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1 
 
 
CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR 
1 
 
 
SUMÁRIO 
 
APRESENTAÇÃO FACULESTE .............................................................................. 03 
Capítulo 1 - Programa de controle de infecção hospitalar (PCIH) ............................ 04 
Capítulo 2 - Ministério da saúde: definições infecção hospitalar ............................. 06 
Capítulo 3 - Prevenção e controle das infecções hospitalares e o processo de 
formação/educação do trabalhador .......................................................................... 09 
Capítulo 4 - Repensando estratégias ....................................................................... 11 
Capítulo 5 - Infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) .......................... 13 
Capítulo 6 – Higienização das mãos ........................................................................ 17 
Capítulo 7 – Cuidados especiais .............................................................................. 29 
Referências bibliográficas ........................................................................................ 32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
FACULESTE 
 
A história do Instituto FACULESTE, inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e 
Pós-Graduação. Com isso foi criado a FACULESTE, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A FACULESTE tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no 
desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além 
de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e 
eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e 
ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na 
oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no 
atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
CAPÍTULO 1 
PROGRAMA DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR (PCIH) 
As Infecções Hospitalares (IHs) têm merecido atenção do país e do mundo, 
porque envolvem uma questão de saúde pública devido ao aumento da morbidade – o 
que eleva, consideravelmente, os custos hospitalares –, e da mortalidade dos 
pacientes, que poderiam ser evitados. Diante desses fatores, ficam evidentes a 
preocupação e o esforço para conhecer a magnitude das IHs, bem como identificar 
uma maneira de evitá-las de forma resolutiva e eficaz. Vários estudos foram realizados 
com o propósito de mostrar que, mediante programas de controle e vigilância intensiva 
das infecções, é possível a redução das taxas de incidência das IHs. 
No Brasil, no intuito de melhorar o controle das IHs, criou-se, por exigência legal, 
o Programa de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH) nas instituições hospitalares, 
definido como um conjunto de ações que visam à redução máxima possível da 
incidência e gravidade das infecções hospitalares. 
Além da obrigatoriedade desse Programa, a partir de 1998, estabeleceu-se 
também sua estrutura e operacionalização. Quanto à estrutura, foi criada a 
Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), órgão de assessoria à 
autoridade máxima da instituição de saúde e também de execução das ações de 
controle das infecções hospitalares. Além disso, foi estabelecido que os membros 
executores da CCIH representassem o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar 
(SCIH). Definiu-se ainda o trabalho a ser realizado pelo PCIH, tendo como principal 
ação a vigilância epidemiológica. 
É fundamental que as atividades de prevenção e controle das IHs 
permaneçam na linha de frente e na base das instituições hospitalares. Para isso, 
é imprescindível a instalação de um PCIH que sustente e qualifique ações e 
atividades mínimas de controle e prevenção. 
 
Acredita-se que estas reflexões estejam, em muito, determinadas por uma série 
de indagações, (des)conhecimentos e pré-conceitos que norteiam a temática infecção 
4 
 
 
hospitalar, uma vez que se constitui em um campo de conhecimento recente. Apesar 
de a história nos mostrar que a infecção hospitalar é tão antiga quanto a existência dos 
hospitais, como tema que merece espaço de discussão tanto nas instituições de 
assistência à saúde quanto nas instituições acadêmicas de formação profissional, 
emerge de pouco tempo se comparado com a institucionalização da assistência. 
Em contrapartida à existência destas reflexões, o que se visualiza é o fato de 
que, muitas vezes, as ações que se processam na prática cotidiana dos hospitais, se 
sucedem de forma repetitiva, mecanicista, como se o processo de "fazer" ocorresse de 
forma dissociada do processo de "refletir". Infere-se isto, pelo fato de acreditar que o 
processo de reflexão-ação, ou seja, que o fazer refletido, conduziria a uma realidade 
diferenciada no que concerne às taxas de infecção hospitalar existente nos hospitais 
brasileiros, taxas estas que refletem, concretamente, as ações de prevenção e controle 
destas infecções, ou seja, possibilitam mensurar a eficácia e a eficiência das referidas 
ações coletivas. 
É como se aquela preocupação/reflexão com as infecções hospitalares pairasse 
em uma esfera diferenciada da execução propriamente dita da assistência aos 
pacientes/clientes, não interferindo neste processo. 
Na tentativa de aproximar estes questionamentos de subsídios que busquem 
respondê-los, far-se-á uma reflexão sobre as interfaces da ocorrência das infecções 
hospitalares e o processo de formação do trabalhador, acreditando que a 
construção/formação do ser humano se dá na práxis, que resulta da unidade dialética 
entre teoria e prática, entre pensar e agir. 
 Esta unidade, por sua vez, não é algo mecânico, harmônico, mas traz a marca 
dos conflitos, avanços e recuos do processo histórico. Cabe, ainda, referir que teoria e 
prática são dimensões do agir humano, assim sendo, a ação do trabalhador da saúde, 
nesta consideração particular, ocorre em si mesmo e no mesmo espaço, seja nas 
instituições de assistência à saúde, seja nas instituições acadêmicas de formação. 
 Entende-se esta unidade dialética não na sua origem, no ser humano potencial, 
mas sim ao concretizar-se em diferentes espaços sociais, nos quais os seres humanos 
assumem diferentes posições que numa aparência imediata se diferem entre si por um 
fazer ou um agir, mas que esta aparência toma forma conjunta nas ações políticas 
destes seres diferentes quando se encontram nos mesmos espaços de atuação. 
5 
 
 
 
