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Aula 2 - TC de crânio A imagem varia de tons de cinza mais claro, como o osso, para tons de cinza mais escuros que é o ar. Outra coisa que se deve notar é que a tomografia é feita no sentido do pé para a cabeça. Logo, o lado direito da imagem será o lado esquerdo de quem observa. Seguindo, deve-se observar o que você vera em cada etapa da tomografia. A primeira é Assimetria. Quando você abrir a tomografia primeira coisa que se deve observa é se ela esta certa ou se esta rodada. Lembrando que o plano certo é órbito - mental, da órbita até o meato acústico externo é possível observar no mesmo plano de imagem. Esse plano é um pouco inclinado ( ). No segundo ponto, deve-se observar se há sangue. Importante, pois, o sangue indica gravidade e, também, é facilmente identificável No terceiro ponto, tem o C, de cérebro, que indica o cérebro e o parênquima encefálico. Deve-se observar se tem uma outra hiper-densidade diferente do sangue, se tem desvio de linha média e se tem diferenciação da substancia branca (subcortical) da substancia cinzenta (cortical), caso nao haja essa diferença é indicativo de possível edema cerebral. Seia frontal Ventrículo tom de cinza diferente) mental OÀ AssimetriaA SangueS Cérebro C Aula de tomografia de crânio No quarto ponto, deve se observar nas cisternas e ventrículos se o quarto ventrículo está íntegro, se tem as cisternas livres ou não, pois cisternas ocluidas é edema cerebral difuso ou herniação ocal. Além disso, observar se term hidrocefalia, ou seja, dilatação ventricular ou nao. No último ponto, observar o crânio e o couro cabeludo. No crânio tem que mudar de janela, da de parênquima para a janela óssea, para ver se tem alguma fratura. No couro cabeludo, geralmente te mostra um hematoma subgaleal, que é o famoso galo, com isso dá saber o mecanismo do trauma sofrido. Utilizando o primeiro critério, é possível observar que não há simetria na imagem. Na primeira imagem observa-se no lado direito do paciente que aparece a órbita e do outro lado não aparece. Na segunda imagem, observa-se o lado esquerdo do paciente que o córtex está maior que o outro. Com isso, indica que a tomografia inteira está rodada, logo compromete toda interpretação da imagem. Depois de reconstruída a tomografia é possível observar a órbita e o meato acústico no mesmo plano da imagem, o que indicar estar correto. Na segunda imagem é possível observar também simetria entre as fossas e o aparecimento do osso de forma simétrica na imagem. No segundo critério iremos procurar sangue nas imagens da tomografia. Na primeiro imagem, observando toda a densidade do parênquima cerebral, possui uma área na região direita do paciente que está diferente, que é mais branco que o parênquima, mas não é mais branco que o osso. Logo isso indica uma pequena hemorragia. hemisférioSequoia maior • meato dúzia Cisternas/ VentrículosC Crânio / Couro CabeludoC É importante salientar que tem quatro pontos principais na tomografia que pode parecer haver sangue, por ser mais branco em meio ao parênquima. Porém, regiões no parênquima encefálico que tem calcificações fisiológicas, isto é, normais. Os quatro pontos são: Glândula Pineal (na imagem), Plexo Coróide, Artéria Basilar e a Foice. Çoineal Foice No terceiro critério, que também é o “primeiro C”, o cérebro e parênquima encefálico como um todo, o qual começa, muitas vezes, abaixo de onde está o parênquima cerebral, bem na base do crânio. Na imagem, é possível ver, nos hemisférios cerebelares, a diferenciação de cor do que é mais interno e do que é mais externo. Seguindo, é importante olhar se existe essas diferenciações do parênquima, pois se não existir, é sinal de uma hipertensão intracraniana, de que o cérebro do seu paciente está inchado. Nessa imagem é possível observar a substância cinzenta e a branca, sendo o córtex na totalidade mais cinza (externa) e na parte mais interna a substância branca, a não ser na parte mais interna, nos Núcleos da Base, que são as substâncias cinzentas do corpo. Além disso, outro ponto para se observar na imagem é o desvio da linha média, que é visto da região mais posterior até a região mais superior. O ponto principal para vê se tem desvio é se o ventrículo está alinhado com a linha média, isto é, mediano na linha média. ~ Na primeira, observando ao redor do sangramento indicado no lado direito da tomografia, se vê uma região de hipodensidade que indica uma contusão que já está se reabsorvendo, pois ao redor do sangramento existe um halo que vai diminuindo. Na segunda imagem, a última coisa que tem que ver na parte de parênquima são os sulcos. Na imagem é possível observar quase perfeitamente os sulcos. Se por acaso os sulcos estiverem bem apagados é sinal de hipertensão intracraniana. No segundo C, que é a segunda cabeça, a qual indica cisternas e ventrículos (espaços que vão conter o líquor). Sendo assim, como é “agua” estarão mais escuros na tomografria, porém não tão escuros quando o ar e mais escuros que o parênquima e bem desenhados. Na primeira imagem é possível ver, na região mais posterior ao bulbo, a cisterna magno, que é a primeira cisterna a se ver. Em alguns momentos em pacientes que tem “quiario”, por exemplo, aqui estará tudo cheio e não verá a cisterna. Na