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Farmacologia 2 - Anestésicos Locais e Gerais

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Página 1 
@pedrojorgeantunes 
Farmacologia 2: Anestésicos Locais e Gerais 
Sumário 
Anestésicos Locais ........................................................................................................................... 3 
Analgésicos e Anestésicos ....................................................................................................................... 3 
Condução da Dor .................................................................................................................................... 3 
Sensibilidade das Fibras .......................................................................................................................... 3 
Fibras A .......................................................................................................................................................................3 
Fibras B .......................................................................................................................................................................3 
Fibras C .......................................................................................................................................................................3 
Cocaína .................................................................................................................................................. 4 
Mecanismo de Ação ....................................................................................................................................................4 
Efeitos .........................................................................................................................................................................4 
Meia Vida ....................................................................................................................................................................4 
Família Éster ........................................................................................................................................... 4 
Procaína ......................................................................................................................................................................4 
Tetracaína ...................................................................................................................................................................4 
Benzocaína..................................................................................................................................................................4 
Família Amida ......................................................................................................................................... 4 
Lidocaína.....................................................................................................................................................................4 
Dibucaína ....................................................................................................................................................................5 
Prilocaína ....................................................................................................................................................................5 
Bupivacaína e Ropivacaína ..........................................................................................................................................5 
Características Estruturais ....................................................................................................................... 5 
Taxa de Hidrólise.........................................................................................................................................................5 
Solubilidade lipídio/água .............................................................................................................................................5 
Porcentagem de Ligação às Proteínas Plasmáticas ......................................................................................................5 
Potência e Duração .....................................................................................................................................................6 
Relação Estrutura – Atividade ................................................................................................................. 6 
Peso Molecular ...........................................................................................................................................................6 
Tamanho da Cadeia ....................................................................................................................................................6 
Alterações no Grupo Aromático ou Amino ..................................................................................................................6 
Presença de Halogênio ................................................................................................................................................6 
Ausência de Radical Metila .........................................................................................................................................6 
Grupo Carbonila e Basicidade .....................................................................................................................................6 
Ionização ................................................................................................................................................ 6 
Cálculo a partir do pH .................................................................................................................................................7 
Mecanismo de Ação ................................................................................................................................ 7 
Canais de Sódio ...........................................................................................................................................................7 
Ação Anestésica ..........................................................................................................................................................7 
Biotransformação ................................................................................................................................... 7 
Cocaína .......................................................................................................................................................................7 
Procaína ......................................................................................................................................................................8 
Lidocaína.....................................................................................................................................................................8 
Prilocaína ....................................................................................................................................................................8 
Farmacocinética...................................................................................................................................... 8 
Procaína ......................................................................................................................................................................8 
Cloroprocaína .............................................................................................................................................................8 
Tetracaína ...................................................................................................................................................................8 
Articaína .....................................................................................................................................................................8 
Página 2 
@pedrojorgeantunes 
Mepivacaína ...............................................................................................................................................................8Prilocaína ....................................................................................................................................................................8 
EMLA (Mistura Eutética de Anestésico Local) ..............................................................................................................9 
Bupivacaína ................................................................................................................................................................9 
Ropivacaína ................................................................................................................................................................9 
Farmacodinâmica ................................................................................................................................... 9 
Sistema Nervoso Central (SNC) ...................................................................................................................................9 
Sistema Cardiovascular (SCV) ......................................................................................................................................9 
Músculos ....................................................................................................................................................................9 
Sangue ........................................................................................................................................................................9 
Usos Clínicos ...............................................................................................................................................................9 
Associação com vasoconstrictor .............................................................................................................. 9 
Anestésicos Gerais......................................................................................................................... 10 
Vias de Administração .......................................................................................................................... 10 
Anestésicos Inalatórios .............................................................................................................................................10 
Anestésicos Injetáveis ...............................................................................................................................................10 
Mecanismo de Ação .............................................................................................................................. 10 
Teoria Lipídica ...........................................................................................................................................................10 
Produção de Componentes Anestésicos ....................................................................................................................10 
Teoria Atual ..............................................................................................................................................................10 
Anestésicos Inalatórios ......................................................................................................................... 11 
Halogenados .............................................................................................................................................................11 
Óxido Nitroso ............................................................................................................................................................11 
Características Estruturais .........................................................................................................................................11 
Potência Anestésica ..................................................................................................................................................11 
Velocidade de Eliminação .........................................................................................................................................12 
Efeitos Farmacológicos .............................................................................................................................................12 
Características dos Anestésicos Gerais Inalatórios .................................................................................. 13 
Eflurano ....................................................................................................................................................................13 
Desflurano ................................................................................................................................................................13 
Isoflurano .................................................................................................................................................................13 
Sevoflurano...............................................................................................................................................................13 
Halotano ...................................................................................................................................................................14 
Óxido Nitroso ............................................................................................................................................................14 
Anestésicos Injetáveis ........................................................................................................................... 14 
Barbituratos ..............................................................................................................................................................14 
Ketamina ..................................................................................................................................................................14 
Outros Fármacos .......................................................................................................................................................14 
Características dos Anestésicos Gerais Injetáveis ................................................................................... 14 
Tiopental...................................................................................................................................................................15 
Ketamina ..................................................................................................................................................................15 
Etomidato .................................................................................................................................................................15 
Propofol ....................................................................................................................................................................16 
Midazolam ................................................................................................................................................................16 
 
 
Página 3 
@pedrojorgeantunes 
Anestésicos Locais 
Analgésicos e Anestésicos 
Antes de começar este conteúdo, é importante explicar um conceito que confunde muitas pessoas, que é a 
diferença entre analgésicos e anestésicos. Analgésicos são substâncias que inibem a síntese ou a liberação de 
mediadores da via da dor ou inflamação. 