CAPÍTULO 2 
MINISTÉRIO DA SAÚDE: DEFINIÇÕES INFECÇÃO HOSPITALAR 
É premente que seja feito um resgate teórico sobre infecção hospitalar, devido 
a complexidade que envolve esta temática, resgate este, no entanto, que pretende 
pontuar apenas certos aspectos fundamentais, objetivando suscitar reflexões coletivas. 
Segundo Portaria nº 2.616, de 12 de maio de 1998, do Ministério da Saúde (MS), 
Infecção Hospitalar (IH) é aquela adquirida após a admissão do paciente e que se 
manifeste durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a 
internação ou procedimentos hospitalares. 
Tal Portaria apresenta, também, os critérios gerais que auxiliam na definição das 
infecções hospitalares. Os critérios, elencados pelo Ministério da Saúde são: 
 quando, na mesma topografia em que foi diagnosticada infecção 
comunitária (infecção comunitária é aquela constatada ou em incubação 
no ato de admissão do paciente, desde que não relacionada com 
internação anterior no mesmo hospital), foi isolado um germe diferente, 
seguidodo agravamento das condições clínicas do paciente; 
 
 quando se desconhecer o período de incubação do microrganismo e não 
houver evidência clínica e/ou dado laboratorial de infecção no momento 
da internação, convenciona-se infecção hospitalar toda manifestação 
clínica de infecção que se apresentar a partir de 72 (setenta e duas) horas 
após a admissão; 
 
 são também convencionadas infecções hospitalares aquelas 
manifestadas antes de 72 (setenta e duas) horas da internação, quando 
associadas a procedimentos diagnósticos e/ou terapêuticos, realizados 
durante este período; 
 
6 
 
 
 as infecções nos recém-nascido são hospitalares, com exceção das 
transmitidas de forma transplacentária e aquelas associadas a bolsa rota 
superior a 24 (vinte e quatro) horas; 
 
 os pacientes provenientes de outro hospital que internam com infecção, 
são considerados por portadores de infecção hospitalar do hospital de 
origem. Para o hospital onde interna, é considera da como infecção 
comunitária. 
Caracterizar os casos de infecção hospitalar, a partir destes critérios é de 
extrema relevância, pois o cálculo das taxas de infecção hospitalar encontra, nesta 
caracterização, um dos dados que permite sua elaboração. 
As infecções hospitalares advêm, em parte, de situações especiais do corpo 
humano, as quais causam alterações na condição orgânica e imunológica do 
paciente/cliente, deixando-os mais suscetíveis, na relação com o ambiente hospitalar, 
à adquirir infecções (extremos de idade, doenças imunossupressoras, entre outros). 
Por outro lado, advém desta mesma relação, com a organização do trabalho que se 
mostra diretamente na ação do trabalhador, que justifica, através da necessidade 
apresentada pelos indivíduos, a utilização de procedimentos invasivos, no processo de 
cuidados diretos. 
Quanto a isto, salienta-se que cerca de 1/3 ou 1/2 de todas as infecções 
hospitalares podem ser prevenidas. Este dado serve de alerta para as equipes atuantes 
nas CCIHs e para toda a comunidade hospitalar. Se muito da ocorrência destas 
infecções está na dependência da organização do trabalho, na referência da 
assistência prestada pelas equipes aos pacientes/clientes e se, no mínimo um terço 
pode ser evitada, está posto na ação do trabalho desenvolvida pelo trabalhador que, 
por meio de sua mente e mãos, imprime movimento organizativo ao trabalho, a 
responsabilidade por esta redução. 
Esta responsabilidade, no entanto, exige instrumentos de saber que se 
expressam por fundamentação teórica e experiência prática. Exige, também, reflexão 
sobre as ações realizadas no cotidiano de trabalho e sua necessidade real. 
Requer, ainda, a compreensão de que a prevenção e o controle das infecções 
hospitalares (no sentido da vigilância à saúde no ambiente hospitalar) não está posta 
7 
 
 
apenas na existência de um órgão prescritivo e normativo, como a Comissão de 
Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), mas sim, na construção conjunta de um 
trabalho, no qual cada trabalhador da área da saúde apreenda de que este problema é 
coletivo, mesmo aparecendo, de imediato, no corpo de um individuo sozinho. 
Desta forma, a vigilância da infecção hospitalar (controle e prevenção) será 
entendida e orientará a organização do trabalho de forma que, a co-responsabilidade 
permeie o conjunto dos trabalhadores em suas diferentes posições e categorias na 
instituição. 
De nada adianta a CCIH normalizar e instituir medidas de prevenção das 
infecções se a comunidade hospitalar como um todo, não participar destas 
normatizações, pois conhecedora da realidade de trabalho, e se não houver adesão 
individual e coletiva, o que pressupõe participação co-responsável. 
Outra reflexão importante quando se fala em participação coletiva, está no fato 
de que as ações de prevenção e controle das infecções hospitalares devem ser 
entendidas como uma prática articulada de vigilância à saúde, cujo limite de realização 
está no ambiente hospitalar, mas que compõe parcela da vigilância à saúde nas esferas 
de gestão municipal, estadual e federal. Partindo deste pressuposto, percebe-se que a 
vigilância das infecções hospitalares, se em consonância com a vigilância em saúde 
dos municípios e estados, estará desenvolvendo suas ações pautadas em indicadores 
outros que não só da instituição onde está inserida a CCIH, de modo a ampliar a 
abrangência de tais ações e de contextualizá-las na realidade local, regional e não 
apenas institucional. 
Esta articulação denota a participação coletiva de diferentes profissionais e, 
portanto, de diferentes conhecimentos organizados na direção da redução das taxas 
de infecção hospitalar, como problema de saúde pública geral e não apenas 
institucional. 
A reflexão sobre infecção hospitalar e suas interfaces com o processo de 
formação do trabalhador exige, não só um resgate teórico da temática, como também 
uma abordagem histórica, visando sua contextualização na realidade vivida. 
 
