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Aula 06 - Aquisição Lingua Escrita

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Psicologia Escolar Nacional
Curso Psicologia
Universidade Paulista - UNIP
Instituto de Ciências Humanas
Prof. Dr. Rodrigo Toledo
Início às 19h10
1
Cronograma das aulas Psicologia Escolar Nacional
▪ 14/09 AULA 1 – ok Apresentando a Psicologia Escolar na perspectiva crítica.
▪ 21/09 AULA 2 – ok A medicalização e a judicialização da educação e da sociedade.
▪ 28/09 AULA 3 – ok Avaliação psicológica na escola em uma perspectiva crítica.
▪ 05/10 AULA 4 – ok Atendimento psicológico à queixa escolar.
▪ 19/10 AULA 5 – ok Atuação da/o psicóloga/o nas dificuldades de comportamento e as
Políticas Públicas em Educação.
▪ 26/10 AULA 6 – ok Atuação da/o psicóloga/o nas dificuldades de aquisição da língua
escrita e as Políticas Públicas em Educação.
▪ 09/11 AULA 7 – Prova Semestral
▪ 16/11 AULA 8 – Prova Substitutiva
▪ 23/11 AULA 9 – Vista de provas
▪ 30/11 AULA 10 – Vista de provas
▪ 07/12 AULA 11 – Exame
▪ 14/12 AULA 12 – Plantão
2
PARA SABER MAIS...
Vários professores de uma escola pública têm procurado pelo psicólogo escolar com a queixa de indisciplina por
parte dos alunos. Apresentamos abaixo algumas possibilidades de atuação profissional, assinale a correta:
A. Fazer uma reunião com as professoras para aprofundar as queixas, dialogar sobre a especificidade de cada
sala, sobre a atuação das professoras e escutar os alunos.
B. Fazer uma avaliação das crianças para verificar qual delas apresenta algum problema e, dessa forma, orientar
os pais e encaminhar para psicoterapia.
C. Fazer um mapeamento da sala de aula e trabalhar com os pais dos alunos indisciplinados, solicitando que
chamem a atenção de seus filhos quanto à indisciplina escolar.
D. Fazer uma reunião pedagógica para investigar a forma como os professores ministram as aulas e propor
mudanças.
E. Estabelecer uma diferença entre professores não queixosos e professores queixosos, como um meio de
avaliar e tomar as medidas necessárias de comparação entre eles.
3
PARA SABER MAIS...
Vários professores de uma escola pública têm procurado pelo psicólogo escolar com a queixa de indisciplina por
parte dos alunos. Apresentamos abaixo algumas possibilidades de atuação profissional, assinale a correta:
A. Fazer uma reunião com as professoras para aprofundar as queixas, dialogar sobre a especificidade de cada
sala, sobre a atuação das professoras e escutar os alunos.
B. Fazer uma avaliação das crianças para verificar qual delas apresenta algum problema e, dessa forma,
orientar os pais e encaminhar para psicoterapia.
C. Fazer um mapeamento da sala de aula e trabalhar com os pais dos alunos indisciplinados, solicitando que
chamem a atenção de seus filhos quanto à indisciplina escolar.
D. Fazer uma reunião pedagógica para investigar a forma como os professores ministram as aulas e propor
mudanças.
E. Estabelecer uma diferença entre professores não queixosos e professores queixosos, como um meio de
avaliar e tomar as medidas necessárias de comparação entre eles.
4
5
O QUE VOCÊ JÁ SABE...
A diferença entre a 
perspectiva tradicional e a 
perspectiva crítica de 
Psicologia Escolar.
Compreender o processo 
de escolarização
Foco do trabalho 
Os efeitos de uma 
sociedade que se 
organiza na logica da 
medicalização educação. 
O que significa judicializar 
o processo educativo 
educação. 
(laudos psicológicos)
A necessidade de rever os 
fundamentos para uma 
Avaliação Psicológica na 
escola em uma 
perspectiva crítica. 
A fundamentação do 
Atendimento psicológico à 
queixa escolar (OQE).
