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Direito Empresarial 08 05 2020 Nossa aula de hoje é dedicada a revisão da matéria para avaliação. Nós vimos a metade da matéria, a primeira parte do Direito Empresarial, então nossa segunda parte do semestre vai ser dedicada ao tema do nosso terceiro sujeito da área empresarial, que são as sociedades empresariais, ou seja o empresário no coletivo. Então este é exatamente o Ponto Central da nossa disciplina, e vamos dedicar a aula de hoje para fazer uma revisão em relação a nossa matéria para tornar mais tranquila a avaliação que iremos fazer na próxima semana. Professor dá algumas orientações sobre avaliação. O direito empresarial é um direito voltado a regular o empresário e as relações que envolvem empresário, ele regula o empresário dizendo quem é o empresário, ele regula a atuação do empresário como empresário deve atuar, ele regula os atos do empresário e seus contratos e seus negócios. Ele regula a crise econômica do empresário, à falência, e a inflação econômica. Direito empresarial é o direito do empresário, a função dele é regular e disciplinar a atuação do empresário. Esse direito possui algumas características bem pontuais, integra a disciplina de direito privado ao lado do direito civil, mas ele também tem características um pouco mais peculiares em comparação com direito civil. Uma identificação das principais características que marcam a matéria empresarial e sem dúvida a característica mais destacada é o aspecto econômico, o direito empresarial é um direito voltado a atuação econômica, é um direito mais próximo da economia, o sentido da disciplina empresarial é regular as situações econômicas, as práticas econômicas do empresariado, portanto a economicidade é sem dúvida a nossa primeira grande característica vista no contexto do direito empresarial . Outro aspecto que chama a atenção também no Direito Empresarial é o caráter profissional, o direito empresarial é um direito voltado a regular atuações profissionais, atuações de caráter profissional, e portanto na área empresarial vai se ter uma exigência maior em relação à conduta do empresário, aquilo que nós temos na área civil ver o sujeito como uma pessoa com um certo viés de ingenuidade e isso não vai ocorrer aqui na área empresarial, se tem do empresário uma exigência maior justamente porque se imagina que ele tem um preparo, tem um conhecimento técnico, é especializado, portanto se tem como exigir mais dele nas suas condutas, na atuação empresarial. O Direito Empresarial também é um direito globalizado, é um direito vocacionado, ele segue a economia. A economia cada vez se torna mais globalizada, consequentemente as novas empresas também passam a assumir este viés mundializado e se nós olharmos os países por mais diferentes que sejam, os costumes, os hábitos, ou até mesmo alguns princípios jurídicos, vamos perceber que o direito empresarial ele se implica e se repete nesses diversos países. Nós falamos aqui em aula sobre a figura do empresário individual, certamente todos os países do mundo tem essa figura, reconhecem essa figura. Falamos sobre a (inaudível). Na aula passada a gente comentou que há mundialmente três caminhos para se pensar na atuação unipessoal, falamos sobre o estabelecimento individual de responsabilidade limitada, falamos sobre (inaudível) pessoal, já fazendo com isso uma abordagem como mundialmente se enxerga a questão, falando sobre o seu enfoque, mas é uma figura que está presente em praticamente todos os países do mundo. Temos as questões relacionadas aos contratos empresariais, em especial os contratos de leasing, contratos de franchising, de factoring, de shopping center, que são contratos que tem também essa atuação globalizada. Em relação aos tipos de crédito nós vamos estudar isso no segundo semestre, mas esses créditos que são regulados para nós no Brasil em especial, em grande parte por uma convenção que a gente chama de Lei Uniforme de Genebra, que é uma convenção que reuniu vários países buscando criar uma orientação comum sobre esta. A figura da sociedade anônima é comum mundialmente, a falência que passam as empresas são situações mundiais. ● Então o direito empresarial naturalmente tem essa vocação, a globalização, a internacionalização. Exatamente o oposto do direito civil, o direito civil é muito costumeiro, é muito tradicional, é muito local, o direito empresarial tem esse viés diferenciado. Além disso é um direito mais voltado para informalidade, é um direito mais informal. A lógica do empresário é ganhar com a sua atividade, lucrar com a sua atividade e se a atividade dele for excessivamente formal ele não vai conseguir obter retorno financeiro, não vai conseguir obter o lucro esperado, portanto a lógica é a informalidade. Essa lógica da informalidade no entanto não é uma lógica tão categórica, há casos em que se tem um grau de formalidade maior e vai se dar nessa parte da matéria a figura da sociedade anônima, a SA é uma entidade muito importante para a economia, então tem várias questões bastante formais em torno das SAs. Então nós temos um título de crédito chamado Rigor Formal, e na SA há maior segurança em relação aos títulos de crédito, então em alguns momentos a gente percebe que esse caráter informal acaba perdendo espaço para uma formalidade mais localizada, pontual. Também comentamos sobre a dinamicidade do direito empresarial, o direito empresarial é um direito que acompanha a economia, consequentemente ele acompanha essas mudança no contexto econômico, a tendência é que as mudanças sociais chegaram de imediato na área empresarial, inclusive o direito empresarial tem uma vocação para admitir atos atípicos, mesmo que não haja um atendimento normativo, o ato muitas vezes passa a integrar a disciplina do Direito Empresarial, a matéria de maneira atípica. Nós também comentamos que o direito empresarial trabalha com a liberdade econômica, e é um grande vetor. O direito empresarial é o direito da Liberdade Econômica, pela liberdade de atuação não poderia ser diferente. A gente pensa em Direito