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;∀∗0∃∋+∀+<.∀%=>∀%+ ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀6+,.&∋+89 ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀++++++++++++++++++++!!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/&0!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ∀#∃%&∋!1!()!121 ! AULA 01: LEGISLAÇÃO ADUANEIRA SUMÁRIO PÁGINA 1-Palavras Iniciais 1 2- Tributação sobre o Comércio Exterior 2 - 10 3- Imposto de Importação 10 – 68 4- Questões Comentadas 69 – 97 5- Lista de Questões e Gabarito 98 - 121 Olá, amigos (as), tudo bem? Estou muito feliz por estarmos juntos nessa caminhada! Tenho certeza de que você está correndo a passos largos rumo à aprovação. Eu me lembro exatamente de quando eu estava aí do outro lado! Era uma ansiedade muito grande pela prova! Estudava em ritmo alucinante! ☺ Não tem outro jeito! Como sempre gosto de dizer: no final da jornada, vale muito a pena! Aprendi no meu querido Exército Brasileiro (EB) durante o tempo em que lá estive: a dor passa, o orgulho fica! Hoje começamos a estudar acerca da tributação no comércio exterior, falando tudo sobre o imposto de importação! Vamos dominar o assunto! Trata-se de assunto extenso e bastante técnico. Por várias vezes, teremos que recorrer a conhecimentos de Direito Tributário para entender determinados assuntos! Outras vezes, teremos que nos apegar à literalidade da legislação. É claro, tudo explicado nos mínimos detalhes e com a atenção que o assunto merece! Grande abraço a todos, Ricardo Vale ricardovale@estrategiaconcursos.com.br http://twitter.com/#!/RicardoVale01 http://www.facebook.com/rvale01 P.S: Estejam à vontade para serem meus amigos no Facebook! Quero depois ter o direito de cobrar um chopp quando você tiver sido aprovado! ☺ 01475451105 ;∀∗0∃∋+∀+<.∀%=>∀%+ ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀6+,.&∋+89 ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀++++++++++++++++++++!!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/&0!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ∀#∃%&∋!2!()!121 1- TRIBUTAÇÃO SOBRE O COMÉRCIO EXTERIOR: 1.1-Regramento Constitucional e Legislação Específica: A primeira pergunta que nos cabe fazer é a seguinte: quais são os tributos que incidem sobre uma operação de importação? São vários. Em uma importação, incidem o Imposto de Importação (I.I), o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), as contribuições PIS/PASEP-Importação e COFINS-Importação, o ICMS e o AFRMM (Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante). Há, ainda, outras taxas incidentes, como, por exemplo, a Taxa de Utilização do SISCOMEX. Dependendo da operação, também há incidência de contribuições de intervenção sobre o domínio econômico, como a CIDE-Combustíveis. A tributação sobre o comércio exterior encontra previsão constitucional. O art. 153 da CF/88 prevê que a União poderá instituir impostos sobre a importação de produtos estrangeiros e sobre a exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados. São eles o Imposto de Importação (I.I) e o Imposto de Exportação (I.E). Também é a União o ente federativo responsável pela instituição do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) (art. 153, inciso IV), das contribuições para o PIS/PASEP-Importação e COFINS-Importação e de contribuições para intervenção no domínio econômico. Quanto a esse último ponto, destaque-se que o art. 149 da CF/88 dispõe que “compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas”. Mais à frente, a CF/88, ainda estabelece que as contribuições sociais e de intervenção sobre o domínio econômico incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços (art. 149, § 2º, inciso II, da CF/88). Na órbita dos Estados, está a competência para instituir o ICMS, tributo que incide sobre a circulação de mercadorias, ainda que as operações se iniciem no exterior (art. 155, inciso II, da CF/88). E quais são os tributos que incidem sobre as operações de exportação? Aqui a história é diferente! A resposta é que, sobre as operações de exportação, irá incidir somente o imposto de exportação (I.E). A CF/88, em perfeita consonância com os objetivos de política comercial do país, estabeleceu várias regras de não-incidência tributária sobre operações de exportação. Com efeito, a política comercial brasileira busca incentivar as exportações como forma de obter o desenvolvimento econômico nacional. Destaque-se que todas as hipóteses de não-incidência previstas na CF/88 são imunidades tributárias. A propósito, imunidade é uma hipótese de não- incidência constitucionalmente qualificada. 01475451105 ;∀∗0∃∋+∀+<.∀%=>∀%+ ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀6+,.&∋+89 ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀++++++++++++++++++++!!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/&0!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ∀#∃%&∋!3!()!121 Nesse sentido, pode-se verificar que a CF/88 dispõe que o IPI não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior (art. 153, inciso III). Por sua vez, a CF/88 determina que o ICMS não incidirá sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no exterior. Por último, o art. 149, § 2º, inciso I, da CF/88 dispõe que as contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação. Assim, podemos dizer que, na exportação, temos: i) imunidade de IPI; ii) imunidade de ICMS e; iii) imunidade de contribuições sociais e de contribuições de intervenção no domínio econômico. 1) Tributos incidentes sobre o comércio exterior: - Imposto de Importação (I.I) - Imposto de Exportação (I.E) - Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) - PIS/PASEP-Importação - COFINS-Importação -Contribuições de intervenção no domínio econômico - ICMS 2) Imunidades na Exportação: - Imunidade do ICMS - Imunidade do IPI -Imunidade das contribuições sociais e de contribuições de intervenção no domínio econômico A tributação sobre o comércio exterior, como se pode perceber, não tem finalidade arrecadatória, mas sim extrafiscal. O governo a utiliza como forma de regulação econômica. Assim, alguns princípios constitucionais tributários não se aplicam aos tributos incidentes sobre o comércio exterior. Fazemos menção, nesse momento, aos princípios da legalidade, da anterioridade e da noventena. O que são cada um desses princípios? Recordemo-nos das aulas de Direito Tributário! ☺ O princípio da legalidade está previsto no art. 150, inciso I, da CF/88, que dispõe que é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça. Em outras palavras, a norma competente para instituir e aumentar a alíquota de um tributo é a lei. O princípio da anterioridade, por sua vez, está insculpido no art. 150, inciso III, alínea b, da CF/88. Segundo esse princípio, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Assim, se uma lei majora um tributo em agosto de 2014, este 01475451105 ;∀∗0∃∋+∀+<.∀%=>∀%+ ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀6+,.&∋+89 ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀++++++++++++++++++++!!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/&0!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ∀#∃%&∋!4!()!121 somente poderá ser recolhido pela alíquota maior a partir de 1º de janeiro de 2015. O princípio da noventena, também chamado de anterioridade nonagesimal, encontra previsão no art. 150, inciso III, alínea c, da CF/88. Ele veda que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios cobrem tributos antes de decorridos 90 (noventa) dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Destaque-se que os princípios da anterioridade e da noventena devem ser observados em conjunto. Suponha que uma lei majore um tributo em 1º de novembro de 2014. Pelo princípio da anterioridade, este poderia ser recolhido pela alíquota maior a partir de 1º de janeiro de 2015. No entanto, há que se observar também a noventena, eis que o tributo somente poderá ser recolhido 90 dias após 1º de novembrode 2014, ou seja, em 1º de fevereiro de 2015. Agora que já recordamos esses princípios constitucionais tributários, vejamos como eles são excepcionados em relação aos tributos incidentes sobre o comércio exterior: a) Imposto de Importação (I.I): - Não obedece ao princípio da legalidade quanto à alteração de alíquotas, o que quer dizer que não há necessidade de lei para alterar a alíquota do imposto de importação. Hoje, a alteração de alíquotas do imposto de importação compete à Câmara de Comércio Exterior (CAMEX), que o faz mediante Resolução. - Não obedece ao princípio da anterioridade e ao princípio da noventena. Assim, a alteração de alíquotas gera efeitos imediatos. b) Imposto de Exportação (I.E): - Da mesma forma que o imposto de importação, o imposto de exportação não obedece ao princípio da legalidade quanto à alteração de alíquotas. A fixação da alíquota do imposto de exportação também compete à CAMEX. - O imposto de exportação também não obedece aos princípios da anterioridade e da noventena. 01475451105 ;∀∗0∃∋+∀+<.∀%=>∀%+ ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀6+,.&∋+89 ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀++++++++++++++++++++!!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/&0!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ∀#∃%&∋!5!()!121 A CAMEX tem competência para fixar a alíquota do imposto de importação e do imposto de exportação. Se uma questão disser que a CAMEX fixa a alíquota dos tributos incidentes sobre o comércio exterior, ela estará errada. Por quê? Porque sobre o comércio exterior há incidência de vários outros tributos além do imposto de importação e do imposto de exportação. c) Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI): - O IPI não obedece ao princípio da legalidade quanto à alteração de alíquotas. - O IPI não obedece também ao princípio da anterioridade. - Cuidado! O IPI obedece ao princípio da noventena. Assim, embora não seja necessário esperar pelo próximo exercício, faz-se mister aguardar o período mínimo de 90 dias. d) PIS/PASEP-Importação e COFINS-Importação: - O PIS/PASEP-Importação e a COFINS-Importação obedecem ao princípio da legalidade quanto à alteração de alíquotas. - O PIS/PASEP-Importação e a COFINS-Importação não obedecem ao princípio da anterioridade, mas obedecem ao princípio da noventena (anterioridade nonagesimal). Isso é o que prevê o art. 195, § 6º, da CF/88. 