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TESE DE DOUTORADO_MARIANA MULLER

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mariana Sarkis Müller 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO QUÍMICO, BIOLÓGICO E PADRONIZAÇÃO DAS PARTES AÉREAS E 
DO SOLO DE CULTIVO DE Portulaca pilosa L. (PORTULACACEAE) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belém 
2012 
 
Mariana Sarkis Müller 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO QUÍMICO, BIOLÓGICO E PADRONIZAÇÃO DO EXTRATO 
ETANÓLICO DAS PARTES AÉREAS DE Portulaca pilosa L. (Portulacaceae) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belém 
2012 
Defesa de tese apresentada ao Programa de 
Pós-graduação em Química para obtenção do 
grau de Doutora em Química. 
 
Orientador Prof. Dr. Milton Nascimento da Silva 
 
Mariana Sarkis Müller 
 
 
ESTUDO QUÍMICO, BIOLÓGICO E PADRONIZAÇÃO DAS PARTES AÉREAS E 
DO SOLO DE CULTIVO DE Portulaca pilosa L. (PORTULACACEAE) 
 
 
 
 
 
 
Data da aprovação: 
 
Banca Examinadora 
 
_________________________________ 
Prof. Dr. Milton Nascimento da Silva 
Orientador 
ICEN-UFPA 
 
_______________________________ 
Profa. Dra. Regina Celi Sarkis Müller 
Co-orientadora 
ICEN-UFPA 
 
_________________________________ 
Profa. Dra. Mara Silvia Pinheiro Arruda 
Membro 
ICEN-UFPA 
 
_________________________________ 
Profa. Dra. Simone de Fátima P. Pereira 
Membro 
ICEN-UFPA 
 
__________________________________ 
Prof. Dr. Marcelo de Oliveira Lima 
Membro 
IEC-SAMAM 
 
___________________________________ 
Prof. Dra. Gilmara de Nazareth Tavares Bastos 
Membro 
ICB-UFPA 
Defesa de tese apresentada ao Programa de 
Pós-graduação em Química para obtenção do 
grau de Doutora em Química. 
 
Orientador Prof. Dr. Milton Nascimento da Silva 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
À Deus pela vida e proteção diária. 
 
Ao meu filho amado, Gustavo, por ter me tornado a mulher mais feliz e completa 
do mundo, por me permitir sentir este amor inigualável. Te amo mais que tudo! 
 
Ao meu marido e amigo Carlos Jr pelo amor e companheirismo, principalmente 
pela compreensão nos momentos de dificuldade. Te amo muito!!! 
 
Aos meus pais e irmãos pelo amor e apoio incondicionais nesta etapa do trabalho. 
Amo muito vocês! 
 
Ao meu orientador Prof. Dr. Milton Nascimento da Silva e co-orientadora Profa. 
Dra. Regina Celi Sarkis Müller, pela orientação, oportunidade e aprendizado. 
 
Aos amigos dos laboratórios LACQUAMA E LABCROL pela amizade e 
companheirismo, em especial a, Sônia Pamplona, Consuelo Yumiko e Silva, Ana 
Carolina dos Santos, Neuton Jr, Mikaylan Sousa, Lorena Mendes, Daniela 
Ferreira, Antônio da Luz, Antônio Silva, Vanessa Souza e Gabriel Pontes. 
 
Aos meus amigos mais do que especias, Joanne Moraes, Valéria Lima, Danila 
Valeriano e Victor Bechir, pela amizade, carinho e cumplicidade. 
 
Ao Prof. José Berredo pelo apoio incondicional e por ter se tornado uma pessoa 
tão especial em minha vida. 
 
Ao apoio do Museu Emilio Goeldi na execução de algumas análises, em especial 
a Profa. Dra. Cristine Amarantes. 
 
Aos profissionais e amigos do Instituto Evandro Chagas, em especial ao Prof. Dr. 
Marcelo Lima e Kelson Faial pela oportunidade, aprendizado e confiança. Muito 
obrigada! 
 
A Embrapa Amazônia Oriental (Herbário IAN) pela coleta e identificação da 
espécie. 
 
Á CAPES, pela bolsa concedida. 
 
 
 
 
 
MEMORIAL 
 
 
Trabalhos apresentados em Congresso: 
 
1. Avaliação da composição mineral do chá das partes aéreas secas de 
Portulaca pilosa L. (Portulacaceae). II Congresso Brasileiro de Recursos 
Genéticos, setembro de 2012, Belém-Pa. 
 
2. Caracterização físico-química do solo de cultivo da espécie Portulaca 
pilosa L. em diferentes períodos sazonais. II Congresso Brasileiro de 
Recursos Genéticos, setembro de 2012, Belém-Pa. 
 
3. Análise físico-química das partes aéreas de Portulaca pilosa L. 
(Portulacaceae) em diferentes períodos sazonais. II Congresso 
Brasileiro de Recursos Genéticos, setembro de 2012, Belém-Pa. 
 
 
Trabalhos de Conclusão de Curso: 
 
1. Neuton Trindade Vasconcelos Júnior. Avaliação da composição mineral 
do chá da folha seca de Portulaca pilosa L. e caracterização físico-
química do solo de cultivo em diferentes períodos sazonais. Instituto de 
Ciências Exatas e Naturais, 2011. 
 
2. Mikaylan de Oliveira Sousa. Controle físico, físico-químico e 
microbiológico de partes aéreas de Portulaca pilosa L. 
(Portulacaceae). Instituto de Ciências Exatas e Naturais, 2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
RESUMO 
ABSTRACT 
1 - INTRODUÇÃO ........................................................................................... 20 
2 - OBJETIVOS ............................................................................................... 24 
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................... 25 
3.1. A importância das plantas medicinais e o uso de chás caseiros ........... 25 
3.2. Controle de qualidade de Plantas Medicinais ........................................ 31 
3.3. A espécie Portulaca pilosa L. ................................................................ 36 
3.3.1. Aspectos botânicos de Portulaca pilosa L. ...................................... 36 
3.3.2. Considerações gerais sobre a família Portulacaceae e a espécie 
Portulaca pilosa L. ..................................................................................... 39 
3.3.3. Composição química comprovada ................................................. 41 
3.3.4 Farmacologia e atividade biológica cientificamente comprovada da 
espécie Portulaca pilosa L. ........................................................................ 41 
3.4. A interação solo-planta, seus nutrientes e benefícios ao homem ......... 42 
3.4.1. Magnésio ......................................................................................... 48 
3.4.2. Cálcio .............................................................................................. 51 
3.4.3. Cobre ............................................................................................... 54 
3.4.4. Zinco ................................................................................................ 57 
3.4.5. Manganês ........................................................................................ 59 
3.4.6. Ferro ................................................................................................ 62 
4. MATERIAIS E MÉTODOS .......................................................................... 65 
4.1. Portulaca pilosa L. ................................................................................. 65 
4.1.1. Coleta e Preparo do Material Vegetal .............................................. 65 
4.1.2. Identificação Botânica ..................................................................... 66 
4.1.3. Determinação da umidade/ perda por dessecação ......................... 67 
4.1.4. Determinação granulométrica.......................................................... 67 
4.1.5. Densidade Aparente ........................................................................ 69 
4.1.6. Determinação do pH ........................................................................ 69 
4.1.7. Determinação do teor de cinzas totais ............................................ 69 
4.1.8. Determinação de cinzas insolúveis em ácido .................................. 69 
4.1.9. Determinação da Condutividade Elétrica ........................................ 70 
4.1.10. Determinação do teor de extrativos ............................................... 70 
4.1.11. Análise Microbiológica da Droga Vegetal ...................................... 71 
4.1.11.1. Preparo da amostra vegetal ................................................... 71 
4.1.11.2. Contagem de Bactérias mesófilas, bolores e leveduras ........ 71 
4.1.11.3. Pesquisa de Coliformes totais (CT) e Escherichia coli ........... 71 
4.1.11.4. Pesquisa de Salmonellasp. ................................................... 72 
4.1.12. Digestão do pó vegetal .................................................................. 73 
4.1.13. Preparo das infusões (chás) .......................................................... 76 
4.1.13.1. Avaliação da exatidão do método de infusão ......................... 76 
4.1.14. Avaliação da atividade cicatrizante e anti-inflamatória do extrato 
etanólico das partes aéreas de Portulaca pilosa L. ................................... 80 
4.1.14.1. Animais experimentais ........................................................... 80 
4.1.14.2. Isquemia de Reperfusão ........................................................ 80 
4.1.14.3. Análise Quantitativa da área da Lesão Isquêmica ................. 81 
4.1.14.4. Tecido Necrótico .................................................................... 81 
4.1.14.5. Avaliação da vasodilatação dos grupos experimentais e 
retirado do exsudato da região ............................................................. 81 
4.1.14.6. Avaliações da Migração Celular ............................................. 81 
4.1.14.7. Avaliações da produção de óxido nítrico a partir do exsudato 82 
4.1.14.8. Histoquímica .......................................................................... 82 
4.1.15. Avaliação do perfil químico do extrato etanólico das partes aéreas 
de Portulaca pilosa L. ................................................................................ 83 
4.2. Solo de Cultivo ...................................................................................... 83 
4.2.1. Coleta e Preparo do Solo de Cultivo ............................................... 83 
4.2.2. Amostragem .................................................................................... 84 
4.2.3. Secagem do Solo ............................................................................ 85 
4.2.4. Destorroamento ............................................................................... 86 
4.2.5. Peneiração ...................................................................................... 86 
4.2.6. Umidade .......................................................................................... 87 
4.2.7. Densidade Aparente ........................................................................ 87 
4.2.8. Determinação do pH ........................................................................ 87 
4.2.8.1. Com solução aquosa: .............................................................. 87 
4.2.8.2. Com solução de KCl 1N: .......................................................... 88 
4.2.9. Condutividade elétrica ..................................................................... 88 
4.2.10. Determinação da acidez ................................................................ 88 
4.2.11. Determinação da matéria orgânica pelo método de Walkley-Black 
Modificado ................................................................................................. 89 
4.2.12. Digestão do solo de cultivo ............................................................ 90 
4.2.13. Extração do solo: ........................................................................... 90 
4.2.13.1. Avaliação da exatidão do método de extração do solo .......... 92 
4.3. Instrumentos e acessórios ..................................................................... 95 
4.4. Reagentes e Soluções: ......................................................................... 96 
CAPÍTULO I .......................................................................................................... 98 
 
