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Gestão de compras (ERP) APRESENTAÇÃO A gestão do sistema de compras é um dos desafios que os gestores logísticos enfrentam para manter a organização competitiva. Isso ocorre, pois a função compras é responsável pela aquisição de equipamentos e mercadorias, por meio de pagamento de bens e serviços que atendam aos requisitos da operação. Por isso, muitas empresas estão adotando o sistema ERP devido a várias razões, tais como: decepção com sistemas incompatíveis, incapacidade do departamento de Tecnologia de Informação em realizar a integração entre os sistemas existentes atualmente na empresa. Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá conhecer de que formas as organizações utilizam o ERP em seus sistemas de compras, qual a sua relação com os indicadores de compra e com as estratégias das organizações. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer o uso do ERP na administração de patrimônio.• Demonstrar a aplicação do sistema de gerenciamento na gestão de fornecedores.• Analisar os indicadores de compras.• DESAFIO No atual cenário empresarial, a busca pela competitividade é caracterizada pela melhoria dos produtos; redução dos custos; diferenciação da concorrência pela especialização em um nicho do mercado e pelo uso de sistemas integrados de gestão, como o ERP – Enterprise Resource Planning. Veja a seguinte situação: Você, enquanto profissional da área, e com base nessa abordagem, tem como Desafio responder às seguintes questões: 1. Qual é a relação entre necessidade de produtividade de uma empresa e o uso de ERP? 2. Quais dos ganhos apontados podem ser usados como argumentação ao uso do ERP para uma equipe? INFOGRÁFICO Para escolher um bom fornecedor do sistema de gestão de compras/ERP, é fundamental avaliar as alternativas existentes no mercado. No Infográfico a seguir, veja um resumo de algumas funcionalidades do sistema que devem fazer parte da estratégia das organizações na hora de escolher o parceiro do software. CONTEÚDO DO LIVRO Atualmente, as organizações podem contar com vários softwares que auxiliam na gestão de compras. No entanto, o mais utilizado é o ERP – Enterprise Resource Planning. Leia o capítulo Gestão de compras (ERP), da obra Gestão da Tecnologia e Informação em Logística, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, e veja as referências a respeito do papel do ERP na função compras, como o sistema funciona, quais são as suas principais vantagens e desvantagens, bem como a sua relação com os indicadores de desempenho das compras. Boa leitura. GESTÃO DA TECNOLOGIA E INFORMAÇÃO EM LOGÍSTICA Fernanda Rocha de Aguiar Gestão de compras (ERP) Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer o uso do ERP na administração de patrimônio. Demonstrar a aplicação do sistema de gerenciamento na gestão de fornecedores. Analisar os indicadores de compras. Introdução A gestão de compras é uma das funções mais importantes da cadeia logística, pois se relaciona com toda a cadeia de suprimentos. Ao longo dos anos, a forma de fazer a gestão de compras evoluiu, acom- panhando as revoluções tecnológicas e destacando cada vez mais a necessidade de competitividade nas empresas do setor. Atualmente há vários sistemas que podem ser implantados nas organizações para o gerenciamento das compras. O mais utilizado se relaciona aos métodos de controle integrado e é chamado ERP, do inglês enterprise resource planning. Neste capítulo, você vai estudar as funcionalidades desse sistema, verificando de que forma ele se relaciona à administração do patri- mônio. Você vai identificar quais são os principais módulos do ERP, especialmente no que se refere às compras, à relação com fornecedores e às formas de pedido, e vai analisar quais são as suas implicações para a gestão logística. Além disso, você vai identificar a forma de controle de desempenho das compras a partir dos principais indicadores que realizam essa medição. Uso do ERP na administração de patrimônio No âmbito da busca por competitividade, as empresas buscam redução de custos, melhoria do produto, maior valor agregado ao produto e diferencia- ção para que se destaquem dos seus concorrentes. Por isso, os sistemas de informação estão em evolução contínua desde que os processos