1.2-Produtos, Bens e Mercadorias: Qual a diferença entre produtos, bens e mercadorias?1 Bens são coisas, corpóreas e incorpóreas, possuidoras de utilidade econômica e que representam riqueza incorporada ao patrimônio e passível de avaliação pecuniária (avaliação em dinheiro). São exemplos de bens: os imóveis (casas, prédios), veículos, televisões, notebooks, ipads, etc. 1 !Os conceitos apresentados a seguir foram extraídos do seguinte artigo: MEIRA, Liziane Angelotti. Imposto sobre a Importação. In: Temas Atuais de Direito Aduaneiro, Coord: Rosaldo Trevisan. São Paulo: Lex Editora, 2008, pp. 103- 106. 01475451105 ;∀∗0∃∋+∀+<.∀%=>∀%+ ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀6+,.&∋+89 ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀++++++++++++++++++++!!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/&0!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ∀#∃%&∋!6!()!121 Produto, por sua vez, é o nome que se atribui a toda e qualquer coisa ou utilidade que foi extraída de outra. Trata-se de um conceito abrangente, mais amplo, inclusive, que o de bem. Isso porque a palavra “produtos” abrange até mesmo coisas que não sejam passíveis de avaliação econômica. Existem produtos agrícolas, produtos industrializados, minerais, intelectuais, etc. Mercadorias, por fim, são coisas que servem como objeto de operações comerciais. Toda mercadoria é um bem, mas nem todo bem é mercadoria. Apenas são mercadorias os bens móveis destinados à realização de operações mercantis. A título de exemplo, a bagagem de viajantes não pode ser considerada mercadoria, mas apenas um bem. O Código Aduaneiro do Mercosul, embora ainda não esteja em vigor, nos traz o conceito aduaneiro de “mercadoria”. Segundo o referido diploma, “mercadoria é todo bem suscetível de um destino aduaneiro”. E quais são os destinos aduaneiros possíveis? São quatro os destinos aduaneiros: 1) inclusão (admissão) em um regime aduaneiro especial; 2) retorno ao exterior; 3) abandono; 4) destruição. Tais conceitos (bens, produtos e mercadorias) são importantes para interpretarmos a incidência do imposto de importação e do imposto de exportação. Vejamos o que nos informa a CF/88: Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: I - importação de produtos estrangeiros; II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; Como se percebe da leitura do art. 153, o legislador constituinte autorizou a União a instituir o imposto de importação e o imposto de exportação, os quais podem incidir sobre produtos, conceito este que já vimos que é mais amplo do que o de mercadorias e que o de bens. 01475451105 ;∀∗0∃∋+∀+<.∀%=>∀%+ ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀6+,.&∋+89 ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀++++++++++++++++++++!!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/&0!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ∀#∃%&∋!7!()!121 Vamos agora dar uma olhada no que nos informa o Regulamento Aduaneiro, cujos dispositivos advém do Decreto-Lei nº 37/66! 2 Art. 69. O imposto de importação incide sobre mercadoria estrangeira. ... Art. 212. O imposto de exportação incide sobre mercadoria nacional ou nacionalizada destinada ao exterior. Analisando esses artigos, verifica-se que foi feita menção ao termo “mercadoria”. Mas será que a incidência do imposto de importação e do imposto de exportação é mesmo tão restrita assim? Como vimos, “mercadoria” engloba apenas os bens móveis objeto de operações comerciais. Segundo Liziane Angelotti, à primeira vista, pode parecer que o legislador exerceu apenas parcela restrita de sua competência, afinal a Constituição autorizou a incidência do I.I e I.E sobre produtos, cujo conceito é bem mais amplo que o de mercadorias. Entretanto, analisando os outros dispositivos da legislação, percebe- se que não é essa a interpretação adequada. Como estudaremos detalhadamente mais à frente, há previsão normativa para que o imposto de importação também incida sobre bagagem de viajantes (que não são mercadorias, mas bens!). Ou, ainda, que há incidência do imposto de importação em relação a outras operações comerciais em que não há transferência de propriedade (aluguel, arrendamento operacional, etc.). Outro exemplo é a incidência do imposto de importação na hipótese de doação. Conclui-se, a partir desse debate, que não se pode afirmar, a partir de uma interpretação sistemática do ordenamento jurídico nacional, que o imposto de importação e o imposto de exportação incidam apenas sobre mercadorias. O imposto de importação e o imposto de exportação incidem sobre bens. 3 2 !Várias normas do Regulamento Aduaneiro vêm desse Decreto-Lei que, pasmem, é de 1966. As normas de comércio exterior precisam, urgentemente, ser reformadas e adequadas à nova realidade internacional. 3 ! MEIRA, Liziane Angelotti. Imposto sobre a Importação. In: Temas Atuais de Direito Aduaneiro, Coord: Rosaldo Trevisan. São Paulo: Lex Editora, 2008, pp. 103- 106. ! 01475451105 ;∀∗0∃∋+∀+<.∀%=>∀%+ ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀6+,.&∋+89 ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀++++++++++++++++++++!!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/&0!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ∀#∃%&∋!8!()!121 1) Na prova, você deve marcar como correta uma assertiva que traga a literalidade dos art. 69 e art.212 do R/A: Art. 69. O imposto de importação incide sobre mercadoria estrangeira. ... Art. 212. O imposto de exportação incide sobre mercadoria nacional ou nacionalizada destinada ao exterior. 2) Se a questão adentrar em debates doutrinários, você poderá afirmar que o imposto de importação incide sobre bens estrangeiros e que o imposto de exportação incide sobre bens nacionais ou nacionalizados. 3) Lembre-se,por último, de que a literalidade da CF/88 prevê que a União está autorizada institua imposto sobre a importação de produtos estrangeiros e imposto sobre a exportação de produtos nacionais ou nacionalizados. 1.3-Produtos Estrangeiros, Produtos Nacionais, Nacionalizados e Desnacionalizados Vamos entender esses conceitos, que serão muito importantes para entendermos a tributação no comércio exterior. a) Produtos Nacionais: são os produtos fabricados no Brasil ou que sofreram uma transformação substancial em território nacional. 4 b) Produtos Estrangeiros: são os produtos originários do exterior, observadas as regras de origem. Um carro fabricado na Alemanha, por exemplo, é um produto estrangeiro. c) Produtos Nacionalizados: É um produto estrangeiro que é importado com ânimo de definitividade. É importante destacar que quando um bem entra no país admitido em um regime aduaneiro especial, como, por exemplo, a admissão temporária, ele não está se nacionalizando brasileiro. Veja: nesse caso, o bem não ingressou em território nacional com ânimo de definitividade. Sua entrada está, desde já, condicionada ao retorno para o exterior. O retorno de uma admissão temporária é denominado reexportação. 4 Para determinar se um produto é ou não nacional, devem ser observadas as regras de origem. 01475451105 ;∀∗0∃∋+∀+<.∀%=>∀%+ ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀6+,.&∋+89 ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀++++++++++++++++++++!!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/&0!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ∀#∃%&∋!9!()!121 A ESAF considera que a nacionalização ocorre quando a mercadoria é importada a título definitivo, independentemente de despacho para consumo. Nesse caso, a mercadoria considera-se nacionalizada na data do embarque no exterior. d) Produtos Desnacionalizados: É o produto nacional ou nacionalizado exportado com ânimo de definitividade. A exportação temporária não tem como conseqüência a desnacionalização do produto, uma vez que a saída deste já está condicionada ao retorno ao Brasil. Destaque-se que o retorno de uma exportação temporária é denominado reimportação. Vejamos como esses assuntos podem ser cobrados em prova! 1. (ATRFB-2012) Ao dispor sobre o Imposto de Importação, o art. 153, I, da Constituição Federal, reza que compete à União instituir impostos sobre importação de bens estrangeiros. Comentários: A CF/88 dispõe que compete à União instituir impostos sobre a importação de produtos estrangeiros. Questão errada. 2. (ATRFB-2012) O Imposto sobre Produtos Industrializados incide sobre mercadorias industrializadas destinadas ao exterior. Comentários: O IPI não incide sobre mercadorias industrializadas destinadas ao exterior, uma vez que há imunidade de IPI nas exportações. Questão errada. 3. (ATRFB-2012) Com o objetivo de fomentar as exportações, a Constituição Federal atribui, excepcionalmente, aos Estados e ao Distrito Federal a competência para exonerar os contribuintes do Imposto de Exportação. Comentários: O imposto de exportação é tributo da competência da União, não tendo sido atribuída pela CF/88 qualquer competência aos Estados e DF no que diz respeito a esse imposto. Questão errada. 01475451105 ;∀∗0∃∋+∀+<.∀%=>∀%+ ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀6+,.&∋+89 ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀++++++++++++++++++++!!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/&0!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ∀#∃%&∋!1:!()!121 4. (Questão Inédita) Um bem exportado temporariamente não se desnacionaliza. Comentários: Quando é realizada uma exportação temporária, não há ânimo de definitividade e, portanto, não há que se falar em desnacionalização. Um bem exportado temporariamente continua sendo um bem nacional. Questão correta. 2- IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO (arts. 69 a 211-A do R/A) 2.1- Introdução: O imposto de importação é um tributo de caráter eminentemente extrafiscal, isto é, visa permitir que o governo exerça a função de regulação econômica por meio do controle das importações. Assim, não se pode dizer que o imposto de importação possui finalidade arrecadatória, embora a arrecadação de recursos para os cofres públicos seja um efeito da imposição desse tributo. Nos últimos anos, o imposto de importação tem representado apenas algo em torno de 5% do total da arrecadação tributária brasileira. Mas como assim o governo exerce controle das importações? Simples. Ao aumentar o imposto de importação, o governo confere proteção à indústria nacional em detrimento de bens estrangeiros. Ao reduzir o imposto de importação, por outro lado, o governo estimula a entrada de bens estrangeiros no território nacional. Assim, se a indústria nacional de têxteis está enfrentando forte concorrência externa e, em razão disso, acumulando prejuízos, o governo poderá aumentar a alíquota do I.I para produtos têxteis. Por outro lado, o governo pode reduzir a alíquota do I.I incidente sobre um determinado tipo de máquina / equipamento que não possua produção nacional, estimulando, assim, os investimentos produtivos no país. Da mesma forma, diante de uma crise de desabastecimento interno, é interesse do governo estimular a entrada de produtos, o que é feito por meio da redução da alíquota do imposto de importação. Diante de todas essas hipóteses, é fácil perceber que o governo brasileiro precisaria de flexibilidade para poder alterar as alíquotas do imposto de importação de forma rápida. Com base nessa ideia, a CF/88 determinou, em seu art. 153, § 1º, que, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, é facultado ao Poder Executivo alterar as alíquotas do imposto de importação. Em outras palavras, a CF/88 estabelece que o imposto de importação não obedece ao princípio da legalidade quanto à alteração de alíquotas. Atualmente, a alteração das alíquotas do imposto 01475451105 ;∀∗0∃∋+∀+<.∀%=>∀%+ ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀6+,.&∋+89 ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀++++++++++++++++++++!!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/&0!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ∀#∃%&∋!11!()!121 de importação compete à CAMEX (Câmara de Comércio Exterior), que o faz mediante Resolução. Cabe destacar, todavia, que a alteração das alíquotas do imposto de importação deve observar os compromissos internacionais assumidos pela República Federativa do Brasil, sob pena de responsabilidade internacional. Nesse sentido, há limites tarifários máximos para o imposto de importação acordados pelo Brasil na OMC, os quais só podem ser ultrapassados caso realizada renegociação multilateral.5 Ademais, os membros do MERCOSUL definem em conjunto as alíquotas do imposto de importação, salvo nas hipóteses de exceção à TEC.6 O imposto de importação também representa uma exceção aos princípios da anterioridade e da noventena7. Dessa forma, a alteração de alíquotas do imposto de importação gera efeitos imediatos. O objetivo do legislador constituinte foi, de fato, conferir maior agilidade às decisões governamentais no que diz respeito à regulação do comércio exterior. 2.2- Lançamento: Segundo o art. 142 do Código Tributário Nacional, lançamento é o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, 5 O art. II do GATT (Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio) estabelece que nenhum membro da OMC poderá conceder, aos produtos de outros membros, tratamento menos favorável do que o previsto em sua Lista de Concessões. A Lista de Concessões representa, assim, o limite máximo do imposto de importação que cada Estado- membro se comprometeu a observar. 6 O MERCOSUL, por tratar-se de uma união aduaneira, aplica uma Tarifa Externa Comum em relação às importações de terceiros países. As alíquotas da TEC são definidas em conjunto pelos Estados-membros do MERCOSUL. No MERCOSUL, todavia, existem diversas exceções à TEC (produtos em relaçãoaos quais não se aplica a alíquota da TEC), o que nos permite dizer que esse bloco regional trata-se de uma união aduaneira imperfeita. 7 O princípio da anterioridade está previsto no art. 150, inciso III, alínea b, da CF/88, que veda aos entes federativos cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Por sua vez, o princípio da noventena (anterioridade nonagesimal) está previsto no art. 150, inciso III, alínea c, da CF/88, vedando aos entes federativos cobrar tributos antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Os dois princípios são verdadeiras limitações constitucionais ao poder de tributar e são, em regra, exigidos cumulativamente. Destaque-se que o imposto de importação não precisa obedecer a nenhum desses princípios. 01475451105 ;∀∗0∃∋+∀+<.∀%=>∀%+ ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀6+,.&∋+89 ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀++++++++++++++++++++!!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/&0!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ∀#∃%&∋!12!()!121 propor a aplicação da penalidade cabível. A partir dessa definição, é possível verificar que é o crédito tributário é constituído pelo lançamento. Como você deve ter estudado em Direito Tributário, existem três modalidades de lançamento: i) lançamento de ofício ou direto; ii) lançamento por declaração ou misto e; iii) lançamento por homologação (“autolançamento”). Cabe-nos perguntar o seguinte: qual o tipo de lançamento se aplica ao imposto de importação? À primeira vista, você pode me dizer: “Ah, o lançamento do imposto de importação é por declaração! Afinal existe uma Declaração de Importação!” Isso está absolutamente errado. Em regra, o imposto de importação é objeto de lançamento por homologação. É o importador que elabora a Declaração de Importação (DI), registrando-a no SISCOMEX, antecipando o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa. Registrada a DI, os tributos são automaticamente debitados da conta do importador. Caberá à autoridade aduaneira, a posteriori, fazer a homologação do lançamento realizado pelo contribuinte. Somente com a homologação é que o crédito tributário considera-se definitivamente extinto. A homologação poderá ser expressa ou tácita. A homologação será expressa quando, por meio de ato administrativo, a autoridade declarar a concordância com a atividade realizada pelo sujeito passivo. Por outro lado, a homologação será tácita quando for ultrapassado o prazo legal para a homologação expressa sem que a autoridade administrativa se posicione. Nesse sentido, o art. 150, § 4º, do CTN, dispõe que se a lei não fixar prazo para a homologação, será ele de 5 (cinco) anos, a contar da ocorrência do fato gerador. Uma vez expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública tenha se pronunciado, o lançamento considera-se homologado e o crédito tributário definitivamente extinto, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Segundo a doutrina tributarista majoritária, o fim do prazo para homologação (5 anos), além de implicar em homologação tácita, opera a decadência do direito de a Administração Tributária constituir o crédito tributário, lançando de ofício eventuais diferenças apuradas. Portanto, pode- se afirmar que, em regra, o imposto de importação irá decair em 5 (cinco) anos a contar da data da ocorrência do fato gerador. 8 8 !Segundo o Prof. Ricardo Alexandre, na sistemática do lançamento por homologação, tem-se o único caso em que o prazo decadencial é contado exatamente da data da ocorrência do fato gerador. Peço, então, que você tenha muito cuidado com o art. 752, inciso I do R/A, que não pode se aplicar ao imposto de importação, que 01475451105 ;∀∗0∃∋+∀+<.∀%=>∀%+ ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀6+,.&∋+89 ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀++++++++++++++++++++!!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/&0!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ∀#∃%&∋!13!()!121 2.3- Base de Cálculo: A base de cálculo do imposto de importação é definida pelo art. 75 do Regulamento Aduaneiro, conforme transcrito a seguir: Art. 75. A base de cálculo do imposto é: I - quando a alíquota for ad valorem, o valor aduaneiro apurado segundo as normas do Artigo VII do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio - GATT 1994; e II - quando a alíquota for específica, a quantidade de mercadoria expressa na unidade de medida estabelecida. Conforme se pode observar ao ler o dispositivo supracitado, há duas situações diferentes: - se a alíquota do imposto for ad valorem, a base de cálculo do I.I será o valor aduaneiro. As regras para a determinação do valor aduaneiro estão previstas no Acordo sobre a Implementação do art. VII do GATT, que, por ter sido regularmente internalizado no ordenamento jurídico interno, possui status de lei ordinária. Em aula posterior, nós estudaremos sobre a valoração aduaneira. Como estudaremos em aula futura, o valor aduaneiro não é exatamente o valor CIF (valor da mercadoria somado ao frete e seguro internacionais). Entretanto, as principais parcelas que compõem o valor aduaneiro são, de fato, o valor da mercadoria, o frete e o seguro internacionais. Assim, podemos afirmar o seguinte: 1) É razoável dizer que, no cálculo do imposto de importação, toma-se como base o valor CIF. 2) A base de cálculo do imposto de importação é o valor aduaneiro. - se a alíquota do imposto for específica, a base de cálculo será a quantidade de mercadoria expressa na unidade de medida estabelecida. A título de exemplo, imaginemos que a alíquota do imposto de importação incidente sobre soja seja de US$ 2,00 / kg. Se forem importados está sujeito a lançamento por homologação. O art. 752, inciso I do R/A determina que o direito de exigir o tributo extingue-se em cinco anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que poderia ter sido lançado. 01475451105 ;∀∗0∃∋+∀+<.∀%=>∀%+ ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀6+,.&∋+89 ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀++++++++++++++++++++!!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/&0!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ∀#∃%&∋!14!