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Fisiopatologia da Reprodução

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Fisiopatologia 
 Da 
 reprodução 
 
 
 
MORFOFISIOLOGIA DA FÊMEA BOVINA 
APARELHO REPRODUTOR 
Composto pelo ovário (órgão que armazena os oócitos), oviduto (canal que liga 
o ovário ao corno uterino), útero (composto por corpo, cornos e colo), cérvix 
(estrutura que na vaca é composta por anéis cartilaginosos em “s”), vagina 
(fundo de saco geralmente colabado) e vulva (genitália externa, onde 
encontram-se o vestíbulo, clitóris e lábios vulvares) 
 
HORMÔNIOS REPRODUTIVOS 
- Hormônios Hipotalâmicos: 
o GnRH: secreção não pulsátil (não atinge picos), estimula a liberação de LH e FSH 
o Ocitocina: promove contrações uterinas no parto e estimula a ejeção de leite (armazenada na neurohipófise) 
- Hormônios Hipofisários (gondadotrofinas): 
o FSH (Hormônio folículo estimulante): secreção não pulsátil – secretado pela adenohipófise 
- promove o desenvolvimento dos folículos (crescimento e maturação) 
o LH (Hormônio luteinizante): secreção pulsátil – secretado pela adenohipófise 
- promove o crescimento do folículo dominante e induz a ovulação no seu pico 
- Hormônios Ovarianos (esteroides): 
o Estrógenos: produzidos pelas células da granulosa 
- realiza feedback negativo com o FSH, e feedback positivo com o LH 
- induz o comportamento estral (urinar, aceitar monta, cauda erguida) 
o Progesterona: produzida pelo corpo lúteo 
- realiza feedback negativo com o LH 
- mantém a prenhez 
o Inibina: produzida pelo folículo dominante 
- inibe o FSH (folículo dominante não precisa mais crescer, mas sim ovular) 
- Hormônios Uterinos 
o PGF 2α : realiza a luteólise (quebra do corpo lúteo) – produzida sem a presença de embrião 
o PGF 2 : evita a destruição do corpo lúteo 
 
ESTEROIDOGÊNESE 
Ovário produz estrógeno (folículo) e progesterona (corpo lúteo), conforme a sazonalidade destas estruturas. 
Ambos hormônios são sintetizados a partir do colesterol. 
 
EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-OVÁRIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Hipotálamo produz GnRH, que promove a produção 
de LH e FSH pela hipófise. 
FSH recruta e estimula o crescimento folicular. 
LH age na maturação e ovulação do folículo 
dominante. 
Folículos primários produzem pouco estrógeno, que 
estimula (feedback positivo) o FSH. 
Conforme aumenta a produção de estrógeno, ocorre a 
inibição (feedback negativo) de FSH, e estimula 
(feedback positivo) o LH. 
Após a ovulação induzida pelo LH, folículo se torna 
Corpo Lúteo, que passa a produzir progesterona. A 
progesterona inibe o LH, e estimula secreção de FSH, 
ocorrendo novas ondas foliculares sem ovulação 
Folículo dominante produz inibina, que inibe a 
secreção de FSH (folículo não precisa mais crescer) 
A liberação hormonal ocorre por interferência de estímulos do próprio organismo (proprioceptivos) pela produção 
de endorfinas e andrógenos, ou por estímulos do meio (exteroceptivos), decorrentes do manejo, estresse, etc. 
- GONADOTROFINAS EXTRA-HIPOFISÁRIAS 
São substâncias análogas as gonadotrofinas (LH e FSH), que são utilizadas quando as mesmas são ineficazes: 
 HCG (Gonadotrofina Coriônica Humana): produzida pela placenta humana, possui tropismo pelas gônadas, 
tendo efeito semelhante ao LH (organismo cria resposta após várias aplicações) 
 PSMG (Gonadotrofina Sérica da Égua Prenhe): estimula crescimento folicular, semelhante ao FSH 
 HMG (Gonadotrogina Humana da Menopausa): exerce efeito do LH e FSH, porém sem ser específica 
- OOGÊNESE 
Antes do nascimento, as células germinativas primordiais são modificadas em oogônias, e ao iniciarem a mitose, 
permanecem como oócitos primários do nascimento até a puberdade. Ao atingir a puberdade, o processo de mitose 
que foi pausado, é reiniciado, transformando-se em oócito secundário, que é uma célula haploide. Oócito 
secundário irá sofrer o processo de ovulação, e se ocorrer fertilização, forma-se o embrião. 
- FOLICULOGÊNESE 
Folículo Primário desenvolve-se em folículo secundário e folículo terciário, pelo efeito do FSH. Após chegar ao 
estado de Folículo de Graaf (pré-ovulatório), o LH é aumentado, promovendo a ovulação. Este folículo então se 
torna um Corpo Hemorrágico, onde as células da teca e da granulosa sofrem modificação, formando células lúteis 
pequenas e grandes, respectivamente, formando o Corpo Lúteo. Esta estrutura glandular produz a progesterona, até 
o momento que sofre a luteólise (quebra do corpo lúteo), formando o Corpus Albicans (cicatrização do CL). 
 
DESENVOLVIMENTO FOLICULAR 
O período de desenvolvimento dos folículos envolve 3 fases: 
 Recrutamento: grupo de folículos é recrutado para crescimento, e se torna dependente do FSH (devido ao 
alto número de células da Granulosa) 
 Seleção: ocorre ajuste nos folículos do grupo recrutado 
 Dominância: consequência da seleção, onde somente um folículo se torna o dominante, e passará pelo 
processo de ovulação, enquanto os demais sofrem atresia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Recrutamento – depende de FSH, várias células da granulosa que produzem estrógeno, vários folículos passam pelo processo 
Seleção – depende de FSH e LH, estrógeno diminui o FSH e aumenta LH, alguns folículos sofrem atresia e outros passam pelo processo 
Dominância – depende do LH, somente um folículo passa pelo processo, e os demais sofrem atresia 
VACAS PODEM APRESENTAR 2 OU 3 ONDAS FOLICULARES DURANTE OS 21 DIAS DO CICLO ESTRAL 
Recrutamento: 
Folículos pequenos 
produzem pouco 
estrógeno, que 
estimula a secreção 
de FSH 
Seleção: 
Folículos médios 
produzem mais 
estrógeno e inibina, 
que diminuem a 
secreção de FSH, e 
aumenta o LH 
Dominância: 
Folículo dominante 
produz muito 
estrógeno, inibindo o 
FSH e aumentando 
mais o LH, para 
ovulação 
Des vio é o fenômeno 
onde o folículo que será o 
dominante sofre 
maturação, e os que não 
serão, sofrem atresia 
HORMÔNIOS DO CICLO ESTRAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Sem embrião: estrógeno sensibiliza o útero a produzir PGF-2α. Este, por 
sua vez, é transportado por um mecanismo de contracorrente do útero, indo 
da veia uterina até a artéria uterina, possibilitando sua ida até o ovário. Lá, ele 
realiza a quebra do corpo lúteo (luteólise), possibilitando novas ovulações, 
pela diminuição da concentração de progesterona. 
 
 
- Com embrião: estrógeno sensibiliza o útero a produzir PGF-2α. Porém, o próprio 
embrião produz uma substância chamada IFN- τ (interferon-tau), que inibe o PGF-2α, 
impossibilitando que este provoca a luteólise. Com isso, o Corpo Lúteo continua ativo, 
produzindo a progesterona, que mantém a gravidez (entre 16 a 19 dias pós-ovulação). 
 
- entre o pico de LH e a ovulação: 28 horas 
- estro (cio) dos bovinos: dura entre 6 a 24 h (vacas – 7h30, novilhas – 11h30 em média) 
 
 
 
CICLO ESTRAL 
CICLO ESTRAL é o período entre dois estros, que em bovinos e bubalinos, dura cerca de 21 dias, sendo composta 
por fases evidentes (estro, metaestro, diestro e proestro). 
 
ESTRO (dia 0) – duração de 6 a 24 horas 
- Alta produção de estrógeno pelo folículo dominante (antecede o pico de LH) 
- Comportamento: Nesta fase, a vaca aceita monta do macho e de outras vacas. 
Vulva edemaciada, com produção de muco cristalino (em menor quantidade em 
búfalas). Animal muge com maior frequência. Apresenta menor alimentação e 
produção. Urina com maior frequência. Aumenta a sua atividade física (anda 
mais), patas permanecem em cavalete (para aceitar a monta do macho). 
- Palpação Retal: útero apresenta-se túrgido (duro), por ação do estrógeno 
(facilita a palpação) e percebe-se a presença do folículo dominante 
- Ultrassom: presença do folículo dominante e de edema uterino 
METAESTRO (dia 1 ao dia 5) – ocorre após 24h do cio 
- Ocorre após a ovulação, onde forma-se o corpo lúteo, e há a produção de progesterona (pouco estrógeno) 
- Comportamentos: Não aceita a monta do macho e de outras vacas, mas podem montar outras. 
1ª onda folicular: 
desenvolvimentodos 
folículos, que secretam 
mais estrógeno, 
resultando no pico de 
LH. Antes do pico de 
LH (ovulação) ocorre 
um pico de FSH 
(recrutamento de 
novos folículos) 
2ª onda folicular: folículo 
que ovulou se torna 
Corpo Lúteo e começa a 
produzir a progesterona. 
O pico de FSH antes da 
ovulação recruta novos 
folículos. Enquanto a 
progesterona é secretada, 
inibe o LH, impedindo a 
ovulação, até que o CL 
sofra luteólise. 
CIO DO ENCABELAMENTO (equinos e bovinos): durante a gestação, ocorre a troca da produção de 
progesterona do corpo lúteo para a placenta, fazendo com que haja pico de LH entre este intervalo (cio não é fértil) 
- Palpação Retal: útero flácido e ovário friável 
- Ultrassom: luteinização (formação do CL) e início de nova onda de desenvolvimento folicular 
- Embrião chega ao útero nesta fase (momento da coleta de embrião) 
DIESTRO (dia 6 ao dia 16) 
- Alta concentração de progesterona pelo corpo lúteo 
- Nesta fase ocorre o reconhecimento materno-fetal, onde o IFN- τ inibe a PGF-2α 
 Caso não haja embrião, o PGF-2α promove a luteólise 
- Palpação Retal: útero relaxado, por ação da progesterona, e corpo lúteo (forma de “rolha de champanhe”) 
- Ultrassom: presença do Corpo Lúteo e desenvolvimento de outros folículos 
PROESTRO (dia 17 ao dia 21) 
- Após a luteólise, diminui a concentração de progesterona e aumenta a concentração de estrógeno, pelo folículo 
dominante (como não há corpo lúteo, este folículo irá sofrer ovulação) 
- Comportamento: Montar outras vacas mas não se deixa ser montada 
- Palpação Retal: início do tônus uterino e folículo dominante sem corpo lúteo 
- Ultrassom: folículo dominante e início de edema uterino 
 
AVALIAÇÃO GINECOLÓGICA 
Importante exame para operações de compra e venda de animais, garantindo maior segurança. Deve ser realizado 
antes do início da estação de monta, quando há queixa específica de baixa fertilidade (poucos bezerros) e para 
determinar o estágio do ciclo estral em receptoras de embrião. 
 