Referências Técnicas para 
atuação da/o psicologia na 
Educação Básica 
(coletivo, grupo) 
Releitura das dificuldades 
de comportamento na 
escola.
Atuação com as 
dificuldades de aquisição 
da língua escrita.
AULA 06 
Atuação diante 
das dificuldades 
de aquisição da 
língua escrita e 
Políticas 
Públicas em 
Educação 
SZYMANSKI, Maria Lídia Sica. 
Dificuldades de aprendizagem (DA): 
doença neurológica ou percalço 
pedagógico? Boletim Técnico SENAC: R. 
Educ. Prof., Rio de Janeiro, v. 38, nº3, set 
/dez. 2012. Disponível em: 
file:///C:/Users/monic/Downloads/19-15-
PB.pdf
SOUZA, Beatriz de Paula. Trabalhando 
com dificuldades na aquisição da língua 
escrita. In. Souza, B.P. Orientação à 
Queixa Escolar. São Paulo. Casa do 
Psicólogo, 2013.
6
file:///C:/Users/monic/Downloads/19-15-PB.pdf
PROPOSTA DE HOJE...
7
Conhecer o conceito 
‘dificuldades de 
aprendizagem’ –
doença neurológica ou 
percalço pedagógico?
Conhecer o trabalho 
com as dificuldades de 
aprendizagem na 
leitura e na escrita
Realizar a análise de
intervenções em 
psicologia escolar 
crítica na área da 
alfabetização
Dificuldades de aprendizagem (DA): doença neurológica ou percalço 
pedagógico?
SZYMANSKI, Maria Lídia Sica. Dificuldades de aprendizagem (DA): 
doença neurológica ou percalço pedagógico? Boletim Técnico 
SENAC: R. Educ. Prof., Rio de Janeiro, v. 38, nº3, set /dez. 2012. 
Disponível em: file:///C:/Users/monic/Downloads/19-15-PB.pdf
8
file:///C:/Users/monic/Downloads/19-15-PB.pdf
Dificuldades de aprendizagem (DA): doença 
neurológica ou percalço pedagógico?
• Dificuldades de Aprendizagem (DA) têm sido consideradas na literatura como uma 
patologia causada por alterações neurológicas. Entretanto, estudos recentes mostram 
que essas alterações foram relatadas com base em pesquisas inconsistentes. 
• Busca-se ressaltar, assim, a multiplicidade de causas dessas dificuldades, 
denunciando sua frequente patologização e redução ao aspecto neurológico, com 
consequente medicalização. 
• Critica-se o incentivo ao consumo de remédios como solução, e propõe-se a busca do 
caminho pedagógico e a luta por políticas públicas que permitam melhores condições 
de ensino no Brasil.
SZYMANSKI (2012)
9
Dificuldades de Aprendizagem
• Dificuldades de Aprendizagem, Distúrbios de Aprendizagem, Transtornos de 
Aprendizagem, esses são alguns dos nomes que vêm circulando na escola, 
traduzidos, geralmente, por rótulos como aluno “disléxico”, “hiperativo” ou 
com “déficit de atenção”, os quais muitas vezes marcarão o aluno por toda 
sua vida. 
• A ideia é de que seriam alterações específicas no aluno que as apresenta –
portanto, não estariam no contexto ou em suas relações interpessoais –, as 
quais decorreriam de uma disfunção do sistema nervoso central, ou seja, algo 
alterado no seu cérebro estaria prejudicando seu funcionamento.
10
Dificuldades de Aprendizagem
• Para se considerar que há uma Dificuldade de Aprendizagem seria necessário provar que outras 
condições orgânicas – deficiências sensoriais (auditivas/visuais) ou mentais; distúrbios emocionais, 
como traumas e perdas mal elaborados; ou ainda, aspectos relacionados ao contexto social e 
pedagógico em que o sujeito se insere, tais como mudanças constantes de professor ou de escola, 
diferenças culturais ou falhas no processo de ensino, ainda que presentes – não seriam causa(s) da 
dificuldade escolar constatada.
