Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Bruna Costa Wanderley Oftalmologia Março/2020 1 PALPEBRA/VIAS LACRIMAS/ÓRBITA PALPEBRA ANATOMIA: • Há músculos com função voluntária e involuntárias para abertura e fechamento das pálpebras. No geral é: na parte palpebral (parte voluntária e parte não) e parte orbital (involuntária) VASCULARIZAÇÃO: região altamente vascularizada. FUNÇÃO: • Proteção do globo ocular; • Produção da fração lipídica, distribuição e drenagem da lágrima. ALTERAÇÕES DOS CÍLIOS: A DISTIQUÍASE é uma condição onde os cílios nascem no interior de uma das glândulas que está localizada na margem das pálpebras. Ou seja, ao invés de os cílios nascerem em um sentido externo, na pele da pálpebra, acabam tendo origem dentro de uma glândula. A TRIQUÍASE, por sua vez, é quando ocorre um desvio no crescimento dos cílios para dentro do globo ocular, ou seja, eles até nascem no local correto, mas acabam sendo direcionados erroneamente e tocam a superfície do olho constantemente, levando a uma inflamação contínua. • Causas: processo cicatricial, blefarite crônica, herpes-‐ zoster, tracoma. • TTO: é a remoção dos cílios com uma pinça. Se os cílios voltam a crescer, eletrólise ou criocirurgia é mais eficaz na prevenção permanente de recorrências. ALTERAÇÕES PALPEBRAIS: 1. BLEFARITE: é uma inflamação comum que afeta as pálpebras, normalmente na região onde crescem os cílios, fazendo com que elas cocem, fiquem vermelhas e irritadas. Blefarite pode estar relacionada a uma infecção bacteriana ou outros problemas dermatológicos. OS SINAIS E SINTOMAS: • Olhos vermelhos; • Ardor nos olhos (sensação de areia nos olhos); • Caspa na base dos cílios; • Lacrimejamento; • Pálpebras edemaciadas e avermelhadas; • Crostas no bordo das pálpebras; • Madarose; • Hipersensibilidade às lentes de contato, ao fumo, ao vento, ao cloro das piscinas e aos conservantes dos colírios; TRATAMENTO: É realizado dependendo do tipo e forma da doença e visa ainda a sua prevenção. O tratamento deve passar pala administração de antibióticos e anti-‐inflamatórios além da higiene e limpeza dos cílios e das pálpebras. 2. HORDÉOLO EXTERNO: • Um hordéolo externo (terçol) é um abcesso estafilocóccio agudo do folículo de um cílio e de sua glândula de Zeis associada, que é comum em crianças e adultos jovens. SINAIS E SINTOMAS: • Edema doloroso da margem palpebral que aponta anteriormente através da pele, miras vezes com um cílio em seu ápice; TRATAMENTO: • higiene da pálpebra; • Compressa com água morna; • Pomada de corticoide + ATB (adulto: ciprofloxacino + dexametasona. Criança: Tobramicina + dexametasona). 4x por dia por 1 semana OBS: no kanski, fala de ATB tópico (por vezes oral), compressa quente e retirada do cílio. 3. IMPETIGO: • Infecção cutânea superficial causada por Staphylococcus aureus ou Strep. Pyogenes; • Normalmente afeta crianças; • Frequentemente, o envolvimento das pálpebras está associado a infecção da face; • Máculas eritematosas dolorosas transformam-‐se rapidamente em bolhas de parede fina, que formam crostas amarelo-‐douradas quando se rompem; • Pode haver: febre, mal-‐estar e linfadenopatia local; TRATAMENTO: • ATB tópico, podendo as vezes ser oral; • Medidas preventivas para reduzir a transmissão. Bruna Costa Wanderley Oftalmologia Março/2020 2 4. CALÁZIO • O calázio é provocado pela inflamação da glândula de Meibômio, também localizada na pálpebra. Diferentemente do terçol, o calázio não é produzido por bactérias. Segundo a professora seria uma evolução do hordéolo (não achei isso na literatura). SINAIS E SINTOMAS: • Normalmente indolor; • Pode ter um inchaço palpebral difuso. TRATAMENTO: • Compressa morna; • Esperar a regressão por 3 meses em média. Caso não regrida pode pensar em tto cirúrgico. 5. ECTRÓPIO • Alteração em que a pálpebra se dobra para fora (evertida) de modo que sua borda não entra em contato com o globo ocular. ETIOLOGIAS: • Involucional (relacionado a idade); • Cicatricial (causado por formação de cicatrizes ou contração da pele e tecido subjacentes, que puxam a pálpebra para longe do globo); • Paralítico/paralisia do nervo facial (causado por paralisia do nervo fácil ipsilateral e está associado a retração da pálpebra inferior e superior e ptose da sobrancelha) • Mecânico (causado por tumores na margem da pálpebra ou próximo a ela) TTO: Varia de acordo com a causa. 