IDENTIFICAÇÃO DA FÊMEA: conter nome, raça, idade, e outras informações referentes o lugar de origem 
 identificação individual (tatuagem na orelha, marca a fogo ou nitrogênio líquido, resenha ou fotografia, 
piques na orelha, colar, pulseira, brincos, informação verbal) 
 
EXAME CLÍNICO GERAL 
- Histórico, queixa principal, anamnese geral e específica (rebanho e individual) 
- Anamnese específica individual: ultimo parto, retenção de placenta, evolução do puerpério, duração do ciclo 
estral, comportamento reprodutivo, presença do bezerro, estágio de lactação, época do ano 
 
 
 
 
 
- Exame sanitário: realizar exame para enfermidades inespecíficas, especificas e sanidade genética 
 Enfermidades inespecíficas: tuberculose, leucose, problemas de aparelho reprodutor, caraguatá, subnutrição 
 Enfermidades específicas (aborto): campilobacteriose, trichomonose, brucelose, IBR, BVD, neospora 
 Sanidade genética: defeitos anatômicos (bragnatismo, aprumos), predisposição a determinadas afecções, 
características zootécnicas indesejáveis, defeitos de cromossomos 
- Exame do sistema cardiorrespiratório, digestório e nervoso 
- Exame do sistema musculoesquelético (cascos e aprumos, tiloma) – permite que a fêmea aguente a monta 
- Exame da cavidade oral e visão (carcinoma de células escamosas) 
 
EXAME CLÍNICO ESPECÍFICO 
Genitália Externa: vulva, períneo e glândula mamária – avaliar forma, tamanho, posição e a mucosa vulvar 
 Inspeção: períneo e cauda (presença de anomalias nestas regiões, como secreção, neoplasias, fezes) 
 Palpação: vulva e cavidade interna (pneumovagina, urovagina, cervicites, endometrites e metrites) 
Vaca permanece em anestro por 75 dias de lactação, pois o bezerro ao mamar, estimula as terminações nervosas e 
barorreceptores fazendo com que haja produção de β-endorfinas no SNC, que atuam inibindo o eixo hipotálamo-
hipófise-ovário. Como solução, realiza-se o “shang”, que é a retirada do bezerro de perto da mãe entre os 45 dias 
pós-parto, por um período de 48 a 72 horas, para que a vaca retorne a ovulação e possível prenhez. 
Bragnatismo: encurtamento do maxilar e mandíbula 
Caraguatá: carcinoma de rúmen e bexiga 
Tiloma: fibroma interdigital, que afasta os dígitos do animal 
Genitália Interna: vagina, cérvix, útero, ovário e linfonodos – avaliar forma, tamanho, simetria, mobilidade, 
consistência e sensibilidade dolorosa por palpação retal 
- Vagina: cavidade virtual composta por fundo de saco, geralmente colabada de mucosa rósea 
- avaliar tamanho 
- Cérvix: estrutura composta de anéis cartilaginosos evidentes na palpação, de consistência fibroelástica 
- avaliar comprimento, diâmetro, consistência fibroelástica, mobilidade (restrita ou irrestrita) e sensibilidade a dor 
- Útero: composto pelo corpo, colo e cornos uterinos, avalia-se pelo sistema E.S.C.: 
 
 
- Ovários: avaliação do tamanho da estrutura do ovário 
- Linfonodos ileofemurais: palpação retal (observar se estão reativos, indicativo de processo infeccioso) 
 
EXAMES COMPLEMENTARES 
- Vaginoscopia: método utilizado para examinar a genitália interna (após a 
palpação retal) 
 animal deve estar devidamente contido 
 realizar esterilização do material (espéculo tubular e lanterna) 
 higienizar rigorosamente a vulva e o períneo (evita passagem de 
contaminação internamente) 
 insere-se o espéculo em 45º, e muda para 90º 
 verifica o formato da cérvix e sua abertura, cor e umidade da 
mucosa 
- Citologia e antibiograma, e Citologia cérvico-uterina 
- Biópsia endometrial 
- Ultrassonografia 
 
 
 
 
 
 
 
S (simetria) 
S – cornos simétricos 
AS – cornos assimétricos 
 + AS (assimetria discreta) 
 AS++ (assimetria média) 
 +++AS (assimetria arcante) 
Posição do + indica qual corno está 
maior (AS+ - corno direito 
discretamente maior que o esquerdo) 
E (espessura – tamanho) 
I – 1 dedo (2 cm) 
II – 2 dedos (4 cm) 
III – 3 dedos (6 cm) 
IV – 1 braço (10 cm) 
V – Grande, porém contornável 
(120 dias de gestação) 
VI – Grande e incontornável 
(5 meses de gestação ou mais) 
C (contratibilidade - tônus) 
CI –consistência relaxada 
(fase progesterônica ou anestro) 
CII – consistência intermediária 
(início da fase estrogênica) 
CIII – consistência contraída 
(estro, endometrite aguda e puerpério) 
Tamanho do ovário Característica 
E (ervilha) – 1 cm Vacas em anestro e normal em búfalas 
F (feijão) – 1,5 cm 
A (azeitona) – 2 cm Normal em vacas zebuínas 
P (ovo de pomba) – 3 cm Normal em vacas taurinas 
N (noz) – 4 cm Normal ou patológico 
G (ovo de galinha) – 5 cm 
Patológico PA (ovo de pata) – 6 cm 
GA (ovo de garça) – 7 cm 
Vulva a mais de 90 º começa a ter contato com as fezes, o que pode acarretar em 
infecções. Para isso, deve alterar a alimentação do animal, para que a gordura na região 
do períneo aumente, diminuindo o contato da vulva com o ânus. Caso não dê 
resultado, pode ser tratado cirurgicamente, fazendo incisão em horizontal e sutura na 
vertical, aumentando a região do períneo. 
TRANSTORNOS DO CICLO ESTRAL E DO ESTRO 
São problemas que afetam a reprodutividade do animal, mas sem sede anatômica (problemas hormonais). 
 
ACICLIA x ANESTRO 
Aciclia é ausência de ciclo estral e de ovulação, e anestro, ausência de estro, podendo ter ou não ovulação. 
- Etiologias : 
 Fisiológico (gestação, pós-parto, pré-púberes, idosos, estacionalidade reprodutiva, nutrição, amamentação) 
 Patológico (alterações ovarianas, infecções uterinas, verminose e doença infectocontagiosa, estresse) 
- Diagnóstico: 
 anamnese geral e específica (rebanho e individual), exame ginecológico 
 prognóstico ruim para má formações 
- Tratamento:dependerá da causa (por exemplo, se for nutricional, corrigir a alimentação deste animal) 
o bioestimulação: presença do macho no pós-parto (ferormônios) 
 
REPEAT BREEDING 
Repetição de cio em vacas que não emprenharam após 3 ou mais inseminações ou montas 
- Quanto menor a taxa de concepçãode um rebanho, maior a taxa de repetidoras de cio 
- Acomete mais vacas leiteiras, que devido a alta demanda energética, possuem maior metabolismo, o que leva a 
morte embrionária precoce. 
- Etiologias : 
 Problemas no rebanho (nutrição, falha na detecção de cio, horário errado de inseminação) 
 Problemas individuais (infecções, desordens endócrinas, problemas anatômicos, morte embrionária, 
esterilidade, baixa fertilidade) 
 
 
 
 
CIO SILENCIOSO 
Cio não identificado, por possuir poucos sinais de manifestação (tratar a causa base antes de inseminar) 
- Etiologia: 
 Pós-parto (disfunção hormonal, com muito estrógeno, mas pouca progesterona) 
 Quando em alta, a progesterona impede a secreção de LH, mas faz com que este seja reservado. Com a 
desregulação hormonal, o LH não é secretado nem armazenado 
 Deficiência nutricional de fósforo, stress térmico (aumento do cortisol, promovendo efeito anoréxico) 
- Diagnóstico: 
 histórico, anamnese (stress, pós-parto, nutrição), exame ginecológico (anestro sem corpo lúteo e folículo) 
 prognóstico bom (fácil de resolver) 
- Tratamento: avaliar manejo e nutrição (inseminar somente vacas com o cio regular) 
o utilizar implante de progesterona no pós-parto (retirar após 15 dias) 
 
CICLO ESTRAL CURTO 
Ocorre quando a periodicidade do ciclo estral é menor que 18 dias, podendo ser por falha na detecção (virtual) ou 
por estímulo no endométrio, como inflamação, levando produção de PGF-2α, provocando morte embrionária (real) 
- Diagnóstico: 
 prognóstico bom (resolver o problema base) 
- Tratamento: 
o corrigir a inseminação artificial (virtual) e evitar morte embrionária (real) 
Diferenciar anestro de falhas na detecção do cio 
- Anestro: em casos de presença de ovários pequenos, duros e lisos, animal está em anestro 
- Falhas: caso há a presença de corpo lúteo e folículos, houve falha na detecção 
CICLO ESTRAL PROLONGADO 
Ocorre quando a periodicidade do ciclo estral é maior que 24 dias, devido manifestação secundária a outras 
enfermidades, que provocam morte embrionária tardia. 
- Diagnóstico: 
 anamnese, histórico, exames ginecológicos repetidos 
- Tratamento: tratar as causas primárias - morte embrionária (brucelose, IBR, leptospirose, BVD) 
 
NINFOMANIA 
Doença comportamental caracterizada pelo aumento da receptividade sexual, com alterações de 
comportamento, pela entrada e saída de cios em períodos curtos 
- Etiologia: 
 associada a cistos ovarianos foliculares ou neoplasias (estrógeno atuando por longo período) 
- Sintomas : 
 cios constantes ou repetidos com curtos intervalos 
 cio exacerbado, com mudanças físicas (ganho de musculatura, com aspecto de toro em casos crônicos) 
 emagrecimento e queda de produção 
- Tratamento e prognóstico: dependerá da causa primária 
 
VIRILISMO 
Alteração nas características físicas e de comportamento da fêmea, que se torna mais masculinizada. 
- Etiologia: 
 associada a cistos luteínicos sem tratamento ou neoplasias 
- Sintomas : 
 monta e não deixa ser montada, realiza rufiação (reflexo de Flehmen), agressividade 
 compete com outros machos, aumento da massa muscular, aumento do clitóris e diminuição da gl. mamária 
- Diagnóstico 
 alterações e exame ginecológico dos ovários 
- Tratamento e prognóstico 
o dependerá da causa primária (cisto luteínico – administrar PGF-2α, para induzir luteólise) 
 
DISTÚRBIOS REPRODUTIVOS COM SEDE NOS OVÁRIOS 
AGENESIA OVARIANA 
Decorrente da não formação embrionária, podendo ser uni ou bilateral (rara, estando ligada a consaguinidade) 
- Associada com outras má-formações (vulva infantil) 
- Sintomas: 
 unilateral: subfertilidade, com sistema tubular normal (perpetua para os descendentes) 
 bilateral: anestro patológico, por falha no desenvolvimento do sistema tubular e glândula mamária 
- Diagnóstico: 
 anamnese (anestro na bilateral, e estro na unilateral), exame ginecológico e conformação geral da fêmea 
- Tratamento: 
o descartar animais, para não ocorrer perpetuação no rebanho, e evitar endogamia (consaguinidade) 
 
