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Farmacologia 2 - Antipsicóticos

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Página 1 
@pedrojorgeantunes 
Farmacologia 2: Antipsicóticos 
Sumário 
Psicose ............................................................................................................................................ 3 
Sintomas da Psicose ................................................................................................................................ 3 
Sintomas Positivos ......................................................................................................................................................3 
Sintomas Negativos.....................................................................................................................................................3 
Hipótese Dopaminérgica ......................................................................................................................... 3 
Vias Dopaminérgicas ...................................................................................................................................................3 
Dopamina e Psicose ....................................................................................................................................................3 
Hipótese da Hipofunção Glutamatérgica .....................................................................................................................4 
Receptores Dopaminérgicos .................................................................................................................... 4 
Família D1 ...................................................................................................................................................................4 
Família D2 ...................................................................................................................................................................4 
Antipsicóticos Típicos ...................................................................................................................... 4 
Classificação dos Antipsicóticos ............................................................................................................... 4 
Efeitos Colaterais Mais Comuns ..................................................................................................................................4 
Antipsicóticos Típicos .............................................................................................................................. 5 
Fenotiazínicos Alifáticos ..............................................................................................................................................5 
Fenotiazínicos Piperazínicos ........................................................................................................................................5 
Fenotiazínicos Piperidínicos ........................................................................................................................................5 
Butirofenonas .............................................................................................................................................................5 
Outras Classes .............................................................................................................................................................5 
Mecanismo de Ação e Efeitos Adversos ................................................................................................... 6 
Mais Efeitos Adversos .................................................................................................................................................6 
Clorpromazina x Haloperidol .......................................................................................................................................6 
Antipsicóticos Atípicos ..................................................................................................................... 6 
O que são os novos antipsicóticos? .......................................................................................................... 6 
Controle Serotoninérgico da Liberação de Dopamina ............................................................................... 7 
Via Mesolímbica ..........................................................................................................................................................7 
Via Mesocortical .........................................................................................................................................................7 
Via Nigroestriatal ........................................................................................................................................................7 
Via Tuberoinfundibular ...............................................................................................................................................7 
Grupos dos Antipsicóticos Atípicos .......................................................................................................... 7 
Dibenzodiazepínicos ...................................................................................................................................................7 
Tienobenzodiazepínicos ..............................................................................................................................................7 
Benzisoxazol ...............................................................................................................................................................7 
Benzisotiazolil piperazínico .........................................................................................................................................8 
Dibenzo-oxepino pirrol ...............................................................................................................................................8 
Quinolinona ................................................................................................................................................................8 
Principais Antipsicóticos Atípicos ............................................................................................................ 8 
Clozapina ....................................................................................................................................................................8 
Olanzapina ..................................................................................................................................................................8 
Risperidona .................................................................................................................................................................8 
Quatiapina ..................................................................................................................................................................8 
Ziprasidona .................................................................................................................................................................8 
Usenapina ...................................................................................................................................................................8 
Sulpirida ......................................................................................................................................................................9 
Amisulprida .................................................................................................................................................................9 
Página 2 
@pedrojorgeantunes 
Farmacocinética dos Antipsicóticos ......................................................................................................... 9 
Usos Clínicos dos Antipsicóticos .............................................................................................................. 9 
Indicações Psiquiátricas ..............................................................................................................................................9Indicações Não-psiquiátricas .....................................................................................................................................10 
Desordem Bipolar.......................................................................................................................... 10 
BP-1 ..................................................................................................................................................... 10 
BP-2 ..................................................................................................................................................... 10 
Estabilizadores do Humor ..................................................................................................................... 10 
Lítio ...........................................................................................................................................................................10 
Valproato ..................................................................................................................................................................11 
Carbamazepina .........................................................................................................................................................11 
Lamotrigina ...............................................................................................................................................................11 
 
Página 3 
@pedrojorgeantunes 
Psicose 
A psicose é definida como um distúrbio severo da percepção da realidade. Ela é provocada por uma integração 
desordenada entre o sistema límbico e o córtex cerebral, gerando uma situação de cérebro ilógico, ou psicótico. 
Essa percepção deturpada da realidade pode ocorrer para mais, de forma exacerbada, ou para menos, de forma 
embotada. Os sinais exacerbados da psicose são chamados de sintomas positivos (esquizofrenia), enquanto que os 
sinais embotados são chamados de sintomas negativos (depressão / autismo). 
