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Crescimento de Igreja Estudos em Religião Jómarson Dias Página 1 de 49 ENTENDA O CRESCIMENTO DA IGREJA Um líder sábio aprende e emprega os princípios do crescimento da igreja para ganhar suas comunidades para Cristo. Alguns argumentam que só precisamos do poder do Espírito Santo para alcançar as pessoas. No entanto, acredito que o poder de Deus, o trabalho duro e a implementação de métodos corretos se combinam para produzir uma evangelização eficaz por parte da igreja. O QUE É IGREJA? A palavra traduzida como “igreja” na Bíblia é ekklêsia. Esta palavra é composta pelo verbo kaleô (chamar) com o prefixo ek (para fora). Assim, a palavra significa “os que são chamados para fora”. A ideia parece ser a de um grupo de cristãos em todo o mundo que constitui a representação física de Cristo na Terra. A declaração de Jesus, em Cesareia de Filipe, “eu edificarei a minha igreja” (Mt 16:18) significa que a igreja cristã foi fundada de acordo com o propósito divino. Esse propósito foi revelado no ensino de Jesus acerca do novo Israel, do qual os discípulos eram o núcleo. Ele mostrou as exigências que constituíam a nova comunidade cristã (Mc 8:38). E Sua concepção da missão dessa comunidade é revelada no envio dos doze (Mc 3:13,14) e dos setenta (Lc 10:17-20). IMAGENS DA IGREJA NO NDVO TESTAMENTO No Novo Testamento, há metáforas, imagens e analogias que se referem à igreja. Algumas são explícitas, outras indiretas. Essas incluem: ramos da vinha (Jo 15:5), arca (1 Pe 3:18-22), templo espiritual (2 Co 6:16-18; 1 Co 3:16, 17), a noiva de Cristo (Ef 5:22-31; 2 Co 11:1,2), embaixadores (2 Co 5:18-21), nação santa (1 Pe 2:9), casa (Ef 2:19), corpo de Cristo (Ef 1:22-23), dentre outras. Cada uma dessas imagens transmite um aspecto distintivo ou função da igreja. As imagens mais empregadas pelos ASD são a de uma família, arca e corpo de Cristo. VISÃO PRULINA DA IGREJA A igreja é o corpo de Cristo. Essa é a imagem mais comumente usada nos escritos de Paulo. Em sua essência, a igreja é alicerçada na cristologia, ou seja, ela é o corpo do qual Cristo é o cabeça (Cl 1:18). Paulo descreve a igreja como estando “em Cristo”. Por outro lado, a função da igreja na terra e a amplitude de sua tarefa entre as nações são fundamentadas em sua identidade escatológica. Ela é comissionada a levar o evangelho “a todas as nações... até a consumação dos tempos” (Mt 28:19,20). Em seu livro Community of Faith, o missiólogo adventista Russell Staples apresenta duas ênfases que se opõem:1 Ênfase no foco cristológico. Há algumas igrejas que mantêm um alto conceito de corpo místico de Cristo ao ponto de valorizarem atividades como a celebração da ceia, 1 Staples, Russell L. (1999). Community ofFaith: The seventh-day adventist church in the contemporary world (59-63). Hagerstown, MD: Review and Herald Publishing Association. Página 2 de 49 mas que têm pouco senso de missão. Por um lado, elas pretendem ser centros de graça e caridade. Por outro lado, elas são isoladas da sociedade por paredes espessas e vitrais coloridos. A falta de uma visão escatológica conduz a uma comunhão introvertida. Ênfase no foco escatológico. Essas igrejas são direcionadas pela visão missionária de proclamar a mensagem até aos confins da terra e apressar o dia da volta de Jesus. Há beleza em seu zelo e fidelidade, mas pouca atenção é dada ao que significa estar “em Cristo” como comunidade de fé. Manutenção de um foco equilibrado. Quando os focos gêmeos da cristologia e da escatologia são mantidos em equilíbrio, como numa elipse, há uma preocupação pelo que a igreja é: sua vida corporativa “em Cristo”, bem como pela sua tarefa de levar o evangelho ao mundo. Vemos estas duas ênfases nos escritos de Paulo. “Ai de mim”, ele declarou, se “eu não pregar o evangelho” (1 Co 9:16). Por outro lado, ele não apenas se sentia chamado a abrir novas igrejas, mas também estava constantemente preocupado em mantê-las funcionando de maneira saudável. A maioria de suas cartas foi escrita visando manter a unidade e a edificação dessas igrejas (G1 5:19-24; Rm 12:1- 15:13; F1 2:12-18; Cl 3:12-16 e 1 Ts 4:1-12; 5:1-22). Assim, a igreja testemunha do Senhor de duas maneiras. Primeiro, do ponto de vista da cristologia, através de relacionamentos afetuosos dentro da comunidade que refletem a beleza do evangelho e atraem pessoas para o seu meio. Segundo, o horizonte escatológico de sua existência constantemente relembra a igreja de seu propósito divino de proclamar a mensagem da transformação final por ocasião da vinda de Jesus. Atracional ou Missional? Ao longo dos anos, tem havido uma tensão entre igrejas focadas em pessoas não alcançadas (seeker sensitive) e igrejas focadas nos membros já existentes (believer focused). Uma igreja atracional é uma igreja “vem e vê.” O objetivo do seu ministério é levar as pessoas da comunidade até suas instalações ou santuário a fim de ver o que ela tem para oferecer. A principal motivação é atrair as pessoas à sua porta a fim de que participem de seus programas. Ela prioriza o uso de seus recursos (tempo, energia e dinheiro) internamente. Tudo é projetado para melhorar a construção, aumentar o número de visitantes e fortalecer seus programas. Uma igreja missional é aquela que vive e respira a missão de Deus. Para Stetzer, “a igreja é uma das poucas organizações no mundo que não existe para o benefício de seus membros. ”2 Ela é uma comunidade que valoriza o “ir e ser.” Ela olha para fora, levando a sério o mandamento de Cristo de “ir e fazer discípulos de todas as nações” (Mt 28:19).3 A igreja missional não se opõe à atracional, mas ela procura mudar: • de programas para processos, • de atração para invasão, 2 Stetzer, E., & Putman, D. (2006). Breaking the missional code: Your church can become a missionary inyour community (44). Nashville, TN: Broadman & Holman Publishers. 3 Stevenson, (2007). 5 Things Anyone Can Do to Help Their Church Grow. You Can! (77-78). Indianapolis, IN: WPH. Página 3 de 49 • da uniformidade para a diversidade, • da atitude de esperar que venham para o enviar, • de decisões para discípulos, • da adição para a multiplicação, e • de monumentos para movimentos.4 QUAL É A MISSÃO DA IGREJA? A palavra missão significa o esforço consciente por parte da igreja, em sua capacidade corporativa, ou através de agências de voluntariado, para proclamar o evangelho entre os povos e em regiões onde a mensagem de Cristo ainda é desconhecida ou só pouco conhecida.5 Diferentes vozes dentro de tradições diversas, em momentos diferentes, têm oferecido diferentes entendimentos da finalidade da missão. Para nós, “a missão da Igreja Adventista do Sétimo Dia é proclamar a todos os povos o evangelho eterno no contexto das mensagens dos três anjos de Apocalipse 14:6-12, levando-os a aceitar a Jesus como seu Salvador pessoal e a unir-se com a Sua Igreja, e alimentando-os em preparação para o Seu retorno em breve.”6 O QUE É O CRESCIMENTO DA IGREJA? O crescimento da igreja começou no livro de Atos, mas o Movimento de Crescimento de Igreja começou com Donald McGavran.7McGavran serviu como missionário por mais de trinta anos na índia. Ele descobriu que as igrejas em alguns distritos cresceram, enquanto que, em outros distritos, o mesmo não ocorreu. Ele estudou esse fenômeno e publicou suas descobertas em um pequeno livro chamado Bridges of God (“A s Pontes de Deus” ) em 1955. Crescimento da igreja é a disciplina que investiga a natureza, a expansão, o plantio, a multiplicação, as funções e a saúde de igrejas cristãs, na medida em que elas implementam com eficiência a comissão de Deus para “fazer discípulos de todos os povos” (Mt 28:18-20).8 Alguns argumentam que só precisamos do poder do Espírito Santo paraalcançar as pessoas. No entanto, acredito que o trabalho divino, o treinamento sistemático e métodos corretos se combinam para produzir um crescimento de igreja eficaz. PRINCÍPIOS DE CRESCIMENTO DA IGREJA 4 Stetzer, E., & Putman, D. (2006). Breaking the missional code: Your church can become a missionary inyour community (48). Nashville, TN: Broadman & Holman Publishers. 5 Terry, J. M., Smith, E. C., & Anderson, J. (1998). Missiology: An introduction to the foundations, history, and strategies o f worldmissions (2). Nashville, TN: Broadman & Holman Publishers. 6 http://www.adventist.org/world-church/name-mission/index.html 7 Reid, A. L. (1998). Introduction to evangelism (284). Nashville, TN: Broadman & Holman. 