CAPÍTULO 3 
8 
 
 
PREVENÇÃO E CONTROLE DAS INFECÇÕES HOSPITALARES E O 
PROCESSO DE FORMAÇÃO/EDUCAÇÃO DO TRABALHADOR 
Para que haja prevenção e controle das infecções hospitalares, não se pode 
prescindir de um processo de formação/educação permanente do trabalhador, tanto 
pelas mudanças frequentes que invadem a área da saúde, o que exige uma produção 
e reprodução constante de conhecimentos, quanto pela necessidade de que esta 
produção de conhecimentos tenha aplicabilidade na prática cotidiana dos trabalhadores 
da saúde. 
O conhecimento, quando aplicado às ações de trabalho, ou seja, quando 
utilizado como saber operante e orientador nas e das ações de trabalho, provoca 
alterações no processo de trabalho, as quais irão intervir, sobremaneira, na qualidade 
da assistência prestada, na redução das taxas de infecção hospitalar. 
O processo de formação/educação do trabalhador no e pelo trabalho, está para 
além dos treinamentos formais que, muitas vezes, compõem as ações educativas 
institucionalizadas, ou seja, está embasada no processo de formação do trabalhador 
que propicia à reformulação de hábitos, a reflexão, a ação transformadora, uma 
educação que é contínua no processo de trabalho, que é parte dele e que nele se 
processa. 
Esta visão de educação, como componente do processo de trabalho, permite ao 
trabalhador, refletir sobre sua prática cotidiana, analisar cada ação realizada, possibilita 
que fundamente suas ações em um saber previamente produzido e não na rotinização, 
no fazer pelo fazer, que podem conduzir a uma alienação do trabalhador. Quanto mais 
envolvido com seu fazer, menos partícipe de processo de trabalho torna-se o 
trabalhador. Não participando das diferentes etapas que compõem seu cotidiano de 
trabalho, tende a não compreender a importância das medidas de prevenção e controle 
das infecções hospitalares na organização do trabalho, nas ações de todos 
trabalhadores da saúde. 
É como se a aplicabilidade prática destas medidas, estivesse atrelada aos 
trabalhadores da CCIH, sem a necessidade da participação de cada um e de todos. 
Esta visão de participação coletiva no processo de trabalho é possibilitada pela 
formação pedagógica continuada do trabalhador no e pelo trabalho. 
9 
 
 
Para que isto aconteça, o processo de formação do trabalhador tem que ter seu 
início, ainda, no espaço de formação acadêmica. Pouco se fala sobre infecção 
hospitalar na academia. Existe um investimento no graduando, para que, durante sua 
formação, adquira competência para executar um procedimento esperado em seu 
exercício profissional, mas a ênfase à prática do controle de infecção fica a desejar. 
Assim sendo, os currículos dos cursos de graduação da área da saúde devem 
contemplar esta temática, de forma a oferecer, ao acadêmico, os conhecimentos 
necessários para que possa analisar, criticamente, suas ações de trabalho, quando na 
esfera da prevenção e controle das infecções hospitalares.O conhecimento repassado, produzido na academia tende a ser aplicado, 
reproduzido pelo trabalhador, quando inserido no mercado de trabalho. Portanto, é 
fundamental que a formação do acadêmico da área da saúde contemple as ações de 
prevenção e controle das infecções hospitalares. 
Por outro lado, nos campos de práticas, onde professores e alunos vivenciam 
suas experiências, esses não operam com o devido saber acerca do controle e 
prevenção das infecções hospitalares de forma a estimular, no educando, curiosidade 
científica e vontade de aprender. Pois é preciso entender que este saber é parcela de 
seu conhecimento profissional, que lhe garante competência e compromisso para com 
os indivíduos e famílias, para os quais desenvolve suas diferentes ações de cuidado 
com melhor qualidade. 
Neste sentido, a organização do trabalhado da saúde e, mais especificamente, 
da enfermagem, por manter uma relação direta e constante com os pacientes/clientes 
e familiares, deve preocupar-se em possibilitar que o processo de formação do 
trabalhador no que concerne à prevenção e controle das infecções hospitalares, 
aconteça. 
 
CAPÍTULO 4 
REPENSANDO ESTRATÉGIAS 
Países como o Brasil, caracterizados pela destinação de pequena quantidade 
de recursos financeiros para o setor saúde, têm, na prevenção e no controle da infecção 
10 
 
 
hospitalar, o atendimento a uma necessidade econômica, devido os elevados custos 
que demandam os casos de infecção hospitalar. Não se quer dizer, com isto, que este 
é o único ou mais importante objetivo das ações destinadas a este fim. No entanto, 
estando os hospitais inseridos em um modo de produção capitalista, que visa a 
produtividade, este aspecto é de extrema importância. 
O desenvolvimento de ações voltadas à prevenção e ao controle das infecções 
hospitalares, sem dúvida, influenciará na redução dos índices de morbidade e 
mortalidade dos pacientes/clientes e na redução dos custos. 
Para tanto, as ações de prevenção e controle das infecções hospitalares, 
necessitam estar presente no cotidiano de todos os trabalhadores da área da saúde, 
pois não se faz prevenção sem a participação solidária de todos. 
Além da participação de todos, a prevenção acontece vinculada ao processo de 
formação do trabalhador. Sem o conhecimento necessário sobre as medidas de 
prevenção, sem a aplicabilidade, na organização do trabalho, deste conhecimento, é 
provável que ações de controle venham a ser desenvolvidas com maior ênfase do que 
as voltadas à prevenção. Na saúde, o processo de formação/educação visa, 
principalmente, criar condições para mudanças de comportamento, mudanças estas, 
embasadas na crítica reflexiva da prática diária e na produção do conhecimento. 
O trabalho em equipe, tanto dentro das CCIHs como nas demais dependências 
hospitalares onde se dá a assistência, é crucial para que os diferentes conhecimentos 
que caracterizam cada área específica de atuação, uma vez postos em discussão, 
possibilitem a construção de um novo conhecimento, o qual, inserido no cotidiano 
destes trabalhadores, conduza a redução da ocorrência de casos de infecção 
hospitalar. A interdisciplinaridade, própria do trabalho em equipe, traduz a necessidade 
posta na forma de organização do trabalho, para que a prevenção seja uma constante 
nas ações dos trabalhadores. 
As políticas voltadas à prevenção e ao controle das infecções hospitalares, tanto 
as macro políticas (governamentais) quanto à micro políticas (institucionais), desde sua 
elaboração até sua implementação e supervisão, necessitam contar com a participação 
dos trabalhadores envolvidos com a assistência aos pacientes/clientes em hospitais. 
11 
 