• Ao invés de debruçar-se sobre as políticas públicas e as condições sociais e pedagógicas que 
engendram a educação, procuram transformar situações de fracasso escolar em doenças 
neurológicas, que exigiriam “remédios” farmacológicos.
• Ou seja, estrategicamente desvia-se a atenção dos problemas político-sociais que estão por trás 
das dificuldades no aprender apresentadas pelos alunos, reduzindo-as a um problema individual, 
do aluno e de sua família, e, pior, alimentam a ilusão de que com remédios comprados na farmácia 
poder-se-iam resolver esses problemas. 
11
Dificuldades de Aprendizagem
• No final da primeira década do século XXI, 96,7% das crianças brasileiras com mais de 7 
anos (IBGE, 2012) estão na escola.
• Entretanto, o fato de termos cerca de 30 milhões de analfabetos funcionais, isto é, 
brasileiros com mais de 15 anos, menos de 4 anos de aprovação escolar e que ainda não 
incorporaram a leitura e a escrita, de acordo com suas necessidades da vida diária 
(PINTO et al., 2000), revela que aprender realmente a ler e escrever continua a ser 
privilégiode alguns alunos e não de outros. 
• Portanto, ainda que se observem avanços, as dificuldades historicamente construídas que 
emperram o sistema de ensino brasileiro decorreram de políticas públicas insuficientes 
para dar o suporte que possibilitasse à população suprir séculos de analfabetismo. 
SZYMANSKI (2012)
12
O que estaria dificultando ou impedindo 
a aprendizagem escolar? 
• Com relação às condições sociais fora da escola
• são causas possíveis os conflitos familiares que desestabilizam emocionalmente a criança; 
seus pais trabalhadores, que chegam exaustos em casa e não têm forças para ver suas lições; 
a criança ficar na rua todo o tempo em que não está na escola, não fazer a lição e ninguém 
estar disponível para conferir; a criança estar em uma família que subsiste por meio do tráfico de 
drogas e/ ou furtos ou roubos e que não valoriza o estudo, na medida em que sobrevive 
prescindindo de um emprego oficial; os pais serem extremamente rígidos, não reconhecerem o 
que a criança faz; ou omissos, deixando-a fazer o que quiser. Ou, ainda, os pais serem até 
preocupados, mas não saberem como lidar com essa criança que quer tudo e acha que pode 
tudo, faltando-lhes firmeza, a qual talvez decorreria da segurança de saberem que estão agindo 
como deveriam; ou a miséria é tão grande que os problemas na escola são vividos como 
mínimos, frente às grandes tragédias do cotidiano: filhos presos, falta de comida à mesa...
13
O que estaria dificultando ou impedindo 
a aprendizagem escolar? 
• Com relação às condições na escola
• entre os fatores que dificultam a aprendizagem podem-se citar: instalações 
inadequadas, mudanças frequentes de professores, professores 
desmotivados, com baixos salários, desatualizados, que dão aula por falta de 
opção profissional. 
• A busca por possíveis causas fora da escola para explicar a não aprendizagem, 
isto é, a dificuldade do professor e a escola se autoavaliarem, indagando o que 
poderiam fazer para ajudar essa criança a aprender... 
14
O que estaria dificultando ou impedindo 
a aprendizagem escolar? 
• Com relação à criança
• podem-se observar doenças frequentes e consequente falta às aulas, desinteresse, 
agitação excessiva, incidentes disciplinares, defasagem no processo de 
escolarização.
• Deficiência mental ou em algum órgão de sentido, não corrigida (visão ou audição), 
situações de violência escolar, embora esses casos tecnicamente não se 
classifiquem como dificuldade de aprendizagem...
15
O que estaria dificultando ou impedindo 
a aprendizagem escolar? 
• Apesar da hipótese de qualquer um ou mais de um desses fatores estar acarretando a 
dificuldade de aprendizagem, geralmente, na escola, ao invés de refletir sobre esse 
conjunto e, além dele, sobre as ações que se “insiram em um movimento mais amplo 
de luta pela transformação da sociedade”, essas possíveis causas são restringidas a 
uma: a culpa é atribuída à criança. 