Sintomas da Psicose 
Sintomas Positivos 
São mais comuns no começo da doença e incluem: 
• Alucinações auditivas e visuais 
• Agitação 
• Desconfiança 
• Sentimentos de perseguição 
• Pensamentos não desejáveis 
• Distorções e exageros da linguagem e dos gestos 
• Comportamento desorganizado 
• Comportamento catatônico 
Sintomas Negativos 
Os sintomas negativos da psicose são, em boa parte, comuns ao autismo. Dentre eles temos: 
• Afeto embotado 
• Retraimento emocional 
• Passividade 
• Retraimento social apático 
• Dificuldade de pensamento abstrato 
• Falta de espontaneidade 
• Atenção prejudicada 
• Alogia: Restrições na fluência e na produção do pensamento e do discurso 
• Avolição: Restrições na iniciação de comportamentos direcionados a um objetivo 
• Anedonia: Ausência de prazer 
Hipótese Dopaminérgica 
Havia sido observado que o abuso da anfetamina ou da cocaína, assim como o uso da levodopa ou da dopamina, 
desencadeavam surtos psicóticos. A partir disso, deduziu-se que os sinais positivos e sintomas da psicose derivam da 
superatividade da dopamina, especialmente nas estruturas límbicas. 
Mas se isso provoca os sintomas positivos, o que causa os sintomas negativos? 
Vias Dopaminérgicas 
Via Nigroestriatal – Conecta a substância negra aos gânglios da base (está envolvida com o Parkinson) 
Via Mesolímbica – Conecta o tegmento (meio do cérebro) ao nucleus accumbens (sistema de recompensa) 
Via Mesocortical – Conecta o tegmento (meio do cérebro) ao córtex cerebral 
Via Tuberoinfundibular – Ocorre no hipotálamo, sendo a menor das vias dopaminérgicas cerebrais 
Dopamina e Psicose 
Pacientes com esquizofrenia (sintomas positivos) apresentam atividade dopaminérgica aumentada na via 
mesolímbica, mas além disso, apresentam atividade dopaminérgica diminuída na via mesocortical, que está 
associada com déficits cognitivos e sintomas negativos. 
Página 4 
@pedrojorgeantunes 
Hipótese da Hipofunção Glutamatérgica 
A estimulação do receptor glutamatérgico NMDA, acoplado a canais de sódio, está envolvida na inibição da 
liberação de dopamina na via mesolímbica (sintomas positivos), mas aumenta a liberação na via mesocortical (sinais 
negativos). 
Portanto, o glutamato é uma parte importante na regulação da psicose, uma vez que a estimulação do seu 
receptor NMDA inibe os sintomas positivos e estimula os negativos, enquanto que uma redução na sinalização 
glutamatérgica irá aumentar os sinais positivos e reduzir os negativos. 
Receptores Dopaminérgicos 
Família D1 
Os receptores dopaminérgicos D1 são acoplados à proteína Gs estimulatória, então aumentam a quantidade de 
AMPc intracelular, o que promove despolarização. Essa família de receptores se divide em D1 e D5. 
Receptor D1: 
• Substância negra pars-reticulata (SNpr) 
• Córtex frontal 
• Núcleo Acc 
• Hipotálamo 
Receptor D5: 
• Hipotálamo 
• Striatum 
• Nucleus accumbens 
Família D2 
Os receptores dopaminérgicos D2, por outro lado, são acoplados à proteína Gi inibitória, reduzindo a quantidade 
de AMPc intracelular, o que favorece o efluxo de K+ e bloqueia o influxo de Ca2+. Os receptores dessa família são: D2, 
D3 e D4. 