 
Havendo participação coletiva, produção de conhecimentos com sua aplicação 
nas ações da prática cotidiana, políticas elaboradas e supervisionadas quanto ao seu 
cumprimento, fortalecimento das ações de prevenção, certamente resultados 
expressivos no tocante às infecções hospitalares serão alcançados. 
Há que se salientar, que a formação acadêmica dos futuros trabalhadores da 
área da saúde, não prescinde da discussão e reflexão sobre esta temática, abrindo 
assim, espaço para uma atuação profissional pautada no conhecimento construído em 
conjunto. 
Vale destacar, ainda, que a prevenção e o controle das infecções hospitalares 
não acontecem em um contexto dissociado da formação/educação do trabalhador em 
seu espaço/ambiente de trabalho. Isto posto, depreende-se a necessidade de que o 
processo de trabalho na área da saúde contemple, em sua organização, o processo 
educativo, que é capaz de desacomodar para transformar. 
Transformação esta no sentido de disseminar, entre os trabalhadores da saúde, 
as ações de prevenção e controle das infecções hospitalares, para que se possa 
melhorar a qualidade de vida da população brasileira. 
 
 
 
CAPÍTULO 5 
INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE (IRAS) 
A problemática das Infecções Hospitalares ainda consiste em grande desafio 
para a saúde pública em todo o mundo. Estas infecções prolongam o tempo de 
internação, aumentam os custos hospitalares e as taxas de mortalidade, além de 
contribuir para o sofrimento vivenciado pelo paciente e seus familiares. 
O termo infecções hospitalares vem sendo substituído nos últimos anos pelo 
termo Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS), no qual a prevenção e o 
controle das infecções passam a ser considerados para todos os locais onde se presta 
o cuidado e a assistência à saúde. Sendo assim, o hospital não é o único local onde se 
12 
 
 
pode adquirir uma infecção, podendo existir o risco em procedimentos ambulatoriais, 
serviços de hemodiálise, casas de repouso para idosos, instituições para doentes 
crônicos, assistência domiciliar (“home care”) e clínicas odontológicas. 
Em 12 de maio de 1998, o Ministério da Saúde decretou a Portaria nº 2.616, a 
qual mantém a obrigatoriedade da instituição e manutenção de uma Comissão de 
Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) nos hospitais. 
A CCIH geralmente é formada por profissionais médicos e enfermeiros 
especializados. Entretanto, representantes de outras áreas do hospital também podem 
colaborar com essa Comissão, como os setores de farmácia, nutrição, laboratório, área 
médica (clínica médica e cirúrgica, obstetrícia, pediatria e cuidados intensivos) e 
enfermagem. 
Infecção Relacionada à Assistência a Saúde (IRAS) é qualquer infecção 
adquirida após a admissão do paciente no hospital. As IRAS também podem se 
manifestar durante a internação ou após a alta, desde que estejam relacionadas com a 
internação ou com os procedimentos realizados durante a internação. As IRAS podem 
também ser relacionadas com procedimentos realizados em ambulatórios, consultórios 
e outras unidades de atendimento a saúde. 
Fatores individuais, como extremos de idade (recém-nascidos ou idosos), 
obesidade, desnutrição, diabetes, uso de alguns medicamentos (quimioterápicos) e 
fumo. Além dos fatores relacionados ao paciente, outros fatores podem contribuir e 
aumentar a chance de adquirir infecções, como por exemplo, o tempo de permanência 
do paciente nos serviços de saúde (pois quanto maior o tempo de internação, maior o 
risco de se adquirir infecções), a necessidade de procedimentos invasivos (como o uso 
de sondas e cirurgias) e o uso excessivo de antibióticos, favorecem a quebra de 
proteção do organismo, aumentando a chance de infecção. 
Os sinais e sintomas são diversos, dependendo da localização da infecção. 
Febre (maior ou igual a 38ºC), tremores e calafrios podem ser sinais importantes de 
infecção. Em casos de cirurgia: vermelhidão, dor, abertura dos pontos ou saída de 
secreção ou líquido no local da cirurgia. 
A transmissão de micro-organismos patogênicos, ou seja, micro-organismos 
capazes de produzirem doenças ocorrem na maioria das vezes por contato direto 
13 
 
