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Drogas ilícitas 
Introdução
O diagnóstico diferencial de quadros de intoxicação por drogas ilícitas é uma necessidade em qualquer situação de atendimento de emergência, nesse contexto, para facilitar a realização desse processo, o capitulo em questão apresenta os principais fatores a serem analisados para um atendimento assertivo.
Tabela- Drogas Ilícitas.
	Drogas
	Manifestações Clínicas
	Diagnóstico
	Abordagem
	
Heroína
	Intoxicação leve a moderada: miose geralmente puntiforme, náuseas, vômitos, ansiedade, euforia, sonolência, bradicardia, hipotensão arterial, diminuição da peristalse e flacidez muscular.
Intoxicação grave: é caracterizada pela tríade de depressão do sistema nervoso central (SNC), depressão respiratória e miose puntiforme. Se não tratado, este quadro poderá evoluir para coma profundo, bradipneia até apneia e óbito.
	Clínico: Baseado na história de exposição ao agente no exame físico, atentando para a presença da tríade característica de sinais e sintomas (a contração da pupila é um sinal importante na distinção clínica da overdose de heroína em relação a overdose por outras drogas, como cocaína e anfetaminas, que produzem midríase).
Complementar: Teste rápido de triagem ou CCD para drogas de abuso, ECG, RX, eletrólitos, função hepática e renal, CPK, hemograma, glicemia, gasometria e pH e enzimas cardíacas.
	Desobstruir vias aéreas e administrar oxigênio suplementar quando necessário, monitorizar sinais vitais, manter acesso venoso calibroso e hidratação adequada.
A hipotensão geralmente é revertida pela naloxona. em alguns casos solução salina e vasopressores podem ser necessários, tratar urticária e prurido com anti-histamínicos (se necessário), verificar se há infecção nos locais de injeção e sinais clínicos de endocardite, pneumonia e edema pulmonar. 
	
Cocaína/
Crack¹
	Intoxicação leve a moderada: Agitação psicomotora, apreensão, pseudoalucinações, inquietude, instabilidade emocional, movimentos estereotipados, tiques, tremores não intencionais de face e dedos das mãos, palidez, hipertensão arterial, taquicardia, dor torácica, hipertermia, diaforese, midríase, cefaleia, náuseas e vômitos, dor abdominal.
Intoxicação grave: Podem ocorrer arritmias cardíacas, hipotensão arterial, dispneia, IAM, convulsão e status epilepticus.
	Clínico: Suspeitar de intoxicação por cocaína ou crack em adultos jovens que desenvolvem síndrome adrenérgica. Lesões de mucosa nasal ou restos de pó ao redor das narinas podem ser achados em indivíduos que utilizaram a via intranasal. Nos usuários de crack é comum encontrar queimaduras em pontas dos dedos.
Complementar: Testes utilizando fitas reagentes mono ou multidrogas, cromatografia em camada delgada (CCD) em urina. É positivo para cocaína não metabolizada até 6 a 12 horas do uso e para a benzoilecgonina até 60 horas da exposição.
	Desobstruir vias aéreas e administrar oxigênio suplementar quando necessário, monitorizar sinais vitais, manter acesso venoso calibroso, hidratação adequada e medidas de resfriamento corporal, quando indicadas.
	
Canabinóides
(Maconha/ Hachiche)
	Hiperemia da conjuntiva ocular, ataxia, fala arrastada, boca seca, aumento do apetite, taquipneia, taquicardia. Podem ocorrer hipertensão arterial e hipotensão ortostática com doses mais elevadas. Os sinais psíquicos podem ser hilaridade espontânea, incoordenação, prejuízo da atenção e concentração, alteração da percepção espaço-tempo, exacerbação de transtornos "neuróticos" e "psicóticos" pré-existentes.
	Clínico: Baseado na história e em achados típicos, como vermelhidão ocular, taquicardia, alteração de humor e da cognição. 
Complementar: Testes imunocromatográficos utilizando fitas reagentes mono ou multidrogas, Eletrólitos e glicose.
	Administrar oxigênio suplementar quando necessário, monitorizar sinais vitais, manter acesso venoso calibroso.
Obs: Descontaminação está indicada apenas nos casos de ingestão de grandes quantidades, com lavagem gástrica seguida por carvão ativado.
	