8 Terry, J. M., Smith, E. C., & Anderson, J. (1998). Missiology>: An introduction to thefoundations, history, and strategies o f world missions (498). Nashville, TN: Broadman & Holman Publishers. Página 4 de 49 Existem muitas listas de princípios de crescimento de igrejas entre os escritores contemporâneos. A lista seguinte resume vários princípios extraídos de diferentes fontes. PRINCÍPIO # 1: A LIDERANÇA É ESSENCIAL PARA O CRESCIMENTO “O sinal vital número um de uma igreja com crescimento saudável é o líder cuja liderança dinâmica tem sida usada para catalisar a igreja inteira em ação para o crescimento.”9 Quando o líder não tem visão de crescimento e pouca preocupação pelo evangelismo, se toma um obstáculo ao crescimento. O líder é a chave para o crescimento da igreja quando ele é obediente à Grande Comissão e busca salvar o perdido (Lc 19:10); quando pastoreia sua congregação (At 20:28); compartilha sua liderança com outros (2 Tm 2:2); sua autoridade é estabelecida pelo exemplo e serviço humilde (Mt 23:8-12; 1 Pe 5: 1-4) e ele se adapta à igreja por causa de seus dons, personalidade, experiência e estilo de liderança. PRINCÍPIO #2: A ORAÇÃO É INDISPENSÁVEL PARA O CRESCIMENTO A igreja que nunca ora nunca cresce. Jesus relacionou a oração à mobilização da igreja para o trabalho (Mt 9:38). Quando a igreja foi formada no Pentecostes com a adição de três mil conversos, a prática da oração era um dos elementos básicos de sua instrução (At 2:42). Os cristãos oraram por direção (1:24); pela ousadia no testemunho (4:23-33); pela missão (13:3); e pelo bem estar das igrejas (14:23). Paulo orientou os membros a orar uns pelos outros (R m 15:30-31; E f 6:18-19; lT s 5:25); e os líderes a orar por suas igrejas (lTs 3:12; 2 Ts 3:15; F1 1:9-11; Ef 3:14-21). Em 1906, Ellen White aconselhou a se fazerem reuniões de oração em favor da penetração da verdade em lugares resistentes: “Tenha a igreja em Los Angeles reuniões especiais de oração, diariamente, em favor do trabalho que está sendo feito. A bênção do Senhor virá sobre os membros da Igreja que assim tomarem parte na obra, reunindo-se em pequenos grupos, cada dia, para orarem pelo seu êxito. Desta sorte... a obra do Senhor progredirá.” Evangelismo, p. 111,112. PRINCÍPIO #3: A IGREJA PRECISA QUERER E SE MOBILIZAR PARA CRESCER Cada membro tem uma função particular a desempenhar e uma contribuição especial a dar. Paulo usa a analogia do corpo humano para descrever a parte que cada membro tem na vida da igreja (1 Co 12:4-7). Por sua vez, a tarefa dos líderes e especialistas da igreja é treinar os membros para o ministério (Ef 4:12). Esse conceito de ministério é reforçado pelo fato de que todos somos “sacerdócio real” (1 Pe 2:9). Logo, não pode haver espectadores, somente participantes (Rm 12:6-8). Deus não confiou a Grande Comissão aos anjos, mas aos seres humanos. Acerca da cooperação humana com os anjos na experiência de Filipe, Ellen White afirmou: 9 Elmer L. Towns, Evangelism and Church Growth, p. 78 Página 5 de 49 “Um anjo guiou Filipe àquele que procurava a luz, e que estava pronto para receber o evangelho; e hoje anjos guiarão os passos dos obreiros que permitam ao Espírito Santo santificar-lhes a língua, educar e enobrecer- lhes o coração. O anjo enviado a Filipe podería ter ele próprio feito a obra pelo etíope, mas essa não é a maneira de Deus agir. É Seu plano que os homens trabalhem por seus semelhantes.” Atos dos Apóstolos, p. 109. Deus e a humanidade trabalham juntos. Por isso, a espiritualidade nunca pode ser divorciada do trabalho missionário. Evangelismo e crescimento de igrejas não são o resultado de truques psicológicos, mas uma obra de Deus com a cooperação humana. PRINCÍPIO #4: AS IGREJAS QUE CRESCEM CULTIVAM UMA CULTURA DE EVANGELISMO A cultura de evangelismo é também chamada de “consciência de crescimento de igrejas.” Ela existe quando a preocupação em ganhar os perdidos permeia cada departamento e membro da igreja. Essa cultura ocorrerá quando a igreja perceber que sua identidade está ligada ao cumprimento da Grande Comissão. Ellen White incentiva a igreja a cultivar essa cultura nas seguintes palavras: “Por que não sentem os crentes preocupação mais profunda, mais fervorosa pelos que estão afastados de Cristo? Por que não se reúnem dois ou três e instam com Deus pela salvação de determinada pessoa, e, em seguida, doutra? Formemos em nossas igrejas grupos para o serviço. Unam-se vários membros para trabalhar como pescadores de homens. Procurem arrebatar almas, da corrupção do mundo, para a salvadora pureza do amor de Cristo.” Testemunhos Seletos, vol. 3, p. 84. “Apeguem- se os obreiros às promessas de Deus, dizendo: “Tu prometeste: ‘Pedi, e recebereis.’ João 16:24. Eu preciso que esta alma se converta a Jesus Cristo.” Solicitai orações pelas almas por quem trabalhais; apresentai-as perante a igreja como objetos de súplica. Será justamente o que a igreja necessita, para ter sua mente desviada de suas pequenas e prediletas dificuldades, sentir grande fardo, pessoal interesse por uma alma que esteja prestes a perecer. Selecionai uma nova alma, e ainda outra, buscando diariamente guia de Deus, em Suas mãos depondo tudo em fervente oração, e trabalhando na sabedoria divina. Ao fazerdes isso, vereis que Deus dará o Espírito Santo para convencer a alma, e o poder da verdade para convertê-la.” Medicina e Salvação, p. 245 PRINCÍPIO #5: A IGREJA CRESCE EM PROPORÇÃO AO SEU ESFORÇO DE ATENDER AS NECESSIDADES DAS PESSOAS O serviço de Jesus era motivado pelo amor a todas as pessoas e geralmente se manifestava em impulsos de compaixão (Mt 9:36; 14:14; 15:32; Mc 1:41; Lc 7:13). Ele deu vistas ao cego; conforto ao atribulado; audição ao surdo e cura ao inválido. Ele tinha a reputação de fazer o bem (At 10:38). De igual maneira, os membros da igreja devem ser motivados a servir a comunidade e alcançá-la para Cristo. As boas obras devem caracterizar a vida de todos os cristãos (Ef 2:8-10). Essa boas obras devem ser o Página 6 de 49 fundamento para as boas novas (Mt 5:16). Ellen White descreve o que é considerado a “carta magna” do evangelismo: “Unicamente os métodos de Cristo trarão verdadeiro êxito no aproximar-se do povo. O Salvador misturava-Se com os homens como uma pessoa que lhes desejava o bem. Manifestava simpatia por eles, ministrava-lhes às necessidades e granjeava-lhes a confiança. Ordenava então: “Segue-Me.” Ciência do Bom Viver, p. 143 E qual é esse método? Ellen White sugere que ele é relacionai e focaliza as necessidades das pessoas como ponto de início. Observe as seguintes palavras: “É necessário pôr-se em íntimo contato com o povo mediante esforço pessoal. Se se empregasse menos tempo a pregar sermões, e mais fosse dedicado a serviço pessoal, maiores seriam os resultados que se veriam. Os pobres devem ser socorridos, cuidados os doentes, os aflitos e os que sofreram perdas confortados, instruídos os ignorantes e os inexperientes aconselhados. Cumpre-nos chorar com os que choram,e alegrar-nos com os que se alegram. Aliado ao poder de persuasão, ao poder da oração e ao poder do amor de Deus, esta obra jamais ficará sem frutos. ” Ibid. O que é indicado na primeira declaração é elaborado na segunda. Ela fala claramente sobre necessidades sentidas. Os servos de Deus precisam se aproximar das pessoas que eles estão tentando alcançar e suprir suas necessidades. PRINCÍPIO #6: IGREJAS QUE CRESCEM TENTAM NOVAS MANEIRAS E DESCOBREM NOVAS ABORDAGENS DE EVANGELISMO Isto não significa que a igreja deveria mudar sua mensagem. A verdade eterna é imutável. O modo, porém, como a verdade é comunicada e sua forma de apresentação podem variar conforme a cultura. Tempos atrás, Ellen White aconselhou a Igreja Adventista a descobrir novas maneiras de trabalhar. Ela foi grande defensora da inovação na Igreja Adventista. Veja alguns conselhos de inovação selecionados de Ellen White: “Nem sempre conseguimos os mesmos resultados mediante os mesmos métodos e modos. O missionário precisa usar de discernimento e raciocínio. A experiência indicará a maneira mais sábia a seguir segundo as circunstâncias do momento.” Obreiros Evangélicos, p. 468 “Não nos esqueçamos de que diferentes métodos devem ser empregados para salvar diferentes pessoas... As classes de pessoas com que lidais indicam a maneira pela qual a obra deva ser realizada.” Evangelismo, p. 106 “Alguns dos métodos usados nesta obra serão diferentes dos que foram postos em prática no passado; mas ninguém, por causa disto, feche o caminho pela crítica.” Ibid., p. 130 Página 7 de 49 “Ao se penetrarem campo após campo, novos métodos e novos planos resultarão de novas circunstâncias. Novos pensamentos virão com os novos obreiros que se dedicarem ao trabalho. Ao procurarem o auxílio do Senhor, Ele Se comunicará com eles. Receberão planos elaborados pelo próprio Senhor. ” Conselhos Sobre Educação, p. 216 “Cremos plenamente na organização da igreja; isto, porém, não deve prescrever a maneira exata em que devemos trabalhar, pois nem todos os espíritos são alcançados pelos mesmos métodos. ” Testemunhos Seletos, vol. 2, p. 403 Os métodos mudam, mas a verdade é eterna. Segundo White, as novas ideias virão especialmente dos jovens que são novos obreiros. A igreja deveria ser cuidadosa em não inibir as novas ideias surgidas desses jovens. PRINCÍPIO #7 NOVAS UNIDADES CRESCEM MAIS RÁPIDO QUE AS MAIS ANTIGAS De um modo geral, as novas igrejas, classes e pequenos grupos crescem mais rapidamente do que os mais antigos. Igrejas, classes e grupos mais antigos são mais fechados e tendem a excluir as pessoas para fora do círculo de comunhão. Este fenômeno não é inevitável nem irreversível, mas é comum. Assim, as igrejas mais antigas podem crescer, mas novas igrejas tendem a crescer mais rápido. VERDADES NO CRESCIMENTO DA IGREJA Em adição aos principais componentes da teoria de crescimento de igrejas, os especialistas da área identificaram quatro verdades importantes para o cumprimento da Grande Comissão na igreja local. 1. O líder precisa querer que a igreja cresça e estar disposto a pagar o preço. Mais uma vez, o crescimento da igreja é visto como sendo dependente do líder e de sua disposição de pagar um preço. O problema é que muitos líderes não são fortemente motivados a ganhar almas. Eles concentram seus esforços em pastorear os poucos que já têm. 2. Os membros precisam querer que a igreja cresça e estar dispostos a pagar o preço. Não apenas o líder deve estar comprometido com o crescimento, mas também a congregação. As vezes o líder está disposto, mas não a igreja. Alguns temem perder sua posição, o controle da igreja ou o conforto de conhecer todos os membros da igreja. Há também o problema da falta de espaço e de se ter de construir uma nova igreja. Temem que a atenção do líder se volte para os novos membros. E preciso pagar o preço do crescimento. Caso isto não ocorra, muitos sabotarão o crescimento. 