. 
• Avaliar a exposição dos trabalhadores a agentes e fatores de risco, por meio 
de métodos qualitativos e/ou quantitativos e interpretar os resultados obtidos, 
com vistas a eliminar a exposição, ou reduzi-la a níveis aceitáveis.
TÓPICO 3 | AMOSTRAGEM
29
• Projetar e/ou recomendar medidas de prevenção e controle de riscos, eficientes 
e econômicas, e integrá-las a programas bem gerenciados e sustentáveis.
 • Reconhecer agentes que podem ter impacto sobre o meio ambiente e contribuir 
para a proteção ambiental. Aspectos que devem ser mais enfatizados: 
0 prevenção primária de riscos, particularmente na fonte (e.g., tecnologias 
limpas, substituição de materiais tóxicos, práticas de trabalho seguras);
0 participação dos trabalhadores; 
0 desenvolvimento de soluções pragmáticas para controle de riscos, aplicáveis 
em pequenas empresas. 
“Fazer” higienistas ocupacionais não é somente uma questão de formação, 
pois além de conhecimentos, são necessários experiência e fidelidade a um código 
de ética, bem como compromisso e perseverança. 
Em vista da multiplicidade de fatores ocupacionais de risco (químicos, físicos, 
biológicos, ergonômicos e psicossociais) e das possibilidades para sua prevenção 
e controle, esse campo requer formação especializada. Além disso, é importante 
a abordagem multidisciplinar, envolvendo várias ciências e profissões, incluindo 
a Medicina do Trabalho, a Higiene Ocupacional, a Engenharia de Segurança, a 
Ergonomia e a Psicologia do Trabalho. Portanto, higienistas ocupacionais devem 
trabalhar bem integrados em equipes multidisciplinares de saúde e segurança 
ocupacionais. Por outro lado, em muitos casos, ainda é necessário criar condições 
para a aceitação dos higienistas ocupacionais, lado a lado com todos os outros 
profissionais de saúde e segurança ocupacional e ambiental. 
Qualidade é um aspecto critico 
A competência deve ser alcançada, verificada e mantida. Portanto, a 
acreditação de cursos e a certificação de profissionais são de importância fundamental. 
Cursos de formação em Higiene Ocupacional devem satisfazer certos 
requisitos básicos quanto ao currículo, corpo docente, instalações e infraestrutura 
(incluindo sistemas de informação). 
Deveriam ser estudadas soluções para o desenvolvimento e a iniciação 
de cursos de pós-graduação que sejam realmente strictu sensu em Higiene 
Ocupacional, pois o fato é que ainda não existe em nosso país uma massa crítica 
suficiente de possíveis professores universitários com doutorado especificamente 
em Higiene Ocupacional. 
Muitos dos poucos cursos existentes não cobrem todos os conhecimentos 
necessários, justamente devido a esse tipo de barreira. Trata-se de um tema que 
merece análise urgente e amplo debate entre os educadores da área de SST. Além 
disso, os profissionais devem demonstrar e manter competência.Nesse sentido, a 
ABHO já tem um programa de certificação.
UNIDADE 1 | ENTENDENDO O QUE É MEDIÇÃO
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Conclusão
 Uma etapa importante foi o reconhecimento das ocupações de Higienista 
Ocupacional e de Técnico em Higiene Ocupacional pela CBO, a exemplo do 
reconhecimento da ISCO 2008 da OIT. Porém, a luta pela proteção da saúde dos 
trabalhadores continua e um de seus aspectos cruciais reside no estabelecimento 
de diretrizes adequadas para o desenvolvimento da profissão, o que inclui 
formação, código de ética, verificação e manutenção de competência profissional.
FONTE: Goelzer, Berenice I. F. Artigo: Higiene Ocupacional: importância, reconhecimento e 
desenvolvimento. Disponível em: <http://www.abho.org.br/wp-content/uploads/2014/02/higie-
neocupacional_berenice.pdf>. Acesso em: 2 nov. 2015. 