Receptor D2: 
• Striatum 
• Substância negra pars-compacta (SNpc) 
• Pituitária 
• Córtex pré-frontal 
Receptor D3: 
• Nucleus accumbens 
• Substância negra pars-compacta (SNpc) 
• Área ventral tegmental 
Receptor D4: 
• Córtex pré-frontal 
• Hipotálamo 
• Amigdala 
• Hipocampo 
Antipsicóticos Típicos 
Classificação dos Antipsicóticos 
• Antagonista dos receptores D1 e D2 (Antipsicóticos Típicos, Tradicionais ou Convencionais) 
• Antagonistas de Serotonina-Dopamina (Antipsicóticos Atípicos ou Novos) 
• Lítio (Estabilizador do humor) 
Efeitos Colaterais Mais Comuns 
Os antipsicóticos de primeira geração, por não serem seletivos, acabavam por inibir os receptores 
dopaminérgicos em diversas vias. Dentre essas vias, temos a tuberoinfundibular, responsável por inibir a produção de 
prolactina, através da dopamina. No entanto, com o bloqueio dos receptores de dopamina, não haverá inibição, o que 
fará com que as taxas de prolactina subam, podendo gerar galactorréia, em homens e mulheres. 
Além disso, os antipsicóticos típicos inibem a sinalização da dopamina nas vias mesolímbica e mesocortical, o 
que resolve o excesso de dopamina em uma, mas piora a falta na outra. Por exemplo, um paciente com sintomas 
positivos de psicose precisa de uma inibição na via mesolímbica, que está com excesso de dopamina, mas sua via 
mesocortical possui uma concentração de dopamina baixa. Por esse motivo, caso o paciente seja tratado com um 
Página 5 
@pedrojorgeantunes 
antipsicótico antigo, ele apresentará uma melhora nos sintomas psicóticos positivos, mas terá mais sintomas 
psicóticos negativos. 
A ocupação de 60-75% dos receptores D2 está associada à eficácia antipsicótica, enquanto que >78% de 
ocupação desses receptores nos gânglios da base esteja associada com o risco de parkinsonismo (SEP – Síndrome 
extrapiramidal). 
Antipsicóticos Típicos 
Fenotiazínicos Alifáticos 
O primeiro antipsicótico que aliviou sinais e sintomas da psicose foi a clorpromazina (fenotiazínico), em 1950, 
quando ainda acreditava-se que haviam somente sintomas positivos da psicose, ou seja, somente manifestações 
ligadas à agitação, agressividade e esquizofrenia. 
 A partir da clorpromazina, foi criada a promazina e a triflupromazina. Todos os 3 fármacos apresentam 
estrutura tricíclica, com o anel central possuindo nitrogênio e enxofre como componentes. Além disso, os 3 possuem 
cadeia alifática ligada a algum anel, o que lhes garante o nome de fenotiazínicos alifáticos. 
A prometazina é um anti-histamínico que também pertence à família dos fenotiazínicos alifáticos, o que pode 
causar uma certa confusão. A verdade é que todos os fármacos dessa família possuem ação anti-histamínica e 
antipsicótica, mas em diferentes intensidades: 
Clorpromazina, Promazina e Triflupromazina– Possuem maior ação antipsicótica do que anti-histamínica; 
Prometazina – Possui maior ação anti-histamínica do que antipsicótica. 
Fenotiazínicos Piperazínicos 
Fármacos ansiolíticos que, assim como os fenotiazínicos, também possuem estrutura tricíclica, com presença 
de nitrogênio e enxofre no anel central. No entanto, os fármacos dessa família não apresentam cadeia alifática ligada 
à parte tricíclica, já que as cadeias laterais desses fármacos apresentam anel piperazínico, o que dá nome ao grupo. 
Os fármacos piperazínicos incluem: 
• Flufenazina 
• Perfenazina 
• Proclorperazina 
• Trifluoperazina 
Fenotiazínicos Piperidínicos 
Também apresentam estrutura tricíclica, com um anel central que possui nitrogênio e enxofre. No entanto, a 
cadeia anexa conta com um anel piperidina, o que justifica o nome de piperidínicos. São eles: 
• Mesoridazina 
• Tioridazina 
Butirofenonas 
Possuem característica bem lipofílica, pela presença de 3 ou 4 anéis, além de halogênios em sua estrutura. Hoje 
não são tão utilizados, somente como “sossega leão”, para cessar crises psicóticas. 
• Haloperidol 
• Droperidol 
• Mesoridazina 
• Tioridazina 
Uma das formulações mais comuns de “sossega leão” na clínica é a mistura de dois antipsicóticos clássicos, 
geralmente com o Haloperidol sendo um deles. Além disso, a mistura pode conter a Prometazina (anti-histamínico), 
que favorece o efeito antipsicótico e sedativo no paciente. 
