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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL Augusto Bolson Fernanda Streck Vanessa Tamiosso PLANO DE GERENCIAMENTO DE ÁREA CONTAMINADA. CONTAMINANTE: CHUMBO Santa Maria, RS 2020 1 INTRODUÇÃO São muitos os acidentes gerados em indústrias que resultam na contaminação de um local, colocando em riscos os bens a proteger, tal como o solo, a água e a saúde da população. Por conta disso, surgiram demandas para o cuidado e prevenção dos acidentes. Logo, artigos, leis e manuais foram criados para que se tomassem os cuidados necessários de prevenção ou remediação de contaminação, para fins de proteção do meio ambiente e da sociedade. A Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental (CETESB) é um exemplo de um órgão ambiental que auxilia nas situações de contaminação. Foi elaborado por eles o Manual de Gerenciamento de Áreas Contaminadas, o qual apresenta um passo a passo de como realizar este processo, desde a primeira etapa de avaliação preliminar até o projeto detalhado de remediação. Com isso, este trabalho tem por objetivo a realização de um plano de gerenciamento de áreas contaminadas, com base no manual da CETESB, para uma área com suspeita de contaminação por chumbo (Pb). A suspeita por contaminação ocorreu em uma fábrica de baterias, a qual não cumpria com os cuidados necessários de acordo com a norma, para armazenagem e disposição final de suas baterias. A fábrica está instalada no local há mais de doze anos, e recentemente houveram denúncias anônimas de trabalhadores sobre não haver o devido cuidado à disposição das baterias, assim como com as substâncias utilizadas para a produção da mesma. Este trabalho visa apresentar um plano de gerenciamento de área contaminada, desde o plano de amostragem para a confirmação da contaminação do solo e fontes de água do local, até alternativas de biorremediação para a contenção da contaminação. Assim, cumprindo com o cuidado dos bens a proteger, contendo/remetendo a situação atual apresentada. 2 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA A área de estudo localiza-se na zona rural do município de Santa Maria, no estado do Rio Grande do Sul, próximo à BR-287, cerca de 5 km do centro urbano (Figura 1). A vizinhança do empreendimento é constituída por propriedades rurais e Universidade Luterana do Brasil (ULBRA). O terreno ocupa uma área de 80.000 m², as instalações industriais ocupam em torno de 5.000 m². Figura 1 - Localização geográfica da área. Fonte: Google Earth. 3 INFORMAÇÕES SOBRE O CONTAMINANTE (CHUMBO) As fontes mais importantes de Chumbo (Pb) à exposição dos seres humanos podem ser divididas em: fontes industriais e fontes não industriais ou não ocupacionais. São exemplos de fontes industriais: fundições primárias e secundárias, fabricação e recuperação de baterias etc. Algumas das principais fontes não industriais são: bebidas alcoólicas, como vinhos e destilados, utensílios de PVC, tinturas de cabelo etc. (DE CAPITANI et al, 2009). O chumbo é metal, que é sólido à temperatura ambiente e tem coloração branca-azulada, possui número atômico 82 e pertence ao quinto período da tabela periódica e ao grupo do carbono (Grupo 14) (ATKINS, 2006). É possível a obtenção de chumbo em seu estado natural, porém, geralmente está associado a outros elementos, na forma de íons de chumbo. Esses são relacionados a diversos tipos de minerais. A principal forma de se obter chumbo é por meio de um mineral denominado Galena, pois apresenta alta concentração de chumbo (ROCHA, 1973) No meio ambiente, o Pb é liberado através de atividades antropogênicas, se estima que 30% da exposição diária, em centros urbanos densamente povoados, possui como origem a atmosfera, devido às fontes móveis e estacionárias de particulado contendo chumbo. Contudo, em território nacional, a proibição de chumbo tetraetila adicionado em gasolina gerou a diminuição de concentração do elemento na atmosfera. Os compostos do chumbo têm um largo uso industrial como em baterias, tintas, ligas metálicas, etc. O chumbo, na sua forma mineral, é solúvel em água, há baixa mobilidade no ambiente e é de difícil degradação, portanto, alta persistência. No