AVALIAÇÃO FÍSICA, FÍSICO-QUÍMICA E MICROBIOLÓGICA DAS PARTES 
AÉREAS DE Portulaca pilosa L. (Portulacaceae) EM DIFERENTES 
PERÍODOS SAZONAIS. .................................................................................... 99 
 
1. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................ 101 
1.1. Determinação das propriedades físicas e físico-químicas das partes 
aéreas de P. pilosa ..................................................................................... 101 
1.1.1. Determinação da umidade ou perda por dessecação: .................. 101 
1.1.2. Determinação da granulometria do pó .......................................... 103 
1.1.3. Determinação do teor de cinzas totais e insolúveis em ácido ....... 105 
1.1.4. Determinação do pH ...................................................................... 107 
1.1.5. Determinação da densidade .......................................................... 109 
1.1.6. Determinação da condutividade elétrica ........................................ 110 
1.1.7. Determinação do teor de extrativos ............................................... 112 
1.2. Avaliação microbiológica do pó das partes aéreas de P. pilosa L. ...... 114 
1.3. Correlação entre os parâmetros físicos e físico-químicos das partes 
aéreas de Portulaca pilosa L. nos períodos chuvoso e seco ...................... 118 
2. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................... 123 
CAPÍTULO II ....................................................................................................... 124 
AVALIAÇÃO FÍSICA E FÍSICO-QUÍMICA DO SOLO DE CULTIVO DA 
ESPÉCIE Portulaca pilosa L. (Portulacaceae) EM DIFERENTES PERÍODOS 
SAZONAIS. ...................................................................................................... 125 
 
1. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................ 127 
1.1. Avaliação das propriedades físicas e físico-químicas do solo de cultivo 
da espécie Portulaca pilosa L. .................................................................... 127 
1.1.1. Determinação da umidade ............................................................ 127 
1.1.2. Determinação da densidade .......................................................... 130 
1.1.3. Determinação do pH ...................................................................... 133 
1.1.4. Determinação da acidez ................................................................ 136 
1.1.5. Determinação da condutividade elétrica ........................................ 137 
1.1.6. Determinação da matéria orgânica ................................................ 139 
1.2. Correlação entre os parâmetros físicos e físico-químicos do solo de 
cultivo nos períodos chuvoso e seco .......................................................... 141 
2. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................... 146 
CAPÍTULO III ...................................................................................................... 147 
 
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE CICATRIZANTE E ANTI-INFLAMATÓRIA E 
ANÁLISE DO PERFIL QUÍMICO DO EXTRATO ETANÓLICO DAS PARTES 
AÉREAS DE Portulaca pilosa L. .................................................................... 148 
 
1. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................ 150 
1.1. Avaliação da atividade cicatrizante e anti-inflamatória do extrato 
etanólico das partes aéreas de Portulaca pilosa L. .................................... 150 
1.2. Avaliação da Área Necrótica ............................................................... 151 
1.3. Avaliação do Volume de Exsudato ...................................................... 152 
1.4. Avaliação da Migração Celular ............................................................ 153 
1.5. Avaliação do Corte Histológico ............................................................ 154 
2. Análise do perfil químico do extrato etanólico das partes aéreas de 
Portulaca pilosa L. nos períodos chuvoso e seco ......................................... 156 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................... 160 
CAPÍTULO IV ......................................................................................................161 
 
AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO MINERAL DO CHÁ DAS PARTES AÉREAS 
SECAS DE Portulaca pilosa L. (Portulacaceae) E DO SOLO DE CULTIVO 
POR ESPECTROMETRIA DE EMISSÃO ÓTICA POR PLASMA ACOPLADO 
INDUTIVAMENTE (ICP-OES) .......................................................................... 162 
 
1. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................ 164 
1.1. Determinação mineral na digestão do solo de cultivo de Portulaca pilosa 
L. ................................................................................................................ 164 
1.2. Análise da concentração dos metais no pó vegetal e nas infusões (chás)
 ................................................................................................................... 167 
1.3. Análise da concentração dos metais em uma xícara de chá padrão de 
200 mL ....................................................................................................... 169 
2. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................... 173 
REFERÊNCIAS ............................................................................................. 174 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
Figura 1: Portulaca pilosa L. Fonte: A autora. ...................................................... 36 
Figura 2: Portulaca oleraceae L ........................................................................... 38 
Figura 3: Estruturas das substâncias isoladas das partes aéreas e raízes de 
Portulaca pilosa L. ................................................................................................. 41 
Figura 4: Partes aéreas de Portulaca pilosa L. coletadas em Ananindeua. Foto: A 
autora. ................................................................................................................... 66 
Figura 5: (A) Higienização das partes aéreas; (B) Secagem em estufa a 45ºC; (C) 
Partes aéreas secas; (D) Pulverização em moinho de facas. Fotos: A autora. ..... 66 
Figura 6: Exsicata da espécie Portulaca pilosa L. ................................................ 67 
Figura 7: Pontos de coleta do solo de cultivo da espécie Portulaca pilosa L., 
localizado em Ananindeua. Foto: A autora. ........................................................... 84 
Figura 8: (A) Coleta do solo na profundidade de 0,1 metros; (B) e (C) Coleta das 
amostras de solo nos diferentes pontos da horta, armazenadas em saco plástico; 
(D) Nove amostras coletadas em cada período. Fotos: A autora. ......................... 85 
Figura 9: Homogeneização das amostras de solo em caixa de papelão. Foto: A 
autora. ................................................................................................................... 86 
Figura 10: Destorroamento do solo seco com pontos endurecidos. Foto: A autora.
 .............................................................................................................................. 86 
Figura 11: Peneiração do solo. Foto: A autora. .................................................... 87 
Figura 12: Inserção da placa de aço na região dorsal da costa do rato macho 
adulto. ................................................................................................................. 150 
Figura 13: Esquema dos ciclos de reperfusão, lesão isquêmica e tratamento do 
tecido necrosado. ................................................................................................ 151 
Figura 14: Comparação dos cortes histológicos dos tecidos tratados com extrato 
de Portulaca pilosa L. e com o fármaco Dersani. ................................................ 155 
Figura 15: Cromatograma com o perfil químico comparativo entre a 1º coleta (cor 
azul) e 2º coleta (cor vermelha) a um comprimento de onda de 320 nm. ........... 157 
Figura 16: Cromatograma com o perfil químico comparativo entre a 3º coleta (cor 
preta) e 4º coleta (cor azul) a um comprimento de onda de 320 nm. .................. 157 
Figura 17: Cromatograma com o perfil químico comparativo entre a 1º coleta (cor 
preta) e 2º coleta (cor vermelha) a um comprimento de onda de 294 nm. .......... 158 
Figura 18: Cromatograma com o perfil químico comparativo entre a 3º coleta (cor 
preta) e 4º coleta (cor azul) a um comprimento de onda de 294 nm. .................. 158 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1: Classificação dos pós vegetais quanto a granulometria. ...................... 68 
Tabela 2: Limites microbiológicos para produtos de origem vegetal, mineral e/ou 
animal. ................................................................................................................... 73 
Tabela 3: LDs e LQs para os metais analisados na digestão do pó vegetal. ........ 74 
Tabela 4: Amostras certificadas e recuperações utilizadas para validação da 
metodologia de digestão das partes aéreas de Portulaca pilosa L. ...................... 75 
Tabela 5: Recuperações e equações da reta das adições padrões para a infusão.
 .............................................................................................................................. 77 
Tabela 6: LDs e LQs para os metais analisados na digestão do solo. .................. 91 
Tabela 7: Amostras certificadas e recuperações utilizadas para validação da 
metodologia de digestão do solo de cultivo de P. pilosa. ...................................... 92 
Tabela 8: Recuperações e equações da reta das adições padrões para o solo. .. 93 
Tabela 9: Condições do equipamento e comprimentos de onda utilizados no ICP-
OES. ...................................................................................................................... 96 
Tabela 10: Parâmetros físico-químicos das partes aéreas de Portulaca pilosa L. 
nos períodos chuvoso e seco. ............................................................................. 103 
Tabela 11: Análise da granulometria do pó das partes aéreas de Portulaca pilosa 
L. ......................................................................................................................... 104 
Tabela 12: Resultado da avaliação da qualidade microbiológica das partes aéreas 
de Portulaca pilosa L. segundo a Farmacopéia Brasileira, 2005......................... 117 
Tabela 13: Correlação, equação da reta e R2 (%) dos parâmetros analisados nas 
partes aéreas de Portulaca pilosa L. nos períodos chuvoso e seco. ................... 119 
Tabela 14: Teores de umidade em diferentes períodos para o solo de cultivo de 
Portulaca pilosa L. ............................................................................................... 128 
Tabela 15: Parâmetros físicos e físico-químicos do solo de cultivo de Portulaca 
pilosa L. nos períodos chuvoso e seco. .............................................................. 132 
Tabela 16: Correlação, equação da reta e R2 (%) dos parâmetros analisados no 
solo de cultivo nos períodos chuvoso e seco. ..................................................... 143 
Tabela 17: Teores totais e biodisponíveis dos metais analisados no solo de cultivo 
de Portulaca pilosa L. nos períodos chuvoso e seco. ......................................... 164 
Tabela 18: Parâmetros físico-químicos analisados para as amostras de solo de 
cultivo de Portulaca pilosa L. nos períodos chuvoso e seco ............................... 167 
Tabela 19: Teores dos metais presentes no pó vegetal e na infusão das partes 
aéreas de Portulaca pilosa L. nos períodos chuvoso e seco. ............................. 169 
Tabela 20: Massas (mg) calculadas dos metais para uma xícara de chá padrão 
(200mL) a partir das concentrações obtidas nas infusões em comparação com 
valores de referência. .......................................................................................... 171 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
 