 Outras Classes 
Dibenzoxazepínicos: • Loxapina 
Página 6 
@pedrojorgeantunes 
Diidroindólicos: 
• Molindona 
Toxantenos / Tioxantênicos: 
• Tiotixeno 
Difenil-butil-piperidínicos: 
• Pimozida 
Mecanismo de Ação e Efeitos Adversos 
No final da década de 60 e durante a de 70, reconheceu-se que a característica farmacológica essencial de todos 
os neurolépticos com propriedades antipsicóticas é a capacidade de bloquear receptores D2. Portanto, as ações 
terapêuticas dos antipsicóticos convencionais devem-se ao bloqueio dos receptores D2 na via mesolímbica, que é 
onde ocorre a hiperatividade dopaminérgica. No entanto, os receptores D2 de outras vias também são bloqueados, o 
que gera os efeitos colaterais característicos dos antipsicóticos, principalmente dos da primeira geração: 
• Via Nigroestriatal – Parkinsonismo induzido (síndrome extrapiramidal – SEP) 
• Via Mesocortical – Piora dos sintomas negativos e cognitivos da psicose 
• Via tuberoinfundibular – Hiperprolactinemia (aumento de prolactina no sangue) 
Mais Efeitos Adversos 
Assim como os antidepressivos, os antipsicóticos começam a surtir efeito após 15-21 dias. Além disso, a maioria 
desses fármacos, além de bloquear os receptores dopaminérgicos D1 e D2, também bloqueiam os receptores alfa1-
adrenérgicos, H1 (histamínicos) e os receptores muscarínicos, o que também ocorre com os antidepressivos. 
A inibição desses receptores gera importantes efeitos colaterais, que também são observados dentre os 
antidepressivos: 
Bloqueio alfa1: 
• Hipotensão 
• Sonolência 
Bloqueio H1: 
• Ganho de peso 
• Sonolência 
Bloqueio Muscarínico: 
• Boca seca 
• Visão turva 
• Constipação 
• Retenção urinária 
• Disfunção cognitiva 
Como os fármacos com efeitos anticolinérgicos podem piorar o delírio e a demência, os antipsicóticos atípicos 
com menor efeito antimuscarínico são preferidos para tratamentos longos, fazendo com que os típicos sejam pouco 
utilizados, ou pouco recomendados, nos dias atuais. 
Clorpromazina x Haloperidol 
Comparando a Clorpromazina, que foi o primeiro antipsicótico, com o Haloperidol, que é o mais utilizado dentre 
os antipsicóticos clássicos, podemos observar que: 
Clorpromazina – Provoca mais sedação e distúrbios autonômicos, sendo esse segundo um efeito colateral grave. 
Haloperidol – Provoca mais efeito extrapiramidal e antiemético. Embora o efeito extrapiramidal seja bem ruim, 
ainda é menos pior que distúrbios autonômicos, além disso, o efeito antiemético é algo bem leve. 
Portanto, o Haloperidol é preferível sobre a Clorpromazina, já que seus efeitos adversos são menos piores do 
que os dos outros antipsicóticos clássicos. 
Antipsicóticos Atípicos 
O que são os novos antipsicóticos? 
São antagonistas de serotonina (5HT2A) e dopamina (D2), sendo chamados pela sigla “ASD”. Esses fármacos 
possuem uma menor afinidade pelos receptores D2 do que os antipsicóticos típicos, além de uma afinidade bem mais 
alta pelos receptores 5HT2A. 
Página 7 
@pedrojorgeantunes 
Os novos antipsicóticos produzem poucos sintomas extrapiramidais, o que é muito bom, além de serem eficazes 
no tratamento dos sintomas negativos, ou seja, eles aumentam a quantidade de dopamina na via mesocortical e ainda 
diminuem na via mesolímbica, sendo essa a grande diferença entre as duas gerações de antipsicóticos. 
Controle Serotoninérgico da Liberação de Dopamina 
A serotonina, ao se ligar ao receptor 5HT2A do neurônio dopaminérgico, inibe a liberação de dopamina. Os ASD 
agem inibindo essa ligação da serotonina, o que acaba aumentando a liberação de dopamina, mas ao mesmo tempo, 
eles inibem os receptores D2, diminuindo a ação da dopamina. 