solo, tende a se ligar fortemente com argilas, o que proporciona sua maior concentração em camadas superficiais. Porém, eventualmente ocorre sua lixiviação, acumulando nas águas subterrâneas. O metal pesado também pode ser encontrado na forma de composto organometálico, que é tóxico e apresenta solubilidade em compostos orgânicos (ANSELMO, 2005). O chumbo ao ser ingerido não é eliminado pelo organismo, logo, é considerado cumulativo. Além disso, o composto pode ocasionar intoxicação crônica causada por altas concentrações (KLAASEN, 1985). Estudos apontam que o chumbo causa efeitos adversos à saúde humana, principalmente, neurológicos. No organismo, também pode prejudicar a homeostase do cálcio e sistema hematopoiético. Apesar dos ossos terem a maior concentração de chumbo no organismo as consequências sobre esses são inconclusivas. Uma doença mais grave que pode ocorrer pela exposição do chumbo é a encefalopatia, que pode acontecer em adultos e crianças. 4 AVALIAÇÃO PRELIMINAR O estudo compreende um levantamento de documentos, visitas de campo, registros e fotografias que evidenciam as transformações ocorridas no terreno. Nesta etapa, é de suma importância haver a identificação de fontes potenciais de contaminação e buscar evidências e indícios que colaborem com a suspeita da existência de contaminação. Portanto, para a área a ser estudada, foram determinados pontos para a retirada de amostras, com intuito de investigar a existência de poluentes, conforme pode ser visto na Figura 2. A síntese das informações do local de estudo, com o propósito de melhor visualização da situação levantada nessa etapa, está no Quadro 1. Para a avaliação preliminar foram realizados o croqui da área, que apresenta os pontos que foram realizados a coleta para a avaliação detalhada. Figura 2 - Croqui da área. Fonte: Autores Fontes Primárias Mecanismos primários de liberação Fontes secundárias Mecanismos secundários de liberação Vias de transporte do contaminante Receptores Depósito de baterias (p) Infiltração pelo piso (s) e material particulado (s) Solo contaminado (s) e ar (s) Dispersão (p) Solo (p), água subterrânea (p) e ar (p) Solo (p), água subterrânea (p), funcionários (p), vizinhança (s) Depósito de materia-primas e produtos (p) Infiltração pelo solo (p) Solo contaminado (p), água subterrânea (s) Dispersão (p) Solo (p) Solo (p), Funcionários (s) Fábrica de baterías (s) Infiltração no solo (p) e material particulado (p) Solo contaminado (p), ar (p) Dispersão (p) Solo (p) e ar (s) Solo (p), funcionários (s) vizinhança (s) Disposição irregular das baterias (p) Infiltração pelo solo (p) e material particulado (p) Solo contaminado (p), ar (p), água subterrâneas (p) Dispersão (p) Solo (p) e água subterrânea (p) Solo (p), Água subterrânea (p), Funcionários (p), Horta (s) e Vizinhança (s) Poço de monitoramento (p) Água subterrânea (p) Solo contaminado (s) Dispersão (p) Água subterrânea (p) e solo (s) Água subterrânea (p), solo (s) Escritório (s) Infiltração pelo solos (s) e material particulado (s) Solo contaminado (s) e ar (s) Dispersão (p) Solo (s) e ar (s) Solo (s), ar (s), funcionários (s) Horta residencial (s) Solo contaminado (s) Vegetais contaminados (s) Dispersão (s) Solo (s), vegetais (s) Solo (s), vegetais (s) e vizinhança (s) Poço da Universidade Luterana doBrasil (p) Água subterrânea (p) Solo contaminado (s) Dispersão (p) Água subterrânea (p) e solo (s) Água subterrânea (p), solo (s) e estudantes (s) Quadro 1 - Modelo conceitual utilizando as siglas P (com potencial), S (com suspeita) e C (confirmado). Fonte: Autores. 5 AVALIAÇÃO CONFIRMATÓRIA Na avaliação confirmatória, será realizado o plano de amostragem, a partir das informações contidas no modelo conceitual. Os meios a serem amostrados englobam toda área da fábrica, os pontos de amostragem foram escolhidos de acordo com os locais que apresentaram maior potencial de contaminação, que foram possíveis de se localizar com base nas informações coletadas a partir da avaliação preliminar. A escolha foi realizada a partir da visitação ao local e análise dos locais onde haviam indícios de chumbo, os quais foram o depósito de baterias (P1), o depósito de matéria prima (P2), na fábrica (P3), disposição final (P4), poço de monitoramento localizado na indústria (P5), na horta residencial (P7), poço localização universidade (P8). Foi determinado um outro ponto, no escritório (P6), que é um não contaminado para determinação das condições normais do solo. Após a determinação dos pontos de amostragem e das suas retiradas, as amostras foram enviadas para o laboratório licenciado, onde será realizada a análise e emissão de laudo laboratorial a cerca da concentração de chumbo nesses locais. 