Empresarial, a gente pensa em um direito mais livre, em um direito que tem um incentivo à liberdade, a liberdade criativa e ele usa essa liberdade para fazer novas criações e para inovar no contexto do mercado. Nós falamos sobre o princípio da boa-fé que é fundamental, no contexto da área empresarial a boa-fé é essencial, tão importante quanto na área civil ou até mais importante do que na área civil. O direito empresarial é um direito que precisa dessa presença da boa-fé, toda esta temática de contratos empresariais e títulos de crédito é fundada na noção de boa-fé. Nós comentamos sobre a inscrição do empresário perante a junta comercial, um empresário individual, a gente comentou que quando ele realiza a sua inscrição, ele apenas declara, ele assina uma declaração que já é formatada no site, que não há impedimento para atuar nesta condição de empresário individual, ele não precisa provar que não há impedimento, a simples afirmação jáé suficiente para a junta aceitar a sua inscrição. Então esses são os princípios que nós encontramos no contexto da matéria empresarial, que nos ajudam a entender um pouco mais, a ter uma visão a mais sobre a disciplina, este foi o ponto inicial que a gente teve em relação a este assunto. Na sequência nós fizemos uma análise da formação do direito empresarial, vamos revisar um pouco esta formação do Direito Empresarial que foi o que analisamos na sequência. O Direito Empresarial como a gente comentou, é um direito pouco mais recente comparado com direito civil. O Direito Civil tem raízes romanas, o direito civil tem uma raiz mais antiga, e o Direito Empresarial tem uma raiz mais recente, para nós ele começou a se formatar a partir da segunda metade da idade média, portanto no sistema Romano, no sistema da idade média inicial nós não temos a presença de direito empresarial. Comentamos que existia o comércio, tanto no modelo Romano quanto durante o período medieval ou até antes do modelo Romano, a gente tem da notícia histórica dos fenícios, que se dedicaram basicamente ao comércio no Mediterrâneo, deles nós temos várias influências, alguns enxergam a atuação dos fenícios, a origem de algumas partes comerciais que nós temos ainda hoje sobre o transporte marítimo, sobre o empréstimo, o mútuo feneratício vem dos fenícios, então há várias questões que nós conseguimos enxergar durante este período, mas para o comércio sem que existisse um direito empresarial. O direito comercial, o direito Mercantil, um sistema organizado de normas e de princípios só começou a surgir a partir da segunda parte da idade média. No período Romano,no período anterior nós não tínhamos a presença desta disciplina, por isso nós costumamos dizer que o direito empresarial é um direito um pouco mais recente comparado com direito privado e o direito civil, um direito mais tradicional. Nós temos como marco do início do direito empresarial a queda, ou a crise do sistema feudal, o sistema feudal começa a colapsar, entrar em recessão no período final da idade média, e abre um espaço para o surgimento de outras atividades econômicas, entre elas a atividade mercantil. Falando sobre as corporações de ofício que foram uma espécie de ancestrais em relação às nossas sociedade anônima e ilimitadas. As corporações de ofício começaram a adotar normas próprias, começaram a adotar estatutos, o que foram as nossas primeiras normas da matéria empresarial, cada entidade tinha o seu estatuto e isso começou a criar um regramento a atividade empresarial. Começaram as feiras medievais, eles começaram a ter costumes com as feiras e começaram a surgir os Burgos, isso foi evoluindo de acordo com as mudanças sociais, fazendo-se essa nova condição social apta a receber o comércio, a receber a atuação empresarial de maneira mais simpática, de maneira mais proveitosa para sociedade então foi ele que nos começamos a ter o surgimento do Direito Empresarial. Primeiramente, princípio lógico, costumeiro, estatutário, basicamente em estatutos de corporações, de terceiro, basicamente costumeiro. Nós passamos a ter o Direito Empresarial com o código comercial francês de 1807. ● O código comercial francês foi o nosso primeiro grande texto referência na matéria Empresarial e foi um marco histórico para consolidação do Direito Empresarial. Este código comercial francês foi um código já globalizado na época, foi adotado por vários países e propôs na sistematização em relação à matéria. Ele racionalizou a matéria empresarial, propondo a adoção do chamado critério dos atos do comércio, também chamado critério francês, conhecido como critério francês. Este critério propunha uma lista de atos, ele propunha que pudesse catalogar os atos empresariais em três categorias: ● A primeira categoria envolveria aqueles atos que são indiscutivelmente empresariais ou comerciais, que é o comércio propriamente dito, o comércio varejista, o comércio de loja, o comércio de mercados. ● Também por determinação legal, o código comercial francês listava uma série de atos condicionados como atos de comércio, atos de indústrias, fábricas, de atos de seguros de bancos, atividade bancária, atividade de transporte de mercadorias. então ele estava uma série de atos e chamava de atos de comércio por determinação legal. ● Ele entendia que existia atos de comércio por conexão, que seriam aqueles atos praticados pelo comerciante para viabilizar o desempenho da sua habilidade comercial, como colocação do imóvel onde eles instalava a loja, a ser absorvida pelo direito comercial.do código comercial, chamado os atos de comércio. Depois nós tivemos o Código Civil Italiano em 1942, ele já vem na primeira metade do século passado, e ele estabeleceu o critério dos atos da empresa, dizendo que o sistema do código comercial francês já estava ultrapassado e que deveria trazer para a realidade atual um sistema mais moderno, depois que se passasse a adotar a figura do atos de empresa e portanto da figura do empresário. E no critério italiano se passou a entender pelo menos para o ambiente italiano que os atos empresariais envolviam os atos, as