Os anti-inflamatórios analgésicos podem ser esteroidais ou não. O mecanismo de ação dos anti-inflamatórios 
esteroidais (corticoides) é a inibição da ação e da síntese da fosfolipase A2, evitando a saída de ácido araquidônico da 
membrana celular, deixando as enzimas COX e LOX sem substrato. Enquanto isso, o mecanismo de ação dos anti-
inflamatórios não esteroidais (AINES) é a inibição das enzimas COX, responsáveis por gerar prostaglandinas ligadas a 
dor e inflamação. 
Os analgésicos opioides, por sua vez, interferemna liberação de substâncias ligadas a dor, estimulando 
indiretamente os neurônios inibidores da dor, o que aumenta a liberação de substâncias analgésicas e reduz a de 
substâncias algésicas. 
Por fim, os anestésicos tem seu mecanismo de ação centrado na inibição da condução elétrica da dor, impedindo 
a despolarização das fibras sensoriais nociceptivas. 
Condução da Dor 
1. Lesão celular devido a algum estímulo nocivo; 
2. Ativação dos neurônios nociceptores; 
3. Liberação de GGRP e substância P pelos nociceptores ativados; 
4. Degranulação dos mastócitos, liberando serotonina e histamina; 
5. Estimulação dos neurônios nociceptores pela serotonina, gerando um ciclo de dor. 
Sensibilidade das Fibras 
Fibras A 
São fibras mielinizadas e mais grossas, sendo as com maior velocidade de condução. 
Fibras B 
São fibras mielinizadas, mas não tão grossas, sendo capazes de conduzir mais rápido que as fibras C, mas não 
tão rápido quanto as fibras A. 
Fibras C 
São fibras não mielinizadas e mais finas, sendo as com menor velocidade de condução. 
Tipo da fibra: Sensibilidade aos anestésicos locais: 
A alfa + 
A beta ++ 
A gama ++ 
A delta +++ 
Fibras B ++++ 
Fibras C ++++ 
 
Os anestésicos locais tem como alvos principais as fibras do tipo C e A delta, já que essas são as fibras nervosas 
condutoras da dor. 
Página 4 
@pedrojorgeantunes 
Cocaína 
Primeiro anestésico local, descoberto em 1860, sendo extraída da planta Erythroxylon coca. 
Mecanismo de Ação 
Inibe a recaptação dos neurônios adrenérgicos (ação estimulante) 
Bloqueia canais de sódio (ação anestésica local) 
Efeitos 
• Bem estar 
• Euforia 
• Agitação 
• Atividade motora aumentada (pequena quantidade) 
• Tremores e convulsões (alta quantidade) 
• Vômitos 
• Depressão respiratória (pode ser fatal) 
• Aumento da temperatura corporal 
Meia Vida 
A cocaína é um éster, portanto, é substrato para as enzimas esterases, o que faz com que a meia vida dessa 
molécula seja curta, de mais ou menos 50 minutos. 
Família Éster 
Moléculas similares a cocaína, possuindo um grupamento éster em sua estrutura. A cocaína também faz parte 
dessa família! 
Procaína 
Possui um grupamento éster no meio da cadeia, só que com uma 
cadeia carbônica mais longa que a da cocaína. Suas extremidades são 
quase iguais a da cocaína, com um anel aromático de um lado e uma 
amina do outro. 
As moléculas da família éster são anfipróticas, possuindo uma 
região apolar hidrofóbica, que é o anel aromático, e outra região polar 
hidrofílica, que é a amina. 
Tetracaína 
Possui cadeias mais curtas que a procaína no lado da amina, reduzindo de dois carbonos para um só. Mas em 
compensação possui uma cadeia bem mais longa no lado do anel aromático, indo de nenhum carbono para quatro 
carbonos, o que caracteriza o nome “tetra-” (quatro) -caína (similar a cocaína), além de tornar o fármaco mais 
lipossolúvel, o que é preferível para seu uso odontológico. 
Benzocaína 
Integrante da família éster que não possui o grupamento amina em uma das extremidades, sendo bem mais 
lipossolúvel que as outras, o que impede sua administração parenteral. A benzocaína é comumente utilizada na forma 
de pomada anestésica local. 