5.1 RESULTADO DAS ANÁLISES A determinação se uma área estudada necessita de intervenção ou não, é medida através da comparação entre os resultados obtidos em laboratório com os da legislação vigente. Os valores limites para Pb no ambiente, segundo CONAMA 420 de 2009, estão no Quadro 2. Solo (mg/kg) Água Subterrânea ( µg/L) Valor de Prevenção Agrícola Residencial Industrial 72 180 300 900 10 Quadro 2 - Valores orientadores para a presença de metais tóxicos em solos e águas subterrâneas, de acordo com a Resolução CONAMA 420 de 2009. Fonte: CONAMA 420/09. Após a realização dos ensaios em laboratório, foram obtidos os valores apresentados no Quadro 3 para a área estudada. Concentrações de chumbo nos pontos Pontos Solo (mg/kg) Água subterrânea ( µg/L) P1 985 - P2 1020 - P3 926 - P4 1150 - P5 - 1,7 P6 904 - P7 120 - P8 - 1,3 Quadro 3 - Valores resultantes das amostras coletadas na área contaminada. Comparando os resultados do Quadro 3, com os valores limites apresentados no Quadro 2, confirmou-se a contaminação por chumbo em cinco dos pontos: P1, P2, P3, P4 e P6. Portanto, observou-se que o chumbo é um metal que não há grande mobilidade no solo, pois, ainda que sua concentração seja alta no solo, não afeta as águas subterrâneas. Com esta confirmação e os pontos definidos, será possível realizar a investigação detalhada, para obtenção de mais informações sobre cada um dos pontos e assim conseguir fazer um gerenciamento adequado da área e posteriormente definir métodos de contenção e remediação. A partir dos resultados obtidos, foi confeccionado um novo modelo conceitual para os pontos onde foram confirmada a contaminação, assim como um croqui da área marcando apenas esse pontos. O modelo conceitual e o croqui podem ser observados na Figura - 2 e Quadro - 4. Figura 2 - Croqui da área após a avaliação confirmatória. Fonte: Autores Fontes Primárias Mecanismos primários de liberação Fontes secundárias Mecanismos secundários de liberação Vias de transporte do contaminante Receptores Depósito de baterías (c) Infiltração pelo piso (c) e e material particulado (p) Solo contaminado (c) e ar (p) Dispersão (c) Solo (c), água subterrânea (p) e ar (p) Solo (c), funcionários (p), vizinhança (s) Depósito de matéria- primas e produtos (c) Infiltração pelo solo (c) Solo contaminado (c), água subterrânea (p) Dispersão (c) Solo (c) Solo (c), Funcionários (p) Disposição irregular das baterias (c) Infiltração pelo solo (c) e material particulado (p) Solo contaminado (c), ar (p), água subterrâneas (p) Dispersão (c) Solo (c) e água subterrânea (p) Solo (c), Funcionários (p) Escritório (c) Infiltração pelo solo (c) e material particulado (p) Solo contaminado e ar (c) Dispersão (c) Solo (c) e ar (p) Solo (c), ar (p) e funcionários (s) Fábrica (c) Infiltração no solo (c) e material particulado (p) Solo contaminado e ar (c) Dispersão (c) Solo(c) e ar (p) Solo (c) e funcionários (s) Quadro 4 - Modelo conceitual, após a avaliação confirmatória, utilizando as siglas P (com potencial), S (com suspeita) e C (confirmado). Fonte: Autores. 6 AVALIAÇÃO DETALHADA Após a avaliação confirmatória inicia-se o processo de investigação detalhada, onde será realizado um novo plano de amostragem para determinar a extensão da contaminação, assim serão analisados os pontos confirmados para melhor compreensão da natureza e extensão da contaminação. Ainda nessa etapa, serão coletadas informações sobre a extensão da contaminação, cenário de exposição, geologia e hidrogeologia do local. Para o levantamento dessas informações foi utilizado o geo-radar, que é um método de screening que dá resultados sobre a extensão da contaminação. Este método foi escolhido por ser de simples aplicação que funciona