 
(transmitido de uma pessoa a outra por meio do contatodireto com as mãos) ou através 
do contato indireto (objetos e superfícies contaminadas). 
Várias medidas possuem eficácia na prevenção de IRAS. Sendo as mãos um 
possível reservatório de micro-organismos que podem causar infecções, devemos 
adotar a higienização das mãos como importante aliado na rotina diária. A higienização 
das mãos é uma das medidas mais importantes na prevenção e controle das infecções. 
É uma ação simples, rápida e de baixo custo. 
Todos os profissionais que trabalham em serviços de saúde, que mantém 
contato direto ou indireto com o paciente ou que atuam na manipulação de alimentos 
ou medicamentos devem sempre higienizar as mãos. Visitantes e acompanhantes 
também devem seguir esta recomendação. 
Existem diversos estudos científicos que comprovam que higienização das mãos 
atua diretamente na prevenção da transmissão das infecções. Independente do setor 
em que o paciente se encontre, seja no pronto-socorro, enfermaria ou unidade de 
terapia intensiva (UTI) deve-se sempre aderir ao procedimento da higienização das 
mãos ao simples contato com o paciente ou com objetos e superfícies. 
A limpeza do ambiente também é considerada parte importante no controle da 
transmissão das infecções, incluindo pisos, paredes, macas, cadeiras de rodas e 
mobília do quarto. As superfícies e objetos devem ser sempre limpos e, em algumas 
situações, também desinfetados. Porém, o principal meio capaz de transportar os 
micro-organismos dos objetos e superfícies contaminadas para os pacientes, são as 
mãos. 
Todos devem conhecer e se conscientizar da importância da higienização das 
mãos no atendimento prestado. Este procedimento resulta em qualidade e segurança 
ao paciente. 
As mãos podem ser higienizadas com água e sabão ou com solução alcoólica 
(por exemplo: álcool gel) quando estiverem limpas. O importante é friccionar todas as 
superfícies das mãos (palmas, dorso, dedos e dedão, ponta dos dedos e punhos). 
Depois de higienizar as mãos com solução alcoólica, é preciso deixar que elas 
sequem naturalmente, não sendo necessário o uso de papel toalha. 
14 
 
 
Deve-se evitar higienizar as mãos com água e sabão seguido de solução 
alcoólica, pois isto facilita o ressecamento da pele. 
As IRAS são processos infecciosos que se tratadas logo no começo e 
adequadamente têm cura. Qualquer infecção deve ser tratada com acompanhamento 
médico. Somente o médico pode decidir as opções terapêuticas para o tratamento das 
infecções, como antibióticos ou antifúngicos. 
O uso indevido de medicamentos, como por exemplo, os antibióticos podem 
provocar efeitos inesperados se utilizados incorretamente, podendo causar desde 
reação alérgica a lesão de órgãos internos, como fígado e rins. Além disso, o uso 
indevido de antibióticos pode promover a ocorrência de resistência dos micro-
organismos, fazendo com que os efeitos deste tipo de medicamento não atinja o 
resultado esperado. 
Desde 2004 a Organização Mundial de Saúde (OMS) tem visto a segurança do 
cuidado ao paciente como uma prioridade de saúde pública mundial. Exemplo disso é 
a criação de campanhas internacionais que visam melhorar a qualidade e segurança 
dos serviços prestados, envolvendo o paciente e seus familiares no processo do cuidar. 
O paciente e a família devem ter participação na tomada de decisões sobre o 
processo de tratamento da doença, sendo de grande importância o envolvimento do 
paciente junto à equipe de saúde. Ao se sentir parte integrante da equipe de saúde, o 
paciente passa a compor o “time de saúde” podendo assim, contribuir com a segurança 
do seu próprio cuidado. 
Algumas recomendações importantes devem ser seguidas pelos pacientes e 
seus familiares para contribuir para a qualidade da assistência e a segurança do 
cuidado: 
 Tornar-se informado sobre sua doença, fazendo perguntas relacionadas 
ao tratamento; 
 
 Envolver um membro da família para estar acompanhando o tratamento; 
 
 Higienizar as mãos sempre que necessário; 
 
15 
 
 
 Solicitar à equipe de saúde que higienize as mãos quando necessário; 
 
 Comunicar à equipe de saúde qualquer alteração relacionada ao cateter 
ou curativo; 
 
 Solicitar a familiares e amigos a não visitarem caso estejam doentes; 
 
 Evitar tocar olhos, nariz e boca; 
 
 Cobrir nariz e boca com papel descartável quando tossir ou espirrar, 
desprezando após o uso; 
 
 Se for fumante, tentar suspender o fumo; 
 
 Vacinar-se anualmente contra gripe. 
A qualidade na assistência prestada nos serviços de saúde depende da atenção 
dos profissionais, mas também do envolvimento apropriado do paciente e sua família. 
A parceria entre paciente, familiares e profissionais de saúde contribui para o sucesso 
do tratamento! 
 
CAPÍTULO 6 
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS 
 
“Higiene das mãos” é um termo geral, que se refere a qualquer ação de higienizar 
as mãos para prevenir a transmissão de micro-organismos e consequentemente evitar 
que pacientes e profissionais de saúde adquiram IRAS. De acordo com a Agência 
Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, o termo engloba a higiene simples, a higiene 
antisséptica, a fricção antisséptica das mãos com preparação alcoólica, definidas a 
seguir, e a antissepsia cirúrgica das mãos. 
16 
 
 
 Higiene simples das mãos: ato de higienizar as mãos com água e 
sabonete comum, sob a forma líquida. 
 Higiene antisséptica das mãos: ato de higienizar as mãos com água e 
sabonete associado a agente antisséptico. 
 Fricção antisséptica das mãos com preparação alcoólica: aplicação 
de preparação alcoólica nas mãos para reduzir a carga de 
microrganismos sem a necessidade de enxague em água ou secagem 
com papel toalha ou outros equipamentos. 
 Preparação alcoólica para higiene das mãos sob a forma gel: 
preparação contendo álcool, na concentração final mínima de 70% com 
atividade antibacteriana comprovada destinada a reduzir o número de 
micro-organismos. 
A higiene das mãos é uma importante medida no controle das infecções em 
serviços de saúde, por isso, tem sido considerado um dos pilares no programa de 
controle de infecção hospitalar. Todos devem estar conscientes da importância da 
higienização das mãos na assistência à saúde para segurança e qualidade da atenção 
prestada. 
 
