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Patologia das Mamas

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Patologia das Mamas
Daniel Carlini – MEDUNEB13 Página | 4 
	
INFLAMAÇÕES
Mastite Aguda
É mais comum no primeiro mês de amamentação. Nesse momento, a mama está vulnerável às infecções, devido às fendas e fissuras mamilares. Agentes: Staphylococcus aureus ou Streptococcus. A mama se encontra dolorosa e com eritemas; pode haver febre.
Inicialmente, apenas um sistema ductal/setor da mama está envolvido. Se não tratada, pode se propagar por toda a mama. Staphylococcus: produz uma área de inflamação aguda que pode progredir para a formação de 1 ou + abcessos. Streptococcus: infecção de disseminação difusa que envolve toda a mama. Tem-se a infiltração de neutrófilos.
Tratamento: atb + drenagem do leite.
Mastite Periductal
Pode ocorrer tanto em homens quanto mulheres; caracteriza-se por uma massa subareolar eritematosa e dolorosa.
(!) Mais de 90% dos pacientes são fumantes.
Mamilo invertido pode ser um fenômeno secundário à resposta inflamatória, fibrose e cicatrização. Ele pode contribuir para a metaplasia escamosa do ducto.
Morfologia: epitélio escamoso queratinizado se estende a uma profundidade anormal nos orifícios dos ductos mamilares. A queratina é contida dentro dos ductos, causando dilatação e ruptura destes. A queratina que fica no sistema periductal recebe uma resposta inflamatória granulomatosa intensa e crônica.
Tratamento: remoção do ducto e do trato fistular em continuidade. Em caso de infecção sobreposta, usa-se atb.
Ectasia do Ducto Mamário
Acomete, em geral, mulheres idosas e multíparas. É caracterizado por uma massa periareolar palpável e pouco definida. O mamilo apresenta secreções (descarga mamilar) espessas e brancas.
Morfologia: dilatação dos ductos, espessamento das secreções e uma reação inflamatória granulomatosa intersticial crônica e periductal. Os ductos dilatados são preenchidos com detritos granulares que contêm macrófagos ricos em lipídeos. A inflamação peri/interductal leva a infiltrados densos de macrófagos e linfócitos. Às vezes, a inflamação granulomatosa se forma em torno do colesterol.
Necrose Gordurosa
Trata-se de uma massa palpável e indolor, espessamento e retração cutânea. Densidade ou calcificações mamográficas são possíveis apresentações. Em geral, tem-se histórico de cirurgia prévia.
Morfologia: inicialmente, hemorragia e, posteriormente, necrose liquefativa central da gordura. Pode aparecer um nódulo mal definido, de tecido firme, branco-acinzentado, com pequenos focos de detritos esbranquiçados ou hemorrágicos. No início, o foco central de céls adiposas necrótica é cercado por macrófagos e neutrófilos. Com o passar dos dias, tem-se uma proliferação fibroblástica, vascularização aumentada e infiltração linfocítica e histiocítica (céls dendríticas). Subsequencialmente, céls gigantes de corpo estranho, calcificações e hemosiderina modificam sua aparência. Eventualmente, o foco é substituído por tecido cicatricial ou é encistado e isolado pelo tecido colagenoso.
Diagnóstico diferencial com neoplasia.
Lobulite Linfocítica Esclerosante
Massas palpáveis duras, podendo ser múltiplas e bilaterais. São tão duras a ponto de ser difícil obter tecido para biópsia por agulha.
Morfologia microscópica: estroma colagenizado em torno dos ductos e lóbulos atróficos; membrana basal epitelial espessa; infiltrado de linfócitos cercando o epitélio e vasos sanguíneos.
É comum em mulheres com diabetes tipo-1 ou doença autoimune da tireoide; Hashimoto. 
Diagnóstico diferencial com carcinoma.
Mastite Granulomatosa
Causada por várias doenças raras. As infecções (bactérias e fungos) podem ocorrer em pacientes imunocomprometidos, quando há piercing mamilar ou prótese de silicone.
· Sarcoldose.
· Idiopática: jovens e gravidez recente.
LESÕES EPITELIAIS BENIGNAS
Alterações Fibrocísticas
Não são proliferativas e correspondem às maiores causas de massas palpáveis. Podem produzir densidade mamográfica, calcificações, descarga mamilar. O diagnóstico é feito por PAAF.
· Cistos – formados pela dilatação e extensão dos lóbulos, são delineados por um epitélio atrófico plano ou por células alteradas pela metaplasia apócrina. São comuns calcificações. É alarmante quando único.
· Fibrose – quando os cistos se rompem, há liberação de material secretor no estroma. A inflamação crônica resultante e a cicatrização fibrosa contribuem para a firmeza palpável da mama.
· Adenose – é o aumento no número de ácinos por lóbulo. Uma adenose fisiológica normal ocorre nas mamas durante a gravidez. Os ácinos aumentam, mas não são distorcidos. Quando há calcificação, esta fica dentro do lúmen.
Doença Mamária Proliferativa sem Atipia