A partir disso, é importante questionar: o aumento na concentração de dopamina é suficiente para retirar os 
ASD dos receptores D2? E caso não seja, então como que os efeitos negativos da psicose são combatidos? 
Via Mesolímbica 
O antagonismo aos receptores 5HT2A aumenta a concentração de dopamina, porém essa dopamina “extra” não 
é capaz de retirar o antagonismo dos receptores D2 nesta via. Portanto, há uma melhora nos sintomas positivos da 
psicose. 
Embora o mecanismo desses fármacos seja bem complexo, a explicação para esse fato é muito simples: a via 
mesolímbica possui mais receptores D2 do que 5HT2A, fazendo com que o efeito de inibição da dopamina seja mais 
intenso que o de estimulação nessa via. (D2 >> 5HT2A) 
Via Mesocortical 
O antagonismo aos receptores 5HT2A aumenta a dopamina e esta dopamina “extra” consegue retirar o 
antagonista D2 do receptor, provocando aumento da atividade dopaminérgica na via mesocortical, o que melhora os 
sinais negativos. 
De forma oposta à via mesolímbica, a via mesocortical possui mais receptores 5HT2A do que D2, fazendo com 
que o efeito dopaminérgico na mesma seja amplificado, não inibido, o que é desejável, já que anteriormente havia 
pouca dopamina na região. (5HT2A >> D2) 
Via Nigroestriatal 
O aumento na quantidade de dopamina é capaz de retirar os antagonistas de D2, aumentando a atividade 
dopaminérgica nessa via. Isso leva à redução, ou mesmo ausência, de sintomas como: síndrome extrapiramidal (SEP) 
e discernia tardia (movimentos involuntários da face, língua, braços e pernas). (5HT2A >> D2) 
Via Tuberoinfundibular 
O aumento na quantidade de dopamina é capaz de retirar os antagonistas de D2, aumentando a atividade 
dopaminérgica nessa via. Com isso, a dopamina é capaz de inibir a liberação de prolactina, o que gera menor aumento 
de prolactina no sangue. (5HT2A >> D2) 
Grupos dos Antipsicóticos Atípicos 
Dibenzodiazepínicos 
Possuem semelhança estrutural com os benzodiazepínicos. 
• Clozapina 
• Quetiapina 
Tienobenzodiazepínicos 
Também possuem semelhança estrutural bem grande com os BZDs. 
• Olanzapina 
Benzisoxazol 
Não possuem semelhança estrutural com os BZDs. São moléculas grandes, com 4 ou 5 anéis. 
• Risperidona 
Página 8 
@pedrojorgeantunes 
• Paliperidona 
• Iloperidona 
Benzisotiazolil piperazínico 
Molécula bem grande também e muito lipofílica, possui 5 anéis. 
• Ziprasidona 
Dibenzo-oxepino pirrol 
• Asenapina – Aprovado em 2009 pelo FDA. 
Quinolinona 
• Aripiprazol – Além de ser um antagonista de serotonina e dopamina, age como agonista parcial D2. 
Principais Antipsicóticos Atípicos 
Clozapina 
Foi o protótipo dos antipsicóticos atípicos. Apresenta pouco ou nenhum efeito extrapiramidal, além de não 
causar discinesia tardia e nem aumentar a prolactina. 
Causa risco de agranulocitose, que ocorre em 0,5 a 2% dos pacientes, além de aumentar o risco deconvulsões. 
Pode ser muito sedativa e aumentar o peso corporal. 
O metabólito ativo N-desmetilclozapina tem atividade muscarínica, o que melhora a cognição. 
Em resumo, a clozapina é o antipsicótico atípico com maior eficácia, mas com os piores efeitos colaterais. 
Olanzapina 
É mais potente do que a clozapina, necessitando de uma dose menor. Geralmente não provoca SEP, além de 
causar menos sedação que a clozapina. Aumenta o peso corporal (bloqueio H1 e 5HT2C), mas não eleva a prolactina 
normalmente. 
Melhora os sintomas negativos e diminui os positivos da psicose. 
Risperidona 
É atípica em baixas doses, mas pode se tornar convencional em doses elevadas, devido ao aumento dos efeitos 
extrapiramidais. Por isso, a dose de risperidona nunca deve ser muito aumentada. 