atividades de produção e circulação de bens, comércio, indústria e também as prestações de serviços em geral. Isso em cenário mundial envolvendo alguns países que mantiveram o sistema francês e outros que migraram para o sistema do código civil italiano e foi o caso do Brasil em 2002 quando veio o código civil atual, ele acabou adotando o modelo do Código Civil Italiano. Essa é uma breve evolução do Direito Empresarial no contexto mundial, no contexto global. Vamos verificar como foi a formação do Direito Empresarial no Brasil. Nós começamos a ter essa implicação do Direito Empresarial no Brasil, o marco que tivemos da maneira empresarial é o advento do código comercial de 1850. O código comercial de 1850 foi o nosso código referência, o código que fez a surgir a disciplina de direito comercial no Brasil. Até então nós tínhamos basicamente a implicação da legislação Portuguesa no Brasil, havia já uma atividade mercantil desde que a família real veio para o Brasil em 1808 e quando veio ela acabou trazendo consigo toda a atividade negocial que existia em Portugal, se deu assim a criação do Banco do Brasil, no caráter não só de banco de emissão de moeda, mas também um banco de comércio, passamos a ter normas imperiais voltadas ao comércio, como por exemplo, a Carta Régia de abertura dos portos para as nações estrangeiras, que foi um grande passe para o comércio interno quando não existia ainda o direito de comercial, ele só teve esta formatação mas visível a partir do código comercial de 1850 que sem avaliar expressamente a referência acabou adotando a mesma premissa do código comercial francês. No sistema usado de comércio, indicando tanto que o comércio seria um objeto que iria compor o direito empresarial, e a partir a doutrina passou a se inspirar no sistema francês e a usar a mesmalógica, e que no Brasil os critérios dos atos de comércio por natureza, atos de comércio por força de lei, e atos de comércio por conexão, atos de comércio do acessório e auxiliar o empresário no desempenho da sua habilidade empresarial. Apesar do código comercial de 1850 não ser tão claramente vinculado ao modelo francês de doutrina, se fez essa vinculação. O código comercial de 1850 foi aos poucos sendo esvaziado e várias matérias das quais ele tratava foram passadas para a lei especiais, por exemplo, a lei cambiare substituindo crédito, leis empresariais como o leasing e o franchising, leis de falência e porção econômica, leis de SA Sociedade anônima. O código foi aos poucos sendo esvaziado e encerrou a sua vigência naquilo que nos interessa, com o código empresarial que nos interessa mesmo, o Código Civil de 2002. Com o código civil de 2002 nós tivemos o encerramento da aplicação do modelo do jeito comercial de 1850 e passamos a nos aproximar do modelo italiano, dos atos da empresa, a gente passou a usar a figura do empresário, e dos e dos atos empresariais. Isso ficou bem claro no texto do código quando ele adotou dentro do seu contexto um livro específico chamado Livro Direito da Empresa, deixando evidente portanto essa vinculação ao modelo italiano. Houve um rompimento com sistema anterior embora a gente possa usar hoje a expressão direito comercial, direito mercantil, é mais usual a expressão direito empresarial, até para seguir esta lógica indicada no texto do Código Civil. Então esta é uma breve referência a evolução que nós tivemos aqui no contexto do Brasil, a evolução do Direito Empresarial tanto em termos mundiais quanto aqui no nosso sistema. Aí nós vemos o que chamamos de Teoria Geral do Direito Empresarial. A Teoria Geral do Direito Empresarial é composta por três conceitos; conceito do empresário, conceito de empresa e conceito de estabelecimento. Nós vamos então trabalhar estes três conceitos, Teremos algumas aulas para analisar essas três figuras, o empresário, a empresa e o estabelecimento. Professor fala sobre sua sugestão a respeito do uso do tema empresário para o trabalho avaliativo. Vamos falar um pouco então sobre o conceito de empresário. A figura do empresário vem vinculada no artigo 966 do Código Civil. Nós encontramos expressamente uma conceituação sobre a figura, sobre a missão de empresário. O Empresário é o nosso sujeito da área empresarial e o texto do artigo 966 nos diz que: Empresário é todo aquele que exerce atividade econômica, atuando de forma profissional, organizando atividades direcionadas a produção de bens ou a prestação de serviços. Desse conceito a gente tirou algumas ideias algumas noções iniciais: ● Primeiro, a noção de que o empresário é o sujeito da matéria Empresarial, em alguma das suas três modalidades; empresário individual, (que foi o conceito que a gente trabalhou nesta primeira parte da matéria), empresário coletivo, a sociedade, (que a gente vai trabalhar na segunda parte da matéria), e a figura da EIRELI, que é a figura mais recente que nós temos, a empresa de responsabilidade limitada. Então o conceito de empresário envolve estas três figuras; o empresário individual, o empresário corretivo e a figura Eireli. O empresário sempre atua na área econômica, o empresário sempre visa lucro. Nós comentamos neste ponto que aquelas figuras direcionais que nós temos na esfera civil, que não são direcionadas a busca de retorno financeiro não integram o direito empresarial. Então neste contexto nós falamos sobre as associações privadas e as fundações privadas, que são entidades sem viés econômico, sem fins lucrativos. ● A gente falou sobre associação, ela é autorizada no nosso contexto para qualquer fim lícito, porém sem viés econômico. Uma associação de moradores de um bairro, uma associação de consumidores, associações de empresários, associações filantrópicas, desportivas e de assistência, e assim por diante. Nós temos uma ampla Liberdade de criação de associações, no entanto, elas não devem e não tem viés econômico, ou seja, não visam o lucro e jamais podem oficialmente dividir lucros entre os seus membros, entre os seus associados. ● As Fundações privadas são patrimônios destinados à um fim, o artigo 62 do Código Civil traz uma