3. A igreja precisa concordar que o objetivo do evangelismo é fazer discípulos. O discipulado não deve se limitar ao ato de conversão. Nosso alvo não é apenas trazer pessoas ao batismo, mas ajudá-las a se tomarem discípulos comprometidos de Cristo. Página 8 de 49 4. A igreja não pode estar sofrendo de nenhuma doença terminal. Obviamente que as igrejas afligidas por doenças terminais não conseguem cumprir a Grande Comissão.10 Este assunto será discutido no próximo capítulo. CATEGORIAS DE CRESCIMENTO DE IGREJAS Escritores de crescimento da Igreja desenvolveram diferentes maneiras de nos ajudar a compreender a natureza completa do crescimento da igreja. O Dr Juan Carlos Miranda menciona que Ralph Winter, ex-diretor do U.S. Center for World Mission, em Pasadena, estado da Califórnia, sugere quatro diferentes categorias de crescimento de igreja visando uma evangelização integral:11 1. Crescimento interno: Também chamado de “crescimento qualitativo,” é o crescimento espiritual, ou de nutrição, que enfatiza o discipulado visando à maturidade da igreja. Esse crescimento, E-0 (Evangelismo-0), é imperativo para que aconteça qualquer outro tipo de crescimento. 2. Crescimento de expansão: Isto é, E - 1, quando a igreja experimenta o gozo de sair das quatro paredes do templo para ganhar os incrédulos da comunidade e trazê-los ao seio da congregação. 3. Crescimento em extensão: Também classificado como E-1, relaciona-se com o estabelecimento de novas congregações. Igrejas-filhas ou plantadas pela iniciativa que alguém teve em começar novas obras. 4. Crescimento por pontes: Acontece quando a igreja envia equipes ou indivíduos para plantar igrejas em diferentes culturas. O novo local pode ter similaridades com a cultura da igreja- mãe (E-2) ou ter uma cultura completamente diferente em línguas e costumes (E-3). 10 Terry, J. M. (1997). Church evangelism: creating a culture for growth inyour congregation (38). Nashville, TN: Broadman & Holman Publishers. 11 Miranda, Juan Carlos (1991). Manual de crescimento da igreja (43-46). São Paulo: Vida Nova. Página 9 de 49 AS DIMENSÕES DO CRESCIMENTO O crescimento não é inconsistente com a realidade divina. Lemos de Jesus, o Filho do Deus Divino, que Ele cresceu (Lc 2:40, 52). O reino de Deus é comparado com uma semente de mostarda que cresceu até se tornar uma grande árvore (Mt 13:31-32). A igreja também deve crescer (Ef 4:16) até que envolva membros “que procedem de toda tribo, língua, povo e nação” (Ap 5:9). Em termos simples, só há duas maneiras de fazer uma igreja crescer: precisamos trazer pessoas para a “porta da frente” e mantê-las longe da “porta dos fundos.” O crescimento de igrejas envolve muito mais do que o interesse em números e inclui a preocupação com a qualidade, além da quantidade. O Dr. Orlando Costas sugere cinco dimensões de crescimento:12 ATOS 2:42-47 1. O crescimento numérico (v. 41, 47) descreve o recrutamento de indivíduos à vida ativa da igreja (At 2:41, 47; 4:4; 6:7; 9:31, 35; 16:5; etc.). Algumas pessoas se queixam de uma ênfase exagerada no crescimento numérico da igreja. Eu gosto de lhes lembrar que um livro da Bíblia é chamado de Números! Muitos ganhadores de almas são acusados por alguns de “numerolatria”. Não creio. Mas de uma coisa estou seguro, eles não sofrem de “número fobia”. O Livro de Atos registra vários relatórios numéricos. Por quê? Números representam o que a igreja está fazendo. Cada número, cada estatística, representa uma pessoa ganha para Cristo, um batismo ou um inscrito em curso bíblico. CRESCIMENTO NUMÉRICO NO LIVRO DE ATOS 1:15 120 eram membros 2:41 3.000 acrescentados 4:4 5.000 homens que creram (Sem contar mulheres e crianças) 5:14 Aumentavam em grande número 12 Costas, Orlando(1974). The church and its mission: a shattering critique from the third world (125). Wheaton, IL: Tyndale. Página 10 de 49 6:1 Crescia o número dos discípulos 6:7 Os discípulos se multiplicavam grandemente 6:7 Muitos sacerdotes se convertiam 8:5-25 O grande avivamento em Samaria 9:31 Crescia em número 9:32-42 Os de Lida e Sarón se convertiam 11:21-26 Um movimento espiritual e de salvação na cidade de Antioquia 12:24 “Mas a palavra do Senhor crescia e se multiplicava ” 14:21 Muitos creram 16:5 Aumentava em número a cada dia 17:4 Grande número se convertia 17:12 Creram muitos 18:8-11 “ .... Tenho muito povo nesta cidade...” 19:10 “ ...todos os que habitavam na Ásia...” 21:20 “ ...Quantos milhões de judeus hão crido” 28:30-31 “ ...recebia a todos os que a ele vinham...” Segundo Miranda, o Senhor Jesus Cristo afirmou que não se comprazia em: • Sair a pescar sem recolher (bom pescado). Lucas 5:4-11. • Mesas vazias em um banquete (gente disposta). Lucas 14:15-23. • Semeadura sem colheita (a melhor qualidade de colheita). Mateus 13:3-9. • Uma figueira sem frutos (bons frutos). Lucas 13:3-9. • Uma ovelha perdida que não tenha sido trazida ao aprisco (docilidade). (Mateus 18:11- 14). • Moeda perdida que não seja encontrada (de bom valor). Lucas 15:8-10. • Frutos maduros que não tenham sido colhidos (bom fruto). Mateus 9:36-38.13 Há quatro maneiras de crescimento numérico: a. Crescimento biológico: ocorre quando os filhos de pais cristãos experimentam uma fé pessoal em Jesus como Salvador e se unem à igreja através do rito do batismo. Esse crescimento é importante, uma vez que nada garante que os filhos abracem automaticamente a fé de seus pais. Uma falha nessa área indica fraqueza nos métodos e materiais usados na Escola Sabatina e programas para os jovens e juvenis, além de falhas na religião familiar. b. Crescimento por transferência: é o recrutamento de membros que já eram cristãos comprometidos e que vêm transferidos de outra igreja. Muitos se mudam de uma área para outra, e ocasionalmente a mudança se deve a razões sociais ou de liderança. Obviamente, muitas igrejas se beneficiam da qualidade dos ministérios oferecidos aos seus membros ou da qualidade de seus líderes. c. Crescimento por conversões: acontece quando pessoas de fora da igreja são trazidas ao arrependimento e à fé em Cristo e se unem à igreja local como membros responsáveis. Uma conversão verdadeira é evidenciada por uma 13 Miranda, p. 17 a 36 Página 11 de 49 mudança de atitudes e comportamentos (At 9:20-22; 1 Co 6:9-11). Isso é resultado do novo nascimento e da atividade do Espírito Santo (Jo 1:11, 12; 3:3- 8; Rm 8:9-17). d. Crescimento por restauração: descreve a renovação do comprometimento de cristãos inativos ou afastados ao quadro de membros ativos e regulares aos cultos e serviços. Programas como “Reencontro” têm sido eficazes na promoção desse tipo de crescimento. Porém, pode haver possíveis ilusões de crescimento. O crescimento quantitativo pode ser enganador.14 Ele pode ser não mais do que um “inchaço” de um movimento mecanicamente induzido, um movimento social, ou um aumento do corpo sem o desenvolvimento de músculos e órgãos vitais. Muitos movimentos de massa do passado foram exatamente isso. Um exemplo é encontrado nas conversões em massa na Europa, particularmente na França e Rússia, quando muitos foram levados ao batismo e trazidos para a igreja, resultando em uma multidão de pessoas professando o cristianismo mas sem um comprometimento dinâmico e vibrante para com a igreja. Houve uma mudança de afiliação religiosa, mas não mudança de coração. Como resultado, a astrologia, ocultismo e espiritismo ainda exerciam grande influência sobre as pessoas. Daí a importância de equilibrar o crescimento quantitativo com o qualitativo. 2. O crescimento em maturidade (v. 42, 46) descreve o desenvolvimento pessoal e corporativo da vida cristã (At 2:42; Cl 1:9, 10, 28; 2 Tm 3:14-16; Hb 5:11-6:8; 1 Pe 2:2) bem como o grau de consciência que uma comunidade de fé tem de sua missão no mundo. Paulo nota a necessidade de maturidade espiritual em seus escritos (Cl 1:28; Ef 4:11-12). A transformação espiritual tem quatro dimensões: desenvolver o relacionamento com Cristo (Jo 15:5; G1 2:19-20); desenvolver o relacionamento com os membros (G1 3: 26-28; 1 Jo 4:10-11); desenvolver relacionamentos com pessoas não evangelizadas (2 Co 5:18; At 1:8; 2 Tim 4:5); desenvolver as disciplinas cristãs da leitura da Bíblia, oração, jejum, testemunho e meditação. Uma vez mais queremos repetir: o crescimento v da Igreja não tem uma ênfase única e exclusiva em números; estamos interessados no crescimento integral. Por isso, veremos agora como se desenvolveu o crescimento qualitativo da igreja de Atos que, como notamos, também cresceu quantitativamente. Atos 14 Tippett, Alan R. (1970). Church growth a n d the Word o f G od ( 15-19). Grand Rapids: Eerdmans Publishing Company. 1:14 - Todos estes perseveravam unânimes. 2:1-4 - Ficaram cheios do Espírito Santo. 2:42 - Perseveravam na doutrina dos apóstolos. 2:46-47 - Diariamente, perseveraram unânimes no templo. 4:20 - Não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos. 4:24 - Levantaram unânimes a voz a Deus. Página 12 de 49 3. O crescimento orgânico (v. 42, 44-46) é o desenvolvimento da infraestrutura da igreja: comissões, departamentos, equipes, atividades, programas de treinamentos e os pequenos grupos, ou grupos de comunidade para o crescimento cristão. “Duas coisas que você não pode fazer sozinho: casar-se e ser um cristão.” A vida cristã só pode ser experimentada em comunidade. O NT descreve essa dimensão corporativa do cristianismo em passagens como 1 Coríntios 12:27, Efésios 4:25 e Hebreus 10:25. 