produtivos e a cadeia produtiva passaram a ser estratégias para a alta administração. Na logística, as perguntas-chave sobre o quanto estocar e o quanto entregar se referem diretamente à tomada de decisão frente às demandas dos clientes. Por isso, em pouco tempo, houve uma evolução dos sistemas de controle dos estoques e recursos, que acarretou o surgimento do software MRP — material requirements planning —, passando pelo MRP II — manufacturing resources planning — e chegando ao ERP. Tais sistemas interferem na gestão patrimonial com métodos e processos mais ágeis, para controlar e administrar o negócio. A tendência atual da área de sistemas de informações gerenciais é exatamente esta: proporcionar à em- presa estar integrada com toda a cadeia de suprimento, conseguindo realizar o planejamento com estratégia e rapidez na informação. A sigla ERP, na tradução livre, significa planejamento dos recursos da empresa. No Brasil, o ERP também é chamado de sistema integrado de gestão empresarial, que controla e fornece suporte a todos os processos operacionais, produtivos, administrativos e comerciais da empresa. Todas as transações realizadas pela empresa devem ser registradas para que as consultas extraídas do sistema possam refletir o máximo possível a realidade, conforme leciona Padilha (2005). A Software Applications and Products, mais conhecida como SAP, é uma das maiores empresas fornecedoras de sistemas ERP do mundo. A organização foi criada em 1972, na Alemanha. Ela desenvolveu o conceito original do ERP para que houvesse uma solução única que fosse totalmente integrada e pudesse automatizar todos os processos ligados a uma empresa. Gestão de compras (ERP)2 A denominação “sistema integrado” significa dizer que o ERP possibilita um fluxo de informações único por toda a empresa, sob uma mesma base de dados. Como a sua atuação abrange todas as áreas da organização, ele também é uma ferramenta de melhoria de processos, com informações em tempo real. Ou seja, o ERP permite visualizar por completo as transações efetuadas pela empresa, desenhando um amplo cenário de seus negócios. O ERP funciona a partir de um processamento de dados que executa, controla e dá suporte aos processos gerenciais de uma empresa e é adquirido na forma de pacotes de software. Resumidamente, o objetivo desse sistema é facilitar e tornar mais rápido e preciso o fluxo de informações, permitindo subsídios para a melhor tomada de decisão. Dessa forma, o ERP proporciona atuação diferenciada e incorpora vantagens competitivas com relação ao custo, à velocidade, à pontualidade, à flexibilidade e à qualidade. O sistema é composto por diferentes módulos, que correspondem a cada uma das áreas da organização, integrando-as com uma base de dados única e em tempo real. Portanto, todas as informações são veiculadas on-line, sem documentos impressos ou planilhas que necessitem de atualização manual. A estrutura dos módulos que incorporam os processos de negócio da organi- zação é baseada nas melhores práticas mundiais de execução dos processos e desenvolvidas por fornecedores como SAP, Oracle, JD Edwards, Peoplesoft, Microsiga e Datasul, conforme apontam Platt e Klaes (2010). O ERP não é propriamente estratégico, pois representa uma tecnologia de suporte, com módulos integrados que formam um núcleo responsável pelo processamento interno de transições. Esses módulos podem ser, assim, didaticamente compreendidos: financeiro, de controladoria, de materiais, de vendas, de produção, de qualidade e de recursos humanos (Figura 1). Cada módulo dossistemas de gestão integrada contempla funcionalidades relacionadas à área de atuação específica. Os módulos financeiros e de controlado- ria abrangem, por exemplo, funcionalidades de contabilidade geral, faturamento, contas a receber, contas a pagar, contabilidade de centros de custos, gestão de ativos, etc. Já o módulo de materiais contempla, entre outras, as funcionalidades de compra e controle de estoques. No entanto, ao considerar os processos, verifica-se que estes atravessam vários módulos do ERP. Por exemplo, o processo de custos abrange os módulos de produção, de materiais, além dos módulos financeiro e de controladoria, conforme lecionam Hypolito e Pamplona (1999). 