()!121 2000 kg de soja, essa quantidade (2000 kg) será exatamente a base de cálculo do imposto de importação. O cálculo do imposto de importação será feito, então, pela aplicação das alíquotas fixadas na Tarifa Externa Comum (TEC) sobre a base de cálculo determinada conforme as regras anteriores.9 Isso não se aplica às remessas postais internacionais (quando sujeitas ao regime de tributação simplificada), aos bens enquadrados como bagagem de viajante procedente do exterior (quando sujeitos ao regime de tributação especial) e às mercadorias procedentes da República do Paraguai, importadas por via terrestre, quando aplicado o Regime de Tributação Unificada (RTU). A alíquota aplicável é aquela que estiver em vigor na data da ocorrência do fato gerador. Segundo o art. 97 do R/A, para efeitos de cálculo do imposto, os valores expressos em moeda estrangeira deverão ser convertidos em moeda nacional à taxa de câmbio vigente na data em que se considerar ocorrido o fato gerador. Com a entrada em vigor da Decisão CMC nº 13/2007, em 03/06/2012, a taxa de câmbio aplicável passou a ser a taxa diária estabelecida pelo banco central ou autoridade monetária central de cada Estado Parte, tomando-se a taxa vigente no fechamento do dia anterior ao da data da numeração do despacho de importação. 10 2.4- Pagamento do Imposto: O imposto de importação é pago na data do registro da Declaração de Importação (DI). No ato do registro da DI, é feito o débito do valor referente ao imposto de importação. O Ministro da Fazenda poderá, em casos especiais, fixar outros momentos para o pagamento do imposto. A importância a pagar será o resultado da apuração do total do imposto, na declaração de importação ouem documento de efeito equivalente. O depósito para garantia de qualquer natureza será feito na Caixa Econômica Federal (CEF), na forma da legislação específica. Vejamos como esses assuntos podem ser cobrados em prova! 9 Não podemos nos esquecer de que existem as exceções à TEC. Os produtos relacionados como exceções à TEC não se sujeitam às alíquotas previstas na TEC, mas sim às alíquotas do I.I discricionariamente definidas pela CAMEX. 10 Para fins de concurso público, o candidato pode considerar como correta tanto a literalidade do art. 97 quanto a regra insculpida na Decisão CMC nº 13/2007. 01475451105 ;∀∗0∃∋+∀+<.∀%=>∀%+ ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀6+,.&∋+89 ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀++++++++++++++++++++!!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/&0!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ∀#∃%&∋!15!()!121 5. ( 2012) A base de cálculo do Imposto de Importação, quando a alíquota for específica, é o valor aduaneiro apurado segundo as normas do artigo VII do Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio (GATT 1994). Comentários: Quando a alíquota for específica, a base de cálculo do imposto de importação será a quantidade de mercadoria na unidade de medida estabelecida. A base de cálculo do I.I será o valor aduaneiro quando a alíquota for ad valorem. Questão errada. 6. (Exame Despachante Aduaneiro-2012) A base de cálculo do imposto de importação é a quantidade de mercadoria expressa na unidade de medida estabelecida, quando a alíquota for específica. Comentários: De fato, quando a alíquota for específica, a base de cálculo do imposto de importação é a quantidade de mercadoria na unidade de medida estabelecida. Questão correta. 7. (Exame Despachante Aduaneiro-2012) Bens sujeitos à alíquota zero de imposto de importação implicam a adoção de alíquota zero no imposto de produtos industrializados. Comentários: Não há relação entre a alíquota do imposto de importação e a alíquota de qualquer tributo. Assim, se a alíquota do imposto de importação for zero, não há obrigatoriedade de que a alíquota do IPI também seja zero. Questão errada. 8. (Exame Despachante Aduaneiro-2012) Caso a alíquota incidente seja “ad valorem”, o imposto de importação será calculado pela aplicação das alíquotas fixadas na Tarifa Externa Comum (TEC) sobre a quantidade ou o peso da mercadoria importada. Comentários: Se a alíquota for ad valorem, o imposto de importação será calculado pela aplicação das alíquotas fixadas na TEC sobre o valor aduaneiro. Questão errada. 01475451105 ;∀∗0∃∋+∀+<.∀%=>∀%+ ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀6+,.&∋+89 ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀++++++++++++++++++++!!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/&0!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ∀#∃%&∋!16!()!121 2.5- Fato Gerador: O imposto de importação é tributo de competência da União que tem como fato gerador a entrada de mercadoria estrangeira no território nacional. O Regulamento Aduaneiro dispõe exatamente nesse sentido no art. 72, estabelecendo que “o fato gerador do imposto de importação é a entrada de mercadoria estrangeira no território aduaneiro.” A entrada da mercadoria estrangeira no território aduaneiro é considerada pela doutrina o elemento espacial (geográfico) do fato gerador. Uma mercadoria, ao cruzar os limites territoriais (geográficos) do País, entrando no território aduaneiro pela zona primária, dá ensejo à ocorrência do fato gerador do imposto de importação. Mas aí cabe fazer a pergunta: em que momento exato se considera que uma mercadoria estrangeira entrou no território aduaneiro? A definição do momento temporal exato em que ocorre o fato gerador do imposto de importação é muito importante, uma vez que o cálculo do tributo deverá ser realizado levando-se em consideração a alíquota vigente no momento da ocorrência do fato gerador. Mas não pense você que é fácil definir esse momento temporal... Imagine se tivéssemos que saber exatamente quando um avião entrou no espaço aéreo brasileiro! Ou, então, o momento exato em que um navio entrou nas águas territoriais do país! Em virtude dessas complicações, dispõe o art. 73 do R/A que considera-se ocorrido o fato gerador do imposto de importação na data do registro da declaração de importação de mercadoria submetida a despacho para consumo. Segundo entendimento do STJ, embora o fato gerador do imposto de importação ocorra com a entrada da mercadoria estrangeira no território nacional, este apenas se aperfeiçoa com o registro da Declaração de Importação no regime comum (REsp 362.910/PR). Na prova, você deve considerar corretas as seguintes assertivas: 1) O fato gerador do imposto de importação é a entrada de mercadoria estrangeira no território aduaneiro (território nacional). 2) O fato gerador do imposto de importação considera-se ocorrido na data do registro da Declaração de Importação. Mas não pensem que é tão simples assim não! Vejamos o que diz o inteiro teor do art. 73 do R/A: 01475451105 ;∀∗0∃∋+∀+<.∀%=>∀%+ ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀6+,.&∋+89 ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀++++++++++++++++++++!!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/&0!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ∀#∃%&∋!17!()!121 Art. 73. Para efeito de cálculo do imposto, considera-se ocorrido o fato gerador: I - na data do registro da declaração de importação de mercadoria submetida a despacho para consumo; II - no dia do lançamento do correspondente crédito tributário, quando se tratar de: a) bens contidos em remessa postal internacional não sujeitos ao regime de importação comum; b) bens compreendidos no conceito de bagagem, acompanhada ou desacompanhada; c) mercadoria constante de manifesto ou de outras declarações de efeito equivalente, cujo extravio tenha sido verificado pela autoridade aduaneira; ou d) mercadoria estrangeira que não haja sido objeto de declaração de importação, na hipótese em que tenha sido consumida ou revendida, ou não seja localizada; III - na data do vencimento do prazo de permanência da mercadoria em recinto alfandegado, se iniciado o respectivo despacho aduaneiro antes de aplicada a pena de perdimento da mercadoria, na hipótese a que se refere o inciso XXI do art. 689 IV - na data do registro da declaração de admissão temporária para utilização econômica Parágrafo único. O disposto no inciso I aplica-se, inclusive, no caso de despacho para consumo de mercadoria sob regime suspensivo de tributação, e de mercadoria contida em remessa postal internacional ou conduzida por viajante, sujeita ao regime de importação comum. O Regulamento Aduaneiro define outros momentos temporais para que se considere como ocorrido o fato gerador do imposto de importação. Cada um deles se refere a uma situação específica. Vejamos: 1) O art. 73, inciso I nós já estudamos. Quando uma mercadoria é despachada para consumo11, ou seja, quando é importada a título definitivo, o fato gerador do imposto de importação considera-se ocorrido na data do registro da Declaração de Importação. 2) O art. 73, inciso II estabelece as situações em que a data da ocorrência do fato gerador é o dia do lançamento do crédito tributário. Trata-se de situações em que não se faz registro de Declaração de Importação. 11 Existem três tipos de despacho aduaneiro: i) despacho para consumo: aplicável às mercadorias importadas a título definitivo (mercadorias nacionalizadas); ii) despacho para admissão: aplicável às mercadorias que ingressam no país ao amparo de regimes aduaneiros especiais (estudaremos esses regimes em aulas futuras) e; iii) despacho para internação: aplicável as mercadorias que saem da Zona Franca de Manaus ou Áreas de Livre Comércio em direção ao restante do território nacional. 01475451105 ;∀∗0∃∋+∀+<.∀%=>∀%+ ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀6+,.&∋+89 ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀++++++++++++++++++++!!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/&0!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ∀#∃%&∋!18!