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Radiologia - 7º semestre - UniFTC Nícia Torres Estrela Métodos de imagem no trauma: AVALIAÇÃO DO TRAUMA: Trauma: representa a causa de morte no Brasil em paciente com idade inferior à 45 anos e responsável por 1/3 das internações em UTI. Após a realização das medidas básicas de suporte à vida (ABCDE), os métodos de imagem têm um papel importante no diagnóstico, avaliação do prognóstico e mesmo algumas aplicações terapêuticas no trauma. INVESTIGAÇÃO TCE: Exame de escolha: TC ● Rapidez; ● Bom método para avaliar o parênquima encefálico; ● Excelente acurácia para detectar sangramento na fase aguda → imagem hiperdensa ○ Sangue intraparenquimatoso ou extra-axial (espaço subdural ou espaço epidural) ● Realizar SEM contrate → buscar sangue ● Janela de parênquima → avaliar hemorragia intraparenquimatosa ou extra-axial ● Janela óssea → avaliar presença de fratura Hematoma subdural: ● Hemorragia extra-axial ● Trauma leve (comparado com o epidural) ● Sangramento venoso no espaço subdural → sangue de baixa pressão → tratado clinicamente (estável) ● Formato de crescente hiperdenso ou em banana Hematoma epidural: ● Hemorragia extra-axial ● Trauma grave (acidentes automobilísticos) → com fratura de calota craniana ● Sangramento arterial no espaço epidural → sangue de alta pressão → requer intervenção cirúrgica ● Formato de lente biconvexa ou em limão TCE com trauma de coluna cervical: TC sem contraste TRAUMA TORÁCICO: Primeiro método: Raio X ● Hemotórax: sangue (líquido) → radiopacidade (aumento da densidade de líquido) ● Pneumotórax: hipertransparência (aumento da densidade de ar) ○ Ausencia de sombras dos vasos ○ Estruturas lineares radiopacas de aspecto radiado Melhor exame: TC ● AngioTC: suspeita de acometimento de mediastino, de lesão de vasos mediastinais, de traumatismo vascular Associar a USG (FAST USG): em casos de politrauma, com traumatismo abdominal Lesão de aorta (laceração, dissecção ou pseudoaneurisma): ● Alargamento dos contornos do mediastino (veia cava superior, AD, crossa aórtica, artéria pulmonar, VE) ● Avaliação pré-operatória: paciente estável com a TC Laceração do diafragma: visto no Raio-x ● Elevação da hemicúpula direita → ascendência de órgãos abdominais para a cavidade torácica. TRAUMA ABDOMINAL: Primeiro método: USG → no trauma: feito rápido, estudo mais direcionado (buscar sangue no abdome). Melhor exame: TC (pacientes estáveis em que não foi encontrado sangue na USG); Paciente instável: centro cirúrgico. Rx: ruim para a avaliação do abdome, exceto em pneumoperitônio (laceração de alça intestinal). ● Não descarta lesão/laceração de vísceras (hemoperitônio) → deve ser feito o FAST USG. ● Pneumoperitônio: se acumula abaixo das cúpulas frênicas USG: Método rápido e pode ser feito à beira do leito Assume maior importância em: ● Locais inóspitos e/ou com limitação de recursos (catástrofes naturais, estações espacial) → o aparelho de USG pode ser portátil. ● Avaliação pré-hospitalar → UTIs móveis nas estradas, pode ser feita a avaliação com USG inclusive no transporte. ● UTIs ● Zonas de conflito armado ● Áreas rurais e/ou geograficamente distantes → sem disponibilidade de outros métodos de imagem ● Sala de emergência → USG pode ser feita a proporção que a equipe avalia o paciente clinicamente USG no trauma: ● Avaliar líquido livre em cavidades (tórax, pericárdio e abdome – hemotórax, hemopericárdio ou hemoperitôneo); ● Avaliar pneumotórax; ● Curva de aprendizagem curta e de fácil retenção → não pretende avaliar as alterações específicas de cada órgão abdominal e/ou torácico