3Gestão de compras (ERP) Figura 1. Estrutura típica de funcionamento de um ERP. Fonte: Davenport (1998, documento on-line). Entretanto, apesar de todas as garantias de sucesso e otimização da in- formação que os sistemas ERP proporcionam, é importante destacar alguns pontos e características que devem ser cuidadosamente analisados no momento da aquisição e implantação. Segundo Padilha (2005), os ERP: são pacotes comerciais desenvolvidos a partir de modelos-padrão de processos, que não são específicos para uma determinada necessidade, e sim genéricos, podendo a empresa compradora do sistema adequar-se ou não a eles; possuem custos elevados, destacando-se os custos de hardware e in- fraestrutura computacional, de aquisição da licença de uso do ERP e de treinamento e consultoria para a implantação; apresentam muitas complexidades, sendo que sua implantação deverá ser realizada por profissionais que conheçam não somente o negócio da empresa, como também a solução escolhida. Gestão de compras (ERP)4 A seguir, você pode observar que a implantação do sistema ERP apresenta vantagens e desvantagens em sua aplicação. Observe o quadro-resumo a seguir, que enumera os pontos importantes para definir o uso do ERP e os pontos que podem colocar a solução em risco, como o seu alto custo e a forma padronizada como a ferramenta é estabelecida. Vantagens Integração dos processos As informações dispersas pelo fluxo do processo passam a ter mais visibilidade. Velocidade da informação A informação é obtida em tempo real, aumen- tando a eficiência. Eliminação de redundâncias As informações repetitivas deixam de ser digi- tadas, eliminando o retrabalho e, consequente- mente, aumentando a eficiência. Adaptação às mudanças Os sistemas ERP permitem que as empresas res- pondam rapidamente às necessidades do mercado e reajam satisfatoriamente às suas mudanças. Maior controle É possível rastrear os erros, as deficiências e onde elas ocorrem. Desvantagens Custos de implementação A implementação do sistema ERP apresenta custos elevados de consumo de tempo. Imposição de padrões As empresas são forçadas a modificar suas formas de trabalho a fim de que os módulos projetados possam ser implementados. Fornecedor único A adoção do sistema causa dependência ao fornecedor do pacote, uma vez que a empresa não tem o domínio sobre a tecnologia. Questões técnicas Pacotes incompletos, problemas de integração e parametrização. Fonte: Adaptado de Salaberry (2009). 5Gestão de compras (ERP) A administração do patrimônio de uma empresa precisa de ações estratégicas para avaliar prioridades de aquisição, a fim de realizar um planejamento adequado às suas demandas. A gestão patrimonial eficiente fortalece a imagem da empresa, gera lucros e é um fator crucial para qual- quer negócio. Para isso, a gestão de patrimônio pode contar com o ERP como ferramenta de grande abrangência e flexibilidade, pois o sistema é capaz de manter e controlar os bens, atualizando os registros do inventário patrimonial. Os ganhos do sistema representam agilidade no controle dos bens, informa- ções para a tomada de decisão e detalhamento das informações contábeis e fiscais. Conforme lecionam Platt e Klaes (2010), as práticas da logística se bene- ficiam do uso do ERP especialmente nas seguintes áreas: gestão de estoques (análise ABC, elaboração de previsões e tendências de consumo, lotes de compra, estoque de segurança, determinação dos custos de estoque); gestão de compras (elaboração de todo o processo, como as requisições, a verificação em estoque, a elaboração de cotações, a ordenação no sistema das alternativas cotadas e a elaboração de pedido); atividades operacionais de armazenagem, movimentação, classifica- ção, transportes de materiais, entre outras, por meio da realização de atividades e processos no próprio módulo do sistema. Um dos módulos mais comuns do ERP, no que concerne ao patrimônio e às compras, é o chamado MM, do inglês material management, ou gerenciamento de materiais, em que estão as funções de planejamento e controle de supri- mentos, envolvendo compras e estoques. Segundo a SAP, que, como vimos, é a maior fornecedora do ERP no mundo, há grande quantidade de departa- mentos que são atendidos pelo módulo MM, como suprimentos, almoxarifado, recebimento fiscal, controle de estoques, entre outros. Os subcomponentes