HIPOPLASIA OVARIANA 
Transtorno hereditário caracterizado pelo desenvolvimento incompleto do ovário, falta de epitélio germinativo, 
produzindo menos hormônios (carência de folículos primordiais), podendo ser uni ou bilateral, parcial ou total. 
- Etiologia: 
 provocada por um gene recessivo (dominância incompleta) – acomete mais o ovário esquerdo 
- Sintomas : 
 ausência de folículos primordiais e corpo lúteo, ovários de tamanho reduzido e fibroso 
 alteração do ciclo estral, subfertilidade, anestro constante, infertilidade 
 desenvolvimento do sistema tubular é comprometido (útero depende dos hormônios ovarianos) 
- Diagnóstico: 
 sintomas, nem sempre sendo possível diagnosticar em um único exame ginecológico 
 diagnostico diferencial: atrofia ovariana, retardamento de puberdade, animais jovens, metaestro (ovário 
diminui nesta fase) 
 prognóstico: desfavorável (hereditariedade) 
- Tratamento: 
o retirar da reprodução 
 
DISTROFIA OVARIANA 
Tamanho do ovário aumenta ou diminui, devido perda de função do epitélio, impossibilitando a produção folicular 
(animal permanece em anestro). Promove bloqueio do eixo hipotálamo-hipófise-ovário, suprimindo o ciclo sexual. 
- Etiologia: 
 diminuição da secreção de GnRH, interferindo no LH e FSH, impossibilitando o desenvolvimento folicular 
 stress ambiental, doenças crônicas e debilitantes, alta produção de leite, nutrição pós-parto deficiente 
- Sintomas : 
 ovários maiores ou menores, firmes e rugosos sem folículos e corpo lúteo 
- Diagnóstico: 
 anamnese e exame clínico 
 prognóstico: bom (aumenta o intervalo entre partos) 
- Tratamento: 
o tratar as causas primárias 
 
TUMOR DAS CÉLULAS DA GRANULOSA 
Neoplasia que acomete animais de idade avançada, e em vacas leiteiras (raro em vacas prenhes – progesterona), 
podendo ser benigno ou maligno (metástases no fígado) 
- Sintomas : 
 ninfomania, ciclos anormais, virilismo, podendo ser evidente ou não 
- Diagnóstico: 
 palpação retal ou ultrassonografia (observa-se estrutura como “cacho de uvas”) – ovário “ovo de ganso” 
- Tratamento: 
o ovariectomia quando unilateral (animais de alto valor) – propenso a hemorragias (muito vascularizado 
o descarte (bilateral ou animais de pouco valor) 
 
CISTOS OVARIANOS 
São classificados em três tipos: foliculares, luteinizantes (patológicos) e corpo lúteo cavitário (não é patológico) 
Cisto Ovariano Folicular (COF) 
- Formações vesiculares dos ovários resultantes de folículo dominante que não ovulou, persistindo com oócito não 
viável, não formando o corpo lúteo (baixa progesterona) e nem recrutando novos folículos 
- É o cisto ovariano mais comum, sendo que as vacas leiteiras são as mais acometidas 
- Níveis de LH encontram-se altos, porém não formam picos, impossibilitando a ovulação 
- Cisto folicular tende a persiste por até 10 dias, e é substituído por outros cistos 
- Etiologia: 
 descontrole de LH (não atinge o pico para ovulação) 
- Fatores predisponentes: excesso de concentrado, carências, estabulação permanente, aplicação de estrógenos, alta 
produção leiteira, idade avançada, lesões hepáticas (estrógeno é metabolizado no fígado, sendo que quando 
lesionado, o estrógeno permanece muito alto, desregulando o pico de LH) 
- Sintomas : 
 anestro, cauda erguida, ciclos irregulares, aciclia, ninfomania (alto estrógeno), virilismo, cauda erguida 
 edema de vulva, vagina e prolapso vaginal 
 alterações endometriais (mucometra, catarros genitais) 
- Diagnóstico: 
 vesícula persistente num dos ovários, percebível pela palpação ou ultrassom 
 diagnóstico diferencial: cistos luteínicos e folículos 
 prognóstico: favorável a reservado (depende do tempo de existência) 
- Ultrassom: cisto de parede fina e cavidade grande 
- Tratamento/Controle: induzir ovulação com GnRH, prostaglandinas, LH ou análogos, e não inseminar após esta 
ovulação (oócito inviável),administrando PGF-2α para luteólise (COF pode tornar-se COL) 
 ruptura manual: sangramento local pode induzir uma inflamação e deposição de fibrina, provocando 
fibrose do tecido, inviabilizando o ovário 
 pode entrar em atresia por conta própria 
Cisto Ovariano Luteínico (COL) 
- Corpo lúteo que não sofreu luteólise, tendo alta produção de progesterona. Muitos dos COF tornam-se COL 
- Etiologia: 
 carência de LH no momento da ovulação, hereditariedade, produção de leite, estacionalidade, forragens 
com estrógeno, problemas pós-parto (estresse) 
- Sintomas : 
 animal permanece em anestro 
- Diagnóstico: 
 sintomas (anestro), palpação retal (corpo lúteo ativo), dosagem de progesterona 
 diagnóstico diferencial: cisto folicular 
- Ultrassom: cisto de parede espessa e cavidade média 
- Tratamento: prostaglandinas (induz a luteólise) 
Corpo Lúteo Cavitário 
- Cisto formado no interior do corpo lúteo nos primeiros dias 
- Ultrassom: parede muito espessa e cavidade pequena 
Cisto Ovariano Folicular Cisto Ovariano Luteínico Corpo Lúteo Cavitário 
Parede fina e cavidade grande Parede espessa e cavidade média Parede muito espessa e cavidade menor 
Alta produção de estrógeno Alta produção de progesterona Produção normal de progesterona 
Entra em atresia por conta própria Induzir luteólise (prostaglandina) Induzir luteólise (prostaglandina) 
 
DISTÚRBIOS REPRODUTIVOS COM SEDE NO ÚTERO 
DOENÇA DAS NOVILHAS BRANCAS 
Problemas genéticos relacionados com bovinos da raça Shorthorn (gene recessivo ligado ao sexo e a cor). Está 
ligada com má-formação do sistema genital feminino, afetando os ductos de Müller. Divide-se em 3 graus: 
 1º grau: persistência do hímen, aplasia da vagina, cérvix ou útero com acúmulo de muco e dilatação 
 2º grau: aplasia segmentar total do corno ou corpo do útero com ou sem muco 
 3º grau: persistência parcial ou total do hímen (restante permanece normal) 
- Sintomas : 
 anestro, muco, não ocorre luteólise (pouca produção de PGF-2α), subfertilidade (unilateral) 
 persistência parcial ou total do hímen (restante dos órgãos encontram-se normais) 
 muito muco, dificuldade de micção e defecação (muco provoca compressão) 
- Diagnóstico: 
 histórico, anamnese, exame ginecológico (aplasia dos órgãos reprodutores) 
 prognóstico: ruim 
- Tratamento/Controle: abate, evitar consaguinidade e realizar exame ginecológico periódico 
 
FREEMARTISMO 
- Decorrente de partos gemelares com macho e fêmea, onde o macho 
começa a se diferenciar sexualmente antes da fêmea, produzindo o Fator 
Inibidor dos Ductos de Müller, que devido as anastomoses, inibe o 
desenvolvimento da fêmea, tornando-a estéril e com o trato genital infantil 
- Tratamento: descarte 
 
HERMAFRODITISMO 
- Indivíduo com dois sexos 
 Verdadeiro (ovotestis): animal apresenta anatomia e histologia de ambos os sexos 
 Pseudo: tecido das gônadas estão normais, somente a anatomia parece com do outro sexo 
- Tratamento: descarte 
 
TRANSTORNOS DA VULVA, VESTÍBULO E VAGINA 
MÁ-FORMAÇÕES CONGÊNITAS 
- Agenesia, hipoplasia – seleção genética diminui a ocorrência destas alterações congênitas 
LESÕES TRAUMÁTICAS 
- Partos distócicos (bezerros grandes rasgam tecidos com o casco), cópula, fístula reto-vaginal, ruptura reto-vaginal 
VESTIBULITE 
- Inflamação do vestíbulo 
 
PNEUMOVAGINA 
Condição inflamatória e infecciosa da vagina, onde ocorre a presença de ar na cavidade vaginal (éguas e vacas) 
- Etiologia: 
 traumas na vulva e vestíbulo (difícil fechamento da porta de entrada da vagina), distocias 
 constituição deficiente da anatomia, redução da gordura perineal e fossa do ísquio-retal 
 hiper-estro e ninfomania 
- Sintomas: 
 infertilidade, ruído de expulsão de ar, fechamento incompleto da vulva/vestíbulo 
- Diagnóstico: 
 vaginoscopia (distenção da mucosa, hiperemia, hipersecreção, bolhas, prolapso do primeiro anel da cérvix) 
 palpação retal (distensão vaginal) 
 prognóstico: favorável a reservado (depende do tempo de ocorrência e 
alterações nos outros órgãos) 
- Tratamento: vulvoplastia e tratamento dos demais órgãos acometidos 
- Vulvoplastia: utilizar anestésicos locais e bloqueios (epidural) – realizar a 
técnica de Calisck: consiste em retirar uma tira de mucosa na junção 
mucocutânea de cada lábio da vulva, deixando dois flaps. Junta-se a margem dos 
flaps, realizando uma sutura em colchoeiro horizontal (flaps não permitem 
aderência) 
 
 
PROLAPSO VAGINAL/UTERINO 
Depende dos ligamentos do útero e da elasticidade dos mesmos (elasticidade é regulada pela ocitocina e relaxina). 
Associado a produção de estrógeno (pré ou pós-parto), que deixa o útero túrgido. 
- Tratamento: recolocação cirúrgica (depende das condições teciduais) 
- Procedimento cirúrgico: avaliar o tecido da vagina e realizar anestesia epidural. Em casos de miíase, retirar 
larvas. Debridar e curetar áreas de necrose. Lavar com solução fisiológica ou desinfetante (não usar iodo, pois 
agride a parede uterina, impedindo a nidação do embrião). 
 diminuir edema do órgão com gelo diluído ou água gelada 
 lubrificar tecido com pomada cicatrizante e antibiótico 
 recolocar tecido no interior para dentro da cavidade e permanecer com a mão 
 fazer sutura de Buhner (agulha de Buhner transpassa as extremidades da vulva, diminuindo assim a saída) 
 dar nó e deixar por 15 dias 
 antibioticoterapia, AINEs e repelentes 
 
METRITE 
Inflamação de todas as camadas da parede uterina, podendo estar associada ou não com retenção de placenta 
(sequela de distocia, traumas, torção, prolapso uterino). Pode promover sepse, toxemia e laminites. 
- Etiologia: 
 Agentes infecciosos (E. coli, A. pyogenes, coliformes fecais) 
- Sintomas : 
 pode atingir além do útero, a cérvix e a vagina 
 infertilidade em casos crônicos (maior intervalo entre partos, perdas econômicas) 
 lóquios (restos de placenta e tecidos) no lúmen uterino, corrimento vaginal, toxemia, depressão, febre, 
anorexia, laminite, tenesmo, diminuição da produção leiteira, vaginite e cervicite 
 secreção (de muco branco escasso até abundanetes) 
 