Família Amida 
Lidocaína 
Assim como a família éster, a família amida possui um anel aromático 
em uma extremidade e uma amina na outra. No entanto, a região do meio, 
ao invés de possuir o grupo funcional éster, possui uma amida, como o 
próprio nome sugere. 
Figura 1: Molécula de cocaína. 
Figura 2: Molécula de procaína. 
Figura 3: Molécula de lidocaína. 
Página 5 
@pedrojorgeantunes 
Dibucaína 
Possui dois anéis aromáticos, ao invés de um, o que a torna bem mais lipossolúvel que a lidocaína. Além disso, 
possui uma cadeia de quatro carbonos ligada a um dos anéis, o que favorece ainda mais sua lipossolubilidade. 
Prilocaína 
Similar a lidocaína, mas ao invés de ter duas cadeias com dois carbonos ligadas ao átomo de nitrogênio, possui 
uma cadeia de um carbono e outra de três carbonos. É muito utilizada por dentistas. 
Bupivacaína e Ropivacaína 
Possuem anéis nas duas extremidades, embora o anel do lado da amina não seja aromático e ainda possua o 
grupo funcional usual. Possuem caráter um pouco mais lipofílico que a lidocaína. São comumente utilizadas na 
obstetrícia. 
Obs: A família amida possui caráter mais lipofílico que a família éster, o que facilita a passagem dos fármacos 
pelas membranas. Além disso, as moléculas da família amida não são substratos para as enzimas esterases, o que faz 
com que o tempo de meia vida das mesmas seja maior. 
Características Estruturais 
Taxa de Hidrólise 
A adição de cadeia carbônicas no lugar de hidrogênios torna a taxa de hidrólise da molécula mais baixa, como o 
que acontece entre a procaína (taxa de hidrólise = 1,1 mol/ml por hora) e a tetracaína (taxa de hidrólise = 0,25 mol/ml 
por hora), por causa do substituição de um -H por -C4H9. 
Solubilidade lipídio/água 
Outro fator que importante que muda dependendo da estrutura do fármaco é sua solubilidade lipídio/água, 
sendo esse coeficiente diretamente proporcional com a lipossolubilidade da molécula, ou seja, seu caráter apolar. No 
grupo das amidas isso fica evidente quando comparamos a solubilidade lipídio/água dos seguintes fármacos: 
• Mepivacaína (lipídio/água = 0,8) 
• Ropivacaína (lipídio/água = 2,8) 
• Bupivacaína (lipídio/água = 27,5) 
Porcentagem de Ligação às Proteínas Plasmáticas 
Outro fator associado diretamente com a lipossolubilidade das moléculas é sua capacidade de ligação às 
proteínas plasmáticas, então utilizaremos novamente as moléculas citadas acima: 
• Mepivacaína (% de ligação às PP = 77,5) 
• Ropivacaína (% de ligação às PP = 94,0) 
• Bupivacaína (% de ligação às PP = 95,6) 
 
Página 6 
@pedrojorgeantunes 
 
Potência e Duração 
Família Éster 
1. Cocaína 
a. Potência: 2 vezes a da procaína 
b. Duração: Curta 
2. Procaína 
a. Potência: 1 vez a sua própria 
b. Duração: Curta 
3. Tetracaína 
a. Potência: 16 vezes a da procaína 
b. Duração: Longa 
4. Benzocaína 
a. (Uso tópico) 
Família Amida 
1. Lidocaína 
a. Potência: 4 vezes a da procaína 
b. Duração: Média 
2. Prilocaína 
a. Potência: 3 vezes a da procaína 
b. Duração: Média 
3. Mepivocaína 
a. Potência: 2 vezes a da procaína 
b. Duração: Média 
4. Bupivacaína 
a. Potência: 16 vezes a da procaína 
b. Duração: Longa 
5. Etidocaína 
a. Potência: 16 vezes a da procaína 
b. Duração: Longa 
6. Ropivacaína 
a. Potência: 16 vezes a da procaína 
b. Duração: Longa 
Relação Estrutura – Atividade 
Peso Molecular 
O aumento do peso molecular resulta em maior potência anestésica, com um limite de 9 Angstroms de peso 
molecular, pois mais que isso não é capaz de se ligar no canal de sódio. 
Tamanho da Cadeia 
Aumento da cadeia lipídica favorece a solubilidade lipídica e reduz a solubilidade em água. 
Alterações no Grupo Aromático ou Amino 
Alterações no grupo aromático ou amino interferem com o coeficiente de partição lipídio/água. Por exemplo, a 
presença de um radical butila ligado ao anel aromático da tetracaína aumenta em 100 vezes sua lipossolubilidade, o 
que aumenta também sua potência anestésica e a duração de seu efeito em relação à procaína. 
Presença de Halogênio 
A introdução de um halogênio na molécula aumenta sua velocidade de hidrólise e reduz sua toxicidade. Ex: 
procaína -> Clorprocaína. 
Ausência de Radical Metila 
A ausência de um grupo metila na posição 6 do anel aromático torna a metabolização do fármaco mais rápida 
e diminui sua toxicidade. Ex: Prilocaína, se comparada com a Lidocaína. 