desse módulo compreendem consumo, compras, administração de serviços, administração de estoques e revisão de faturas. Gestão de compras (ERP)6 Mais de um departamento pode estar envolvido no módulo de gerenciamento de materiais do ERP. Por exemplo, o setor de RH pode fazer uma requisição de compras de resmas de papel A4. Essa solicitação, em seguida, é transformada em um pedido de compras; logo, o setor de compras vai avaliar o pedido junto aos fornecedores, para ter a melhor proposta. Ao receber a mercadoria, o setor de recebimento e estoque atualiza a informação, deixando as folhas disponíveis para consumo. Um processo desencadeia outro processo, e os setores e departamentos aproveitam as informações sem precisar digitar ou imprimir várias vias do mesmo dado. É isso que o módulo MM faz. O mesmo input de informações abastece todos os setores, incluindo fornecedores (integração com o módulo FA — financial account — de finanças e contabilidade). A seguir, você pode verificar algumas telas do sistema MM, para que fique mais claro o entendimento das funcionalidades do sistema. A Figura 2 mostra a requisição de compras, que é um dos componentes que inicia os processos de gestão de materiais. Essa requisição se relaciona à solicitação de um determinado usuário ou departamento/setor. Figura 2. Exemplo de um cadastro de materiais (módulo MM — ERP). Fonte: Silva (2018, documento on-line). 7Gestão de compras (ERP) Também é possível verificar a visão geral de estoques quanto à especificação do item, às referências e à quantidade disponível (Figura 3). Figura 3. Exemplo de controle de estoques (módulo MM — ERP). Fonte: Silva (2018, documento on-line). ERP e a gestão de fornecedores A gestão de compras compreende um conjunto de ferramentas que permite a implementação de políticas de compras efi cientes para tratar diferentes processos de ressuprimento. Segundo Ballou (2006), a função de compras é considerada uma atividade no processo de programação. As suas atividades afetam diretamente o fl uxo de bens e serviços no canal logístico. Cabe reforçar que há inter-relação entre produção, comercialização e compras. Não reco- nhecer essa dependência pode afetar negativamente o canal de suprimentos. A possibilidade de certificar fornecedores, produto a produto, permite o desenvolvimento de parcerias com os melhores, gerando redução de custos e melhorias nos níveis de serviços por eles prestados. Nesse sentido, o ERP trata diferentes unidades de medida e formas de fornecimento, automatizando a conversão destas para os padrões adotados pela empresa. O módulo de compras foi desenvolvido para realizar o registro, o controle e o acompanhamento de todos os movimentos referentes ao recebimento de Gestão de compras (ERP)8 materiais. Além disso, este possibilita que o estoque seja administrado para reposição em tempo hábil e que as negociações sejam realizadascom dados atualizados, para a otimização de quantidades e valores de compra. A ação de comprar pode ser iniciada de uma solicitação de compra ou dire- tamente a partir da criação do pedido de compra. Caso a empresa trabalhe com solicitações de compra e cotação de preços, devem ser realizados os cadastros gerais, os cadastros para realização da solicitação de compras e os cadastros para realização de cotação de preço. Em seguida, efetuam-se os cadastros para a realização de pedidos. Caso a empresa trabalhe com grade (cor, tamanho, ma- terial), serão necessários também os cadastros para criação do pedido em grade. Nesse módulo do ERP, encontram-se algumas funcionalidades, como manter listas de preços de fornecedores, para facilitar o processo de compra, e permi- tir a programação e a reprogramação das entregas de cada item dos pedidos de compra, sempre na moeda corrente que foi parametrizada. Outra situação apresentada pelo ERP ao tratar dos fornecedores é manter o histórico detalhado de todas as alterações e os movimentos lançados em cada pedido de compra. A seleção de fornecedores é considerada um fator crítico de sucesso para as compras, em que não basta avaliar a característica do produto a ser adquirido. Outras análises do fornecedor são importantes, como seu balanço patrimonial e o resultado da cotação periódica, para a avaliação da sua prática de preços. Tendo a quantidade, os