Gráfico 1: Adição padrão infusão (Fe). .................................................................78 
Gráfico 2: Adição padrão infusão (Mn). ................................................................ 78 
Gráfico 3: Adição padrão infusão (Sr). ................................................................. 78 
Gráfico 4: Adição padrão infusão (Zn). ................................................................. 78 
Gráfico 5: Adição padrão infusão (Ba). ................................................................ 78 
Gráfico 6: Adição padrão infusão (Al). .................................................................. 78 
Gráfico 7: Adição padrão infusão (Mg). ................................................................ 79 
Gráfico 8: Adição padrão infusão (K). .................................................................. 79 
Gráfico 9: Adição padrão infusão (Zn). ................................................................. 79 
Gráfico 10: Adição padrão infusão (Cu). .............................................................. 79 
Gráfico 11: Adição padrão infusão (Cr). ............................................................... 79 
Gráfico 12: Adição padrão infusão (Ni). ............................................................... 79 
Gráfico 13: Adição padrão solo (Ni). .................................................................... 93 
Gráfico 14: Adição padrão solo (Fe). .................................................................... 93 
Gráfico 15: Adição padrão solo (Mn). ................................................................... 94 
Gráfico 16: Adição padrão solo (Al). ..................................................................... 94 
Gráfico 17: Adição padrão solo (Ba). ................................................................... 94 
Gráfico 18: Adição padrão solo (Zn). .................................................................... 94 
Gráfico 19: Adição padrão solo (Cu). ................................................................... 94 
Gráfico 20: Adição padrão solo (Cr). .................................................................... 94 
Gráfico 21: Adição padrão solo (Sr). .................................................................... 95 
Gráfico 22: Adição padrão solo (K). ..................................................................... 95 
Gráfico 23: Adição padrão solo (Ca). ................................................................... 95 
Gráfico 24: Adição padrão solo (Mg). ................................................................... 95 
Gráfico 25: Teor de umidade (%) das partes aéreas de P. pilosa nos períodos 
chuvoso e seco. .................................................................................................. 102 
Gráfico 26: Correlação entre cinzas totais e insolúveis em ácido (%) das partes 
aéreas de P. pilosa nos diferentes períodos sazonais. ....................................... 107 
Gráfico 27: Valores de pH das partes aéreas de Portulaca pilosa L. nos períodos 
chuvoso e seco ................................................................................................... 108 
Gráfico 28: Variação sazonal da densidade do pó das partes aéreas de P. pilosa.
 ............................................................................................................................ 110 
Gráfico 29: Valores de condutividade elétrica das partes aéreas de Portulaca 
pilosa L. nos períodos chuvoso e seco. .............................................................. 112 
Gráfico 30: Valores do teor de extrativos das partes aéreas de Portulaca pilosa L. 
nos períodos chuvoso e seco. ............................................................................. 114 
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Gráfico 31: Correlação entre os parâmetros analisados nas partes aéreas de 
Portulaca pilosa L. nos períodos chuvoso e seco. .............................................. 118 
Gráfico 32: Correlação entre condutividade elétrica e perda por dessecação das 
partes aéreas de Portulaca pilosa L. nos períodos chuvoso e seco .................... 120 
Gráfico 33: Correlação entre condutividade elétrica e perda por dessecação das 
partes aéreas de Portulaca pilosa L. nos períodos chuvoso e seco. ................... 121 
Gráfico 34: Correlação entre teor de extrativos e condutividade elétrica das partes 
aéreas de Portulaca pilosa L. nos períodos chuvoso e seco. ............................. 121 
Gráfico 35: Teores de umidade para o solo de cultivo de Portulaca pilosa L. nos 
períodos chuvoso e seco.....................................................................................130 
Gráfico 36: Valores de densidade do solo de cultivo de Portulaca pilosa L. nos 
períodos chuvoso e seco..................................................................................... 133 
Gráfico 37: Valores de pH do solo de cultivo de Portulaca pilosa L. nos períodos 
chuvoso e seco. .................................................................................................. 135 
Gráfico 38: Valores de acidez no solo de cultivo de Portulaca pilosa L. nos 
períodos chuvoso e seco..................................................................................... 137 
Gráfico 39: Variação sazonal da condutividade elétrica no solo de cultivo de 
Portulaca pilosa L. nos períodos chuvoso e seco. .............................................. 139 
Gráfico 40: Teores de matéria orgânica do solo de cultivo de Portulaca pilosa L. 
nos períodos chuvoso e seco. ............................................................................. 141 
Gráfico 41: Correlação entre os parâmetros analisados nas partes aéreas de 
Portulaca pilosa L. nos períodos chuvoso e seco ............................................... 142 
Gráfico 42: Correlação entre condutividade elétrica e umidade do solo de cultivo 
nos períodos chuvoso e seco. ............................................................................. 144 
Gráfico 43: Correlação entre pH KCl e condutividade elétrica do solo de cultivo 
nos períodos chuvoso e seco. ............................................................................. 145 
Gráfico 44: Avaliação da área necrótica após tratamento. ................................. 152 
Gráfico 45: Avaliação do volume de exsudato após tratamento. ........................ 153 
Gráfico 46: Avaliação da migração celular após tratamento. ............................. 154 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
 
ABA - Ácido Abscísico 
ADP - Adenosina Difosfato 
AIA - Ácido Indolacético 
ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
ATCC - American Type Colection Culture 
ATP - Adenosina Trifosfato 
cmolc kg-1 - centimolc por kilograma 
CF - Coliformes Fecais 
CL - Caldo Lactosado 
CT - Coliformes Totais 
CTC - Capacidade de troca catiônica 
DNA - Ácido Desoxirribonucleico 
Ds - Densidade 
EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária 
g - grama 
g kg-1 - grama por quilograma 
g L-1 - grama por litro 
g mL-1 - grama por mililitro 
IAN - Instituto Agronômico de Norte 
ICP-OES - Espectrômetro de emissão ótica com plasma acoplado indutivamente 
IDC - Impressão digital cromatográfica 
LACQUAMA - Laboratório de Controle de Qualidade e Meio Ambiente 
LD - Limite de detecção 
LQ - Limite de quantificação 
m - massa 
mm - milímetro 
mg - miligrama 
mL - mililitro 
mol L-1 - mol por litro 
mS cm-1 - milisiemens por centímetro 
μg L-1 - micrograma por litro 
μL - microlitro 
μm - micrômetro 
μM - micromol 
N - Normal 
NADPH - Nicotinamida Adenina Dinucleótido Fosfato 
NMP - Número mais provável 
OMS - Organização Mundial de Saúde 
p - peso 
pH - potencial hidrogeniônico 
R - recuperação 
RDA - Recommended Dietary Allowances 
RDC - Resolução da Diretoria Colegiada 
RNA - Ácido Ribonucleico 
rpm - rotações por minuto 
T - temperatura 
Teste T - Teste de Tukey 
TP - Terra preta 
TPA - Terra preta arqueológica 
UFC - Unidade formadora de colônia 
UFC g-1 - unidade formadora de colônia por grama 
UL - Tolerable Upper Intake Level 
v - volume 
VB - Caldo verde brilhante 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
Os produtos fitoterápicos são livres e amplamente comercializados em todo o 
Brasil como um importante recurso terapêutico, porém reconhece-se um quadro 
de frequentes adulterações, contaminações e falsificações. Assim, torna-se 
importante o estabelecimento de protocolos padronizados de controle de 
qualidade de plantas e do solo de cultivo, levando-se em consideração a sua 
influência direta na disponibilidade de nutrientes essenciais e tóxicos quando em 
altas concentrações, para os vegetais. A Portulaca pilosa L., conhecida 
popularmente como amor crescido, é uma espécie encontrada em larga escala na 
região amazônica, sendo muito utilizada no tratamento de diversas enfermidades, 
na forma de chás, emplastos ou sumo. Baseado nestas informações, este trabalho 
teve como objetivo a padronização das partes aéreas e do solo de cultivo de 
Portulaca pilosa L., e a determinação da composição mineral biodisponível no solo 
e no chá medicinal, bem como a avaliação da atividade cicatrizante e anti-
inflamatória e análise do perfil químico nos diferentes períodos de coleta. Os 
parâmetros físico-químicos analisados tanto para a espécie em estudo quanto 
para o solo de cultivo estiveram dentro dos limites permitidos para que se tenha 
uma amostra vegetal de qualidade e um solo cultivável. A composição mineral 
total do solo foi bastante elevada, entretanto os metais biodisponíveis estiveram 
em concentrações bem mais baixas. O chá das partes aéreas de Portulaca pilosa 
L. apresentou teores de minerais dentro dos limites permitidos, considerando-se o 
consumo máximo de duas xícaras de 200 mL por dia, tendo como referência o 
teor de alumínio, um metal tóxico, que atinge valores muito próximos dos 
preconizados pela Organização Mundial de Saúde (0,2 g kg-1). O extrato etanólico 
obtido na primeira coleta (período chuvoso) não apresentou atividade cicatrizante 
e anti-inflamatória, entretanto de acordo com o perfil químico observou-se que a 
quarta coleta (período seco) foi a única que apresentou um perfil diferente, sendo 
necessária a avaliação destas atividades para esta coleta posteriormente. 
 