• Pensa-se que há um problema neurológico que não a deixa aprender, e por isso é 
necessário um remédio para resolvê-lo, o qual possibilitará a aprendizagem. 
• As pesquisas revelam que, quando convenientemente ensinadas, todas as crianças 
podem aprender. Entretanto, além do empenho em ensinar, algumas precisarão de 
mais tempo para isso.
16
Relato de caso – o aluno Júlio
• Para exemplificar uma situação em que o tempo necessário para aprender extrapola, em muito, o tempo que a escola 
lhe pode oferecer. 
• Júlio apresenta uma síndrome de alcoolismo fetal, ou seja, sua mãe usou drogas durante a gravidez e, como 
consequência, ele apresenta um sério atraso no desenvolvimento cognitivo. Atualmente ele está com 10 anos, e desde 
os seis está em processo de alfabetização. Desde os oito anos conhece todas as letras, mas levou cerca de dois anos, 
após conhecê-las, para juntá-las em sílabas, ainda que as soletrando: B + A = BA. Agora, com 10 anos consegue ler as 
sílabas simples sem soletrar e inicia a compreensão das primeiras palavras com duas sílabas simples.
• Júlio está aprendendo a ler, apesar de todas as dificuldades.
• Quantos anos ainda ele levará para aprender a ler? Essa é uma pergunta que só poderá ser respondida no processo. 
Como, aliás, o cálculo de quanto tempo será necessário a qualquer criança para que ela possa aprender a ler e 
escrever.
17
Relato de caso - uma intervenção na 
escola
• Trabalho realizado com crianças de 6ª série/7º ano, cujo desempenho na leitura e na escrita possibilita situá-las no 
nível da 2ª série/3º ano. Alunos considerados com sérias dificuldades em sala de aula, alunos considerados com 
“dificuldades de aprendizagem”. 
• Os alunos foram atendidos semanalmente, na escola, em grupos de cerca de 10 alunos, em um total de 30 a 40 
crianças a cada ano letivo.
• O trabalho desenvolvido envolveu filmes, contos, canções, trabalharam-se os diferentes gêneros buscando discutir os 
textos, enriquecendo as oficinas com atividades diferenciadas.
• Observa-se que muitos não sabiam ler, ou liam precariamente. Suas histórias de vida são as mais diferentes, assim 
como as possíveis causas que estão por trás das dificuldades apresentadas. 
• Entretanto, ao longo dos anos, atendendo cerca de 240 alunos, encontramos não mais do que seis com dificuldades 
sérias para aprender a ler e a escrever, dificuldades essas não discrepantes do desempenho dessas crianças na 
aprendizagem das demais áreas.
18
Relato de caso - uma intervenção na 
escola
• Se fôssemos avaliar os alunos de acordo com o conceito de Dificuldade ou 
Transtorno de Aprendizagem todos poderiam ser enquadrados nesse grupo 
nosológico: crianças que eram inteligentes, mas cujo desempenho escolar em 
leitura e escrita era totalmente discrepante em relação ao desempenho em outras 
atividades da vida. 
• No entanto, a partir das oficinas realizadas nas escola, ao final do ano, sem 
medicação alguma, todos os alunos sabiam ler e compreendiam o que liam, sendo 
aprovados para série seguinte.
19
Então qual é o caminho?
• Ao professor buscar maneiras de ensinar, lutar por menos alunos em sala de aula, 
melhores condições para o desenvolvimento do trabalho docente, por políticas públicas 
que possibilitem à escola cumprir com sua função social, no sentido de garantir que as 
crianças que ela acolhe de fato se apropriem dos conhecimentos historicamente 
acumulados.
• (...) nos voltarmos para o interior da escola, revendo nossas políticas educacionais, 
nossa prática docente, nossas políticas de formação docente, nossos métodos de 
ensino e as práticas pedagógicas. É o momento de uma revisão estrutural do 
sistema educacional para compreendermos tantos casos de crianças que 
permanecem anos na escola e permanecem analfabetas (SOUZA, 2010, p. 65).