custos e a possível data estimada para a entrega, é possível dar início à negociação com fornecedores. A cotação deve ocorrer com o maior número de fornecedores cadastrados. Como há essa gestão no módulo ERP, obtém-se menores incidências de falta de insumo, bem como maior agilidade nas etapas de aprovação dos pedidos de compra e maior fluidez para o controle dos estoques. Nesse caso, diminui-se consideravelmente as compras emergenciais, reduzindo desperdícios e gastos com demandas sem programação. Estão destacadas, a seguir, outras funcionalidades que o módulo apresenta e que podem ser utilizadas conforme a necessidade de cada empresa: análise de divergência; limite de aprovação de pedido; 9Gestão de compras (ERP) compra baseada em projetos; criação do pedido; mapa de distribuição; data limite das operações; consulta, baixa de pedido ou provisões com frete; regras de validação de quantidade e unitário zerado. Acesse o link a seguir e assista a um vídeo do site ERP Pronto com dicas sobre a operacionalização de lançamentos de pedidos de compras no ERP. https://goo.gl/ExmB82 Indicadores de compras Uma das maneiras mais efi cientes de acompanhar os resultados de uma empresa e saber mais sobre sua performance é com base em indicadores de gestão. Mas, o que são indicadores? São informações que demonstram o desempenho de um processo em relação ao esperado, estando acima ou abaixo dessa métrica. Os indicadores são acompanhados ao longo do tempo e também servem para comparar a instituição ou o setor com outros. Podem ser exemplos de indicadores: lucratividade, rentabilidade, inadimplên- cia, absenteísmo, produtividade, entre outros. Essas métricas são essenciais na hora de mensurar detalhadamente os rendimentos de cada setor, para que haja avaliação dos resultados e planejamento adequado diante da situação apresentada. Nesse âmbito, é importante entender que o departamento de compras concentra grandes responsabilidades, pois sua função principal é coordenar o fluxo de informações, serviços e recursos financeiros da empresa para alcançar os objetivos esperados e atender o seu cliente. Logo, a eficácia de seus processos é crucial para que os objetivos da instituição sejam alcançados e para fazer o orçamento render mais. Para entender se o setor de compras de uma empresa está indo bem, alguns indicadores devem ser avaliados, a fim de que as medidas necessárias possam ser tomadas. Veja a seguir os indicadores mais relevantes para o departamento de compras, conforme elenca Oliveira (2015). Gestão de compras (ERP)10 Saving: é um dos indicadores de gestão mais importantes, pois seu objetivo é justamente medir o ganho financeiro que a empresa teve com uma aquisição. O saving é quando há uma compra pela segunda vez de um item, e o comprador consegue adquirir por um preço mais barato. Por exemplo, uma mesa foi comprada a R$ 100, e consegue-se comprá-la por R$ 98. Já o cost avoidance, outro indicador de compras, é um custo que o comprador consegue evitar. Lead time: mede a eficiência do setor, pois calcula o período desde que um material ou serviço foi requisitado até o atendimento da demanda. Ele demonstra se houve sucesso no processo de compras, auferindo o tempo decorrido para que um produto ou serviço atravesse todas as etapas internas da empresa até cumprir seu papel. Se o lead time estiver muito alto, cabe aos gestores alinharem e repensarem processos para que estes fiquem mais rápidos, menos burocráticos e mais eficazes. Além desses aspectos, o lead time também avalia o trabalho dos for- necedores para verificar se esses parceiros são capazes de cumprir os prazos acordados e não causar atrasos que prolongariam o lead time. Evolução do preço: esse indicador diz respeito a uma análise dos valores praticados por produtos ou serviços em determinado período de tempo. Trata-se de uma comparação entre um preço atual versus o preço anterior. O objetivo é identificar elevações e quedas ao longo do tempo, para encontrar maneiras de economizar, bem como para tratar melhor as questões de sazonalidade. Prazo médio de pagamento: mensura o prazo médio em que é feito o pagamento dos fornecedores. Seu cálculo busca identificar a diferença entre a data exata de um pagamento menos o dia em que tal compra foi realmente faturada, isto é, que