4. O crescimento em serviço (v. 43, 47) descreve o grau de envolvimento dos membros na vida e nos problemas da comunidade através do desenvolvimento dos ministérios da igreja local como uma extensão e continuação do ministério de Jesus de pregar, ensinar e curar (Mt 4:23). Cada crente no corpo de Cristo é dotado para um serviço específico (1 Co 12:4, 11). Na medida em que a igreja cresce e amadurece, o Espírito Santo desperta necessidades e oportunidades para o ministério através de crentes dotados para atender a essas necessidades. Para isso, a igreja precisa ter equipes de evangelismo e ministérios na comunidade (Mt 25:37-40). 5. O crescimento geográfico (At 1:8) como o crescimento quantitativo é importante à luz da Grande Comissão (Mt 28:19-20) e dos fatos apresentados no Novo Testamento. Esta é a conclusão do que poderiamos chamar de a primeira parte do livro de Atos. O restante do livro apresenta a perseguição, as viagens do apóstolo Paulo e outras atividades que tinham que ver com a “expansão” da Igreja. Encontramos as seguintes expressões que descrevem o crescimento geográfico: “E divulgava-se a palavra do Senhor por toda aquela região ” (Antioquia e Psídia, 13:49); “Assim as igrejas eram fortalecidas na fé e aumentavam em número dia a dia” (16:5). “Todos os habitantes da Asia ouviram a palavra do Senhor ” (Ef 19:10). “Desde Jerusalém até ao Ilírico, tenho divulgado o evangelho de Cristo” (Rm 15:19); “Mas agora, não tendo já campo de atividade nestas regiões ” (Rm 15:23). OS FATORES DO CRESCIMENTO A falha em reconhecer a complexidade dos fatores que influenciam o crescimento pode levar a situações bizarras. Quando perguntado sobre as causas do crescimento de sua igreja, um pastor respondeu: “Porque eu prego a Palavra de Deus.” A mesma pergunta feita a outro pastor cuja igreja diminuía, a resposta também foi “porque eu prego a Palavra de Deus. As pessoas não querem obedecer à Palavra.” No entanto,pesquisas têm demonstrado a influência de vários fatores que contribuem para o 4:31 - Tendo ele orado... todos ficaram cheios do Espírito Santo. 4:32 - Da multidão dos que creram era um o coração e a alma. 13:52 - Os discípulos transbordavam de alegria e do Espírito Santo. 16:5 - As igrejas eram fortalecidas na fé. 17:11 - Examinando as Escrituras todos os dias. Página 13 de 49 crescimento ou declínio de uma igreja. Segundo Roy Pointer, esses fatores são classificados em pelo menos cinco áreas.15 FATORES QUE INFLUENCIAM O CRESCIMENTO 1 – FATORES DA IGREJA LOCAL Geralmente eles se relacionam com as atividades da igreja local que afetam o seu crescimento: espiritualidade, liderança local, abertura a novas idéias, problemas internos, prioridades, disposição para o trabalho, unidade, problemas doutrinários, dentre outros. Em Atos 6:1-6, os apóstolos experimentaram problemas de prioridades, liderança e cuidado pastoral. Quando esses problemas foram resolvidos, a igreja cresceu (At 6:7). Quando Paulo repreendeu um líder imoral em Corinto, ele estava preocupado com a santidade, a saúde e o crescimento da igreja naquela cidade imoral (1 Co 1-13). As cartas às sete igrejas (Ap 2:1-3:22) contêm várias referências a fatores da igreja local que afetavam a vitalidade e missão da igreja. Elas estavam ameaçadas de extinção caso não lidassem apropriadamente com seus problemas internos tais como heresia, letargia, falta de amor e falta de compromisso. 2 – FATORES DENOMINACIONAIS A igreja local é grandemente afetada pela influência, formal ou informal, proveniente das decisões, programas, motivação, metodologias evangelísticas, treinamentos, materiais evangelísticos, votos e prioridades do campo local, União, Divisão e Associação Geral. Exemplos bíblicos desses fatores são encontrados nas cartas dos apóstolos. Paulo elogia os tessalonicenses por sua influência e exemplo (1 Ts 1:2-8). Atos 15:1-35 apresenta o relato do Concilio de Jerusalém e o debate relacionado com a evangelização dos gentios. As decisões desses líderes influenciaram positivamente o crescimento da igreja na região (At 16:4-5). 3 – FATORES NACIONAIS 15 Pointer, p. 32 a 37 Página 14 de 49 Esses são os fatores políticos, econômicos, ideológicos e tecnológicos presentes no sistema social de uma nação ou região que ajudam ou inibem o crescimento das igrejas locais. Gálatas 4:4 declara que Jesus veio no tempo certo. Historiadores cristãos têm identificado vários elementos que providencialmente prepararam o mundo para o aparecimento de Cristo. Um significativo elemento do “fator nacional” foi a Pax Romana, que garantia viagens seguras e fácil comunicação. Havia também uma moeda comum, uma língua universal, o grego, que era falado por um grande número de pessoas. Na providência de Deus, essas condições contribuíram para o plantio e o crescimento de igrejas. 4 – FATORES DA COMUNIDADE LOCAL A igreja local é grandemente influenciada pela área onde está situada. Por exemplo, a mobilidade da população exerce um um efeito considerável sobre a igreja. O desenvolvimento de novos bairros e a construção de residências podem causar um rápido movimento de grande número de pessoas. Igrejas têm perdido membros porque a população de certa cidade era dependente de uma indústria particular que faliu. E igrejas têm crescido ao receber vários membros de determinada região castigada pela seca, que se mudaram para a vizinhança dessa igreja em busca de emprego. A falha em reconhecer a influência da comunidade local tem criado uma falsa imagem da saúde e vitalidade de muitas igrejas. Há exemplos bíblicos da influência da comunidade sobre a igreja. O ministério de Paulo em Éfeso teria sido diferente se o templo de Diana não estivesse ali (At 19:1-41). As cartas de João às sete igrejas (Ap 2:1 -3:22) fazem muitas referências a esses fatores. Esmirna tinha a “sinagoga de Satanás” e Pérgamo tinha o “trono de Satanás” que hostilizavam a igreja cristã. Como resultado destes deslocamentos sociais, crises pessoais ou a operação do Espírito, a comunidade pode se tomar receptiva ou resistente ao Evangelho. A escala de Engel é um instrumento que ajuda a medir o progresso de um indivíduo em sua vida cristã e a receptividade de uma determinada comunidade.16 ESCALA DE ENGEL 16 Towns, Elmer L. (1992). A Pratical Encyclopedia of Evangelism and Church Growth.(197) Página 15 de 49 5 – OPOSIÇÃO DEMONIACA NO “GRANDE CONFLITO” A oposição de Satanás à missão de Deus é o tema central da grande controvérsia. A experiência de Paulo no antigo centro do ocultismo de Éfeso (At 19:18-20) tem se repetido em várias cidades brasileiras. Porém, embora não devamos descrer na existência de demônios que buscam impedir o crescimento da igreja, não devemos tampouco demonstrar interesse neles. Os fatores mencionados acima influenciam o crescimento de uma igreja local na medida em que interferem na receptividade ou resistência de uma pessoa ao evangelho. Uma pessoa receptiva torna-se predisposta a ouvir e obedecer à mensagem de Deus como resultado de uma mudança social, uma crise pessoal interna ou pela operação do Espírito Santo. A escala de Engel tem sido um instrumento útil para ajudar a medir o progresso espiritual de um indivíduo que aceita a Cristo como Salvador e inicia sua vida cristã. O PROCESSO DE MUDANÇA PARA O CRESCIMENTO Os cientistas sociais identificaram três idades distintas que servem como um breve resumo da história: a idade da agricultura, a era industrial e a era da informação. A era agrícola refere-se ao período de tempo que durou a maior parte da história conhecida até o ano de 1860. Agricultura era a principal ocupação de mais de 90 por cento de todos os trabalhadores. O campo e pequenas cidades rurais foram o principal contexto desta era e a unidade fundamental era a família estendida.17 A era industrial abrange o período de 1860 a 1956. Com o aumento de fábricas industriais, o principal contexto tomou-se a cidade. A unidade principal era a família nuclear. Já a era da informação começou por volta de 1956 e continua até o presente. Tendo recebido este nome pelo aumento rápido de informações, seu contexto principal é o mundo. A unidade fundamental é a família fraturada. Nosso ministério deve mudar para atender as necessidades das pessoas de hoje. Examine os seguintes efeitos da era da informação: • As pessoas têm menos tempo livre e são mais difíceis de recrutar. • As pessoas se opõem à mudança, não se preocupam em criar laços de amizade e estão sós. • As pessoas são bombardeadas por tanta informação que têm dificuldade para ouvir e ler. • As pessoas não conseguem ver o quadro geral da realidade ou ver como as peças se relacionam. • As pessoas ouvem mais do que entendem, esquecem o que já sabem e se recusam a aprender mais. 17 Há duzendo anos, 95% da força de trabalho dos EUA estavam envolvidos na agricultura. Hoje, menos de 4 por cento da força de trabalho está na agricultura. Em 1900, 25% da força de trabalho dos EUA estavam nas fábricas. Em 1950, 65% da força de trabalho estavam em fábricas. Hoje, apenas 15% da força de trabalho estão em fábricas — “ C u sto m er Satisfaction,” Learning NetWork Magazine (Minneapolis: Performax Leaming Network, October, 1988), p. 2. Página 16 de 49 • As pessoas não sabem como usar o conhecimento, cometem erros quando tentam e se culpam por isso.18 Vamos admitir: grande parte do que fazemos foi desenvolvido em uma época completamente diferente. Os modelos de ministério desenvolvidos nas idades agrícola e industrial estão colidindo de frente com a era da informação. Nosso país mudou, as pessoas mudaram e temos de desenvolver novos modelosde ministério que sejam relevantes para a sociedade de hoje, se quisermos cumprir a comissão de Cristo de “fazer discípulos”. OBSTÁCULOS A MUDANÇA Um elemento importante para facilitar a mudança é entender a psicologia da mudança. Quanto mais você entender os obstáculos, melhor se tomará em elaborar estratégias para superar as resistências. As pessoas resistem às mudanças por diversas razões. Coisas familiares nos fazem sentir mais seguros. Muitas pessoas, particularmente os mais jovens e os mais idosos, tornam-se perturbados quando sua rotina é interrompida. Eu posso entender isso. Eu não gosto quando minha esposa reorganiza os meus livros e papéis em minha escrivaninha. As pessoas também resistem às mudanças porque a veem como uma ameaça à tradição. Naturalmente, as igrejas mais velhas são mais propensas a isso do que igrejas mais recentes. Outras congregações resistem às mudanças porque elas não se preocupam com os perdidos. Elas se preocupam mais com a manutenção do status quo do que com a evangelização. IMPLEMENTAÇÃO DA MUDANÇA Alguém afirmou que “Ninguém muda até que a dor de permanecer o mesmo seja menor que a dor da mudança. ” Embora a mudança raramente seja fácil, é possível. 