()!121 a) A alínea “a” se refere aos bens contidos em remessa postal internacionalnão sujeitos ao regime de importação comum. Quanto a esse ponto, cabe destacar que há dois regimes de tributação possíveis para as remessas postais internacionais: o regime de tributação simplificada e o regime de tributação comum. O regime de tributação simplificada se aplica às importações de bens pelos correios, companhias aéreas, empresas de courier, presentes recebidos do exterior e compras pela Internet. O valor máximo dos bens importados ao amparo desse regime é US$ 3.000,00 e a alíquota do imposto de importação incidente será de 60%. Ressalte-se que as remessas no valor total de até US$ 50,00 estão isentas de impostos, com a condição de que sejam transportadas pelo serviço postal e que remetente e destinatário sejam pessoas físicas. Alguns bens não se submetem ao regime de tributação simplificada: bebidas alcoólicas, fumo e produtos de tabacaria. O regime de tributação comum, por sua vez, se aplica às importações de remessas postais internacionais cujo valor supere os US$ 3.000,00 ou caso o produto seja bebida alcoólica ou produto de tabacaria. Nesse caso, haverá necessidade de registro da Declaração de Importação. Voltando à questão do momento do fato gerador, verificamos que: - No caso de remessas postais internacionais importadas ao amparo do regime de tributação simplificada, não há registro da D.I, logo o fato gerador considera-se ocorrido no dia do lançamento. - No caso de remessas postais internacionais importadas ao amparo do regime de tributação comum, haverá registro de DI e, portanto, o fato gerador considera-se ocorrido na data de registro de D.I. b) A alínea “b” diz respeito aos bens enquadrados no conceito de bagagem, acompanhada ou desacompanhada. Bagagem acompanhada é o conjuntos de bens que o viajante traz consigo no mesmo meio de transporte em que realiza a viagem, os quais não estão amparados por conhecimento de embarque ou documento de mesma finalidade. Bagagem desacompanhada é o conjunto de bens que chega ao país ou vai para exterior em decorrência da viagem do indivíduo. Tais bens estão amparados por conhecimento de embarque (conhecimento de carga). Há, fundamentalmente, quatro tratamentos distintos para os bens trazidos ao país por viajantes, conforme previsto na IN RFB nº 1059/2010. São eles: i) isenção; ii) regime de tributação especial; iii) regime de importação comum e; iv) perdimento. A isenção será concedida aos seguintes bens integrantes de bagagem acompanhada: 01475451105 ;∀∗0∃∋+∀+<.∀%=>∀%+ ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀6+,.&∋+89 ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀++++++++++++++++++++!!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/&0!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ∀#∃%&∋!19!()!121 - livros, folhetos e periódicos; -bens de uso ou consumo pessoal (abrangem uma máquina fotográfica, um relógio de pulso e um telefone celular, desde que em compatibilidade com as circunstâncias da viagem) - outros bens, observado o limite de US$ 500,00 (no caso de ingresso no país por via marítima ou aérea) e de US$ 150,00 (no caso de ingresso no país por via terrestre, fluvial ou lacustre). Há ainda limites quantitativos para a isenção, como, por exemplo, para bebidas alcoólicas (12 litros), cigarros (10 maços), charutos ou cigarrilhas (25 unidades) e fumo (250 gramas) O regime de tributação especial é o que permite o despacho de bens integrantes de bagagem com a exigência apenas do imposto de importação, a uma alíquota de 50%. Aplica-se aos bens que não se enquadrarem nos limites de isenção. Por exemplo, se for importado um notebook cujo valor é US$ 2000,00, incidirá a alíquota de 50% do I.I sobre o que exceder o limite de isenção. Considerando que o limite de isenção é US$ 500,00 (ingresso por via aérea), a alíquota de 50% do I.I incidirá sobre US$ 1500,00. No caso de bens trazidos por viajante aos quais se aplique o regime de tributação especial não haverá registro de DI, mas sim lançamento do crédito tributário. Daí dizer-se que o fato gerador ocorre no momento em que é realizado o lançamento no caso de bens compreendidos no conceito de bagagem. O regime de importação comum, por sua vez, se aplica aos bens que não possam ser enquadrados como bagagem ou que excedam os limites quantitativos. Considera-se bagagem, nos termos da IN RFB nº 1059/2010, “os bens novos ou usados que um viajante, em compatibilidade com as circunstâncias de sua viagem, puder destinar para seu uso ou consumo pessoal, bem como para presentear, sempre que, pela sua quantidade, natureza ou variedade, não permitirem presumir importação ou exportação com fins comerciais ou industriais.” Estão excluídos do conceito de bagagem veículos automotores em geral, motocicletas, motonetas, bicicletas com motor, motores para embarcação, motos aquáticas e similares, casas rodantes (motor homes), aeronaves e embarcações de todo tipo. Para os bens importados ao amparo do regime de importação comum, o imposto de importação incidirá com a alíquota prevista na TEC, devendo ser registrada uma Declaração de Importação pelo importador. Nesse caso, o fato gerador considera-se ocorrido na data de registro da DI. 01475451105 ;∀∗0∃∋+∀+<.∀%=>∀%+ ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀6+,.&∋+89 ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀++++++++++++++++++++!!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/&0!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ∀#∃%&∋!2:!()!121 Por fim, o perdimento se aplica aos bens que não podem ser trazidos pelo viajante ao país. Citamos, como exemplo, mercadorias cuja produção tenha violado direito autoral e cigarros e bebidas fabricados no Brasil, destinados à venda exclusivamente no exterior. c) A alínea “c” se refere a mercadoria constante de manifesto ou de outras declarações de efeito equivalente, cujo extravio tenha sido verificado pela autoridade aduaneira. Perceba que, mesmo nessa situação (extravio de mercadoria), haverá fato gerador do imposto de importação. A situação não é simples, pois a mercadoria extraviada pode nem sequer ter entrado no território nacional. Para resolver esse problema e evitar discussões, o art. 72, §1º, do R/A, dispõe que, para efeito de ocorrência do fato gerador, considera-se entrada no território aduaneiro a mercadoria que conste como importada e cujo extravio tenha sido verificado pela autoridade aduaneira. Presume-se que a mercadoria extraviada entrou no território aduaneiro, daí dizer-se que essa situação configura fato gerador presumido do imposto de importação. As diferenças percentuais de mercadoria a granel extraviadas não serão consideradas, para fins de exigência do imposto de importação, quando forem inferiores a 1% (um por cento). Em outras palavras, admite-se o extravio de 1% de mercadorias a granel sem que seja exigido o imposto de importação em relação a estas. Se o extravio for superior a 1%, o imposto de importação será exigido em relação à integralidade das mercadorias extraviadas. Registre-se que, no caso de extravio, quem pagará o imposto de importação será o responsável (transportador ou depositário), e não o importador. Ao contrário, por já ter feito o recolhimento do imposto de importação no momento do registro da Declaração de Importação (DI), o importador fará jus à restituição dos valores relativos a esse imposto. Também é importante conhecermos o tratamento tributário dado à avaria de mercadoria. De início, é preciso ter em mente que, no caso de avaria, apesar de a mercadoria ter sofrido algum dano, ela entrou no território aduaneiro. A avaria da mercadoria terá como efeito a redução do montante tributável (base de cálculo) do imposto de importação, proporcionalmente ao prejuízo. O importador, tendo recolhido o imposto de importação sobre o valor total da mercadoria (sem considerar o prejuízo), fará jus à restituição do que foi pago a maior (montante do imposto relativo ao prejuízo). A Receita Federal irá cobrar do responsável (transportador ou depositário) o imposto de importação incidente sobre o valor do prejuízo. 01475451105 ;∀∗0∃∋+∀+<.∀%=>∀%+ ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀6+,.&∋+89 ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀++++++++++++++++++++!!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/&0!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!21!()!121 Até a edição da Lei nº 12.350/2010, a apuração da responsabilidade pela avaria ou extravio de mercadoria era realizada por meio de um processo administrativo denominado de vistoria aduaneira. A Lei nº 12.350/2010 colocou um fim à vistoria aduaneira, o que foi confirmado com a edição do Decreto nº 8.010/2013. Hoje, a autoridade aduaneira, ao verificar a ocorrência de avaria ou extravio de mercadoria, irá proceder ao lançamento de ofício, formalizado por meio de auto de infração. Portanto, nesse caso, o fato gerador considera-se ocorrido no momento do lançamento do crédito tributário. Antes da edição do Decreto nº 8.010/2013, o art. 72, § 1º, do R/A, dispunha o seguinte: “Para efeito de ocorrência do fato gerador, considera- se entrada no território aduaneiro a mercadoria que conste como importada e cujo extravio tenha sido apurado pela autoridade aduaneira.” Com a edição do Decreto nº 8.010/2013, o art. 72, § 1º, do R/A, passou a dispor da seguinte forma: “Para efeito de ocorrência do fato gerador, considera- se entrada no território aduaneiro a mercadoria que conste como importada e cujo extravio tenha sido verificado pela autoridade aduaneira.” A razão dessa pequena mudança foi o fim do processo de vistoria aduaneira. A vistoria aduaneira era o processo administrativo cujo objetivo era apurar avaria ou extravio de mercadoria. Com o fim da vistoria aduaneira, a autoridade aduaneira, uma vez constatada a avaria ou extravio de mercadoria, irá simplesmente lavrar um auto de infração, efetuando o lançamento de ofício. Assim, atualmente, não há mais que se falar em “apuração” de avaria/extravio (que pressupõe a existência de um processo administrativo), mas somente em “verificação”. d) A alínea “d” diz respeito a mercadoria estrangeira que não haja sido objeto de declaração de importação, na hipótese em que tenha sido consumida ou revendida, ou não seja localizada. Aqui temos o caso de uma mercadoria que foi importada sem DI, ou seja, que entrou no país de forma irregular. Se essa mercadoria for encontrada, a Receita Federal irá apreendê-la, aplicando a pena de perdimento. Se a RFB aplicar a pena de perdimento, não haverá incidência do imposto de importação. Em sentido contrário, caso a RFB não encontre a 01475451105 ;∀∗0∃∋+∀+<.