Aparelho é composto por: ● Monitor; ● Teclado; ● Transdutores: apresentam cristais piezoelétricos → vibram quando submetidos a corrente elétrica (energia elétrica → ondas sonoras → ecos → formato do órgão). ○ Convexo: 3,5 MHz → utilizado no FAST USG, para avaliar cavidade abdominal e torácica ○ Linear: 7,5 MHz ○ Endocavitário: 6 MHz Nomenclatura: ecoico → faz eco ● Anecóico: imagem branca. Ex: bile, urina, líquor. ○ FAST USG, busca-se conteúdo anecoico, pois o sangue agudo pode ser anecoico. ● Hipoecoico: tecidos com densidade de partes moles. Ex: cortical renal, pâncreas. ● Hiperecoico: o som não ultrapassa a estrutura ou interage com ela e se dispersa. Ex: cálcio, cálculo, osso e gás/ar. USG Pulmonar: ● Derrame pleural ● Hemotórax ● Ausência de deslizamento pleural (pneumotórax; intubação seletiva) ● Complicações pulmonares relacionadas ao transporte (ex: deslocamento de cânulas). ● Empiemas ● Consolidações pulmonares FAST USG: FAST (Focused Assesment with Sonography for Trauma) USG Tipo de USG direcionado para a avaliação de pacientes com trauma. Visualiza: líquido livre na cavidade abdominal (hemoperitôneo), líquido livre na cavidade torácica (hemotórax), líquido livre no pericárdio (hemopericárdio) e determinadas alterações no tórax (ex: pneumotórax, consolidação pulmonar). Principais indicações do EFAST USG: Trauma cardíaco penetrante; Trauma cardíaco fechado; Trauma abdominal fechado; Trauma torácico; Pneumotórax; Hemotórax; Hipertensão de causa não definida FAST USG positivo: indica conteúdo anecoico livre na cavidade (sugestivo de sangue) ● Estável: TC ● Instável: Centro cirúrgico FAST USG negativo: indica que não há líquido livre na cavidade ● Estável: Observação e, se necessário, TC ● Instável: Centro cirúrgico Pontos ecográficos do EFAST: avaliação de 8 pontos no corpo 1. Recesso hepatorrenal: se há líquido livre no espaço de Morrison (entre o fígado e rim direito) 2. Linha axilar direita anterior (transição fígado/pulmão/diafragma): se há derrame pleural direito 3. Linha hemiclavicular anterior direita entre o 3º e o 5º espaço intercostal (avaliação anterior do hemitórax direito): se há sinais de pneumotórax no lado direito 4. Recesso esplenorrenal: se há líquido livre entre o baço e o rim 5. Linha axilar esquerda anterior (transição baço/pulmão): se há derrame pleural esquerdo 6. Espaço intercostal (avaliação anterior do hemitórax esquerdo): se há sinais de pneumotórax no lado esquerdo 7. Espaço retrovesical (espaço de Douglas): se há líquido livre na topografia da pequena pelve 8. Janela pericárdica (corte subxifoide 4 câmaras cardíacas): se há líquido livre na topografia do epigastro. Avalia a presença de derrame pericárdico TC DE ABDOME: Feito após alteração no FAST USG em paciente estável para avaliar a magnitude da laceração dos órgãos TC com contraste endovenoso: veia cava inferior, aorta, veia porta, vasos hepáticas HIPERDENSAS TC sem contraste endovenoso: veia cava inferior, aorta, veia porta, vasos hepáticas HIPODENSAS TRAUMA ORTOPÉDICO: 1º método de investigação: raio-x (excelente acurácia para extremos de densidade) Melhor exame: TC Trauma ortopédico: maioria das vezes é fratura REVISANDO: TCE e trauma de coluna: TC sem contraste Trauma torácico: começa com Raio X Politrauma: FAST USG Suspeita de lesão vascular: angioTC Trauma abdominal: FAST USG. Pode ser feito o Rx para pesquisar pneumoperitôneo. Se o FAST USG for positivo, faz a TC com contraste geralmente, para avaliar a magnitude da laceração de vísceras sólidas. A RM: não tem papel no trauma (tempo demorado)
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