 
INSUMOS NECESSÁRIOS 
ÁGUA 
Água livre de contaminantes químicos e biológicos. 
SABONETE 
Sabonete líquido, tipo refil, armazenado em dispensador de parede. 
AGENTES ANTI-SÉPTICOS 
Clorexidina degermante 2%; 
Polvidine degermante 10%; Álcool gel a 70%. 
PAPEL TOALHA 
Não reciclável, de boa qualidade, armazenado em dispensador de parede. 
17 
 
 
 
INDICAÇÕES PARA HIGIENE DAS MÃOS 
As mãos devem ser higienizadas em momentos essenciais e necessários de 
acordo com o fluxo de cuidados assistenciais para prevenção de IRAS causadas por 
transmissão cruzada pelas mãos: 
 Antes e após o contato com cada paciente, artigo ou superfície 
contaminada; 
 
 Após contato com sangue, fluidos corpóreos, secreções, excreções; 
 
 Após contato, entre um paciente e outro, entre cada procedimento ou em 
ocasiões em que exista risco de transferência de patógenos para 
pacientes ou ambientes; 
Entre procedimentos no mesmo paciente quando houver risco de infecção 
cruzada de diferentes sítios anatômicos. 
Antes e após o uso de luvas. 
Antes e depois de efetuar atividades corriqueiras (assuar o nariz, ir ao banheiro, 
se alimentar, etc). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
 
RECOMENDAÇÕES PARA HIGIENE DAS MÃOS 
As indicações para higiene das mãos contemplam: 
Higienizar as mãos com sabonete líquido e água. 
Quando estiverem visivelmente sujas ou manchadas de sangue ou outros fluidos 
corporais ou após uso do banheiro; 
Quando a exposição a potenciais patógenos formadores de esporos for 
fortemente suspeita ou comprovada, inclusive surtos de C.difficile; 
Em todas as outras situações, nas quais houver impossibilidade de obter 
preparação alcoólica.Higienizar as mãos com preparação alcoólica 
Quando as mãos não estiverem visivelmente sujas e antes e depois de tocar o 
paciente e após remover luvas; 
Antes do manuseio de medicação ou preparação de alimentos; 
Obs. Sabonete líquido e preparação alcoólica para a higiene das mãos não 
devem ser utilizados concomitantemente 
Não utilize unhas postiças quando prestar assistência direta ao paciente; 
Mantenha as unhas naturais sempre curtas; 
Não utilize anéis ou pulseiras quando estiver dando assistência ao paciente; 
Deve ser enfatizada para o atendimento de pacientes graves (neonatos, 
imunodeprimidos, internados em UTI, etc.), principalmente devido a grande 
manipulação sofrida pelos mesmos e a frequência de infecções por germes 
multirresistentes nestas populações; 
Incentivar os pacientes, acompanhantes e visitantes o higienizar as mãos. 
 
HIGIENIZAÇÃO SIMPLES DAS MÃOS (COM ÁGUA E SABONETE LÍQUIDO) 
Finalidade 
19 
 
 
Remover os micro-organismos que colonizam as camadas superficiais da pele, 
assim como o suor, a oleosidade e as células mortas, retirando a sujidade propícia à 
permanência e à proliferação de micro-organismos. 
 
 
Duração do procedimento 
A higienização simples das mãos deve ter duração mínima de 40 a 60 segundos. 
Técnica 
Abrir a torneira e molhar as mãos, evitando encostar-se na pia; 
Aplicar na palma da mão quantidade suficiente de sabão líquido para cobrir todas 
as superfícies das mãos (seguir quantidade recomendada pelo fabricante). 
Ensaboar as palmas das mãos, friccionando-as entre si. 
Esfregar a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda entrelaçando 
os dedos e vice-versa 
Entrelaçar os dedos e friccionar os espaços interdigitais 
Esfregar o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, segurando 
os dedos, com movimento de vai-e-vem e vice-versa. 
Esfregar o polegar direito, com o auxílio da palma da mão esquerda, utilizando-
se movimento circular e vice-versa. 
Friccionar as polpas digitais e unhas da mão esquerda contra a palma da mão 
direita, fechada em concha, fazendo movimento circular e vice-versa. 
Esfregar o punho esquerdo, com o auxílio da palma da mão direita, utilizando 
movimento circular e vice-versa. 
 
20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
Enxaguar as mãos, retirando os resíduos dos dedos para os punhos. 
Evitar contato direto das mãos ensaboadas com a torneira. 
Enxugar as mãos com papel toalha. 
Fechar a torneira acionando o pedal; com o cotovelo ou utilizar o papel toalha; 
ou ainda, sem nenhum toque, se a torneira for fotoelétrica. Nunca use as mãos. 
 