∀%=>∀%+ ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀6+,.&∋+89 ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀++++++++++++++++++++!!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/&0!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ∀#∃%&∋!22!()!121 mercadoria, em virtude de esta já ter sido consumida ou revendida, não há que se falar em pena de perdimento, havendo a incidência do imposto de importação. A autoridade aduaneira fará, então, o lançamento do crédito tributário, momento em que se considera ocorrido o fato gerador do imposto de importação. 3) O art. 73, inciso III estabelece uma situação em que o momento da ocorrência do fato gerador será a data do vencimento do prazo de permanência da mercadoria em recinto alfandegado. Esse será o momento temporal do fato gerador se for iniciado o despacho aduaneiro de importação antes de aplicada a pena de perdimento na hipótese de abandono de mercadoria em recinto alfandegado. Vamos entender esse negócio! ☺ Uma mercadoria é considerada abandonada nas hipóteses previstas no art. 642 do R/A. Uma vez que a mercadoria tenha sido considerada abandonada, a autoridade aduaneira dará início ao processo administrativo para aplicação da pena de perdimento. Vejamos as hipóteses em que uma mercadoria é considerada abandonada: Art. 642. Considera-se abandonada a mercadoria que permanecer em recinto alfandegado sem que o seu despacho de importação seja iniciado no decurso dos seguintes prazos I - noventa dias: a) da sua descarga; e b) do recebimento do aviso de chegada da remessa postal internacional sujeita ao regime de importação comum; II - quarenta e cinco dias: a) após esgotar-se o prazo de sua permanência em regime de entreposto aduaneiro; b) após esgotar-se o prazo de sua permanência em recinto alfandegado de zona secundária; e c) da sua chegada ao País, trazida do exterior como bagagem, acompanhada ou desacompanhada; e III - sessenta dias da notificação a que se refere o art. 640. § 1o Considera-se também abandonada a mercadoria que permaneça em recinto alfandegado, e cujo despacho de importação: I - não seja iniciado ou retomado no prazo de trinta dias da ciência a) da relevação da pena de perdimento aplicada; ou b) do reconhecimento do direito de iniciar ou de retomar o despacho; ou II - tenha seu curso interrompido durante sessenta dias, por ação ou por omissão do importador § 2o O prazo a que se refere a alínea “b” do inciso II do caput é de setenta e cinco dias, contados da data de entrada da mercadoria no recinto. § 3o Na hipótese em que a mercadoria a que se refere a alínea “c” do inciso II do caput que não se enquadre no conceito de bagagem, 01475451105 ;∀∗0∃∋+∀+<.∀%=>∀%+ ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀6+,.&∋+89 ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀++++++++++++++++++++!!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/&0!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ∀#∃%&∋!23!()!121 aplicam-se os prazos referidos na alínea “a” do inciso I do caput ou na alínea “b” do inciso II do caput, conforme o caso. § 4o No caso de bagagem de viajante saindo da Zona Franca de Manaus para qualquer outro ponto do território aduaneiro, o prazo estabelecido na alínea “c” do inciso II do caput será contado da data de embarque do viajante. Art. 643. Nas hipóteses a que se refere o art. 642, o importador, antes de aplicada a pena de perdimento, poderá iniciar o respectivo despacho de importação, mediante o cumprimento das formalidades exigíveis e o pagamento dos tributos incidentes na importação, acrescidos de juros e de multa de mora, e das despesas decorrentes da permanência da mercadoria em recinto alfandegado Parágrafo único. A Secretaria da Receita Federal do Brasil expedirá os atos necessários à aplicação do disposto no caput Nos termos do art. 643, é possível que o importador, antes de aplicada a pena de perdimento, dê início ao despacho de importação. Assim, ele evita que seja declarado o perdimento da mercadoria considerada abandonada. Nesse caso, ocorrerá o fato gerador do imposto de importação na data do vencimento do prazo de permanência da mercadoria em recinto alfandegado. Perceba que, nesse caso, embora tenhamos o registro de uma DI, o fato gerador se considera ocorrido em momento anterior (data do vencimento do prazo de permanência em recinto alfandegado) 4) O art. 74, inciso IV estabelece como momento da ocorrência do fato gerador do I.I a data do registro da declaração de admissão temporária para utilização econômica. Mais à frente em nosso curso, nós estudaremos os regimes aduaneiros especiais, oportunidade em que falaremos sobre a admissão temporária para utilização econômica. Por ora, no entanto, precisamos saber que esse regime aduaneiro especial é aplicável aos bens que ingressam a título temporário no país a fim de serem empregados em atividade econômica. Tais bens são importados com suspensão parcial de tributos. Logo, por haver recolhimento tributário parcial, considera-se ocorrido o fato gerador do imposto de importação na hipótese de bens que entram no país ao amparo do regime aduaneiro especial de admissão temporária para utilização econômica. E o momento temporal da ocorrência do fato gerador será o registro da declaração para admissão no regime. A contrario sensu, pode-se interpretar que a entrada de bens no país ao amparo de outros regimes aduaneiros especiais suspensivos de tributação não é fato gerador do imposto de importação. Esse foi, inclusive, o entendimento adotado pela ESAF no último concurso de Auditor da RFB 2009, 01475451105 ;∀∗0∃∋+∀+<.∀%=>∀%+ ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀6+,.&∋+89 ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀++++++++++++++++++++!!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/&0!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ∀#∃%&∋!24!()!121 na prova de Direito Tributário. Entretanto, cabe destacar que há grande controvérsiadoutrinária e jurisprudencial quanto a esse tema. 12 2.6-Não-ocorrência do fato gerador: O art. 74 do Decreto nº 6759/2009 relaciona duas hipóteses em que não ocorre o fato gerador do imposto de importação. A primeira delas diz respeito ao retorno ao país de mercadoria que tenha sido exportada temporariamente. Nesse caso, como a saída da mercadoria não se revestiu do caráter de definitividade, não podemos considerar que ela foi desnacionalizada. O retorno ao país de mercadoria exportada temporariamente é denominado de reimportação. Podemos dizer, então, que na reimportação, não há fato gerador do imposto de importação. A segunda situação diz respeito ao pescado capturado fora das águas territoriais brasileiras, por empresa localizada no seu território, desde que observadas as normas da atividade pesqueira. Vejamos o que prevê o art. 74 do R/A: Art. 74. Não constitui fato gerador do imposto a entrada no território aduaneiro: I - do pescado capturado fora das águas territoriais do País, por empresa localizada no seu território, desde que satisfeitas as exigências que regulam a atividade pesqueira; e II - de mercadoria à qual tenha sido aplicado o regime de exportação temporária, ainda que descumprido o regime. Vejamos como esses assuntos podem ser cobrados em prova! 9. (ATRFB-2012-adaptada) Sobre o Imposto de Importação, pode-se afirmar que para efeito de cálculo do imposto, considera-se ocorrido o fato gerador na data do registro da declaração de importação de mercadoria submetida a despacho para consumo. Comentários: 12 ! A própria ESAF já se posicionou de forma diversa em concursos anteriores. Nas aulas sobre regimes aduaneiros especiais, nos aprofundaremos melhor nesse assunto: ocorre fato gerador do imposto de importação na admissão de bens em regimes aduaneiros especiais? 01475451105 ;∀∗0∃∋+∀+<.∀%=>∀%+ ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀6+,.&∋+89 ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀++++++++++++++++++++!!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/&0!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ∀#∃%&∋!25!()!121 No caso de mercadorias submetidas a despacho para consumo, o fato gerador do I.I considera-se ocorrido na data do registro da DI. (art. 73, inciso I, do R/A). Questão correta. 10. (ATRFB-2012-adaptada) Sobre o Imposto de Importação, pode-se afirmar que para efeito de cálculo do imposto, considera-se ocorrido o fato gerador na data do registro da declaração de importação, inclusive no caso de despacho para consumo de mercadoria sob regime suspensivo de tributação e de mercadoria contida em remessa postal internacional ou conduzida por viajante, sujeita ao regime de importação comum. Comentários: No caso de mercadoria contida em remessa postal internacional ou conduzida por viajante, haverá registro de DI, motivo pelo qual esse será o momento da ocorrência do fato gerador. A data do registro da DI também será o momento do fato gerador no caso de despacho para consumo de mercadoria submetida a regime suspensivo de tributação. Questão correta. 11. ( 2012) O fato gerador do Imposto de Importação é a entrada de mercadoria estrangeira no território nacional. Este é o conceito que a doutrina chama de elemento geográfico ou espacial do fato gerador. Para efeito de cálculo, entre outras situações, considera-se ocorrido o fato gerador do Imposto de Importação no dia do lançamento do correspondente crédito tributário, quando se tratar de bens compreendidos no conceito de bagagem, acompanhada ou desacompanhada. Comentários: O fato gerador do imposto de importação é a entrada de mercadoria estrangeira no território nacional. No caso de bens compreendidos no conceito de bagagem (acompanhada ou desacompanhada), o fato gerador se considera ocorrido na data do lançamento do crédito tributário. Questão correta. 12. (Questão Inédita) O fato gerador do imposto de importação é a entrada de mercadoria estrangeira no território aduaneiro. Para efeito de ocorrência do fato gerador, considera-se entrada no território aduaneiro a mercadoria que conste como importada e cujo extravio tenha sido verificado pela autoridade aduaneira. Comentários: O fato gerador do I.I é a entrada de mercadoria estrangeira no território aduaneiro. Para fins de incidência do I.I, considera-se que a mercadoria extraviada ingressou no território aduaneiro. Questão correta. 