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ANTIARRÍTMICOS - FARMACOLOGIA- RESUMO ANTIARRÍTMICOS Existem 2 tipos de potenciais de ação: O primeiro é do marca-passo pelo nodo sinusal e o segundo pelos cardiomiócitos. BEATRIZ GURGEL- MEDICINA - UFMS CPTL O que são? São fármacos que modulam o ritmo cardíaco através de canais iônicos e transporte de íons pela membrana. Existem basicamente 4 classes. ANTIARRÍTMICOS A fase 4 é chamada de despolarização lenta ou espontânea. Um tipo de canal presente chamado HCN (sódio dependente de voltagem), é responsável pela corrente Ifunny, ativada por hiperpolarização permitindo a entrada de sódio. BEATRIZ GURGEL- MEDICINA - UFMS CPTL Existem 4 mecanismos de ação que um fármaco pode possuir: 1. Potencial diastólico máximo das células marca passo- esse potencial é similar ao potencial de membrana da célula. Quando altero através de fármacos, posso atrasar ou adiantar que o potencial de ação aconteça ou não. 2. Velocidade de despolarização da fase 4- também pode ser afetada por fármacos. 3. Potencial limiar- pode ser modulado por fármacos 4. Duração do potencial de ação- ANTIARRÍTMICOS OBS: Nas células do marcapasso, uma alteração no influxo de sódio, retardando ou adiantando o PA, pode ser feita nos canais HCN por fármacos. BEATRIZ GURGEL- MEDICINA - UFMS CPTL O que determina a frequência de disparo? 1- Taxa de despolarização espontânea da fase 4 (inclinação)- se eu aumento a inclinação, aumento também a velocidade com que a célula vai atingir o limiar e assim disparar o PA. 2- Potencial limiar mais negativo ou positivo- se eu torno o limiar mais negativo, aumento a frequência de disparo, pois ela chegará mais rapidamente. Assim também vale pro potencial positivo, retardando a chegada ao limiar. 3- Potencial de repouso mais positivo- torna a célula mais fácil de repolarizar. ANTIARRÍTMICOS NO SISTEMA NERVOSO PARASSIMPÁTICO 1. Taxa de despolarização com redução de inclinação 2. Potencial limiar mais positivo 3. Potencial de repouso mais negativo OBS: A figura abaixo representa a despolarização elétrica do cardiomiócito e não dos nodos. BEATRIZ GURGEL- MEDICINA - UFMS CPTL ANTIARRÍTMICOS CLASSES DOS FÁRMACOS CLASSE I- bloqueiam os canais de sódio rápidos dos miócitos ventriculares. O influxo de sódio é o principal determinante da velocidade de condução ventricular. Pacientes que apresentam reentrada é interessante utilizar bloqueio desses canais de sódio, para retardar a despolarização e a velocidade de condução, extinguindo completamente o potencial ou aumentando o período refratário. Se eu bloqueio esses canais, reduzo sua automaticidade, deixando o potencial limiar mais positivo e reduzindo a inclinação da fase 4. Consequentemente pode reduzir a frequência cardíaca. CLASSE IA- bloqueio moderado dos canais rápidos de sódio, dificultando a despolarização da fase 0. Logo, tenho uma menor velocidade de condução e posso reduzir as reentradas. No entanto, esses canais também bloqueiam canais de potássio, aumentando o período de repolarização. Aumentando então o período refratário e reduzindo também as reentradas. BEATRIZ GURGEL- MEDICINA - UFMS CPTL ANTIARRÍTMICOS Dentre os fármacos existem: ● Quinidina- possui efeito anti-colinérgico. Torsades de pointes promovido por aumentar o tempo de repolarização. Não indicado para QT longo. ● Procainamida- ● Disopiramida- CLASSE IB- bloqueio leve dos canais de sódio, no entanto, há um bloqueio de canais de sódio abertos ou inativados, chamados de dependentes de uso. Funcionam da seguinte