a partir de onda eletromagnética refratada e refletida. Com o geo-radar será possível mensurar o tamanho da pluma de contaminação de chumbo, e também localizar os hot-spots do contaminante. A área está em uma elevação de 90 m do nível do mar. A cidade de Santa Maria apresenta um clima subtropical, úmido sem estiagem, segundo a classificação de Köeppen (MOTA, 1950). O tipo de solo que forma a localidade é Argissolo Vermelho. A partir de análise dos dados obtidos pelo ger-radar obteve-se um mapa de onde houve alteração, logo, onde a concentração excedeu o máximo permitido pela legislação. A área contaminada calculada foi de 45 m². O mapa da área com alteração causada pelo chumbo esta apresentado na Figura 3. Outra informação obtida por este método foi a acusação de alteração do solo em algumas áreas a uma profundidade de 40 cm, assim as novas amostras levadas ao laboratório foram coletadas nessa profundidade. Pelo geo-radar também obteve-se que os pontos de maiores anomalias no solo foram os mesmos confirmados na avaliação confirmatória, assim, as amostras foram coletadas nestes mesmos pontos. Figura 3 - Área após a avaliação confirmatória. Fonte: Google Earth. As análises enviadas ao laboratório para nova análise nos pontos confirmados serão amostras com profundidade de 0 cm e 10 cm, 15 cm, 25 cm e 50 cm para o solo. Os resultados das análises de amostras de solo encontram-se no Quadro 5. Resultados Amostras Pontos Profundidade (cm) Solo (mg/kg) P1 0 1020 10 900 15 869 25 703 40 514 50 489 P2 0 1207 10 1189 15 1099 25 989 40 921 50 859 P3 0 1023 10 926 15 878 25 799 40 650 50 403 P4 0 1378 10 1301 15 1285 25 1145 40 1105 50 982 P6 0 1003 10 904 15 862 25 788 40 650 50 403 Quadro 5 - Resultados de análise do solo por geo-radar Com as informações coletadas pode-se ter resultados pontuais sobre o cenário de exposição, que encontram-se no novo modelo conceitual, representado no quadro abaixo, o Quadro 6. Fontes Primárias Fontes secundárias Vias de exposição Receptores Depósito de baterías (c) Solo contaminado (c) e ar (p) Contato dérmico e inalação Solo (c), funcionários (p), vizinhança (s) Depósito de matéria-primas e produtos (c) Solo contaminado (c), água subterrânea (p) Contato dérmico Solo (c), Funcionários (p) Disposição irregular das baterias (c) Solo contaminado (c), ar (p), água subterrâneas (p) Contato dérmico Solo (c),Funcionários (p) Escritório (c) Solo contaminado e ar (c) Contato dérmico Solo (c) e funcionários (s) Fábrica (c) Solo contaminado e ar (c) Contato dérmico e inalação Solo (c) e funcionários (s) Quadro 6 - Modelo conceitual após a avaliação detalhada, utilizando as siglas P (com potencial), S (com suspeita) e C (confirmado). Fonte: Autores. 7 AVALIAÇÃO DE RISCO À SAÚDE HUMANA O chumbo é o principal metal da matéria-prima na fabricação de baterias e seus efeitos nocivos sobre o organismo humano são potencializados por alguns fatores como a idade – crianças são mais sensíveis, em particular sobre seu desenvolvimento; fatores nutricionais – deficiência de ferro e desnutrição; presença de doenças concomitantes, entre outros (KEOGH; BOYER, 2001 apud ASSOCIAÇÃO DE COMBATE AOS POLUENTES, 2003). As principais vias de absorção do chumbo são respiratória e digestiva, tendo ainda a inalação como principal forma de penetração no organismo por exposição ocupacional e a ingestão por exposição ambiental. (ASSOCIAÇÃO DE COMBATE AOS POLUENTES, 2003) Em uma área industrial, onde não há presenças de crianças, e utilizando a tabela da CETESB para Trabalhadores Comerciais/Industriais, realiza-se a quantificação do risco à saúde humana e o estabelecimento das CMAs para o cenário de exposição com as concentrações encontradas na análise, a ingestão de chumbo só apresenta risco para valores acima de 6,34 ∗ 103, onde nenhum ponto apresentou concentração superior. Sendo assim, a contaminação por chumbo na fábrica não apresenta riscos carcinogênicos e não-carcinogênicos para adultos. 