Raramente forma massas palpáveis. É detectada como densidades mamográficas, calcificações ou como achados casuais de biópsia.
· Hiperplasia Epitelial – presença de mais de duas camadas celulares acima da membrana basal.
· Adenose Esclerosante – aumento no número de ácinos por ducto terminal. Os ácinos, além de comprimidos, são distorcidos.
· Papilomas – centros fibrovasculares com ramificação múltipla. O crescimento se dá dentro de um ducto dilatado. É frequente a presença de hiperplasia epitelial e a metaplasia apócrina.
Doença Mamária Proliferativa com Atipia
· Hiperplasia Atípica – alteração citológica ductal atípica (ADH) ou lobular atípica (ALH).
· ADH – histologicamente, é semelhante com o carcinoma ductal in situ: população celular monomórfica e lúmen arredondado. Porém, as lesões são limitadas em extensão. Formam-se papilas, pontes, áreas cribiformes no lúmen ductal, núcleos hipercromáticos e aumento na relação núcleo/citoplasma.
· ALH – proliferação de céls idênticas às do carcinoma lobular in situ, mas estas não preenchem mais da metade dos ácinos.
Focos de hiperplasias atípicas se correlacionam com o desenvolvimento futuro de carcinoma.
LESÕES FIBROEPITELIAIS
Fibroadenoma
É o tumor benigno mais comum da mama feminina e, em geral, ocorre antes dos 30 anos.
É, frequentemente, múltiplo e bilateral. Trata-se da proliferação do estroma e epitélio, com a formação de nódulos assintomáticos e móveis que são detectados na mamografia e USG.
Macroscopicamente, tem-se nódulos (3-20cm), bem delimitados, cor amarelada e consistência fibroblástica. Microscopicamente, há uma proliferação das estruturas tubulares em um estroma mixoide; variantes histológicas: pericanicular e intracanicular; o fibroadenoma juvenil é maior e pode malignizar.
Tumor Filoide
Mais comum na sexta década de vida, é raro e surge do estroma interlobular (estroma + glândulas). O seu tamanho é variável. O nome vem de seu aspecto de folhas que são, na verdade, protuberâncias bulbosas, ou seja, nódulos de estroma proliferante coberto por epitélio.
Ele se distingue dos fibroadenomas pela celularidade, frequência mitótica, pleomorfismo nuclear, crescimento estromal exagerado e nas margens infiltradas.
Benigno: recorrência local; Maligno: hipercelular (alto grau), maior mitose e metástase.
NEOPLASIAS MALIGNAS DA MAMA
Aumentam após os 40 anos e tem uma mortalidade de 20%. O risco é aumentado com o tempo de exposição ao estrógeno.
Fatores de risco 
a) Não modificáveis: idade, mutação gene BRCA1, história familiar (1º grau), radiação, etnia (judias), idade da menarca (<15 anos), idade da menopausa, densidade das mamas (4-5x) e atipias em biópsias anteriores.
b) Modificáveis: IMC, dieta, álcool, estrógeno, tabagismo, atividade física, história reprodutiva e idade da 1º gestação.
Carcinoma Ductal In Situ
Em geral, apresenta-se como calcificações. É uma proliferação anormal e maligna de céls dos ductos mamários. Elas não invadem a membrana basal subepitelial, por isso não atingem veias e nem vasos linfáticos. NÃO DÁ METÁSTASE! Contudo, as céls podem se propagar por todos os ductos e lóbulos, produzindo lesões extensivas. É uma lesão precursora do carcinoma invasivo. 
Classificação: arquitetura histológica (papilífero, cribiforme, sólido); aspecto histológico (baixo, intermediário e alto grau).
Doença de Paget – é uma manifestaçãorara que se apresenta como uma erupção eritematosa unilateral com uma crosta escamosa. É comum ter prurido. As céls de Paget se estendem do DCIS dentro do sistema ductal até a pele do mamilo, sem atravessar a membrana basal. É uma doença crônica associada com tumor da glândula mamária subjacente.
Carcinoma Lobular In Situ
Sempre é um achado casual numa biópsia realizada por outra razão, pois não está associado a calcificações ou reação estromal que formasse uma densidade mamográfica. É bilateral multicêntrico e, raramente, palpável. Ainda, é marcador de risco de câncer de mama.
Carcinoma Ductal Invasivo sem outras especificações (SOE)
Representa a maioria dos carcinomas (70%); é firme, duro e com margem irregular. No centro do carcinoma, existem pequenos focos pontilhados ou cordões de estroma branco e, às vezes, calcificações. A maioria não superexpressa o HER2.
Carcinoma Lobular Invasivo
Representa cerca de 5-10% dos CA de mama; apresenta-se como carcinoma de nenhum tipo específico e com uma massa palpável ou densidade demográfica. É multifocal e bilateral; firme, duro e com margem irregular. Não possui resposta desmoplásica e suas céls estão em anal de sinete. É rara a superexposição do HER2. Tem-se falta da atividade da caderina-E (responsável pela adesão celular).

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