PIOMETRA 
Acúmulo de exsudato purulento no lúmen uterino, com presença de corpo lúteo. Conteúdo uterino anormal 
suspende a liberação de PGF-2α, inibindo a luteólise. Em vacas, apresenta-se aberta. 
- Etiologia: 
 Trichomonas foetus 
- Sintomas: 
 corrimento vaginal, anestro (manutenção do corpo lúteo) 
- Diagnóstico: 
 histórico, exame clínico, exames laboratoriais, bacteriológico, citopatologia e histopatologia 
 teste de beliscamento uterino: diferencia gestação de piometra (em gestação, sente-se paredes duplas, que é 
o alantoide junto ao útero, e em piometra, somente a parede do útero) 
- Diagnóstico Clínico: 
 Classificar quanto ao catarro genital produzido – piometra (catarro genital de 4º grau) 
- Tratamento: 
o lavagem uterina, vulvoplastia (diminuir a abertura da vulva), agentes antissépticos, antibióticos locais, 
antibióticos sistêmicos, prostaglandinas (induzir luteólise) 
o em casos de vaginites, lavagens vaginais com antissépticos fracos, antibióticos sistêmicos 
- Profilaxia: corrigir erros higiênicos no momento da inseminação artificial e do parto, e corrigir defeitos 
anatômicos 
ASPECTOS REPRODUTIVOS DO TOURO 
- Fertilidade : capacidade do animal produzir descendentes normais (alta fertilidade – 1 touro para 20 a 50 vacas) 
- Subfertilidade : incapacidade de produzir descendentes dentro da média esperada para a espécie 
- Infertilidade : incapacidade de produzir descendentes ou com redução severa na capacidade 
 
ANATOMIA FUNCIONAL 
Composto pela bolsa escrotal, que aloja os testículos e epidídimos, funículo espermático 
(plexo pampiniforme) músculo cremaster, pênis e uretra pélvica. O sistema reprodutor 
também possui glândulas acessórias, que são as glândulas bulbouretrais, vesículas seminais e 
ampola dos ductos deferentes e próstata. 
- Composto por estruturas específicas que fazem o controleda termorregulação para 
produção de espermatozóides 
 
EXAME ANDROLÓGICO 
Envolve uma análise completa do reprodutor, indicando se o animal está apto para a reprodução. É de extrema 
importância realizar o exame andrológico antes e depois da estação de monta, para avaliar a performance 
reprodutiva do animal. Envolve diversos exames (exame físico geral, teste de libido, capacidade de monta, exame 
específico, biometria testicular, espermiograma) 
 
EXAME CLÍNICO ESPECÍFICO 
GENITÁLIA EXTERNA 
 Inspeção: bolsa escrotal (aumento de volume, simetria, lesões cutâneas) 
 Palpação: avaliar mobilidade testicular, pele, estruturas subcutâneas (hematocele, hidrocele, piocele) 
 Biometria Testicular: consiste na largura, comprimento e circunferência escrotal 
 Volume Testicular: aumento de volume indica infecções ou acúmulo de líquido 
- Avaliação Clínica dos Testículos: 
 avaliar a mobilidade do testículo dentro da bolsa escrotal 
 consistência e elasticidade (deve ser fibroelástica, sendo que quando flácido, indica degeneração) 
Flacidez de Grau 1 Sem relação na qualidade seminal 
Flacidez de Grau 2 Sêmen fora dos padrões 
Flacidez de Grau 3 Sêmen fora dos padrões 
 integridade da bolsa testicular 
- Avaliação Clínica dos Epidídimos: 
 tamanho e forma (animais com hipoplasia de epidídimo devem ser descartados – espermatozoide imaturo) 
- Avaliação dos órgãos sexuais secundários: 
 prepúcio e tamanho do umbigo 
- muito penduloso, tende a ter fraturas pelas forragens 
- muito curto, dificulta a cobrição do touro na fêmea 
- Avaliação do Aparelho Locomotor 
 avaliar os aprumos (pernas, cascos, coluna) 
- Avaliação do Sistema Respiratório 
 profundidade e amplitudes torácicas (indicativo de lesões) 
- Adaptação ao Meio 
 resistência a parasitas 
 resistência ao calor e umidade (pigmentação e pelagem do animal) 
 
 
GENITÁLIA INTERNA 
- Vesículas Seminais (pares): avaliar o tamanho, simetria, consistência (fibroelástica), mobilidade 
restrita e sem sensibilidade dolorosa, através da palpação retal 
- Ampolas dos Ductos Deferentes (pares): avaliar o tamanho, simetria, consistência 
(fibroelástica), mobilidade restrita, ausência de sensibilidade dolorosa, através da palpação retal 
- Próstata: avaliar o tamanho do corpo (porção disseminada não é palpável) 
- Glândulas Bulbouretrais (pares): localizada na porção dorsocaudal da uretra (não é palpável, 
por serem encobertas pelo músculo bulbocavernoso) 
 
ESPERMIOGRAMA 
O espermiograma consiste na avaliação dos caracteres microscópicos do sêmen, completando assim o exame 
andrológico, onde se avalia os caracteres físicos. Para sua eficácia, depende de um manuseio correto do sêmen 
(proximidade do lugar da coleta ao laboratório, proteção da amostra, cuidados na avaliação, pré-aquecimento) 
Temperatura e incidência de luz influenciam na visualização. 
- Indicação: armazenamento de sêmen (IA), diagnosticar fertilidade e fornecer informação em casos de infertilidade 
 
MÉTODOS DE COLETA DE SÊMEN 
Deve ser um método eficiente sem prejuízos ao animal e ao sêmen (realizar limpeza do prepúcio antes) 
- Eletroejaculação: consiste na utilização de um eletroejaculador que possui uma progue elétrica com eletrodos, 
que se encontram voltados para baixo, e ao ser inserido no reto, fazem estímulos elétricos direto nas glândulas 
acessórias (realizar 3 segundos de estímulo com baixa amperagem, e 3 segundos de repouso – aumentar a 
amperagem, e realizar 1 segundo de estímulo e 1 segundo de repouso, até que haja a secreção de líquido prostático, 
com no máximo 3 minutos de estímulo elétrico) – ejaculação forçada 
- Vagina Artificial: tubo rígido com água morna (46 a 48º C) envolta por mucosa de latéx, com uma mucosa 
plástica no centro, onde o pênis entra em contato, acoplada em um tubo coletor – mais indicado por ser mais 
fisiológico (quando o touro faz a posição de monta, o pênis deve ser desviado e inserido na vagina artificial) 
- Massagem das glândulas acessórias : poucos animais ejaculam com este método 
 
MATERIAL NECESSÁRIO PARA AVALIAÇÃO 
- Lâminas e lamínulas, mesa aquecedora (pré-aquecimento da amostra), micropipeta, corantes e frascos 
 
AVALIAÇÃO DO SÊMEN 
Caracteres Físicos: 
- Volume, cor (marmórea à amarelo), aspecto(cremoso, leitoso, opaco, aquoso), odor (“cândido) e pH (6,4 a 7,8) 
Caracteres Microscópicos: 
- Concentração: fator importante (contagem de espermatozoides presentes no 
ejaculado) 
 necessita dos espermatozoides mortos, por isso, é o último caractere a ser 
examinado 
 homogeneizar a amostra com solução salina (diluição de 1:200 ou 1:100) 
 Passo 1: preencher a câmara de Neubauer nos dois lados 
 Passo 2: escolher o quadrado central para fazer a contagem 
 Passo 3: no quadrado escolhido, escolher 5 quadrados para fazer a contagem 
de espermatozoides (sequência deve ser lógica) 
 Passo 4: em todos os quadrados escolhidos, considerar um “L” para 
considerar os espermatozoides com a cabeça na linha 
 Passo 5: contagem deve ser feita em zigue-zangue 
Cálculo da concentração espermática: 
 n = espermatozoides/mm
3
 
1/100 x 5/25 x 1/200 
 
 
 
- Motilidade: porcentagem de células com movimento progressivo em sêmen fresco, rápido e imediato 
 técnica realizada com uma gota de sêmen em lâmina e lamínula, visualizada em microscópico 
 corante: eosina-nigrosina 
 avaliar espermatozoides com movimento progressivo e o não progressivo 
 
- Vigor: capacidade de propulsão do espermatozoide 
 técnica semelhante a de motilidade 
 classificar em: parado (morto), muito lento, lento, rápido e muito rápido 
 
- Turbilhonamento: movimento em massa do espermatozoide 
 técnica: realizada com uma gota de sêmen em lâmina (sem lamínula) pré-aquecida 
 classificar em: movimento local, pontos isolados, todo o campo, difícil de determinar as ondas, uma onda 
 
Características Morfológicas (patologias espermáticas): 
Observação da forma da cabeça e da cauda do espermatozoide (defeitos na morfologia estão intimamente ligados a 
genética). Fertilidade depende da normalidade de células. Verificar célula por célula. 
Quanto maior a qualidade do sêmen, melhor para congelar e descongelar 
- Defeitos maiores: anomalias no testículo e epidídimo 
- Defeitos menores: ocorrem no trânsito, armazenagem, maturação ou ejaculação do espermatozoide 
 Defeitos na cabeça: knobbed, cabeça piriforme, cabeça estreita na base, cabeça pequena normal 
 Defeitos de cauda: cauda enrolada, implantação abaxial 
 Gota Citoplasmática Distal e Gota Citoplasmática Proximal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
nº de espermatozóides 
espaço preenchido na câmara 
proporção dos quadrados 
nº de diluição 
KN OBBED CAB EÇA PIRIFORME CAB EÇA ESTREITA 
 N A BASE 
CAB EÇA PEQUENA 
 N ORMAL 
CAUDA ENROLADA COM GOTA 
 CITOPLASMÁTICA DISTAL 
CAUDA ENROLADA 
 
IMPLANTAÇÃO 
 AB AIXAL 
 
GOTA CITOPLASMÁTICA 
 PROXIMAL 
PRINCIPAIS PATOLOGIAS DO SISTEMA REPRODUTOR DO MACHO 
BOLSA ESCROTAL 
PROCESSOS CUTÂNEOS: 
- Contusões, lacerações, dermatites, ectoparasitas, produtos químicos, processos infecciosos causados por bactérias 
Sintomas: 
 aumento da temperatura local, podendo levar a degeneração testicular (desregula a espermatogênese) 
Diagnóstico: 
 exame clínico (presença de lesões), avaliação seminal (mudança no quadro seminal) 
 prognóstico: favorável (quando recente), reservado à ruim (lesões irreversíveis com aderências) 
Tratamento: tópico e gelo (quando recente) 
HIDROCELE OU HEMATOCELE 
- Acúmulo de líquido âmbar ou sangue na bolsa, promovendo alteração da espermatogênese (raro em zebuínos) 
Etiologia: 
 traumas, aumento de temperatura, parasitas (migração errática) 
Sintomas: 
 transudato, aumento de tamanho e de temperatura local, desconforto 
Diagnóstico: 
 sintomas e centese (hidrocele – líquido âmbar a amarelado/ hematocele – líquido vermelho) ultrassom e termografia: presença de líquido 
Tratamento: gelo (agudo), AINEs (crônicos) 
 