8 REMEDIAÇÃO A vasta utilização de chumbo pela indústria, ainda que o elemento possua uma alta toxicidade, é um dos maiores contribuidores para a contaminação do elemento. Diversos métodos de recuperação de áreas contaminadas foram desenvolvidos para serem utilizados com o metal pesado, porém é necessário levar em consideração o que possui uma menor intervenção com o ambiente local, o que possui menor custo e que requer menor tempo de remediação. Devido a natureza do metal chumbo, que age de maneira a se acumular nas camadas mais superficiais do solo, o método escolhido para sua remediação foi a remoção e tratamento com fitorremediação para as áreas da indústria. A remoção e transporte do solo contaminado será feita por uma empresa, que irá no local e coletará o solo até 40 cm de profundidade. A técnica foi escolhida por conta de sua rapidez e eficácia, pois a empresa irá retornar as atividades somente após as concentrações serem adequadas segundo CONAMA 420/2009. O transporte ocorrerá em veículos adequados para material perigoso e este será depositado em uma unidade de tratamento. O tratamento do solo contaminado será feito por fitorremediação. A fitorremediação é uma técnica de remediação, que baseia-se na utilização de plantas para a remoção de contaminantes, através de processos físicos, químicos e biológicos, que ocorrem de maneira natural nas próprias plantas. As vantagens de utilizar a técnica é o baixo custo, o melhoramento do ambiente tratado, redução do impacto ambiental, fácil manuseio e controle da extração. Para a seleção do tipo de plantas responsáveis pela fitorremediação, foram levados em consideração os fatores de tolerância a altas concentrações de metais pesados e a eficiência de remoção do mesmo, portanto, foram escolhidas as plantas hiperacumuladoras. As plantas hiperacumuladoras possuem elevada especialização em acumular e tolerar concentrações de metais no solo. A espécie escolhida foi Canavalia ensiformes L. (feijão-de-porco), que estudos indicaram uma boa remoção de Pb, especialmente nas raízes. O uso futuro da área continuará sendo a fábrica de baterias, contudo, a empresa responsável irá se adequar às normas vigentes e respeitará os limites de chumbo de acordo com a Norma CONAMA 420/2009. A empresa tomará medidas para o melhor acondicionamento e disposição de matéria prima e das baterias, os funcionários terão treinamentos acerca do assunto. Além de impermeabilizar o pátio da empresa, será construída uma rede de coleta de água escoada, que será destinada para eventuais análises e tratamento adequado. E será criado um departamento responsável pela implementação e acompanhamento das medidas a serem tomadas. 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ● Associação de Combate aos Poluentes. AVALIAÇÃO DE RISCO À SAÚDE HUMANA POR METAIS PESADOS EM SANTO AMARO DA PURIFICAÇÃO. Bahia. 2003. ● ANSELMO, A. L. F.; JONES, C, M. Fitorremediação em solos contaminados. ENEGEP. p 5273-5280, 2005. ● ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de Química: Questionando a vida moderna e o meio ambiente. 3. Ed. Porto Alegre: Bookman. 2006. ● BRASIL. Resolução CONAMA 396, de 03 de abril de 2008. Conselho Nacional de Meio Ambiente. Dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das águas subterrâneas e dá outras providências. ● BRASIL. Resolução CONAMA 420, de 28 de dezembro de 2009. Conselho Nacional de Meio Ambiente. Dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à presença de substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias em decorrência de atividades antrópicas. ● CAPITANI, E. M. Diagnóstico e tratamento da intoxicação por chumbo em crianças e adultos. In: Chumbo e a Saúde Humana, Simpósio, 42, 3,19-329. 2009. ● CETESB. Manual de gerenciamento de áreas contaminadas. 2. Ed. São Paulo : CETESB, 2001. ● KLAASEN, C. D. Metais pesados e antagonistas dos metais pesados In: GILMAN & GOODMAN. As bases farmacológicas da terapêutica. v. 1. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1985. ● MOREIRA, F. R.; MOREIRA J. C. Os efeitos do chumbo sobre o organismo humano e seu significado para a saúde. Rev Panam Salud Publica. ● OLIVEIRA, S. A. Comportamento do chumbo em um solo típico de uma área de destruição de munição. Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2017. ● ROCHA, A. J. D. Perfil Analítico do Chumbo, Ministério de Minas e Energia, Boletim Nº 8. 1973.
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