segunda imagem é possível observar outra cisterna, a que fica a frente do tronco encefálico. Na terceira imagem indica a cisterna pré pontínua. Na quarta imagem se vê a cisterna do ângulo ponto cerebelar, que é uma região muito importando, pois os nervos que estão nessa região, que são VI e VII nervo craniano, vão entrar lá no meato acústico interno. Regia de sangramento Atalo co redor 1 2 } 4 Além disso, toda essa região mais escura ao redor do quarto ventrículo, que é uma região de triângulo ósseo, é chamado do fossa posterior. Na neurocirurgia essa região é algo que demanda muita atenção, pois é considerado a área mais nobre do corpo humano, pois contém o tronco cerebral. Uma importante patologia nessa região é o Neuroma do acústico, que ocorre na cisterna de ponte cerebelar e pode causar hipoacusia e paralisia facial. Além disso, a fossa posterior tem o volume muito reduzido, porque ela é fechada, na parte lateral e posterior é osso e na parte de cima é a Tenda, que é duro. Logo, qualquer situação que altera a pressão nessa região, causa compressão do tronco cerebral e isso é muito grave, pois o paciente pode entrar em morte cerebral, em coma ou vir a falecer. Na imagem abaixo é possível observar o quarto ventrículo, que também é muito importante, pois se tem alguma coisa ali no cerebelo ou alguma lesão expansiva que está crescendo do quarto ventrículo ou do tronco, pode ocluir o quarto ventrículo. Com isso, sabendo que é pelo quarto ventrículo que escoa o líquor para circular e, se fecha, não tem como escoar para o terceiro ventrículo e o ventrículo lateral, o que pode ocasionar uma hidrocefalia. Logo, o primeiro ventrículo que tem que olha é o quarto ventrículo. Observar se ele está em um tamanho normal, se ele está aberto, se tem alguma lesão expansiva desviando-o da linha medial ou não. Nessa primeira e segunda imagem, no centro é possível ver o mesencéfalo e, acima, onde está sendo indicado, é a parte medial do lobo temporal (humpus), a qual é comum ocorrer herniações que podem comprimir a cisterna perimesencefálica. Nesse sentido, na prática, é possível entender porque a primeira coisa que um neurocirurgião olha é a pupila. Quando essa região do lobo temporal hernia (expande) ele comprime a região do III Nervo, que sai do mesencéfalo, ocasionando uma midríase que é quando a pupila fica dilatada. Com isso, se ao examinar um trauma observar uma pupila dilatada e a outra normal, é indicativo que existe alguma compressão de um lado do cérebro que está fazendo herniar o humpus e comprimir o terceiro nervo. Logo, tem que agir rapidamente, porque se continuarherninado, pode comprimir o tronco cerebral e ir a óbito. Além disso, se a pupila que estiver dilatada for do lado direito, provavelmente a lesão também é do lado direito. Na terceira imagem, é possível ver, no lado direito da cabeça do paciente, um pequeno sangramento. É possível definir se ele tem gravidade observando se há desvio da linha média ou se está comprimindo as cisternas da base. Nesse caso, não é grave. Nessa primeira imagem abaixo é mostrado o terceiro ventrículo, que tem o formato de uma fenda. Logo, se ele começa a ficar ovalado, pode ter algo causando hidrocefalia. Na segunda imagem, é indicado o corno anterior do ventrículo, que está em tamanhos normais. Na última parte, no último C, que é crânio e couro cabeludo. Na primeira imagem é indicado, uma região mais externa, que é o músculo temporal. Lembrando alguns pontos anatômicos, o m.tempral se insere na linha temporal superior. Sabendo disso, localizando onde está o tumor, fica fácil planejar uma cirurgia para facilitar o procedimento. Passando as imagens da tomografia, quando você deixa de ver o m.temporal, se houver um tumor ou alguma lesão, indica que está acima da linha temporal. Dando seguimento, na tomografia tem que sempre comparar um lado com o outro. Na imagem indica onde finaliza o músculo temporal. Porém, do outro lado, não há esse fim, mas um seguimento para o parietal, o qual tem uma mesma densidade do sangue encontrado no hematoma do lado direito do paciente. Logo, é sangue fora da cabeça, depois do couro cabeludo ou abaixo da gália, o que é chamado de hematoma subgaleal (galo). Além disso, é importante frisar que esse paciente recebeu uma pancada de um lado, isto é, no lado onde está o galo, e houve um hematoma no lado oposto, que, partindo do mecanismo da lesão, é chamado de lesão de contragolpe. Para verificar se há fratura, é preciso mudar da janela do parênquima para a janela óssea. Retomando os pontos, é preciso passar por todos novamente, sendo o A o primeiro que é Assimetria. Com isso, é preciso, ao verificar se não há descontinuidade óssea de um lado e de outro, porque muitas vezes o que pode parece um fratura, principalmente em crianças, pode ser um sutura. Sendo que na sutura tem dos dois lados, já fratura de um lado só. Na primeira imagem, onde é apontado, é possível ver uma descontinuidade óssea que vai seguindo na mastóidea, como pode-se verificar também na segunda imagem a continuidade da fratura. Comparando com o lado direito do paciente, não é possível ver essa descontinuidade óssea ou seguimento da fratura. Isso indica que houve uma fratura do lado esquerdo do seu crânio.
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