Palavras-chave: Portulaca pilosa L.;controle de qualidade; metais; atividade. 
ABSTRACT 
 
 
Herbal products are free and widely sold throughout Brazil as an important 
therapeutic resource, but a framework of frequent adulteration, contamination and 
counterfeiting is recognized. Thus, it becomes important to establish standardized 
protocols for quality control of plants and soil cultivation, taking into account its 
direct influence on the availability of essential nutrients and toxic when high 
concentrations to plants. The Portulaca pilosa L., popularly known as “amor 
crescido”, is a species found in large scale in the Amazon region, commonly used 
in the treatment of various diseases in the form of teas, poultices or juice. Based 
on this information, this study aimed to standardize the aerial parts and soil 
cultivation Portulaca pilosa L., and the determination of bioavailable mineral 
composition of soil and herbal tea, as well as evaluating the healing and anti-
inflammatory activity and analysis chemical profile of the different collection 
periods. Physicochemical parameters, both for the species under study, as for soil 
cultivation, were within the allowable limits in order to have a plant sample quality 
and an arable soil. The total mineral content of the soil was very high, however the 
bioavailable metals were in much lower concentrations. The tea from the aerial 
parts of Portulaca pilosa L. showed mineral content within permitted limits, 
considering the maximum consumption of two cups of 200 ml per day, with 
reference to the content of aluminum, a toxic metal, which reaches values very 
close those recommended by the World Health Organization (0.2 g kg-1). The 
ethanol extract obtained in the first sampling (rainy season) showed no healing and 
anti-inflammatory activity, however, according to the chemical profile, it was 
observed that the fourth harvest (dry season) was only presented a different 
profile, being necessary to evaluate these activities to this collection later. 
Palavras-chave: Portulaca pilosa L.; quality control; metals; activity. 
20 
 
 
1 - INTRODUÇÃO 
 
As plantas representam um alto valor para o ser humano, não somente 
por suas propriedades medicinais, como também pelo contingente de informações 
e esclarecimentosque vêm oferecendo às ciências, sendo no passado o principal 
meio terapêutico conhecido para tratamento de enfermidades. Entretanto, é 
necessário um conhecimento prévio de seus componentes químicos, pois a 
presença de substâncias nelas contidas podem produzir efeitos que 
desconhecemos principalmente se ingerida em longo tempo, podendo assumir 
natureza tóxica (BOTSARIS & MACHADO, 1999). 
É necessário, portanto, um engajamento dos pesquisadores brasileiros no 
sentido de investigar as plantas medicinais, não somente com o objetivo de isolar 
seus componentes químicos como também, interagir com farmacólogos, verificar 
suas propriedades tóxicas e comprovar seus efeitos medicinais, além de buscar 
outras atividades biológicas ainda não comprovadas cientificamente. 
A qualidade dos produtos à base de plantas medicinais, comercializados 
no Brasil, é cada vez mais preocupante. Pesquisas científicas têm apontado à 
presença de diversas irregularidades que comprometem a eficácia e põem em 
risco a saúde do consumidor. Uma das causas para esse panorama tem sido o 
fato das indústrias responsáveis pela fabricação desses produtos serem 
basicamente constituídas por empresas de pequeno porte que funcionam 
precariamente (ZUCCOLOTTO et al.,1999) 
Os parâmetros de controle de qualidade de drogas vegetais variam de 
espécie para espécie e podem ser encontrados nas monografias contidas nas 
farmacopéias. A padronização de um produto envolve várias etapas que vão 
desde a obtenção da matéria-prima, passando por todo o processo produtivo, 
culminando com a análise do produto final (BACCHI, 1996; FARIAS, 2001). 
Outro fator que se deve dar uma atenção especial é o hábito da 
automedicação pelas populações menos esclarecidas, que se dá através dos 
famosos chás, que são definidos pela ANVISA como sendo: “o produto constituído 
de uma ou mais partes de espécies vegetais inteiras, fragmentadas ou moídas, 
com ou sem fermentação, tostadas ou não, constantes de Regulamento técnico de 
21 
 
 
espécies Vegetais para o Preparo de Chás. O produto pode ser adicionado de 
aroma e ou especiaria para conferir aroma e ou sabor”. 
A presença de elementos traço nos diversos chás de ervas ocorre, 
geralmente, em conseqüência da contaminação do solo por fertilizantes ou pela 
água de esgotos poluídos pela ação industrial ou de mineração, pelo ar 
atmosférico contaminado, pela emissão de resíduos das grandes indústrias 
poluidoras ou durante a etapa de processamento dos chás, quando as espécies 
vegetais ficam em contato com os utensílios industriais (HAN et al., 2005; 
SOMERS, 1974). 
Um vegetal é um ser vivo e está sujeito às influências do ambiente que 
podem afetar de diferentes formas seu metabolismo. É indiscutível a importância 
do solo transferindo água, sais minerais, nutrientes e, sob determinadas 
condições, elementos não benéficos como metais pesados (FREIRE, 2005). Por 
este motivo, faz-se necessário determinar as características físicas, físico-
químicas e minerais dos solos, para se garantir um cultivo favorável. 
A etnobotânica aplicada ao estudo de plantas medicinais trabalha em 
estreita cumplicidade com a etnofarmacologia, que consiste na exploração 
científica interdisciplinar de agentes biologicamente ativos, tradicionalmente 
empregados ou observados por determinado agrupamento humano. A 
etnobotânica é citada na literatura como sendo um dos caminhos alternativos que 
mais evoluiu nos últimos anos para a descoberta de produtos naturais bioativos 
(NUNES et al., 2003). 
As plantas apresentam diversas vias metabólicas secundárias que levam à 
formação de compostos, cuja distribuição é restrita a algumas famílias, gêneros ou 
mesmo espécies. O conjunto de compostos secundários nas plantas é resultado 
do balanço entre a formação e eliminação desses compostos durante o 
crescimento da planta, sendo que esse equilíbrio é influenciado por fatores 
genéticos (que são fixos) e ambientais como luz, temperatura, tipo de solo, água, 
além de outros, que são variáveis (GOBBO-NETO & LÓPES, 2007). 
Esses compostos possuem importantes funções nos vegetais, já que são 
constituídos de substâncias que agem na preservação da integridade das plantas. 
22 
 