HIGIENE DAS MÃOS COM ÁLCOOL GEL 
Indicações 
Mãos não visivelmente sujas; 
Antes de entrar em contato com os pacientes; 
Após contato com pele íntegra de pacientes; 
Após o contato com objetos inanimados próximos ao paciente. 
Finalidade 
A utilização de preparação alcoólica para higiene das mãos sob a forma gel (na 
concentração final mínima de 70%) tem como finalidade reduzir a carga microbiana das 
mãos e pode substituir a higienização com água e sabonete líquido quando as mãos 
não estiverem visivelmente sujas. A fricção antisséptica das mãos com preparação 
alcoólica não realiza remoção de sujidades. 
Duração do procedimento 
A fricção das mãos com preparação alcoólica antisséptica deve ter duração de 
no mínimo 20 a 30 segundos. 
Técnica 
Os seguintes passos devem ser seguidos durante a realização da técnica de 
fricção antisséptica das mãos com preparação alcoólica: 
 
 Aplique uma quantidade suficiente de preparação alcóolica em uma mão 
em forma de concha para cobrir todas as superfícies das mãos. 
22 
 
 
 
 Friccione as palmas das mãos entre si; 
 
 Friccione a palma de mão direita contra o dorso da mão esquerda, 
entrelaçando os dedos e vice-versa; 
 
 Friccione a palma das mãos entre si com os dedos entrelaçados; 
 
 Friccione o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, 
segurando os dedos, com movimento vai-e-vem e vice-versa; 
 
 Friccione o polegar esquerdo com o auxílio da palma da mão direita, 
utilizando- se de movimento circular e vice-versa; 
 
 Friccione as polpas digitais e unhas da mão direita contra a palma da mão 
esquerda, fazendo um movimento circular e vice-versa; 
 
 Quando estiverem secas, suas mãos estarão seguras. 
23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS COM SOLUÇÃO ANTISSÉPTICA 
24 
 
 
Finalidade 
Promover a remoção de sujidades e da microbiota transitória, reduzindo a 
microbiota residente das mãos, com auxílio de um antisséptico. 
Duração do procedimento 
A higienização antisséptica das mãos deve ter duração mínima de 40 a 60 
segundos. 
Técnica 
A técnica de higienização antisséptica é igual àquela utilizada para a 
higienização simples das mãos, substituindo-se o sabonete líquido comum por um 
associado a antisséptico, como antisséptico degermante. 
ESPECTRO ANTIMICROBIANO E CARACTERÍSTICAS DE AGENTES 
ANTISSÉPTICOS UTILIZADOS PARA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS 
Grupo Bactérias 
Gram 
Positivas 
Bactérias 
Gram 
Negativas 
Micobactérias Fungos 
Vírus 
Velocidade 
de Ação 
Comentários 
 
Álcoois 
 
+++ 
 
+++ 
 
+++ 
 
+++ 
 
+
++ 
 
rápida 
Concentração ótima: 70%; 
não apresenta efeito 
residual 
 
Clorexidina (2% 
ou4%) 
 
+++ 
 
++ 
 
+ 
 
+ 
 
+
++ 
 
intermediária 
Apresenta,efeito residual; 
raras reações alérgicas 
 
Compostos de iodo 
 
+++ 
 
+++ 
 
+++ 
 
+
+ 
 
+
++ 
 
intermediária 
Causa queimaduras na 
pele; irritantes quando 
usados na higienização 
antisséptica das mãos 
 
 
Iodóforos 
 
 
+++ 
 
 
+++ 
 
 
+ 
 
 
+
+ 
 
 
+
+ 
 
 
intermediária 
Irritação da pele menor 
que a de composto de 
iodo; apresenta efeito 
residual; aceitabilidade 
variável 
Triclosan +++ ++ + -
- 
+
++ 
intermediária Aceitabilidade variável 
para as mãos 
Legenda: +++ excelente / ++ bom / + regular / - nenhuma ou insuficiente atividade antimicrobiana 
 
25 
 
 
RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS DE ACORDO COM 
AS CATEGORIAS DE EVIDÊNCIA 
 
RECOMENDAÇÕES GERAIS SOBRE HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS 
categoria 
Lavar as mãos com água e sabão quando essas estiverem 
visivelmente sujas ou contaminadas com material proteico ou estiverem 
visivelmente sujas com sangue ou outro fluido corporal. 
IA 
Higienizar as mãos se essas não estiverem visivelmente sujas, 
utilizando álcool a 70%, para descontaminação rotineira das mãos antes de 
ter contato direto com o paciente. 
IB 
Descontaminar as mãos antes de calçar luvas estéreis quando na 
inserção de cateter central intravascular. 
IB 
Descontaminar as mãos antes da inserção de cateteres urinários, 
cateteres vasculares periféricos ou outros procedimentos invasivos que não 
requerem cirurgias. 
IB 
Descontaminar as mãos depois do contato com pele integra de 
pacientes. 
IB 
Descontaminar as mãos antes e depois de contato com fluidos 
corporais ou excreções, mucosas, pele não íntegra e curativos mesmo que as 
mãos não estejam visivelmente sujas. 
IA 
Descontaminar as mãos após a remoção das luvas. IB 
Descontaminar as mãos após do contato com objetos inanimados, 
inclusive equipamentos médicos, próximos aos pacientes. 
II 
Descontaminar as mãos se mudar de um sítio contaminado para uma 
área limpa do corpo durante os cuidados ao paciente. 
II 
Higienizar as mãos com água e sabão, antes de comer e após usar o 
banheiro. 
IB 
Nenhuma recomendação pode ser feita a respeito do uso rotineiro de 
friccionar as mãos com produto que não seja a base de álcool. 
NR 
Não é recomendada a higienização das mãos com álcool gel, 
imediatamente após a lavagem com água e sabão, a fim de evitar 
ressecamento da pele e dermatite de contato. 
 
--- 
26 
 
 
 
 
mãos deverá ser realizada antes e após tocar osítio de inserção do cateter, 
bem como antes e após a inserção, remoção, manipulação ou troca de 
curativo. 
 