o dinheiro saiu do caixa da empresa. Custo de suprimentos: esse indicador de performance mede o percen- tual que os custos dos suprimentos têm nas vendas da empresa. Isto é, mostra quantos % de uma venda é investido na compra de insumos — para isso, compara o volume total de vendas com o de aquisições. Seu objetivo é entender as despesas com requisições que uma instituição tem em relação às suas vendas. Da mesma forma, indica o quanto dos negócios fechados é aplicado nas compras. Os resultados dessa apura- ção revela a necessidade de melhoria nos processos de requisição ou adoção de medidas para redução de custos. Esse é um dos indicadores de gestão mais relevantes para os processos de compras e o financeiro da instituição, e monitorá-lo faz toda a diferença na manutenção do fluxo de caixa da empresa e do capital de giro. 11Gestão de compras (ERP) Nível de entrega: outro indicador importante para o setor de compras é o nível de entrega. Ele visa a compreender a atuação do fornecedor e até a logística do próprio empreendimento. É interessante avaliar, por exemplo, a taxa de entregas que chegaram no prazo em relação às entregas já efetuadas. Também é preciso analisar o número de devoluções e a con- fiabilidade geral do fornecedor. Ao aplicar essas medidas, você identifica quais são os parceiros mais adequados para atender a certas demandas. Para saber mais sobre os indicadores mais utilizados no setor de compras, acesse os links listados a seguir e entenda melhor esse conceito. Indicadores de desempenho na área de compras https://goo.gl/AX8Hz6 Indicadores de compras e a economia na empresa https://goo.gl/jgLt6v Afinal, o que é saving em compras? https://goo.gl/1AEx59 BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: logística empresarial. Porto Alegre: Bookman, 2006. DAVENPORT, T. H. Putting the enterprise into the enterprise system. Harvard Business Review, Brighton, USA, p. 121-131, jul./aug. 1998. Disponível em: https://hbr.org/1998/07/ putting-the-enterprise-into-the-enterprise-system. Acesso em: 29 mar. 2019. HYPOLITO, C. M.; PAMPLONA, E. O. Sistemas de gestão integrada: conceitos e considera- ções em uma implantação. In: ENCONTRO NACIONALDE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 19., 1999, Rio de Janeiro. Anais [...]. Rio de Janeiro: UFRJ, 1999. Disponível em: http:// www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP1999_A0357.PDF. Acesso em: 29 mar. 2019. Gestão de compras (ERP)12 OLIVEIRA, M. H. F. Análise dos indicadores de desempenho do processo de compras do Hospital Universitário Onofre Lopes na gestão da EBSERH. 2015. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Administração) — Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, 2015. Disponível em: https:// monografias.ufrn.br/jspui/bitstream/123456789/4036/1/MariaHFO_Monografia.pdf. Acesso em: 29 mar. 2019. PADILHA, T. C. C.; MARINS, F. A. S. Sistemas ERP: características, custos e tendências. Production, [s. l.], v. 15, n. 1, p. 102-113, 2005. PLATT, A. A.; KLAES, L. S. Utilizando o sistema integrado de gestão (ERP) no apoio ao ensino de logística e gestão da cadeia de suprimentos. Revista de Ciências da Adminis- tração, [s. l.], v. 12, n. 28, p. 224-241, 2010. SALLABERRY, C. R. Implementação de um sistema ERP em uma empresa construtora: im- pactos no processo de aquisição de materiais. 2009. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Engenharia Civil) — Escola de Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, 2009. Disponível em: https://www.lume.ufrgs. br/bitstream/handle/10183/24088/000741743.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 29 mar. 2019. SILVA, J. O que é SAP MM? Evoeducação, Goiânia, GO, 2018. Disponível em: https:// evoeducacao.com.br/artigos/o-que-e-sap-mm/#Introducao_ao_modulo_SAP_MM. Acesso em: 29 mar. 2019. Leituras recomendadas DORNIER, P. P. et al. Logística e operações globais: texto e casos. São Paulo: Atlas, 2000. FRANCISHINI, P. G.; GURGEL, F. A. Administração de materiais e do patrimônio. São Paulo: Cengage, 2009. GED, A. Mundo integrado ao ERP. Mundo da Imagem, [s. l.], n. 36, p. 2-6, nov./dez. 1999. STAIR, R. M. Princípios de sistemas de informação: uma abordagem gerencial. 2. ed. São Paulo: LTC, 1998. TAYLOR, D. Logística na cadeia de suprimentos: uma perspectiva gerencial. São Paulo: Pearson, 2006. 