20
Então qual é o caminho?
• Ter as crianças na escola foi um avanço. Agora, a luta é mantê-las e ensiná-las, e provavelmente todas não vão 
aprender os mesmos conteúdos ao mesmo tempo. 
• Portanto, é necessário que se reflita como a escola pode dar ao aluno, o tempo e as demais condições que ele 
necessita para aprender. 
• Na disputa entre a medicalização e o ato pedagógico, os números indicam o fortalecimento da perspectiva da 
medicalização. Entretanto, não é reduzindo a questão do fracasso escolar à dimensão biologizante que se estará 
contribuindo no sentido de garantir o sucesso escolar de nossas crianças.
• Remédio não ensina. O professor por excelência é o mediador no processo de conhecimento historicamente 
acumulado pela criança, possibilitando à escola consolidar sua função social, desde que trabalhe com conceitos, a 
partir do ponto em que a criança está, que lhe façam sentido, que a ajudem a situar-se no contexto político e social em 
que vive. 
• A palavra-chave é ensinar. 
21
Trabalhando com dificuldades na aquisição da língua escrita.
SOUZA, Beatriz de Paula. Trabalhando com dificuldades na aquisição da língua escrita. 
In. Souza, B.P. Orientação à Queixa Escolar. São Paulo. Casa do Psicólogo, 2013.
WEISZ, Telma. Como se aprende aler e escrever, ou, prontidão: um problema mal 
colocado. In: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Programa de Formação de Professores 
Alfabetizadores: coletânea de textos. Módulo 1. Brasília, DF: Ministério da Educação, 
2001. Texto M1U3T5. Disponível 
em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/coletanea.pdf
22
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/coletanea.pdf
Psicologia Escolar e dificuldades de 
aquisição da língua escrita
• Dificuldades na alfabetização é a queixa escolar com maior incidência que chega 
aos psicólogos, porque está associada a um problema psicológico.
• As queixas são: ‘não aprendeu a ler’, ‘copia tudo, mas não entende o que copiou’, 
‘escreve, mas não lê’, ‘só aprendeu o A e o E’, ‘escreve tudo atrapalhado’, ‘come 
letras’, ‘troca letras’...
• A má alfabetização é produzida nas relações escolares. O atendimento psicológico 
não pode estar a serviço da ocultação de funcionamentos escolares insatisfatórios 
ou danosos, por meio da psicologização das dificuldades de alfabetização e outras 
de origem escolar. (Souza, 2013, p.139)
23
Psicologia Escolar e dificuldades de 
aquisição da língua escrita
• Não basta a nós psicólogos dizer aos pais, à escola e à própria criança, que ela não 
tem nenhum problema psicológico e sim pedagógico, e que cabe a escola cuidar. 
Embora essa seja uma resposta melhor do que a psicologização, nós podemos fazer 
mais.
• O analfabetismo é um fator de exclusão social, limita a inserção no mercado de 
trabalho, ao acesso a informações, pode levar a risco e vulnerabilidade social. Pode 
levar ao sofrimento psíquico. 
• Quais as possibilidades de intervenção psicológica nas dificuldades de alfabetização? 
Como atuar neste campo de modo a não perdermos nossa identidade como 
psicólogos?
24
Trabalhando com crianças e jovens
• Resgatar a sua possibilidade de pensar e aprender.
• Favorecer que se apropriem dessas possibilidades, mudando o olhar para si mesmos, passando 
a perceberem-se capazes de ocuparem o lugar de sujeitos de sua própria história.
• Acolher a necessidade de terem um lugar para pensar.
• Acompanhá-las e oferecer-lhes um ambiente acolhedor e de confiança, para a retomada de um 
desenvolvimento de que a própria criança é um dos agentes. 
• Oferecer situações não escolares nos atendimentos – situações de aprendizagem que envolvam 
jogos, materiais plásticos e artísticos, que seja atraente e significativo, do que a criança goste, 
tenha interesse e que já tenha aprendido, saiba fazer sozinha.