 
Por outro lado, essas substâncias, ao serem incorporadas ao organismo animal, 
produzem variados efeitos e, quando benéficos, caracterizam as plantas que os 
possuem. Muitos desses compostos ou grupos deles podem provocar reações nos 
organismos, esses são os princípios ativos. Algumas dessas substâncias podem 
ou não ser tóxicas, isto depende muito da dosagem em que venham a ser 
utilizadas. Assim, planta medicinal é aquela que contém um ou mais de um 
princípio ativo que lhe confere atividade terapêutica (LORENZI & MATOS, 2002). 
Neste trabalho, foi selecionada a espécie medicinal Portulaca pilosa L., 
conhecida popularmente como “amor crescido”, cultivada em uma horta localizada 
em Ananindeua (município, localizado em Belém-PA). Este local foi escolhido, 
devido ser um dos grandes fornecedores da espécie medicinal para diversas 
farmácias de manipulação da região metropolitana de Belém, comunidade local e 
para a Farmácia Escola da Universidade Federal do Pará, a qual dispensa 
medicamentos para a Farmácia Universitária - UFPA. 
 A espécie em estudo constitui uma planta medicinal encontrada em 
abundância na região amazônica, sendo seu uso empírico difundido entre seus 
habitantes, utilizado, principalmente, nas formas de chás, emplastos ou sumo. O 
macerado das folhas em água é usado externamente contra qualquer tipo de 
ferida (DI STASI & HIRUMA-LIMA, 2002). Possui em sua composição algumas 
substâncias medicinais cientificamente comprovadas, como por exemplo 
“diterpenos” e algumas vitaminas como A, B1, B2 e C, entretanto a literatura a seu 
respeito ainda é bastante pobre, necessitando de estudos maiores e bem 
planejados, que justifique sua utilização popular (ALBUQUERQUE, 1989; OHSAKI 
et al., 1999). 
O controle de qualidade de plantas medicinais é de extrema importância 
para o consumo seguro de matérias-primas vegetais que apresentam potencial 
terapêutico. Esta necessidade despertou o interesse em se padronizar a espécie 
Portulaca pilosa L., já que não apresenta nenhum estudo na literatura. 
A partir destas considerações, este trabalho teve como objetivo a 
padronização das partes aéreas e do solo de cultivo de Portulaca pilosa L., 
avaliação da composição mineral do solo, e chá medicinal, investigação de 
23 
 
 
atividades biológicas de importância para a medicina popular e análise 
comparativa do perfil químico do extrato etanólico nas diferentes coletas 
realizadas. Em todos os parâmetros determinados, foi avaliada a influência da 
sazonalidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
2 - OBJETIVOS 
 
 
 Geral 
 
Este trabalho tem como objetivo realizar a padronização das partes aéreas 
e do solo de cultivo de Portulaca pilosa L., ensaios de atividade biológica, bem 
como o perfil químico e a composição mineral do solo de cultivo e do chá 
medicinal em períodos sazonais distintos. 
 
 Específicos: 
 
- Analisar os parâmetros físicos, físico-químicos e microbiológicos das partes 
aéreas da espécie Portulaca pilosa L. em períodos sazonais distintos; 
 
- Determinar o melhor período de cultivo da espécie P. pilosa a partir da 
análise dos parâmetros físicos e físico-químicos do seu solo de cultivo; 
 
- Analisar os metais totais e biodisponíveis presentes no solo de cultivo, por 
Espectrometria de Emissão Atômica por PIasma Acoplado Indutivamente 
ICP-OES; 
 
- Analisar os metais presentes no pó vegetal e no chá medicinal de P. pilosa 
por (ICP-OES); 
 
- Ensaio de atividade biológica no extrato etanólico de Portulaca pilosa L. 
 
- Verificar o perfil químico nas quatro coletas através de Cromatografia 
Líquida de Alta Eficiência (HPLC); 
 
- Analisar os dadosobtidos nos diferentes períodos sazonais através de 
matrizes de correlação e Teste T. 
 
 
25 
 
 
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
 
3.1. A importância das plantas medicinais e o uso de chás caseiros 
 
Pode-se considerar como planta medicinal aquela planta administrada sob 
qualquer forma e por alguma via ao homem, exercendo algum tipo de ação 
farmacológica. As plantas podem ser classificadas de acordo com sua ordem de 
importância, iniciando-se pelas plantas empregadas diretamente na terapêutica, 
seguidas daquelas que constituem matéria-prima para manipulação e, por último, 
as empregadas na indústria para obtenção de princípios ativos ou como 
precursores em semi-síntese. As plantas medicinais têm sido utilizadas 
tradicionalmente para o tratamento de várias enfermidades. Sua aplicação é vasta 
e abrange desde o combate ao câncer até os microorganismos patogênicos 
(SILVA & CARVALHO, 2004; CALIXTO, 2000). 
A utilização das plantas medicinais como fonte de medicamentos no 
tratamento de enfermidades que acometem a espécie humana remonta a idade 
antiga, sendo que representaram, por muito tempo, a única fonte de agentes 
terapêuticos para o homem (CALIXTO, 2000; HARVEY, 2000). As informações 
sobre o uso de plantas medicinais e suas virtudes terapêuticas foram sendo 
acumuladas durante séculos e muito desse conhecimento empírico encontra-se 
disponível atualmente (DI STASI, 1996). 
No início do século XIX, com o desenvolvimento da química farmacêutica, 
as plantas constituíram a primeira fonte de substâncias no desenvolvimento de 
medicamentos (VIEGAS et al., 2006). Estima-se que aproximadamente 40% dos 
medicamentos disponíveis na terapêutica moderna foram desenvolvidos direta ou 
indiretamente a partir de produtos naturais, sendo que 25% destas são oriundos 
de plantas (CALIXTO, 2000). No entanto, durante os últimos 20 anos, os fármacos 
de origem natural que apareceram no mercado são quase que na totalidade, 
oriundos das pesquisas científicas de países como China, Coréia e Japão, sendo 
que a contribuição dos outros países é bem menor (YUNES & CALIXTO, 2001). 
A produção de fármacos via síntese química, o crescimento do poder 
econômico das indústrias farmacêuticas e a ausência de comprovações científicas 
26 
 
 
de eficácia das substâncias de origem vegetal aliada às dificuldades de controle 
químico, físico-químico, farmacológico e toxicológico dos extratos vegetais até 
então utilizados, impulsionaram a substituição destes por fármacos sintéticos 
(RATES, 2001). 
Após a década de 1960, observou-se, então, um desinteresse das 
indústrias farmacêuticas e dos institutos de pesquisa pela busca de novas 
substâncias de origem vegetal, por se acreditar que já haviam sido isoladas as 
principais substâncias ativas das drogas vegetais conhecidas, bem como já 
haviam sido realizadas todas as possíveis modificações químicas de interesse 
destas substâncias (SCHENKEL et al., 2000). Outro fator foi devido o estudo com 
plantas na descoberta de novas drogas ser complexo, sendo atualmente 
necessários de sete a dez anos para o desenvolvimento completo. O volume de 
recursos envolvidos nesses estudos explica a concentração da pesquisa e 
desenvolvimento destes novos fármacos nos países ditos do primeiro mundo, 
detentores de tecnologia e recursos (MONTARI, 1995). 
A partir dos anos 80, os avanços técnicos e o desenvolvimento de novos 
métodos de isolamento de substâncias ativas a partir de fontes naturais, 
permitiram maior rapidez na identificação de substâncias em amostras complexas, 
como os extratos vegetais, ressurgindo o interesse pela pesquisa destas 
substâncias, como protótipos para o desenvolvimento de novos fármacos a partir 
de plantas medicinais que, segundo CARVALHO et al. (2004), são as plantas 
selecionadas e utilizadas popularmente como remédio no tratamento de doenças, 
e que é definido pela OMS (1978) como sendo toda e qualquer planta que, 
aplicada sob determinada forma e por alguma via ao ser humano, é capaz de 
provocar um efeito farmacológico. 
Grande parte das plantas nativas brasileiras ainda não tem estudos para 
permitir a elaboração de monografias completas e modernas. Muitas espécies são 
usadas empiricamente, sem respaldo cientifico quanto à eficácia e segurança, o 
que demonstra que em um país como o Brasil, com enorme biodiversidade, existe 
uma enorme lacuna entre a oferta de plantas e as poucas pesquisas. Desta forma, 
considera-se este um fator de grande incentivo ao estudo com plantas, visando 
27 
 
 
sua utilização como fonte de recursos terapêuticos, pois o reino vegetal 
representa, em virtude da pouca quantidade de espécies estudadas, um vasto 
celeiro de moléculas a serem descobertas (FOGLIO et al., 2006). 
Várias empresas nacionais têm empregado matéria-prima vegetal 
diretamente na elaboração de fitomedicamentos. No Brasil, 20% da população são 
responsáveis por 63% do consumo dos medicamentos disponíveis; o restante 
encontra nos produtos de origem natural, especialmente as plantas medicinais, a 
única fonte de recursos terapêuticos. Essa alternativa é utilizada tanto dentro de 
um contexto cultural, na medicina popular, quanto na forma de fitoterápicos 
(HOSTETTMANN et al., 2003). 
Hoje em dia existem várias metodologias para a obtenção de fármacos, 
dentre elas a abordagem biotecnológica e as correspondentes técnicas genéticas, 
que possibilitaram identificar e preparar diversas proteínas; a química 
combinatória, que permitiu o desenvolvimento de técnicas de triagem em larga 
escala como o HTS (High-troughput screening) que permitem que até 100 mil 
compostos sejam testados num único dia em relação a sua atividade biológica e a 
química computacional que correlaciona a estrutura molecular com a atividade 
biológica (YUNES & CALIXTO, 2001). 
A pesquisa fitoquímica tem por objetivo conhecer os constituintes químicos 
de espécies vegetais ou avaliar sua presença. Quando não se dispõe de estudos 
químicos sobre as espécies de interesse, a análise fitoquímica preliminar pode 
indicar o grupo de metabólitos secundários relevantes da mesma. Caso o 
interesse esteja restrito a uma classe específica de constituintes ou às substâncias 
com atividade biológica, a investigação deverá ser direcionada para o isolamento 
e a elucidação estrutural da mesma (SIMÕES et al., 1999). 
Dentro deste aspecto, cabe ressaltar a necessidade de uma atuação 
multidisciplinar que o estudo com as plantas exige, incluindo desde o ponto de 
vista fitoquímico, até estudos abordando os aspectos agrotecnológico, 
microbiológico, farmacológico e biotecnológico, de tal forma que esta integração 
possa propiciar uma ampliação nas possibilidades na busca de novas moléculas 
ativas. Apesar de contar com uma enorme biodiversidade, o Brasil dispõe de uma 
28 
 