13Gestão de compras (ERP) DICA DO PROFESSOR Uma das funcionalidades do Módulo de Compras no ERP é gerenciar os estoques, as necessidades de aquisição e medir o lead time das operações. Mas você sabe o que é o lead time ? Nesta Dica do Professor, veja o que é esse conceito e como ele apoia a tomada de decisão na hora de realizar as operações de compras. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Sabe-se que os sistemas de integração, incluindo o ERP, interferem na gestão patrimonial das empresas. Assinale a alternativa que apresenta por qual motivo ocorre essa interferência. A) Porque ajudam na leitura automática de itens de estoque. B) Porque não estão vinculados com todas as áreas da organização. C) Porque apresentam subsídios aos órgãos externos da empresa, como, por exemplo, o fisco. D) Porque resultam em informações centralizadas dos departamentos. E) Porque fornecem métodos e processos mais ágeis para controlar e administrar o negócio. 2) Sabe-se que o ERP contribui, e muito, para a gestão patrimonial. Mas qual é a principal contribuição do ERP para esse tipo de gestão? Assinale a alternativa CORRETA: A) Uma ferramenta restrita à área de estoques. B) Uma ferramenta de grande abrangência e flexibilidade, pois é capaz de manter e controlar os bens, atualizando os registros do inventário patrimonial. C) Uma ferramenta que controla os itens de entrada do estoque através de um portal RFID. D) Uma ferramenta de gestão exclusiva para o setor de recursos humanos da empresa. E) Uma ferramenta de gestão dedicada exclusivamente à movimentação dos investidores e fornecedores da empresa. 3) A função "compras" afeta diretamente o fluxo de bens e serviços do canal logístico. Esta afirmativa justifica-se por qual motivo? A) A função "compras" é considerada uma atividade administrativa de suporte. B) A função "compras" não está relacionada à programação do patrimônio. C) A gestão de compras não permite a implementação de políticas de compras eficientes. D) A função "compras" é considerada uma atividade no processo de programação no fluxo de reposição do patrimônio de uma empresa. E) A função "compras" relaciona-se somente às políticas de preços praticadas pelos fornecedores. 4) Quanto aos principais indicadores de compras, é CORRETO afirmar que o indicador evolução do preço está relacionado: A) à análise dos valores praticados por produtos ou serviços em determinado período de tempo. Trata-se de uma comparação entre um preço atual versus o preço anterior. B) ao percentual que os custos dos suprimentos têm nas vendas da empresa, isto é, mostra quantos por centos de uma venda é investido na compra de insumos. C) à eficiência do setor, pois calcula o período desde que um material ou serviço foi requisitado até o atendimento de uma demanda. D) à taxa de entregas que chegaram no prazo em relação às entregas já efetuadas. E) ao prazo médio em que é feito o pagamento dos fornecedores. 5) Uma das principais vantagens do ERP para a gestão de fornecedores pode ser destacada como: A) Controle e agilidade do sistema de benefícios das equipes de vendas. B) Aumento das compras emergenciais. C) Maior agilidade nas etapas de aprovação dos pedidos de compras. D) Aumento do controle de tempo de espera das filas dos clientes. E) Aumento das despesas organizacionais com a programação. NA PRÁTICA Atualmente, muitas empresas vêm buscando alternativas para alavancar as vendas, conquistar o consumidor e, ao mesmo tempo, ter controle de todo o fluxo de informações. Lucas é estudante e está pesquisando sobre as empresas que adotaram o sistema ERP. Ele viu uma reportagem sobre a rede de chocolates Cacau Show e como foi a implantação desse sistema na companhia. Veja o Na Prática: Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Alinhando os indicadores de compras com a estratégia empresarial Para saber mais sobre os indicadores utilizados no setor de compras, acesse este site e conheça o conceito de compras. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Afinal, o que é Saving em compras? Você já ouviu falar em Saving em compras? Acesse este site e saiba mais sobre esse indicador. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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