lista de possíveis objetos e conteúdos das Fundações, mas é uma listagem não fechada, mas fica bem evidente que é sem viés econômico também. Então essa área só tem espaço para quem atua com viés econômico, portanto tem que ter este perfil. O Empresário é um profissional, o que é a nossa terceira característica do empresário. Ele atua como a gente já comentou nesta revisão de maneira técnica, ele atua de maneira reiterada, constante, não eventual e no desempenho de atividade de caráter empresarial. Eventualmente quem realiza uma transação negocial não é empresário, por isso é importante que ele tenha uma atuação reiterada, uma atuação constante. Lembre que a gente já comentou em aula se essa reiteração não é vinculada, uma atividade necessariamente vinculada, uma atividade oficializada, uma atividade com inscrição na junta, nós temos um empresário de fato como sujeito, como já comentamos nas aulas passadas. O empresário é o titular da atividade, ele vai organizar as atividades de acordo com as suas conveniências, e nesta organização ele passa então a ter direito ao lucro, ao fruto positivo dessa transação que é o lucro, e também se submete ao aspecto negativo que é o risco da atividade, em relação ao risco, cada atividade empresarial vai ter a sua formatação relativa a esse risco. Também comentamos que o empresário se dedica a produção de bens, ou seja, a indústria, a fábrica, a circulação de bens, o comércio propriamente dito, ou ainda as prestações de serviços em geral, como serviço de turismo, de transporte, serviços de bancários, de seguro, serviços de educação, de saúde, uma infinidade de outros serviços que podem ter explorados dentro do contexto de atividade empresarial. Então esse foi o nosso conceito de empresário que a gente já visualizou no artigo 966 do Código Civil e depois passamos a trabalhar com as exceções a este conceito de empresário. E nessas exceções nós vimos que temos no artigo 966 parágrafo Único uma lista de exceções e depois artigo 972 do Código Civil uma outra exceção importante. O Artigo 966 parágrafo único nos diz que “não é o empresário quem exerce a atividade intelectual” e vincula esta atividade intelectual a atuação profissional científica, artística e literária. Então não é empresário, o artista plástico, o escultor, o músico sozinho ou na formação de sua área não é empresário; o literário sozinho também não é empresário, o profissional científico, médico, engenheiro, arquiteto, sozinhos também não são vistos como empresários no nosso contexto. ● Porém é importante lembrar que estamos falando de exceção, portanto temos que ter aqui uma visão um pouco mais restrita, mais direcionada e ainda temos que lembrar que o artista, o literário e o profissional científico elesestão sujeitos à incidência de todas as características da noção do empresário, eles atuam na área econômica, profissionalmente, organizam atividades, têm o lucro, tem um risco, presta serviço e produzem bens ou fazem circular mercadorias, porém não são empresários por uma determinação da Lei, neste artigo 966 parágrafo único do Código Civil. O texto no entanto é um texto um pouco confuso, porque apesar de ser uma exceção ao conceito de empresário ele comporta uma exceção da exceção, ele estabelece que o artista, o literário e o profissional científico poderão ser empresários se presente o chamado elemento de empresa. Criou-se algumas teorias, mas acabou preponderando o entendimento de empresa, empresa representa a perda do abandono da pessoalidade, quando a pessoalidade deixa de ser legal, ou é abandonada, então de fato passamos a ter a presença de uma empresa. Aí vimos um exemplo de um médico que contrata outros médicos para atender os pacientes, atender em conjunto com ele ou atender com individualidade. Este médico que contratou os empregados médicos, passa por tanto a ter o caráter empresarial, o caráter de empresário, a ser visto como empresário. Antes da questão do ruralista nós precisamos ver a questão do advogado. O advogado ele nunca é empresário no nosso contexto, no exercício da atividade de advocacia, no nosso contexto, o estatuto da OAB nos diz que o advogado não pode estar na forma empresário para exercer a atuação de advogado, então o advogado mesmo que tenha vários outros empregados ele não é visto como empresário, o que não impede que não venha ser empresário para outra atividade ele só não é empresário no exercício da atividade de advocacia. Também falamos sobre o ruralista lá na atividade do Artigo 972. O ruralista também não é visto como um empresário nosso contexto, ele não tem esse caráter empresarial, mas pode ter se quiser. Ele tem a faculdade de escolher se ele quer ser empresário ou não, o artigo 972 estranhamente traz essa previsão. ● Mas porque estranhamente? Porque veja que está deixando a critério do ruralista escolher qual direito que ele vai seguir, uma situação bem rara no nosso contexto, pelo que nós vivemos nesse sistema não existe um direito de fazer essa escolha, impor esta condição ao sujeito e não permitir que ele faça essa escolha de qual o direito que ele vai seguir, porém há esta prerrogativa indicada aqui. O ruralista pode escolher se quer ser empresário ou não, e para exercer essa escolha ele simplesmente fala na sua inscrição que fizer perante a junta comercial. Logo se ruralista quiser ser empresário basta ir até a junta comercial e se inscrever como tal e aí ele passa a ser tratado como empresário para todos os fins do direito. Se ele não quiser ser empresário ele simplesmente não faz a sua inscrição perante a junta comercial. Então veja que esta regra acaba não dando espaço para um empresário de fato, neste caso do ruralista a inscrição na junta passa a ter caráter constitutivo, ele passa a ser visto como empresário a partir do momento em que ele realiza a sua inscrição perante a junta comercial, acredito que há uma certa diferença em relação ao empresário comum, não existe portanto empresário rural de fato. Então essas são as questões que nós temos em torno da noção de empresário neste contexto. Então vamos falar um