Utilize luvas se possível contato com sangue ou outros materiais 
potencialmente contaminados, membranas mucosas e pele não intacta. 
--- 
Remova as luvas após o contato prestado ao paciente. --- 
Não utilize as mesmas luvas para cuidar de mais de um paciente e não 
lave as luvas entre os usos entre diferentes pacientes. 
--- 
Troque de luvas se mudar de um sítio anatômico contaminado para 
outro limpo. 
-- 
A degermação das mãos em cirurgias deve durar 5 minutos antes da 
primeira cirurgia e 2 a 3 minutos antes das cirurgias subsequentes. 
--- 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 7 
A higienização das mãos com álcool gel não deverá exceder o número 
de cinco vezes, pois acima desse quantitativo, a solução adere sujidade e 
torna-se fonte de contaminação. 
 
--- 
Não é recomendado o uso de toalhas de pano tipo rolo em ambientes 
de saúde. 
II 
O uso de luvas não substitui a necessidade de higienização das mãos. 
No cuidado específico com cateteres intravasculares, a higienização das 
IA 
27 
 
 
CUIDADOS ESPECIAIS 
Cuidado com o uso de luvas 
O uso de luvas não altera nem substitui a higienização das mãos, seu uso por 
profissionais de saúde não deve ser adotado indiscriminadamente, devendo ser restrito 
às indicações a seguir: 
 Utilizá-las para proteção individual, nos casos de contato com sangue e 
líquidos corporais e contato com mucosas e pele não íntegra de todos os 
pacientes; 
 
 Utilizá-las para reduzir a possibilidade de os micro-organismos das mãos 
do profissional contaminarem o campo operatório (luvas cirúrgicas); 
 
 Utilizá-las para reduzir a possibilidade de transmissão de micro-
organismos de um paciente para outro nas situações de precaução de 
contato; 
 
 Trocar de luvas sempre que entrar em contato com outro paciente; 
 
 Trocar de luvas durante o contato com o paciente se for mudar de um sítio 
corporal contaminado para outro, limpo; 
 
 Trocar de luvas quando estas estiverem danificadas; 
 
 Nunca tocar desnecessariamente superfícies e materiais (tais como 
telefones, maçanetas, portas) quando estiver com luvas; 
 
 Higienizar as mãos antes e após o uso de luvas. 
 
Cuidados com a pele das mãos 
Os seguintes aspectos devem ser levados em consideração para garantir o bom 
estado da pele das mãos: 
28 
 
 
 a fricção das mãos com preparação alcoólica contendo um agente 
umectante agride menos a pele do que a higiene com sabonete líquido e 
água; 
 
 as luvas entalcadas podem causar irritação quando utilizadas 
simultaneamente com produtos alcoólicos; 
 
 o uso de cremes de proteção para as mãos ajudam a melhorar a condição 
da pele, desde que sejam compatíveis com os produtos de higiene das 
mãos e as luvas utilizadas. 
 
Os seguintes comportamentos devem ser evitados: 
 utilizar sabonete líquido e água, simultaneamente a produtos alcoólicos; 
 
 utilizar água quente para lavar mãos com sabonete líquido e água; 
 
 calçar luvas com as mãos molhadas, levando a riscos de causar irritação; 
 
 higienizar as mãos além das indicações recomendadas; 
 
 usar luvas fora das recomendações. 
 
 
 
 
 Os seguintes princípios devem ser seguidos: 
 
 enxaguar abundantemente as mãos para remover resíduos de sabonete 
líquido e sabonete antisséptico; 
 
 friccionar as mãos até a completa evaporação da preparação alcoólica; 
29 
 
 
 
 secar cuidadosamente as mãos após lavar com sabonete líquido e água; 
 
 manter as unhas naturais, limpas e curtas; 
 
 não usar unhas postiças quando entrar em contato direto com os 
pacientes; 
 
 deixar punhos e dedos livres, sem a presença de adornos como relógios, 
pulseiras e anéis, etc; 
 
 aplicar regularmente um creme protetor para as mãos (uso individual). 
30 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Higienização das mãos 
em serviços de saúde. Brasília/DF: 2007. disponível em http:\\ www.anvisa.gov.br 
[acesso em julho de 2011]. 
 
Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). 
Portaria nº 2.616/MS/GM, de 12 de maio de 1998. Diário Oficial da União, 
Brasília, 13 de maio de 1998. disponível em 
http://www.anvisa.gov.br/legis/portarias/2616_98.htm [acesso em agosto de 2011]. 
 
Centro de Vigilância Epidemiológica Prof. Alexandre Vranjac. disponível em 
http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/ih/if_publico.htm [acesso em agosto de 2011]. 
 
Improving Care Search Centre. disponível em 
http://www.patientsforpatientsafety.ca/English/Pages/default.aspx [acesso em 
setembro de 2011]. 
 
Medeiros, EAS, Wey, SB, Guerra C. Diretrizes para a prevenção e o controle de 
infecções relacionadas à assistência à saúde. Comissão de Epidemiologia 
Hospitalar, Hospital São Paulo, Universidade Federal de São Paulo. São Paulo, 
2005. Fonte: Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segurança do 
paciente em Serviços de Saúde: Higienização das Mãos. Brasília: ANVISA, 2009. 
 
National Center for Patient Safety (NCPS). United States Department of Veterans 
Affairs. Infection: Don't Pass It On. disponível em 
http://www.publichealth.va.gov/infectiondontpassiton [acesso em setembro de 
2011].Pereira, CR. Guia para higiene das mãos em serviços de assistência à saúde. 
APECIH. Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar. São 
Paulo: APECIH, 2003. 4 p. 
 
 
31 
 
 
World Health Organization (WHO). Patients for Patient Safety – Statement of Case. 
How patient engagement became a priority. disponível
 em: 
http://www.who.int/patientsafety/patients_for_patient/statement/en/index.html 
[acesso em agosto de 2011]. 
 
World Health Organization (WHO). Prevention of hospital-acquired infections. 
disponível em http://WHO/CDS/CSR/EPH/2002.12 [acesso em agosto de 2011].

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