 
infra-estrutura que deve ser melhorada para adequar a produção e a extração 
racional das espécies. Para o fitoquímico, todas estas especialidades têm papel 
importante na pesquisa com plantas medicinais. Qualquer profissional ou 
instituição que deseja trabalhar com plantas medicinais esbarra na dificuldade em 
produzi-las ou adquiri-las com confiabilidade na identificação botânica ou mesmo 
em obter informações sobre em quais condições à espécie foi cultivada. A área 
agrotecnológica, por sua vez, pode auxiliar o pesquisador através das técnicas de 
micropropagação vegetativa, cultivo em larga escala e estudos de aclimatação, 
visando a disseminação da espécie e sua sustentabilidade e aliando a produção 
com a otimização do teor do(s) princípio(s) ativo(s), possibilitando a adequação da 
espécie às condições climáticas locais (FOGLIO et al., 2006). 
As plantas não são unicamente uma fonte potencial de princípios ativos 
quimicamente definidos. O uso de extratos é também possível e, para isto, a 
atividade farmacológica deve estar definida, assim como os compostos 
responsáveis por esta atividade (HOSTETTMANNet al., 2003). Do ponto de vista 
farmacológico é imprescindível a avaliação da atividade em diversos modelos 
como o antiulcerogênico, antiinflamatório, anticâncer em cultura de células 
tumorais humanas e em modelos experimentais utilizando animais de laboratório, 
anticolvulsivante, analgésico e outros, bem como avaliação toxicológica 
(citotoxicidade, toxicidade aguda, toxicidade em doses repetidas (toxicidade 
crônica), irritação dérmica primária e cumulativa, irritação ocular, sensibilidade 
cutânea e fototoxicidade) (FOGLIO et al., 2006). 
O reino vegetal representa, em virtude da pouca quantidade de espécies 
estudadas, um vasto celeiro de moléculas a serem descobertas. Além disto, pela 
necessidade da pesquisa multidisciplinar, deveriam ser criados mais centros de 
pesquisa especializados, com incentivos e subsídios fiscais governamentais, como 
um caminho a ser priorizado para agregar valores ao panorama brasileiro na 
pesquisa com plantas medicinais, pois se tornam imprescindíveis, cada vez mais, 
o apoio e o suporte à realização de projetos de pesquisa tecnológica e industrial 
de forma integrada, procurando atender à demanda do setor produtivo e de órgãos 
29 
 
 
governamentais, um incentivo institucional de interface com o setor produtivo e 
com a sociedade (FOGLIO et al., 2006). 
Apesar da popularização sofrida pela medicina ocidental (alopática), 
diversas comunidades ainda continuam crendo e utilizando as plantas medicinais 
como um aliado contra as eventuais enfermidades, muitas vezes tal fato ocorre, 
devido aos altos custos dos medicamentos alopáticos ou talvez movido pelo medo 
de que os mesmos possam apresentar efeitos colaterais bem mais sérios (COSTA 
et al., 1998; YUNES et al., 2001). 
Nesse contexto destaca-se o hábito da automedicação, prática bastante 
difundida entre as populações menos esclarecidas que de forma indiscriminada e 
aleatória tornam-se os principais consumidores dos famosos chás, fazendo disto o 
principal fator de risco para o uso de plantas potencialmente medicinais (GRÜN et 
al, 1993). 
Os vegetais, não são fábricas de remédios prontos para curar cada doença 
da humanidade, como muitos acreditam, e sim complexos conjuntos de inúmeras 
substâncias, muitas vezes desconhecidas e tóxicas (EHRLICH, 1993; BRAZ 
FILHO, 1994; GOTTLIEB & KAPLAN, 1996, GOTTLIEB et al, 1996). 
Entre os eventuais riscos decorrentes da automedicação, podemos citar a 
utilização equivocada de uma espécie no lugar de outra, o manejo inadequado no 
plantio com o descuido no armazenamento e transporte. Desse modo, ao tomar 
um chá que deveria trazer benefícios estaríamos tomando um veneno. Isto sem 
considerar que todo esse processo afeta o equilíbrio químico do vegetal. Uma 
planta não é um medicamento e sim uma possível fonte para se obtê-lo, portanto, 
o plantio de espécies vegetais com objetivos medicinais deve ser extremamente 
criterioso (FREIRE, 2005). 
No Brasil, as feiras livres e os mercados surgiram em 1841, como uma 
solução para o abastecimento regional de produtos, substituindo as bancas de 
pescados (GORBERG & FRIDMAN, 2003). Nestas feiras e mercados instituídos 
pelo governo, eram vendidos apenas certos artigos, em lugares específicos e com 
taxas estabelecidas pelo poder municipal. Os primeiros decretos já manifestavam 
preocupações com: a higiene dos feirantes; o respeito ao público; informações 
30 
 
 
sobre os preços dos produtos e ainda com a formação ética profissional 
(SAREM/SEPLAN-RR, 1982). Esta comercialização de plantas vem sendo 
estimulada nas últimas décadas, pela necessidade de uma crescente população 
que busca maior diversidade e quantidade de plantas para serem utilizadas no 
cuidado da saúde (GORBERG & FRIDMAN, 2003). 
No Brasil há crescente interesse e busca pela medicina tradicional e pela 
Fitoterapia (ALMEIDA, 2003), que ocorre devido a vigente carência de recursos 
dos órgãos públicos de saúde e incessantes aumentos de preços nos 
medicamentos alopáticos, outro fator que contribui para tal crescimento, são os 
efeitos colaterais apresentados por alguns destes medicamentos (PARENTE & 
ROSA, 2001). 
As informações sobre o uso e as virtudes terapêuticas das plantas 
medicinais foram sendo acumuladas através dos séculos e a utilização de suas 
propriedades representa uma forma de tratamento e cura das doenças. Apesar do 
uso de plantas medicinais ter sua propagação associada ao conhecimento popular 
empírico, gradativamente vem sendo reconhecido e incorporado ao saber 
científico (DANTAS & GUIMARÃES, 2007). 
A legislação brasileira, segundo a ANVISA, define chá, como sendo: “o 
produto constituído de uma ou mais partes de espécies vegetais inteiras, 
fragmentadas ou moídas, com ou sem fermentação, tostadas ou não, constantes 
de Regulamento Técnico de Espécies Vegetais para o Preparo de Chás. O 
produto pode ser adicionado de aroma e ou especiaria para conferir aroma e ou 
sabor” (BRASIL, 2005). 
A ANVISA estabeleceu, também, as características sensoriais, físico-
químicas, microscópicas e microbiológicas, assim como os aditivos intencionais, 
contaminantes, ingredientes e coadjuvantes de tecnologia permitidos, e ainda a 
higiene, o acondicionamento, pesos e medidas além da rotulagem indicada para 
os chás (BRASIL, 1998). 
Segundo Rohmer (1986), o chá chegou ao Brasil trazido por imigrantes 
chineses para os Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. A cultura 
31 
 
 
brasileira popularizou outras plantas, chamadas de chá de ervas, como chás 
caseiros. 
No interior do País, quase todos os habitantes têm uma horta com plantas 
consagradas pela cultura popular, como medicinais; a camomila para cólica de 
bebê, hortelã, capim limão ou capim cidreira como calmantes, entre outras 
(ROHMER, 1986). 
A Resolução da Diretoria Colegiada da ANVISA (RDC) n° 10, de 2010, que 
dispõe sobre a notificação de drogas vegetais- plantas medicinais ou suas partes, 
que contenham as substâncias ou classes de substâncias, responsáveis pela ação 
terapêutica, após processos de coleta ou colheita, estabilização, secagem, 
podendo ser íntegra, rasurada ou triturada traz regras específicas para a 
comercialização das mesmas. O fabricante deve garantir a integridade de seu 
produto, a começar pela embalagem, a qual necessita proteger a droga vegetal de 
qualquer contaminação e efeitos da luz e umidade. Deve apresentar também, o 
lacre de segurança, que garante um produto inviolado e na embalagem todas as 
informações necessárias para o consumidor, a fim de se evitar enganos. Inclui-se 
nestas informações o nome comercial e nomenclatura botânica, nome do 
responsável pelo produto, fabricante, lote, data de fabricação, prazo de validade, 
entre outros. 
Os princípios ativos que constituem o chá podem se transformar em 
substâncias prejudiciais à saúde, por meio de reações químicas, após 24 horas do 
preparo. Desta forma é indicado que seu consumo seja feito em no máximo 24 
horas (REIA, 2009). 
 