forma: o miocárdio com lesão celular tem um disparo mais frequente, ou seja, possui mais canais abertos ou inativados, logo há uma afinidade maior pelo miocárdio isquêmico. ● Lidocaína- ● Mexiletina- ● Fenitoína- CLASSE IC- efeito depressor cardíaco acentuado. Acentuada ascensão da fase 0. ● Flecainida é o protótipo mais utilizado. CLASSE II- ANTAGONISTAS B ADRENÉRGICOS (BETA BLOQUEADORES)- São antagonistas do receptor B1 no coração, ou seja, impedem que a noradrenalina se ligue no receptor e cause maior força de contração e automaticidade. Logo, causam reduzem a taxa de despolarização da fase 4 e prolongam a repolarização AV. Existem 3 gerações: ● Primeira- propranolol- antagonista não seletivo, ou seja, agem em receptores B1 e B2. Perigosos em quem possui asma, por causar broncoconstrição. ● Segunda- atenolol, metoprolol- relativamente seletivos para B1. São mais seguros para os pacientes citados acima. ● Terceira- labetalol, carvedilol- além do efeito beta adrenérgico, é também vasodilatador. BEATRIZ GURGEL- MEDICINA - UFMS CPTL ANTIARRÍTMICOS CLASSE III Bloqueadores de canais de potássio, o que gera um retorno mais lento ao potencial de repouso. O potencial de ação é prolongado, alongando a fase de platô e a repolarização. Existe o lado positivo que é o aumento do período refratário, reduzindo a reentrada. No entanto, também existe o lado negativo, que favorece por despolarizações precoces como a Torsades de Pointes, sendo efeito adverso. ● Sotalol- é um BB, mas também um bloqueador de canal de potássio. Além de gerar bradicardia por agir em receptores adrenérgicos B1, também prolongam o potencial de ação, aumentando o período refratário e podendo levar ao efeito adverso como Torsades de pointes. ● Amiodarona- Classicamente está na classe III, no entanto, este fármaco faz parte de todas as classes: I, II, IV. Atua na prevenção de arritmias BEATRIZ GURGEL- MEDICINA - UFMS CPTL ANTIARRÍTMICOS ventriculares graves e em pacientes com IAM ou IC recente. Assim como o sotalol, aumenta o período refratário, tendo como efeito adverso um Torsades de pointes. Como betabloqueador, faz bradicardia, hipotensão e inotropismo negativo. Como classe IV, reduz a função do nodo SA e AV. Pode gerar pneumonite, hipotireoidismo ou hipertireoidismo por possuir iodo na sua composição e alterar esse ciclo, além de elevação das transaminases. CLASSE IV - bloqueadores de canais de cálcio. Terei redução dos nodos SA e AV por bloqueio do potencial de ação da fase 4. Essa classe é utilizada em arritmias que envolvem o nó AV e alguns tipos de reentrada, por sua lentificação. Existe o risco de bloqueio cardíaco por lentificação dos tecidos nodais. ● Verapamil ● Diltiazem Os canais de cálcio envolvidos são do tipo L, que estão presentes no músculo cardíaco, músculo liso. Os dois fármacos acima possuem mais afinidade pelo canal do tipo L do músculo cardíaco. Os fármacos DHPs possuem mais afinidade pelos canais de cálcio do tipo L presentes no músculo liso, posteriormente estudaremos ele. OBS: a interação entre betabloqueadores e verapamil é extremamente perigosa, pelo coração já estar em débito cardíaco diminuído através da dos BB, e ainda bloquear os canais de atrasam a automaticidade dos nodos. OUTROS ANTIARRÍTMICOS - Adenosina- abre canais de potássio, causando uma hiperpolarização da célula. Impedindo que outro PA ocorra em seguida, diminuindo a curva de despolarização da fase 4. Envolve a proteína G. BEATRIZ GURGEL- MEDICINA - UFMS CPTL
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