TESTÍCULOS 
CRIPTORQUIDISMO 
- Falha na migração normal de um ou ambos testículos, ficando retidos no canal inguinal ou no abdômen 
- Ligado a consaguinidade (altera o gubernáculo testis, que traciona o testículo a bolsa escrotal) 
- Função endócrina permanece normal, porém a espermatogênese é alterada (mudança de temperatura) 
- Predispõe a neoplasias (formação de células mutantes pela temperatura indevida) 
Sintomas: 
 bilateral causa azoospermia (não produz espermatozoides) e unilateral (subfertilidade) 
Diagnóstico: 
 palpação retal (testículo na cavidade abdominal ou pélvica) 
 aplicar HCG ou GnRH e dosar testosterona após 30, 60 e 120 minutos em casos bilaterais (caso o nível de 
testosterona aumente, significa que o testículo está na cavidade abdominal) 
Tratamento e prognóstico: cirúrgico (favorável) ou descarte (animais de pouco valor) 
Profilaxia: evitar consaguinidade e retirar da reprodução (unilateral – por ser subfértil, pode passar aos filhos) 
HIPOPLASIA TESTICULAR 
- Perda da função do parênquima testicular, levando a diminuição do volume e concentração do sêmen. Predispõe a 
novas patologias. É de caráter hereditário, principalmente nos zebuínos e bubalinos. Pode ser uni ou bilateral, 
acometendo parcial ou totalmente os testículos. 
Diagnóstico 
 histórico (animal que cobre mas não emprenha, ou emprenha pouco) e exames clínicos repetidos 
Tratamento: retirar da reprodução 
DEGENERAÇÃO TESTICULAR 
- Ocorre quando o animal tem dificuldade de controlar pequenas inflamações, afetando a qualidade seminal 
Etiologia: 
 estresse ambiental (calor), intoxicação, traumas, processos infecciosos, doenças crônicas e caquetizantes, 
distúrbios nutricionais, neoplasias e idade 
Diferenciar de Edema (sinal de Godet 
negativo em hematocele e hidrocele) 
Sintomas: 
 flacidez testicular (agudo) ou consistência firme (crônica), com características seminais diminuídas 
 aumento de patologias do sêmen 
Diagnóstico: 
 histórico (animais férteis que passam por queda), coletas de sêmen periódicas (distinguir de hipoplasia) 
 prognóstico: bom em jovens, ruim em animais velhos e casos crônicos 
Tratamento: eliminar a causa primária 
Profilaxia: manejo adequado do touro (sombreamento e água fresca), escolha de animais mais resistentes 
ORQUITE 
- Inflamação dos testículos (curso agudo ou crônico, traumático ou infeccioso) 
Sintomas: 
 dor, febre, inapetência, alteração na qualidade do sêmen (aguda), fibrose (crônicas) 
Tratamento: antibiótico e AINEs, eliminar causa primária, ducha fria e gelo (aguda), diagnosticar doenças 
infectocontagiosas (crônica) 
 
EPIDIDIMOS 
DISFUNÇÕES EPIDIDIMÁRIAS (cabeça, corpo e cauda) 
- Promovem distúrbios no plasma seminal e nos espermatozoides 
Diagnóstico: 
 teste de exaustão: realizar várias coletas e avaliar a qualidade das células 
 
PREPÚCIO E PÊNIS 
FIMOSE 
- Obstrução completa ou parcial do óstio parcial com acúmulo de urina, por causa hereditária ou adquirida por 
traumas ou lesões constantes 
Tratamento: pode ser cirúrgico ou não, descarte (em casos hereditários), tratar ferida e lesões (curativo) 
PARAFIMOSE 
- Estrangulamento da glande peniana após exposição, por estenose do prepúcio 
Tratamento: ducha fria para vasoconstrição (imediata), AINEs, para diminuição peniana e permitir a passagem do 
pênis pelo óstio prepucial (quando se passa muito tempo, é necessário amputar) 
ACROBUSTITE 
- Inflamação do prepúcio (mais comum em prepúcios umbigugodos ou pendulosos, pelas microlesões do capim) 
- Lesões podem desencadear fimose, parafimose, abscesso locais e miíases 
Tratamento: curativo local (betametasona, gelo, pomada cicatrizante, repelente, antibiótico, antisséptico, punção 
de abscessos), cirúrgico (retirar a parte lesionada e construir outro óstio em “v”), manter longe de fêmeas após 
cirurgia (evitar deiscência dos pontos durante a cobertura) 
PERSISTÊNCIA DO FRENULUM 
- Pequena membrana no pênis que se rompe nos jovens, porém persiste em alguns casos (dificulta expor pênis) 
Tratamento: retirar da reprodução (hereditários), e retirada da membrana 
FIBROPAPILOMA PENIANO 
Neoplasia pediculada comum em jovens, com massas simples ou múltiplas no pênis, podendo ser transmitida por 
fômites ou em casos de coberturas 
Tratamento: cirúrgico e auto-vacina (lavar o fibropapiloma com NaCl, incisar pele do animal, inserir a neoplasia 
no subcutâneo da axila e suturar, promovendo reação inflamatória, que gera anticorpos), e hemoterapia 
 
 
FISIOLOGIA DA REPRODUÇÃO NA FÊMEA EQUINA 
As éguas são poliéstricas estacionais de dias longos. Ou seja, ciclam na primavera e verão, onde há mais luz e 
temperatura elevada. Com esses fatores, associados com uma nutrição adequada, há a estabilização do ciclo estral. 
CICLO ESTRAL 
- Cios ocorrem na primavera e no verão (mudanças bruscas de temperatura diminuem o crescimento folicular) 
- Ciclo estral dura 22 dias, sendo que o cio dura de 5 a 7 dias (ciclo estral é dividido em somente duas fases) 
 Estro: 5 a 7 dias 
 Diestro: 15 a 17 dias 
 
 
 
 
 
 
CARACTERÍSTICAS REPRODUTIVAS 
- Idade à puberdade: em média aos 15 meses de idade (pode variar de 7 a 30 meses) 
- Idade a primeira cobertura: entre os 30 a 36 meses de idade 
- Período de gestação dos equídeos: 
 éguas: 11 meses (336 dias, podendo variar para mais ou menos 15 dias) 
 híbridos (égua + jumento): 11 meses e meio 
 jumenta: 12 meses 
- Vida útil reprodutiva: de 3 a 16 anos 
 
 
ANATOMIA DO SISTEMA GENITAL DA FÊMEA EQUINA 
- Na vaca, a inseminação é feita mediante palpação transretal (insemina no corpo 
do útero), após palpar os anéis cervais 
- Na égua, a inseminação é feita mediante palpação intravaginal (insemina no 
corpo do útero), devido a ausência dos anéis cartilaginosos da cérvix nesta espécie 
- Trato reprodutor em formado de “Y” 
 
OVÁRIOS 
- Apresenta a medular externamente, enquanto a cortical é interna (estruturas foliculares voltadas ao interior) 
o devido as estruturas serem internas, há dificuldade na palpação, pois o corpo lúteo não muda a consistência 
o folículo de Graaf (folículo pré-ovulatório): confere uma consistência flutuante nos ovários da égua 
o consistência do ovário: é avaliada a partir do aspecto flutuante conferida pelos folículos 
- Fossa da Ovulação: local onde o folículo ovula 
 na indução à ovulação, nem todos os folículos se apresentam perto da fossa, logo, pode não ocorrer ovulação 
- Após a primeira ovulação, a égua passa a produzir corpos lúteos acessórios, para que auxiliem no aumento da 
progesterona circulante, que é ineficaz pelo único corpo lúteo formado até 5 meses da gestação, quando a produção de 
progesterona passa a ser função da placenta 
- Ovidutos: são estruturas safonadas, que possui dobras, onde o oócito para, e ocorre o encontro dos gametas 
- Ultrassonografia ovariana: quando há o folículo de Graaf, observa-se a massa ovariana (branco – hiperecóico) e 
folículo com líquido (preto – anecóico) 
22 dias (ciclo estral) 
Aumento de luminosidade atinge no fundo da retina, onde há a presença de fotorreceptores. Quando ativados, estes 
fotorreceptores produzem uma resposta, por meio do nervo óptico, que atinge a Glândula Pineal, produzindo 
norepinefria, que promoverá a inibição da melatonina. A melatonina age no hipotálamo, inibindo a produção do 
GnRH. Logo, quando inibida, ocorre estimulação do eixo hipotálamo-hipófise-ovário, resultando na ovulação. 
Ovinos e Caprinos: melatonina possui efeito oposto, realizando estimulação do eixo hipotálamo-hipófise-ovário 
Mesmo entrando na puberdade muito cedo, não se recomenda cobrir a égua até dos 30 meses, pois 
na gestação, o feto retira energia para seu crescimento, atrapalhando a desenvolvimento da mãe 
Gestação da égua pode se 
estender devido 
dormência do embrião, 
que é a parada do 
desenvolvimento no 
tempo do movimento da 
nidação,quando o 
embrião move-se no 
útero para sensibiliza-lo 
Consistência do ovário: 
 Folículo de grau I: testa 
 Folículo de grau II: nariz 
 Folículo de grau III: almofada do dedão 
 Folículo de grau IV: bochecha cheia 
 Folículo de grau V: bochecha vazia 
ÚTERO 
- Endométrio é composto por pregas longitudinais proeminentes, que é o local onde 
o embrião nida (movimenta-se, para sensibilizar o útero para a gestação) 
- Éguas no cio apresentam edema uterino (éguas com endometrite não conseguem 
eliminar o líquido do útero, contribuindo assim para a proliferação de bactérias) 
- Ultrassonografia uterina: é possível identificar o edema do útero no ultrassom 
 
FISIOLOGIA DO CICLO ESTRAL 
- Ciclo Estral dura em torno de 22 dias (pode varias de 18 a 24 dias) 
- Ovulação ocorre de 24 a 48 horas antes de terminar o estro, sendo que a maioria ocorre na madrugada 
- Características do estro na égua: 
 edema e hiperemia de vulva, com a presença de muco 
 micção frequente, cauda em bandeira (levantada) 
 contrações rítmicas do clitóris 
 orelhas em pé (posição em tesoura) 
 passiva ao macho, membros em cavalete 
 não apresentam comportamento homossexual 
- Manejo de cobertura de 2 ou 3 dias: 
 estro dura de 4 a 7 dias, porém a ovulação ocorre somente no final da fase 
 cobertura: pode ser de feita 3 coberturas dia sim, dia não (dia 2, 4 e 6), ou ser feita em 2 dias no meio do estro 
(dia 3 e dia 5) ou ainda em 2 dias no final do estro (dia 5 e dia 7) 
- Estro: caracterizado pelo aumento de estrógeno, que promove a mudança no comportamento do animal 
- Ovários: ausência de corpo lúteo, presença do folículo dominante (pré-ovulatório) 
- Útero: relaxado com edema 
- Cérvix: relaxada e aberta 
- Animal apresenta receptividade sexual 
- Diestro: caracterizado pelo aumento de progesterona 
- Ovários: presença de corpo lúteo e corpos lúteos acessórios, desenvolvimento dos 
folículos (sem mudança na consistência do ovário) 
- Útero: túrgido com tônus 
- Sem receptividade sexual 
- Termina com a luteólise (não gestante) ou reconhecimento da gestação (produção de Interferon-Tau pelo embrião) 
 