É um ASD, mas aumenta a liberação de prolactina, sendo o antipsicótico atípico que mais aumenta prolactina 
no sangue, mesmo em doses baixas. No entanto, é o antipsicótico que mais melhora os sintomas negativos. 
Quatiapina 
Praticamente não provoca SEP e causa menos sedação. Aumenta o peso corporal e não eleva a prolactina. 
Melhora os sintomas negativos e diminui os positivos da psicose. 
Ziprasidona 
Praticamente não provoca SEP e causa menos sedação. Não aumenta o peso corporal e provoca pouca, ou 
nenhuma, elevação da prolactina. 
É o único antipsicótico antagonista do receptor 5HT1D, agonista 5HT1A e inibidor da recaptação de 5HT e 
noradrenalina, o que garante certo efeito antidepressivo ao mesmo. 
Melhora os sintomas negativos e diminui os positivos da psicose. 
Usenapina 
Único antipsicótico de administração sublingual (dose de 5 mg). Foi aprovado pelo FDA em 2009. 
Página 9 
@pedrojorgeantunes 
É igualmente eficaz à Risperidona e Olanzapina no controle dos sintomas positivos e negativos da psicose, bem 
como da mania e da mania com depressão (bipolaridade). 
Farmacocinética: 
• Biodisponibilidade = 35% 
• T ½ = 24h 
• Ligação a ptn. = 95% 
• Excreção renal (50%) e fecal (40%) 
Efeitos colaterais: 
Baixa incidência de efeitos extrapiramidais, menor ganho de peso e pouca influência nos valores de colesterol, 
triglicerídeos, enzimas hepáticas e na glicemia. 
Os efeitos colaterais mais comuns são: 
• Dormência transitória na língua ou na boca, após a administração 
• Sonolência 
• Insônia 
• Náuseas 
• Ansiedade 
• Inquietação 
Sulpirida 
Antipsicótico atípico, mas que é dado como típico em alguns textos. É um membro da família das benzamidas, 
sendo utilizado na psicose associada com esquizofrenia e depressão maior, além de também servir na ansiedade e 
depressão menor. 
É um antagonista D2 e D3 em doses maiores que 600 mg/dia. Em baixas doses (50-200 mg/dia), atua como 
antagonista D2 pré-sináptico (antidepressivo e estimulante). 
Amisulprida 
Antagonista D2 e D3 – as doses variam de 200 a 1200 mg/dia. Doses menores que 50 mg apresentam 
seletividade por D2 pré-sináptico, o que ajuda contra a depressão. Doses maiores bloqueiam os receptores pós-
sinápticos, melhorando a psicose. 
Farmacocinética dos Antipsicóticos 
Os antipsicóticos são bem absorvidos por via oral e, devido sua lipossolubilidade, entram rapidamente no SNC 
e em vários órgãos. 
• Muitos são extensivamente ligados à albumina. 
• São metabolizados, majoritariamente, pelo fígado. 
• Possuem meia vida longa, necessitando de uma dose única diária, na maioria das vezes. 
Obs: O tratamento rápido de crises psicóticas é feito através da administração parenteral de: Flufenazina, 
Tioridazina e Haloperidol (sossega leão farmacológico). 
Usos Clínicos dos Antipsicóticos 
Indicações Psiquiátricas 
• Esquizofrenias 
• Transtorno esquizofrênico 
• Mania 
• Depressão maior (adjuvante) 
• Estado de excitação não-maníaco 
• Distúrbios de comportamento na demência cenil 
Página 10 
@pedrojorgeantunes 
Indicações Não-psiquiátricas 
• Transtornos de ansiedade 
• Transtorno de Tourette 
• Controle de náusea e vômito (Clorpromazina) 
• Tratamento de soluções incoercíveis (Clorpromazina) 
• Doenças de Huntington 
• Autismo 
Desordem Bipolar 
A desordem bipolar é uma doença psiquiátrica, relativamente comum, incapacitante e de longa duração. 
Ela está associada a níveis elevados de piora funcional, morbidade e risco aumentado de suicídio. 
A característica que define a doença é o aparecimento de episódios de mania ou hipomania, alternados com 
episódios depressivos. O manual das doenças psiquiátricas define a bipolaridade como tipo 1 (BP-1) e tipo 2 (BP-2). 