1 – QUEM ESTÁ INTERESSADO NA MUDANÇA Geralmente as pessoas em sua igreja se identificam com as seguintes categorias quando consideram realizar alguma mudança.19 Inovadores: Os visionários. Pessoas que sempre são responsáveis pelas novas ideias, mas raramente recebem o crédito. Geralmente não são reconhecidos como líderes ou criadores de programas. Muitos têm o dom espiritual da fé. 18 Martin, G., & Mclntosh, G. (1993). The Issacharfactor: understanding trends that confrontyour church and designing a strategy for success (11). Nashville, TN: Broadman & Holman Publishers. 19 Pointer (1984). How do churches grow? a guide to the growth ofyour church (49). London: Camelot. Página 17 de 49 Precursores: Aqueles que reconhecem um boa ideia quando a veem. Geralmente recebem o crédito por uma nova ideia que pode não ser deles. Muitos mantêm o dom da sabedoria. Seguidores: A maioria que responde às propostas de outros. Geralmente são receptivos em sua análise de uma nova ideia, mas são inclinados a manter o status quo. São influenciados mais facilmente por pessoas que resistem às mudanças do que pelos que as propõem. Relutantes: Últimos a endossar a ideia. Geralmente falam contra e votam contra as idéias inovadoras. Podem nunca reconhecer verbalmente a aceitação, mas adotariam a ideia se a maioria demonstrasse apoio. Resistentes: Novas idéias são raramente ou nunca aceitas por esse grupo. Seu compromisso é com o status quo e o passado. Geralmente semeiam oposição após a mudança. São os líderes das divisões dentro da igreja. 2 – COMO ACONTECE O PROCESSO DE MUDANÇA Um estudo sobre o processo de mudanças apresentado por E. M. Rogers e F. F. Shoemaker revela que as pessoas que respondem às mudanças passam por quatro estágios básicos.20 ESTÁGIOS NA ACEITAÇÃO DA MUDANÇA a. Conhecimento: Estágio em que as pessoas são expostas à natureza da mudança e às razões porque ela é necessária. Eles precisam ser informados sobre os efeitos da mudança. Ex: Pedro tinha de ser o pioneiro na evangelização dos gentios. Deus usou uma visão para prepará-lo para uma mudança radical. Pedro teve de ser educado (At 10:1-21). b. Persuasão: Estágio em que as pessoas que têm de aceitar a mudança formam opiniões favoráveis ou desfavoráveis. Essas opiniões podem ser grandemente afetadas pelas preocupações pessoais: “como isso me afetará”. Ex: Quando Pedro estava questionando a validade da evangelização aos gentios, ele foi persuadido pela progressão dos eventos e pelo apelo dos servos de Comélio (At 10:22-23). c. Decisão: Estágio em que as pessoas já estão bem informadas sobre a mudança e estão escolhendo adotá-la ou rejeitá-la. É preciso dar tempo para que as pessoas se decidam e mudem sua posição em diferentes oportunidades. Ex: Ao chegar à casa de Comélio, Pedro decidiu entrar e explicar o porquê da sua 20 Pointer, p. 46. Página 18 de 49 relutância em vir (At 10:29). As dúvidas foram dissipadas pelo testemunho de Cornélio e a manifestação do Espírito Santo (At 10:44-46). d. Confirmação: Estágio final em que a decisão já foi tomada e as pessoas esperam uma confirmação de que a sua decisão foi correta. Se elas aceitarem a mudança, mas a sua experiência for negativa, podem ficar desencantadas e reverter a decisão. Ex: Pedro retoma para Jerusalém, mas alguns líderes estavam convencidos de que ele tinha tomado a decisão errada (At 11:1-3). Pedro defende sua ação de maneira convincente perante seus críticos (v. 4-18). Infelizmente, ele cedeu à influência de extremistas judeus e começou a questionar sua decisão. Foi necessária uma confrontação com Paulo para levá- lo ao curso correto. 3 – QUAIS SÃO OS EVENTOS POTENCIAIS DE MUDANÇAS Um evento de intervenção em si não produz o crescimento. Apenas abre janelas de oportunidades que podem criar um ambiente no qual o crescimento é mais favorável. Arn sugere os seguintes eventos potenciais de mudanças:21 a. Chegada de um novo pastor ou novos líderes. As pessoas esperam que alguma mudança aconteça quando se muda a liderança da igreja; b. Um momento de crise na igreja (declínio do número de membros, escândalos, crise financeira) pode ser um indicador da necessidade de um novo direcionamento; c. Reavivamento dos membros. O verdadeiro reavivamento resulta em ganho de almas; d. Envolvimento denominacional que envia ajuda especial ou treinamento sobre o crescimento da igreja, ou o compartilhamento de informações para a liderança da igreja sobre a história da igreja e as taxas de crescimento; e. Mudança de localidade ou o plantio de uma nova igreja. RESUMO O crescimento da igreja é a disciplina que estuda o como e o porquê as igrejas crescem. É semelhante ao evangelismo, mas de âmbito mais abrangente, porque também estuda maneiras de alistar pessoas inativas e afastadas da igreja. O crescimento da igreja envolve mais do que apenas números, inclui o crescimento interno, crescimento por expansão, crescimento por extensão e o crescimento ponte. Uma igreja saudável é uma igreja em crescimento, assim como uma criança saudável é uma criança em crescimento. As igrejas devem se concentrar em cumprir a Grande Comissão, enfatizando as cinco funções básicas da igreja: evangelismo, discipulado, ministério, comunhão e adoração. A execução dessas cinco funções produz quatro bons resultados: crescimento numérico, crescimento espiritual, expansão de ministérios e o avanço das missões. As igrejas devem pesquisar, planejar e trabalhar para crescer. Acima de tudo, devem depender de Deus para produzir uma colheita abundante de almas. 21 Am, Win (1987). The church growth ratio book: how to have a revitalized, healthy, growing, loving church (43). Pasadena: Church Growth Inc. Página 19 de 49 AVALIE A SAÚDE DA IGREJA Em anos recentes, vários escritores de crescimento de igreja têm sugerido que o termo saúde da igreja é melhor do que crescimento da igreja. Rick Warren, pastor da inovadora igreja de Saddleback, em Orange County, na Califórnia, é um deles. Ele escreveu: “Eu acredito que a questão-chave para igrejas do século XXI será a saúde da igreja, e não o crescimento da igreja. Igrejas saudáveis não precisam de truques para crescer. Elas crescem automaticamente. Quando nossas congregações são saudáveis, elas vão crescer do jeito que Deus quer.”22 Se as raízes de uma igreja são saudáveis, o seu desenvolvimento será bom. Se as raízes estão doentes, o crescimento só será possível se a igreja detectar os problemas esuperar os males do seu nascimento. As igrejas, como as pessoas, podem sofrer de parto defeituoso que prejudicará o seu crescimento.23 O CICLO DE VIDA DA IGREJA As pessoas atravessam ciclos de vida comuns a todos os seres vivos. Há um período de nascimento, crescimento, maturidade, declínio e, eventualmente, a morte. As igrejas também são organismos vivos que possuem um ciclo de vida. O estágio em que se encontra uma igreja está relacionado com o nível de crescimento e prováveis enfermidades que a fazem declinar. De acordo com David Moberg, uma igreja atravessa cinco estágios do seu ciclo de vida: nascimento, crescimento, maturidade, declínio e morte.24 Após ler as descrições dos diferentes estágios na tabela abaixo, tente identificar a posição de sua igreja 22 Warren, Rick (1995). The Purpose Driven Church (17). Grand Rapids: Zondervan Publishing House. 23 Terry, J. M., Smith, E. C., & Anderson, J. (1998). Missiology: An introduction to the foundations, history, and strategies o f w orld missions (498). Nashville, TN: Broadman & Holman Publishers. 