pouco sobre a figura da empresa que também tem um conceito que forma esta base da teoria geral do Direito Empresarial, figura da empresa. A empresa representa a atividade desenvolvida pelo empresário, na linguagem do código civil, na linguagem usual do código. Então empresa envolve a atuação do empresário, o empresário dedica-se a empresa, ele exerce a empresa e a empresa é vista como uma combinação de certos fatores; combinação de trabalho, capital e organização. Capital, trabalho e organização vão integrar, vão compor esta figura da empresa nessa atividade. Capital, matéria-prima, meios de produção, movimentados pelo trabalho próprio do empresário, e dos empregados, se for o caso, vai permitir que a atividade venha a ser desenvolvida de acordo com as diretrizes fixadas pelo empresário, por isso que diz que os elementos da empresa são o capital, o trabalho e a organização. Alguns autores mais modernos trocam a expressão organização por tecnologia ou até pegam a expressão tecnologia. Essa é a noção de empresa no contexto da linguagem original do Código Civil. Em alguns momentos o código se afasta desta missão, a gente falou na aula passada sobre a Eireli, empresa individual de responsabilidade limitada, e isso demonstra um pouco de afastamento desta noção tradicional. Também falamos sobre a figura do estabelecimento, a gente centralizou um pouco mais essa abordagem do estabelecimento porque ele é uma figura de especial importância na prática empresarial, o estabelecimento representa o conjunto de bens no exercício da atividade do empresário ele envolve bem corpóreos e também pode envolver bem incorpóreo, como o bem Industrial, etc. Nós vimos que o estabelecimento pode ser objeto de negociações, ele é um bem coletivo, uma coisa portanto no sentido da expressão jurídica importando um bem de caráter coletivo que pode ser incerto, podemos ter o arrendamento do estabelecimento, podemos ter o fruto do estabelecimento, podemos ter a penhora do estabelecimento e também podemos ter a alienação do estabelecimento, o que a gente chama de trespasse, o contrato se aliena ao estabelecimento e ganha este sentido então em contrato de trespasse. Esse contrato de trespasse é um contrato bastante usual na nossa prática e a gente acabou falando um pouco sobre ele, mesmo sendo um contrato atípico é um contrato que tem algumas alterações no termo do Código Civil, então a gente falou sobre três artigos do Código Civil destinados a esse assunto do contrato de trespasse, falamos sobre o artigo 1147, 1146, e 1148. Vamos falar um pouco sobre a noção do estabelecimento, nas falando sobre três artigos. Artigo 1147 que trata da questão da cláusula de proibição de estabelecimento, proibição de concorrência. Numa regra geral aquele que aliena o estabelecimento está proibido de fazer concorrência ao adquirente pelo prazo de cinco anos. Uma regra em que as partes podem negociar como quiserem e podem inclusive afastar a incidência desta regra, sem problema, porém deve ter o cuidado de que se aumentar esse prazo tem que ser um aumento justificado, tem que ter uma justificativa para evitar que se tenha um abuso da posição contratual do adquirente. Também comentamos sobre a dificuldade que existe de definir o que vem a ser concorrência, concorrência representa o outro, a utilização do mesmo mercado. Isto tem que ser visto de maneira tópica, caso a caso, às vezes uma questão de espaço geográfico, às vezes é uma questão realmente de contexto de mercado, então em cada caso a gente vai ter que fazer esta análise pontual. Também vimos que aquele que aliena o estabelecimentose mantém vinculado às obrigações vencidas e vencentes. Então quanto a obrigações vencidas ele vai se manter vinculado pelo prazo de um ano a partir da publicação do contrato trespasse comercial, quanto às obrigações vencentes, que vão vencer no futuro o antigo dono do estabelecimento se mantém vinculado pelo prazo de um ano a partir do vencimento de cada uma destas prestações. Já o artigo seguinte assume as obrigações vencidas automaticamente quando realiza a vinculação ao estabelecimento, a gente vai ter um certo prazo na aplicação desse artigo 1146 implicando numa presença de solidariedade entre o alienante e o adquirente. Então prazo que o código estabelece cobra o adquirente de se manter responsável pelo prazo que resta daquela dívida específica. Essa regra não vale para questões tributárias, para questões específicas do CTN, nem para questões trabalhistas, questões que têm ligação especial sobre ela. Nós comentamos também sobre o artigo 1148 que trata da sub-rogação dos contratos, quando alguém aliena um estabelecimento e o adquirente em principal se sub-roga nos contratos que existiam para exploração do estabelecimento, salvo se tiverem caráter personalíssimo, aquele caráter no intuito de persona, nesse caso não vai haver sub-rogação automática, podemos ter sub-rogação, mas por acordo, por convenção, não vai ser de forma automática essa sub-rogação. Ela vai permitir que o terceiro (inaudível) esse ato no prazo de 90 dias mediante denúncia cheia, denúncia motivada, havendo a denúncia ele resgata a responsabilidade do alienante e por eventuais dívidas nesse período até a denúncia, responsabilidade conjunta tanto do adquirente quanto do alienante. Então essa é nossa orientação que encontramos aqui no artigo 1148 sobre a sub-rogação, sobre os contratos que existiam antes da alienação do estabelecimento que foi objeto do trespasse. Isso foi o que nós vimos então sobre essa teoria geral da área empresarial. Para finalizar esta parte inicial há uma comparação entre empresário, administrador, sócio, gerente e preposto. Vamos revisar um pouco esta comparação entre essas cinco figuras. Então empresário, administrador, sócio, gerente e preposto. ● Empresário é o sujeito da área empresarial, é o titular da empresa, o titular da atividade. ● o Administrador é o representante das pessoas jurídicas, pessoa jurídica como a gente sabe é uma administração, é uma jura abstrata, uma figura fictícia no nosso contexto, então ela precisa ser