BP-1 
Presença de episódios maníacos com duração mínima de 1 semana, caracterizados por um humor 
anormalmente e persistentemente elevado ou irritado, acompanhado por pelo menos 3 sintomas dos listados a seguir: 
• Grandiosidade 
• Menor vontade de dormir 
• Pressão para falar 
• Fuga nas ideias 
• Distração 
• Atividade aumentada 
• Envolvimento excessivo em atividades prazerosas 
Os episódios maníacos causam acentuada piora e necessidade de hospitalização. 
BP-2 
É definida por episódios recorrente de depressão maior e ocorrência de episódios de hipomania, que são menos 
severos do que a mania, de menor duração e, apesar de haver alteração de humor, os episódios não causam piora 
acentuada, então geralmente não há necessidade de hospitalização. 
Estabilizadores do Humor 
Os estabilizadores do humor são fármacos utilizados no tratamento da mania aguda, da depressão bipolar e na 
profilaxia de mudanças repentinas de humor. 
Lítio 
Cátion inorgânico da família do sódio, com propriedades estabilizadoras do humor. 
O lítio é extremamente eficiente no tratamento da depressão e da mania, estabilizando o paciente em cerca de 
10 dias, enquanto a maioria dos antidepressivos e antipsicóticos demoram de 15 a 21 dias simplesmente para começar 
a fazer efeito. O lítio também é o único estabilizador de humor que reduz o impulso suicida em pacientes com 
desordem bipolar. 
A única desvantagem do lítio é que pacientes que façam seu uso devem ter a função cardíaca e renal normais, 
devido a sua toxicidade potencial nesses órgãos. 
Mecanismo de ação 
Vários mecanismos moleculares e celulares são propostos para explicar a ação do lítio, como: 
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@pedrojorgeantunes 
1. Desenvolve um gradiente pequeno através da membrana biológica, o que é suficiente para substituir o Na+ 
no processo de desencadear um simples potencial de ação. No entanto, pelo Li+ não ser substrato da bomba 
de Na+, ele não é capaz de manter o potencial de membrana, o que causa a estabilização desse potencial; 
2. Na concentração de 1-10 mEq/L, inibe a despolarização e a liberação de noradrenalina e dopamina, 
processo que é dependente de Ca2+; 
3. Interfere na atividade das proteínas Gs e Gi, por mantê-las no estado inativado (complexo αβγ); 
4. Inibe o monofosfato de inositol e interfere com a via do fosfatidil inositol, levando a uma diminuição da 
concentração de inositol no cérebro, processo que é estimulado pelo receptor dopaminérgico D2. 
Absorção 
Absorção imediata e quase completa por via oral, mas a absorção total se dá em 8 horas; 
Cmax = 2-4h. 
Distribuição 
Distribuição inicialmente para o líquido extracelular e depois, gradativamente acumulado em vários tecidos; 
Volume de distribuição: 0,7-0,9 L/Kg, com baixa ligação à albumina; 
A passagem pela BHE é lenta e a concentração de lítio no LCR, após o equilíbrio, é de 40-50% da concentração 
plasmática. 
Eliminação 
Não sofre biotransformação; 
Eliminação de 95% pela urina; 
33-66% da dose são excretados durante uma fase inicial de 6-12h, seguida de uma excreção lenta durante os 
próximos 10-14 dias, o que favorece, e muito, o acúmulo de lítio no organismo; 
T ½ B (tempo de meia vida de eliminação) = 20-24h; 
Sofre reabsorção tubular, o que atrasa sua eliminação; 
Índice terapêutico estreio (2-3); 
A concentração recomendada é de 900-1500 mg/dia de carbonato de lítio para pacientes ambulatoriais e 1200-
2400 mg/dia para pacientes hospitalizados. 
Efeitos Colaterais 
• Distúrbios gastrointestinais• Poliúria 
• Fadiga 
• Tontura 
• Espasmos 
• Tremores 
• Hipotireoidismo 
• Diabetes 
• Leucocitose 
• Arritmia 
• Distúrbios circulatórios 
Valproato 
Anticonvulsivante e estabilizador do humor. 
Carbamazepina 
Anticonvulsivante e estabilizador do humor. 
Lamotrigina 
Anticonvulsivante e estabilizador do humor.

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