24 Morberg, David (1990). Discovery diagnostic manual (18-22). Monrovia, CA: Church Growth. Envolvimento dos Membros Compromisso com a missão e propósitos da Igreja -Todos os membros estão dispostos a trabalhar. -Todos os recursos são usados para o evangelismo -Altissima atitude de apoio. -Liderança com alto nivel de comprometimento N ascim en to Estágio 1 - Alta porcentagem de tempo e recursos comprometidos com a igreja. - Voluntários facilmente encontrados. - Alto nível de dedicação aos alvos e forte crescimento - Forte senso de missão e propósito entre os membros. C rescim en to Estágio 2 - Novos membros encontram um lugar de envolvimento rapidamente. - Membros satisfeitos com o que já conseguiram - Relaxamento dos membros - O crescimento começa a declinar, mas a vitalidade continua - Alto nível de comprometimento dos ministérios e departamentos. M atu rid ad e Estágio 3 - Membros entendem que há “outras pessoas” para realizar as tarefas. -A comissão tem dificuldade para encontrar voluntários. - Membros antigos dizem : “já fizemos nossa parte”. - Forte declínio no número de membros - Diminuição da com preensão da missão e dos propósitos. D eclín io Estágio 4 - Forte declínio no número de membros - Diminuição da compreensão da missão e dos propósitos. - Missão não compreendida e os propósitos são perdidos - Institucionalização M o rte Estágio 5 Página 20 de 49 Naturalmente, o ideal é permanecer no estágio 2, a fase de crescimento. Como isso pode ser possível? Como podemos revitalizar uma igreja estagnada e em processo de declínio? O primeiro passo é reconhecer que você tem um problema. Tendo determinado que há um problema, você precisa determinar o melhor momento para iniciar a transformação de sua igreja. Se a igreja está nos estágios 4 e 5, entrando em uma situação de estagnação ou de declínio de membros, então uma luz vermelha é acesa. Os sinais abaixo esclarecem um pouco mais sobre os estágios de declínio. 10 SINAIS DE ENVELHECIMENTO DA IGREJA Como o Titanic, o nosso navio tem um enorme buraco sob a superfície, e estamos recebendo grandes quantidades de água que põem em risco nossa segurança. Muitas coisas acima da linha da água podem indicar que tudo está bem, mas algumas igrejas no Brasil podem estar afundando. Se não prestarmos logo atenção, não perceberemos até que seja tarde demais.25 Lyle Schaller apresenta alguns indicadores que devem nos colocar em estado de alerta:26 1. A tendência de cuidar dos membros da igreja suplanta o esforço do evangelismo para alcançar os de fora, na lista de prioridades. O item número um na ajuda pastoral torna-se a resolução de conflitos entre os membros da igreja. 2. A média de frequência no culto começa a cair, comparada com os mesmos meses do ano anterior. A média na frequência da Escola Sabatina também começa a declinar. Este pode ser um sinal de declínio no nível de compromisso dos membros com a igreja. 3. Referências ao passado ou comparações com o período do pastor anterior começam a lançar sombras nos sonhos e esperanças quanto ao futuro da congregação. 25 McRaney, W. (2003). The art of personal evangelism: Sharing Jesus in a changing culture (5). Nashville, TN: Broadman & Holman 26 Schaller (1992). 44 steps up off theplateau (42-45). Nashville, TN: Abingdonn Press. Entusiasmo Atitude a mudanças Programas. Estruturas e organização - Entusiasmo altíssimo - Dedicação total - Membros receptivos - Abertura a novas idéias. Mudanças realizadas rapidamente - Organização mínima - Pouco tempo em comissões; espontaneidade na tomada de decisões N ascim en to Estágio 1 - Entusiasmo Alto - Novas pessoas são acrescentadas à igreja - Mudanças facilmente adotadas e implementadas - Sugeridas por todos os membros - Novas estruturas e grupos criados em resposta às necessidades - A missão recebe apoio dos membros C rescim en to Estágio 2 - "Para quê crescer se a igreja está cheia? - "Números não são tudo" - Novas propostas seriamente consideradas - Líderes da igreja responsáveis pelo início e implantação - Delegação de tarefas e há pessoas suficientes para os programas da igreja - Tradições começam a se formar M atu rid ad e Estágio 3 - Auto-estima começa a desenvolver incertezas. - Poucas mudanças propostas - Nenhuma mudança drástica do status quo - Novos programas não são criados e estruturas criam necessidades ao invés de atender às necessidades - Determinam-se funções D eclín io Estágio 4 - Frustração e desespero dos líderes que não sabem como parar o declínio. - Baixa auto-estima - "Isso não funciona aqui", "Nós nunca fizemos isso antes" - Racionalização feita para justificar o porquê não pode ser feito - Programas extintos por falta de participação - O alvo primário é a sobrevivencia M o rte Estágio 5 Página 21 de 49 4. Uma diminuição no número de batismos geralmente é um sinal de futuro declínio numérico, bem como declínio de novos membros recebidos por carta ou profissão de fé. 5. Quando o ministro gasta mais tempo com indivíduos do que com grupos de pessoas, esse é, muitas vezes, um sinal de advertência de declínio. A redução de grupos de ação numa igreja pode ser um meio altamente efetivo de frustrar o crescimento. 6. Se semana após semana, quase todos os membros desaparecem dentro de 10 a 20 minutos após o término do culto, esse pode ser um sinal de erosão dos laços de companheirismo e amizade dentro da igreja. A erosão desses laços precede o declínio numérico. 7. Se pelo menos 70% dos membros uniram-se à igreja há dez anos, esse é um sinal de que a congregação tem perdido a sua capacidade de identificar, alcançar, interessar, atrair e assimilar novos membros. Da mesma maneira, se mais da metade dos membros da comissão de igreja foi batizada há mais de uma década, isso também é sinal de igreja com tendência ao declínio numérico. 8. Um dos sinais mais sutis é a contribuição financeira dos membros. Embora a queda possa ser atribuída em alguns casos a fatores externos (desemprego, etc.), geralmente sugere uma queda no nível de comprometimento com o evangelho. 9. Parentesco, idade e laços de amizade geralmente pesam mais do que competência, sabedoria, criatividade e liderança espiritual, no momento da escolha dos futuros membros da comissão da igreja em declínio. 10. O mais útil indicador está no contraste entre dois termos: cortar e expandir. A decisão de cortar programas, cultos, grupos, obreiros, finanças, avanços evangelísticos é sinal de declínio. Por contraste, a decisão de expandir o ministério em todas as suas formas é o antídoto ao institucionalismo e ao declínio numérico. DOENÇAS ECLESIASTICASPágina 22 de 49 A patologia do crescimento de igrejas é o estudo de “doenças” sofridas pelas congregações que inibem o seu desenvolvimento, das características e sintomas dessas doenças e das prescrições de tratamento para que alcancem as metas de um crescimento integral.27A igreja é um organismo vivo que tanto pode experimentar sofrimento e doenças quanto crescimento e saúde. Cada uma dessas doenças pode ser fatal se não for tratada. A menos que estejamos preparados para lidar com elas, poderão subir para o nível de uma epidemia. Para curar a doença, deve-se primeiro entender os sintomas.28 Muitas condições adversas que causam enfermidades eclesiásticas podem ser observadas na descrição das sete igrejas de Apocalipse 2-3. E algumas igrejas estabelecidas no Novo Testamento demonstravam sintomas enfermiços como brigas internas (1Co 1:10,11), facções (1Co 3:1-3), brigas por poder (3 Jo 9,10) e divisões causadas por falsas doutrinas (G1 1:6). Peter Wagner definiu oito enfermidades que afligem as igrejas. 27 Towns (1995). A Practical Encyclopedia o f Evangelism and Church Growth (318). Ventura, CA, Regai Books. 28 Brunson, M., & Caner, E. (2005). Why Churches Die: Diagnosing LethalPoisons in the Body of Christ (27). Nashville, TN: Broadman & Holman Publishers. Koinonites Ênfase exagerada na comunhão dos membros, o que resulta em um foco interno e na falta de preocupação com a evangelização de novas pessoas. As igrejas somente se preocupam com os relacionamentos internos e viram uma cultura fechada ou “clubes sociais” Ociosites Os membros são os chamados “papa-sermões”, somente consumidores e não produzem nada em benefício da obra de Deus. Deixam ao pastor e seus oficiais a obra de salvar almas. Tradicionalite Os membros impedem as mudanças necessárias para o crescimento. A inflexibilidade para mudar é uma razão pela qual muitas igrejas não crescem. Cegueira Inabilidade da igreja de enxergar as necessidades sociais e espirituais da comunidade e desenvolver programas para atendê-las. Uma visão missionária é capaz de identificar grupos diferentes de pessoas e alcançá- los com o evangelho. Acefalia Pastoral Mudança frequente de pastores. Estes só batizam e não estabelecem contato significativo com a congregação. Raquitismo Afeta primariamente os novos adventistas. Eles experimentam um rápido desenvolvimento espiritual durante as reuniões evangelísticas. No entanto, após serem batizados, param de crescer. Não há uma estratégia para o desenvolvimento contínuo dos novos membros. Estrangulamento Sociológico Condição em que o espaço limitado impede o crescimento da igreja. Há maior afluência de pessoas do que a capacidade da igreja local. Normalmente a igreja alcança esse estágio quando chega a 80% de sua capacidade e não tem planos de plantar outra igreja ou ampliar o espaço. Síndrome de João É a perda do “primeiro amor” descrito em Apocalipse 2:4. A igreja perde de vista a brevidade da vinda de Jesus e diminui a chama da fé e do compromisso. 0 amor a Deus e o zelo missionário diminuem. Página 23 de 49 ELLEN WHITE E AS CAUSAS DAS ENFERMIDADES DAS IGREJAS AS MARCAS DE QUALIDADE Uma igreja saudável que honra a Cristo tem mais probabilidade de crescer do que uma congregação dividida ou espiritualmente morta.29 Schwarz, autor do livro Desenvolvimento natural da Igreja (1996), e fundador do Instituto para Desenvolvimento da Igreja, localizado na Alemanha, produziu algumas conclusões surpreendentes após dez anos de pesquisas em mais de 1000 igrejas espalhadas em 32 países do mundo. Segundo ele, o crescimento da igreja acontecerá naturalmente quando implantarmos as condições e qualidades necessárias para a saúde da igreja.30 Em Creating health through natural church development, Burrill afirma que, provavelmente, o melhor exemplo bíblico desse princípio de crescimento natural é encontrado na parábola de Jesus sobre a semente em Marcos 4.31 “O reino de Deus é assim como se um homem lançasse a semente à terra, depois dormisse e se levantasse, de noite e de dia, e a semente germinasse e crescesse, não sabendo ele como. A terra por si mesma frutifica, primeiro a erva, depois a espiga e, por fim, o grão cheio na espiga. E enquanto o fruto já está maduro, logo se lhe mete a foice, porque é chegada a ceifa” (Mc 4:26-29). 