Grupo Carbonila e Basicidade 
O grupo carbonila (-C=O) é crucial para a atividade anestésica, estando presente em todos os anestésicos. Além 
disso, todos os anestésicos são bases fracas. 
Ionização 
Em solução, os anestésicos apresentam uma forma catiônica (RNH3+) e aniônica (Cl-), sendo a catiônica aquela 
com ação anestésica. A forma catiônica dos anestésicos fica em equilíbrio entre sua forma ionizada e não ionizada,sendo a não ionizada aquela que atravessa as barreiras celulares e a ionizada a que inibe os canais de sódio. 
Página 7 
@pedrojorgeantunes 
Equilíbrio da forma catiônica: RNH3+ (ionizada) ↔ RNH2 + H+ (não ionizada) 
Cálculo a partir do pH 
Todos os anestésicos locais são bases fracas com pKa acima de 7,9. Se colocarmos um fármaco de pKa = 7,9 em 
um meio de pH = 7,9 teremos a mesma quantidade de moléculas na forma ionizada e não ionizada. No entanto, o 
corpo humano não tem regiões com pH extremamente básico, o que faz com que a fração do anestésico na forma não 
ionizada seja sempre menos que a metade. 
Além disso, locais inflamados tem pH ainda mais ácido que o normal, o que diminui ainda mais a fração de 
moléculas não ionizadas do fármaco. Por esse motivo, é importante tratar qualquer inflamação antes de se administrar 
um anestésico, ou sua ação será prejudicada. 
A equação entre a forma ionizada e não ionizada de uma molécula pode ser vista na figura 4, a seguir: 
 
 
 
 
Mecanismo de Ação 
O mecanismo de ação dos anestésicos locais é o bloqueio reversível do potencial de ação responsável pela 
condução nervosa. Este bloqueio causa paralisia motora e sensorial na área inervada, através da inibição no 
funcionamento dos canais de sódio das fibras nervosas locais. 
Canais de Sódio 
O canal de Na+ presente no cérebro de mamíferos é uma proteína de membrana, com mais de 300.000 daltons 
de peso molecular. 
Canais de Na+ também podem ser chamados de receptores alfa, e possuem 4 subunidades (domínios), cada 
uma com 6 segmentos. A junção dos 4 domínios do receptor alfa forma o poro do canal de Na+, estando o segmento 
4 sempre para dentro do canal, pois ele é o responsável por identificar se o íon presente no canal é Na+ ou não. Além 
dos 4 domínios, o canal de sódio possui uma alça responsável por sua inativação temporária. 
Ação Anestésica 
Canais de sódio possuem 3 estados de funcionamento: 
Fechado: Alguma ou algumas subunidades do canal estão em conformação fechada, impedindo seu 
funcionamento. 
Aberto: Todas as subunidades estão abertas e a alça 
também está aberta, possibilitando a entrada de Na+. 
Inativado: Todas as subunidades estão abertas, mas 
a alça está fechada, deixando o canal inativado, ou seja, 
não há passagem de sódio. 
Os anestésicos locais atuam se ligando no centro do 
canal de sódio, pelo interior da célula, induzindo o estado 
inativado do canal. Esse processo depende de que todos 
os domínios do canal estejam abertos, ou seja, que o 
mesmo esteja no estado aberto, para que então seja 
colocado no estado inativado. 
Biotransformação 
Cocaína 
1. Cocaína sofre desmetilação, gerando benzoil-ecgonina. 
Figura 4: Equação de Henderson-Hasselbalch 
Figura 5: Mecanismo de ação dos anestésicos locais. 
Página 8 
@pedrojorgeantunes 
2. Benzoil-ecgonina sofre hidrólise, se dividindo em ácido benzoico e ecgonina. 
Obs: Ecgonina e benzoil-ecgonina são as duas moléculas avaliadas no exame de doping que indicam uso de 
cocaína, caso sejam encontradas na urina. 
Procaína 
1. Procaína sofre hidrólise diretamente, se dividindo em pABA e dietilamino-etanol. 
Lidocaína 
Lidocaína, por ser da família das amidas e não dos ésteres, não sofrerá uma reação de hidrólise pelas esterases 
plasmáticas, sendo metabolizada no fígado. 
1. Lidocaína sofre N-desalquilação, gerando monoetilglicina xilidida 
2. Moetilglicina xilidida, ao ser desalquilada, hidroxilada e conjugada com sulfato, gera xilidida, sendo essa a 
molécula encontrada na urina. 
Prilocaína 
1. Prilocaína sofre hidrólise e é dividida em N-propilalanina e orto-toluidina, 
 Obs: A orto-toluidina é um metabólito tóxico, que induz meta-hemoglobinemia (hemoglobina livre no plasma, 
em decorrência da morte de hemácias). 
Farmacocinética 
Ropivacaína e Bupivacaína são largamente utilizados em obstetrícia devido às suas altas taxas de ligação às 
proteínas plasmáticas, o que impede a passagem desses fármacos, em quantidades significantes, pela barreira 
placentária. 
