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Amebíase É mais complexa e mais grave quando comparada à giardíase. Possui a forma de trofozoíto e de cisto. O trofozoíto (não é flagelado) emite pseudópodes para se movimentar, ele é invasivo (invade a mucosa intestinal). São parasitas do homem, encontradas no mundo todo. A forma de trofozoíto é a que movimenta, gera sintomas, reproduz e alimenta. O habitat das amebas é o intestino grosso, inclusive das amebas comensais. Muitas amebas passam de trofozoíto para cisto (forma que contamina o ambiente, e é infectante para o homem). TRANSMISSÃO Ocorre pela ingestão de águas e alimentos contaminados por cistos. Quando esses são ingeridos e chegam ao intestino grosso, transformam-se em trofozoítos. Existem amebas de vida livre, comensal. Várias amebas de vida livre, mas não vem ao caso serem estudadas. A única espécie que vale a pena ser estudada no momento é a Entamoeba histolytica que é o agente etiológico da amebíase. Existem diversas espécies comensais que podem estar no intestino humano e, consequentemente, aparecer no exame de fezes. Disenteria: pode ser causada por agentes que lesam o intestino grosso, podendo ser ameba, bactéria. Existe a disenteria bacilar que possui como agente etiológico bactérias dos gêneros Shigella, ela pode invadir a mucosa intestinal e seu habita é intestino grosso. A diferença de uma disenteria bacilar para uma disenteria amebiana é o quadro clínico. Paciente com quadro bacteriano possui febre muito alta. Existem algumas amebas de vida livre que podem causar doença como a Naegleria, presente em água de açudes, quando o homem nada pode entrar pelo trato respiratório (nasofaringe) podendo atingir SNC e desencadear um quadro gravíssimo, visto que esse trofozoíto se alimenta de neurônios (vai desmanchando partes do cérebro). A naegleria ainda não está presente no Brasil, mas esse ano teve casos dessa amebíase em Buenos Aires. CICLO BIOLÓGICO Entamoeba histolytica é a mais patogênica ao homem. Essa ameba penetra na mucosa intestinal (invade) e se multiplica dentro da mucosa. Quando realiza análise do trofozoíto ele possui hemácias, visto que realizam fagocitose de eritrócitos. Trofozoítos se alimentam de hemácias. Possuem movimento progressivo e ativo, portanto é direcional (diferentemente de amebas comensais, que são desnorteadas). Os cistos de um a vários núcleos é de fácil identificação, embora pequenos. O homem ingere água e alimentos contaminados com o cisto, passa pelo estômago, intestino delgado, no intestino grosso desincista e se transforma em trofozoíto. O cisto pode apenas penetrar na mucosa e se desenvolver, sem necessariamente invadir. O que define se a infecção ficará restrita ao intestino ou invadirá o fígado é o sistema imunológico e a carga parasitária. Pode haver diarreia, que evolui para disenteria. Caso invada existe hepatite amebiana, com abcesso hepático e complicações importantes; existe também pneumonia amebiana e pode atingir o SNC causando meningite amebiana. O mais frequente é a hepatite amebiana. Tudo isso depende muito do sistema imune do paciente. Em um paciente com hepatite e problemas intestinais normalmente não se pensa em amebíase, por isso é importante pedir o EPF, pois no laudo já estará escrito Entamoeba histolytica, e caso não trate pode ser fatal. Essa doença é pior devido à invasão, claro o quadro intestinal também é um quadro crônico, há colite, simulação de síndrome do intestino irritado. O exame de fezes pode dar negativo, visto que o cisto é pequeno, sendo necessário um bom laboratório. EVOLUÇÃO: Invasão do trofozoíto (responsável pelos sintomas), multiplica e podem penetrar tecidos proporcionando microulcerações e reação inflamatória. Da submucosa as amebas podem atingir diversos órgãos. No intestino é mais frequente na região do ceco e do reto, mas pode haver úlceras ao longo de todo o intestino grosso e se atingir o Sistema Porta-hepático, chega ao fígado e forma abcesso e necrose. Pode chegar também ao pulmão e raramente no cérebro. SINTOMAS Pode ser assintomático. Quando sintomático pode haver apenas diarreia em um quadro de colite não disentérica, sem sangue e sem pus. Cólica, raramente febre, períodos