29 Reid, A. L. (1998). Introduction to evangelism (284). Nashville, TN: Broadman & Holman. 30 Schwarz (1996). Natural church development: a guide to eight essential qualities of healthy churches (8-14). Carol Stream, IL: ChurchSmart Resouces. 31 Burrill (2003). Creating health through natural church development (1-17). Berrien Springs, MI: Nadei. FONTE CAUSAS TM, 30 Desordem TM, 30 Atitudes independentes, julgamentos TM, 204 Morte espiritual, monotonia fúnebre 4T, 193 Membros não consagrados 4T, 338 Liderança ineficiente: "Pomposos, ditatoriais, descorteses" 5T,241 Seis males que "perturbam a igreja e sacrifica, a paz" 1. Orgulho espiritual 4. Falta de controle próprio 2. Desejo de mandar 5. Preconceito 3. Desejo ambicioso por 6. Instabilidade e falta de discernimento honra e posição 5T,44 Membros que não assumem responsabilidades 8T,22 Falta de oração pelo Espirito Santo 8T,83 Maledicências e maquinação do mal Evangelismo, 326 Improvisos e falta de organização Página 24 de 49 Segundo ele, a semente não trabalha para crescer. O fazendeiro não produz crescimento. Tudo que ele faz é criar condições saudáveis para a semente: bom solo, muita água e um ambiente livre de ervas. De igual maneira, a igreja não cresce porque usa determinadas metodologias; mas quando essas metodologias são misturadas com um solo fértil, água e luz solar, o crescimento será espontâneo. Ellen White endossa a união do esforço humano e divino na obra de salvar almas: “O mundo material está sob o governo de Deus. A natureza obedece às leis naturais. Tudo fala e atua em harmonia com a vontade de Deus. Nuvem e Sol, orvalho e chuva, vento e tempestade, tudo está sob a superintendência de Deus e presta obediência implícita a Seu mandado. Em obediência à lei ou à vontade do Altíssimo, é que o caulículo da semente rompe pelo solo, “primeiro, a erva, depois, a espiga, e, por último, o grão cheio na espiga”. Mar. 4:28. A estes, Deus desenvolve em sua estação própria, pois não se opõem à Sua operação”. Parábolas de Jesus, p. 82 Mais tarde, ela comenta a operação dos princípios da natureza no crescimento da igreja: “E, ao lidar com os homens, manifesta os mesmos princípios que são manifestados no mundo natural. As benévolas ações da natureza não se realizam por meio de interposições abruptas e estarrecedoras; não se permite aos homens tomar o trabalho dela em suas próprias mãos. Deus age pela ação calma e regular das leis que designou. Assim é com as coisas espirituais”. Testemunhos para ministros e obreiros evangélicos, p. 189- 190 O objetivo desta seção é contextualizar o processo do Desenvolvimento Natural da Igreja para as congregações adventistas, com sugestões práticas para os líderes interessados em entender e aplicar esses princípios. Ellen White menciona a importância de termos igrejas saudáveis para o crescimento. Assim como ela descreve os “oito remédios naturais” para uma boa saúde, as “oito marcas de qualidade” poderíam ser uma boa conexão entre a saúde física e a saúde da igreja. Para Ellen White, boas raízes produzem bons frutos: a. “A fim de que a igreja seja sadia, deve ela ser composta de cristãos sadios. Em nossas igrejas e instituições, porém, há muitos cristãos enfermiços.” Conselhos sobre saúde, p. 592 b. “Uma igreja em estado doentio e enfermiço revela uma igreja adversa ao trabalho, temendo que a negação do eu possa ser requerida.A presença do Senhor é sempre vista onde cada energia da igreja é despertada para atender às responsabilidades espirituais.” Notebook leaflets from Elmshaven library, v. 1, p. 99 c. “Tivesse a igreja estado em condição saudável, ela poderia ter enviado uma corrente vitalizadora para esse braço do corpo. Mas a igreja estava enfermiça, não tinha o favor de Deus, e não desfrutava da luz de Seu semblante. Uma influência doentia e mortal circulava pelo corpo até que a enfermidade se Página 25 de 49 tomou aparente em todas as partes.” Testimonies for the church at Battle Creek, p. 42. d. “Será saudável e próspera a igreja cujos membros estiverem fazendo ativos esforços pessoais para fazer bem a outros, para salvar vidas.” Cuidado de Deus, p. 119. Que medidas podem ser adotadas para se ter uma igreja saudável? Em seu guia de estudos sobre o desenvolvimento natural da igreja, Logan, Clegg e Buller mencionam dicas práticas sobre as “oito marcas de qualidade” que servirão como características básicas a serem analisadas em sua igreja.32 1-LIDERANÇA CAPACITADORA O QUE É LIDERANÇA CAPACITADORA? É a habilidade concedida por Deus para governar os membros da igreja de tal maneira que eles obedeçam voluntariamente ao desígnio de Deus e cumpram Seus planos (Rm 12:8; 1 Ts 5:12; 1 Tm 5:17). Cristo selecionou e capacitou líderes que, por sua vez, deveríam treinar os membros para o ministério da igreja (Ef 4:11-16; 2 Tm 2:2). “Ao trabalhar em lugares onde já se encontram alguns na fé, o pastor deve não buscar tanto, a princípio, converter os incrédulos, como exercitar os membros da igreja para prestarem cooperação proveitosa. Trabalhe com eles individualmente, tentando despertá-los para buscarem eles próprios experiência mais profunda, e trabalharem por outros. Quando estiverem preparados para apoiar o pastor mediante orações e serviços, maior êxito há de lhe acompanhar os esforços.” Obreiros evangélicos, p. 196 “Toda igreja deve ser uma escola missionária para obreiros cristãos. Seus membros devem ser instruídos em dar estudos bíblicos, em dirigir e ensinar classes da Escola Sabatina, na melhor maneira de auxiliar os pobres e cuidar dos doentes, de trabalhar pelos não-convertidos... Não somente deve haver ensino, mas trabalho real, sob a direção de instrutores experientes. Que os mestres vão à frente no trabalho entre o povo, e outros, unindo-se a eles, aprenderão em seu exemplo. Um exemplo vale mais que muitos preceitos.” A ciência do bom viver, p. 149 “Os ministros não devem fazer o trabalho que pertence à igreja, cansando a eles mesmos e impedindo outros de realizar seu dever. Eles deveríam ensinar os membros a como trabalhar na igreja e na comunidade”. Historical sketches of the foreigh mission of the S. D. A., p. 291 32 Logan, Robert E., Thomas T. Clegg e Jeannetter Buller (1998). Releasing Your Church Potential: A natu-ral church developmentresource kit f o r pastors a n d church leaders guidebook. ChurchSmart Resources (1-9). Página 26 de 49 PRATICANDO A LIDERANÇA CAPACITADORA Tome-se aquele que capacita os outros Capacite os outros comunicando a visão Capacite os outros através da mobilização Capacite os outros através do coaching (treinamento) TORNE-SE AQUELE QUE CAPACITA OS OUTROS 1. Andar com Deus é o primeiro passo para uma liderança efetiva. a. Capacitar líderes requer um relacionamento vibrante, crescente, dinâmico e interativo com Deus. b. Habilidade de liderança sem vitalidade espiritual é inútil. 2. Líderes efetivos crescem continuamente através de: a. Formação de caráter. b. Relacionamento autêntico. c. Desenvolvimento de habilidades. d. Educação contínua. 3. Líderes capacitadores enfatizam o discipulado através de relacionamentos autênticos. a. A família. b. As pessoas sem igrejas. c. A comunidade da igreja. CAPACITE OS OUTROS COMUNICANDO A VISÃO 1. Comunicação com Deus precede a comunicação com pessoas. a. A visão não enxerga apenas necessidades e oportunidades, mas tira tempo para conhecer a perspectiva e direção de Deus. b. Deus já está trabalhando. Descubra onde e convide pessoas para se unirem a Ele. c. Pessoas são motivadas pela visão, não pela necessidade. A visão ajuda as pessoas a focalizar sua energia para atender as necessidades. 2. Comunique a visão continuamente. Onde não há visão, a energia da igreja é liberada em maledicências, calúnias, disputas, etc. Sem visão, as pessoas se desencorajam, pois não podem ver onde estão indo nem medir seu progresso. Billy Graham conta a história de uma ocasião em que Albert Einstein embarcou em um trem. Ao verificar seus bolsos para entregar o bilhete ao condutor percebeu que o tinha perdido. Porém, o condutor, reconhecendo o famoso jurista, disse-lhe: “Ok, Dr. Einstein, não tem problema, eu creio que o Sr. perdeu seu bilhete. Vou desconsiderar o fato e deixá-lo viajar”. Einstein respondeu: “Senhor, você não percebeu meu problema. Se eu não encontrar o bilhete, não saberei para onde estou indo. ” Muitas igrejas não sabem para onde estão indo, e a visão é importante para definir o rumo da igreja. a. Viva a visão pessoalmente. b. Fale com entusiasmo e convicção. Página 27 de 49 c. Use variedade de métodos, imagens e exemplos para comunicar a visão. Conte histórias para dar vida. 3. Estabelecer alvos coloca pés na visão a. Alvos e objetivos definem o que você quer realizar e quando deseja ver isso acontecer. b. Bons alvos devem ser mensuráveis, específicos, realísticos e desafiadores. c. Cada alvo deve ter vários objetivos e tempo de execução. CAPACITE OS OUTROS ATRAVÉS DA MOBILIZAÇÃO 1. A prioridade da liderança é equipar os outros para realizar o ministério. Seus ministérios só crescerão com o desenvolvimento da sua liderança. 