 
 
3.2. Controle de qualidade de Plantas Medicinais 
 
O mercado de produtos cosméticos e farmacêuticos com componentes de 
origem vegetal ou mineral tem crescido muito nos últimos anos. De acordo com 
Farnsworth (1997), a correlação entre o uso de uma planta na medicina tradicional 
e a presença de princípios farmacologicamente ativos com alguma ação 
32 
 
 
terapêutica é altamente positiva. Estima-se que 74% dos medicamentos 
convencionais da atualidade tenham sido descobertos com base no seu uso 
tradicional. Por este motivo, a procura de compostos bioativos em produtos 
naturais tem causado grande repercussão internacional (O’ NEILL & LEWIS, 
1993). 
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 70% da população dos 
países em desenvolvimento utilizam produtos de origem natural. No entanto, a 
retomada da fitoterapia como recurso terapêutico não vem sendo acompanhada 
pelo desenvolvimento de métodos de controle para verificaçãode sua qualidade, 
segurança e eficácia. Desse modo, o uso inadequado de plantas medicinais tem 
sido responsável por cerca de 7% dos casos de intoxicação (OLIVEIRA et al., 
1991). Existe uma grande variação no teor de princípios ativos de espécies 
vegetais diferentes conhecidas com um mesmo nome e também a presença de 
contaminantes capazes de alterar as propriedades medicinais da planta 
(SHARAPIN, 1996). 
Muitas plantas vêm sendo utilizadas com fins terapêuticos, sendo que a 
grande maioria não possui dados científicos que comprovem a sua eficácia e seu 
espectro toxicológico no homem, assim como a garantia de qualidade do produto 
ou de sua produção. Apesar de três ou quatro décadas de estudos, pode-se dizer 
que até esta data não houve um processo coordenado de todos os atores do 
processo (indústria, farmacólogos, fitoquímicos, químicos de síntese, toxicólogos, 
investigadores clínicos, etc.) visando o desenvolvimento de drogas a partir de 
plantas (FARIAS, 2001). 
O aumento no número de medicamentos disponíveis à população não é 
proporcional à qualidade dos mesmos. Os parâmetros de controle de qualidade 
variam de espécie para espécie e podem ser encontrados nas monografias 
contidas nas Farmacopéias (FARIAS, 2001). O que dificulta o trabalho é a 
ausência de padrões para muitas plantas e de monografias farmacopeicas 
(NASCIMENTO et. al., 2005). 
O controle de qualidade de um produto envolve várias etapas que vão 
desde a obtenção da matéria-prima, passando por todo o processo de produção, 
33 
 
 
culminando com a análise do produto final (BACCHI, 1996; FARIAS, 2001). 
Segundo Farias (2001), a qualidade da matéria-prima não garante a eficácia do 
produto, mas é fator determinante da mesma. No controle de qualidade devem-se 
considerar aspectos botânicos, químicos, farmacológicos e de pureza (BRASIL, 
2000). 
A má qualidade de produtos a base de plantas medicinais no Brasil, 
representada principalmente pelas frequentes adulterações, contaminações e 
falsificações, é um fato conhecido, mesmo após regulamentação dos 
procedimentos para o registro desses produtos desde 1995, e mais recentemente 
pela resolução RDC n° 48, de 16 de março de 2004 (ARAÚJO & OHARA, 2000). 
A atividade de farmacovigilância no país é praticamente inexistente para 
estes produtos, reforçando a necessidade urgente de um controle mais rigoroso 
que vise assegurar a qualidade, a segurança e a eficácia desses produtos 
(SANTOS et. al., 1995; ZAUPA et. al., 2000). Vale ressaltar que o amplo uso de 
fitoterápicos na atualidade ainda está bastante relacionado com as tradições e 
com o fato de ser uma alternativa terapêutica de menor custo para a população. 
Porém, sem a qualidade adequada, tais produtos podem não promover a ação 
desejada e, ainda, atuar como agente lesivo (KNEIFEL et al., 2002). 
Para garantir a qualidade no desenvolvimento de um produto é necessário 
o monitoramento da constituição química para que se possa garantir a ação 
farmacológica, durante todo o processamento. Para tanto, frequentemente se 
utiliza a substância ou o grupo de substâncias responsáveis pela atividade 
farmacológica. Podem ainda ser utilizadas substâncias referência, ou grupo delas, 
que sejam as mais típicas possíveis (majoritárias) para a droga vegetal, providas 
ou não de ação farmacológica e que sejam extraídas no extrato primário. Neste 
caso, a identidade da matéria-prima vegetal deve ser inequivocamente 
assegurada (MELO, 1989; PAULA, 1997). 
Várias técnicas experimentais e métodos cromatográficos são 
recomendados para determinar a impressão digital destes produtos. Neste perfil 
cromatográfico um número e/ou concentrações de constituintes quimicamente 
característicos não devem ser similares em diferentes amostras. Como resultado, 
34 
 
 
para obter uma impressão digital cromatográfica (IDC) quimicamente fidedigna 
não é um trabalho trivial. O desempenho de uma IDC é rigorosamente dependente 
do grau de separação cromatográfico e da distribuição de todos os componentes 
químicos da planta medicinal investigada (DE ALMEIDA, 2006). 
Dentre as técnicas de controle do processo extrativo encontram-se as 
técnicas cromatográficas, com as quais se torna possível realizar avaliações tanto 
qualitativas quanto quantitativas. A análise da composição da droga vegetal e de 
preparações extrativas derivadas pode ser direta, através de cromatografia líquida 
de alta eficiência ou cromatografia gasosa, ou indireta, com o emprego de 
cromatografia em camada delgada ou cromatografia em papel, seguidas de 
extração do componente e determinação por análise química quantitativa ou 
físico-química tais como térmicas, volumetria, espectrofotometria, fotocolorimetria 
ou densitometria (ARAGÃO et al., 2001; ARAGÃO et al., 2002). 
Além destas técnicas, faz-se necessário realizar um estudo 
farmacognóstico para o controle de qualidade da matéria-prima vegetal, visando 
estabelecer parâmetros de qualidade e padronização desta planta medicinal, 
atestando a sua pureza, autenticidade, melhor época de colheita, avaliação dos 
processos de secagem, determinação da umidade, teor de extrativos, teor de 
cinzas totais e cinzas insolúveis em ácido, teor de constituintes químicos, dentre 
outros estudos (FARMACOPÉIA BRASILEIRA, 2010; ALBERTON et al., 2001). 
Várias pesquisas vêm constatando que as plantas medicinais possuem alta 
carga microbiana, com microrganismos provenientes do solo, bem como da 
superfície dos vegetais ou até mesmo provenientes de más condições de 
manipulação e armazenamento (ZARONI et al., 2004). Os microrganismos são 
potencialmente perigosos, pois, podem contaminar os vegetais durante a pré-
colheita e pós-colheita (ARAÚJO & OHARA, 2000; BRANDÃO, et al., 2004). 
No primeiro caso, destacam-se como principais focos de contaminação: o 
solo, os adubos não compostados de forma adequada, a água de irrigação 
contaminada, a água utilizada na aplicação de fungicidas e inseticidas, a poeira, 
os insetos, os animais domésticos e silvestres e a manipulação humana. As fontes 
de contaminação pós-colheita incluem manipulação humana, limpeza inadequada 
35 
 
 
ou insuficiente de equipamentos de colheita, embalagens de transporte 
contaminadas, animais, insetos, poeira, água contaminada usada para lavagem, 
veículos de transporte e contaminação de equipamentos utilizados nos 
processamentos pós-colheita, secagem e armazenamento, realizados de forma 
inadequada (BRACKETT, 1999; BEUCHAT, 2002; KALKASLIEF et al., 2009; 
SATOMI et al., 2005). 
Em relação às condições de comercialização, Dourado et al (2005) 
avaliaram as plantas medicinais comercializadas por “raizeiros” no município de 
Anápolis, localizado no estado de Goiás e constataram que cerca de 70% dos 
estabelecimentos examinados estavam próximos a fontes contaminantes, como 
poeira e fumaça de veículos, e em 30% dos estabelecimentos haviam indícios de 
deterioração dos produtos (mofos, alteração de cor), indicando que os mesmos 
não tinham recebido um tratamento adequado após a coleta ou foram 
armazenados de forma inadequada. 
 A população microbiana presente nas plantas contaminadas é, 
predominantemente, formada por bactérias formadoras de esporos como Bacillus 
cereus e Clostridium perfringens, embora outros patógenos como Escherichia coli 
e Salmonella estejam muitas vezes presentes. Além disso, bolores causados por 
Fusarium spp., Aspergillus spp. e Penicillium spp também fazem parte dessa 
microbiota. Contagens elevadas de fungos constituem um risco, em virtude da 
possibilidade desses organismos causarem intoxicações por si só ou ainda de 
serem produtores de micotoxinas (ABOU-ARAB et al., 1999; ZARONI et al., 2004). 
Uma das razões para os altos níveis de contaminação que ultimamente 
vêm sendo relatado, é o fato de que muitos agricultores e produtores 
desconhecem os cuidados essenciais que devem ser tomados nas diversas 
etapas da produção e pós-colheitapara a obtenção de matérias-primas ou quando 
sabem, julgam irrelevantes. Tais produtores, na maioria dos casos, não contam 
com a orientação e acompanhamento de profissionais capacitados (ZARONI et al., 
2004). Além disso, a falta de regulamentação do setor e o aumento da demanda 
pela fitoterapia afeta negativamente a qualidade das plantas medicinais que são 
oferecidas à população (AMARAL et al., 2002). 
36 
 