alternados de constipação e diarreia. Isso pode evoluir para uma colite disentérica (10% dos pacientes parasitados), as cólicas intensas e diarreias podem ser acompanhadas de muco ou sangue, pode haver um quadro febril, acompanhado de cólica intensa e tremor. Se houver disseminação sanguínea a paciente apresentará o quadro extraintestinal, no qual é muito comum a formação de abcessos hepáticos, havendo dor abdominal, febre intermitente com calafrios, anorexia, perda de peso, hepatomegalia dolorosa. Os abcessos pulmonares são mais raros, as infecções cerebrais são mais raras ainda. Todos os pacientes que apresentam lesão cerebral apresentam também lesão hepática. DIAGNOSTICO Para o diagnóstico é necessário exame de fezes positivo. Não é usual pedir sorologia para Entamoeba histolytica. O diagnóstico do quadro intestinal é fácil, mas do extra intestinal é mais difícil. Os sintomas intestinais são de síndrome do cólon irritado ou colite mucosa, portanto tem que fazer o exame de fezes, visto que as doenças que apresentam esses sintomas possuem diversas causas. Na triagem de diarreia o primeiro exame é o EPF. Diarreias virais em 5 dias o paciente está curado, visto que as viroses são alto limitadas, portanto é necessário fazer hidratação/ reposição de eletrólitos. No EPF pesquisasse principalmente protozoários, visto que raramente helmintos causam diarreia. Na coprocultura são pesquisadas inúmeras bactérias, mas no Brasil, principalmente coli, salmonella, shigella, entre outras. As vezes sem coprocultura já é possível identificar que a diarreia é bacteriana, esses casos apresentam diarreia intensa, com febre, leucocitose. O EPF em casos de diarreia deve-se buscar principalmente os cistos de protozoários. Existem mais diagnósticos de diarreia crônica, como Clostridium difficile é necessário diagnóstico sorológico, através do método ELISA, por exemplo. Droga de escolha para anaeróbio é metronidazol. Isso é a principal causa de diarreia em paciente hospitalizado, pois é comum que os pacientes possuam desequilíbrio de microbiota devido a antibioticoterapia, o que proporciona uma disbiose (alteração da microbiota intestinal). Então, essa bactéria formadora de esporo coloniza o ambiente e o paciente e devido a essa disbiose vai desencadear um quadro de diarreia importante. A dificuldade do diagnóstico etiológico pode ocorrer em doenças diarreicas, visto que possuem diversas causas. Suspeita de um quadro compatível com protozoários, visualizar através do EPF o cisto de Entamoeba histolytica. É importante guarda a Entamoeba díspar que é comensal, o problema é que ela é idêntica a Entamoeba histolytica, portanto não é possível diferencial as duas. No laudo vem escrito: cistos de Entamoeba histolytica/ díspar. Existe o diagnostico sorológico devido à dificuldade de diferenciação pelo EPF e existe também o quadro extra intestinal. O teste sorológico positivo indica que houve penetração do parasita no tecido, visto que um parasita que coloniza apenas o TGI não possui resposta de anticorpo satisfatória. Um outro método é o empírico, tratou com metronidazol / antiamebiano um paciente que possuía um quadro de colite e ele melhorou. Diagnostico clinico na fase aguda é semelhante a outras doenças que causam disenteria, por exemplo, a disenteria bacilar, salmonelose, balantidíase, tuberculose e carcinoma. Na forma crônica é difícil, pois o paciente se acostuma a ir ao banheiro todos os dias várias vezes e não liga mais para esse fato. O diagnóstico laboratorial pode ser através de pesquisa do parasita, devem ser realizados vários exames, pode pesquisar trofozoítos (é intestino grosso e diarreia abundante) e cistos. Pode corar pela hematoxilina ou realizaro exame direto. Na pesquisa de cistos pode usar técnicas de flutuação ( ) o problema é que o laudo não vem diferenciando as duas amebas. Nesse caso, o diagnostico sorológico é importante, visto que tem o quadro intestinal, portanto podem-se pesquisar anticorpos anti Entamoeba histolytica , principalmente pela técnica de ELISA e IFI (pesquisa de anticorpo), IFD (pesquisa de antígeno). PROFILAXIA ● Saneamento básico. TRATAMENTO ● metronidazoil, tinidazol.
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