2. Cultive uma atmosfera para a mobilização. a. O princípio da expectativa: anuncie vitórias, seja otimista, confiante em Deus. b. Uma atmosfera de liderança saudável precisa de afirmação: acreditar nas pessoas dar permissão para inovar dar liberdade para falhar dar incentivos para tentar 3. Identifique líderes em potencial que têm fé e discernimento. a. Procure evidências de dons nos líderes em potencial.... Os dons podem não estar ainda completamente desenvolvidos. b. Procure caráter ao invés de posição social... Eles podem ser líderes no mundo, mas isso não significa liderança espiritual. c. Procure obediência ao invés de conhecimento.... Praticar o conhecimento é melhor do que saber demais. d. Procure pessoas que desejam aprender ao invés de pessoas com experiência... Alguém que “já fez antes” pode não estar aberto a uma nova maneira de fazer as coisas. e. Procure pessoas disponíveis ao invés de pessoas ocupadas.... Alguns líderes já carregam muitas cargas. Encontre pessoas que estão prontas para novos desafios. 4. Não seja muito exigente com a liderança. a. Você não pode esperar que os líderes em potencial demonstrem a maturidade dos líderes experientes. A maturidade vem com a jornada. b. Desenvolva oportunidades para avaliar o nível de liderança, tal como um pequeno grupo. c. Use o método de treinamento que Jesus usou: seleção, associação, capacitação, supervisão e comissão. 5. Equipe os líderes través de equipes ou grupos de desenvolvimento, a. Benefícios de uma equipe efetiva: Evita que os líderes se sintam isolados Provê um lugar de aprendizado mútuo Página 28 de 49 Permite que cada pessoa opere na área em que possui um dom Treina líderes para trabalhar em cooperação com outros. CAPACITE OS OUTROS ATRAVÉS DE COACHING E SUPERVISÃO 1. O coach (treinador) ajuda outros líderes a desenvolver o seu potencial a. Observando seus líderes em ação regularmente. b. Destacando áreas em que devem melhorar.c. Treinando outros para realizar o ministério. d. Providenciando os recursos necessários para a realização das tarefas. 2. Agenda de supervisão a. Determine projetos e progresso. b. Descubra necessidades e prioridades. c. Faça perguntas e clarifique os próximos passos. d. Celebre pequenas vitórias. e. Ore com as pessoas. 2-MINISTÉRIO ORIENTADO PELOS DONS O Espírito Santo soberanamente dá a todo cristão dons espirituais para a construção do Reino de Deus. Os líderes da igreja têm a responsabilidade de ajudar os crentes a descobrir, desenvolver e exercitar seus dons em ministérios apropriados para que o corpo de Cristo cresça e seja construído em amor. “Deus tem posto na igreja vários dons. Estes são preciosos, em seu devido lugar, e a todos é dado ter uma parte na obra de preparar um povo para a próxima vinda de Cristo.” Obreiros evangélicos, p. 481 “A maior causa de vossa enfermidade espiritual como um povo é a falta de fé genuína nos dons espirituais. Se todos eles recebessem esse tipo de testemunho em completa fé, removeríam aquelas coisas que desagradam a Deus, e todos se aproximariam em união e força. E três quartos do trabalho ministerial agora usado para ajudar as igrejas poderiam ser poupados para a obra de plantar igrejas em novos campos.” Adventist Review and Sabbath Herald, 14 de janeiro de 1868 “A melhor ajuda que os pastores (líderes) podem prestar aos membros de nossas igrejas não consiste em pregar-lhes sermões, mas em planejar trabalho para que o façam. Dai a cada um algo para fazer em prol de outros. ... Se posto a trabalhar, o desanimado logo esquecerá o seu desânimo; o fraco ficará forte; o ignorante, inteligente; e todos aprenderão a apresentar a verdade tal qual é em Jesus Testemunhos seletos, v. 3, p. 323 PRATICANDO OS MINISTÉRIOS ORIENTADOS PARA OS DONS Página 29 de 49 Entenda os dons espirituais Descubra os seus próprios dons Ajude os outros a descobrir seus dons Implemente um processo de mobilização através dos dons ENTENDA OS DONS ESPIRITUAIS 1. Todo crente é chamado para ser um ministro usando seus dons espirituais (Isaías 61:6; 1 Pedro 2:9) a. Embora haja diversidade de dons - 1 Co 12:4,8-11, pelo menos um dom é dado a cada pessoa (1 Co 12:7, 1 Pe. 4:10). b. Não há dons superiores e inferiores. Como Paulo disse em sua analogia, o olho não pode dizer que é mais importante que a mão, ou a cabeça dizer que é mais importante que a mão (1 Co 15-23). c. Deus não nos concede um dom espiritual completamente maduro. Ele precisa ser desenvolvido pelo uso. 2. Os líderes de Deus devem mobilizar o Corpo de Cristo. a. “E ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado” (Efésios 4:11-12). b. A prioridade do líder é ajudar os membros a descobrir, desenvolver e usar seus dons espirituais para discernir o chamado que Deus lhes deu. 3. Quando as pessoas usam os seus dons, elas têm mais entusiasmo, eficiência e realização. DESCUBRA SEUS PRÓPRIOS DONS ESPIRITUAIS 1. Confirme os seus dons. Faça a si mesmo as seguintes perguntas: a. Alegria. Que atividades lhe trazem realização e satisfação? b. Resultados. Onde você tem sido mais eficiente? Que ministérios são mais fáceis para fazer? c. Confirmação. Em que atividades os membros o elogiam e afirmam? 2. Avalie seu temperamento e personalidade (Myers-Briggs). 3. Identifique sua paixão. O dicionário a define como “um sentimento forte, uma acentuada predileção por alguma coisa. ” (Michaelis, 1998, p. 1529). A paixão é um desejo que Deus coloca em nosso coração de fazer a diferença em algum lugar. Exemplo: Trabalhar com jovens, idosos, uma tarefa especial ou uma causa específica. AJUDE OS OUTROS A DESCOBRIR SEUS DONS 1. Desenvolva uma rede de líderes para ajudar a guiar as pessoas a ministérios apropriados, a. Mobilize e treine consultores do ministério para orientar as pessoas. 2. Ajude as pessoas a discernirem e desenvolverem seus dons. a. Ensine e confirme os dons espirituais. b. Avalie personalidades e temperamentos. Página 30 de 49 c. Avalie a situação da vida de cada um. d. Enfatize o chamado deles. 3. Use os Pequenos Grupos para mobilizar pessoas para o ministério a. Os PGs providenciam um lugar onde as pessoas podem conhecer umas às outras de maneira a identificar seus dons. b. Os PGs também providenciam um ambiente seguro, descontraído, onde as pessoas podem usar os seus dons. c. Como os líderes dos PGs podem alocar pessoas em seus ministérios: Identificando os seus dons Desafiando-as a usar o dom Envolvendo-as no ministério Celebrando as conquistas IMPLEMENTE UM PROCESSO DE MOBILIZAÇÃO DE DONS 1. Avalie a efetividade da sua mobilização a. Existem oportunidades para cada dom ser utilizado? b. Existem atividades para todos os ministérios descritos? c. 40-50% dos membros estão envolvidos em atividades externas? 2. Ensine as pessoas sobre os dons. 3. Pense em como você pode assegurar que todos os membros do grupo recebam instruções sobre os dons espirituais: Classes para visitantes Oficinas sobre dons espirituais Materiais de estudo (livros, CDs, DVDs, etc) 4. Ajude as pessoas a descobrirem seus dons em treinamentos através de... a. Atividades práticas. b. Oficinas avançadas sobre os dons espirituais. c. Testes e aconselhamentos. 3-ESPIRITUALIDADE CONTAGIANTE Uma igreja saudável ama a Cristo e está disposta a viver esse compromisso no dia a dia. A carência dessa marca apareceu na igreja primitiva no final do primeiro século, quando João denunciou a perda do primeiro amor da igreja de Efeso (Ap 2:4). Esse também é o problema da igreja nos dias finais do mundo (Ap 3:14-22). Para Jesus, a espiritualidade representava o contraste com o formalismo farisaico dos judeus (Mc 12:30). “Quem possui nosso coração? Com quem estão nossos pensamentos? Sobre quem gostamos de conversar? Quem é o objeto de nossas mais calorosas afeições e nossas melhores energias? Se somos de Cristo, nossos pensamentos com Ele estarão, e nEle se concentrarão as nossas mais doces meditações. Tudo que temos e somos a Ele será consagrado. Almejaremos trazer a Sua imagem, Página 31 de 49 possuir Seu Espírito, cumprir Sua vontade e agradar-Lhe em todas as coisas.” Caminho para Cristo, p. 58 “Ensinem os pastores aos membros da igreja que, a fim de crescer em espiritualidade, devem levar o fardo que o Senhor sobre eles pôs - o encargo de conduzir almas à verdade. Aqueles que não estão fazendo face a suas responsabilidades devem ser visitados, orando-se e trabalhando-se com eles. Não leveis o povo a descansar em vós como pastores; ensinai-lhes antes que devem usar seus talentos em comunicar a verdade aos que os rodeiam. Trabalhando assim, hão de ter a cooperação dos anjos celestes, e obterão uma experiência que lhes acrescentará a fé, tomando-os firmes em Deus.” Obreiros evangélicos, p. 200 PRATICANDO A ESPIRITUALIDADE CONTAGIANTE Ame a Deus “de todo coração, mente, corpo e alma” Desenvolva uma paixão pessoal e corporativa por Deus Conecte a espiritualidade com a missão AME A DEUS “DE TODO CORAÇÃO, MENTE, CORPO E ALMA” 1. Nossa justiça precisa ser melhor que a dos fariseus, a. Sintomas mortais do farisaísmo: Amor sem ação Ocupação sem propósito Dons naturais sem poder espiritual Teologia sem espiritualidade adequada “A justiça de Cristo não é uma capa para encobrir pecados não confessados e não abandonados; é um princípio de vida que transforma o caráter e rege a conduta... é a completa entrega do coração e da vida para habitação dos princípios do céu. ” Desejado de todas as Nações, p. 555-556 2. Tipicamente, a espiritualidade é
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