25
Trabalhando com crianças e jovens
• É fundamental ao psicólogo ter noções básicas sobre a natureza da escrita 
enquanto objeto de conhecimento, assim como noções sobre o processo 
cognitivo do sujeito em contato com o conhecimento da escrita.
• Estudar a Psicogênese da Língua Escrita, assim como vimos estudando a 
aquisição das noções de número, velocidade e massa, a evolução da figura 
humana e outros processos de desenvolvimento do universo cognitivo, impõe-se 
como parte da formação do(a) psicólogo(a) que hoje atende crianças e jovens com 
queixas escolares. (Souza, 2019, p. 142)
26
Emilia Ferreiro
Emilia Beatriz María Ferreiro Schavi
• 05/05/1936 (84 anos) – psicóloga e pedagoga argentina 
(Buenos Aires). 
• 1970 – forma-se em Psicologia e vai estudar na Suíça. 
Concluiu o doutorado pela Universidade de Genebra 
(Suíça), sob orientação de Jean Piaget. 
• 1974 – desenvolveu na Universidade de Buenos Aires 
uma série de experimentos com crianças que deu origem 
às conclusões apresentadas na Psicogênese da Língua 
Escrita, assinado em parceria com a pedagoga argentina 
Ana Teberosky (1944) e publicado em 1979. 
• 1977 – Golpe de Estado na Argentina, passa viver em 
exílio na Suíça, lecionando na Universidade de Genebra. 
Inicia uma pesquisa no México com crianças que 
apresentam dificuldades de aprendizagem.
• 1979 – Passa a morar no México com o marido o físico 
e epistemólogo Rolando Garcia, com quem tem dois filhos
• Atualmente é professora titular no Centro de 
Investigação e Estudos Avançados do Instituto Politécnico 
Nacional, na Cidade do México.
27
Emilia Ferreiro
• Recebeu seis títulos HONORIS CAUSA 
por seus estudos
• 1992 – Universidade de Buenos Aires 
(Argentina) 
• 1995 – UERJ (Brasil)
• 1999 – Universidade de Córdoba 
(Argentina) 
• 2000 – Universidade Nacional do Rosário 
(Argentina) 
• 2003 - Universidade de Comahue 
(Argentina)
• 2003 – Universidade de Atenas (Grécia) 
• 2001 – Ordem Nacional do Mérito 
Educativo (Brasil)
28
Emilia Ferreiro
• Nenhum nome teve mais influência sobre a educação 
brasileira nos últimos 20 anos do que a psicolingüista 
argentina Emilia Ferreiro. A estudiosa revolucionou os 
estudos sobre a alfabetização.
• Emilia Ferreiro desvendou os mecanismos pelos quais 
as crianças aprendem a ler e escrever, o que levou os 
educadores a rever radicalmente os seus métodos.
• A divulgação de seus livros no Brasil, a partir de 
meados dos anos 1980, causou um grande impacto 
sobre a concepção que se tinha do processo de 
alfabetização, influenciando as próprias normas do 
governo para a área, expressas nos Parâmetros 
Curriculares Nacionais.
• "A história da alfabetização pode ser dividida em antes 
e depois de Emilia Ferreiro", diz a educadora Telma 
Weisz, que foi sua aluna.
29
30
Emilia Ferreiro
• Emilia Ferreiro não apresenta um 
método pedagógico, descreve os 
processos de aprendizado de crianças 
na alfabetização, levando a 
conclusões que puseram em questão
os métodos tradicionais de ensino 
da leitura e da escrita – a cartilha
(aprendizagem pela imagem).
• É questionada a prontidão para a 
alfabetização, por meio de avaliações 
de percepção (capacidade de 
discriminar sons e sinais, por exemplo) 
e de motricidade (coordenação, 
orientação espacial etc.).
31
Cartilha ‘Caminho Suave’
• Caminho Suave é a cartilha de 
alfabetização criada pela 
pedagoga Branca Alves de Lima 
(1911-2001). 
• Sua primeira publicação foi em 
1945 e, até 1995, foi o método 
"oficial" de alfabetização dos 
brasileiros.