LSD
(Ácido/Doce)
	Alterações na percepção, principalmente de caráter visual e auditivo, e sinestesias (ex.: "ouvir cores" ou "ver sons"). O pensamento pode ficar acelerado ou desorganizado, com ideias soltas e perda do foco. Taquicardia, sudorese, piloereção, midríase, aumento de temperatura e hipertensão arterial podem acontecer, porém são leves.
	Clínico: Baseado na história e em achados típicos como agitação e ansiedade. Requer diferencial com outras drogas estimulantes.
Complementar: O LSD não é detectado nos testes de rotina para a detecção de drogas de abuso. Monitorar eletrólitos, glicose, função renal, ECG.
	Desobstruir vias aéreas e administrar oxigênio suplementar quando necessário, monitorizar sinais vitais, manter acesso venoso calibroso, hidratação adequada, e medidas de resfriamento corporal quando indicadas.
	
Ecstasy
(MDMA)
	Taquicardia, hipertermia, agitação, delírios, hipertensão arterial, sudorese profusa, irritabilidade, midríase fotorreagente. Casos mais graves, podem ocorrer convulsões, colite isquêmica, IAM, AVC, síndrome serotoninérgica e rabdomiólise. 
Pode ter também aumento da energia, da sociabilidade e da disposição sexual.
	Clínico: Suspeitar de intoxicação por ecstasy quando há história de uso e manifestações simpatomiméticas.
Complementar: CCD ou teste rápido para drogas de abuso, monitorar eletrólitos, glicose, função renal, função hepática, CPK, urina com pesquisa de mioglobinúria (suspeita de rabdomiólise), ECG, troponina (suspeita de IAM) e coagulograma.
	Desobstruir vias aéreas e administrar oxigênio suplementar quando necessário, monitorizar sinais vitais, manter acesso venoso calibroso, hidratação adequada, e medidas de resfriamento corporal quando indicadas. Para descontaminação realizar lavagem gástrica e posterior administração de carvão ativado apenas em casos de ingestão precoce de grande quantidade.
Adaptado do Manual de Toxicologia Clínica 1º edição.
· Observações 
Quanto a Cocaína atentar para:
Body Stuffer: Pequeno traficante que ingere pequena quantidade da droga para se livrar do flagrante policial.
- Tratamento: carvão ativado em dose única, catártico salino, monitorização, sintomáticos. 
Body Packer: é o transportador de grande quantidade de drogas através da ingestão de cápsulas hermeticamente fechadas contendo a droga. Há grande perigo de rompimento de uma cápsula e consequente morte súbita. 
- Tratamento: lavagem intestinal contínua com solução de polietilenoglicol (manipulada) até eliminação total das cápsulas: 
* Adolescentes e adultos, 1.500 a 2.000 mL/hora; 
* 6 a12 anos, 1.000 mL/hora; * 9 meses a 6 anos, 500 mL/hora.
Monitorização: Em caso de início de sintomas, intervenção cirúrgica imediata. 
Body pusher: Pequeno traficante que transporta grande quantidade de drogas embaladas hermeticamente e introduzidas nos orifícios naturais – reto, vagina, ânus. 
- Tratamento: retirada mecânica e/ou catártico salino¹.
Referências
1- AMERICAN COLLEGE OF SURGIONS COMMITTEE ON TRAUMA . Advanced Trauma Life Suport - ATLS. 9 ed. , 2012.
Manual de Toxicologia Clínica: Orientações para assistência e vigilância das intoxicações agudas. Edna Maria Miello Hernandez, Roberto Moacyr Ribeiro Rodrigues, Themis Mizerkowski Torres. São Paulo: Secretaria Municipal da Saúde, 2017. 465

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