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Aula 03 Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN (Nível Médio e Superior) Professor: Alexandre Herculano Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 48 Aula 03 - Perícia odontológica na esfera penal. SUMÁRIO PÁGINA 1. Introdução 1 2. Perícia odontológica na esfera penal 4 3. Questões propostas 26 4. Questões comentadas 33 5. Gabaritos 48 Olá, meus amigos! Então, hoje, vou abordar o seguinte tópico do edital: Perícia odontológica na esfera penal. Esta parte, alguns examinadores cobram, também, dentro de Medicina Legal. Introdução Segundo a doutrina “todo procedimento médico (exames clínicos, laboratoriais, necroscopia, exumação) promovido por autoridade policial ou judiciária, praticado por profissional de Medicina visando prestar esclarecimentos à Justiça, denomina-se perícia ou diligência médico- legal”. Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 48 Perícias são diligências que possuem a finalidade de estabelecer a veracidade ou a falsidade de situações, fatos ou acontecimentos, de interesse da justiça por meio de provas. São verificações (análises) de todo o vestígio de uma infração, cabe lembrar aqui, que vestígio e indícios não são sinônimos, ok? Qualquer marca, fato, sinal que seja detectado em local onde tenha sido praticado fato delituoso é, em tese, um vestígio. Agora, após esse ser devidamente analisado, interpretado e associado com os exames laboratoriais e dados da investigação policial daquele fato, enquadrando-se em toda sua moldura, tiver estabelecida sua inequívoca relação com o fato delituoso e com as pessoas com esse relacionadas, aí ele terá se transformado em um indício. Seguindo pessoal, é de suma importância vocês saberem que o Código de Processo Penal, diz que sempre que uma infração deixar vestígios é indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo suprimi-lo a confissão do acusado. As perícias devem ser realizadas por peritos oficiais, portadores de diploma de curso superior e que na falta de perito oficial, o exame deve ser feito por duas pessoas idôneas portadoras de diploma de curso superior e de preferência na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame. E, caso tenha desaparecido os vestígios, o exame não poderá ser realizado, contudo a prova testemunhal poderá suprir a falta daquele. Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 48 Então, uma perícia pode ser realizada direta e indiretamente. O exame direto é aquele feito pessoalmente pelo perito sobre o objeto a ser examinado. Já o indireto é feito sobre documentos ou outros elementos que se refiram ao objeto a ser analisado, ou, ainda, que guardem relação com ele. As perícias se materializam por meio dos laudos periciais, mais a frente eu vou falar sobre documentos legais, são muito cobrados nos concursos - os laudos são constituídos de peça escrita, contendo a descrição minuciosa do que foi examinado, as respostas aos quesitos formulados, além de outras provas. É importante também saber, que quando existir divergências entre dois peritos a respeito da mesma matéria, a perícia é denominada contraditória; sendo assim, o magistrado pode aceitar o que julgar conveniente ou nomear um terceiro perito. Assim, faz-se necessário estudarmos uma parte do Código de Processo Penal, o qual contemplou um conjunto de regras que regulamentam a produção de provas no âmbito do processo criminal. Dessa forma, estabeleceu normas gerais relacionadas aos requisitos a serem utilizados pelo magistrado na valoração dos elementos de convicção carregados ao processo e ao ônus probante, bem como disciplinou determinados meios específicos de prova, ou seja, elementos trazidos ao processo capazes de orientar o juiz na busca da verdade dos fatos. Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 48 Muito importante para sua prova e para o entendimento desta aula é o conceito e finalidade da prova. Vejamos o que diz o grande mestre Guilherme de Souza Nucci: “Prova é o conjunto de elementos produzidos pelas partes ou determinados pelo juiz visando à formação do convencimento quanto a atos, fatos e circunstâncias, assim, o termo prova deriva do latim probatio, que significa ensaio, verificação, inspeção, exame, argumento, razão, aprovação ou confirmação” No processo penal, a produção da prova objetiva auxiliar na formação do convencimento do juiz quanto à veracidade das afirmações das partes em juízo. Não se destina, portanto, às partes que a produzem ou requerem, mas ao magistrado, possibilitando, destarte, o julgamento de procedência ou improcedência da ação penal. Perícia odontológica na esfera penal Então, nessa aula vou explorar os artigos do CPP, que abordam a legalidade das perícias e peritos. Iniciando, vejamos o artigo 158 do CPP: “Art. 158. Quando a infração deixar vestígios será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.” Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 48 Pessoal, o exame de corpo de delito compreende-se a perícia destinada à comprovação da materialidade das infrações que deixam vestígios (Ex: lesões corporais, furto qualificado pelo arrombamento, dano etc.). A própria nomenclatura utilizada – corpo de delito – sugere o objetivo dessa perícia. Assim, não se pode falar em exame de corpo de delito quando ausente um vestígio em consequência da prática delituosa. Observe-se que o referido art. 158 refere-se a exame de corpo de delito direto e indireto. Assim, considera-se direto quando realizado pelo expert diante do vestígio deixado pela infração penal, por exemplo, a necropsia no cadáver. Por outro lado, o exame indireto é aquele realizado com base em informações verossímeis fornecidas aos peritos quando não dispuserem estes do vestígio deixado pelo delito. Imagine-se um delito de estupro, sendo submetida a vítima à perícia de conjunção carnal ocorrida um mês antes. Não mais sendo constatado o vestígio em face do tempo decorrido, poderão os experts elaborar laudo indireto, a partir, por exemplo, de atestado do médico particular da vítima que a tenha examinado logo após a ocorrência. Nesse caso, o laudo indireto limitar- se-á a um juízo de compatibilidade, vale dizer, a afirmar que a realidade constatada é compatível com as referências constantes no documento que lhes foi apresentado. É muito comum, na doutrina, a confusão entre o exame de corpo de delito indireto e a possibilidade de suprimento da perícia pela prova testemunhal em razão do desaparecimento do vestígio. É que, apesar da obrigatoriedade da perícia determinada pelo art. 158 quando se tratar de Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e ExercíciosProf. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 48 crime que deixa vestígios, o Código de Processo Penal, estabeleceu que, quando o vestígio houver desaparecido, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta. Esta possibilidade de suprimento não se confunde com o chamado exame indireto, ok? No exame indireto há um laudo, firmado por peritos. Diferente é a situação de suprimento da perícia com base em testemunhas que vierem a prestar depoimento em juízo a respeito do vestígio do crime que tenham presenciado, caso em que se estará não diante de uma prova pericial indireta, mas sim de uma prova testemunhal. Essa a conjugação dos arts. 158 e 167, o primeiro classificando o exame de corpo de delito como direto ou indireto, e o segundo tratando da impossibilidade de realização do exame de corpo de delito, caso em que seria possível o suprimento pela prova testemunhal. O art. 158 do CPP, como já dissemos, determina que, quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. Esta regra guarda simetria com o art. 564, III, b, do CPP, dispondo que constitui nulidade a falta do exame de corpo de delito, salvo o disposto no art. 167 do mesmo Código. Este, por sua vez, refere a possibilidade de suprimento do exame de corpo de delito pela prova testemunhal quando o vestígio houver desaparecido. “Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior. Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 48 § 1º Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame. § 2º Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo.” “§ 3º Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de assistente técnico. § 4º O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após a conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas desta decisão. § 5º Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à perícia: I - requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para responderem a quesitos, desde que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam encaminhados com antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em laudo complementar; Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 48 II - indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo a ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em audiência. § 6º Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu de base à perícia será disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que manterá sempre sua guarda, e na presença de perito oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for impossível a sua conservação. § 7º Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente técnico.” Continuando, o art. 159, caput, estabelece que o exame de corpo de delito deverá ser realizado por perito oficial portador de curso superior. Perito oficial é aquele que pertence aos quadros do Estado. Ao empregar a palavra “perito” no singular, o CPP aboliu a exigência de dois peritos para a realização do exame. Sendo oficial, portanto, basta um perito, ressalvada a hipótese de perícia que abranja mais de uma área do conhecimento, caso em que poderá ser designada a atuação de mais de um perito. Outra coisa, o CPP prevê que, na falta de perito oficial, poderá a perícia ser realizada por dois peritos não oficiais (peritos leigos), como tal consideradas as pessoas idôneas, portadoras de curso superior preferencialmente na área que constitui o objeto da perícia, que possuam Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 48 habilitação técnica relacionada à natureza do exame e que, nomeadas pelo Delegado de Polícia ou pelo juiz, prestem o compromisso de bem e fielmente desempenharem a função para a qual encarregados. E no caso de divergência entre os peritos? Sabemos que existem determinadas hipóteses em que persiste a obrigatoriedade de ser a perícia executada por mais de um especialista. É o caso, por exemplo, da perícia efetuada por peritos não oficiais, exigindo o art. 159, § 1.º, do CPP o mínimo de dois profissionais na sua efetivação; também assim o laudo toxicológico definitivo, sugerindo a redação do art. 50, § 2.º, da Lei 11.343/2006 a necessidade de que seja confeccionado por mais de um perito (refere o dispositivo que o perito que subscrever o laudo provisório não ficará impedido de participar do laudo definitivo, não sendo concebível que alguém participe de uma atividade sozinho); e, ainda, a perícia realizada para fins de materialização dos crimes contra a propriedade imaterial de ação penal privada, referindo-se o art. 527 do CPP, expressamente, a “dois peritos”. Dessa forma, ficou notório que podem determinar a realização de perícias, o Promotor de Justiça e o Juiz. Entretanto, na grande maioria das ocorrências, onde o Delegado de Polícia primeiro toma conhecimento e por ser o presidente do inquérito, é quem mais exerce essa prerrogativa. Salienta-se, ainda, que também as partes, especialmente por intermédio dos advogados que lhe representam, poderão requerer exames periciais, na fase processual, diretamente ao juiz. No entanto, não poderá requerer na fase inquisitorial a revisão ou complementação de Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 48 exames periciais, uma vez que essa prerrogativa é exclusiva do magistrado. Esta prerrogativa caracteriza-se pela ausência de dispositivo contrário a esse procedimento e, em especial, pelo que orienta o Art. 184 (“Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao esclarecimento da verdade”). No art. 159, § 3.º, do CPP contém regramento cogente, alertando que serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e a indicação de assistentes. Assim, a ausência de notificação destes sujeitos processuais poderá acarretar nulidade processual, cuja natureza reputamos, ser relativa, sujeitando-se à demonstração de prejuízo para que seja declarada. Difere o regramento citado § 3.º daquele incorporado ao art. 176 do CPP, pois este último é restrito a disciplinar que as partes poderão formular quesitos até o ato da diligência, estatuindo simples faculdade às partes que poderá ser exercida também na fase do inquéritopolicial. “Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o que examinarem, e responderão aos quesitos formulados. Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 (dez) dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos.” Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 48 Muitas perícias requerem exames complementares, que são necessárias para a análise e conclusão do laudo pericial, demandando assim dilação do prazo previsto. Observe-se que, de acordo com o constante no art. 160, parágrafo único, o laudo pericial deve ser concluído no prazo de dez dias. “Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer hora. Art. 162. A autópsia será feita pelo menos 6 (seis) horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto. Parágrafo único - Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quando as lesões externas permitirem precisar a causa da morte e não houver necessidade de exame interno para a verificação de alguma circunstância relevante.” A regra estabelecida pelo Código de Processo Penal é a de que o exame de corpo de delito possa ser feito em qualquer dia e hora, sem restrições quanto aos feriados e períodos noturnos (art. 161). Uma primeira exceção, contudo, existe em relação ao exame interno do cadáver (necropsia ou autópsia), o qual