Procaína 
Baixa potência, início lento e curta duração. É utilizado somente para infiltração. 
Cloroprocaína 
Rápido início de ação, acompanhado de uma curta duração. 
Sua toxicidade, a maioria das vezes, parece ser consequência do metabisulfito, utilizado como conservante 
desse e de vários outros anestésicos locais. 
Tetracaína 
De início lento e longa duração. É mais potente e tem maior duração de ação do que a procaína e a lidocaína. 
Apresenta alta lipossolubilidade (grupo butila), o que a faz a molécula permanecer por mais tempo no canal. 
Apresenta maior toxicidade do que os outros ésteres anestésicos, por conta de sua lenta metabolização. É 
utilizado na anestesia espinhal e tópica. 
Articaína 
Rápido início de ação e curta duração do efeito. Possui grupo éster no anel tifeno que é metabolizado pelas 
esterases. Seu rápido metabolismo diminui sua toxicidade. É comumente utilizado na odontologia. 
Mepivacaína 
Ação intermediária. Possui propriedades farmacológicas similares à da lidocaína, mas é tóxica ao neonato, então 
não deve ser administrada na obstetrícia. 
Prilocaína 
Ação intermediária. Se destaca por causar menos vasodilatação, já que a maioria dos anestésicos locais provoca 
vasodilatação moderada. Causa meta-hemoglobinemia, que pode ser tratada com administração intravenosa de azul 
de metileno (1 a 2 mg/kg). 
Página 9 
@pedrojorgeantunes 
EMLA (Mistura Eutética de Anestésico Local) 
Combinação de prilocaína + lidocaína, pode ser utilizada topicamente no lugar da benzocaína. 
Bupivacaína 
Rápido início de ação e longa duração. É usada no parto e na analgesia pós-operatória por produzir maior 
bloqueio sensorial do que motor. Produz cadiotoxicidade, por demorar mais para se dissociar do canal de Na+ durante 
a diástole cardíaca, podendo ocasionar uma arritmia ventricular e depressão miocárdica. 
A bupivacaína é comercializada como uma mistura racêmica, mas também existe a levo-bupivacaína, que possui 
apenas a forma mais potente e menos cardiotóxica da molécula. 
Ropivacaína 
Rápido início de ação e longa duração. É menos cardiotóxica do que a bupivacaína, mas também é um pouco 
menos potente. Costuma ser utilizada em grávidas que tenham problemas cardíacos. 
Farmacodinâmica 
Sistema Nervoso Central (SNC) 
• Hiperventilação 
• Euforia 
• Excitação 
• Desorientação 
• Confusão 
• Vertigem 
• Tremores 
• Convulsão 
• Depressão 
• Exaustão 
• Coma 
• Parada Respiratória 
• Parada Cardíaca 
Sistema Cardiovascular (SCV) 
Bradicardia 
Hipotensão arterial (A maioria dos anestésicos 
locais são vasodilatadores) 
Hipertensão arterial (ROPI e BUBI são 
vasoconstrictoras) 
Músculos 
Relaxamento muscular 
Sangue 
Meta-hemoglobinemia (prilocaína) 
Usos Clínicos 
• Anestesia tópica 
• Infiltração gengival 
• Bloqueio nervoso 
• Anestesia pela via epidural (peridural) e raque (subaracnóide) 
• Inibição da fibrilação cardíaca (uso de lidocaína pela via IV) 
Associação com vasoconstrictor 
Os anestésicos locais são comumente administrados com um agente vasoconstrictor, geralmente a adrenalina. 
A ação vasoconstrictora da adrenalina é bem acentuada, sendo necessária apenas uma gota de adrenalina para 10 ml 
de solução anestésica, o que representa uma proporção de aproximadamente 1: 200.000, ou 5 ug/ml. Na odontologia 
pode-se encontra soluções mais concentradas do que isso, indo de 10 ug/ml até 20 ug/ml. 
A adrenalina se opões a ação vasodilatadora dos anestésicos, o que reduz as chances de consequências 
vasculares, além de aumentar o efeito anestésico local. 
Além da adrenalina, também podem ser utilizados miméticos do ADH, que estimulem seletivamente o receptor 
V1, responsável por vasoconstricção. O receptor V2 é o responsável pela ação antidiurética do hormônio, mas não é 
desejável nesse caso. 
Página 10 
@pedrojorgeantunes 
Anestésicos Gerais 
Os anestésicos gerais, diferentemente dos anestésicos locais, promovem uma depressão global, porém 
reversível, do SNC,resultando na perda da percepção e resposta a todos os estímulos externos. 