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RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico você viu que:
• Grupo Homogêneo de Exposição é aquele conjunto de trabalhadores que estão 
expostos a um determinado agente de forma muito parecida.
• Quando qualquer membro do grupo possuir uma exposição de intensidade 
diferente ou mesmo a um agente diferente, é necessário dividir o grupo de 
estudo, o GHE, criando subgrupos, ou GHEs menores, onde os integrantes 
realmente possuam exposição similar a todos os agentes presentes.
• O exposto de maior risco que se consegue evidenciar é o trabalhador que está 
aparentemente exposto a algum risco de forma mais intensa dentro do mesmo 
GHE.
• Se não é possível definir o exposto de maior risco, deve-se apelar para a 
amostragem aleatória.
• A amostragem aleatória é indicada para avaliação de determinado agente em 
um grupo homogêneo de exposição, onde dentro de um GHE se escolhe um 
indivíduo aletoriamente, sem quaisquer indicações.
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1 Imagine uma padaria, onde você será o profissional que irá realizar o 
reconhecimento de riscos ambientais. Nela temos dois padeiros e um 
assistente, no balcão de vendas temos três atendentes e, muito próximo à 
porta do estabelecimento, tem-se o caixa.
a) Como você dividiria os grupos homogêneos de exposição? Explique os 
critérios utilizados para estes agrupamentos.
b) É possível eleger um exposto de maior risco com base nestas informações 
passadas? Explique por quê.
2 Qual o principal benefício de se utilizar técnicas de amostragem?
AUTOATIVIDADE
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TÓPICO 4
PRIMEIROS PASSOS PARA A AMOSTRAGEM
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Vamos aprender as técnicas de medições de agentes físicos químicos, entre 
outros, mas para isso é importante entender muito bem o objetivo de se avaliar e 
como proceder ao obter os resultados. Precisamos ter total entendimento sobre o 
que eles oferecem.
Como já vimos, avalia-se para que seja possível ter comparações, comparar 
com um padrão. Neste tópico entenderemos alguns conceitos importantes em 
torno disso, que aparecem na higiene ocupacional e de certa forma também na 
ergonomia, os quais complementarão nossos estudos posteriores.
2 RESULTADOS DA MEDIÇÃO – LIMITE DE TOLERÂNCIA
Ao prosseguirmos com nossos estudos, já saberemos medir o quanto de 
ruído, por exemplo, o trabalhador recebe durante sua jornada de trabalho, já 
teremos obtido um resultado em decibel. E agora? Como saber se este ruído é alto 
(corrigindo: alto não, intenso)? É aí que nos deparamos com muitas pegadinhas. 
Como saber se este nível de pressão sonora é suportável? O que é suportável, 
quanto em decibel é suportável, ou melhor, tolerável, aos ouvidos humanos, à 
sanidade mental e física de quem está exposto, de quem executa determinada 
atividade todos os dias, durante, quem sabe, mais de 30 anos? 
É respondendo a estes questionamentos que o estudo das condições 
de trabalho evoluiu, e estabeleceu limites para que o trabalhador não viesse a 
adoecer por condições de trabalho prejudiciais, agressivas e degradantes. 
Um dos primeiros conceitos que vamos abordar é o limite de tolerância. O 
termo é autoexplicativo, mas o esmiuçaremos. 
Limite de Tolerância (LT)
É a quantidade máxima de que o ser humano é capaz de aceitar sem que 
venha a ter algum dano à saúde, ou seja, é uma concentração ou intensidade máxima 
do agente (dado em unidade de medida), que foi estabelecida através de estudos 
de grupos populacionais onde uma média de indivíduos expostos foi estudada e 
até determinado ponto eles não apresentaram sintomas de danos à saúde.
