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ARBOVIROSES Patogênese: inoculação do vírus por artrópodes -> multiplicação local nos linfáticos -> circulação, causando viremia primária -> disseminação de acordo com o tropismo do vírus. Eventualmente esses vírus podem causar uma viremia secundária (doença bifásica) com desorganização do sistema imune, formação de imunocomplexos e resposta imune exacerbada com dano aos tecidos. Há 4 síndromes clínicas possíveis: doença febril inespecífica, doença febril com exantema, febre hemorrágica e encefalite. 1. Encefalite do oeste do Nilo: - Disseminação começou através de pássaros - Flavivirus - Encefalite leve, podendo deixar sequelas cognitivas ou motoras. 2. Encefalite por arbovírus Rocio: - Surto da década de 70 com encefalite grave, cefaléia, vômito, torpor, podendo levar a óbito ou sequelas. Surto cedeu com medidas de combate ao vetor e vacinas. - OBS: causa mais comum de encefalite = herpes vírus. 3. Dengue: - Flavivirus com 4 sorotipos: DEN-1/2 (+ associado a sd hemorragia e choque)/3/4. - Patogenia da dengue grave: aumento da permeabilidade vascular e perda de plasma nos vasos sanguíneos (plaquetopenia extrema), gerando tontura, hipotensão, aumento do hematócrito. - OBS: a presença prévia de anticorpos leva a ativação do complemento podendo haver uma reação cruzada, o que agrava a situação. - Fatores predisponentes: DM, asma, anemia falciforme. - Clinica: período de incubação curto (3-14d) e rápida evolução. Fase febril (2-7d) com cefaléia, mialgia, artralgia, dor retroorbitária, diarreia, exantema, náuseas, vômitos, hiporexia e recuperação progressiva na maioria. Fase crítica (3-7d) pode ocorrer em alguns pacientes, período de defervescência da febre e iniciam os sinais de alarme (dor abd, vômitos persistentes, acúmulo de líquidos, lipotimia, hepatomegalia, sangramentos de mucosa, letargia) que podem evoluir para a forma grave. Forma grave pode haver disfunções orgânicas, miocardite, hepatite com insuficiência hepática, encefalite, meningite, sd de reye e choque (sinais de choque = taquicardia, taquipneia, pulso fraco, enchimento capilar lento, PA convergente, oligúria, hipotensão e cianose). - Laboratório pode haver: leucopenia ou leucócitos (choque avançado), linfocitose, plaquetopenia, hemoconcentração, elevação de transaminases, hipoalbuminemia e anemia (casos de sangramentos). - Outros testes: antígeno NS1 (1os 5d), serología por elisa convencional IgM/IgG+ (5-7d), PCR para o vírus da dengue (1os 5d), cultura viral. - TTO: hidratação, paracetamol, dipirona, anti-eméticos. Não dar AINE ou AAS. Se sinais de alarme, choque ou outras formas graves, hospitalizar Profilaxia: repelentes, roupa protetora, uso de telas, eliminar focos de mosquitos. 4. Febre Amarela: - Flavivirus de RNA com 7 genótipos - Forma silvestre (mosquitos Haemagogus e Sabethes) os homens são acometidos acidentalmente (mosquitos atacam macacos). Forma urbana (Aedes aegypti) os humanos são reservatórios Patogenia: o vírus faz CIVD com fenômenos trombóticos no vaso, consumo dos fatores de coagulação e sangramentos. - Clinica: período de incubação curto (3-6d). Período de infecção (2-3d) tem-se a viremia, sinal de faget (febre+bradicardia), calafrios, cefaléia,mialgia, dor lombar, hepatomegalia, dor abd e hiperemia conjuntival. Fase de remissão (24-48h) com período afebril. Fase de intoxicação surgem os anticorpos, some a viremia, volta febre, icterícia inicia, IRA, hemorragias, coma, choque, óbito. - Laboratório: leucopenia (grave=leucocitose), aumento TGO e TGP, albuminúria, uréia e creatinina elevadas, plaquetopenia e consumo de fibrinogênio. - Diagnostico: sorologia, isolamento viral e IHQ (após a morte). DD: leptospirose, malária, hepatites A e E, febre tifóide, sepse, febre maculosa, dengue hemorrágica. - TTO: formas ictéricas é internação/repouso/observação. Forma grave: UTI, hemodiálise, hidratação EV, transfusão, transplante hepático. - Profilaxia: combate ao Aedes, vacinação (contra indicada em alérgicos a ovo e imunodeprimidos). 5.Chikungunya: - Togavirus - Clínica: sintomática em 70%, período de incubação de 1-12d; na doença aguda haverá febre, mialgia, artralgia, poliartrite, exantema, cefaléia, vômito, úlcera oral, conjuntivite leve. O sintoma das fases subaguda e crônica é principalmente artrite. - Manifestações neurológicas: meningoencefalite, convulsão, uveíte, neurite óptica, miocardite, pericardite, arritmias, dermatoses vesiculobolhosas, ulcerações cutâneas, nefrite, IRA, pneumonia, insuficiência respiratória, pancreatite. - Laboratório: leucopenia discreta, pode elevar CPK e PCR. - Diagnóstico: sorologia por elisa (IgM na aguda/IgG na crônica), PCR-RT, cultura viral. 6. Zika vírus: - Flavivirus de RNA - Clínica: transmitida pelo Aedes e via sexual, incubação de 3-12d, havendo febre, exantema, dor periorbitária, cefaléia, conjuntivite, artralgia. - Laboratório: viremia até o 5o dia com PCR-RT+. Pode haver viúva. Sorologia IF e elisa pode ter reação cruzada com outros flavivírus. - OBS: alta teratogenicidade, causando microcefalia. Nas fases mais avançadas da gestação o vírus pode atingir o SNC do feto causando encefalite. - TTO: sintomáticos e anti histamínicos. - Profilaxia: controle do vetor, repelentes, telas em janelas, complexo B, não engravidar.
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