O estado anestésico é um conjunto de mudanças no comportamento e percepção, o que inclui: 
• Amnésia 
• Imobilidade frente a estímulos nocivos 
• Diminuição das respostas autonômica 
• Analgesia (nem todos os anestésicos causam analgesia) 
• Inconsciência 
Vias de Administração 
Os anestésicos gerais podem ser administrados de duas formas principais, pela via inalatória, ou pela via 
injetável. Isso faz com que os mesmos se dividam em dois grupos de acordo com sua via de administração: 
Anestésicos Inalatórios 
• Óxido Nitroso 
• Cilopropano (caiu em desuso) 
• Dietiléter (caiu em desuso) 
• Enflurano 
• Metoxiflurano 
• Isoflurano 
• Clorofórmio 
• Halothano 
Anestésicos Injetáveis 
• Tiopental 
• Metohexital 
• Ketamina 
• Propofol 
• Etomidato 
• Midazolam 
Mecanismo de Ação 
O mecanismo de ação dos anestésicos gerais foi, por muito tempo, um dos maiores mistérios da farmacologia. 
Teoria Lipídica 
Em 1937, foi criada a teoria lipídica para os anestésicos gerais inalatórios, através da correlação de Overton-
Meyer. Essa correlação mostrou que, quanto mais lipossolúvel a molécula, maior sua potência anestésica, precisando 
assim de uma dose menor do fármaco para surtir o efeito desejado. Essa afirmativa estava certa, mais ainda não 
explicava o mecanismo de ação dos anestésicos gerais. 
Produção de Componentes Anestésicos 
Com o tempo, evidências suportavam a hipótese de que diferentes anestésicos gerais produzissem 
componentes específicos de anestesia por ação em diferentes alvos moleculares. Sendo esse o caminho para 
explicação do mecanismo de ação. 
Teoria Atual 
Hoje, sabe-se que os anestésicos gerais atuam em diferentes alvos moleculares que promovem sedação, o que 
inclui: 
Modulação alostérica positiva nos receptores GABAA 
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@pedrojorgeantunes 
Efeito produzido por: halogenados, propofol, barbituratos e etomidato. 
Modulação alostérica positiva nos receptores de glicina 
Efeito produzido por: propofol e barbituratos. 
Antagonismo não-competitivo no receptor NMDA (glutamatérgico) 
Efeito produzido por: ketamina, óxido nitroso, ciclopropano e xenônio. 
O receptor glutamatérgico NMDA possui 4 subunidades e é do tipo ionotrópico, ou seja, abre um canal iónico 
enquanto o glutamato estiver ligado. O canal iónico em questão é um canal de cálcio (Ca2+), que não funciona caso 
haja um átomo de magnésio (Mg2+) no meio do canal, agindo como se fosse um portão. 
O receptor GABAA também é ionotrópico, mas para canais de cloreto (Cl-), ou seja, enquanto a molécula de 
GABA estiver ligada ao receptor, ela irá promover uma hiperpolarização do neurônio, dificultando a formação do 
potencial de ação. Além disso, os canais de cloreto não possuem um “portão” como os de (Ca2+). 
Os anestésicos inalatórios ainda têm outros alvos moleculares: 
Ativação dos canais de potássio (K+) conhecidos como canais de domínio de 2 poros (K2P) 
Efeito produzido por: halogenados, óxido nitroso, ciclopropano e xenônio. 
Anestésicos Inalatórios 
Halogenados 
Enflurano 
Éter halogenado. Possui grupo éter no meio da cadeia, 4 átomos de flúor e 1 átomo de cloro. 
Desflurano 
Éter halogenado. Possui grupo éter no meio da cadeia, 5 átomos de flúor e nenhum átomo de cloro. 
Isoflurano 
Éter halogenado. Possui grupo éter no meio da cadeia, 4 átomos de flúor e 1 átomo de cloro. O cloro se localiza 
em posição diferente daquele presente na estrutura do enflurano. 
Sevoflurano 
A estrutura do sevoflurato é maior que a dos outros éteres, possuindo 4 carbonos, ao invés de 3, além de ter 7 
átomos de flúor. 
Halotano 
Fármaco halogenado, mas que não é um éter. Possui 3 átomos de flúor, 1 de cloro e 1 de bromo. 
Óxido Nitroso 
Óxido Nitroso 
Não é um éter e nem um composto halogenado. 
Características Estruturais 
• A introdução de halogênios na molécula aumenta a potência anestésica; 
• A introdução do flúor reduz a inflamabilidade e confere estabilidade; 
• A introdução de iodo ou bromo tornam o hidrocarboneto mais instável; 
• Insaturações aumentam a toxicidade da molécula. 
Potência Anestésica 
A potência dos anestésicos inalatórios é medida pela concentração alveolar mínima (CAM), na qual 50% dos 
pacientes permanecem imóveis diante de um estímulo doloroso definido, como uma incisão na pele. De maneira 
simplificada, a CAM está para os anestésicos inalatórios, assim como a EC50 está para os outros tipos de fármacos. 
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@pedrojorgeantunes 
• Lipossolubilidade é proporcional à potência anestésica. 
• Lipossolubilidade é proporcional à entrada no tecido. 
• Lipossolubilidade é inversamente proporcional à pressão parcial no sangue. 
Além disso, quanto menos lipossolúvel o fármaco, mais rápido o início, mas também o término, de sua ação. 