• Ainda hoje a cartilha de Branca 
Alves de Lima vende cerca de 
10 mil exemplares por ano.
32
Emilia Ferreiro
• Emilia Ferreiro faz uma crítica ao método proposto pela Cartilha – vogais, encontros vocálicos, sílabas, 
frases. 
• Na década de 90 os estudos sobre a Psicogênese da Língua Escrita são divulgados no Brasil e Emilia 
Ferreiro se torna uma referência para o ensino brasileiro, seu nome passou a ser ligado ao 
construtivismo, campo de estudo inaugurado pelas descobertas a que chegou o biólogo suíço Jean 
Piaget (1896-1980) na investigação dos processos de aquisição e elaboração de conhecimento pela 
criança – ou seja, de que modo a criança aprende; o foco está nos mecanismos cognitivos relacionados 
à aprendizagem da leitura e da escrita. 
• Tanto Piaget como Emilia Ferreiro não propõem um método, este é um grave erro de interpretação 
das teorias.
• O que é Psicogênese da Língua Escrita?
33
A Psicogênese da Língua 
Escrita: como se aprende a 
ler e a escrever (segundo 
pesquisas de Emília Ferreiro)
Beatriz de Paula Souza
Instituto de Psicologia
Universidade de São Paulo
2007
FONTE: https://orientacaoaqueixaescolar.ip.usp.br/cursooqe/leituras-
basicas/
VOCÊS TÊM 15 MINUTOS PARA DECIFRAR ESSE
TEXTO. MELHOR PENSANDO JUNTOS:
“Jung, frisch, sexy.
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Jetzt will sie sich eine neue Karriere aufbauen -aus
Filmschauspielerin.”
Fonte: https://orientacaoaqueixaescolar.ip.usp.br/cursooqe/leituras-basicas/
“Jovem, fresca (radiante), sexy.
Com essa imagem, Gisele Bündchen ganha milhões.
Agora ela quer construir uma nova carreira - como atriz
de cinema.”
Fonte: https://orientacaoaqueixaescolar.ip.usp.br/cursooqe/leituras-basicas/
Viram como conseguiram ler muitas partes? Por que
pensam que lhes foi feita essa proposta, se o tema é
como se aprende a ler e a escrever?
Fonte: https://orientacaoaqueixaescolar.ip.usp.br/cursooqe/leituras-basicas/
De aorcdo com uma peqsiusa de uma uinrvesriddaeignlsea, não ipomtra em qaul odrem as lteras de uma
plravaa etãso, a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e
útmlia lteras etejasm no lgaur crteo. O rseto pdoe ser uma
bçguana ttaol, que vcoê anida pdoe ler sem pobrlmea.
Itso é poqrue nós não lmeos cdaa ltera isladoa, mas a
plravaa cmoo um tdoo.
Sohw de bloa.
Fonte: https://orientacaoaqueixaescolar.ip.usp.br/cursooqe/leituras-basicas/
35T3 P3QU3N0 T3XTO 53RV3 4P3N45 P4R4
M05TR4R COMO NO554 C4B3Ç4 CONS3GU3 F4Z3R
CO1545 1MPR3551ON4ANT35! R3P4R3 N155O! NO
COM3ÇO 35T4V4 M310 COMPL1C4DO, M45 N3ST4
L1NH4 SU4 M3NT3 V41 D3C1FR4NDO O CÓD1GO
QU453 4UTOM4T1C4M3NT3, S3M PR3C1S4R P3N54R
MU1TO, C3RTO? POD3 F1C4R B3M ORGULHO5O
D155O! SU4 C4P4C1D4D3 M3R3C3! P4R4BÉN5!
Fonte: https://orientacaoaqueixaescolar.ip.usp.br/cursooqe/leituras-basicas/
Estas atividades mostram claramente como ler e escrever
não é simples decifração letra por letra, pela ordem. É uma
tarefa muito mais complexa. Claro que há níveis diferentes
de leitores, mas o contato com a escrita sempre mobiliza
diversos recursos cognitivos. Muito além da memorização,
é tarefa essencialmente conceitual.