13. (Questão Inédita) Para efeito de cálculo do imposto de importação, considera-se ocorrido o fato gerador!no dia do lançamento do correspondente 01475451105 ;∀∗0∃∋+∀+<.∀%=>∀%+ ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀6+,.&∋+89 ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀++++++++++++++++++++!!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/&0!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ∀#∃%&∋!26!()!121 crédito tributário, quando se tratar de bens contidos em remessa postal internacional sujeitos ao regime de tributação especial. Comentários: Para efeito de cálculo do imposto de importação, considera-se ocorrido o fato gerador!no dia do lançamento do correspondente crédito tributário bens contidos em remessa postal internacional não sujeitos ao regime de importação comum. O regime de tributação especial se aplica a bagagem de viajantes, e não a bens contidos em remessa postal internacional. Questão errada. 14. (Questão Inédita) O retorno de mercadoria exportada temporariamente, quando descumprido o regime, é fato gerador do imposto de importação. Comentários: O retorno de exportação temporária, mesmo quando este é descumprido, é hipótese de não-ocorrência do fato gerador do imposto de importação. Questão errada. 15. (Exame Despachante Aduaneiro-2012) No caso de Declaração de Importação (DI) registrada no Siscomex, é calculado pelo sistema, de acordo com a alíquota vigente na data do fato gerador do imposto, ou seja, na data da entrada da mercadoria no país. Comentários: A alíquota aplicada é a vigente na data da ocorrência do fato gerador do imposto de importação. O fato gerador considera-se ocorrido na data do registro da DI (e não na data da entrada da mercadoria!). Suponha, por exemplo, que uma mercadoria ingresso no país no dia de hoje, mas o registro da DI ocorra apenas daqui a 40 dias. A alíquota aplicável não será a vigente no dia de hoje (data da entrada no país), mas sim aquela que estiver em vigor na data do registro da DI. Questão errada. 2.7- Hipóteses de não-incidência: Segundo o art. 69 do R/A, o imposto de importação incide sobre mercadoria estrangeira. A contrario sensu, estão excluídas do campo de incidência do I.I as mercadorias nacionais. Mas qual o conceito de mercadoria estrangeira? 01475451105 ;∀∗0∃∋+∀+<.∀%=>∀%+ ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀6+,.&∋+89 ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀++++++++++++++++++++!!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/&0!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ∀#∃%&∋!27!()!121 Mercadoria estrangeira, nos termos da legislação aduaneira, não é apenas a mercadoria produzida no exterior. Também é considerada estrangeira a mercadoria nacional ou nacionalizada que foi exportada para o exterior. Dizemos que, quando uma mercadoria sai do país com o ânimo de definitividade, ela se desnacionaliza, tornando-se estrangeira. Logo, incidirá o imposto de importação sobre o retorno de mercadoria nacional ou nacionalizada anteriormente exportada. Com efeito, se ela foi exportada em definitivo, podemos considerá-la estrangeira. Tenham cuidado! 1) O retorno de uma exportação temporária não é fato gerador do imposto de importação. A mercadoria não saiu do país com ânimo de definitividade, logo, ela não se desnacionalizou. 2) O retorno de uma exportação é, sim, fato gerador do imposto de importação. Se a exportação foi definitiva, a mercadoria se desnacionalizou. Ela se tornou estrangeira e entra no campo de incidência do imposto de importação. Esse é o entendimento que se pode ter a partir da leitura do caput do art. 70: Art. 70. Considera-se estrangeira, para fins de incidência do imposto, a mercadoria nacional ou nacionalizada exportada, que retorne ao País,salvo se: I - enviada em consignação e não vendida no prazo autorizado; II - devolvida por motivo de defeito técnico, para reparo ou para substituição; III - por motivo de modificações na sistemática de importação por parte do país importador; IV - por motivo de guerra ou de calamidade pública; ou V - por outros fatores alheios à vontade do exportador. Parágrafo único. Serão ainda considerados estrangeiros, para os fins previstos no caput, os equipamentos, as máquinas, os veículos, os aparelhos e os instrumentos, bem como as partes, as peças, os acessórios e os componentes, de fabricação nacional, adquiridos no mercado interno pelas empresas nacionais de engenharia, e exportados para a execução de obras contratadas no exterior, na hipótese de retornarem ao País A leitura do art. 70 como um todo nos permite observar que há situações em que uma mercadoria foi exportada, mas, em seu retorno, não é considerada estrangeira. São elas: 01475451105 ;∀∗0∃∋+∀+<.∀%=>∀%+ ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀6+,.&∋+89 ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀++++++++++++++++++++!!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/&0!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ∀#∃%&∋!28!()!121 a) Mercadoria enviada em consignação e não vendida no prazo autorizado. A exportação em consignação é uma modalidade especial de exportação regulamentada e administrada pela SECEX que permite que uma mercadoria seja exportada e, caso não seja vendida dentro de 720 dias contados do embarque, possa regressar ao País. Pois bem, se uma mercadoria é exportada em consignação e não é vendida dentro de 720 dias, ela deverá retornar ao país. No retorno, essa mercadoria é considerada não-estrangeira. b) Mercadoria devolvida por motivo de defeito técnico, para reparo ou para substituição. Imagine que uma empresa brasileira exportou um equipamento de raio-X para um hospital mexicano. Entretanto, uma peça desse equipamento deu defeito e terá que retornar ao Brasil para ser consertada (a empresa presta assistência técnica!). Essa peça do equipamento de raio-X é considerada não-estrangeira, não havendo a incidência do imposto de importação. c) Mercadoria que retorne por motivo de modificações na sistemática de importação por parte do país importador. Imagine que uma empresa brasileira exporte brinquedos para a Argentina. Ela está acostumada a fazer isso sem problema algum! No entanto, dessa vez, ao exportar os brinquedos para a Argentina, estes são barrados na Alfândega dos nossos “hermanos”. Mudou a sistemática de importação na Argentina. Os brinquedos precisam, por exemplo, ser inspecionados no país de origem e receber um selo de qualidade. Ixi!! Eles vão ter que retornar ao Brasil. Nesse retorno, serão considerados não-estrangeiros, não havendo incidência do imposto de importação. d) Mercadorias que retorne por motivo de guerra ou de calamidade pública. Aqui é o caso de uma empresa brasileira que estava exportando café para a Líbia. Certo dia, eclode a guerra civil naquele país... A mercadoria vai ter que retornar ao Brasil. No retorno, é considerada não- estrangeira. e) Mercadoria que retorne por outros fatores alheios à vontade do exportador. O retorno da mercadoria por qualquer fator que seja alheio à vontade do exportador brasileiro faz com que esta não seja considerada estrangeira. Assim, não haverá incidência do I.I. Em todas as situações listadas acima não ocorreu a incidência do imposto de importação, uma vez que as mercadorias não eram estrangeiras. E, como vimos, o imposto de importação incide apenas sobre mercadorias estrangeiras. Por último, o art. 70, parágrafo único, trouxe regra que, em nosso entendimento, não traz grandes inovações. Ele trata de hipótese em que uma máquina é fabricada no Brasil, adquirida por empresa nacional de engenharia e, em seguida, exportada para o exterior a fim de ser utilizada na execução de obras. Ora, se a máquina foi exportada (não estamos falando de exportação 01475451105 ;∀∗0∃∋+∀+<.∀%=>∀%+ ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀6+,.&∋+89 ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀++++++++++++++++++++!!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/&0!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ∀#∃%&∋!29!()!121 temporária, mas sim definitivas!), ela se desnacionalizou. No retorno, ela será, então, considerada estrangeira. Haverá incidência do imposto de importação. O art. 71 do R/A, todavia, especifica situações em que não há incidência do imposto de importação sobre a importação de mercadorias estrangeiras. Vejamos o que prevê o referido dispositivo: Art. 71. O imposto não incide sobre: I – mercadoria estrangeira que, corretamente descrita nos documentos de transporte, chegar ao País por erro inequívoco ou comprovado de expedição, e que for redestinada ou devolvida para o exterior; II – mercadoria estrangeira idêntica, em igual quantidade e valor, e que se destine a reposição de outra anteriormente importada que se tenha revelado, após o desembaraço aduaneiro, defeituosa ou imprestável para o fim a que se destinava, desde que observada a regulamentação editada pelo Ministério da Fazenda; III – mercadoria estrangeira que tenha sido objeto da pena de perdimento, exceto na hipótese em que não seja localizada, tenha sido consumida ou revendida; IV – mercadoria estrangeira devolvida para o exterior antes do registro da declaração de importação, observada a regulamentação editada pelo Ministério da Fazenda; V – embarcações construídas no Brasil e transferidas por matriz de empresa brasileira de navegação para subsidiária integral no exterior, que retornem ao registro brasileiro, como propriedade da mesma empresa nacional de origem; VI – mercadoria estrangeira destruída, sob controle aduaneiro, sem ônus para a Fazenda Nacional, antes de desembaraçada.; e VII – mercadoria estrangeira em trânsito aduaneiro de passagem, acidentalmente destruída. Vamos tentar entender cada uma dessas hipóteses: a) O inciso I se refere à situação em que uma mercadoria estrangeira chega ao Brasil por erro inequívoco ou comprovado de expedição. Mandaram-na para o País equivocadamente. Ela deveria ter sido enviada para outro lugar, conforme previsto nos documentos de transporte. Nesse caso, ela será redestinada (enviada ao país para onde deveria ter sido expedida) ou devolvida ao exterior, não havendo incidência tributária. b) O inciso II diz respeito à hipótese de substituição de mercadorias. Suponha que uma empresa realize a importação de um equipamento de informática e que, após o despacho aduaneiro, este se revele defeituoso ou imprestável para o fim ao qual se destina. Nesse caso, ela vai querer substituir a mercadoria que deu defeito, não é mesmo? Muitas vezes há, inclusive, um contrato de garantia celebrado entre a empresa e o fornecedor estrangeiro. O equipamento de informática é, então, devolvido ao 01475451105 ;∀∗0∃∋+∀+<.