O Halotano é o anestésico inalatório mais apolar e, portanto, é o mais potente. Enquanto que o óxido nitroso 
(N2O) é o mais polar, sendo o menos potente do grupo. 
Velocidade de Eliminação 
O N2O é rapidamente eliminado do corpo, devido à sua alta pressão parcial no sangue, o que aumenta a força 
de transferência do fármaco para o ar expirado. Além disso, já que a entrada no tecido é menor (pouca lipofilicidade), 
a eliminação se torna mais rápida. 
O halotano, por outro lado, é lentamente eliminado pelo corpo, por causa de sua baixa pressão parcial no sangue 
e alta capacidade de penetrar nos tecidos. 
Efeitos Farmacológicos 
 
 
Hipotensão 
Todos os anestésicos inalatórios causam queda na pressão arterial, sendo o sevoflurano o que causa queda mais 
lenta e o isoflurano o que causa queda mais rápida. 
Diminuição no Débito Cardíaco 
Os anestésicos inalatórios costumam diminuir o débito cardíaco, embora alguns mantenham o funcionamento 
do coração razoavelmente estável. Com relação ao débito cardíaco, o sevoflurano é o que mais provoca diminuição, 
enquanto que o isoflurano é o que menos reduz a atividade do coração. 
Aumento da Pressão de CO2 
Todos os anestésico inalatórios aumentam a pressão sanguínea de CO2, e em proporções bem similares. 
Queda no Volume Respiratório 
Figura 7: Gráfico da pressão arterial e do débito cardíaco, 
com a administração de anestésicos inalatórios. 
Figura 6: Gráfico da pressão de CO2 e do volume respiratório 
por minuto, com a administração de anestésicos inalatórios. 
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@pedrojorgeantunes 
Todos os anestésicos inalatórios reduzem o volume de inalação por minuto, sendo o enflurano o fármaco do 
grupo que menos contribui para esse efeito. 
Características dos Anestésicos Gerais Inalatórios 
Eflurano 
Partição óleo: gás = 98,5 
Usos clínicos = manutenção da anestesia geral 
Detalhes: 
• Não é inflamável 
• Apresenta ação relaxante muscular 
• Aumenta a pressão intracraniana 
• Diminui o metabolismo cerebral 
• Diminui o fluxo sanguíneo renal 
• Relaxa o músculo liso uterino 
• Pode causas convulsões 
• Pode causar hipertermia maligna (não é febre, o músculo fica com hipertermia por excesso de cálcio) 
Desflurano 
Partição óleo: gás = 16,7 
Usos clínicos = Indução e manutenção da anestesia geral 
Detalhes: 
• Não é inflamável 
• Apresenta ação relaxante muscular 
• Causa irritação das vias aéreas 
• Aumenta a pressão intracraniana 
• Diminui o metabolismo cerebral 
• Relaxa o músculo liso uterino 
• É potencialmente nefrotóxico 
Isoflurano 
Partição óleo: gás = 90,8 
Usos clínicos = Indução e manutenção da anestesia geral 
Detalhes: 
• Não é inflamável 
• Diminui o metabolismo cerebral 
• Diminui o fluxo sanguíneo renal 
• Relaxa o músculo liso uterino 
Sevoflurano 
Partição óleo: gás = 53,4 
Usos clínicos = Indução e manutenção da anestesia geral 
Detalhes: 
• Não é inflamável 
• Apresenta ação relaxante muscular 
• Reage com CO2, causando queimaduras nas vias aéreas 
• Aumenta a pressão intracraniana 
• Relaxa o músculo liso uterino 
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@pedrojorgeantunes 
• É potencialmente nefrotóxico 
Halotano 
Partição óleo: gás= 224 
Usos clínicos = Indução e manutenção da anestesia geral 
Detalhes: 
• Não é inflamável 
• É sensível à luz 
• Apresenta ação relaxante muscular moderada 
• Aumenta a pressão intracraniana 
• Diminui o metabolismo cerebral 
• Diminui o fluxo de sangue renal 
• Relaxa o músculo liso uterino 
• Pode causar hipotermia maligna 
• É potencialmente hepatotóxico 
Óxido Nitroso 
Usos clínicos: Analgesia e sedação na odontologia 
Detalhes: 
• Não é inflamável 
• Possui ação analgésica 
• Possui ação sedativa, mas é mais fraco que os outros anestésicos 
Anestésicos Injetáveis 
Barbituratos 
Metohexital sódico (Oxi-barbiturato) 
Anel aromático com um óxido de sódio no carbono 2. 
Tiopental (Tio-barbiturato) 
Anel aromático com um átomo de enxofre no carbono 2. 
Fenobarbital 
É utilizado como anticonvulsivante. 
Obs: Formação dos Barbituratos 
Ácido Malônico + Ureia -> Maloniluréia + 2 H2O -> Ácido barbitúrico + (grupamentos no anel) -> Barbituratos 
Ketamina 
Apresenta dois anéis aromáticos e é o único anestésico venoso com propriedades analgésicas. 