CIO DO POTRO 
- Primeiro estro que ocorre após 4 a 13 dias do parto 
- É um cio que apresenta menor taxa de prenhez e maior perda gestacional, devido falhas na limpeza 
uterina, introdução de agentes infecciosos na cópula e ambiente uterino em fase de involução 
- É aconselhável usar este cio, mesmo que com baixa fertilidade, porém, não é indicado em casos de 
involução uterina insatisfatória, ou se houve distocia ou retenção de placenta 
 
SISTEMAS DE ACASALAMENTO 
- Monta natural: reprodução a campo (risco de ocorrer transmissão de doenças, acidentes por traumas de coices, bem 
como falha no controle das datas de coberturas) 
- Monta controlada: combina as fêmeas ao garanhão desejado (pode ocorrer desgaste do animal) 
- Inseminação Artificial (IA), Transferência de Embrião (TE) e Fertilização in vitro (FIV) 
- Estação reprodutiva: outubro a março 
- Falhas reprodutivas: falha na detecção do cio, falta de higiene na cobertura e inseminação, defeitos anatômicos 
(incompetência cervical), infecções do trato reprodutivo (endometrites) 
Corpo do útero 
normal 
Corpo do útero 
no cio (edema) 
Puro Sangue Inglês de corrida: devido o calendário de corridas, éguas 
devem ser cobertas em julho, e recebem luz artificial de maio a junho 
Folículo dominante se desenvolve perto da parede, enquanto 
corpo lúteo desenvolve na parte interna do ovário 
E2 – deixa o útero relaxado 
P4 – deixa o útero túrgido 
PATOLOGIA DOS EQUINOS 
HERMAFRODITISMO 
Transtorno onde há presença dos dois sexos em um equino, podendo ocorrer por duas 
maneiras distintas: 
- Hermafroditismo Verdadeiro: animal possui anormalidade no sexo gonadal, pela 
presença de ovotestis (presença de tecido característico dos dois sexos, mudando o 
sexo gonadal, e sem desenvolvimento dos gametas) 
- Pseudohermafrodita: animal possui anormalidade no sexo fenotípico (mudança somete no trato reprodutor externo, 
sem promover alteração na produção dos gametas, como clitóris desenvolvido e pênis hipoplásico) 
 
ALTERAÇÕES DA VAGINA 
- Pneumovagina e Urovagina: acúmulo de ar ou urina na vagina, devido incompetência no fechamento anatômico e 
mal posicionamento de vulva e vagina (acomete mais os animais velhos, por flacidez dos ligamentos e vagina ser mais 
pendulosa) 
 Diagnóstico: através da presença de ar ou urina na vagina 
 Tratamento cirúrgico: vulvoplastia (captação dos lábios vulvares e correção da angulação vaginal através de 
aumento da alimentação ou incisão horizontal e sutura vertical no períneo) 
- Lacerações retrovaginais: devido trauma sofrido pelo animal (parto distócito, por exemplo) 
 Cuidado: em casos de trauma onde a laceração entra em contato com o peritônio, resulta em quadro de 
peritonite e possível sepse no animal 
 Tratamento cirúrgico: sutura tipo Caslick modificada (realizar incisão das bordas da vulva, e coaptam-se os 
flaps formados, preservando a rafe vulvar) 
 
ALTERAÇÕES DO ÚTERO 
- Cistos endometriais : dilatação das glândulas endometriais produtoras de muco, que impedem a implantação do 
embrião, reduzindo a taxa de prenhez do animal (comum em éguas mais velhas). Ocorre em maior número durante o 
período de transição de um ciclo reprodutivo, pela diminuição de estrógeno e aumento de progesterona. Alguns 
animais tem o epitélio glandular endometrial que persiste na produção excessiva de muco. 
 Tratamento cirúrgico: retirada dos cistos 
- Mucometra e Hidrometra: ocorre por consequência de cistos formados, que produzem alta quantidade de conteúdo 
no lúmen uterino, levando o animal à um estado de anestro patológico 
 Diagnóstico: ultrassonografia (presença de conteúdo anecóico) 
 Tratamento cirúrgico: retirada dos cistos que são a causa base 
 
ENDOMETRITE 
Endometrite é uma patologia comum nas éguas, que é a inflamação do endométrio, por diversas causas, como 
infecciosas (bacteriana ou fúngica) e não infecciosas (pós-cobertura, urina, medicamentos). 
Ocorre, principalmente, por falhas nos mecanismos naturais de defesa uterina: 
- Falhas nas barreiras físicas: conformação perineal inadequada (trauma), incompetência da prega vaginovestibular, 
incompetência da cérvix, útero penduloso, alteração degenerativa no endométrio 
- Falhas no mecanismo natural: alteração na produção, viscosidade e elasticidade do muco (alterando a limpeza, 
facilita a colonização de bactérias e dificulta a penetração de antibióticos), inadequada função cervical, levando a 
acúmulo de líquido 
- Classificação: suscetíveis (são incompetentes em debelar a inflamação pós cobertura e incompetentes na produção de 
progesterona, tendo relaxamento uterino e líquido persistentes) e resistentes (debelam a inflamação e possuem 
motilidade uterina mais eficiente) 
 
- Diagnóstico: 
 diagnóstico clínico (histórico, exame físico geral e específico) 
 laboratorial (cultura, citologia, biópsia, endoscopia) 
- Sinais Clínicos: secreção vaginal mucopurulenta, períneo e membros posteriores sujos, presença de distensão e 
turgidez uterina com presença de conteúdo durante a palpação retal 
 
ENDOMETRITE PÓS-COBERTURA 
Após a cobertura ou IA, todas as éguas desenvolvem uma resposta inflamatória transitória pela presença do 
espermatozoide e plasma seminal. As éguas suscetíveis (incompetentes em controlar a infecção) desenvolvem uma 
infecção persistente. Normalmente, ocorre quimiotaxia de neutrófilos (após 30 min. da cobertura), que serão 
responsáveis por eliminar o sêmen remanescente, tendo picos de inflamação após 8 a 12 horas da cobertura, sendo que 
a resolução ocorre em 24 a 36 horas depois da cobertura. 
 
 
 
- Redução na fertilidade da égua (animais podem se apresentar normais até a cobertura) 
- Não está necessariamente associada com infecção (bactéria ou fungo), ocorrendo mais em éguas velhas 
- Diagnóstico: 
 ultrassonografia (éguanormal antes da cobertura, porém com presença de conteúdo ecogênico no dia seguinte) 
 cultura (sem crescimento específico, pois nem todas desenvolvem conteúdo bacteriano) 
 citologia (observa-se a presença de neutrófilos) 
 lavagem uterina (com sondagem, realizando a saído do fluido ecogênico do ultrassom) 
- Plano de Manejo: 
Etapa 1: indução da ovulação de éguas no cio 
- realizar com hCG ou deslorelina, quando o folículo encontra-se com no mínimo 35 mm e com edema uterino 
- induzir a ovulação e inseminar o animal logo em seguida 
Etapa 2: reduzir o número de coberturas para somente uma (diminuindo também a inflamação) 
- segunda cobertura tende a ser menos efetiva, por se deparar com o útero inflamado 
- caso seja IA, utilizá-la com o mínimo de contaminação (higiene do períneo e faixa na cauda da égua) 
Etapa 3a: lavagem uterina com ringer com lactato para retirada dos espermatozoides mortos (2 a 3 L) 
- 4 horas após a cobertura (espermatozoides já foram transportados ao oviduto) para diminuir inflamação 
- repetir a lavagem até o líquido apresentar-se límpido, podendo-se fazer massagem uterina transretal para 
facilitar a lavagem de todo o útero, com acompanhamento de ultrassom e administração de ocitocina (confere 
maior contração uterina) e coleta do conteúdo para avaliação (turbidez e volume) 
Etapa 3b: administração de ocitocina e/ou PGF2α (4 a 8 horas após a cobertura) 
- indução de contrações uterinas e remoção do líquido 
- ocitocina: apresenta a contração mais rápida, porém menos persistente (30 a 45 minutos de contração) 
- PGF2α: apresenta a contração mais lenta, porém mais persistente (2 a 4 horas de contração) 
Adicionais : 
- lavagem uterina 1hora antes da cobertura, carbetocina (ocitocina de longa ação), dilatadores da cérvix, 
quelantes e agentes mucolíticos (quebram o muco) 
- prostaglandina: utilizada em éguas com estenose da cérvix (responde melhor do que a ocitocina), evitando-se 
usar após ovulação (pela formação do corpo lúteo, podendo reduzir a chance de prenhez no animal) 
- corticosteroides (dexametasona, prednisolona): diminuem a resposta inflamatória 
 
 
 
 
Citologia: importante para verificar se ainda há processo inflamatório (presença de neutrófilos) 
Biópsia: confere prognóstico e verificação da fase de fibrose (possibilidade do animal emprenhar) 
Plasma seminal: atua como modulador da resposta inflamatória (impede que o neutrófilo ataque os espermatozoides viáveis) 
Sêmen congelado: desenvolve maior resposta inflamatória (sem plasma seminal, pois as proteínas presentes no plasma 
interferem na congelação) 
ENDOMETRITE BACTERIANA 
- Fatores predisponentes: alterações conformacionais do períneo (abscessos, pneumovagina) e éguas velhas 
(inadequada contração uterina, drenagem linfática e flacidez da cérvix) 
- Bactérias: Streptococcus (mais comuns), E. coli, Staphylococcus (coliformes fecais) 
- Tratamento: remover o agente infeccioso e reestabelecer a saúde do endométrio (imunomoduladores) 
 corrigir os fatores predisponentes, lavagem uterina, medicamentos para limpeza do útero (ocitocina e 
prostaglandina 
 antibioticoterapia intrauterina: não consegue chegar em níveis altos no organismo (casos sem bacteremia) 
 antibioticoterapia sistêmica: atinge a níveis altos (usar em bacteremia e toxemia) 
 amicacina, ampicilina, ceftiofur, gentamicina ou penicilina (tratar durante o estro) 
 técnica de Caslick caso seja necessário 
 
ENDOMETRITE MICÓTICA 
- Fatores predisponentes: idade (mais comum em éguas mais velhas), alterações anatômicas do trato reprodutivo, 
terapias repetidas de antibiótico intrauterino (diminui o equilíbrio da flora local, possibilitando infecção fúngica 
oportunista), histórico prévio de endometrite bacteriana, imunossupressão 
- Não é tão comum, porém de grande importância, pela dificuldade em diagnosticar e em tratar 
- Fungos: Candida (mais comuns), Aspergillus, Mucor 
- Diagnóstico: 
 cultura fúngica (difícil de encontrar os fungos, podendo ser feito por swab ou lavagem uterina) 
 citologia vaginal (swab, escova citológica, lavagem uterina em pequeno volume) 
 PCR 
- Tratamento: 
 lavagem uterina e infusão uterina (com solução salina, vinagre para repor a acidez local e com iodo diluído, 
mesmo que não seja recomendado, porém é uma das poucas soluções para agentes fúngicos) 
 antimicóticos sistêmicos (fluconazol) e intrauterinos (nistatina) 
 limpeza da fossa clitoriana e técnica de Caslick, se necessário 
 