deverá ser feito no mínimo seis Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 48 horas após a morte, segundo dispõe o art. 162 do CPP. Como o risco de morte aparente, na atualidade, é improvável em face do avanço tecnológico, na prática esse tempo não tem sido observado, mesmo porque o próprio dispositivo citado ressalva a possibilidade de efetivação do exame antes do interregno lá previsto quando induvidosa a morte do indivíduo. Trata-se de medida de cautela, que objetiva impedir a realização do exame em um corpo onde ainda haja possibilidade de vida. Note-se que a Lei refere-se à autópsia, quando tecnicamente deveria indicar “necropsia”. O tempo de seis horas, baseia-se no fato que se evite que o exame seja realizado com a vítima viva. Consoante dispõe o artigo 162, parágrafo único, nem sempre será necessário o exame interno. Basta o exame externo do cadáver nos casos de morte violenta em que não houver infração penal para apurar como é o caso de morte acidental. Considera-se ainda desnecessária quando as lesões externas permitirem precisar a causa da morte e não houver exame interno para averiguar alguma circunstância relevante. “Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a autoridade providenciará para que, em dia e hora previamente marcados, se realize a diligência, da qual se lavrará auto circunstanciado. Parágrafo único - O administrador de cemitério público ou particular indicará o lugar da sepultura, sob pena de Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 48 desobediência. No caso de recusa ou de falta de quem indique a sepultura, ou de encontrar-se o cadáver em lugar não destinado a inumações, a autoridade procederá às pesquisas necessárias, o que tudo constará do auto.” Evidentemente, a autoridade a que faz referência o dispositivo é a policial, que é a quem compete determinar as providências necessárias para a necropsia (art. 6.º, VII, do CPP). Nada providenciando a autoridade policial, poderão os interessados (o Ministério Público, o assistente de acusação e o advogado do réu) requerer ao juiz que determine a exumação. Assim, as exumações podem ser requeridas administrativamente ou judicialmente, pelos herdeiros ou pelas autoridades. “Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que forem encontrados, bem como, na medida do possível, todas as lesões externas e vestígios deixados no local do crime.” Embora as fotografias não sejam prova única, elas contribuem para a formação da convicção das autoridades que analisarem os inquéritos. Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 48 “Art. 165. Para representar as lesões encontradas no cadáver, os peritos, quando possível, juntarão ao laudo do exame provas fotográficas, esquemas ou desenhos, devidamente rubricados. Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exumado, proceder-se-á ao reconhecimento pelo Instituto de Identificação e Estatística ou repartição congênere ou pela inquirição de testemunhas, lavrando-se auto de reconhecimento e de identidade, no qual se descreverá o cadáver, com todos os sinais e indicações. Parágrafo único - Em qualquer caso, serão arrecadados e autenticados todos os objetos encontrados, que possam ser úteis para a identificação do cadáver.” Os parentes poderão fazer o reconhecimento do morto, assim como outras pessoas que o conheciam. Será lavrado um auto de reconhecimento. “Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.” Mais a frente, vamos ver o que, realmente, são vestígios. A Lei diz que não sendo possível a realização do corpo de delito por haverem Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 48 desaparecido – e não por não terem sido realizados em prazo adequado – a prova testemunhal poderá, então, suprir tal hipótese. “Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação da autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor. § 1º - No exame complementar, os peritos terão presente o auto de corpo de delito, a fim de suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo. § 2º - Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no Art. 129, § 1º, I, do Código Penal, deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30 (trinta) dias, contado da data do crime. § 3º - A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova testemunhal.” Tratando-se do crime de lesões corporais, a fim de evitar o desaparecimento dos vestígios, normalmente é o ofendido submetido ao exame de corpo de delito logo depois do fato. Neste exame deverão constar os esclarecimentos necessários para que possa o Ministério Público identificar a natureza da lesão praticada de modo a enquadrá-la no caput (lesão corporal leve) ou nos §§ 1.º e 2.º do art. 129 (lesão Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 48 corporal grave ougravíssima, respectivamente). Na verdade, o exame de corpo de delito no crime de lesões corporais compõe-se da resposta a determinados quesitos que, por sua vez, correspondem ao que dispõem o art. 129 e seus parágrafos. Para entender melhor essa parte, faz-se necessário ver o tipo do Art. 129, vejamos: “Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. Lesão corporal de natureza grave § 1º - Se resulta: I - incapacidade para as ocupações habituais, por mais de 30 (trinta) dias; II - perigo de vida; III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; IV - aceleração de parto: Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos.” O art. 168, § 2.º, como se vê, exige que a perícia seja feita “logo que decorra o prazo de 30 (trinta) dias”. Muito embora não seja explicitado qual seja esse prazo, os termos incorporados ao dispositivo em comento sugerem que o exame deva ser feito nos primeiros dias que se seguirem ao final do trintídio, sob pena de inviabilizar a constatação quanto a ter ficado ou não a vítima, efetivamente, incapacitada. Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 48 Seguindo, vamos ao art. 169: “Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infração, a autoridade providenciará imediatamente para que não se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos, que poderão instruir seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos. Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do estado das coisas e discutirão, no relatório, as consequências dessas alterações na dinâmica dos fatos." Quando estudarmos local de crime, vão ver o quanto é importante a preservação daquele, pois, caso seja diferente teremos uma local inidôneo, o qual poderá prejudicar a perícia local. "Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material suficiente para a eventualidade de nova perícia. Sempre que conveniente, os laudos serão ilustrados com provas fotográficas, ou microfotográficas, desenhos ou esquemas." Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 48 "Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obstáculo a subtração da coisa, ou por meio de escalada, os peritos, além de descrever os vestígios, indicarão com que instrumentos, por que meios e em que época presumem ter sido o fato praticado." Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à avaliação de coisas destruídas, deterioradas ou que constituam produto do crime. Parágrafo único - Se impossível a avaliação direta, os peritos procederão à avaliação por meio dos elementos existentes nos autos e dos que resultarem de diligências. Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e o lugar em que houver começado o perigo que dele tiver resultado para a vida ou para o patrimônio alheio, a extensão do dano e o seu valor e as demais circunstâncias que interessarem à elucidação do fato." O art. 171 do CPP dispõe que, “nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obstáculo a subtração da coisa, ou por meio de escalada, os peritos, além de descrever os vestígios, indicarão com que instrumentos, por que meios e em que época presumem ter sido o fato praticado”. A despeito dessa previsão, há controvérsias quanto à possibilidade de suprimento da perícia por outro meio de prova para fins de comprovação dessa qualificadora. Assim, desde que desaparecidos os Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 48 vestígios, é possível, aplicando-se o art. 167 do CPP, reconhecer a qualificadora do rompimento de obstáculo a partir da prova testemunhal (ou de outras provas). Este é o entendimento dominante, compreendendo o STJ que “para a incidência da qualificadora prevista no art. 155, § 4.º, I, do Código Penal, é necessária a comprovação do rompimento de obstáculo, por laudo pericial, salvo em caso de desaparecimento dos vestígios, quando a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.” Por outro lado, em relação à escalada, esta pressupõe o acesso ao local do furto por via anormal e com o emprego de meios artificiais, de particular agilidade ou de esforço sensível, reveladores da obstinação do agente em vencer as cautelas postas pelo ofendido para a defesa do seu patrimônio, bem como da sua maior capacidade de delinquir. Caracteriza- se, por exemplo, na transposição de janelas, telhados, muros, portões, túneis etc. O art. 173 do CPP estabelece que, “no caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e o lugar em que houver começado, o perigo que dele tiver resultado para a vida ou para o patrimônio alheio, a extensão do dano e o seu valor e as demais circunstâncias que interessarem à elucidação do fato”. Aqui, temos o crime de incêndio, tipificado no art. 250 do Código Penal. As questões mencionadas no art. 173 do CPP e que devem ser respondidas pelos peritos (se possível) tendo em vista as peculiaridades do delito, cujas circunstâncias podem conduzir uma maior ou menor punição, dependendo tenha ocorrido em casa habitada ou não, dos instrumentos utilizados para provocar o fogo, do material ígneo b Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 48 empregado, das consequências e demais elementos que podem evidenciar o agir doloso ou culposo do agente. "Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação de letra, observar-se-á o seguinte: I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será intimada para o ato, se for encontrada; II - para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a dita pessoa reconhecer ou já tiverem sido judicialmente reconhecidos como de seu punho, ou sobre cuja autenticidade não houver dúvida; III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, os documentos que existirem em arquivos ou estabelecimentos públicos, ou nestes realizará a diligência, se daí não puderem ser retirados; IV - quando não houver escritos para a comparação ou forem insuficientes os exibidos, a autoridade mandará que a pessoa escreva o que Ihe for ditado. Se estiver ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta última diligência poderá ser feita por precatória, em que se consignarão as palavras que a pessoa será intimada a escrever." O art. 174 do CPP trata do exame grafotécnico. Esta prova pretende, mediante comparação da grafia aposta em documento escrito 7 Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 48 com a grafia do investigado ou do acusado, afirmar ou afastar a sua autoria em relação a determinado texto ou assinatura. Tratando-se de prova técnica, o exame constitui importante instrumento de convicção à autoridade policial, no curso das investigações, e ao juiz, no decorrer da instrução criminal. Sua utilização é bastante comum na apuração de crimes relacionados à falsificação dedocumentos públicos ou particulares, falsidade ideológica e estelionato. Sem embargo, também pode ser realizado na identificação da autoria de documentos relevantes para a comprovação de qualquer outro crime, como por exemplo, de homicídio previamente anunciado ao ofendido por meio de carta anônima supostamente enviada pelo acusado. Com a finalidade de efetuar a comparação, pode ser utilizado qualquer documento licitamente obtido, desde que comprovada sua autenticidade, o que pode ocorrer: por meio do reconhecimento do acusado de que a grafia lhe pertence; por meio de reconhecimento judicial, como por exemplo o documento produzido em processo cível reconhecidamente escrito pelo acusado; e por qualquer outro meio de prova hábil à afirmação da autoria do texto ou assinatura sob comparação. "Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a prática da infração, a fim de se Ihes verificar a natureza e a eficiência." 3 Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 48 A obrigatoriedade do exame a que alude o art. 175 do CPP depende da hipótese concreta. Observe-se, por exemplo, a hipótese de um homicídio provocado por arma de fogo. Alegando o imputado, como defesa, disparo acidental, é importante que se faça a perícia para comprovar a viabilidade da versão apresentada. Diferentemente, sendo hipótese de imputação de homicídio doloso, em que alega o acusado, por exemplo, ter agido em legítima defesa ao desferir um tiro contra a vítima, a perícia no revólver apreendido é totalmente desnecessária. Suponha-se, agora, que o delito imputado seja o de disparo de arma de fogo. Neste caso, tratando-se de crime que se pode comprovar mediante prova testemunhal quanto à efetiva ocorrência da conduta, é absolutamente dispensável a perícia. "Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular quesitos até o ato da diligência. Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos peritos far-se-á no juízo deprecado. Havendo, porém, no caso de ação privada, acordo das partes, essa nomeação poderá ser feita pelo juiz deprecante. Parágrafo único - Os quesitos do juiz e das partes serão transcritos na precatória. Art. 178. No caso do art. 159, o exame será requisitado pela autoridade ao diretor da repartição, juntando-se ao processo o laudo assinado pelos peritos. 9 Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 48 Art. 179. No caso do § 1º do Art. 159, o escrivão lavrará o auto respectivo, que será assinado pelos peritos e, se presente ao exame, também pela autoridade. Parágrafo único - No caso do Art. 160, parágrafo único, o laudo, que poderá ser datilografado, será subscrito e rubricado em suas folhas por todos os peritos. Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas no auto do exame as declarações e respostas de um e de outro, ou cada um redigirá separadamente o seu laudo, e a autoridade nomeará um terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade poderá mandar proceder a novo exame por outros peritos. Art. 181. No caso de inobservância de formalidades, ou no caso de omissões, obscuridades ou contradições, a autoridade judiciária mandará suprir a formalidade, complementar ou esclarecer o laudo. Parágrafo único - A autoridade poderá também ordenar que se proceda a novo exame, por outros peritos, se julgar conveniente. Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte. Art. 183. Nos crimes em que não couber ação pública, observar-se-á o disposto no Art. 19 (“Art. 19 - Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão f Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 48 remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado.”). Art. 184 Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao esclarecimento da verdade.” Ao participar mais de um profissional no exame pericial, é possível que venham eles a divergir nas respectivas conclusões. Para solucionar o impasse daí decorrente, prevê o art. 180 que, “se houver divergência entre os peritos, serão consignadas no auto do exame as declarações e respostas de um e de outro, ou cada um redigirá separadamente o seu laudo, e a autoridade nomeará um terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade poderá mandar proceder a novo exame por outros peritos”. Sintetizando, três são as possibilidades que podem surgir da análise judicial de laudo elaborado por mais de um perito, quando assim for exigido pela lei: ✓ Peritos convergem nas conclusões e o juiz concorda integralmente com o resultado do laudo: a decisão será proferida em acordo com a perícia; ✓ Peritos convergem nas conclusões e o juiz discorda com o resultado do laudo: o juiz proferirá decisão contrária ao Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 48 laudo, fundamentando-a, porém, em outros elementos de prova coligidos ao processo; ✓ Peritos divergem nas conclusões, caso em que o juiz: • Poderá optar por uma das soluções apontadas, discordando da remanescente e fundamentando esse seu entendimento; • Poderá nomear terceiro perito – chamado de “desempatador” – para indicar qual sua posição em face das conclusões contraditórias dos peritos que o antecederam no exame, guiando-se o magistrado, neste caso, pelo resultado das observações desse último expert; • Se o perito desempatador divergir das conclusões dos peritos que realizaram o primeiro laudo, poderá o juiz determinar nova perícia, a ser realizada por dois outros peritos, ignorando, então, a primeira realizada. Vamos fazer algumas questões para ver como essa parte é abordada em prova. Até a próxima aula! Grande abraço e bons estudos! Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 48 Questões propostas 1) (ACAFE - 2014 - PC-SC - Agente de Polícia) Considerando as disposições do Código de Processo Penal relativas à prova, assinale a alternativa correta. A) Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a prática da infração, a fim de se lhes verificara propriedade. B) Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação da autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor. C) Proceder-se-á, necessariamente e em qualquer hipótese, a avaliação de coisas destruídas, deterioradas ou que constituam produto do crime. D) O juiz que não possuir conhecimento específico quanto ao objeto da perícia ficará adstrito ao laudo elaborado pelo perito oficial. E) O juiz ou a autoridade policial negará a perícia requeridapelas partes quando não for necessária ao esclarecimento da verdade, inclusive no caso de exame de corpo de delito. Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 48 2) (FCC - 2014 - TRF - 4ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Judiciária) No tocante à prova, de acordo com o Código de Processo Penal, A) durante o curso do processo, é vedada às partes a indicação de assistentes técnicos. B) o exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados sempre por dois peritos oficiais, portadores de diploma de curso superior. C) durante o curso do processo judicial, quanto à perícia, é permitido às partes requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova, mas não para responderem a quesitos. D) quando a infração deixar vestígios, será necessário o exame de corpo de delito, mas a confissão do acusado pode supri-lo. E) o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão, exclusivamente, nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. 3) (Aroeira - 2014 - PC-TO - Escrivão de Polícia Civil) Nos termos do Código de Processo Penal, os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o que examinarem, e responderão aos quesitos formulados. Ressalvada a possibilidade Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 48 de prorrogação, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos, o laudo pericial será elaborado no prazo máximo de A) 05 dias. B) 10 dias. C) 15 dias. D) 30 dias. 4) (VUNESP - 2014 - TJ-RJ - Juiz Substituto) No processo penal, o perito A) deve prestar compromisso para cada trabalho, ainda que seja perito oficial. B) deve, quando trabalha em dupla, chegar a um consenso com seu colega acerca do objeto da perícia, não podendo apresentar laudo divergente em separado. C) pode ser ouvido em audiência e pode, inclusive, ter determinada sua condução coercitiva. D) pode ser considerado suspeito, mas nunca impedido. 5) (Perito Criminal - PI - 2008) - Entre as alternativas abaixo, assinale a correta: A) Para representar as lesões encontradas no cadáver, os peritos não poderão juntar ao laudo do exame provas fotográficas, esquemas ou desenhos, devidamente rubricados, mas tão somente se ater à descrição precisa das lesões. Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 48 B) Nos casos de morte violenta, conforme a legislação processual penal, não bastará o simples exame externo do cadáver, os legistas deverão realizar a necropsia com a abertura das três cavidades. C) O laudo pericial de necropsia será elaborado no prazo máximo de 10 (dez) dias, não podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, mesmo a requerimento dos peritos. D) O exame de corpo de delito relativo à morte violenta não poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer hora, mas tão somente no período diurno. E) A autópsia será feita pelo menos 6 (seis) horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto. 6) (Perito Criminal - Policia Civil - PB - 2009) Com relação à forma das provas, assinale a opção correta. A) Considere que um projétil foi, comprovadamente, expelido pelo cano de uma arma de fogo, tendo sido tal arma apreendida pela polícia. Seguramente, a identificação do proprietário dessa arma indica o autor do disparo. B) Vestígio é a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, autoriza, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias. Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 48 C) Uma impressão digital presente e registrada em um copo localizado sobre uma mesa em um prédio onde foi cometido um homicídio, identificada como tendo sido ali deixada pelo dedo da mão de determinada pessoa, é um indício que faz necessariamente prova de que essa pessoa foi a autora desse crime. D) Presunção é o juízo, a opinião pessoal, a convicção ou a suspeita que se formam em nossa consciência, da existência real de um fato, ou circunstância, desconhecidos, ante outros fatos ou circunstâncias conhecidos, que, por sua natureza, devam ou possam estar relacionados com o fato que se desconhece. E) Sob o ponto de vista criminalístico e processualístico, indícios e vestígios são palavras sinônimas. 7) (Fotógrafo Criminalístico PCGO - 2011) A prova pericial é uma prova técnica, uma vez que pretende atestar a existência de fatos cuja certeza, segundo a lei, somente seria possível a partir de conhecimentos específicos. Acerca da prova pericial, é correto afirmar que A) deverá ser produzida por pessoas treinadas, sem a necessidade de habilitação na área. B) a prova pericial é um meio utilizado para o esclarecimento dos fatos, tanto na demonstração da própria materialidade da infração penal por meio do exame de corpo de delito, como também na Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 48 comprovação de outros dados importantes na apuração da verdade. (C) corresponde aos modos pelos quais as provas praticamente se produzem. (D) a prova consiste na demonstração de inexistência daquilo que se alega como fundamento do direito que se defende ou que se contesta. (E) para auxiliar as partes em um processo, nas questões técnicas, poderá haver o profissional denominado auxiliar pericial. 8) (Universa - Perito Criminal - GO - 2010) Provar se houve ou não a infração penal, demonstrar a ação do sujeito ativo na ação penal, fornecer subsídios de conhecimento técnico, científico e artísticos necessários à tipificação penal, comprovar o nexo de causalidade entre o sujeito ativo e a infração penal trata-se de (A) requisição de exames de corpo de delito. (B) modalidades de exames de corpo de delito. (C) isolamento e preservação de local de crime. (D) importância do exame de corpo de delito. (E) classificação de local de crime. 9) (FUNCAB - 2013 - PC-ES - Perito em Telecomunicação) Exceto quando os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 48 que possa ser feita antes deste prazo, a autópsia deverá ser realizada pelo menos: A) 4 (quatro) horas após o óbito. B) 6 (seis) horas após o óbito. C) 8 (oito) horas após o óbito. D) 12 (doze) horas após o óbito. E) 24 (vinte e quatro) horas após o óbito. 10) (PC-MG - 2011 - PC-MG - Delegado de Polícia) Sobre a prova pericial é INCORRETO afrmar: A) O exame de corpo de delito deverá ser assinado por 2 (dois) peritos ofciais, portadores de diploma de curso superior. B) O exame de corpo de delito poderá ser realizado qualquer dia ehorário, inclusive aos domingos. C) A autópsia será realizada, em regra, 6 (seis) horas após o óbito. D) Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material sufciente para a eventualidade de nova perícia. Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 48 Questões comentadas 1) (ACAFE - 2014 - PC-SC - Agente de Polícia) Considerando as disposições do Código de Processo Penal relativas à prova, assinale a alternativa correta. A) Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a prática da infração, a fim de se lhes verificara propriedade. B) Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação da autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor. C) Proceder-se-á, necessariamente e em qualquer hipótese, a avaliação de coisas destruídas, deterioradas ou que constituam produto do crime. D) O juiz que não possuir conhecimento específico quanto ao objeto da perícia ficará adstrito ao laudo elaborado pelo perito oficial. E) O juiz ou a autoridade policial negará a perícia requerida pelas partes quando não for necessária ao esclarecimento da verdade, inclusive no caso de exame de corpo de delito. Comentários: Segundo o art. 168 do CPP, em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação da autoridade policial ou judiciária, de Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 48 ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor. Outra coisa, o Juiz não ficará adstrito ao laudo elaborado pelo perito oficial. Gabarito: B. 2) (FCC - 2014 - TRF - 4ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Judiciária) No tocante à prova, de acordo com o Código de Processo Penal, A) durante o curso do processo, é vedada às partes a indicação de assistentes técnicos. B) o exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados sempre por dois peritos oficiais, portadores de diploma de curso superior. C) durante o curso do processo judicial, quanto à perícia, é permitido às partes requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova, mas não para responderem a quesitos. D) quando a infração deixar vestígios, será necessário o exame de corpo de delito, mas a confissão do acusado pode supri-lo. E) o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão, exclusivamente, nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. Comentários: Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 48 A primeira está errada, pois as partes podem indicar assistentes técnicos. A segunda também, já que o exame de corpo de delito e perícias em geral serão realizados por um perito oficial ou, não havendo este, por dois peritos não oficiais. O erro da terceira é que as partes também poderão requerer que os peritos respondam aos quesitos por elas formulados. Seguindo, o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. Gabarito: E. 3) (Aroeira - 2014 - PC-TO - Escrivão de Polícia Civil) Nos termos do Código de Processo Penal, os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o que examinarem, e responderão aos quesitos formulados. Ressalvada a possibilidade de prorrogação, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos, o laudo pericial será elaborado no prazo máximo de A) 05 dias. B) 10 dias. C) 15 dias. D) 30 dias. Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 48 Comentários: Essa ficou bem tranquila, nos termos do art. 160 Parágrafo único - O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 (dez) dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos. Gabarito: B. 4) (VUNESP - 2014 - TJ-RJ - Juiz Substituto) No processo penal, o perito A) deve prestar compromisso para cada trabalho, ainda que seja perito oficial. B) deve, quando trabalha em dupla, chegar a um consenso com seu colega acerca do objeto da perícia, não podendo apresentar laudo divergente em separado. C) pode ser ouvido em audiência e pode, inclusive, ter determinada sua condução coercitiva. D) pode ser considerado suspeito, mas nunca impedido. Comentários: Aqui temos a combinação dos art.159, § 5o e art. 278 do CPP, pois, durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à perícia: requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para responderem a quesitos, desde que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam encaminhados com Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 48 antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em laudo complementar. E no caso de não comparecimento do perito, sem justa causa, a autoridade poderá determinar a sua condução. Gabarito: C. 5) (Perito Criminal - PI - 2008) - Entre as alternativas abaixo, assinale a correta: A) Para representar as lesões encontradas no cadáver, os peritos não poderão juntar ao laudo do exame provas fotográficas, esquemas ou desenhos, devidamente rubricados, mas tão somente se ater à descrição precisa das lesões. B) Nos casos de morte violenta, conforme a legislação processual penal, não bastará o simples exame externo do cadáver, os legistas deverão realizar a necropsia com a abertura das três cavidades. C) O laudo pericial de necropsia será elaborado no prazo máximo de 10 (dez) dias, não podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, mesmo a requerimento dos peritos. D) O exame de corpo de delito relativo à morte violenta não poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer hora, mas tão somente no período diurno. E) A autópsia será feita pelo menos 6 (seis) horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto. Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 48 Comentários: O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos e o exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer hora. É preciso saber que a autópsia será feita pelo menosseis horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quando as lesões externas permitirem precisar a causa da morte e não houver necessidade de exame interno para a verificação de alguma circunstância relevante. E em caso de exumação para exame cadavérico, a autoridade providenciará para que, em dia e hora previamente marcados, se realize a diligência, da qual se lavrará auto circunstanciado. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que forem encontrados, bem como, na medida do possível, todas as lesões externas e vestígios deixados no local do crime. Gabarito: E. 6) (Perito Criminal - Policia Civil - PB - 2009) Com relação à forma das provas, assinale a opção correta. A) Considere que um projétil foi, comprovadamente, expelido pelo cano de uma arma de fogo, tendo sido tal arma apreendida pela polícia. Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 48 Seguramente, a identificação do proprietário dessa arma indica o autor do disparo. B) Vestígio é a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, autoriza, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias. C) Uma impressão digital presente e registrada em um copo localizado sobre uma mesa em um prédio onde foi cometido um homicídio, identificada como tendo sido ali deixada pelo dedo da mão de determinada pessoa, é um indício que faz necessariamente prova de que essa pessoa foi a autora desse crime. D) Presunção é o juízo, a opinião pessoal, a convicção ou a suspeita que se formam em nossa consciência, da existência real de um fato, ou circunstância, desconhecidos, ante outros fatos ou circunstâncias conhecidos, que, por sua natureza, devam ou possam estar relacionados com o fato que se desconhece. E) Sob o ponto de vista criminalístico e processualístico, indícios e vestígios são palavras sinônimas. Comentários: Pessoal, vejamos a diferença entre presunção e indícios (estudaremos melhor mais a frente): presunção é o juízo, a opinião pessoal, a convicção ou suspeita que se formam em nossa consciência, da existência real de um fato ou circunstâncias desconhecidos, face a outros fatos ou circunstâncias conhecido, que por sua natureza, devam, Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 48 ou possam estar relacionados com o fato que se desconhece. Já o indício é qualquer fato, sinal ou marca, conhecido e provado, que por sua relação necessária ou possível com outro fato, que se desconhece, prova ou leva a presumir a existência. Para ajudar a entender as respostas erradas nas letras A e C, vamos fazer um breve comentário, pois a letra B e E, estão fáceis de visualizar os erros, uma vez que comentamos anteriormente, vamos ver aquelas: verifica-se, então, que, num local de crime, em tese, todos os fatos, marcas e sinais, vestígios, não podem de início, serem desprezados; poderão ser, na sequência, de utilidade, ou não, para o esclarecimento do fato e colaborar com a determinação da autoria; se estiverem relacionados com o fato e devidamente interpretado com precisão, constituirão a prova por indícios. Assim, objetiva-se que um indício não prova necessariamente a autoria material de um fato delituoso, por exemplo, na nossa questão quando diz que um impressão digital num copo localizado em um local de crime, identificada como tendo sido ali deixada pelo dedo da mão de determinada pessoa, não faz, necessariamente, prova de que esta pessoa tenha sido a autora deste crime, mas apenas que, em determinado momento, ela ali esteve presente. Mesma coisa pensa-se no caso da arma, naquele caso, não faz, seguramente, prova de que o proprietário daquela arma seja o autor do disparo da arma de fogo! Gabarito: D. Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 48 7) (Fotógrafo Criminalístico PCGO - 2011) A prova pericial é uma prova técnica, uma vez que pretende atestar a existência de fatos cuja certeza, segundo a lei, somente seria possível a partir de conhecimentos específicos. Acerca da prova pericial, é correto afirmar que A) deverá ser produzida por pessoas treinadas, sem a necessidade de habilitação na área. B) a prova pericial é um meio utilizado para o esclarecimento dos fatos, tanto na demonstração da própria materialidade da infração penal por meio do exame de corpo de delito, como também na comprovação de outros dados importantes na apuração da verdade. (C) corresponde aos modos pelos quais as provas praticamente se produzem. Tomando-se por base os gêneros de provas, constituem prova pericial de sua concretização: a prova oral ou vocal; a pessoa testemunhal; o depoimento pessoal; a prova literal ou escrita; a documental (documentos públicos e privados); a pericial (exames, vistorias e arbitramento); a prova circunstancial (direta e indireta); as presunções; os indícios. (D) a prova consiste na demonstração de inexistência daquilo que se alega como fundamento do direito que se defende ou que se contesta. (E) para auxiliar as partes em um processo, nas questões técnicas, poderá haver o profissional denominado auxiliar pericial. Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 48 Comentários: Como vimos, a perícia é muito importante dentro do conjunto probante. Assim, o judiciário não pode analisar os fatos sem a contribuição dos técnicos ou pessoas especializadas em determinado assunto, razão pela qual são solicitados as perícias, mas do que se trata essas? Perícias são diligências que possuem a finalidade de estabelecer a veracidade ou a falsidade de situações, fatos ou acontecimentos, de interesse da justiça por meio de provas. São verificações (análises) de todo o vestígio de uma infração, cabe lembrar aqui, que vestígio e indícios não são sinônimos, ok? Qualquer marca, fato, sinal que seja detectado em local onde tenha sido praticado fato delituoso é, em tese, um vestígio. Agora, após esse ser devidamente analisado, interpretado e associado com os exames laboratoriais e dados da investigação policial daquele fato, enquadrando-se em toda sua moldura, tiver estabelecida sua inequívoca relação com o fato delituoso e com as pessoas com esse relacionadas, aí ele terá se transformado em um indício. Seguindo pessoal, é de suma importância vocês saberem que o Código de Processo Penal, diz que sempre que uma infração deixar vestígios é indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo suprimi-lo a confissão do acusado. As perícias devem ser realizadas por peritos oficiais, portadores de diploma de curso superior e que na falta de perito oficial, o exame deve ser feito por Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br43 de 48 duas pessoas idôneas portadoras de diploma de curso superior e de preferência na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame. E, caso tenha desaparecido os vestígios, o exame não poderá ser realizado, contudo a prova testemunhal poderá suprir a falta daquele. Então, uma perícia pode ser realizada direta e indiretamente. O exame direto é aquele feito pessoalmente pelo perito sobre o objeto a ser examinado. Já o indireto é feito sobre documentos ou outros elementos que se refiram ao objeto a ser analisado, ou, ainda, que guardem relação com ele. As perícias se materializam por meio dos laudos periciais, mais a frente falaremos sobre documentos legais, são muito cobrados nos concursos - os laudos são constituídos de peça escrita, contendo a descrição minuciosa do que foi examinado, as respostas aos quesitos formulados, além de outras provas. É importante também saber, que quando existir divergências entre dois peritos a respeito da mesma matéria, a perícia é denominada contraditória; sendo assim, o magistrado pode aceitar o que julgar conveniente ou nomear um terceiro perito. Gabarito: B. 8) (Universa - Perito Criminal - GO - 2010) Provar se houve ou não a infração penal, demonstrar a ação do sujeito ativo na ação penal, fornecer subsídios de conhecimento técnico, científico e Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 48 artísticos necessários à tipificação penal, comprovar o nexo de causalidade entre o sujeito ativo e a infração penal trata-se de (A) requisição de exames de corpo de delito. (B) modalidades de exames de corpo de delito. (C) isolamento e preservação de local de crime. (D) importância do exame de corpo de delito. (E) classificação de local de crime. Comentários: A partir da instauração do Inquérito Policial a autoridade policial (delegado) deverá tomar providência no sentido de obter provas materiais (exame de corpo de delito que é realizada pelo perito oficial) e imateriais (assentadas, termos de declarações etc), para que o ato delituoso possa ser descrito em todas as suas circunstâncias, e se possível determinar a sua autoria. Dessa forma, vejamos a importância do exame de corpo de delito: ✓ Provar se houve ou não a infração penal. ✓ Demonstrar a ação do sujeito ativo na ação penal. ✓ Fornecer subsídios de conhecimento técnico, cientifico e artísticos necessários à tipificação penal. ✓ Comprovar o nexo de casualidade entre o sujeito ativo e a infração penal. ✓ Perpetualizar o corpo de delito. Gabarito: D. ==b739f== Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 45 de 48 9) (FUNCAB - 2013 - PC-ES - Perito em Telecomunicação) Exceto quando os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes deste prazo, a autópsia deverá ser realizada pelo menos: A) 4 (quatro) horas após o óbito. B) 6 (seis) horas após o óbito. C) 8 (oito) horas após o óbito. D) 12 (doze) horas após o óbito. E) 24 (vinte e quatro) horas após o óbito. Comentários: A regra estabelecida pelo Código de Processo Penal é a de que o exame de corpo de delito possa ser feito em qualquer dia e hora, sem restrições quanto aos feriados e períodos noturnos. Uma primeira exceção, contudo, existe em relação ao exame interno do cadáver (necropsia ou autópsia), o qual deverá ser feito no mínimo seis horas após a morte. Como o risco de morte aparente, na atualidade, é improvável em face do avanço tecnológico, na prática esse tempo não tem sido observado, mesmo porque o próprio dispositivo citado ressalva a possibilidade de efetivação do exame antes do interregno lá previsto quando induvidosa a morte do indivíduo. Outra ressalva em relação ao tempo da perícia são os exames a serem realizados por eventuais Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 46 de 48 assistentes técnicos indicados pelas partes à prévia conclusão da perícia oficial e elaboração do respectivo laudo. Gabarito: B. 10) (PC-MG - 2011 - PC-MG - Delegado de Polícia) Sobre a prova pericial é INCORRETO afrmar: A) O exame de corpo de delito deverá ser assinado por 2 (dois) peritos ofciais, portadores de diploma de curso superior. B) O exame de corpo de delito poderá ser realizado qualquer dia e horário, inclusive aos domingos. C) A autópsia será realizada, em regra, 6 (seis) horas após o óbito. D) Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material sufciente para a eventualidade de nova perícia. Comentários: O art. 159, caput, estabelece que o exame de corpo de delito deverá ser realizado por perito oficial portador de curso superior. Perito oficial é aquele que pertence aos quadros do Estado. Ao empregar a palavra “perito” no singular, o CPP aboliu a exigência de dois peritos para a realização do exame. Sendo oficial, portanto, basta um perito, ressalvada a hipótese de perícia que abranja mais de uma área do conhecimento, caso em que poderá ser designada a atuação de mais de um perito. Outra coisa, o CPP prevê que, na falta de perito oficial, poderá a perícia ser realizada por dois peritos não oficiais (peritos leigos), como Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 47 de 48 tal consideradas as pessoas idôneas, portadoras de curso superior preferencialmente na área que constitui o objeto da perícia, que possuam habilitação técnica relacionada à natureza do exame e que, nomeadas pelo Delegado de Polícia ou pelo juiz, prestem o compromisso de bem e fielmente desempenharem a função para a qual encarregados. Gabarito: A. Noções de Odontologia Legal p/ ITEP-RN Parte Específica - Teoria e Exercícios Prof. Alexandre Herculano ʹ Aula 03 Prof. Alexandre Herculano www.estrategiaconcursos.com.br 48 de 48 Gabarito 1-B 2-E 3-B 4-C 5-E 6-D 7-B 8-D 9-B 10-A
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