∀%=>∀%+ ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀6+,.&∋+89 ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀++++++++++++++++++++!!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/&0!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ∀#∃%&∋!3:!()!121 exterior e, em seu lugar, vem um novo em substituição. Sobre esse equipamento novo que substitui o imprestável / defeituoso, não irá incidir o imposto de importação. c) O inciso III se refere à situação em que é aplicada a pena de perdimento em virtude de uma mercadoria ter entrado irregularmente no país. Nesse caso, não haverá incidência do imposto de importação. Relembre- se que, caso a mercadoria tenha entrado no Brasil irregularmente e não tenha sido encontrada ou tenha sido vendida, haverá incidência do imposto de importação, considerando-se ocorrido o fato gerador na data do lançamento. d) O inciso IV trata da hipótese em que uma mercadoria é devolvida ao exterior antes de registrada a DI. Ora, se não houve registro da DI, o fato gerador do imposto de importação não se aperfeiçoou. O R/A considera, portanto, que não incidirá o imposto de importação. e) O inciso V versa sobre o retorno de embarcações ao registro brasileiro. Nesse caso, a embarcação foi construída no Brasil e transferida por uma empresa brasileira denavegação a uma subsidiária no exterior. A embarcação, posteriormente, retorna ao Brasil, não sofrendo a incidência do imposto de importação. Para isso, ela deverá retornar como propriedade da mesma empresa nacional de origem. f) O inciso VI trata de situação em que a mercadoria é destruída sob controle aduaneiro, sem ônus para a Fazenda Nacional, antes de desembaraçada. 13 Veja que, nessa situação, a mercadoria não precisa ter sido avariada ou ter se revelado imprestável para o fim ao qual se destinava; para que não haja incidência do imposto de importação, basta que ela seja destruída sob controle aduaneiro, sem ônus para a Fazenda Nacional e antes do desembaraço. Destaque-se, entretanto, que a autoridade aduaneira poderá indeferir (negar) o pleito de destruição da mercadoria, com base no que dispuser legislação específica. g) O inciso VII trata da destruição acidental de mercadoria submetida ao regime de trânsito aduaneiro de passagem. O trânsito aduaneiro é um regime aduaneiro especial que permite o transporte de mercadoria pelo território nacional com suspensão de tributos. Na modalidade de passagem, a mercadoria estrangeira passa pelo território nacional com destino ao exterior (mercadoria vem da Inglaterra e tem como destino final o Paraguai!) Se a mercadoria for destruída nesse percurso, a responsabilidade pelo crédito tributário caberá ao transportador. Por outro lado, caso a destruição seja acidental, não haverá incidência do imposto de importação. 13 Desembaraço aduaneiro, conforme estudaremos em aula futura, é o ato final do despacho aduaneiro. É o momento em que a mercadoria é liberada pela RFB e está livre para ingressar no território nacional. 01475451105 ;∀∗0∃∋+∀+<.∀%=>∀%+ ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀6+,.&∋+89 ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀++++++++++++++++++++!!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/&0!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ∀#∃%&∋!31!()!121 2.8- Sujeito Ativo: Segundo o art. 119 do Código Tributário Nacional, o sujeito ativo da obrigação tributária é a pessoa jurídica de direito público titular da competência para exigir o seu cumprimento. É o ente que tem a titularidade do direito subjetivo de exigir a prestação jurídico-tributário. No caso do imposto de importação, o sujeito ativo é a União, competência que lhe é atribuída pelo art. 153, inciso I, da CF/88. 2.9- Sujeito Passivo: contribuintes e responsáveis: Segundo o art. 121 do Código Tributário Nacional, o sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. O sujeito passivo pode ser classificado em duas categorias: contribuinte e responsável. Nos termos do art. 121, contribuinte é aquele que possui uma relação pessoal e direta com a situação que constitua o fato gerador do tributo; responsável é aquele que, sem revestir-se da condição de contribuinte, possua obrigação decorrente de expressa disposição em lei. No caso do imposto de importação, os contribuintes (que possuem relação pessoal e direta, portanto, com o fato gerador) estão relacionados no art. 104 do R/A: Art. 104. É contribuinte do imposto: I - o importador, assim considerada qualquer pessoa que promova a entrada de mercadoria estrangeira no território aduaneiro; II - o destinatário de remessa postal internacional indicado pelo respectivo remetente; e III - o adquirente de mercadoria entrepostada. O inciso I afirma que o importador é contribuinte do imposto de importação. Trata-se de afirmação que consideramos intuitiva e que não suscita grandes dúvidas. Cabe ressaltar que o dispositivo define importador como a pessoa que promove a entrada de mercadoria estrangeira em território aduaneiro. Em outras palavras, importador é a pessoa em nome da qual foi registrada a Declaração de Importação. O inciso II estabelece que o destinatário de remessa postal internacional indicado pelo remetente é contribuinte do imposto de importação. É isso mesmo, meu amigo! Se o seu tio que mora no exterior te enviar um presente, você será contribuinte do imposto de importação! ☺ O inciso III, por último, relaciona o “adquirente de mercadoria entrepostada” como contribuinte do imposto de importação. Trata-se da situação em que uma mercadoria é importada em consignação, ficando 01475451105 ;∀∗0∃∋+∀+<.∀%=>∀%+ ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀6+,.&∋+89 ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀++++++++++++++++++++!!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/&0!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ∀#∃%&∋!32!()!121 armazenada em recinto alfandegado, com os tributos suspensos, até que alguém decida nacionalizá-la, comprando-a em caráter definitivo. No momento da compra, é realizado o recolhimento integral dos tributos suspensos. Quem irá recolher esses tributos será o adquirente. E os responsáveis? Quem a legislação aduaneira relaciona como responsáveis pelo imposto de importação? Art. 105. É responsável pelo imposto: I - o transportador, quando transportar mercadoria procedente do exterior ou sob controle aduaneiro, inclusive em percurso interno II - o depositário, assim considerada qualquer pessoa incumbida da custódia de mercadoria sob controle aduaneiro. III - qualquer outra pessoa que a lei assim designar. Art. 106. É responsável solidário: I - o adquirente ou o cessionário de mercadoria beneficiada com isenção ou redução do imposto. II - o representante, no País, do transportador estrangeiro. III - o adquirente de mercadoria de procedência estrangeira, no caso de importação realizada por sua conta e ordem, por intermédio de pessoa jurídica importadora. IV - o encomendante predeterminado que adquire mercadoria de procedência estrangeira de pessoa jurídica importadora. V - o expedidor, o operador de transporte multimodal ou qualquer subcontratado para a realização do transporte multimodal. VI - o beneficiário de regime aduaneiro suspensivo destinado à industrialização para exportação, no caso de admissão de mercadoria no regime por outro beneficiário, mediante sua anuência, com vistas à execução de etapa da cadeia industrial do produto a ser exportado; e VII - qualquer outra pessoa que a lei assim designar. É importante sabermos a diferença entre responsável e responsável solidário! Responsável é aquele que, em virtude da ocorrência de um determinado evento, passa a figurar, sozinho, no pólo passivo da obrigação tributário. No caso do imposto de importação, são responsáveis o transportador e o depositário. Se ocorrer extravio ou avaria de mercadoria que esteja sob a tutela destes, o imposto de importação lhes será exigido. Responsável solidário é aquele que, em conjunto com outra pessoa, figura no pólo passivo da obrigação tributária. Todos os agentes relacionados no art. 106 do R/A, portanto, dividem com outrem a responsabilidade pelo pagamento de tributos e eventuais penalidade cabíveis. É o caso, por exemplo, de uma pessoa que adquira mercadoria estrangeira por meio de outra pessoa jurídica importadora, realizando o que se chama de importação por conta e ordem. Nessa situação, o contribuinte será a pessoa jurídica importadora, que figura no pólo passivo da relação tributária em conjunto com o adquirente de mercadoria importada por sua conta e ordem. 01475451105 ;∀∗0∃∋+∀+<.∀%=>∀%+ ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀6+,.&∋+89 ?0∗≅Α+3∃Β∋0−∗+Χ∋&∀++++++++++++++++++++!!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/&0!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ∀#∃%&∋!33!()!121 Vale a pena destacar que a responsabilidade é solidária (e não subsidiária!). É importante memorizar os sujeitos passivos do imposto de importação. Eu uso a seguinte tabela para isso! ☺ Contribuintes Importador Destinatário de Remessa postal internacional Adquirente de mercadoria entrepostada Responsáveis Transportador Deposítário Responsáveis solidários Outros casos, relacionados no art. 106, do R/A. Vejamos como esses assuntos podem ser cobrados em prova! 16. ( 2012) Considera-se estrangeira, para fins de incidência do Imposto
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