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UNIDADE 1 | ENTENDENDO O QUE É MEDIÇÃO
Você, acadêmico, já ouviu falar naquela máxima popular: “a diferença 
entre um remédio e um veneno está só na dosagem”. Bom, esta é a ideia de limite 
de tolerância, onde, ao estudarmos o ambiente de trabalho e a exposição do 
trabalhador de uma forma prevencionista, foram criados os limites de exposição 
do trabalhador a essas situações de exposição, a fim de proteger a saúde dos 
mesmos em longo prazo. 
Limite de Tolerância é a intensidade ou concentração máxima, relacionada 
com a natureza e o tempo de exposição ao agente físico ou químico, que não 
causará danos à saúde da maioria dos trabalhadores expostos durante sua vida 
laboral (SESI, 2007).
Os limites de tolerância expostos pela NR-15 – Anexo 11 são todos para 
jornada de até 48 horas semanais. Já pela legislação internacional ACGIH, todos 
são para uma jornada de 40 horas semanais.
Acadêmico, apenas tenha cuidado com uma possível falsa interpretação 
de limite de tolerância, pois limite de tolerância não é um valor abaixo do qual 
não há doenças. Trata-se, na verdade, de um valor que possui razoável segurança, 
para a maioria dos expostos contra determinados efeitos da exposição a um 
agente ambiental (SESI, 2007).
Valor Teto (VT)
Também de acordo com a NR-15, algumas substâncias químicas 
apresentam o que chamamos de Valor Teto, que é uma concentração máxima que 
em nenhum momento da jornada de trabalho pode ser ultrapassada, pois se caso 
for, já pode causar graves prejuízos à saúde do trabalhador.
Valor Máximo (VM)
“Já o valor máximo, para substâncias químicas, é um valor obtido por 
meio de aplicação de um fator de desvio que se ultrapassado pode distorcer a 
concentração média ponderada durante a jornada de trabalho”. Disponível 
em: <https://www.forma-te.com/mediateca/finish/9-higiene-e-seguranca-no-
trabalho/28207-documentos-e-normas>. Acesso em: 2 nov. 2015.
Dose
Na higiene ocupacional outro termo muito utilizado é dose, fala-se muito 
em dosimetria. 
Dose é uma quantidade de algo (químico, físico ou biológico) que 
biologicamente poderá ter impacto num organismo; quanto maior a quantidade 
(concentração, intensidade) em relação ao tempo de exposição ao agente, maior 
a dose.
TÓPICO 4 | PRIMEIROS PASSOS PARA A AMOSTRAGEM
35
Nível de Ação (NA)
Encontraremos também o termo Nível de Ação. Este termo provém da 
margem de segurança necessária a um prevencionista. 
Nível de ação refere-se à metade do limite de tolerância. Pois antes de 
chegarmos a este limite, é necessária a tomada de ações para reduzir a exposição 
a determinado agente.
Ao se atingir 50% da dose, então se começa a estudar medidas para que 
não aproximemos a exposição do trabalhador ao limite de tolerância.
3 PARA QUE SERVEM OS RESULTADOS?
É importante fixarmos que o objetivo maior de se avaliar um agente é 
determinar a concentração ou intensidade que este agente está incidindo em 
um trabalhador ou em um grupo homogêneo de exposição, para podermos 
estabelecer medidas de controle de exposição para este agente.
Por isso anteriormente foi dito que a avaliação é parte integrante de um 
processo maior, onde, no Brasil, em higiene ocupacional, este é representado 
pelo PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. Assim, antecipa-se, 
reconhece-se, avalia-se um agente, quantifica-se este agente para posteriormente 
prever o controle deste agente.
Vale lembrar que as avaliações e seus resultados podem tanto ajudar 
empresários a provarque estão conformes, quanto podem contribuir para os 
fiscais provarem que a empresa não está conforme. Por isso não basta ficar apenas 
na interpretação dos resultados e na inércia da segunda possibilidade, fazendo-se 
necessária a tomada de decisão e ações de melhorias.
Na ergonomia não é muito diferente. Apesar de pouco se falar de 
programas ergonômicos, a análise de risco ergonômico, depois de emitir seus 
resultados, também prevê melhorias de processos e medidas de controle ao 
agente de risco.