 
3.3. A espécie Portulaca pilosa L. 
 
3.3.1. Aspectos botânicos de Portulaca pilosa L. 
 
Portulaca pilosa L. (Figura 1 - pág. 36) é uma espécie rasteira pertencente 
ao gênero Portulaca, família Portulacaceae, tem distribuição principalmente 
pantropical, em regiões tropicais e subtropicais da África, havendo também 
algumas espécies na Austrália, Europa e Ásia. As plantas constituintes desta 
família possuem hábito herbáceo e arbustivo na maioria das vezes suculentas e 
comumente apresentam mucilagem nas células paraquemáticas do caule e das 
folhas (METCALFE & CHALK 1985; COELHO & GIULIETTI, 2010). 
O gênero Portulaca inclui plantas herbáceas, carnosas, anuais ou perenes, 
com folhas alternas, inflorescência em cimeira, 2 sépalas, 4-5 pétalas livres, 
estames geralmente numerosos, ovário ínfero e fruto cápsula com deiscência 
longitudinal ou transversal (COELHO & GIULIETTI, 2010). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 1 - Portulaca pilosa L. Fonte: A autora. 
 
De acordo com Coelho & Giulietti (2010), a espécie Portulaca pilosa L. 
apresenta caule geralmente prostrado, ramos 5-15 cm de comprimento, verdes, 
muito ramificado, tricomas axilares com. 4 mm de comprimento, multisseriados, 
interaxilares, conspícuos, lanosos, esbranquiçados. Folhas com pecíolo 1,5-2 mm, 
37 
 
 
cilíndrico; limbo 12-24 x 1-2 mm, linear-lanceolado, subglobosos, nervura central 
não evidente; base atenuada; ápice agudo; margem inteira sem bordo 
esbranquiçado; glabras; persistentes; folhas involucrais 5-10 por inflorescência, 
15-20 x 1-2 mm, linear-lanceolada; base arredondada; ápice agudo; margem 
inteira sem bordo esbranquiçado; glabras. Inflorescência com 3-7 flores, cada uma 
abrindo de uma vez. Flores sésseis com 0,4-0,8 cm de diâmetro; sépalas 5-7 mm 
de comprimento, glabra, dorso côncavo, ápices agudos; com 5 pétalas, purpúreas; 
lâmina obcordada com 4-8 mm, ápice emarginado; estames 15-20; filetes 2-3 mm 
de comprimento., anteras 0,8-1 mm de comprimento; estilete com 1,5-3 mm de 
comprimento, ramos estigmáticos com 4-5, 1,5-2,0 mm de comprimento. Pixídio 
3-5 mm compr., pedicelado, pedicelo 0,5 mm, opérculo cônico 1-2 mm de altura, 
10-15 sementes por fruto, negras, opacas, 0,5–0,7 mm. 
A espécie em estudo foi descrita por Linnaeus (1753), o qual diferenciou a 
espécie Portulaca pilosa L. da Portulaca oleraceae L, através da presença de 
tricomas axilares evidentes em Portulaca pilosa e não evidente em Portulaca 
oleracea (Figura 2 - pág. 38). A espécie é caracterizada por apresentar tricomas 
axilares conspícuos, interaxilares e folhas lineares. Apesar de alguns autores 
relacionarem a mesma com Portulaca elatior, as diferenças estão principalmente 
no hábito prostrado e flores purpúreas em Portulaca pilosa. 
As espécies do gênero Portulaca apresentam a seguinte posição 
taxonômica: 
Reino: Plantae 
Divisão: Magnoliophyta 
Classe: Magnoliopsida 
Ordem: Caryophyllales 
Família: Portulacaceae 
Gênero: Portulaca 
Principais Espécies: Portulaca pilosa L.; Portulaca oleraceae L., Portulaca 
grandiflora H.; Portulaca hirsutissima C. 
 
 
38 
 
 
Figura 2: Portulaca oleracea L. 36. Hábito; 37. Folha; 38. Pixídio; Portulaca pilosa L. 39. Hábito; 
40-41. Folhas; 42. Pixídio (COELHO & GIULIETTI, 2010). 
 
 
39 
 
 
3.3.2. Considerações gerais sobre a família Portulacaceae e a espécie 
Portulaca pilosa L. 
 
A família Portulacaceae abrange cerca de 30 gêneros e 500 espécies, que 
estão distribuídas na sua grande maioria no Oeste da América do Norte, América 
do Sul e África, tendo alguns poucos representantes na Europa e Ásia. Os 
gêneros mais representativos incluem: Portulaca contando com cerca de 100 
espécies, Calandrinia com cerca de 150 espécies e Talinum com mais de 50 
espécies (CAROLIN, 1993). 
Segundo Rohrbach (1872), na flora brasileira há a ocorrência de dez 
espécies distribuídas em dois gêneros: Talinum e Portulaca, sendo este último 
abrangendo oito espécies. 
O número de espécies pertencentes ao gênero Portulaca que são 
mencionados na literatura varia de acordo com diversos autores: desde 40 em 
Geesink (1969) a mais de 100 em Legrand (1958) ou 200 em Willis (1966). 
Recentes trabalhos afirmam haver por volta de 115 espécies, entre tais trabalhos 
destacam-se: Carolin (1993) e Eggli & Ford-Werntz (2002), porém, o trabalho mais 
abrangente feito acerca do gênero, foi realizado por Legrand (1962), onde este 
reconheceu 62 espécies presente no continente americano, onde 21 destas 
espécies localizavam-se no Brasil (COELHO & GIULIETTI, 2010). 
Há poucos estudos acerca da família Portulacaceae, principalmente sobre o 
gênero Portulaca, o fundamento taxonômico referente ao gênero no país ainda é o 
tratamento feito por Rohrbach (1872), onde este reconheceu oito espécies, após 
este estudo, outros levantamentos de cunho regional foram feitos, como exemplo: 
os trabalhos de Teixeira (1959) para a cidade do Rio de Janeiro; Mattos (1961) 
para o município de São Joaquim (RS); Lima & Lima (1968) para o estado de 
Pernambuco; Rodrigues & Furlan (2002) para o estado de São Paulo e Coelho & 
Giulietti (2006), para o estado da Bahia (COELHO & GIULIETTI, 2010). 
Entre as espécies mais conhecidas desta família, destacam-se Portulaca 
oleraceae, com propriedades medicinais, e Portulaca grandiflora, com emprego 
ornamental (LORENZI & MATOS, 2002). 
40 
 
 
A espécie Portulaca oleracea (beldroega) é considerada uma planta 
daninha com grande aplicação na olericultura, tida como a principal planta daninha 
nas regiões produtoras de alface dos Estados Unidos, fato ocorrido na última 
década, pode ser encontrada em todo território brasileiro, bem como, nas 
principais regiões agrícolas do mundo (HAAR & FENNIMORE, 2003). 
A espécie Portulaca grandiflora, possui alta eficácia contra hepatite B, além 
de possuir efeito antimutagênico sobre a mutação induzida por alfatoxin B1, além 
disso, há relatos que as partes áreas desta espécie contêm vários diterpenoides, 
entre estes, destacam-se: portulal, portulenol, entre outros (JAIN & BASHIR, 
2010). 
Entre tantas espécies do gênero Portulaca pode-se citar também: Portulaca 
amilis, Portulaca elatior, Portulaca frieseana, Portulaca minensis, entre outras 
(COELHO & GIULIETTI, 2010). 
A Portulaca pilosa L., é comumente conhecida pelos amazônidas como amor-
crescido, podendo também ser identificada como Beldroega, Caaponga, Perrexi e 
Alecrim-de-são-josé (STASI & LIMA, 2002), pertence à família Portulacaceae, 
apresentando um caule prostrado de forma cilíndrica, base atenuada, ápice 
agudo, glabros e suculentos, onde se originam folhas alternas, lanceoladas, 
pequenas, pilosas; flores amarelas, roxas ou avermelhadas dispostas em 
fascículos no ápice de cada um dos ramos (COELHO & GIULIETTI, 2010 ; STASI 
& LIMA, 2002). 
É popularmente utilizada para fins medicinais como diurético, antiinflamatório, 
cicatrizante, analgésico, abortivo, tratamento de traumatismo, bem como, para fins 
cosméticos. O decocto preparado a partir das partes áreas desta planta é 
largamente usado para combater erisipelas e febres. Quando suas folhas são 
maceradas em água, pode ser usada de forma externa no combate contra 
qualquer tipo de ferida (STASI & LIMA, 2002). Segundo Corrêa (1984), esta planta 
é considerada tônica, amarga, estomáquica, diurética, emoliente, vulnerária, 
cicatrizante externa, emenagoga e eficaz contra erisipela. 
 
 
41 
 
 
3.3.3. Composição química comprovada 
 
Foram isolados

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