METRITE CONTAGIOSA EQUINA 
Inflamação de todas as camadas uterinas, promovendo congestão da mucosa endometrial 
- Agente: Tayrella equigenitalis 
- Sinais Clínicos: congestão da mucosa, piomucometra, descamação epitelial, edema e hiperemia da cérvix 
- Diagnóstico: 
 citologia (células descamadas na lâmina) 
- Tratamento: 
 antibioticoterapia sistêmica e intrauterina 
 isolar os animais positivos devido o caráter infectocontagioso 
 
ALTERAÇÕES DE OVÁRIOS 
- Tumor de Célula da Granulosa: na maior parte, são unilaterais e não produzem metástase (benignos), sendo 
hormônio-dependente, devido a alta produção de estrógeno e testosterona 
 Sinais Clínicos: ninfomania evoluindo para virilismo 
 
 
 
 
FISIOLOGIA DA REPRODUÇÃO DE SUÍNOS 
INTRODUÇÃO 
- Com 6 meses de idade, inicia-se a idade reprodutiva da porca, porém aguarda-se o 3º cio 
para acasalar 
 mais fértil e a fêmea atinge mais peso (116 kg), tornando todo o lote uniforme 
- Vida reprodutiva vai até a 6ª parição, com 3 a 4 anos de idade (média de 13 a 14 leitões 
por parto) 
- Duração do ciclo estral é de 21 dias (múltipla ovulação - pode durar até 3 dias  inseminar várias vezes) 
- Puberdade: 
 macho – 125 dias de idade (ejaculação começa aos 5 a 8 meses) 
 fêmea – 6 a 8 meses (mais precisamente quando atingem 116 kg) 
- Nas fêmeas o estro dura de 48 a 72 horas, e a ovulação pode se estender por 35 a 45 horas 
 
CICLO ESTRAL 
- Poliéstricas anuais (ciclam o ano todo, por não sofrerem influência da sazonalidade) 
- Sinais de Estro: edema, hiperemia vulvar, inquietação, movimentos ativos de orelhas, grunhidos estridentes, 
redução do apetite, monta outras fêmeas e desenvolve o reflexo de tolerância 
- Comportamento homossexual ocorre somente em criações feitas em piquetes (baias individuais e peso dos 
animais dificulta a realização desse comportamento) 
- Apresenta cio de 1 a 3 dias após o parto, porém é infecundo  primeiro cio fértil ocorre 4 a 8 dias após desmame 
 período de lactação dura 30 dias (anestro) 
- Com 3 a 5 semanas após o parto, ocorre o desmame dos leitões, então a porca começa 
a ovular 
- Flushing: aumento do aporte de energia para a fêmea antes da cobertura, com o 
objetivo de aumentar a taxa de ovulação, utilizando carboidratos para marrãs e fêmeas 
magras 
- Identificação do cio: reflexo de tolerância ao homem, e uso de rufiação (rufião passa 
no meio das fêmeas, pelo menos 2 vezes ao dia, por 15 minutos 
 
INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL NA PORCA 
- Marrãs e porcas jovens (realizar 3 inseminações) 
 1ª IA – realizar ao ser observado e identificado o estro na fêmea 
 2ª IA – realizar após 12 horas da identificação do estro 
 3ª IA – realizar após 24 horas da identificação do estro 
- Porcas: dependerá do intervalo entre o desmame e o estro 
(desmame dura entre 3 a 5 semanas, e a porca tende a entrar no 
cio após 3 a 7 dias) 
- No momento da inseminação e do parto, o ambiente e manejo 
deve ser totalmente higiênico, evitando possíveis infecções 
uterinas 
 
SÍNDROME METRITE-MAMITE-AGALAXIA 
- Quase sempre as metrites (infeção do útero), as mamites (infeção das glândulas mamarias) e as agalaxias 
(retenção ou supressão da secreção de leite) podem surgir na porca parida ou decorrente de uma inseminação, 
devido medidas pobres de higiene e biossegurança 
 
 
FISIOLOGIA DA REPRODUÇÃO DE OVINOS E CAPRINOS 
DIFERENCIAÇÃO 
- Ovinos: possuem fossa lacrimal, chanfro convexo, orelhas e rabo caídos 
- Caprinos: nãopossuem a fossa lacrimal, chanfro côncavo, orelhas e rabo caídos 
- São poliéstricos sazonais de fotoperíodo negativo (ciclam no outono e inverno) 
CARACTERÍSTICAS DE ESTRO NAS OVELHAS 
- Possuem o estro pouco visível, sendo mais observado durante as manhãs, e não apresentam comportamento 
homossexual (estro não evidenciado na ausência do macho) 
- Vulva pode ficar edemaciada, presença de muco na vagina, procura o macho e se mostra receptiva à ele 
- Puberdade: 
 fêmea: 6 a 9 meses (quando atingem cerca de 50 a 70% do PV) 
 macho: 4 a 6 meses (quando atingem cerca de 40 a 60 kg) 
CARACTERÍSTICAS DE ESTRO NAS CABRAS (comportamento semelhante aos bovinos) 
- Aceita a monta do macho e de outras cabras (apresenta comportamento homossexual) 
- Apresenta-se inquieta e berrando, balançando a cauda constantemente e rapidamente 
- Diminui o apetite e a produção de leite, edema de vulva e balança a cauda 
- Puberdade: 
 fêmea: 5 a 7 meses (quando atingem cerca de 30 a 50 kg) 
 macho: 4 a 5 meses (quando atingem cerca de 40 a 60 kg) 
 
 
 
CICLO ESTRAL 
o ovelhas: 17 dias de ciclo estral e 24 a 27 horas de estro (ovelhas com lã possuem cio mais longo) 
o cabras: 21 dias de ciclo estral e 24 a 36 horas de estro 
- Ovulação (24 a 36 horas após o início do cio) aumenta com a idade, sendo máxima com 3 a 6 anos de idade 
- Efeito macho: importante estímulo – macho emite ferormônios pelas glândulas sebáceas que são andrógeno 
dependente (animais castrados não produzem estes ferormônios) 
- Ovelhas jovens – deve-se realizar caudectomia (cauda baixa dificulta a monta) 
EXAME GINECOLÓGICO 
- Inspeção: períneo e cauda (avaliar distância anogenital e presença de secreção) 
- Palpação: avaliar a vulva, vestíbulo e integridade da vagina (conformação, mucosa, neoplasias e clitóris) 
 Palpação Vaginal: vaginoscopia (observar anormalidades, lesões e líquidos) 
- Palpação retal não é viável, pelo tamanho do trato genital dos pequenos ruminantes 
 
CUIDADOS PRÉ-MONTA 
- Ovelhas: escore corporal de no mínimo 2,75 a 3,0 (por palpação das apófises transversais e processo espinhoso, 
na região lombar) – baixo peso e escore indica baixa taxa de concepção 
 Flushing da Tosquia: 30 a 40 dias antes da monta, tosquiar o animal, para que aumente o consumo de 
matéria seca para manter a temperatura corporal 
 Flushing Nutricional: melhorar a alimentação 30 dias antes da monta, com pastagem vedada ou suplemento 
no cocho, para aumentar a taxa de ovulação e incidência de partos múltiplos 
SISTEMA DE ACASALAMENTO 
- Monta Natural (sem interferência humana) 
- Monta Natural Dirigida (direciona o macho a fêmea desejada, para manifestar a genética aos filhotes) 
- Monta Natural Controlada (deixa o macho com a fêmea por 1 a 3 vezes por dia) 
- Inseminação Artificial (realizada com rufião, com ou sem indução hormonal) 
Ideal – realizar 3 montas a cada 2 anos (1 delas deve ser forçada com indução hormonal) 
 8 meses de intervalo entre partos (5 meses de gestação + 3 meses de amamentação) 
 sobra 4 meses de cada ano = 8 meses (gestação induzida) 
Estação de monta: março - junho 
Indução hormonal – 
esponja vaginal de 
progesterona (deve-
se romper o hímen 
em animais jovens) 
FISIOLOGIA DA REPRODUÇÃO DOS CÃES 
CICLO OVARIANO DAS CADELAS 
- Puberdade: as cadelas atingem a puberdade entre os 6 meses a 1 ano (em média com 7 meses) ou quando atinge 
80% do peso corporal, sendo que cães de raças pequenas entram antes 
 animais com intensa atividade física e raças de pelos longos – demoram mais para entrar na puberdade 
- As cadelas são monoéstricas não estacionais, ou seja, não possuem influência da 
sazonalidade, e possuem um longo período de repouso sexual entre os ciclos estrais 
(ciclam em qualquer período, de 2 a 3 vezes no ano) 
- Cadelas podem sofrer indução para o estro quando estão em contato com outras cadelas 
no cio e com a presença do macho 
- Comportamento social dos cães interfere no comportamento reprodutivo dos cães 
 deve-se levar a fêmea até o território do macho (territorialistas) 
 
CICLO ESTRAL 
Período entre dois estros, que se divide em 4 fases: proestro, estro, diestro e anestro. 
PROESTRO (duração de 9 dias, podendo variar de 3 a 21 dias) – marcado pelo começo da atuação do estrógeno 
 edema de vulva e turgidez de lábios vulvares 
 início da dilatação da cérvix e aumento das glândulas mamárias 
 descarga vaginal hemorrágica por descamação do epitélio vaginal (limpeza e preparo da mucosa uterina) 
 permanece alheia ao ambiente e irrequieta, não obedecendo as ordens do dono 
 apresenta poliúria e polidipsia 
 atrai o macho (ferormônios), porém não é receptiva ao mesmo 
- Diagnóstico: 
 vaginoscopia: vagina túrgida, líquida e lisa 
 relaxamento do útero com a cérvix fechada (preparação uterina para receber o embrião) 
 ultrassom: ovário de forma ovulada com os folículos 
- 24 a 48 horas antes do término do proestro ocorre o aumento do LH para formação do pico, que 
 
ESTRO (duração de 3 a 21 dias) – marcado pela diminuição da secreção de estrógeno e aumento da progesterona 
 ovulação ocorre somente após 24 a 48 horas após o pico de LH nas fêmeas 
 formação de corpo lúteo e maturação dos oócitos primários 
 dirige a região posterior ao macho e fica receptiva à ele 
 membros posteriores em cavalete e movimentos de cauda que expõem a genitália 
 flacidez e maciez vulvar e útero pronto para receber a gestação 
- Diagnóstico: 
 vaginoscopia: dilatação total da cérvix e vagina lubrificada 
 ultrassom: ovário aumentado, útero com grande quantidade de líquido, aumentado e relaxado 
 