Caso o agente, comprovadamente, fundamentadamente, de acordo com 
as normas e legislação de referência, puder vir a causar algum dano à saúde do 
trabalhador, estudos e alternativas de minimização do impacto terão de ser realizados.
Algumas das medidas imediatas que podem ser adotadas, caso algum agente 
venha a ultrapassar o limite de tolerância ou mesmo estar no nível de ação, são:
36
UNIDADE 1 | ENTENDENDO O QUE É MEDIÇÃO
• Redução do tempo de exposição do trabalhador; se este, por exemplo, trabalha 
oito horas direto exposto ao agente, uma alternativa é diminuir a exposição dele, 
relocando-o na execução de outra tarefa longe do risco durante sua jornada de 
trabalho.
• Substituição da fonte geradora; por exemplo, caso o agente seja um determinado 
produto químico, cuja concentração do composto principal é bastante tóxico, 
pode-se estudar a substituição do produto por outro menos agressivo, com outra 
composição, claro que sem afetar demasiado o processo no qual ele é utilizado.
• Adoção de medidas de redução e/ou contenção do agente na fonte, como a 
implantação de EPC – Equipamento de Proteção Coletiva. Por exemplo, caso 
um maquinário seja muito ruidoso, provavelmente eliminando o ruído deste 
reduziria potencialmente o ruído recebido pelo trabalhador, há a opção de se 
realizar um isolamento acústico.
• Adoção de EPI – Equipamento de Proteção Individual, que vise reduzir ou até 
mesmo neutralizar a exposição ao agente nocivo.
• Alternativas específicas para cada caso que culminem da efetiva redução da 
intensidade ou concentração que atinge os trabalhadores.
TÓPICO 4 | PRIMEIROS PASSOS PARA A AMOSTRAGEM
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LEITURA COMPLEMENTAR
O Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu hoje (4 de dezembro de 
2014) o julgamento do Recurso Extraordinário com Agravo (ARE) 664335, com 
repercussão geral reconhecida, e fixou duas teses que deverão ser aplicadas a pelo 
menos 1.639 processos judiciais movidos por trabalhadores de todo o país que 
discutem os efeitos da utilização de Equipamento de Proteção Individual (EPI) 
sobre o direito à aposentadoria especial.
Na primeira tese, os ministros do STF decidiram, por maioria de votos, que 
“o direito à aposentadoria especial pressupõe a efetiva exposição do trabalhador a 
agente nocivo à sua saúde, de modo que se o Equipamento de Proteção Individual 
(EPI) for realmente capaz de neutralizar a nocividade, não haverá respaldo à 
concessão constitucional de aposentadoria especial”.
A outra tese fixada no julgamento, também por maioria de votos, é a de 
que, “na hipótese de exposição do trabalhador a ruído acima dos limites legais 
de tolerância, a declaração do empregador no âmbito do Perfil Profissiográfico 
Previdenciário (PPP), no sentido da eficácia do Equipamento de Proteção Individual 
(EPI), não descaracteriza o tempo de serviço especial para a aposentadoria”.
O julgamento foi retomado na sessão desta quinta-feira (4) com o voto-vista 
do ministro Luís Roberto Barroso. Por unanimidade de votos, o Plenário negou 
provimento ao recurso do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que questionava 
decisão da Primeira Turma Recursal da Seção Judiciária de Santa Catarina, segundo a 
qual, mesmo que o uso de EPI elimine ou reduza a insalubridade, a circunstância não 
afasta a contagem do tempo de serviço especial se houve exposição ao agente nocivo.
No Supremo, o INSS alegou que a decisão violaria os artigos 201 (parágrafo 
1º) e 195 (parágrafo 5º) da Constituição Federal, que tratam da aposentadoria 
especial e da necessidade de haver fonte de custeio para a criação, majoração ou 
extensão de benefício ou serviço da seguridade social.