concretizada, e essa concretização se dá pelo administrador. Então ele é uma figura essencial porém ele não é empresário, o empresário é quem vai tornar presente a sociedade que ele administra, sociedade ou Eireli, o que for o caso. ● o Sócio é o investidor da entidade, o sócio não é empresário no nosso contexto, o sócio é investidor. Empresário é a pessoa jurídica que constituiu sociedade limitada anônima, mas não é o sócio em si. ● o Gerente é um empregado que exerce cargo de confiança, o gerente não é empresário, não é administrador, ele realiza atos, é o empregado que exerce essa atuação interna, essa atuação sobre gestão, ele não é uma figura essencial, podemos ter ou não o gerente conforme as conveniências vírgulas necessidades de cada atividade, a critério do empresário. ● e o Preposto é aquele que é nomeado para representar o empresário em uma situação específica, uma situação pontual. O preposto, por exemplo, na hipótese em que o empresário vai participar de uma feira, então o empregado ou algum terceiro de fora da relação do emprego vai para representar ele naquela oportunidade. É importante que o preposto ao representar o empresário vá também trazer obrigações ao empresário, o preposto se vincula ao empresário e passa a ser visto como uma extensão do empresário individual, Eireli, a sociedade empresária naquela atividade específica, naquele ato específico. Então essa é a nossa síntese em relação geral da área empresarial. Falamos sobre a introdução, sobre as características sobre a evolução histórica e sobre estes elementos que integram essa teoria geral da atividade empresarial. Como já falei em aula várias vezes esse sujeito de Direito Empresarial são esses três tipos, três modalidades, três formas: Podem ser empresário individual, pode ser Eireli a empresa individual com responsabilidade limitada, ou ainda pode ser o empresário coletivo, ou seja, aquele empresário que atua em conjunto, que é fruto da ação conjunta de vários membros, o que é a sociedade. Vou concluir sobre o empresário individual, empresário individual como a gente falou em aula, o texto do código não é um texto muito claro, não é um texto muito didático, na verdade precisa de algumas deduções este texto. O empresário individual é pessoa natural, pessoa física se desenvolve você desempenha a atividade empresarial. Ele pode ser tanto um empresário de fato quanto empresário de direito. Vamos falar um pouco mais sobre a condição de pessoa do empresário individual. No nosso contexto na parte dos empresários tem a inscrição na junta, e ao realizar a inscrição na junta eles costumam também realizar a inscrição no chamado Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica. A tendência é que haja unificação no ato da inscrição, quando o empresário realiza a sua inscrição na junta ele ao mesmo tempo se cadastra na Receita Municipal, Estadual e Federal, então esse empresário tem então esse cadastro do CNPJ, o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica. Apesar do nome, esse cadastro não é exclusivo de pessoa jurídica, ele é voltado a identificar aquele que tem acesso a declaração de imposto de renda tipo a de pessoa jurídica. Ele é um pouco diferente da ideia comum que a gente tem sobre pessoa jurídica. Esse cadastro tem o nome de Cadastro Nacional de pessoa jurídica, mas envolve também quem não é pessoa jurídica, portanto, a figura do empresário na inscrição não passa a ser pessoa jurídica, faz apenas ter acesso ao ligamentos tributários destinado a pessoa jurídica. O que nós comentamos na última aula, que o sistema de pessoa jurídica coloca muros cláusulos, são colocados de forma fechada no Artigo 944 do Código Civil, questões de direito privado, a sociedade, ações, as alterações, as coligações dos partidos políticos, as instituições religiosas e a Eireli, estão na figura do empresário individual, portanto ele não é visto como pessoa jurídica no nosso contexto e sim como pessoa natural. Ainda em relação a este assunto do empresário individual a gente comentou que ele pode ser de fato ou de direito, de acordo com a sua inscrição ou não a junta comercial. O Artigo 967 do Código Civil indica como obrigação do empresário a realização da inscrição perante a junta comercial, porém nem todo empresário realiza essa inscrição, há empresários que realizam e outros que não realizam. ● Aqueles que não realizam a inscrição e que não cumprem com a obrigação da inscrição são empresários de fato, aqueles que cumprem com esta obrigação são empresários de direito.Então a gente tem essas duas figuras no nosso contexto, O empresário individual de fato, o regular, de direito ou formal, que é quando ele faz a inscrição na junta. É claro que o estado vai priorizar, vai estimular esta inscrição, como vimos em aula o estado usa a chamada sanção premiada de estímulo ao empresário para que ele faça a sua inscrição perante a junta comercial, porém ele não tem um sistema sancionador efetivo em relação ao empresário que não realiza a sua inscrição, lembrando ainda que essa inscrição na junta tem caráter de oratória, apenas oficializa essa condição de empresário, não cria a condição de empresário, apenas oficializa essa condição, em nada afeta os seus sistema de responsabilidade. ● Mas e essa responsabilidade do empresário individual? A gente falou algumas vezes em aula que o empresário individual possui um sistema de responsabilidade ilimitada, ele responde com todos os seus bens atuais e seus bens futuros, com exceção dos bens impenhoráveis, esse é o sistema de responsabilidade e portanto responsabilidade ilimitada. E ainda vimos em aula que existem algumas exceções à regra de responsabilidade das pessoas em geral, isso afeta de alguma maneira a condição de empresário, então alguns bens impenhoráveis também vão ser penhoráveis para o empresário, o bem da família por exemplo, e para nós em especial aqui, os instrumentos de trabalho também que são impenhoráveis. Comentamos sobre o sistema de responsabilidade da figura do empresário individual e o seu cônjuge e vimos que eventualmente nós podemos ter a