6. ENTRÓPIO: Condição médica na qual a pálpebra (geralmente a pálpebra inferior) se dobra para dentro. ETIOLOGIAS: • Involucional; • Cicatricial TRATAMENTO: varia de acordo com a causa. 7. PTOSE PALPEBRAL • É uma posição anormalmente baixa da pálpebra superior. ETIOLOGIAS: Congênita; Adquirida (traumática, secundário a tumor) TRATAMENTO: geralmente é cirúrgico (blefaroplastia) 8. PAPILOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS: • É um tumor epitelial benigno muito comum, com aparência clinica variável; • A incidência aumenta com a idade; • Há casos que são decorrentes de infecção com o HPV; • Pode ser pedunculado ou séssil. Lesão séssil; “Pólipo cutâneo” pedunculado. TRATAMENTO: geralmente envolve excisão simples, mas outras opções incluem crioterapia e ablação a laser ou química. 9. CARCINOMA DE CÉLULAS BASAIS – BASOCELULAR -‐ (CBC): • O CBC é a malignidade humana mais comum e normalmente afeta grupos de idade mais avançadas; • Fatores de risco: pele calara, exposição crônica a luz do sol (acometendo áreas de exposição solar como: pálpebras, orelha, nariz; • É o tumor maligno mais comum da pálpebra, responsável por 90% dos casos; • Possui bom prognostico; crescimento lento e é localmente invasivo, mas não metastiza; • Geralmente, ele se origina na pálpebra inferior TTO: cirúrgico Bruna Costa Wanderley Oftalmologia Março/2020 3 VIAS LACRIMAIS Lacrimejamento: hipersecreção lacrimal secundária a inflamação ou doença da superfície ocular; Epifora: é uma perda ou alteração da drenagem normal das lágrimas pelas vias lacrimais, geralmente em consequência de um processo inflamatório ou obstrutivo. ATENÇÃO!! É importante diferenciar o lacrimejamento, que é a produção aumentada da lágrima, da epífora, que é o excesso de lágrima decorrente de seu escoamento insuficiente. AVALIAÇÃO DO LACRIMEJAMENTO: • Menisco lacrimal; • Palpebral; • Dinâmica da oclusão palpebral; • Pontos lacrimais; • Saco lacrimal • Teste de retenção da fluoresceína; • Sondagem e irrigação OBSTRUÇÃO DA VÁLVULA DE HASNER ORIENTAÇÕES • 95% se resolvem ate 1 anode vida; • Massagem; varias vezes por dia • Higiene nasal e ocular • Se não resolver – sondagem do sistema lacrimal – intubação temporária com tubos de silicone – DCR (entre 3 4 anos) DACRIOCISTITE Infecção do saco lacrimal é geralmente secundária a obstrução do ducto nasolacrimal. Pode ser aguda ou crônica e é mais comumente estafilocócica ou estreptocócica. AGUDA • Dor local associada a epífora; • Formação de edema muito sensível, tenso e vermelho desenvolve-‐se no canto medial, geralmente progredindo para formação de abcesso, pode estar associado a celulite pré-‐septal. TRATAMENTO: De acordo com a aula: • Não deve fazer compressa morna porque pode fistulizar; • Compressa fria; • Analgésico não esteroide; • ATB (amoxicilina com clavulonato VO) De acordo com o Kanski: • Compressas quentes; • ATB orais (fluoxecina ou amox + clavulonato); • Irrigação e sondagem não devem ser realizadas; • Incisão e drenagem, deve considerar, se pontos de pus e abscesso estiverem prestes a drenar de forma espontânea. No entanto, isso implica o risco de fistula pele-‐saco lacrimal persistente; • Dacriocistorrinostomia1 (DCR) é, geralmente, necessária após a infecção aguda ter sido controlada e pode reduzir o risco de infecção recorrente. 