Outros Fármacos 
• Propofol 
• Etomidato 
• Midazolam 
Características dos Anestésicos Gerais Injetáveis 
Os barbituratos são sais hidrossolúveis e derivados do ácido barbitúrico, embora o mesmo não apresente 
atividade depressora do SNC. Os barbituratos são gerados a partir de mudanças estruturais nos carbonos 2 ou 5, no 
nitrogênio ou na substituição do oxigênio por um enxofre, tudo isso no anel aromático do ácido barbitúrico. 
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@pedrojorgeantunes 
Tiopental 
É o principal barbiturato ainda utilizado como anestésico. Costuma ser comercializado como sal sódico de 
tiopental, que é um pó amarelo e hidroscópico (absorve umidade). 
• Solúvel em água ou solução salina 
• Estabilidade máxima de 2 semanas 
• pH da solução de tiopental a 2,5% = 10,5 (irritante para tecidos orgânicos) 
• pKa = 7,6 
• Fração não ionizada no pH = 7,4 (sanguíneo) = 61% 
• Ligação às proteínas plasmáticas = 85% 
Mecanismo de ação: Alosterismo positivo dos receptores GABAA e de Glicina. 
Farmacocinética: 
• Distribuição rápida para o cérebro e órgãos mais vascularizados 
• Perda da consciência: 10 a 15 segundos 
• Estado anestésico: 5 a 10 minutos 
• Biotransformação: Oxidação dos radicais no C5 e hidrólise do anel. No caso dos tio-barbituratos, 
também ocorre a dessulfuração da molécula. 
Ketamina 
É uma anilciclo-hexilamina estruturalmente relacionada à fenciclidina (PCP). Também é o único anestésico 
injetável com ação analgésica. 
• Muito lipossolúvel, cerca de 10 vezes mais que o tiopental 
• Pka = 7,5 (é parcialmente ionizada, ou seja, tem hidrossolubilidade moderada, ao pH = 7,4) 
• Como é uma base orgânica, sua ionização é maior em solução ácida (pH = 3,5 a 5,5), tornando o 
fármaco mais apropriado para administração intravenosa (IV) ou intramuscular (IM). 
Mecanismo de ação: Antagonismo não competitivo do receptor NMDA glutamatérgico. 
Farmacocinética: 
• Age rapidamente sobre o SNC, só que um pouco mais lentamente que o tiopental 
• Atinge rapidamente os órgãos mais vascularizados 
• Perda de consciência: 2 a 4 minutos 
• Estado anestésico: 10 a 15 minutos 
• É metabolizada por enzimas hepáticas, onde sofre: N-desmetilação -> hidroxilação -> conjugação com 
ácido glicurônico. 
Etomidato 
É um imidazol-carboxilato. Possui característica de base orgânica não ionizável em solução aquosa, o que indica 
que é fracamente hidrossolúvel. Para resolver isso, é preparada uma solução em 35% de propilenoglicol, a um pH de 
4,5-5,0. 
Mecanismo de ação: Alosterismo positivo dos receptores GABAA. 
Farmacocinética: 
• Potência 25 vezes maior que o tiopental 
• Estado de hipnose: 3 a 5 minutos 
• É metabolizado por enzimas hepáticas e esterases plasmáticas, sofrendo hidroxilação 
• Eliminação renal 
• Alta taxa de ligação às proteínas plasmáticas (75%), principalmente à albumina sérica 
• Índice terapêutico (IT) seis vezes maior que o tiopental e 3 vezes maior que metohexital. 
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@pedrojorgeantunes 
Propofol 
É um ácido orgânico fraco, com um pKa = 11, encontrando-se quase que totalmente na forma não-ionizada em 
pH = 7,4. Possui baixo peso molecular. 
Mecanismo de ação: Alosterismo positivo dos receptores GABAA e Glicina. 
Farmacocinética: 
• Rápida distribuição 
• Perda de consciência em 1 minuto 
• Despertar após 4 a 8 minutos 
• Não faz sedação pós-operatória 
• Metabolização hepática 
• Eliminação de conjugados glicurônicos na urina, sem metabólitos ativos 
Midazolam 
É um derivado imidazo-benzodiazepínico de curta duração, utilizado como agente sedativo-hipnótico, pré-
anestésico amnésico e de indução. 
• Foi o primeiro benzodiazepínico (BZD) a formar sais solúveis em água 
• Apresenta incidência muito baixa de dor local, rubor e tromboflebite 
• As doses por via oral são duas vezes maiores que as por via IV, devido ao efeito de primeira passagem 
Mecanismo de ação: Alosterismo positivo dos receptores GABAA e Glicina. 
Efeitos farmacológicos: 
• Em doses sedativas, pode aumentar a resistência das vias aéreas e induzir apneia central 
• Produz discreta diminuição da pressão arterial, débito cardíaco e resistência vascular sistêmica 
• Reduz a pressão intraocular 
• Sua associação com propofol e opioides potencializa os efeitos amnésico e hipnótico 
• Sua associação com opioides produz depressão respiratória intensa, mas com propofol esse efeito não 
foi observado

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