responsabilidade do cônjuge, da parte que lhe cabe da ação, quando tiver um regime onde exista ameaça, há uma presunção de que a dívida é assumida em benefício do casal e consequentemente onde vai ser atingido a sua parte da ameaça. Isso acontece em regime de comunhão parcial de bens, no regime da comunhão não há nenhuma dúvida, o empresário tem plena responsabilidade com as dívidas do empresário, já no regime de emancipação absoluta também não há dúvidas, a indicação do regime já diz que não há esta possibilidade de chegarmos aos bens pessoais do cônjuge, porém no regime de comunhão parcial vai haver essa possibilidade dele ser alcançado do cônjuge que compõem a ação em benefício do casal, elas são relativas e pode ser desfeito, a gente pode reconsiderar, e isso vai caber ao cônjuge usar a chamada ação de embargos de terceiro para defender a sua ação e provar que a dívida não foi assumida em benefício do casal. Também comentamos sobre os requisitos para alguém fazer a sua inscrição perante a junta comercial. Nós encontramos no artigo 972 do Código Civil a referência, há requisitos para fazer a sua inscrição como empresário individual. Encontramos no artigo 972 a indicação de dois requisitos: ● Primeiro requisito para alguém fazer a sua inscrição como empresário individual é ter capacidade civil, capacidade nos termos da Lei civil, portanto emancipado, quem a sua inscrição perante a junta comercial. Como comentei com vocês em aula houve uma discussão sobre a condição jurídica do emancipado se ele poderia ou não fazer a inscrição, mas a junta comercial entendeu que sim, que sendo ele capaz ele tem portanto a habilidade de acesso a inscrição na junta comercial sem problema algum. ● Comentamos também sobre a ausência de impedimentos para exercer atuação empresarial, no nosso contexto, há ainda a capacidade civil àquele que vai realizar a sua inscrição perante a junta comercial, ele deve também apresentar uma ausência de impedimento para exercer a atividade. Esses óbices, impedimentos, estão espalhados no texto do ordenamento jurídico como um todo, então a gente vai encontrar nas regras que cuidam do regime jurídico dos Servidores Públicos a presença da proibição, servidor público não pode ser empresário individual, vamos encontrar na lei orgânica um estatuto a proibição do magistrado vir-a-ser empresário individual, vamos encontrar na lei orgânica o Ministério Público também a mesma proibição do membro do MP vir a ser empresário individual, vamos encontrar na lei orgânica da Defensoria Pública também a mesma restrição. Então há uma série de leis que servem no ponto desse assunto criando óbices ao desempenho da atividade empresarial, então quando alguém faz a sua inscrição na junta deve assinar uma declaração dizendo que não tem impedimento para exercer esta atividade, e se tiver também pode vir condenação criminal. Alguns crimes, cuja condenação criminal pode trazer entre as penas aplicáveis a pena de restrição de direito de exercício da atividade empresarial. Então tem uma série de pessoas que tem essas restrições, mas vale lembrar que essas restrições são para empresário individual não para ser sócio, nada impede que o juiz, o promotor, ao servidor público venha a ser sócio, ele não pode ser empresário individual e é claro não pode exercer a administração. Vamos falar sobre isso mais adiante, mas que já fique de informação, para alguém atuar como administrador deve ter capacidade para ser empresário individual. E se eventualmente alguém se inscreve na junta sem ter essa capacidade para ser um empresário os seus atos serão plenamente inválidos, nós não podemos prejudicar a terceiros de boa-fé em função da seguridade de inscrição do empresário. Então se alguém tem alguma proibição de ser empresário individual, mas mesmo com proibição faz inscrição na junta, omiti proibição ou declara que não existe proibição, os seus atos serão plenamente inválidos para evitar prejuízo a terceiros e garantir com isso a boa-fé que a gente comentou, que é um princípio de extrema relevância aqui para nós na atividade empresarial. Depois falamos sobre a questão relativa ao empresário incapaz. Vamos falar sobre a análise do artigo 974 do Código Civil, nós falamos sobre esse artigo sob dois enfoques. Nós vimos neste artigo a análise do empresário que faz a inscrição na junta e depois se torna incapaz e também analisamos com base neste artigo a condição do empresário que falece e deixa herdeiro. Vamos analisar então estes dois pontos. ● Primeiro, vamos analisar a condição de superveniente do empresário. Um empresário realiza inscrição perante a junta comercial e depois se torna incapaz, vai caber ao juiz do processo de interdição verificar esta condição e deferir sobre a adequação de continuar ou encerrar a atividade, cabe ao juiz do processo de interdição, e de tomar a decisão pela continuação ou pelo encerramento da atividade de acordo com o prazo específico, dadas as circunstâncias do caso concreto. As atividades que tem caráter essencialmente personalíssimo não conseguem continuar sem a presença física do empresário, outras atividades conseguem ter um cargo ajustado desta análise e se o juiz autorizar a continuação, vai continuar a atividade por meio do responsável pelo incapaz, o seu curador e se eventualmente o curador for alguém que não puder exercer a atuação empresarial, for por exemplo um servidor público,então neste caso ele precisa nomear um ou mais gerentes que vão continuar esta atividade, ele vai apenas monitorar o exercício da atuação desse gerente, do empregado que exerce cargo de confiança. ● Também comentamos sobre a condição do empresário que falece e deixa herdeiro, ele simplesmente falece e deixa herdeiro capaz isso é algo comum do direito sucessório, não nos interessa. É esta irregularidade, irregularidade que vai nos interessar, é quando falecer o empresário e deixar herdeiro incapaz, deixar herdeiro menor, neste caso também o juiz vai tomar essa decisão de continuação da atividade ou de encerramento da atividade, analisando caso concreto, se entender que é adequado