1Cirurgia que visa a desobstruir as vias lacrimais, restabelecendo a drenagem lacrimal para o nariz. ÓRBITA CONCEITO: cavidade em forma de pera, cujo pedículo é o canal óptico. ANATOMIA: PAREDE SUPERIOR (TETO): asa menor do esfenoide e placa orbitaria do frontal; LATERAL: zigomático e asa maior do esfenoide ASSOALHO: zigomático, maxilar, palatino (parede mais acometida nos traumas oculares do tipo blow-‐out); PAREDE MEDIAL: lacrimal, maxilar, etmoide e esfenoide (parede mais fina mas a que mais fratura é o assoalho) SINAIS CLÍNICOS DE DOENÇA ORBITARIA: • Envolvimento de tecidos moles; • Proptose; • Distopia; deslocamento do globo ocular num plano coronal, geralmente devido a uma massa orbitária extraconal, como um rumor da glândula lacrimal. • Enoftalmia; afundamento do globo ocular para dentro da órbita. DOENÇA DE GRAVES: • Doença auto-‐imune; • Principalmente encontrada em mulheres, com mais de 40 anos que podem ou não ter alterações laboratoriais; MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: • Envolvimento de tecidos moles; • Retração palpebral; • Proptose • Neuropatia óptica; • Miopatia restritiva OBS: a principal causa de proptose unilateral é graves e não um tumor. CERATOCONJUNTIVITE • A ceratoconjuntivite é uma inflamação do olho que afeta a conjuntiva e a córnea, gerando sintomas como vermelhidão dos olhos, sensibilidade à luz e a sensação de areia no olho. Bruna Costa Wanderley Oftalmologia Março/2020 4 • Este tipo de inflamação é mais comum devido à infecção por bactérias ou vírus, especialmente o adenovírus, mas também pode acontecer por ressecamento do olho, sendo, nestes casos, chamada de ceratoconjuntivite seca. SINAIS/SINTOMAS: • Hiperemia ocular; • Sensação de poeira ou areia no olho; • Coceira intensa e queimação no olho; • Sensação de pressão atrás do olho; • Sensibilidade para a luz solar; • Presença de remela espessa e viscosa (a depender da etiologia); TRATAMENTO: varia de acordo com a etologia. Podendo usar: • Lubrificantes oculares; • ATB (se bactéria); • Outros.. CELULITE PRÉ-‐SEPTAL (PELE E SUBCUTÂNEO, NÃO INVADE OS TECIDOS); • Trauma cutâneo; • Extensão de infecção local; • Infecção distante; • Dor, calor, rubor, afebril; • Não precisa internar • hemograma • TTO: amoxi + clavulonato VO – reavaliar com 48h. Se piora, interna e ATB EV. OBS: avaliar a imunidade para tétano em caso de lesões secundárias ao trauma. PÓS-‐SEPTAL • Redução da motilidade ocular; • Dor intensa; • Diminuição da ACV; • Proptose; • Agentes: Strep. Pneumoniae, s. aureus, pyogenes; TTO: internação, solicitar TC, ATB EV. • Cirurgia: celulite orbitária complicada TUMORES a) HEMANGIOMA CAPILAR: • Tumor orbitário e periorbitário mais comum da infância; • As meninas são mais afetadas; • Pode apresentar-‐se como uma pequena lesão isolada ou como uma grande massa desfigurante que pode causar deficiência visual e complicações sistêmicas. • Usualmente no período perinatal; • Associação sistêmica: Insuficiência cardíaca de alto debito, Kasabach-‐ merritt .. b) HEMANGIOMA CAVERNOSO: • Tumor orbitário benigno mais comum do adulto de meia idade; • Tumor orbital mais comuns em adultos e é provavelmente uma malformação vascular, em vez de uma lesão neoplásica. Ocorre mais na parte lateral do cone muscular, logo atrás do globo ocular. • 70% mulheres c) ADENOMA PLEOMÓRFICO DE GLÂNDULA LACRIMAL • Tumor epitelial benigno mais comum da glândula lacrimal e é derivado de ductos e elementos secretores, incluindo celular mioepiteliais. TRAUMA FRATURA DE BLOW-‐OUT: são aquelas que acometem exclusivamente o assoalho e/ou a parede medial orbitária. Pode acarreta em estrabismo secundário ao trauma. O diagnóstico das fraturas blowout baseia-‐se no exame físico e em exames imaginológicos (TC de órbita). No exame físico, pode-‐se observar os seguintes sinais e sintomas: equimose periorbitária e subconjuntival, assimetria facial, limitação de movimentos oculares, enoftalmia, enfisema, sangramento nasal, diplopia, parestesia do nervo infra-‐orbitário, efisema subcutâneo e diminuição da acuidade visual. O tratamento das fraturas blowout é feito pelo cirurgião bucomaxilofacial, cabeça e pescoço.. TTO: ATB, expectante e cirurgia (se diplopia em posição primaria da visão, compressão orbitária grande) SAIBA MAIS!! DX DIFERENCIAL ENTRE HERPES ZOSTER E IMPETIGO ZOSTER: mais em adultos, respeita a linha média, com crostas e vesículas, se houver comprometimento nasal tem que investigar lesões oftalmológicas porque provavelmente acometeu o nervo trigêmeo. TTO: com antiviral (aciclovir, valaciclovir)
Compartilhar