DIESTRO (duração de 2 a 3 meses, em média de 75 dias) – marcado pela alta concentração de progesterona 
 corpo lúteo funcional (quando sem gestação, é nesta fase que ocorre a lise do corpo lúteo pelo PGF-2α) 
 por marcar o fim do cio, pode ocorrer descarga hemorrágica, com a vulva diminuída 
 não está receptiva ao macho 
- Diagnóstico: 
 útero com estrutura glandular e vascularizado 
 ultrassom: caso haja gestação, é possível visualizar 
 
Prova da cauda: coçar na lateral da cauda, se a cadela 
lateralizar a cauda expondo a genitália, está no estro 
Diestro é a fase mais comum de ocorrer piometra, pois o 
útero se apresenta muito glandular (alta produção de muco 
e proteínas possibilita a proliferação de bactérias) 
Fase mais comum de ocorrer o 
sangramento nas cadelas 
ANESTRO (duração de 1 a 6 meses, em média de 4 meses) – marcado por picos esporádicos de LH, para recrutar 
folículos e flutuação das ondas de estrógeno 
 não há diferença clínica entre uma cadela em anestro ou castrada 
 período de involução do útero (120 dias das não gestantes e 160 dias das gestantes) 
 
CITOLOGIA VAGINAL 
A citologia vaginal é um método utilizado para diagnosticar a fase do ciclo estral em que o animal se encontra. A 
concentração variada do estrógeno nas diferentes fases do ciclo, altera a conformação das células do epitélio 
vaginal, promovendo descamação, que facilita a identificação da fase em que a cadela se encontra. 
Juntamente com o ensaio endócrino (dosagem de progesterona) possibilita a avaliação. 
- Técnica: contendo o animal em estação, introduz o swab no interior da vagina, fazendo com que este capte as 
células descamadas do epitélio. Em seguida, realizar o rolamento do swab em uma lâmina. Cora-se a lâmina com 
corante (Giemsa ou Panótico) e observa-se no microscópio as células presentes. 
 
CÉLULAS DO EPITÉLIO VAGINAL 
- Células Parabasais: são as menores células vaginais 
o células redondas ou ligeiramente ovais 
o núcleo grande e pouco citoplasma (proporção 1:1) 
o estas células possuem alto suprimento sanguíneo (núcleo grande) e pouco 
estrógeno atuando (não estão descamando) 
- Células Intermediárias: variam de tamanho (pequena ou grande) 
o apresentam bordas irregulares (aparência de “ovo frito”) 
o núcleo menor que o das parabasais 
o citoplasma maior que o núcleo 
o estas célulasjá começam a descamar (ação do estrógeno) 
- Células Superficiais parcialmente queratinizadas: maiores e achatadas 
o apresentam bordas anguladas 
o núcleo pequeno e picnótico 
o pela ação do estrógeno, núcleo começa a se tornar artificial e parede da célula 
começa a se deformar 
- Células Superficiais queratinizadas: células grandes, mortas e irregulares 
o mortas por espessamento da parede (aparência de “papel amassado”) 
o bordas anguladas e achatadas 
o totalmente disformes e sem núcleo 
- Outras células: 
 Células Metaéstricas: células intermediárias grandes com um ou mais neutrófilos no citoplasma 
 Células Espumosas: células intermediárias ou parabasais com vacúolos no citoplasma 
 Hemácias e Neutrófilos 
 
PROESTRO – composto por 3 fases 
 Início: presença de células parabasais, intermediárias pequenas e metaéstricas, podendo haver também 
hemácias, neutrófilos e bactérias, com o fundo da lâmina suja 
 Intermediário: presença de células intermediárias grandes e superficiais intermediárias, podendo haver 
ainda a presença de hemácias 
 Final: quase todas as células são superficiais com núcleo picnótico ou anucleadas, estando próximo ou 
pronto para entrar no cio (fase pré-ovulatória), sem neutrófilos, podendo ter hemácias 
 
Anestro é a melhor fase 
para se realizar castração, 
devido a menor atividade e 
do sistema reprodutor 
Células Superficiais: indicativo de proestro intermediário ou de estro ( por isso se 
faz necessário ter juntamente com a citologia, o histórico do animal 
ESTRO 
 quase todas ou todas as células são superficiais queratinizadas (anuceladas) com ausência de neutrófilos, 
hemácias variáveis, 
 aspecto do fundo da lâmina claro, devido a limpeza uterina e vaginal 
 
DIESTRO 
 mudança brusca no aspecto do esfregaço, com predominância de células parabasais e intermediárias 
agrupadas, podendo ter células metaéstricas (neutrófilos) e células espumosas 
 presença de neutrófilos: pelo útero ter permanecido aberto no estro pela ação da progesterona, ocorrerá 
quimiotaxia de neutrófilos (polimorfonucleares) para combater possíveis agentes estranhos (fase da 
piometra) 
 
ANESTRO 
 predominância de células parabasais e intermediárias, muito espaçadas e escassas 
 ausência de neutrófilos, bactérias e hemácias 
 citólise (rompimento de células) evidente 
 
 
 
INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM CÃES 
A inseminação artificial (deposição de sêmen no trato genital da cadela) é um método alternativo quando 
há impossibilidade de realização da monta natural por problemas anatômicos ou comportamentais. 
Indicada para cães braquicefálicos (problemas respiratórios na monta), jovens (sem comportamento 
reprodutivo) e animais com problemas na coluna (Dachshund, Pug, 
Basset hound ) 
 
- Técnica: acompanhada com a citologia vaginal (quando há a 
presença de mais de 80% de células superficiais queratinizadas), 
repetindo até o estro e antes de depositar o sêmen. Coletar o sêmen do 
macho e trazê-lo junto com a fêmea ou transportar o sêmen. O 
depósito deve ser no fundo de saco da vagina, repetindo, se preciso, 4 
ou mais vezes (até atingir a maturação do oócito). Após inseminada, a 
cadela deve ser mantida de ponta cabeça por até 30 minutos 
 
- Coleta do sêmen no macho: após ereção, expor o pênis do animal, e com a engurgitação 
do bulbo peniano, realizar massagens no local, até que o animal estimule a virada do pênis 
para trás. Coletar o ejaculado, podendo depositar fresco ou armazenar em botijão. 
 
 
 
Início de Proestro Estro Diestro Anestro 
Presença de neutrófilos: não inseminar – oócito inviável (cadela já se encontra em diestro) 
PATOLOGIAS DA REPRODUÇÃO DOS CÃES 
PIOMETRA 
Acúmulo de exsudato purulento no lúmen uterino, com a presença do corpo lúteo, pois o conteúdo presente no 
útero inibe a ação da PGF-2α no endométrio, fazendo com que haja a persistência de corpo lúteo. 
Diestro (Metaestro): fase mais comum de ocorrer, devido a hiperplasia natural das glândulas 
endometriais e da abertura da cérvix no estro, possibilitando a entrada de microrganismos 
- Sinais Clínicos: 
 anorexia, pelos sem brilho, desidratação, anestro por persistência do corpo lúteo 
 aumento abdominal (diferenciar de gestação), vômitos, diarreia, poliúria, polidipsia 
 pode ser aberta (extravasamento de secreção) ou fechada (sem corrimento vaginal e distensão abdominal) 
- Diagnóstico: 
 clínico: alteração no estado geral, síndrome poliúria-polidipsia, corrimento vaginal e distensão abdominal 
 diagnóstico diferencial: diabetes, nefrite crônica (poliúria e polidipsia), ascite, retenção urinária, neoplasias, 
gestação, obesidade (distensão abdominal), infecção urinária, tumor vaginal, vaginite (corrimento vaginal) 
 diagnóstico complementar: raio x (massa com líquido), hemograma (leucocitose com neutrofilia, aumento 
da proteína total), esfregaço vaginal (bactérias) e urinálise (ureia e creatinina aumentadas) 
- Prognóstico: depende do estado clínico e reposta do animal ao tratamento 
- Tratamento: 
o cirúrgico: ovariosalpingohisterectomia (OSH), restabelecendo o equilíbrio hídrico-eletrolítico do animal no 
pós-operatório (ringer com lactato), antibioticoterapia (enrofloxacina), furosemida e fluidoterapia (eliminar 
bactérias do trato urinário), ranitidina e metoclopramida (antieméticos e protetores de mucosa) 
o clínico: ocitocina, ergonovina e PGF-2α (agem atuando na lise do corpo lúteo) e antibioticoterapia 
 
COMPLEXO HIPERPLASIA ENDOMETRIAL CÍSTICA / PIOMETRA 
Síndrome infecciosa supurativa aguda ou crônica mediada por hormônios (anticoncepcionais), afetando diversos 
sistemas, sendo mais comum em fase de diestro, que se caracteriza pelo acúmulo de secreção purulenta ou 
mucopurulenta no lúmen uterino. 
- Anticoncepcional (medroxiprogesteronona): deve ser utilizado em anestro ou em diestro, pois quando utilizado no 
pós-coito, promove teratogênese no embrião, que não irão ativar o parto, promovendo então morte do feto, e 
possibilitando uma maceração fetal (decomposição por bactérias) 
- Etiologia: 
 progesterona excessiva promove formação de cistos nas glândulas endometriais 
 secreção das glândulas resulta em acúmulo de fluído no útero 
 devido uma infecção bacteriana secundária, ocorre a multiplicação das mesmas no útero 
 
 
- Classificação: 
 aberta: secreção sanguinolenta, purulenta ou mucopurulenta em vulva, vestíbulo e vagina (cérvix aberta) 
 fechada ausência de secreção (útero aumentado, abdômen distendido e cérvix fechada) 
- Sinais Clínicos: 
 letargia, depressão, anorexia, poliúria, polidipsia, vômito, diarreia, inchaço vulvar e dor abdominal 
 casos mais severos: disfunção renal (azotemia), anemia, arritmias cardíacas 
- Diagnóstico: 
 clínico: sinais clínicos apresentados pelo animal (podendo resultar também em choque) 
 palpação abdominal: útero aumentado, de difícil palpação pela alta drenagem do conteúdo ou flacidez 
 cuidado – na palpação, pode haver ruptura uterina, podendo fazer com que o conteúdo extravase e 
provoque peritonite  não realizar cistocentese em suspeita de piometra, pois pode perfurar o útero 
Hiperplasia Cística Endometrial  estimulação da progesterona  acúmulo de fluído nas glândulas e lúmen uterino  Piometra 
 diagnóstico complementar: hemograma (baixo), leucograma (geralmente neutrofilia), proteína plasmática e 
fibrinogênio alto (devido a desidratação)  não descartar piometra em achados laboratoriais normais 
 radiografia: útero aumentado de volume, radiopaco e lobulado 
 ultrassom: áreas anecóicas, com conteúdo hiperecóico ou hipoecóico (depende do material) 
 diagnóstico diferencial: diabetes mellitus, insuficiência renal, síndrome de Cushing, ascite, neoplasias, 
gestação, torção uterina 
- Tratamento (aberta): 
o cirúrgico: ovariosalpingohisterectomia (OSH) e antibioticoterapia 
o medicamentoso: prostaglandinas (remoção do corpo lúteo), estrógeno e ocitocina (abertura da cérvix e 
contração uterina),

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