continuar a atividade vai determinar essa continuação da atividade por meio do responsável do incapaz, seus pais, seus tutores; se for o caso, e se entender que não é adequado vai determinar o cancelamento da atividade. Então a lógica é a mesma para as duas hipóteses. A hipótese que falece o empresário deixando herdeiro menor e a hipótese do empresário que faz a inscrição na junta e depois se torna incapaz. A gente tem esses dois casos pensando em possível continuação da atividade e levando em conta certamente a função social da empresa, então que nós vemos aqui nesse Artigo 974 do Código Civil uma avanço da nossa disciplina, que se passa ter aqui um caráter mais impessoal sobre a empresa, o que parece um avanço nessa ideia desse texto com uma modificação do Direito Empresarial desvinculando um pouco da pessoa e passando a ter este caráter mais objetivo. Também comentamos que nos dois casos indicados no parágrafo do artigo 974 nós vamos ter uma consequência semelhante, nos dois casos nós vamos ter uma liminar da ação de responsabilidade, então tanto num caso como no outro vamos ter a restrição de responsabilidade, só responde do juízo da atividade daqueles bens que o incapaz já possuía algum tempo antes dessa autorização de continuação da atividade. Nós vamos fazer uma formatação do patrimônio do empresário, e os bens da atividade passam a responder a medidas futuras, os bens que não integram a atividade não respondem a medidas futuras criando uma espécie de liminar de ação de responsabilidade. É como de forma jurídica, embora com o intuito seja de proteger o patrimônio do incapaz. Portanto o empresário que faz inscrição na junta e responde de forma ilimitada se torna incapaz e não exercendo atividade ele responde pelos bens anteriores, se continuar a atividade ele vai responder apenas com os bens da atividade. É uma espécie de patrimônio de afetação, uma espécie de estabelecimento empresarial com essa limitação de responsabilidade. Então essa é a nossa condição, é o que nós temos aqui em relação ao artigo 974, a condição especial do empresário poderá atuar sendo incapaz, mas apenas dar continuar a atividade atendendo com isso a função social da empresa a critério do julgador. Então, o juiz pode ver se é viável ou não essa continuação da atividade. Depois nós vimos o artigo 978, ele trata de uma situação estranha no nosso contexto, a ele cuida daquela hipótese em que nós temos uma atuação do empresário individual casado, e possa ser que ele faça alienação dos imóveis independentemente do cônjuge. Para ele fazer a venda dos imóveis mesmo sendo casado no regime da comunhão de bens, comunhão parcial de bens, ele sem outorga do cônjuge, a venda de imóveis que integrem a atividade é uma exceção ao artigo 1657 do Código Civil que diz que "para vender um imóvel a pessoa casada depende da outorga do cônjuge, só É dispensada essa outorga com esse requisito o imóvel tem que estar integrando a atividade do empresário”. É um pouco estranho, mas é uma regra que o código estabelece sobre esta figura do empresário individual, precisamos nos atentar, é uma regra de difícil explicação e com muitas críticas, a gente precisa se atentar em especial quando vai estudar para concurso, pois é uma regra que costuma aparecer numa questão, costuma ser bastante comum em concursos. Então, o empresário individual casado independentemente deste casamento pode fazer a venda dos imóveis que integram a atividade ou gravá-los com (inaudível), a hipoteca, por exemplo, independentemente da concordância, da ciência do cônjuge o que vem a ser portanto uma situação bem excepcional. Nisso aqui estamos tratando de um empresário de direito só ele tem condições de fazer esta demonstração, quem é empresário de fato não pode fazer esta alienação, pois não tem essa condição de empresário. Então isso é o que nós vimos sobre esta figura do empresário individual, nosso primeiro sujeito da área empresarial. A gente falou na aula passada que a Eireli é o nosso segundo sujeito que nós temos na área empresarial, é um sujeito um pouco diferente, ela fica no meio termo entre o empresário individual e o empresário coletivo. A Eireli é uma atividade unipessoal, mas que tem o benefício da limitação de responsabilidade, até porque ela é personificada, ela passa a ter o status de pessoa jurídica no nosso contexto, portanto não existe Eireli de fato ela é sempre personificada, e traz consigo este benefício da limitação de responsabilidade, porém ela exige o atendimento de certos requisitos. ● O primeiro deles é que nós precisamos constituir a Eireli com capital equivalente a 100 salários mínimos, no valor do dia dessa inscrição da Eireli; ● E ainda este capital da Eireli, capital Empresarial, deve estar todo integralizado, 100% integralizado, isso é fundamental, neste contexto da criação da Eireli. Esses são os requisitos que devem ser superados, que devem ser vencidos, que devem ser realizados, e cumpridos para que se possa constituir a Eireli. A partir daí a gente consegue identificar algumas características peculiares da Eireli. ● Ela é uma pessoa jurídica, diferente portanto da individual que é uma pessoa natural. ● Ela tem uma atuação voltada a área empresarial, mas também pode ser objeto de atividades não empresariais. ● Ela pode ser constituída por uma única pessoa, natural ou jurídica, a pessoa natural que constituir Eireli só pode constituir uma única Eireli, a pessoa jurídica pode constituir várias Eirelis. ● Ela pode nascer com uma Eireli ou pode tornar-se Eireli. ela pode ser uma Eireli superveniente. ● Ela vai ter aplicação supletiva das normas da sua junta limitada naquilo que for compatível com ela. Vamos aplicar à Eireli a teoria da desconsideração da pessoa jurídica, e a Eireli pode ter nome ou denominação. A firma vai ser o nome próprio do titular da Eireli agregando-se a especificação de Eireli no final e a denominação vai ser composta pela indicação da atividade mais a expressão Eireli ao final. Professor faz correção de exercícios sobre Eireli.
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