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Queixas pedagógicas
Não memoriza 13%
Dificuldade de leitura e escrita 37%
Dificuldade de aprendizagem 36%
Dificuldade em matemática 4%
Dificuldade em português 4%
Dificuldade de compreensão 6%
Aprender a ler e a escrever é uma tarefa de
natureza essencialmente conceitual.
● Duas perguntas acompanham esta aquisição:
○ O QUE a escrita representa?
Características físicas do representado?
Seus símbolos sonoros?
○ COMO o faz?
Segundo que lógica?
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PERÍODOS EVOLUTIVOS NA ALFABETIZAÇÃO 
(aprendizagem de sistemas alfabéticos de escrita)
● Período iconográfico: hipótese de que símbolos gráficos são
representações de características físicas ou ideias
- pré-silábico
● Período linguístico: compreensão de que é o som, a
representação sonora das coisas, que está sendo representada com
caracteres gráficos
○ silábico
○ silábico-alfabético
○ alfabético
Fonte: https://orientacaoaqueixaescolar.ip.usp.br/cursooqe/leituras-basicas/
Nas etapas iniciais do período linguístico,
quem está aprendendo costuma fazer dois tipos
de controle da escrita
● Quantitativo (quantidade de caracteres: de quantos
precisarei para escrever essa palavra? Qual é o mínimo de
caracteres necessários para ser uma escrita válida? Pode-se
escrever algo com um só? Com apenas dois ou três?)
● Qualitativo (variedade de caracteres. Hipóteses comuns:
não pode repetir letra de modo contíguo e não podem
haver palavras diferentes representadas do mesmo modo)
Fonte: https://orientacaoaqueixaescolar.ip.usp.br/cursooqe/leituras-basicas/
Período linguístico (no qual geralmente
alunos de Ensino Fundamental ditos com
dificuldades em leitura e escrita estão)
● Silábico: hipótese de que cada letra (caractere
gráfico) é uma sílaba.
● Silábico-alfabético: transição. Às vezes a
hipótese básica é a silábica, às vezes a alfabética.
Frequentemente na mesma palavra.
Fonte: https://orientacaoaqueixaescolar.ip.usp.br/cursooqe/leituras-basicas/
(...) Período linguístico (no qual 
geralmente alunos de Ensino Fundamental 
ditos com dificuldades em leitura e escrita 
estão)
● Alfabético: compreensão de que as sílabas podem
ser divididas em unidades menores, os fonemas. E
que cada letra representa um fonema, geralmente.
Há muitos desafios a se enfrentar, após atingida
esta hipótese, até o bom letramento.
Fonte: https://orientacaoaqueixaescolar.ip.usp.br/cursooqe/leituras-basicas/
Psicogênese da Língua Escrita
Período iconográfico
fase pré-silábica
Período linguístico
silábica
silábica alfabética
alfabética
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Período iconográfico - pré-silábico
48
Período 
iconográfic
o - pré-
silábico
49
Período linguístico - silábico
50
Período 
linguístico 
–
silábico
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Período linguístico - silábico alfabético
52
Período linguístico - alfabético
53
Período 
linguístico -
alfabético
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Vamos assistir
• Construção da Escrita – FDE.
• Link: https://www.youtube.com/watch?v=WS61YIiqIOc
• Sinopse: A partir da teoria de Emília Ferreiro acerca do percurso para se aprender 
a ler e escrever, são produzidas e comentadas situações com crianças que estão 
nesse processo de aprendizagem. O vídeo apresenta as hipóteses e os erros 
construtivos das crianças principalmente ao escrever palavras e frases cuja escrita 
lhes vai sendo pedida. Assim, inspira maneiras de investigar e intervir na aquisição 
desse importante conhecimento.
• Fonte: Portal Orientação à Queixa Escolar
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https://www.youtube.com/watch?v=WS61YIiqIOc
Desejo que possamos nos encontrar em
outros momentos da vida e que vocês sejam
ótimas/os profissionais!
Forte abraço, prof. Rodrigo Toledo
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Outros materiais