Segundo o INSS, se a nocividade dos agentes presentes no ambiente de 
trabalho é eliminada ou reduzida a níveis toleráveis pela utilização de EPI eficaz, 
com a correspondente desoneração da contribuição previdenciária destinada ao 
custeio do Seguro de Acidente do Trabalho (SAT) – que é paga pelo empregador 
–, não há direito à aposentadoria especial.
38
UNIDADE 1 | ENTENDENDO O QUE É MEDIÇÃO
Embora o argumento do INSS tenha sido abrangido pela primeira tese 
fixada pelo STF, o Plenário negou provimento ao recurso porque, no caso dos 
autos, o trabalhador é um auxiliar de produção que trabalhou, entre 2002 e 2006, no 
setor de usinagem de uma empresa de Chapecó (SC), onde era exposto, de modo 
habitual e permanente, a ruídos que chegavam a 95 decibéis. Essa circunstância 
está abrangida pela segunda tese fixada pelo STF na sessão desta tarde.
FONTE: Supremo Tribunal Federal. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticia-
Detalhe.asp?idConteudo=281259>. Acesso em: 2 nov. 2015.
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RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico você viu que:
• Limite de tolerância é uma concentração ou intensidade máxima do agente onde 
uma média de indivíduos expostos não apresentará sintomas de danos à saúde.
• Valor máximo é um valor obtido por meio de aplicação de um fator de desvio 
que se ultrapassado pode distorcer a concentração média ponderada durante a 
jornada de trabalho.
• Valor Teto é uma concentração ou intensidade que em nenhum momento da 
jornada de trabalho pode ser ultrapassada, pois se caso for, já pode causar 
prejuízos severos ou irreversíveis à saúde do trabalhador.
• Dose é uma quantidade de algo (químico, físico ou biológico) que biologicamente 
poderá ter impacto num organismo; quanto maior a quantidade (concentração, 
intensidade) em relação ao tempo de exposição ao agente, maior a dose.
• Nível de ação refere-se à metade do limite de tolerância, 50% da dose, a 
partir deste nível é necessária a tomada de ações para reduzir a exposição a 
determinado agente.
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1 Considere que em determinado grupo de exposição, após avaliação da 
concentração de exposição à substância química dióxido de cloro, obteve-
se como resultado da avaliação para jornada de 48 horas semanais a 
concentração de 0,06ppm. Na NR-15 - Anexo 11, o limite de tolerância para 
o dióxido de cloro é de 0,08ppm para 48 horas por semana.
a) Por que a adoção de medidas de ação se faz necessária neste caso?
b) Algum nível foi ultrapassado?
c) Caso a empresa resolva mexer no modo de procedimento de trabalho, 
retirando os trabalhadores da área de exposição por pelo menos três horas 
da sua jornada total e colocando-os para fazer outras tarefas em local livre de 
agente químicos, essa medida pode ser eficiente? Por quê?
AUTOATIVIDADE
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UNIDADE 2
TÉCNICAS DE MEDIÇÃO PARA 
AGENTES FÍSICOS E ERGONÔMICOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Nessa unidade vamos:
• conhecer quesitos mínimos necessários à avaliação dos agentes físicos e 
agentes ergonômicos;
• identificar e controlar as exposições ocupacionais aos agentes físicos;
• estudar e analisar os agentes ergonômicos;
• realizar as medições, ou ser capaz de contratar serviços especializados com 
critério, dentro das metodologias e padrões existentes;
• propor melhorias quando evidenciado que os resultados de uma medição 
são superiores ao tolerável;
• não só medir, mas avaliar ambientes e situações do trabalho em ergonomia 
e em higiene ocupacional.
Esta unidade está dividida em três tópicos, e ao final de cada um de-
les você encontrará atividades que servirão de apoio para seu conhecimento.
TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO À AVALIAÇÃO DOS AGENTES FÍSICOS 
TÓPICO 2 – PRINCIPAIS

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